Qualidade de vida no trabalho e a legislação pertinente de Saúde do
Trabalhador
Política Nacional de Saúde do Trabalhador visa
à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, através de ações de
promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde. Suas diretrizes compreendem
a atenção integral à saúde, a articulação intra e intersetorial, a participação
popular, o apoio a estudos e a capacitação de recursos humanos.
A qualidade de vida no trabalho é uma compreensão
abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui
aspectos de bem-estar, garantia da saúde e segurança física, mental e social, e
capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal.
Não depende só de uma parte, ou seja, depende simultaneamente do indivíduo e da
organização, e é este o desafio que abrange o indivíduo e a organização.
À medida que o indivíduo está inserido no
contexto organizacional, está sujeito a diferentes variáveis que afetam
diretamente o seu trabalho. Atualmente, existe uma preocupação na saúde do
indivíduo neste contexto, pois se relaciona, principalmente, com a
produtividade da empresa.
Ou seja, para que se atinja produtividade e
qualidade, é preciso ter indivíduos saudáveis e atribuídos de qualidade. Em
contrapartida, a organização atua de forma onde muitas vezes pressiona-se o
indivíduo, levando-o a estados de doenças, de insatisfação e desmotivação.
Dentre estes, encontra-se a fadiga, distúrbios do sono, alcoolismo, estresse e
a síndrome de Burnout. De fato, em função de sua forma de ser, os indivíduos
podem vivenciar suas próprias experiências de trabalho. As diferenças
individuais são um componente importante, que atuam de uma forma ou de outra no
trabalho. Em uma perspectiva interacionista que considere um ajuste dinâmico
entre pessoa, local de trabalho e organização, pode-se perceber que o ajuste
nem sempre é adequado, e quando assim está, o indivíduo tende a perceber que
não dispõe de recursos suficientes para ajustar-se, surgindo assim o estado de
estresse. Estas experiências são geralmente, negativas e podem ter
conseqüências graves e, muitas vezes, irreparáveis tanto para a saúde e bem
estar físico quanto psicológico e social.
Percebe-se ainda, que o número de doenças diretamente
relacionadas com o estresse está aumentando, e, concomitantemente, a
preocupação sob formas de prevenção e cura. O estresse e seus estados crônicos
afetam diretamente a execução de tarefas e desenvolvimento do trabalho.
E mesmo o trabalho que motiva e gratifica, nos lembra
Kanaane (1994), quando realizado com afinco, exige esforço, capacidade de
concentração, de raciocínio, implica desgaste físico e/ou mental, atuando na
qualidade de vida. Muitos autores afirmam que o relacionamento com outras
pessoas no âmbito de trabalho é uma fonte de estresse. E neste sentido, aparece
em meados da década de 70 o termo Burnout, que no sentido literal significa
“estar esgotado” ou “queimado”, e que é característico de profissões de ajuda,
serviços humanos ou como Vidal (1993) afirma: “aqueles profisionais que
consistente principalmente em oferecer serviços humanos direitos de grande
relevancia para o usuario”.
Cabe salientar que o Burnout é formado por diversos
estados sucessivos que ocorrem em um tempo e representam uma forma de adaptação
às fontes de estresse. Assim, Burnout e estresse são fenômenos que expressam
sua relevância na saúde do indivíduo e da organização.
Portanto, ao considerar qualidade de vida no
trabalho, de forma a englobar aspectos de bem-estar e saúde biopsicossocial,
deve-se tomar medidas de prevenção e tratamento para que esses estados não
afetem a organização de maneira a impedir a produtividade e o desenvolvimento,
nem mesmo ao indivíduo na sua saúde e qualidade de vida. Acrescentando que, ao
se tomar medidas, sejam de prevenção ou tratamento, é preciso conhecer os
conceitos de tais estados na sua essência, para que não ocorram distorções como
comumente acontece, referindo-se ao Burnout como um sinônimo de estresse,
quando na verdade é uma resposta de um estresse crônico. É, no entanto,
relevante associar esse termos relacionando-os com a prática dentro do contexto
organizacional.
Saúde e doença não são fenômenos isolados que possam
ser definidos em si mesmos, pois estão profundamente vinculados ao contexto
sócio-econômico e cultural, tanto em suas produções como na percepção do saber
que investiga e propõe soluções. Todas as concepções de doença pressupõem
uma norma objetiva que permita determinar um modelo referencial. Isto fica
superlativamente evidente quando a questão é doença mental. Machado et. al. (1978)
afirmam que para medir o que é ou não é razoável em uma conduta será preciso
compará-la com ela mesma e com outros comportamentos comumente aceitos em cada
sociedade e em dado momento histórico. Esse critério comparativo, ao mesmo
tempo em que possibilita estabelecer a norma a partir da observação do desvio,
e promovê-la autoritariamente na prática, permite articular história individual
e história da sociedade, entendendo-as como mudança progressiva e
interdependente. Segundo Codo, Sampaio e Hitomi (1995), do choque entre um
indivíduo, dotado de uma história personalizada e a organização do trabalho,
portadora de uma injunção despersonalizante, emergem uma vivência e um
sofrimento que determinarão a saúde na organização e seu funcionamento.
