UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 28 de julho de 2015

MULHERES NEGRAS NA PRÉ MARCHA   RUMO À BRASÍLIA!!!

A Unegro- RJ participou da Pré-Marcha de Mulheres Negras 2015 Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver reuniu no dia 26 de Julho, na orla de Copacabana centenas de

representantes e simpatizantes da lua antirracista, marcando também as comemorações do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25). O evento serve como preparação para a marcha nacional, que ocorrerá no dia 18 de novembro, em Brasília.

A Unegro - RJ marcou presença levando um grande número de mulheres Unegrinas oriunda de vários municípios do Estado do Rio de Janeiro


O objetivo foi alcançado com total êxito  e mais uma vez a UNEGRORJ cumpriu o
​ seu compromisso de representar - com ousadia - essas mulheres invisibilizadas por uma sociedade machista que cultua a beleza europeia​ e dificultando assim a sua inclusão social.


Nossa realidade contextualizada historicamente no escravagismo aponta que ser mulher negra no Brasil significa sofrer essa tripla discriminação, condição esta que se estrutura nas relações de trabalho. As mulheres negras estão na sua maioria em ocupações precárias e informais, diz o IBGE. O salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora não negra. Mesmo quando sua escolaridade é similar a de uma mulher branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para esta.


"A despeito da nossa contribuição, somos alvo de discriminações de toda ordem, as quais não nos permitem, por gerações e gerações de mulheres negras, desfrutarmos daquilo que produzimos. "

A identidade negra tem sido prejudicado ao longo dos séculos pela construção negativa da imagem da pessoa negra, especialmente da mulher negra, desde a estética (cabelo, corpo, etc.) até ao papel social desenvolvido pelas mulheres negras . Nós continuam

recebendo os menores salários e são as que mais têm dificuldades para entrar no mundo do trabalho e essa realidade tem que ser enfrentada para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária, pautada no respeito às diversidades e na igualdade de direitos e oportunidades.

Estamos em marcha contra a remoção racista das populações das localidades onde habitam.Lutamos por moradia digna; por cidades que não limitem nosso direito de ir e vir e contra a segregação racial do espaço urbano e rural; por transporte coletivo de qualidade; por condições de trabalho decente nas diferentes profissões que exercemos. Valorizamos nosso patrimônio imaterial em terreiros, escolas de samba, blocos afros, carimbó, literatura e todas as demais manifestações culturais, definidoras da nossa identidade negra.

Ate Brasilia 18 de Novembro , uma puxa a outra!!!

Que possamos viver sem pedir desculpas por existimos!


Afro abraços!

fonte:UnegroNova Iguaçu /UNEGRO RJ\ Macha das Mulheres Negras 2015

domingo, 26 de julho de 2015

O RACISMO TRÁS PREJUÍZOS PARA A MULHER NEGRA...

Inúmeras pesquisas confirmam as dificuldades que implicam ser uma mulher negra no Brasil. Elas ganham menos, são maioria entre as que sofrem violência sexual e doméstica, são
mais mal tratadas no atendimento público de saúde e também são as maiores vítimas de homicídio, como comprova a pesquisa realizada pelo Ipea.

A mortalidade materna entre mulheres negras por causas variadas está aumentando no Brasil. O dado revela um fosso que separa as mulheres pretas e pardas das brancas, independentemente da classe social. Esse dado é reconhecido pelo Ministério da Saúde e foi tema de audiência pública da subcomissão especial que avalia as políticas de assistência social e saúde da população negra..

Uma em cada quatro mulheres que deram à luz em hospitais públicos ou privados relatou algum tipo de agressão no parto. Os dados do estudo “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado“, mostram em escala nacional a incidência dos maus-tratos contra parturientes. Xingamentos, recusa em oferecer algum alívio para a dor, realização de exames dolorosos e contraindicados até ironias, gritos e tratamentos grosseiros com viés discriminatório quanto à classe social ou cor da pele foram apontados como tipos de maus tratos sofridos por quem deu a luz nos hospitais públicos e privados

Aumento de mortes entre mulheres negras
Mas o número de mortes maternas provocadas por intercorrências vem diminuindo entre as mulheres brancas e aumentando entre as negras. De 2000 a 2012 as mortes por hemorragia entre mulheres brancas caíram de 141 casos por 100 mil partos para 93 casos. Entre mulheres negras aumentou de 190 para 202.

Por aborto, a morte de mulheres brancas caiu de 39 para 15 por 100 mil partos. Entre negras, aumentou de 34 pra 51. Segundo a representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Rurany Ester, os dados refletem o aumento da investigação das mortes de mulheres em idade fértil, que aumentou nos últimos anos. Por exemplo: 2010 registou 1.719 mortes em partos, dos quais 74% das mortes tiveram suas causas investigadas. Em 2013 foram 1.438 mortes e 83% delas teve a causa apurada.

De acordo com dados do último Relatório Socioeconômico da Mulher, elaborado pelo governo

federal, 62,8% das mortes decorrentes de gravidez atingem mulheres negras e 35,6% mulheres brancas.

Nos últimos 22 anos, a mortalidade materna no Brasil caiu de 141 casos por 100 mil para 62 casos por 100 mil, uma redução de 56%, mas ainda está longe da meta estabelecida pela meta da ONU em 2015, de 35 mortes por 100 mil.

