Dentro do movimento negro evangélico surge, naturalmente, o movimento black Music gospel. Isto se dá no Brasil a partir dos anos noventa. A junção desses dois movimentos ainda não aconteceu dados aos fatores históricos e questões de ordem teológicas. Grande parte dos membros deste movimento são oriundos das igrejas neo pentecostais onde de certa forma, as doutrinas sufocam a militância porque não permitem a reflexão, menos ainda a consciência negra. Assim, este movimento busca uma transformação social aqui e agora, ficando apenas na musica.
Talvez um dos velhos estilos da música negra que realmente se aproximou do Gospel foi o Negro Spirituals (em português, as canções harmoniosas dos "Negros Espirituais"). A história dos negro spirituals se confunde com a história dos africanos em continente americano, existindo 3 marcos principais:
1865: Abolição da escravatura, nos EUA.
1925: Renascença Negra.
1985: o Primeiro Dia do Dr. Martin Luther King.
As primeiras músicas negro spirituals foram inspiradas pela música africana. Algumas delas eram chamados de "shouts" (gritos, clamores) e acompanhavam danças típicas, incluindo bater palmas e o pés no chão. Após o culto, as congregações costumavam permanecer para um "clamor em círculo". Os homens e mulheres eram dispostos em círculo. A música começava, talvez com um cântico espiritual, e o círculo passava a se mover, primeiro lentamente, depois mais rápido com a aceleração do ritmo. A mesma frase musical era então repetida várias vezes durante horas.
A escravidão foi um tema importante para a Igreja americana. Muitos pastores foram contra essa prática, como J. D. Long e assim muitos escravos foram aceitos nos cultos da Igreja. Os escravos permaneciam após o culto, nas Igrejas ou mesmo nas "casas de adoração" nas plantações, para cantarem e dançarem. Nos encontros rurais, milhares de escravos foram agrupados e listados por pregadores itinerantes, e cantavam cânticos espirituais ("spirituals"), por horas. Assim, nas zonas rurais, os "spirituals" eram cantados, principalmente fora das igrejas. Nas cidades, por volta de 1850, o Movimento Protestante Reavimento da Cidade criou um novo gênero de música, que era popular, para reuniões de avivamento organizado por este movimento, tendo sido erguidas tendas temporárias nos estádios, onde os frequentadores podiam cantar.
Na igreja, hinos e salmos eram cantados durante os cultos. Alguns deles foram transformados em canções típicas do afro-americano: são eles conhecidos como "Dr. Watts". O Dr. Isaac Watts foi um ministro Inglês, que publicou vários livros: "Hymns e Spiritual Songs", em 1707, "Os Salmos de Davi", em 1717. Várias denominações protestantes aprovaram seus hinos, que foram incluídos em vários hinários, naquele momento.
As letras de "negro spirituals" eram intimamente ligadas com a vida dos seus autores: os escravos. Embora as canções de trabalho lidassem apenas com a sua vida diária, os spirituals foram inspirados pela mensagem de Jesus Cristo e sua Boa Nova (Evangelho) da Bíblia: "Você pode ser salvo". Eles são diferentes de hinos e salmos, porque eram uma maneira de compartilhar a condição difícil de ser escravo. Muitos escravos na cidade e nas plantações tentaram correr para um "país livre", que eles chamaram de "minha casa" ou "Doce Canaã, a Terra Prometida". Este país estava no lado norte do rio Ohio, que eles chamavam de "Jordão".
Entre 1865 e 1925
A escravidão foi abolida em 1865. Então, alguns afro-americanos foram autorizados a ir para a faculdade. No Fisk University, uma das primeiras universidades para afro-americanos, em Nashville (Tennessee), alguns educadores decidiram arrecadar fundos para apoiar a sua instituição. Assim, realizaram turnês no Novo Mundo e na Europa, cantando "negro spirituals" (Fisk Jubilee Singers). Depois de 1865, a maioria dos afro-americanos não queriam lembrar as músicas que cantavam nos dias difíceis da escravidão. Isso significa que, mesmo quando cantavam negro spirituals, eles não tinham orgulho de fazê-lo.
Na década de 1890, sugem as Igrejas Santas e Santificadas (Holiness and Sanctified Churches), dentre as quais a Igreja de Deus em Cristo. Nessas igrejas, a influência das tradições africanas eram evidentes. Essas igrejas eram herdeiras das canções com gritos, palmas, bater os pés e de jubileu, como se fossem as antigas "casas de adoração" nas plantações.
