UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Palavras-chave : racismo, desigualdade social, igualdade, cor, direitos humanos.


Uma pesquisa publicada em 2011, indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos. Para a maioria dos 15 mil entrevistados, a diferença entre a vida dos brancos e de não-brancos é evidente no trabalho (71%), em questões relacionadas à justiça e à polícia (68,3%) e em relações sociais (65%). O termo apartheid social tem sido utilizado para descrever diversos aspectos da desigualdade econômica, entre outros no Brasil, traçando um paralelo com a separação de brancos e negros na sociedade sul-africana, sob o regime do apartheid.
O resultado da pesquisa, elaborada em 2008, não é exatamente uma surpresa em um país onde, apesar de ser apenas metade da população brasileira, os negros elegeram pouco mais do que 8% dos 513 representantes escolhidos na última eleição. Além disso, o salário de um homem branco no Brasil é, em média, 46% superior em relação ao de um homem negro, o que também pode ser explicado pela diferença de educação entre esses dois grupos.
Daqueles que ganham menos de um salário mínimo, 63% são negros e 34% são brancos. Dos brasileiros mais ricos, 11% são negros e 85% são brancos. Em uma pesquisa realizada em 2000, 93% dos entrevistados reconheceram que existe preconceito racial no Brasil, mas 87% dos entrevistados afirmaram que mesmo assim nunca sentiram tal discriminação. Isto indica que os brasileiros reconhecem que há desigualdade racial, mas o preconceito não é uma questão atual, mas algo remanescente da escravidão. De acordo com Ivanir dos Santos (ex-especialista do Ministério da Justiça para assuntos raciais), "há uma hierarquia de cor da pele onde os negros parecem saber seu lugar." Para a advogada Margarida Pressburger, membro do Subcomitê de Prevenção da Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ainda é "um país racista e homofóbico.
A identidade de uma nação, num Estado nacional, pode se transformar, lentamente, seguindo as modificações históricas ou de forma mais veloz, sobretudo em períodos de guerra ou de grandes transformações locais ou mundiais. Muitas vezes tais mudanças são geradas durante certo tempo e, a partir de algum movimento, tornam-se visíveis.
Assim sendo, para entender o presente, é preciso compreender o que a história significa no passado e para o futuro e, ainda, a diferença entre a história, os pontos de vista históricos e as interpretações da história.

O Estado brasileiro, escravista durante mais de trezentos anos, reestruturado por conceitos republicanos excludentes, impôs e estimulou, ao longo da história, conceitos de nacionalidade que determinaram um discurso cultural distante da realidade multi-cultural do país.
A cultura brasileira, essencialmente permeada por valores femininos, negros, caboclos, indígenas, definida por encontros e conflitos, foi mediada, durante anos, pelo discurso da democracia racial e sua manifestação material legitimada a partir de uma leitura política branca.
A rica diversidade da cultura dos povos de origem européia aqui recriada, as africanidades brasileiras, as contribuições asiáticas, judias e árabes, as expressões indígenas resultantes dos conflitos da colonização, as características de nossa 'antropofagia', nossa identidade construída com referência em uma diversidade hierarquizada -, nem sempre essa dinâmica foi considerada pelo discurso que justifica e teme as desigualdades estruturais.
Começa, porém, a ser desenhada uma cultura de democracia participativa, que necessariamente inclui a cidadania cultural. O Brasil, Estado/nação, vive, neste momento, um período privilegiado no que diz respeito às possibilidades de concretizar transformações fundamentais abortadas em vários períodos da história. As profundas transformações dos conceitos de identidade nacional são então amparadas por uma política cultural inclusiva, que começa a se materializar valorizando a diversidade e desestruturando a hierarquia herdada da escravidão.

Espelho, espelho meu....
Em 1814, o governo geral do Rio de Janeiro recomenda ao governador da Bahia:
'Determina Sua Alteza Real que V. Exa. proíba absolutamente os ajuntamentos de Negros chamados vulgarmente batuques, não só de dia, mas muito particularmente de noite, pois ainda que se lhes permitisse isto para os fazer contentes não deve continuar esta espécie de divertimento, depois de terem abusado tanto dela.
Uma das características do preconceito brasileiro é seu caráter não oficial. Enquanto em outros países foram adotadas estratégias jurídicas que garantissem a discriminação dentro da legalidade da lei, no Brasil, desde a proclamação da República, nenhum dispositivo jurídico fez referência explícita a qualquer diferenciação pautada na raça. Porém, o silêncio não é sinônimo de inexistência, e o racismo foi aos poucos adentrando a sociedade brasileira, primeiro de forma “científica” com o darwinismo racial, e depois pela própria ordem do costume. Uma evidência de que o poder público brasileiro finalmente admitiu que havia forte preconceito racial no Brasil se deu em 1951, com a Lei Afonso Arinos, lei esta que tornou contravenção penal a recusa de hospedar, servir, atender ou receber cliente, comprador ou aluno por preconceito de raça ou de cor. Também considerava crime a recusa de venda em qualquer estabelecimento público. A punição variava de quinze dias a treze meses. Porém, a falta de cláusulas impositivas e de punições severas tornou a medida ineficaz mesmo no combate a casos bem divulgados de discriminação no emprego, escolas e serviços públicos