Esse racismo institucional viola os Direitos Humanos em saúde. São percepções culturais do plano individual que regulam as relações entre cliente e profissionPara denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher disque 180.ais num local onde o atendimento deveria ser padronizado. Para as mulheres negras o resultado dessa discriminação muitas vezes é a morte e quando elas sobrevivem a esse processo guardam em si as mazelas desse método de exclusão exatamente num momento em que já estão fragilizadas.

Pauta das Mulheres Negras do Brasil também por isso estamos em marcha:

Estamos em Marcha: pelo fim do femicídio de mulheres negras ;
e pela visibilidade e garantia de nossas vidas;
pela investigação de todos os casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a penalização dos culpados;
pelo fim do racismo e sexismo produzidos nos veículos de comunicação promovendo a violência simbólica e física contra as mulheres negras;
pelo fim dos critérios e práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho;
pelo fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões sumárias às mulheres negras em casas de detenções;
pela garantia de atendimento e acesso à saúde de qualidade às mulheres negras e pela penalização de discriminação racial e sexual nos atendimentos dos serviços públicos;
pela titulação e garantia das terras quilombolas, especialmente em nome das mulheres

negras, pois é de onde tiramos o nosso sustento e mantemo-nos ligadas à ancestralidade;
pelo fim do desrespeito religioso e pela garantia da reprodução cultural de nossas práticas ancestrais de matriz africana; pela nossa participação efetiva na vida pública.


"Pré Marcha  Estadual de Mulheres Negras no Rio de Janeiro, Hoje no Posto 1 no Leme"!!!

Um afro abraço.

FONTE:UNEGROSAUDE/CTSPN/MARCHA DAS MULHERES NEGRAS


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Negros no Brasil e no EUA são sempre negros ...

O Brasil orgulha-se de ser uma "democracia racial", enquanto os Estados Unidos são conhecidos pela aspereza de suas relações raciais. Ainda assim, desde a Segunda Guerra Mundial, os afroamericanos, que representam apenas 12% da população dos Estados Unidos, têm provado ter uma força política substancialmente maior na vida de seu país do
que os afro-brasileiros, que representam talvez 50% da população brasileira. Por que acontece isso? Existiriam formas pelas quais a história da luta dos negros nos Estados Unidos poderia trazer luz às lutas anti-racistas no Brasil?

EUA..
.Talvez as mais impressionantes conquistas do movimento afroamericano, do período pós-45, aconteceram durante a sua primeira fase: o movimento pelos direitos civis dos anos 50 e 60. Considerando a história das relações raciais nos Estados Unidos até aquela data, os avanços conseguidos durante aqueles anos foram verdadeirarnente extraordinários. A segregação foi superada, o sufrágio definitivo foi estendido ao povo negro através do Ato dos Direitos de Voto de 1965, e o governo federal instituiu programas de "igualdade de oportunidades" e "ação afirmativa" para combater o racismo.

Essas conquistas transformaram o Estado nacional, de um impositor da desigualdade racial, em exatamente o oposto: um ativo e poderoso oponente da discriminação racial e fiador das oportunidades para o povo negro (e outras minorias raciais, como os índios americanos, porto-riquenhos e mexicanos) em áreas como educação, moradia e emprego.

Os avanços políticos dos negros continuaram nos anos 70, mas principalmente nos níveis locais e estaduais. Afro-americanos foram eleitos para câmaras municipais e legislativos estaduais em crescente número, e muitas cidades e comarcas americanas (incluindo Los Angeles, Chicago, Detroit, Washington, Filadélfia, para nomear algumas) são governadas por prefeitos negros. Mas, a nível nacional, os anos 70 foram um período de incerteza e

estagnação para o movimento negro. Isto se deveu, em parte, ao assassinato de seu carismático líder Martin Luther King em 68, mas também, paradoxalmente, aos seus, sucessos durante os anos 50 e 60.

Em primeiro lugar, tendo superado as mais violentas e óbvias formas de discriminação racial, o movimento pelos direitos civis pareceu ter cumprido seu objetivo. Os tipos de discriminação que continuaram (e continuam) a existir eram muito mais sutis e difíceis de detectar e, portanto, era ainda mais difícil a mobilização de pessoas em seu repúdio. Em segundo lugar, os programas de oportunidades iguais possibilitaram a uma nova geração de afro-americanos o acesso às universidades, tornando-os assim parte dos profissionais liberais de classe média. Para esta jovem e crescente elite negra (talvez 15 a 20% da população negra), o sonho americano estava sendo realizado. Qual a necessidade, então, do movimento dos direitos civis? Sua missão tinha sido cumprida.

Mas, naturalmente, o racismo, que levou séculos para ser formado, não seria fácil e rapidamente extinto. Enquanto a nova classe média negra se beneficiava das oportunidades abertas pelo governo federal, o mesmo não acontecia com a sobrepujada maioria dos afro-americanos. Sua participação na renda nacional mostrou-se virtualmente imutável entre 1960 e 1980, permanecendo em níveis mínimos.

O racismo renovado

Durante os anos da administração Reagan, a necessidade de revitalizar e rejuvenescer o movimento negro para defender as conquistas alcançadas durante os anos 60 e 70 tornou-se cada vez mais visível. Jesse Jackson, um ex-colaborador de Martin Luther King, emergiu como o líder desse movimento que reconhece a necessidade de estender-se para além da população negra a criação de uma aliança interracial que envolva vários grupos étnicos não-brancos, mulheres e brancos liberais: essa é a razão para o conceito de "coalizão arco-íris" de Jackson.