No início do século XIX, os afro-americanos estavam envolvidos no "Segundo Despertamento". Eles se conheciam em reuniões campais e cantavam músicas sem hinário. Assim, as músicas eram compostas de forma espontânea. Eles eram chamados de "cânticos espirituais" e o termo "sperichil" (espiritual) apareceu pela primeira vez no livro "Slave Songs of United States".
O Segundo Despertamento dava grande destaque ao potencial de escolha e decisão do ser humano. Essa característica, que combinava com os ideais de liberdade e iniciativa individual da jovem nação, encontrou sua expressão mais eloqüente no avivalista Charles G. Finney (1792-1875), que empregava técnicas de “apelos” insistentes, num clima de muita emoção, bem como acompanhamento aos que se “decidiram por Cristo” através de conselhos, instruções, técnicas essas que foram, em geral, incorporadas nas “Cruzadas evangelísticas” até o presente.
Entre 1925 e 1985
Na década de 1920, a Renascença Negra (Black Renaissance) foi um movimento artista sobre poesia e música. Surgida em bairros como o Harlem (considerado o palco do movimento), ela influenciou a maneira de cantar e interpretar "negro spirituals". Muitos nomes podem ser citados como representantes do movimento, tais como Langston Hughes, Claude McKay, Countee Cullen, dentre outros.
Durante os anos de Black Renaissance, diversos artistas, tais como Marian Anderson ("Deep River", etc) e Paul Robeson ("We Are Climbing Jacob's Ladder", etc), promoveram o negro spirituals. Algumas deles incluíam negro spirituals em seus shows. Assim, Jules Bledsoe cantou "Deep River" num repertório que incluia clássicos e peças de ópera. Eva Jessie e seu coro criaram um oratório "A Vida de Cristo em Negro Spirituals" (1931). Dorothy Maynor era uma concertista, que costumava cantar negro spirituals.
O movimento teve uma grande importância para o desenvolvimento do negro spirituals. Em primeiro lugar, o significado histórico dessas canções foram apresentadas. Em seguida, os cantores foram "forçados" a se tornarem mais educados. Por exemplo, no século XX, os meninos costumavam cantar negro spirituals nos pátios das escolas. Seu modo de cantar não era sofisticado. Mas os educadores entendiam negro spirituals como peças musicais, e que portanto deviam ser interpretadas como tal. Novos grupos foram então formados, como a Highway QC´s (QC: Quincy College).
Esta melhoria constante do negro spirituals deu origem a outro tipo de músicas cristãs. Estas eram inspiradas na Bíblia (principalmente o Evangelho) e relacionadas com a vida diária. Thomas A. Dorsey foi o primeiro a compôr essas novas músicas (como o sucesso "There Will Be Peace in the Valley", composta para Mahalia Jackson, sendo mais tarde gravada por Elvis Presley). Ele as chamou de músicas gospel, mas algumas pessoas as chamavam "Dorseys". Ele é considerado como sendo o pai da música Gospel. A Igreja inicialmente não gostou do estilo de Dorsey e não achou apropriado para o santuário, na época.
Muitos cantores surgiram nesta época, como Mahalia Jackson, uma das principais cantoras gospel dos Estados Unidos no século 20. Em 1963 ela cantou para 250 mil pessoas, na ocasião onde Martin Luther King Jr. fez seu famoso discurso "I Have a Dream" ("Eu tenho um sonho", discurso pelos direitos civis amplamente conhecido nos Estados Unidos). Também cantou "Take My Hand, Precious Lord" no funeral de Martin Luther King Jr.
O primeiro dia do Dr. Martin Luther King foi celebrado em 1985, tornou-se um feriado nacional em 1992. Este evento é um marco na história dos afro-americanos, mostrando que esta comunidade é uma parte da nação EUA.
Na década de 1890, sugem as Igrejas Santas e Santificadas (Holiness and Sanctified Churches), dentre as quais a Igreja de Deus em Cristo. Nessas igrejas, a influência das tradições africanas eram evidentes. Essas igrejas eram herdeiras das canções com gritos, palmas, bater os pés e de jubileu, como se fossem as antigas "casas de adoração" nas plantações.
No início do século XIX, os afro-americanos estavam envolvidos no "Segundo Despertamento". Eles se conheciam em reuniões campais e cantavam músicas sem hinário. Assim, as músicas eram compostas de forma espontânea. Eles eram chamados de "cânticos espirituais" e o termo "sperichil" (espiritual) apareceu pela primeira vez no livro "Slave Songs of United States".