A Constituição Federal de 1988, pela lei nº 7716, de 5 de janeiro de 1989, tornou o racismo um crime inafiançável. Essa lei, igualmente, se mostrou ineficaz no combate ao preconceito brasileiro, pois só considera discriminatórias atitudes preconceituosas tomadas em público. Atos privados ou ofensas de caráter pessoal são inimputáveis, mesmo porque precisariam de testemunha para sua confirmação. De acordo com essa lei, racismo é proibir alguém de fazer algo em virtude da sua cor de pele. Então, o racismo no Brasil é punível quando reconhecidamente público, em hotéis, bares, restaurantes ou meios de transporte, locais de grande circulação de pessoas. A lei, portanto, se mostra limitada, pois o racismo à brasileira é algo condenável na esfera pública, mas que persiste na esfera privada do interior do lar ou em locais de maior intimidade, onde a lei não tem alcance. 

Na maior parte dos casos, o ofensor se livra da pena, ora porque o flagrante é impossível, ora porque as diferentes alegações colocam a acusação sob suspeita. Em consequência, apesar das boas intenções do legislador brasileiro, o texto legal não dá respaldo ao lado intimista e jamais afirmado do racismo tipicamente brasileiro. Exemplo da ineficácia é a atuação da Delegacia de Crimes Raciais de São Paulo. Nos três primeiros meses de funcionamento, em 1995, a instituição registrou somente 53 ocorrências, menos de uma por dia. Isso não revela a inexistência do preconceito, mas a falta de credibilidade dos espaços oficiais de atuação. Na falta de mecanismos concretos, a discriminação transforma-se em injúria ou admoestação de caráter pessoal e circunstancia.

“Na luta contra o racismo, o silêncio é omissão”.(Jacques d´Adesky)

Rebele -se Contra o Racismo!

Um afro abraço.

Fonte: www.coladaweb.com › Sociologia/Wikipédia, a enciclopédia livre/

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

26 de outubro - Dia Internacional da Cruz Vermelha


 É a data da Conferência Internacional de Genebra, em 1863, que deu origem à entidade. A iniciativa foi de Henry Dunant, um negociante suíço preocupado com o abandono dos feridos nos campos de batalha de Solferino, no norte da Itália. Naquela época, não existiam organizações destinadas a atender os soldados ou a população atingidos em conflitos, e quem acabava fazendo esse tipo de serviço eram os próprios sobreviventes. Dunant insistiu que era fundamental que os voluntários para essa atividade se mantivessem neutros e atendessem os feridos de todos os lados envolvidos na batalha. Estas idéias levaram à criação do Comitê Internacional para a Assistência aos Feridos, que mais tarde se transformou no Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
A Cruz Vermelha é uma organização internacional cujo objetivo principal é prestar socorro, assistência e proteção aos feridos, enfermos, necessitados, prisioneiros e refugiados, tanto na guerra como na paz. À Cruz Vermelha também interessa o bem público, a educação, a assistência social, enfim, todas as ações que visem evitar a moléstia, melhorar a saúde e aliviar o sofrimento das pessoas. 

Há mais de cem anos presente em todos os continentes e na maioria dos países, a Cruz Vermelha congrega milhões de voluntários e estende suas atividades a inúmeros setores.

A idéia de criar a Cruz Vermelha nasceu em junho de 1859, no campo de batalha de Solferino, ao norte da Itália. Seu idealizador foi o suíço Henri Dunant (8/5/1828-30/10/1910), que se emocionou ao ver os feridos abandonados pelos funcionários do serviço de saúde militar que, sobrecarregados, não podiam ajuda-los.

Dunant escreveu um pequeno livro, Recordações de Solferino, publicado em novembro de 1862, no qual relatou os terrores da guerra e apresentou algumas idéias práticas para tentar solucionar a terrível situação que descrevera. Defendeu a criação de sociedades de socorro de caráter nacional, prevendo a necessidade de serem estipuladas regras humanitárias a serem seguidas por todas as nações.