Ele não teve um sucesso completo na formação dessa coalizão. Suas posições anti-semitas foram particularmente destrutivas ao alienar o apoio de um grupo étnico tradicionalmente simpático às aspirações dos negros. Mas, a despeito dessas falhas, a campanha de Jackson para a candidatura democrata de 1984 provou ter uma grande força política, vencendo
eleições em vários estados do Sul, alcançando até 25% dos votos em estados mais industrializados, como Illinois e Nova Iorque, e forçando o comprometimento do Partido Democrata em manter e estender as conquistas políticas dos negros dos anos 60. Respondendo ao ressurgimento do racismo americano representado por Reagan, o movimento negro norte-americano entra nos anos 80 com um sentido renovado de propósitos e missão.

BRASIL...

Como a experiência americana pode ser comparável àquela encontrada no Brasil? Nada refuta mais efetivamente o mito da "democracia racial" do Brasil que a extensa história da luta dos negros neste país. Nos últimos cem anos, nota-se uma progressão, desde o movimento abolicionista dos anos 1870 e 80, através das organizações culturais e políticas do período pós-1920 (a mais proeminente das quais foi a Frente Negra Brasileira, banida por Getúlio Vargas em 1937), até o Partido Negro Unificado  hoje  (Movimento negro unificado). Esses movimentos são uma evidência conclusiva — como se fosse necessária — da contínua existência da discriminação e desigualdade racial na multirracial sociedade brasileira.

Desde 1945 esses movimentos têm atraído entusiástico apoio de dezenas de milhares de seguidores e têm sido instrumento de estímulo à continuidade do debate público sobre as deficiências do "paraíso racial" brasileiro. Mas nenhum deles conseguiu gerar um movimento de massa, com o peso moral e político que fez de Martin Luther King, Andrew Young, Julian Bond, Jesse Jackson e outros líderes negros figuras de proeminência nacional nos Estados Unidos. Por que acontece isso?

Uma importante parte da resposta repousa no caráter paternalista e autoritário das relações
sociais e políticas brasileiras, que, mesmo durante períodos de democracia, torna muito difícil construir um movimento político de massas autônomo e nacional.

Mas é importante notar que o movimento pelos direitos civis nos EUA surgiu, e teve as suas vitórias mais retumbantes, na região mais tradicionalista, autoritária e repressiva do país: os estados do Sul. O autoritarismo, em si só, não pode explicar as diferentes trajetórias das lutas negras nos dois países; deve-se prestar atenção também na natureza das relações raciais brasileiras, onde não existe a separação racial imposta pelo Estado, como se verifica na segregação norte-americana ou no apartheid sul-africano. O caráter substancialmente mais relaxado da hierarquia racial brasileira trabalha para minar a mobilização política afro-brasileira de múltiplas formas.

As instituições próprias

Ao permitir a integração dos Negros-brasileiros, ainda que em termos de inferioridade, nas instituições básicas da sociedade, no Brasil, reduz a necessidade do população negra de desenvolver instituições sociais e culturais próprias e, por por sua vez  a segregação racial exigiu  nos Estados Unidos mais autonomia. Assim, o Brasil não compartilha com os Estados Unidos a tradição de igrejas e faculdades independentes, que favoreceram sensivelmente a formação da base ideológica e institucional e de liderança, para o movimento dos direitos civis.

Em contra partida, a ausência de um limite claramente estabelecido entre "negro" e "branco" no Brasil torna possível a cooptação, por parte do grupo racial branco, de negros-brasileiros particularmente talentosos e ambiciosos. Em um sistema mais rígido, tais indivíduos permanecem na casta racial negra e assumem posições de liderança dentro dela. Mas, no Brasil, não é impossível para eles negar a sua negritude; de fato, manter identidade negra-brasileira pode tornar-se um exercício consciente de força que muitos estão relutantes em assumir.

Concluindo...

Se a brutalidade e a crueza do racismo norte-americano provaram ser sua maior fraqueza, então, ao inverso, a flexibilidade e a sutileza do racismo brasileiro provaram ser a sua maior força. A indignação moral contra a desigualdade racial é muito mais difícil de ser gerada em um país onde a discriminação assenta-se sobre formas silenciosas e, às vezes, inconsistentes,
tornando difícil identificá-la e transformá-la em ação política. Impede ainda mais a criação de um sentido de indignação contra o racismo a triste necessidade de combater toda uma série de injustiças que caracterizam a sociedade brasileira.


Não é por acidente que o movimento negro, como a UNEGRO tem sido mais ativo e tem alcançado seus maiores êxitos onde existe um sistema mais agressivo de relações entre brancos e negros, mais ativo com a cara e com as experiencia vividas e exitosas. Nos não tentamos nos estender às áreas mais tradicionais do Brasil, a mobilização negra encontra obstáculos políticos, sociais e raciais discutidos acima por não podemos o Movimento Negro não escapou da perseguição da ditadura, por conta das suas manifestações de cunho racial. Os militares  distorcer o mito da democracia racial a seu favor e tacharam os militantes do movimento de impatrióticos, racistas e imitadores dos ativistas norte-americanos o que não verdade.