O Segundo Despertamento dava grande destaque ao potencial de escolha e decisão do ser humano. Essa característica, que combinava com os ideais de liberdade e iniciativa individual da jovem nação, encontrou sua expressão mais eloqüente no avivalista Charles G. Finney (1792-1875), que empregava técnicas de “apelos” insistentes, num clima de muita emoção, bem como acompanhamento aos que se “decidiram por Cristo” através de conselhos, instruções, técnicas essas que foram, em geral, incorporadas nas “Cruzadas evangelísticas” até o presente.
Entre 1925 e 1985
Na década de 1920, a Renascença Negra (Black Renaissance) foi um movimento artista sobre poesia e música. Surgida em bairros como o Harlem (considerado o palco do movimento), ela influenciou a maneira de cantar e interpretar "negro spirituals". Muitos nomes podem ser citados como representantes do movimento, tais como Langston Hughes, Claude McKay, Countee Cullen, dentre outros.
Durante os anos de Black Renaissance, diversos artistas, tais como Marian Anderson ("Deep River", etc) e Paul Robeson ("We Are Climbing Jacob's Ladder", etc), promoveram o negro spirituals. Algumas deles incluíam negro spirituals em seus shows. Assim, Jules Bledsoe cantou "Deep River" num repertório que incluia clássicos e peças de ópera. Eva Jessie e seu coro criaram um oratório "A Vida de Cristo em Negro Spirituals" (1931). Dorothy Maynor era uma concertista, que costumava cantar negro spirituals.
O movimento teve uma grande importância para o desenvolvimento do negro spirituals. Em primeiro lugar, o significado histórico dessas canções foram apresentadas. Em seguida, os cantores foram "forçados" a se tornarem mais educados. Por exemplo, no século XX, os meninos costumavam cantar negro spirituals nos pátios das escolas. Seu modo de cantar não era sofisticado. Mas os educadores entendiam negro spirituals como peças musicais, e que portanto deviam ser interpretadas como tal. Novos grupos foram então formados, como a Highway QC´s (QC: Quincy College).
Esta melhoria constante do negro spirituals deu origem a outro tipo de músicas cristãs. Estas eram inspiradas na Bíblia (principalmente o Evangelho) e relacionadas com a vida diária. Thomas A. Dorsey foi o primeiro a compôr essas novas músicas (como o sucesso "There Will Be Peace in the Valley", composta para Mahalia Jackson, sendo mais tarde gravada por Elvis Presley). Ele as chamou de músicas gospel, mas algumas pessoas as chamavam "Dorseys". Ele é considerado como sendo o pai da música Gospel. A Igreja inicialmente não gostou do estilo de Dorsey e não achou apropriado para o santuário, na época.
Muitos cantores surgiram nesta época, como Mahalia Jackson, uma das principais cantoras gospel dos Estados Unidos no século 20. Em 1963 ela cantou para 250 mil pessoas, na ocasião onde Martin Luther King Jr. fez seu famoso discurso "I Have a Dream" ("Eu tenho um sonho", discurso pelos direitos civis amplamente conhecido nos Estados Unidos). Também cantou "Take My Hand, Precious Lord" no funeral de Martin Luther King Jr.
O primeiro dia do Dr. Martin Luther King foi celebrado em 1985, tornou-se um feriado nacional em 1992. Este evento é um marco na história dos afro-americanos, mostrando que esta comunidade é uma parte da nação EUA.
Se liga:
O movimento negro evangélico tem entre seus membros pessoas do movimento ecumênico e do movimento da missão integral, que entendem ser missão das igrejas a transformação da sociedade, a reflexão engajada e uma teologia contextualizada em sintonia com a negritude. O movimento black gospel é parte deste movimento porque de raiz negra.
Já vimos que o movimento pentecostal surgiu no mesmo ambiente que gerou a musica negra. Assim como o pentecostalismo é negro a sua musica também o é. A musica negra precisa ter sentido para o movimento black gospel e o movimento negro evangélico deve levar a reflexão para o movimento black gospel, mostrando que a musica negra tem sua raiz no sofrimento dos negros escravizados que não aceitando passivamente a servidão apropriaram-se da crença e da fé como instrumento de sua libertação. Os spirituals falam da libertação do povo negro efetuada por Deus, sua vontade em corrigir a opressão dos escravos negros.
A junção destes dois movimentos corrobora com seus objetívos precípuos, mas o movimento black gospel carrega consigo grande potencial de envolver as grandes massas negras.
Um afro abraço.fonte:http://www.negrospirituals.com/ Wikipédia, a enciclopédia livre/cpdoc.fgv.br/mosaico/negritudecrista.wikia.com/wik
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