Assim, surgiram as Convenções de Genebra, que deliberaram princípios éticos e humanitários para a criação de sociedades de ajuda. Em fevereiro de 1863, foi formada uma Comissão Especial na Sociedade Genebresa de Utilidade Pública, com o objetivo de pôr em prática as idéias de Dunant. Foi composta por: Gustave Moynier, Theodore Maunoir, Luís Appia, Henry Dufour e Henri Dunant. De 26 a 29 de outubro de 1863, a Conferência Internacional de Genebra reuniu representantes de 16 nações e adotou dez resoluções e três moções que deram origem à Cruz Vermelha, entre as quais se destacam:

Criar, em cada país, um Comitê de Socorro, para ajudar, em tempo de guerra, serviço de saúde dos exércitos;
- Formar enfermeiras voluntárias em tempo de paz;
- A Neutralizar as ambulâncias dos hospitais militares e do pessoal de saúde;
- Adotar um símbolo no uniforme, unindo a braçadeira branca com uma cruz vermelha.

No dia 22 de agosto de 1864, a Primeira Convenção de Genebra para a Melhoria da Condição dos Feridos nos Exércitos em Campanha foi formalmente adotada e ratificada por 55 países.

A Cruz Vermelha Brasileira foi fundada em 5 de dezembro de 1908. Seu primeiro presidente foi Osvaldo Cruz. Trata-se de uma sociedade supra-estatal, filantrópica e independente, constituída com base nas Convenções de Genebra. Sediada no Rio de Janeiro, baseia-se nos sete princípios da Cruz Vermelha: humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universidade.

Reconhecida pelo Governo Federal, em 1911, para exercer suas atividades em todo o território nacional, teve a aprovação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em 1912. Possui filiais estaduais e municipais e sócios voluntários, contribuintes, beneméritos e honorários.


Missão

A missão do CICV é proteger e assistir vítimas dos conflitos armados e outras situações de violência, sem importar quem elas sejam. Esta missão foi outorgada pela comunidade internacional e possui duas fontes:
- as Convenções de Genebra de 1949, que incumbem o Comitê de visitar prisioneiros, organizar operações de socorro, reunir familiares separados e realizar atividades humanitárias semelhantes durante conflitos armados;
- os Estatutos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que encorajam a organização a empreender um trabalho semelhante em países que não vivem uma guerra internacional, mas possuem situações de violência interna, às quais portanto as Convenções de Genebra não se aplicam.
Suas principais atividades são:
  • visitar prisioneiros de guerra e civis detidos;
  • procurar pessoas desaparecidas;
  • intermediar mensagens entre membros de uma família separada por um conflito;
  • reunir famílias dispersas;
  • em caso de necessidade, fornecer alimentos, água e assistência médica a civis;
  • difundir o Direito Internacional Humanitário (DIH);
  • zelar pela aplicação do DIH;
  • chamar a atenção para violações do DIH e contribuir para a evolução deste conjunto de normas.
Além disso, o CICV procura agir de forma preventiva e atua em parceria com as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em cada país, a exemplo da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) no Brasil, e com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Princípios Fundamentais

O trabalho do Comitê Internacional da Cruz Vermelha está baseado em sete princípios fundamentais:
  • Humanidade - socorre, sem discriminação, os feridos no campo de batalha e procura evitar e aliviar os sofrimentos dos homens, em todas as circunstâncias.
  • Imparcialidade - não faz nenhuma distinção de nacionalidade, raça, religião, condição social e filiação política.
  • Neutralidade - para obter e manter a confiança de todos, abstém-se de participar das hostilidades e nunca intervém nas controvérsias de ordem política, racial, religiosa e ideológica.
  • Independência - as Sociedades Nacionais devem conservar sua autonomia, para poder agir sempre conforme os princípios do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
  • Voluntariado - instituição de socorro voluntário e desinteressado.
  • Unidade - só pode haver uma única Sociedade Nacional em um país.
  • Universalidade - instituição universal, no seio da qual todas as Sociedades Nacionais têm direitos iguais e o dever de ajudar umas às outras.

  • As operações do CICV no mundo
  • Com 12,3 mil funcionários, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha está presente em mais de 80 países por meio de delegações, subdelegações, escritórios e missões da seguinte forma no final de 2009:
    • África - 27
    • Ásia e Pacífico - 14
    • Europa e Américas - 27
    • Oriente Médio e Norte da África - 12

    As principais operações no mundo são (por ordem alfabética):
     Afeganistão, Colômbia, Côte d`Ivoire (Costa do Marfim), Iêmen, Iraque, Israel e territórios ocupados, Líbia, Paquistão, República Democrática do Congo (RDC), Síria, Somália e Sudão.