O Brasil foi o ultimo pais do mundo a abolir a escravização e pensar liberdade e direitos com apenas um pouco mais de 125 da lei Áurea deixam suas consequências...

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:www.cartacapital.com.br/

quarta-feira, 15 de julho de 2015

UNEGRO na luta por uma sociedade livre do racismo

27 anos da União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO

REBELE-SE CONTRA O RACISMO é o lema da nossa organização .Raça, gênero e classe são conceitos que, para nós, caminham juntos, por isso defendemos um projeto de nação que


supere a opressão racial, a opressão de gênero e a opressão capitalista. Um projeto de nação que deixe de ser bom apenas para alguns, mas que seja bom para todas as pessoas que formam o povo brasileiro.

“Hoje faz 27 anos que um grupo de jovens negros em Salvador, inconformados com a forte repressão policial e cientes que era importante que negros e negras assumissem organizadamente uma luta antissistêmica para superar a pobreza e a condição subcidadão que assolava a população negra na Bahia, no Brasil e no mundo, fundaram a União […]

A desigualdade racial tem raízes históricas óbvias. A escravidão no Brasil durou por aproximadamente três séculos, do início do século 16 a meados do século 19, um período durante o qual cinco milhões de escravos foram trazidos da África para cá – cerca de 11 vezes mais do que para a América do Norte. A nação foi a última nas Américas a abolir a escravidão, em 1888.

Mas muitos afro-brasileiros ainda estão confinados às margens da sociedade. Hoje, quase 70% das pessoas que vivem na pobreza extrema são negras. E estão quase totalmente
ausentes das posições de poder. Todos os 39 ministros do gabinete da presidente Dilma Rousseff são brancos, com exceção de um: a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

A UNEGRO se fez presente nas grandes lutas do movimento negro brasileiro travada contra o racismo e nas empedernidas batalhas cotidiana que incansavelmente a negritude brasileira tem vencido para que tenhamos um país justo e sem racismo. Após 27 anos ininterruptos de contribuição, posso dizer que a UNEGRO é importante para o movimento negro, para população negra e para o povo brasileiro.

Longa vida a quem luta por justiça, por um país próspero e sem racismo! !! Viva a

UNEGRO!!! Viva o movimento negro! !!! Viva o Brasil!!!!” Edson França – Presidente Nacional da Unegro

fonte: UNEGRO BRASIL

terça-feira, 14 de julho de 2015

África: Cultura africana, civilizações antigas..

Bérberes: os nômades do deserto...

IntroduçãoNas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais.

O povo Bérbere
Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc.

Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico.

Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.

Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam

também da caça e da pesca.

Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente.

Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.

O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.

Os soninkés e o Império de Gana
Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.

Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.

Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-
maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.

Um afro abraço.

fonte:http://www.suapesquisa.com

meninha muller da pele preta & o telefone

terça-feira, 7 de julho de 2015

Intolerância religiosa no Brasil direito e laicidade...

A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo
definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.


A questão é tormentosa e envolve o ser humano em sua mais pura essência, na medida em que são colocadas em jogo sua consciência e crença.

Podemos citar a falta de bom senso e de respeito mínimo à diversidade como fatores que criam e fortalecem as situações de caos e violência vistas em todo canto do mundo, inclusive em nosso país, decorrentes de divergências que levam um ser humano, inconformado com a consciência e a crença esposadas por outro ser humano, a tentar impor-lhe a sua própria consciência e crença, o que se afigura absurdo desmotivado, inútil e ofensor à liberdade fundamental de cada pessoa.

A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso VI, preceitua que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos veda, em seu artigo 2º, primeiro parágrafo, a discriminação por motivo de religião. Mais adiante, no art. 18, preceitua:

"ARTIGO 18

1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.

2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha.

3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas a limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

4. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos países e, quando for o caso, dos tutores legais de assegurar a educação religiosa e moral dos filhos que esteja de acordo com suas próprias convicções."

Oportuno frisar que a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), buscando proteger cultos religiosos de matriz africana, tidos como aqueles que estão entre os mais discriminados no Brasil, estatui, em seus arts. 24 e 26:

"Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:

I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;

II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões;

III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;

IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por legislação específica;

V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana;

VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;

VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões;

VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

(...)

Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de:

I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;

II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes africanas;

III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público."

Convém anotar que a Lei nº 11.635/07 instituiu o dia 21 de janeiro como o "Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa".

Não se pode olvidar, outrossim, que o Brasil deve adotar uma postura neutra no campo religioso, de sorte a não apoiar ou discriminar nenhuma religião.

Com efeito, em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com toda a legislação que asseguram a liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às manifestações religiosas, a laicidade do Estado deve ser buscada, afastando a possibilidade de interferência de correntes religiosas em matérias sociais, políticas, culturais, etc.

A laicidade do Estado tem interface com diversos direitos humanos fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade de crença e de não crença, a igualdade de gênero e os direitos da população LGBT, população esta que sofre forte discriminação em virtude de dogmas religiosos.

Aperfeiçoar a tolerância às diferenças é indispensável no regime democrático. Quando se consegue fazer valer a laicidade do Estado, preservam-se direitos fundamentais.

Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.

A prática de ato de intolerância religiosa constitui violação ao Estado Democrático de Direito, que não se coaduna com a finalidade de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, esta Coordenadoria de Direitos Humanos buscará combater tais atos de intolerância e, também, contribuir para a laicidade do Estado, municiando, sempre que possível, os órgãos de execução do Ministério Público, para que adotem as providências cabíveis, a fim de preservar os direitos fundamentais das pessoas, independentemente de sua crença religiosa.

