“Chefe
Zulu, professor e líder religioso africano do sul nascido na Rodésia,
Presidente do African National Congress (1952-1960)”.
Primeiro negro a receber o
Prêmio Nobel da Paz, Albert John Luthuli Mvumbi foi defensor da não-violência e
forte opositor do Apartheid. Lutou incansavelmente por uma África do Sul que
pertencesse a todos os que nela viviam, fossem negros ou brancos. Foi
presidente do Congresso Nacional Africano e, em conjunto com o Congresso
Indiano da África do Sul, retomou, nos anos 1950, a luta de não
violência iniciada por Ghandi.
Filho
de um Adventista do Sétimo Dia, Albert Luthuli nasceu em 1898 perto de
Bulawayo, Rodésia do Sul. Desde jovem era considerado liderança em grupos que
iam de familiares a comunitários, chegando à política.
Liderou milhares das pessoas
que boicotaram os ônibus onde a distinção racial era vigente, não adquiriam
certos produtos agrícolas e desobedeciam as leis racistas. Como a maioria que
lutava pela igualdade entre os homens, Luthuli foi preso e processado. Em 1959
foi proibido de participar de manifestações populares e obrigado a se exilar de
sua terra natal durante 5 anos. Morreu misteriosamente atropelado por um trem
em 1967.
Lutuli nasceu perto de Bulawayo, no território do
atual Zimbábue, numa missão da Igreja Adventista do
Sétimo Dia; seu pai morreu quando ainda era bebê.
Foram
morar então com um tio, Martin Luthuli, que então era o chefe numa missão
cristã zulu da Reserva Umvoti,
próximo a Groutville.
Graças ao empenho de sua mãe, Lutuli pôde
estudar no Ohlange Institute, onde ficou dois períodos, transferindo-se depois para colégio interno missionário metodista em Edendale,
onde em 1917 formou-se como professor. Em seguida foi lecionar na região montanhosa
de Natal, até que em 1920 recebeu uma bolsa do governo para faculdade de
magistério no Adams College High School, após o qual foi nomeado seu secretário e, depois,
diretor.Teve que exercer esses cargos para poder auxiliar
financeiramente a mãe, recusando uma bolsa para a Universidade
de Fort Hare.
Em 1928 tornou-se secretário da African Teacher's Association e em 1933 seu presidente.
Em 1935 aceitou a pressão dos anciãos de sua tribo,
tornando-se chefe da Reserva Groutville.
Durante
muitos anos foi um pregador leigo, membro de várias congregações cristãs e
parte da executiva do Christian Council of South Africa.
Com a morte de John Dube em 1946, Lutuli candidata-se à sua sucessão,
procurando dotar o Native's Representative Council de maior coerência nas ações, até então dividida em
disputas internas. É derrotado, contudo, por Selby Msimang; quando a
instituição já estava quase acabada, em 1948, Lutuli é feito seu presidente.
Ainda em 1948 passou nove
meses nos Estados
Unidos, numa série de palestras financiadas por duas organizações
religiosas.
Em 1951, com apoio da Liga
da Juventude do Congresso Nacional Africano, começa a ter
repercussão nacional no âmbito do CNA. Seu apoio à Campanha de Desafio,
em 1952, fez o governo obrigá-lo a demitir-se da função de chefe. Em resposta
publica seu manifesto pacifista "O Caminho da Liberdade é a Via Crucis" Neste ano foi eleito presidente-geral do CNA.
A
partir de 1953 Lutuli foi condenado pelo regime racista instalado desde 1948 ao
confinamento domiciliar.
Em 1955 recebeu, durante o Congresso do Povo ,
a mais alta condecoração do CNA - oIsitwalandwe Seaparankoe.
Por
sugerir um dia nacional de lamentação pelo Massacre de
Sharpeville e haver queimado publicamente o passe obrigatório, num
gesto simbólico de desobediência civil às leis segregacionistas, Lutuli foi
condenado em 1960 no Julgamento por
Traição a seis meses de prisão, tendo em seguida a pena
suspensa.
Mesmo
sofrendo pena de restrição, foi autorizado a sair do país para que, em dezembro
de 1961, fosse até Oslo receber o Prêmio Nobel da Paz,
numa situação que o jornal Die Transvaler qualificou como um "inexplicável fenômeno
patológico" por parte do parlamento norueguês. Na premiação Lutuli compareceu usando o tradicional
chapéu de chefe tribal, e surpreendeu a plateia, ao final, cantando Nkosi Sikelel' iAfrika e, no dia seguinte, os jovens diante do paço
municipal, atirando-lhes bolas de neve.
Mesmo
com a oposição de Nelson Mandela, defendeu o
ingresso de não-negros no CNA, que se deu em 1954 com a criação doCongresso do Povo; em sua presidência proibiu que a instituição adotasse
a resistência armada ao regime; com o massacre de Sharpeville, contudo, deu
carta-branca a Mandela para que este criasse um braço armado, desde que não
houvesse vinculação com o Congresso, o que ocorreu com a criação do Umkhonto we Sizwe, em 1961.
Lutuli morreu, aos 69 anos, atropelado por um
trem, cuja aproximação não ouvira, em sua aldeia natal de Groutville, em episódio não inteiramente esclarecido.
Um afro abraço.
Fonte:www.luthulimuseum.org.za/history.html / www.dec.ufcg.edu.br/biografias/
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