    O Direito Internacional Humanitário (DIH) é um conjunto de normas - entre elas Convenções de Genebra e as Convenções de Haia - que rege as práticas de guerra com o objetivo de limitar os efeitos dos conflitos armados por razões humanitárias. Embora a prática da guerra seja muito antiga, apenas há 150 anos os Estados criaram normas internacionais para proteger as pessoas. O DIH, de quem o CICV recebeu dos Estados o mandato de guardião, é também conhecido como "Direito da Guerra" ou "Direito dos Conflitos Armados".
    Na Somália, o CICV presta assistência emergencial às pessoas afetadas diretamente pelo conflito armado, que vivem em uma situação quase sempre agravada por desastres naturais, e administra extensos programas de primeiros socorros, assistência médica e assistência básica à saúde. Promove o respeito ao Direito Internacional Humanitário (DIH) e realiza projetos de agricultura e água para melhorar a segurança econômica e as condições de vida da população.
    O agravamento da seca do Chifre da África motivou o Comitê a aumentar sua operação no país, no qual milhares de pessoas sofrem com a escassez de água e de alimentos. A organização começou a trabalhar na Somália em 1977, para responder às necessidades humanitárias da guerra entre este país e a Etiópia.
    Um afro abraço.
    fonte:www.cvbsp.org.br/wikipedia livre/.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dia Nacional de luta: Contra a exploração da mulher


"A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 25 de outubro como o Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher. Mais do que uma data no calendário, este dia propõe a reflexão acerca dos problemas que ainda hoje atingem as mulheres no mundo".

A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros. Nesse contexto, a criança ou adolescente não é considerada sujeito de direitos, mas um ser despossuído de humanidade e de proteção. A violência sexual contra meninos e meninas ocorre tanto por meio do abuso sexual intra familiar ou interpessoal como na exploração sexual.

Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, por estarem vulneráveis, podem se tornar mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.

As violações dos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes não se restringem a uma relação entre vítima e autor. Essas violações ocorrem (e são provocadas) pela forma como a sociedade está organizada em cada localidade e globalmente.
Podem ser destacadas, nesse aspecto, as atividades turísticas que não consideram os direitos de crianças e adolescentes, facilitando ações de exploração sexual. Nesse contexto, também estão os grandes empreendimentos que, quando não assumem a sua responsabilidade social, causam impactos nos contextos locais potencializando a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, o estímulo ao uso de drogas e a entrada e permanência de meninas e meninos nas redes de exploração sexual.

O enfrentamento à violação de direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes pressupõe que a sexualidade é uma dimensão humana, desenvolvida e presente na condição cultural e histórica de homens e mulheres, que se expressa e é vivenciada diferentemente nas diversas fases da vida. Na primeira infância, a criança começa a fazer as descobertas sexuais e a notar, por exemplo, diferenças anatômicas entre os sexos. Mais à frente, com a ocorrência da puberdade, passa a vivenciar um momento especial da sexualidade, com emersão mais acentuada de desejos sexuais.
Nessas fases iniciais do desenvolvimento da sexualidade (infância e adolescência), é fundamental a atenção, a orientação e a proteção a partir do adulto. Nenhuma tentativa de responsabilizar a criança e o adolescente pela violação dos seus direitos pode ser admitida pela sociedade.
Aos adultos, além da sua responsabilidade legal de proteger, de defender crianças e adolescentes, cabe o papel pedagógico da orientação e acolhida. Dessa forma, buscando superar mitos, tabus e preconceitos oferecendo segurança para que possam se reconhecer como pessoa em desenvolvimento e se envolver coletivamente na defesa, garantia, e promoção dos seus direitos.
Queremos convocar todos – família, escola, sociedade civil, governos, instituições de atendimento, igrejas, universidades, mídia – para assumirem o compromisso no enfrentamento da violência sexual, promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.

A cada ano temos registrado uma adesão maior de municípios na mobilização em torno do “18 de Maio” por meio de caminhadas, audiências públicas, debates nas escolas, concurso de redação nas escolas, exibição de filmes e debates, realização de seminários e oficinas temáticas e de prevenção a violência sexual, panfletagem, criação de produtos de comunicação sobre a temática, campanhas nas rádios e entrevistas com especialistas entre outros.