  A intolerância religiosa no mundo:

Os cristãos são o grupo religioso mais discriminado no mundo e o que mais sofre com a recorrente violação do direito à liberdade religiosa e de crença.

-”Mais de 200 milhões desses, pertencentes a confissões diversas, encontram-se em situações de dificuldade, devido às estruturas legais e culturais que lhes discriminam”, disse o secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Dom Mario Toso.

-75% das perseguições registradas por motivos religiosos têm como alvo os cristãos.
-”Na Coreia do Norte, podemos falar de um dos casos mais extremos de extermínio da comunidade cristã. Neste momento, a Igreja não tem clero, a prática do culto é impossível e a comunidade católica não excede 200 fiéis” (Todo o clero foi assassinado pelo REGIME COMUNISTA).

A intolerante no  Brasil tem outra face e devemos ter cuidado:

Há mais de dez anos, os movimentos sociais ligados à questão racial ganhavam uma luta de séculos: levar para a escola a contribuição africana na formação da identidade brasileira. A adoção da Lei 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira nos currículos do ensino fundamental e médio representou uma conquista. Mas, uma década depois, o balanço continua preocupante.

Há pouco avanços se esperava um maior número de escolas e professores aplicando a lei10639/03. Não há dados precisos sobre quantos dos mais de cinco mil municípios

brasileiros colocaram a lei em prática. Mas movimentos sociais ligados ao tema estimam que, na melhor das hipóteses, esse número chegue a 10% e estudos mostram que, embora tenha aumentado o número de professores envolvidos, são poucas as escolas que incluem a história e a cultura africanas e afro-brasileiras em seus currículos. Além disso, também há a tendência de abordar os temas ainda de forma pontual, em datas comemorativas da abolição da escravatura, em maio, e no dia da consciência negra, em novembro.

Do lado das conquistas, há consenso de que a lei abriu caminhos para que a temática africana ganhasse visibilidade dentro do ambiente escolar, ampliasse a quantidade e a qualidade desses temas nos materiais didáticos, e aumentasse a oferta de linhas de pesquisas, especializações e cursos voltados para a história africana. Por outro lado, a visibilidade também descortinou resistências. De acordo com o Ministério Público Federal, durante o período foram identificados 93 autos extrajudiciais que versam sobre a não aplicação da lei em vários estados do país.

Tensão na religião:


Ultimo caro que tive noticia e apenas um exemplo não foi o primeiro e em sera o ultimo infelizmente...
Com apenas 11 anos, K. conheceu a intolerância religiosa, domingo à noite, de forma dolorosa. A menina, iniciada no Candomblé há quatro meses, seguia com parentes e irmãos de santo para um centro espiritualista na Vila da Penha, na Zona Norte, quando foi atingida na cabeça por uma pedra, atirada por grupo ainda não identificado. Segundo testemunhas, momentos antes, os agressores já haviam xingado os adeptos da religião de matriz africana.

"Eles gritaram: ‘Sai, satanás, queima! Vocês vão para o inferno'".


No racismo, e um fato, as vítimas potenciais da intolerância religiosa serem estudantes que praticam religião de matriz africana. "Essas são as religiões mais perseguidas no Brasil. É muito difícil trabalhar este tema, principalmente num contexto de uma escola ou professor que tenha uma religião dominante, seja a católica ou a evangélica."

Responsável pelo suporte e treinamento em escolas à época da adoção da lei, a educadora Andreia Lisboa de Sousa, hoje doutoranda em educação na Universidade do Texas (EUA), lembra que o ensino religioso não está previsto na lei. "É importante destacar que a lei não propaga as religiões de matrizes africanas, mas propõe compreender, de forma ampla, os aspectos históricos e contemporâneos da história e cultura africana e afro-brasileira."
É na intolerância religiosa que a lei encontra seu maior obstáculo. Há relatos de que em escolas particulares, em especial as de origem confessional, há recusa em adotar a lei, por relacionar os temas africanos à "macumba".

Em 2010, a Relatoria do Direito Humano à Educação, ligada à Unesco, investigou a intolerância às religiões de matriz africana no ambiente escolar. Foram registrados casos de bullying, manifestações preconceituosas e impedimento de usar símbolos. "Com a lei, o limite entre uma prática religiosa e cultural fica completamente confuso. Já presenciei escolas que diziam ser preciso acabar com a aula de capoeira", diz Rosana Heringer, atual relatora da Unesco.

A intolerância religiosa, por sua vez, comumente mascara outra questão: o racismo. "As religiões negras, e tudo o que fosse considerado modos de cultura e de vida negra, foram perseguidas no contexto de escravização. Durante muito tempo essas práticas tiveram de ocorrer escondidas e longe dos centros urbanos...

Vamos ensinar pra valer?...

O que ensinar continua sendo um assunto delicado?...  Na escola e os currículos escolares que tenham e ainda tem em sua maioria  um conceito de sociedade branca têm matado a identidade de muitas crianças que a sua maioria e não branca, fazendo com que elas adotem uma identidade fantasiosa e irreal. Gente que isso não significa reduzir a história a mais incluir um grupo étnico que escreveu a nossa historia. "Esta política não deve superar uma política educacional eurocentrada para priorizar uma política afrocentrada. O que ela quer é que todas as etnias sejam igualmente respeitadas."

