27 de JULHO-
O MAIOR BEM DE UMA INSTITUIÇÃO É O SEU CAPITAL HUMANO
Dois dos direitos fundamentais do ser humano são o direito à alimentação e o direito à saúde.
Condição sine qua nom para dignidade de um cidadão, além desses dois direitos fundamentais e básicos, é o direito ao trabalho digno.
Apenas com essa trilogia, é possível caracterizar o SER - CIDADÃO.
O que é um trabalho digno? Para que o trabalho seja digno, não basta, apenas ser uma atividade remunerada satisfatoriamente, mas sim, uma atividade onde sejam mantidas e preservadas as integridades físicas e morais do trabalhador.
A Segurança da atividade laboral é primordial para essa dignidade.
Segurança do e no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar riscos de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do e no Trabalho tem como base as análises de risco que, nada mais são do que ações preventivas com base nos riscos eminentes ou potenciais.
No passado recente, a mão de obra escrava negra possibilitou emergir os pilares básicos do país e dinamizou por quase quatro séculos a expansão e o desenvolvimento econômico do Velho e do Novo Mundo. Milhões de vidas de homens e mulheres traficados de diferentes regiões africanas foram consumidos no perverso processo de acumulação de riquezas do Império Colonial Português e de demais nações que partilharam da exploração e do tráfico negreiro. Durante cinco séculos, afirmou-se a supremacia branca e a subjugação dos povos originais (os índios) e dos povos africanos.
Historicamente, criou-se uma perversa hierarquia entre pessoas de peles, sexos e culturas distintas. Pessoas que viram suas singularidades transformadas em diferenças inferiorizadas. Sobreposições de discriminações que se naturalizaram no inconsciente coletivo.
O que herdaram as novas gerações de mulheres negras e homens negros no Brasil? Herdaram somente a força e a resistência dos seus ancestrais. Os negros ainda permanecem majoritariamente na condição de filhos bastardos de uma pátria-mãe pouco gentil, sem jamais usufruir do berço esplendido reservado a um seleto grupo de eurodescendentes.
O perfil da distribuição da população brasileira, segundo posições sociais hoje, atesta que o caso do racismo, da tentativa sistemática de inferiorização do segmento populacional negro no Brasil não é uma história que ficou no passado.
Nasce neste final de milênio um novo perfil de trabalhador: polivalente, capaz de exercer funções diversificadas, o que exige investimentos em profissionalização de excelência. Por que as empresas ao investirem na modernização profissional de alguns trabalhadores, comumente, marginalizam os negros? Uma das explicações seria a combinação entre especialização técnica e administração de quadros, ou seja, a importância de treinamento para a chefia. Ora, haver negros chefiando brancos poderia desestabilizar uma cultura que institucionalizou lugares hierárquicos designando aos negros posições tidas como inferiores. É parte da idiossincracia cultural brasileira, em especial, a nordestina, expressões como ‘ponha-se no seu lugar’ ou ‘sabe com quem está falando?’ afirmando a legitimação de poderes, de hierarquias por ‘superioridade’ assumida.
O quadro de resistência, protesto e recusa do quadro aqui descrito por parte de negros e negras no Brasil é complexo e antigo, passando por diversas formas, como os quilombos, as expressões da religiosidade afro-brasileira, como o candomblé, e as entidades políticas que se organizaram para combater o racismo. Algumas marcam a linha da inclusão, conquista de direitos no plano legal, ações afirmativas, programas por acesso à educação e à saúde, e combate à associação da imagem das mulheres e homens negros aos estereótipos colonizadores. Outras se movimentam mais no campo da cultura, ressaltando a contribuição singular dos povos negros para o que se assume como naturalmente brasileiro. Todas essas frentes são importantes e necessárias para a construção de uma outra história.
O Brasil foi o primeiro país a ter serviço obrigatório de segurança e medicina do trabalho em empresas com mais de 100 funcionários. Com o objetivo de diminuir cada vez mais os acidentes de trabalho, desde 1972, o dia 27 de julho passou a ser o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes no Trabalho.
Acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o serviço, ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional e pode resultar em morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho. Seja em caráter permanente ou temporário, o acidente de trabalho inclui também as doenças ocupacionais. As causas de um acidente podem ser naturais ou por falta de medidas de proteção.
Cumprir as rotinas de segurança tornou-se fundamental para que ocorra a prevenção a acidentes de trabalho entre funcionários e criem meios para melhorar e humanizar o ambiente corporativo, o que torna os profissionais mais saudáveis, respeitados, motivados e produtivos
Era um período de fragilidade no tocante à segurança dos trabalhadores no Brasil. O número de acidentes de trabalho era tamanho que começaram a surgir pressões exigindo políticas de prevenção, inclusive com ameaças do Banco Mundial de retirar empréstimos ao país, caso o quadro continuasse.
Hoje, 30 anos depois, não se pode pensar em uma empresa que não esteja preocupada com os índices de acidentes de trabalho. A segurança dentro da empresa é sinônimo de qualidade para a mesma e de bem-estar para os trabalhadores. Financeiramente, também é vantajosa: treinamento e infra-estrutura de segurança exigem investimentos, mas por outro lado evitam gastos com processos, indenizações e tratamentos de saúde em casos que poderiam ter sido evitados.
* Se liga:Acidentes de trabalhos também são aqueles que, apesar de não estar o profissional em regime de CLT ou de qualquer outro regime, o TRABALHO é árduo, importantíssimo e, também passivo de acidentes.
* Ainda não tem pesquisas e dados sobre segurança e trabalhador negro...
Um afro abraço.
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