Queremos ressaltar a responsabilidade do poder público e da sociedade na garantia da atenção às crianças, adolescentes e suas famílias, por meio da atuação em rede, fortalecendo o Sistema de Garantia de Direitos preconizado no ECA (Lei Federal 8.069/90) e tendo como lócus privilegiado os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente no âmbito dos estados e municípios.
Lembramos o compromisso de todos os pontos focais, entidades governamentais e ou não governamentais em garantir a participação de crianças e adolescentes em todo o processo de organização e realização das atividades que marcam o Dia Nacional de Luta contra a Violência Sexual.

Em geral, atos de opressão e exploração ocorrem de forma mais contundente em grupos mais vulneráveis, como é o caso de idosos, crianças e mulheres. Quando falamos em “exploração”, imediatamente vem a nossa cabeça a ideia de abuso sexual. Mas existem diferentes formas de explorar uma pessoa. No caso das mulheres, temos a jornada de trabalho, aliada à condição de cumprir o papel de esposa e dona de casa, a exploração no ambiente profissional e outras que dizem respeito ao seu desenvolvimento como ser humano e a liberdade para decidir sobre sua vida e seu próprio corpo.

Biológica e historicamente, as diferenças entre homens e mulheres existem desde sempre. Mulheres são mais frágeis fisicamente, têm menores salários, sofrem mais preconceito e são mais exploradas. Mesmo após lutas e reivindicações, apenas alguns direitos foram alcançados. Hoje participamos dos processos eleitorais, temos direitos trabalhistas, trabalhamos fora, adquirimos independência.

Mas nem todo avanço que tivemos é capaz de sufocar os casos de exploração contra as mulheres nos quatro cantos do mundo. Em alguns países, por exemplo, somos tratadas como seres inferiores, muitas vezes subjugadas às decisões e vontades dos maridos ou companheiros, pais ou superiores, sem direito à voz, à vez e a voto. Temos salários menores, somos exploradas sexual e moralmente, sofremos assédios de toda a ordem, somos desrespeitadas em nossos desejos e vontades.

Em meu trabalho como defensora pública, presenciei inúmeros casos de exploração contra mulheres de todas as idades. Sempre sofri com elas. Essa vivência se repetiu no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), instituição na qual participei.

Sozinhas não fomos capazes de lutar contra as diferentes formas de exploração a que somos submetidas. Foi preciso a intervenção da ONU para tentar frear esses abusos contra as mulheres. Mas os casos continuam a acontecer. Por isso, defendo a educação das crianças, cidadãos de amanhã, para que possamos um dia riscar esta data do calendário e não falarmos mais sobre mulheres exploradas, feridas em seus corpos e suas dignidades. Precisamos educar para a igualdade de gênero, mas também pelo respeito às diferenças. Educar para o convívio respeitoso e digno entre mulheres e homens. Só assim estaremos contribuindo para um mundo mais igualitário e justo.


Datas alusivas a luta pela igualdade de gênero



24 de fevereiro - Dia da conquista do voto feminino no Brasil

8 de março - Dia Internacional da Mulher

21 de março - Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

30 de abril - Dia Nacional da Mulher

17 de maio - Dia Internacional contra a Homofobia

18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

28 de maio - Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Morte Materna

25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

26 de agosto  - Dia da Igualdade Feminina

29 de agosto - Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil

23 de setembro - Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças

28 de setembro - Dia pela Descriminalização do aborto na América e Caribe

10 de outubro - Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher

25 de outubro - Dia Internacional contra a Exploração da Mulher

20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

25 de novembro - Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher



1º de dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids

6 de dezembro - Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres

10 de dezembro - Dia Mundial dos Direitos Humanos


Um afro abraço.


fonte:www.spm.rs.gov.br/conteudo.php/http://www.comitenacional.org.br>

domingo, 21 de outubro de 2012

UM REFLEXO SOBRE RELIGIÃO, JUVENTUDE NEGRA E FÉ...


A Campanha da Fraternidade de 2013 terá como tema a Juventude. Ótimo! Mais do que necessária. Oxalá a juventude da igreja católica e de outras igrejas, as comunidades cristãs da Igreja Católica e de outras igrejas e pessoas de boa vontade deem as mãos e unam os corações para que a Opção Preferencial pelos Pobres e pelos Jovens se torne uma realidade concreta entre tod@s na atualidade, no Brasil.