A lei prevê que o conteúdo programático deve incluir o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. É clara, ainda, no que diz respeito a quando ensinar: os conteúdos devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, literatura e história brasileira. Rosana exemplifica. "A lei prevê questões ligadas ao debate do Brasil como uma sociedade multicultural, além de perspectivas variadas sobre questões da história do Brasil e da cultura brasileira, não baseando o país como uma matriz cultural primordialmente europeia."

As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa. Com o crescimento da diversidade religiosa no Brasil é verificado um crescimento da intolerância religiosa, tendo sido criado até mesmo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) por meio da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, o que foi um reconhecimento do próprio Estado da existência do problema.

A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o "Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005", elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.

A intolerância religiosa e o Racismo estão de mãos dadas  representa, certamente, um dos problemas mais delicados em nosso planeta, onde o fanatismo religioso, tão entranhado em milhões de pessoas, conduz umas a realizarem, contra as outras, verdadeiras guerras, em nome, supostamente que uma  raça ou "cor" fosse  superior outra ou que através da  religião,  fosse possível estabelecer, com isso, qual a religião "estaria com a razão".

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:ultimosegundo.ig.com.br/brasil/unegro.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Imprença Negra: O velho militante José Correia Leite

José Correia Leite nasceu no dia 23 de agosto de 1900, em São Paulo. Teve origem pobre, tendo que trabalhar ainda muito jovem, trabalhando como entregador de marmitas, lenheiro e cocheiro. Autodidata, teve incentivo de uma antiga patroa, professora, para que estudasse.

Tornou-se um dos principais personagens do movimento negro brasileiro. Aos 24 anos, em conjunto com Jayme de Aguiar, fundou o jornal O Clarim, rebatizado, posteriormente, de O Clarim d’Alvorada. Era um jornal feito por negros e para a comunidade negra, publicado entre os anos de 1924 a 1932. Nele, Correia atuou como diretor responsável, redator, repórter e gráfico. Ainda no início desse jornal, começou a ter notícias sobre o processo de discriminação racial nos Estados Unidos, o que muito o influenciou.

Uma das causas do rompimento dos grupos O Clarim e Frente Negra deu-se por divergências ideológicas, já que o presidente Arlindo Veiga dos Santos (1931-1934) era patrianovista (monarquista), e o grupo de Leite era partidário de outras idéias. O outro motivo foi a viagem do secretário geral Isaltino Veiga dos Santos e sua comitiva para São Sebastião do Paraíso em Minas Gerais, onde teve um caso extraconjugal com uma moça de família tradicional da cidade. Como nenhuma punição foi tomada pela entidade, o grupo de O Clarim D´Alvorada, resolveu fundar um jornal com a finalidade de denunciar o ocorrido, o Chibata.

O Clube Negro de Cultura Social, fundado em 1932, foi uma idealização de José de Assis Barbosa e José C. Leite e tinha objetivos esportivos e culturais, sendo construído em oposição à Frente Negra. Em 1945, José Correia Leite colaborou com a fundação da Associação dos Negros Brasileiros (ANB), passando a editar o jornal Alvorada. A ANB encerraria suas atividades em 1948. Em 1956, foi criada a Associação Cultural do Negro, na qual Correia Leite assumiu a função de presidente do Conselho Deliberativo, até 1965. Em 1960, participou ainda da elaboração da revista Niger.


Poucos homens de sua estatura humilde, mas altiva — como ele mesmo dizia: “Eu sou um autodidata” —, podem estabelecer-se como uma luminosa referência no centro das dramáticas trepidações que fizeram com que a primeira, ou a Velha República, viesse a ruir inapelavelmente da forma que se deu de 1890 a 1930, como se verificou com a vida amarga, mas gloriosa, de José Correia Leite. (...) Como epicentro desses acontecimentos, nós podemos ter um corte amplo e profundo na carnadura da vida social, econômica, política e cultural de São Paulo, do Brasil e do mundo dos dias em que esse extraordinário personagem viveu, quando os episódios se projetaram em nossa etnia de modo quase cinematográfico.


Além da militância, na qual foi uma referência, José Correia Leite tinha a preocupação de construir um diálogo com os pesquisadores que se debruçavam sobre a questão racial. Assim, ele colaborou com depoimentos e material bibliográfico para diversos trabalhos sociológicos.



A vida do artista negro, José Correia Leite, foi escrita por iniciativa do intelectual Luiz Silva Cuti, intitulada E disse o velho militante José Correia Leite, em que há o relato da vida, do

trabalho e da luta desse personagem que se destacou pela dedicação à valorização do negro deste país. Leite veio a falecer em 27 de fevereiro de 1989, em São Paulo, aos 88 anos de idade.

Claudia Vitalino.

Um afro abraço.
fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Maioridade Penal resolve ou ameniza a violência...???

Redução da maioridade penal esta mais uma vez em debater...

Hoje no Brasil existe uma grande discussão a redução da imputabilidade penal. Crimes bárbaros estão sendo cometidos por menores, e que estão chocando a opinião pública. A mídia cada dia que passa noticia fatos que deixam nossa população cada vez mais aterrorizada com a violência urbana.
E a população vem reagindo de forma contrária à atitude de nossas autoridades que nada fazem para mudar a situação em que nos encontramos hoje. Existem hoje no Legislativo, Projetos que tendem a reformar a nossa Constituição com o objetivo de reduzir a maioridade penal aos 16 anos de idade.