E o sofrimento do indivíduo traz conseqüências sobre
o seu estado de saúde e igualmente sobre o seu desempenho, pois existem
alterações e/ou disfunções pessoais e organizacionais. Esse sofrimento advém de
sentimentos gerados por diversos aspectos e que atingem a organização em todo o
seu contexto. Os sentimentos como geradores de disfunções são inúmeros e, entre
eles estão:
* Sentimento de indignidade:
experimentado como a vergonha de ser robotizado, de não ser mais que um
apêndice da máquina, às vezes de ser sujo, de não ter mais imaginação ou
inteligência, etc;
* Sentimento
de inutilidade: percebido pela falta de qualificação e de finalidade de
trabalho, já que muitas vezes não conhecem a própria significação de seu
trabalho em relação ao conjunto da atividade da organização;
* Sentimento
de desqualificação: cujo sentido repercute não só para si com para o ambiente
de trabalho.
A vivência depressiva condensa de alguma maneira os
sentimentos de indignidade, de inutilidade e de desqualificação, ampliando-os.
Esta depressão é dominada pelo cansaço. Cansaço que se origina não só dos
esforços musculares, mas também dos psicosensoriais. Associados ao cansaço por
serem também importantes estão:
* Fadiga
- resultante da sobrecarga de trabalho;
* Insatisfação
- resultante do confronto com a esfera das aspirações, motivações ou desejos;
* Satisfação
- a satisfação do trabalho ocupa uma posição fundamental na problemática da
relação saúde-trabalho. Muitas vezes, negligenciada ou desconhecida, está na
origem não só de numerosos sofrimentos somáticos de determinismo físico direto,
mas também de outras doenças do corpo mediatizadas por algo que atinge o
aparelho mental;
* Frustração
- resultante de um significante conteúdo inadequado às potencialidades e às
necessidades do indivíduo;
* Angústia
- resultante de um conflito intra-psíquico, isto é, de uma contradição entre
dois impulsos inconciliáveis (duas pulsões, dois desejos...);
* Medo
- está presente em todos os tipos de ocupações profissionais, principalmente,
aquelas que estão expostas a riscos relacionados à integridade física. Uma
prova a mais da existência e da intensidade do medo é fornecida pelos problemas
de sono e, sobretudo, pelo consumo de medicamentos psicotrópicos;
* Ansiedade, tensão nervosa e carga psicosensorial
– relacionadas ao medo, geralmente decorrentes da vigilância, da concentração e
memorização, contribuindo para o sofrimento sentido;
* Ansiedade
- em uma organização é facilmente identificada em relação ao desempenho de cada
indivíduo, principalmente relativa à produtividade, ritmo, cotas de produção,
rendimento, aos prêmios e bonificações;
*Agressividade, hostilidade e perversidade - geradas
pelas relações do trabalho, isto é: com a hierarquia, chefia, supervisão,
outros trabalhadores;
* Alcoolismo.
* Uso
de drogas.
Com isso, muitos argumentam que ainda há forte preconceito dentro da
sociedade brasileira, o que seria uma forma a mais de dificultar a inserção do
negro na sociedade. O último relatório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT),
"A Hora da Igualdade no Trabalho", divulgado no dia 12 de maio,
mostra que, apesar de avanços em alguns indicadores sociais, a situação de
desemprego persiste na população negra brasileira: a renda mensal de um
trabalhador negro é 50% inferior a do branco.
Dados
Demográficos
A voz corrente nas famílias negras, assim
como na população geral, frases do tipo: Negro é forte, negro não adoece, negro
tem saúde de ferro, negro vive mais, negro é resistente a dor, negro não chora,
negro não vai ao medico, negro é alegre, negro é festeiro, negro é bom de
samba, negro está sempre rindo....
Cabe a nós mulheres e homens negros,
desconstruirmos esses resquícios do escravismo no qual não podíamos adoecer e,
continuarmos na luta em defesa do SUS para que nós negros, agora 52% da
população brasileira,sejamos contemplados em nossas especificidades para que o
Brasil seja de fato e de direito, um país de todas e todos, independentemente
da sua origem ou etnia.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –IPEA elaborou um documento trazendo
informações do Censo Demográfico de 2010 sinalizando que 97 milhões de
brasileiros se declararam negros, ou seja, pretos ou pardos,e 91milhões de
pessoas se declararam.
brancas.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:Comissão Nacional de Combate ao Racismo da CTB
Lei nº. 12.288, de 20FONTE:/07/2010: Institui o
Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nºs 7.716, de 5 de janeiro de
1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778,
de 24 de novembro de 2003. Portaria MS/GM nº 992, de 13/05/2009: institui a Política Nacional de Saúde
da População Negra
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