Acredito que uma das tarefas dos jovens, hoje, é olharmos um pouco para a história da nossa América Afrolatíndia. Segundo Eduardo Galeano, autor do livro As veias abertas da América Latina – de leitura indispensável – e de muitos outros livros necessários para uma boa compreensão da nossa história, a América Latina é uma peça fundamental para o enriquecimento das nações dominadoras, restando como consequência dessa lógica de exploração imperialista o subdesenvolvimento crônico do nosso continente e as intermináveis crises sociais que vivemos por nunca conseguirmos nos desvencilhar do status de colônia. A riqueza das potências é a pobreza da América Latina.”.
O Brasil enquanto nação formou-se a partir da fusão de três grupos étnicos: a população negra africana escravizada, os europeus e os indígenas. No entanto, o reconhecimento da contribuição civilizacional para a construção deste país é hierarquicamente diferenciada, restando aos negr@s e indígenas uma posição marginalizada social e economicamente.

Ao longo da História deste país, instituiu-se um padrão de cidadão, que a pesar da tão propalada teoria da mestiçagem, deveria ser branco e cristão. É por isso que invariavelmente @s brasileir@s tem dificuldade em assumir as suas heranças negras e indígenas. É por essa razão que nas escolas e programas de televisão comumente observam-se piadas racistas e inúmeras formas de discriminação que constroem uma cultura racista e preconceituosa.
A população negra, apesar de sua garra e determinações históricas e ideológicas, ocupou um lugar subalterno nos mais diversos setores da vida social. Constatam-se omissões e lacunas presentes no tratamento da história, da cultura, do trabalho e da resistência negra no Brasil e desinformações sobre o continente africano. As muitas instituições culturais – escola, TV, rádio, cinema, e etc. - têm desempenhado um papel importante na reprodução de padrões e valores eurocêntricos negando os referenciais históricos e culturais da população negra brasileira.
Durante a Colônia e o Império no Brasil, a reprodução da força de trabalho e a inserção da ideologia dominante – ao contrário do que ocorreu na Europa onde a educação e a cultura tiveram papéis fundamentais – eram exercidos pela violência da Escravidão com a conivência da igreja. O projeto de país era claro e objetivo: a população negra e, portanto, a juventude negra era alvo da violência explicita da elite escravocrata e do Estado.

O extermínio físico e mental fazia parte da estrutura organizativa da sociedade. Não havia dissimulação e legitimavam de inúmeras formas. Uma das maneiras de justificar a exploração e opressão sobre a população negra estava na ideologia religiosa da Igreja Católica.

Sabe-se que muitas ideias e justificativas foram utilizadas para escravizar @s african@s. Uma tem importância fundamental: a justificativa religiosa. Setores da Igreja Católica buscando legitimar a escravização africana afirmaram baseados na Bíblia (Gênesis 9, 21-27) que @s african@s eram herdeiros de Cam, filho de Noé, amaldiçoado por seu pai e predestinado a ter uma vida de servo, bem como seus descendentes. Num malabarismo histórico, @s african@s foram tornados descendentes de Cam e, portanto, passíveis do amaldiçoamento bíblico.
Nesse sentido, a escravização e o extermínio seriam o preço a pagar pela redenção do pecado cometido por Cam. Era a sina da população negra africana e seus descendentes visando à regeneração e purificação dos pecados, dizia o repertório ideológico da classe dominante branca, masculina, judaico-cristã, latifundiária e escravocrata.
“A ordem e o progresso que a elite quer atingir por meio da eliminação cultural e física da população negra ainda continua e não tem prazo de validade.”

Acredito que pensamento como estes funciona para a classe dominante legitimar e perpetuar suas condutas, mais não serve para nós negr@s e nossa juventude. Muito pelo contrário, desde os primeiros dias da escravidão e da montagem do capitalismo dependente que a resistência se faz sentir de inúmeras formas e de variadas ações: fugas, quilombos, quebra de maquinaria, queima da produção, “assassinato” dos senhores e revoltas, muitas revoltas...
Desde a chegada dos primeiros Navios Negreiros transportando africanos escravizados para o território brasileiro que a História da população negra tem sido de superar os obstáculos postos à sua existência.

Conceitos...

 Penso que verdade não é adequação de um conceito a um objeto. Isso é verdade formal. “Verdade é o que liberta todos e tudo”, diz o quarto evangelho da Bíblia. A verdade deve ser buscada conjuntamente. Ninguém é dono da verdade, mas verdade como o que liberta deve ser buscada a partir dos pobres, excluído, sem terra, indígenas, negros, pessoas com deficiências, idosos, desempregados, homossexuais, mãe terra, irmã água, favelados, vítimas da violência...