Alguns dados históricos da maioridade penal  como está distribuída a faixa etária da maioridade penal...

Histórico sobre a maioridade penal

Nos tempos antigos o direito relacionado à infância e juventude era desconhecido para muitos. Existiam lugares onde se permitia a eliminação de filhos que nascessem com alguma deficiência mental ou física e até asfixiamento de recém-nascidos do sexo feminino.

As crianças no Direito Romano antigo eram propriedades dos seus pais que tinham autoridade absoluta sobre os menores, ou seja, os pais eram detentores do direito de vida ou morte de seus filhos. Em Roma o direito do menor só foi normatizado na Lei das XII tábuas, que tratou de fazer a distinção entre infantes e impúberes, que tinha como critério para destingir a faixa etária, o desenvolvimento estrutural da pessoa.

Saindo do Direito Romano encontramos alguns paises antigos como a Inglaterra e Itália, onde eram feitos testes para saber se uma criança tinha ou discernimento para saber o que era certo e o que era errado (teste da maçã e da moeda). O teste era feito para descobrir o grau de malícia da criança. Dependo da escolha da criança (a moeda) esta podia receber pena capital, existem registros históricos que se chegou a aplicar penas em crianças entre 10 e 11 anos de idade.

Se liga: Ouve na história antiga que os menores tinham como pena a correção com chicotadas, multa e prisão, depois de chegar à fase adulta poderia pegar pena de morte. Isso acontecia na época das Ordenações de Luís IX no século XIII.

O Sistema Penal Brasileiro.

O sistema penal brasileiro tem como função a incriminação de condutas e a aplicação de sanções, fundamentalmente quando a norma tipificadora é violada. Como bem afirma a professora Patrícia Oliveski “ consta-se que o sistema penal atua de forma a concretizar uma espécie de controle social, mediante a repressão do crime, atendendo aos anseios de uma determinada estrutura de poder devidamente organizada”. Existem várias maneiras de controle social que pode ser exercido pela família, pela religião, pela educação, meios de comunicação, etc. Mas o meio mais específico de controle social de que a sociedade está acostumada é com o controle do sistema penal, como por exemplo, a polícia, os juízes, agentes penitenciários etc.

Maioridade Penal na Constituição de 1988

No âmbito constitucional a maioridade penal vem regulada em nossa Constituição Federal de 1988, no Capítulo VII que trata da família, da criança, do adolescente e do idoso, mais precisamente no artigo 228, in verbis:

Art. 228 – São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.

 Nos países  que adotaram a maioridade penal...

"Todos os países que reduziram a maioridade penal não diminuíram a violência
Nos 54 países que reduziram a maioridade penal não se registrou redução da violência. A Espanha e a Alemanha voltaram atrás na decisão de criminalizar menores de 18 anos. Hoje, 70% dos países estabelecem 18 anos como idade penal mínima"


O índice de reincidência em nossas prisões é de 70%. Não existe, no Brasil, política penitenciária, nem intenção do Estado de recuperar os detentos. Uma reforma prisional seria tão necessária e urgente quanto a reforma política. As delegacias funcionam como escola de ensino fundamental para o crime; os cadeiões, como ensino médio; as penitenciárias, como universidades.

O ingresso precoce de adolescentes em nosso sistema carcerário só faria aumentar o número de bandidos, pois tornaria muitos deles distantes de qualquer medida socioeducativa. Ficariam trancafiados como mortos-vivos, sujeitos à violência, inclusive sexual, das facções que reinam em nossas prisões.

Já no sistema socioeducativo, o índice de reincidência é de 20%, o que indica que 80% dos menores infratores são recuperados.

Nosso sistema prisional já não comporta mais presos. No Brasil, eles são, hoje, 500 mil, a quarta maior população carcerária do mundo. Perdemos apenas para os EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil).
Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, e não a causa. Ninguém nasce delinquente ou criminoso. Um jovem ingressa no crime devido à falta de escolaridade, de afeto familiar, e por pressão consumista que o convence de que só terá seu valor reconhecido socialmente se portar determinados produtos de grife.
Enfim, o menor infrator é resultado do descaso do Estado, que não garante a tantas crianças creches e educação de qualidade; áreas de esporte, arte e lazer; e a seus pais trabalho decente ou uma renda mínima para que possam subsistir com dignidade em caso de desemprego.

Segundo o PNAD, o adolescente que opta pelo ensino médio, aliado ao curso técnico, ganha em média 12,5% a mais do que aquele que fez o ensino médio comum. No entanto, ainda são raros cursos técnicos no Brasil.


Hoje, os adolescentes entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% das bebidas vendidas em todo o território nacional. A quem caberia fiscalizar? Por que se permite que atletas e artistas de renome façam propaganda de cerveja na TV e na internet? A de cigarro está proibida, como se o tabaco fosse mais nocivo à saúde que o álcool. Alguém já viu um
motorista matar um pedestre por dirigir sob o efeito do fumo?

"Pesquisas indicam que o primeiro gole de bebidas alcoólicas ocorre entre os 11 e os 13 anos. E que, nos últimos anos, o número de mortes de jovens cresceu 15 vezes mais do que o observado em outras faixas etárias. De 15 a 19 anos, a mortalidade aumentou 21,4%."

