UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 29 de agosto de 2020

Chadwick o PANTERA NEGRA

Ainda de acordo com o site, a família do astro divulgou um comunicado. "É com tristeza incomensurável que confirmamos o trágico falecimento de Chadwick Boseman. Chadwick foi diagnosticado com câncer de cólon em estágio III em 2016, e lutou contra ele nos últimos 4 anos enquanto progredia para o estágio IV".
"Um verdadeiro lutador,

Chadwick perseverou por tudo, e trouxe a vocês muitos dos filmes que tanto amam. De 'Marshall: Igualdade e Justiça' a 'Destacamento Blood', 'Ma Rainey's Black Bottom' de August Wilson e muitos mais, todos foram gravados durante e entre incontáveis cirurgias e quimioterapia. Foi a honra de sua carreira trazer à vida o rei T'Challa em 'Pantera Negra'."
De acordo com a nota, ele morreu em sua casa, acompanhado da mulher e da família. Ele nunca tinha falado sobre a doença publicamente.
Nascido na Carolina do Sul, o americano Chadwick Aaron Boseman começou a carreira na televisão, com um pequeno papel na série "Parceiros da Vida".
Conheça a carreira de Chadwick Boseman, ator de ‘Pantera Negra"
Depois de participações em séries como "Lei & Ordem" e "Plantão médico", ele ganhou seu primeiro papel regular em "Lincoln Heights", em 2009.
Seu primeiro personagem de destaque no cinema veio como o protagonista de "42: A História de uma Lenda" (2013).
No filme baseado em fatos, interpretou o jogador de beisebol Jackie Robinson, que em 1947 se tornou o primeiro negro a entrar para um time da principal competição dos Estados Unidos, a Major League Baseball.
Chadwick Boseman interpretou o jogador de baseball Jackie Robinson no filme "42"; na foto, ator posa na premiere do filme em 2013 — Foto: Chris Pizzello/Invision/AP
Chadwick Boseman interpretou o jogador de baseball Jackie Robinson no filme "42"; na foto, ator posa na premiere do filme em 2013 — Foto: Chris Pizzello/Invision/AP
O papel marcaria uma carreira repleta de personagens importantes da cultura negra americana, como o cantor James Brown, em "Get on Up: A História de James Brown" (2014), e o juiz Thurgood Marshall, primeiro membro negro da Suprema Corte americana, em "Marshall: Igualdade e Justiça" (2016).
Ainda em 2016, ele estreou no papel pelo qual seria mais lembrado. Em "Capitão América: Guerra Civil", Boseman apareceu pela primeira vez como T'Challa. Criado pela Marvel em 1966, o Pantera Negra foi o primeiro super-herói negro dos quadrinhos americanos.
Dois anos depois, estrelou seu próprio filme, "Pantera Negra". Sucesso com crítica e com o público, a história do herói de um reino africano fictício e avançado bateu a marca do US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais, ganhou três Oscar e foi indicado a outros quatro — entre eles, o de melhor filme.
"Pantera Negra" foi o primeiro filme de super-herói indicado à principal categoria do Oscar e o personagem, cuja alcunha remete ao grupo de ativistas negros, se tornou um símbolo cultural.
O filme, primeiro blockbuster de super-herói protagonizado por um afro-americano e dirigido por um, Ryan Coogler, foi o quinto mais exitoso dos filmes do Universo Marvel.
Nas primeiras semanas de estreia do filme em Nova York, nas salas do Magic Johnson Theatre, cinema no Harlem, histórico bairro negro de Nova York, as sessões estavam sempre cheias.
Lá, espectadores usavam maquiagens e acessórios que evocavam a estética afro-futurista do filme —e vários deles tiram fotos imitando a pose do super-herói.
Como o herói, ele ainda participou de "Vingadores: Guerra Infinita" (2018) e de "Vingadores: Ultimato (2019), e tinha presença confirmada em um novo "Pantera Negra", previsto para 2022.
Seu trabalho mais recente já lançado foi "Destacamento Blood", dirigido por Spike Lee, que estreou em junho. Ele ainda esteve em "Ma Rainey's Black Bottom", com Viola Davis, que tinha estreia prevista em 2020.
Representatividade
Em 2018, no lançamento de seu maior sucesso as sesões de 'Pantera Negra' com jovens negr@s lotarem shopping do Rio de Janeiro,do Brasil e do mundo repetindo a saudação do repetida no longa.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino- Históriadora- dirigente da UNEGRO
FONTE: G1- TMZ


sexta-feira, 28 de agosto de 2020

RACISMO INSTITUCIONAL NO MUNDO DO TRABALHO

Entendendo racialização como um processo discursivo através do qual significados e sentidos raciais são atribuídos, de forma que há um controle e uma classificação de indivíduos a partir de categorias racialmente hierarquizadas (SOUZA, 2018), é necessário compreender a relação das estruturas sociais que reproduzem comportamentos racistas (ALMEIDA, 2018). Nono caso de pesquisas em administração, mais precisamente nos estudos organizacionais, tal olhar também é importante uma vez que a distinção provocada pela racialização de sujeitos produz desigualdades de oportunidade e interfere na subjetividade destes. Há estudos que discorrem sobre esta problemática no que diz respeito às relações raciais, organizações, universidade e mundo do trabalho (TEIXEIRA, 2015; CONCEIÇÃO, 2006; ROSA, 2014; SOUZA, 2017; OLIVEIRA, 2015; MIRANDA; CAPELLE; CUNHA; BUJATO; BARBOSA; SAMPAIO, 2015; LAGE; SOUZA, 2016; NASCIMENTO; OLVEIRA; TEIXEIRA; CARRIERI, 2016).