Tá e o que este discurso histórico tem haver com Fé?
Precisamos perceber que a coisa sagrada é também profana. Profanar é retirar do uso exclusivo para dar acesso a todos. Profanar vem do verbo grego faneo, que quer dizer “brilhar”. Ou seja, que o brilho do sagrado seja estendido a todos sem distinção, sem nenhuma discriminação ou qualquer dualismo. Dizer não há separação entre espiritual e material, entre sagrado em profano, entre divino e humano, entre santo e pecador, entre puro e impuro...

Precisamos buscar vida e liberdade para todos e tudo – e não apenas para alguns – mas a partir dos últimos.

O apóstolo Paulo (Saulo), ao escrever sobre o Concílio de Jerusalém, acontecido por volta dos anos 49/50 do século 1º disse que a circuncisão, a maior de todas as barreiras, tinha sido abolida e que a única coisa que os apóstolos fizeram questão de alertar foi: “Não esqueçam os pobres.” (Gal 2,10) Esse alerta deve ser acolhido pelos jovens também. Mas faz bem ter um bom entendimento sobre quem é pobre...

 O carente economicamente, a mulher, o indígena, o negro, o homossexual, a divorciada, a mãe terra, a irmã água, o meio ambiente.

Enxerga o pobre apenas como um poço de carência, como um coitado, e um equivoca. Eu acredito que o Criador, Deus, Oxalá ou como você queira chamar age de dentro pra fora, pois de enxerga da mesma forma... sem mascaras ou títulos.

A Teologia da Libertação acredita que “o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”, conforme dizia Dom Hélder Câmara.

Cada experiência religiosa é sempre um novo nascimento, um renascer. No Candomblé há essa fé muito arraigada da comunidade com a ancestralidade, onde se entende que somos tod@s um. É a união do Orum com a terra. Tod@s estamos ligad@s e os orixás nos fazem viver essa força, o axé. O axé tem essa dimensão de vir de não se sabe onde e seguir para qualquer lugar, é o vento que sopra, é à força do Espírito. É interessante que na doutrina judaica não há, propriamente, uma teologia do Espírito Santo, porque o monoteísmo judaico não distinguiu as três pessoas da divindade como o fez o Cristianismo. Porém, o judaísmo fala da Ruah, o sopro de Deus. A imagem do sopro, da brisa, está no livro dos Reis, na história de Elias, por exemplo, que ouve trovões, barulhos fortes e depois ouve a brisa, e na brisa é que Deus se revela. A brisa, o vento que sopra Deus que se mostra para cada uma e cada um de nós, como essa força unificadora, que nos faz buscar sermos aquelas e aqueles que buscam fazer a terra ser habitável para todas e todos, na força do Espírito, o espiritísmo fala de superar a si mesmo e que nos somos nosso maior inimigo que sem caridade não há salvação, na busca da Maíra de tudo (a Terra sem Males, dos Guarani).

Refletir sobre as juventudes negras como sujeitos de direito e assumir os seguintes compromissos de incidência pública:

1.    Construir, nas comunidades, possibilidades de diálogos e intervenções a partir dos Direitos Humanos com intuito de fortalecer as ações a serem descendentes;
2.    Oportunizar liturgias a partir das experiências corpóreas, identitárias e culturais das juventudes;
3.    Fortalecer a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – inclusão das temáticas (negra e indígena), nas Escolas Dominicais e de Formação Teológica;
4.    Garantir espaços de participação e visibilidade para as juventudes, com equidade de gênero e etnia;
5.     Politização das Comunidades: organização por meio de conferências livres, para enviar o maior número de propostas para a Conferência Nacional da Juventude.
 7.    Fortalecer as campanhas nacionais contra o extermínio das juventudes.

Precisamos nos posicionar como corpos negros que resistem às desigualdades e injustiças e continuam a afirmar e construir em esperança uma casa realmente habitável para tod@s em diversidade-irmandade.


Claudia Vitalino (UNEGRO/RJ)
UM AFRO ABRAÇO.
Rebele-se contra o Racismo!

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre/momentodereflexao-angelo. blogspot.com/www.ecodebate.com.br/ujab.ieab.org.br/category/ecumenismo/.         


sábado, 20 de outubro de 2012

Grandes Personalidades Negras – Albert Luthuli


“Chefe Zulu, professor e líder religioso africano do sul nascido na Rodésia, Presidente do African National Congress (1952-1960)”.

Primeiro negro a receber o Prêmio Nobel da Paz, Albert John Luthuli Mvumbi foi defensor da não-violência e forte opositor do Apartheid. Lutou incansavelmente por uma África do Sul que pertencesse a todos os que nela viviam, fossem negros ou brancos. Foi presidente do Congresso Nacional Africano e, em conjunto com o Congresso Indiano da África do Sul, retomou, nos anos 1950, a luta de não violência iniciada por Ghandi. 