“Quando o Estado exclui, o crime inclui”, afirma Castro Alves. “Se o jovem procura trabalho no comércio e não consegue, vaga na escola ou num curso profissionalizante e não consegue, na boca de fumo ele vai ser incluído.”

- Gente acredito quer boa parte da sociedade não quer recuperar os jovens infratores. Muitos gostariam mesmo é de fazer justiça com as próprias mãos ou que o Estado aplicasse a pena de morte, como sugeriu o filósofo Janine Ribeiro no calor da emoção. Mas já que isso não é possível, então “que apodreça na cadeia junto com os adultos”.

Por causa de fatos isolados, cobram do governo a redução da maioridade penal e uma atitude impulsiva ,oportunista e irresponsável que iria piorar ainda mais a questão da violência no Brasil. A questão é tentar reduzir a violência ou atender a um desejo coletivo de vingança?
Não basta reduzir a maioridade penal e instalar UPPs em áreas consideradas violentas. O traficante não espera que seu filho seja bandido, e sim doutor. Por que, junto com a polícia pacificadora, não ingressam, nas áreas dominadas por bandidos, escolas, oficinas de música, teatro, literatura e praças de esportes...

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:www.revistaforum.com.br/

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Martin Luther King e a luta pela igualdade...

Martin Luther King (1929-1968) foi um ativista político e pastor protestante norte-americano conhecido pela luta contra a discriminação racial nos EUA e luta pelos direitos civis dos negros.

"Eu tenho um sonho: o de que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos senhores de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade.”

Com esse famoso discurso, conhecido como I have a dream (Eu tenho um sonho), proferido na cidade de Washington D.C., Martin Luther King (1929-1968) marcou um dos principais momentos da luta contra a opressão racial nos EUA. Filho de um pastor batista, King seguiu os passos do pai também se transformando em pastor, chegando ainda a se doutorar em teologia na Universidade de Boston, em 1955.

Em 1964, aos 35 anos de idade, tornou-se o mais jovem ganhador do prêmio Nobel da Paz em razão de sua luta contra a segregação e opressão racial nos EUA. A forma de luta pregada por Martin Luther King era pacifista, inspirada nas ações de Gandhi: a desobediência civil.

Essa forma de luta social consiste no não cumprimento de leis e normas impostas à sociedade, mas realizadas de forma pacífica. No caso da luta do movimento negro e de Luther King nos EUA, essa luta ocorreu principalmente com o boicote à segregação racial que existia nos ônibus do transporte coletivo no Alabama, na década de 1850. Brancos e negros não podiam usar os mesmos assentos dentro dos ônibus.

A pioneira na luta foi Rosa Parks que passou a não aceitar essa segregação. Logo em seguida, Luther King aderiu ao movimento. O boicote no transporte coletivo durou 382 dias, período em que Luther King ficou preso, tendo sua casa como alvo de bombas e sendo submetido a abusos pessoais. O resultado foi a decisão da Suprema Corte dos EUA, em 1956, de que a

segregação racial em locais públicos nos EUA era ilegal. Era uma vitória do movimento negro na conquista de direitos civis.

Essa proposta de ação, pautada na não violência e na desobediência civil, contrastava com a de outros grupos da luta contra a opressão racial nos EUA, como os Panteras Negras e os muçulmanos negros liderados por Malcom X, que eram adeptos de ações de confrontos violentos contra o Estado.

Após o boicote de 382 dias, Martin Luther King tornou-se uma liderança nacional no movimento negro dos EUA. Em 1957, foi eleito presidente da Conferência dos Líderes Cristãos do Sul (Southern Christian Leadership Conference, SCLC). Luther King aliava em sua prática política ideais cristãos de igualdade com a tática da desobediência civil e da não violência de Gandhi.

Apoiou inúmeras greves e lutas estudantis entre 1957 e 1968. Chegou, nesse período, a rodar cerca de 6 milhões de milhas, proferindo inúmeros discursos. Foi preso mais de 20 vezes. Escreveu cinco livros e inúmeros artigos. As ações lideradas por Luther King resultaram ainda no direito de voto aos negros no Alabama. Protestos massivos foram realizados no Alabama e em Washington, onde cerca de 250 mil pessoas se manifestaram pacificamente, quando Luther King proferiu seu famoso discurso

Toda essa ação política possibilitou a divulgação dos negros por direitos civis nos EUA para todo o mundo, inspirando movimentos similares em outros países. Porém, Martin Luther King angariou inúmeros inimigos ao longo de sua vida, exemplo de como o racismo estava (e ainda está) enraizado na sociedade estadunidense.

Em 1968, durante o apoio a uma greve dos trabalhadores da limpeza pública na cidade de Memphis, no Tennessee, Martin Luther foi assassinado quando estava na sacada de um

motel. Apesar das vitórias alcançadas, o assassinato de Luther King demonstrou que havia ainda muito caminho a trilhar na luta pela igualdade social entre brancos e negros nos EUA e no mundo.

Foi o principal liderança do movimento negro não violento, Martin Luther King foi a pessoa mais jovem a receber um prêmio Nobel da Paz, em razão da luta pela igualdade racial.


Claudia Vitalino.

Um abraço.

fonte:www.mundoeducacao.com/www.trabalhosfeitos.com/unegro-formação

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...