AS RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL - O período colonial brasileiro juntamente com o processo de escravidão, no que diz respeito às relações raciais, apresenta-se como momento histórico carregado de distinção. Desde a navegação, europeus que aqui pisaram já não sabiam como denominavam os povos, tamanha estranheza a qual reagiram no primeiro contato (MUNANGA, 2010). Schwarcz (2012) afirma que para eles a natureza era exuberante e paradisíaca, mas os povos, por sua vez, estranhos. Já os cientistas, em meados do século XVIII, denominavam os descobertos como povos de “raças diferentes” devido à cor de suas peles.

Mais tarde, entre os séculos XIX e XX, características morfológicas também são evidenciadas: o tamanho do rosto e do crânio, formato do nariz e lábios; mais uma maneira de estigmatizar os negros, cientificamente, como raça diferente (MUNANGA, 2010). A partir daí, raça passa a segregar, estereotipar e discriminar (SCHWARCZ, 2012); tendo-se, então, o racismo científico no período colonial (TEIXEIRA, 2015). Enquanto escravos, Pereira (2011) apresenta os negros como atores sociais dominados. Porém, mesmo reféns, alguns possuíam uma consciência crítica e de luta, fosse nos quilombos ou nas senzalas. Posteriormente ao processo histórico de “libertação”, agora trabalhadores na estrutura social, ocupavam espaços de mão-de-obra desqualificada e massa de manobra da sociedade (PEREIRA, 2011; FERNANDES, 2007).

Em “Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade nacional versus identidade negra”, Munanga (1999) apresenta a questão da mestiçagem. No intervalo entre independência e abolição, o autor mostra em seus escritos o quanto a presença do negro foi ressignificada. Mesmo que o plano tivesse sido o desparecimento dos negros com a miscigenação, “no lugar de uma sociedade totalmente branca, ideologicamente projetada, nasceu uma nova sociedade plural” (MUNANGA, 1999, p. 15); uma sociedade de diferentes raças e que, segundo o autor “dão ao Brasil seu colorido atual” (MUNANGA, 1999, p. 15). Além disso, há algo pra o qual Munanga se atenta ao enxergar raça: a mestiçagem tem mais de ideológico do que, propriamente falando, de biológico.

COMPORTAMENTOS RACISTAS
As desigualdades estruturais e institucionais no mundo do trabalho se relacionam a corpos físicos (COTTINGHAM; JOHNSON; ERICKSON, 2018). Desde quando a abolição se concretizou e os negros ocuparam posições subalternas enquanto trabalhadores por terem sido considerados mão de obra desqualificada, instaurou-se racismo e, a partir do momento em que políticas públicas não foram pensadas para que tal realidade chegasse ao fim, este se solidificou e permaneceu (BENTO, 2002).

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça - 1995 a 2015” mostra que no que diz respeito ao mercado de trabalho, há uma discrepância que coloca homens brancos no topo da pirâmide e mulheres negras em sua base (IPEA, 2017). Ao discutir mulheres negras no mundo do trabalho, Conceição (2016) apresenta em seu texto dados da Pesquisa por Amostra de Domicílio (PNAD) do ano de 2012 a respeito da composição da sociedade brasileira: homens e mulheres, brancos e negros. Mulheres negras se apresentam como 26,54% da população, enquanto brancas, 24,36%. No caso dos homens, Conceição (2016) traz dados de 26,43% de negros, enquanto 21,86% brancos. Ante a isso, a autora afirma que o favorecimento de certos grupos sociais na hora de empregar indivíduos é uma forma de propagar a desigualdade do país. Ações de organizações públicas e privadas têm favorecido mulheres brancas em detrimento das negras quanto às oportunidades; quando há o fortalecimento negro, este é mais focado nos homens que nas mulheres (CONCEIÇÃO, 2016).

Entende-se como delimitação deste trabalho o fato que o mesmo identificar e analisa apenas questões que dizem respeito ao racismo e suas diferentes formas de expressão. Os relatos trazem indícios de outros pontos para investigação juntamente com o analisado e que são aqui apresentados como possiblidade de estudos futuros. As impressões estabelecidas pelos “outros” com relação aos docentes negros no contexto da universidade, por exemplo, podem ser entendidas e analisadas enquanto conceitos de estereótipos e fenótipos diante de tais expressões. A interseccionalidade também é uma temática percebida ao se observar os relatos das mulheres negras docentes e entender que, juntamente com o racismo, outras violências relacionadas ao gênero também acontecem no espaço da universidade. Nesse sentido a universidade - enquanto organização e mundo do trabalho - abre espaço em suas relações para que determinadas categorias, além da raça, possam influenciar e se sobrepor a outras e (re)produzir diferentes expressões racistas.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino- Historiadora-pesquisadora


fonte:ALMEIDA, S. L. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018. [ Links ]
BACKES, J. L. Articulando raça e classe: efeitos para a construção da identidade afrodescendente. Educ.Soc., Campinas, v. 27, n. 95, p. 429-43, maio./ago. 2006. [ Links ]
BARDIN, A. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004. [ Links ]
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CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativos, quantitativos e mistos. Porto Alegre: Artmed, 2003. [ Links ]


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