Filho de um Adventista do Sétimo Dia, Albert Luthuli nasceu em 1898 perto de Bulawayo, Rodésia do Sul. Desde jovem era considerado liderança em grupos que iam de familiares a comunitários, chegando à política.

Liderou milhares das pessoas que boicotaram os ônibus onde a distinção racial era vigente, não adquiriam certos produtos agrícolas e desobedeciam as leis racistas. Como a maioria que lutava pela igualdade entre os homens, Luthuli foi preso e processado. Em 1959 foi proibido de participar de manifestações populares e obrigado a se exilar de sua terra natal durante 5 anos. Morreu misteriosamente atropelado por um trem em 1967.

Lutuli nasceu perto de Bulawayo, no território do atual Zimbábue, numa missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia; seu pai morreu quando ainda era bebê.
Foram morar então com um tio, Martin Luthuli, que então era o chefe numa missão cristã zulu da Reserva Umvoti, próximo a Groutville.

 Graças ao empenho de sua mãe, Lutuli pôde estudar no Ohlange Institute, onde ficou dois períodos, transferindo-se depois para  colégio interno missionário metodista em Edendale, onde em 1917 formou-se como professor.  Em seguida foi lecionar na região montanhosa de Natal, até que em 1920 recebeu uma bolsa do governo para faculdade de magistério no Adams College High School, após o qual foi nomeado seu secretário e, depois, diretor.Teve que exercer esses cargos para poder auxiliar financeiramente a mãe, recusando uma bolsa para a Universidade de Fort Hare.
 Em 1928 tornou-se secretário da African Teacher's Association e em 1933 seu presidente.
Em 1935 aceitou a pressão dos anciãos de sua tribo, tornando-se chefe da Reserva Groutville.
Durante muitos anos foi um pregador leigo, membro de várias congregações cristãs e parte da executiva do Christian Council of South Africa.
 Com a morte de John Dube em 1946, Lutuli candidata-se à sua sucessão, procurando dotar o Native's Representative Council de maior coerência nas ações, até então dividida em disputas internas. É derrotado, contudo, por Selby Msimang; quando a instituição já estava quase acabada, em 1948, Lutuli é feito seu presidente.

Ainda em 1948 passou nove meses nos Estados Unidos, numa série de palestras financiadas por duas organizações religiosas.

 Em 1951, com apoio da Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano, começa a ter repercussão nacional no âmbito do CNA. Seu apoio à Campanha de Desafio, em 1952, fez o governo obrigá-lo a demitir-se da função de chefe. Em resposta publica seu manifesto pacifista "O Caminho da Liberdade é a Via Crucis" Neste ano foi eleito presidente-geral do CNA.
A partir de 1953 Lutuli foi condenado pelo regime racista instalado desde 1948 ao confinamento domiciliar.
  Em 1955 recebeu, durante o Congresso do Povo , a mais alta condecoração do CNA - oIsitwalandwe Seaparankoe.
Por sugerir um dia nacional de lamentação pelo Massacre de Sharpeville e haver queimado publicamente o passe obrigatório, num gesto simbólico de desobediência civil às leis segregacionistas, Lutuli foi condenado em 1960 no Julgamento por Traição a seis meses de prisão, tendo em seguida a pena suspensa.
Mesmo sofrendo pena de restrição, foi autorizado a sair do país para que, em dezembro de 1961, fosse até Oslo receber o Prêmio Nobel da Paz, numa situação que o jornal Die Transvaler qualificou como um "inexplicável fenômeno patológico" por parte do parlamento norueguês. Na premiação Lutuli compareceu usando o tradicional chapéu de chefe tribal, e surpreendeu a plateia, ao final, cantando Nkosi Sikelel' iAfrika e, no dia seguinte, os jovens diante do paço municipal, atirando-lhes bolas de neve.
Mesmo com a oposição de Nelson Mandela, defendeu o ingresso de não-negros no CNA, que se deu em 1954 com a criação doCongresso do Povo; em sua presidência proibiu que a instituição adotasse a resistência armada ao regime; com o massacre de Sharpeville, contudo, deu carta-branca a Mandela para que este criasse um braço armado, desde que não houvesse vinculação com o Congresso, o que ocorreu com a criação do Umkhonto we Sizwe, em 1961.

 Lutuli morreu, aos 69 anos, atropelado por um trem, cuja aproximação não ouvira, em sua aldeia natal de Groutville, em episódio não inteiramente esclarecido.

Um afro abraço.

Fonte:www.luthulimuseum.org.za/history.html / www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

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