UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 20 de julho de 2013

Considerações sobre os crimes contra a honra da pessoa humana e o Racismo...


Ainda existe diversas barreiras culturais no Brasil quanto o respeito e aceitação das produções negras no Brasil. Além disso os direitos e participação dos negros na sociedade são constantemente suprimidas pela presença do modelo branco europeu que nos foi e continua sendo imposto. Por isto para a Ministra o plano “resulta do reconhecimento por parte do governo federal, da necessidade de articular as iniciativas e os esforços dos diversos ministérios e órgãos para garantir direitos, efetivar a cidadania e combater o racismo e a discriminação que incidem sobre os povos...

O delito de injúria encontra-se previsto no artigo 140, o qual prescreve que a injúria consiste na ofensa dirigida à dignidade ou ao decoro de outrem. A injúria, em seu aspecto básico, isto é, aquele previsto pelo caput do artigo supramencionado é, das modalidades de crime contra a honra da pessoa, o menos grave, como se pode observar da previsão de sua pena em abstrato: detenção de um a seis meses ou multa.(Brasil)

Se liga: :Desde que a nova ministra da Integração da Itália, Cecile Kyenge foi nomeada no último sábado (04), vem recebendo insultos de militantes, por ser negra e por ser mulher. Em resposta, disse não acreditar que a Itália seja um país racista. Sites de extrema-direita a têm rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana". Rejeitando o termo "de cor", usado por membros da imprensa italiana para descrevê-la, Kyenge disse: "Eu não sou colorida, eu sou negra e digo isso com orgulho".

Além dos militantes, Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi também desferiu insultos com toques de racismo contra Kyenge. Ao se referir a ela, Borghezio chamou a coalizão de Letta um "governo bonga bonga", uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra". Kyenge rejeitou os comentários, que a presidente da câmara dos deputados, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas".

Borghezio criticou a ministra, porque ela planeja pressionar por uma legislação, à qual a Liga do Norte é contrária e que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obterem a cidadania automática, em vez de terem que esperar até os 18 anos para reivindicá-la. "Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos e eu não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Kyenge, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em medicina.

Kyenge é casada com um italiano e disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância. Já Laura Boldrini disse ao jornal La Repubblica nesta sexta (03) que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas. "Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas simples ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Boldrini.

Outro casos:
* Ao comentar morte de jovem negro, Obama diz já ter sido vítima de racismo...
'Já me aconteceu de andar na rua e ouvir o barulho dos carros sendo trancados', diz presidente

'Racismo me derrubou... Hoje, não tenho medo nenhum de sofrer de novo diz Paulinho...
O volante quer mergulhar de cabeça no novo desafio no exterior para deixar enterrado os dramas que viveu na Europa em 2007 e 2008, quando sofreu com racismo na Lituânia, e pouco jogou na Polônia. Anos difíceis, que serviram de aprendizado para Paulinho crescer. Hoje mais forte, não há nada que o faça temer por problemas parecidos na Inglaterra .

"Por um mundo sem violência, sem armas, sem racismo". A bela frase será repetida todos os dias, porque servirá como base para tentar unir a sociedade pelo esporte, na Copa do mundo de 2014. Para o Brasil, obviamente, ela será mesmo só um mote, uma propaganda vazia. No país da próxima Copa, são os bandidos que comandam as cidades, que determinam como a sociedade deve ficar presa em casa; parece ser deles a decisão de quanto devem cumprir de pena e quando devem voltar às ruas. Nossas autoridades, que nesse quesito só envergonham seu povo, estão cada vez mais frágeis e distantes de nós, vítimas dos crime. Frases bonitas, infelizmente, não mudam a realidade.

Continuando...

NO BRASIL : JUNÇÃO IDEOLÓGICA BÁSICA * SISTEMA HIERARQUIZADO REAL, CONCRETO * HISTORICAMENTE HERDADO  DE  PORTUGAL E A  LEGITIMAÇÃO IDEOLÓGICA MUITO PROFUNDO.

A sociedade portuguesa era extremamente hierarquizada tanto no contexto político quanto no social, com muitas camadas ou "estados" sociais diferenciados e complementares.

A IGUALDADE ERA RIGOROSAMENTE PROIBIDA.

Prelados, fidalgos, letrados, cidadãos (homens bons com direitos políticos) e, em último lugar, a grande massa, sem representação em cortes.

NINGUÉM ERA IGUAL PERANTE A LEI!

Assim era estruturada a complicada sociedade portuguesa, que se diferenciou das demais sociedades mercantilistas modernas por conservar justamente a aristocracia em seu seio. Embora fundada no modelo mercantilista moderno, era rigidamente controlada por leis e decretos que impediam a ascensão política de uma burguesia comercial com sua individualidade e interesses próprios. Ou seja, EM PORTUGAL IMPERAVA O MERCANTILISMO, MAS NÃO HAVIA UMA MENTALIDADE BURGUESA, COM SEUS IDEAIS IGUALITÁRIOS E INDIVIDUALISTAS. AS HIERARQUIAS TRADICIONAIS (ARISTOCRACIA E IGREJA CATÓLICA) FORAM MANTIDAS. Temos, pois, em Portugal a figura ímpar do ARISTOCRATA-COMERCIANTE OU DO FIDALGO-BURGUÊS, personagens de um drama social e político ambíguo, cujo sistema de vida sempre esteve fundado nos ideais da HIERARQUIA.

Nessa sociedade portuguesa dominada pelas hierarquias sociais abrangentes TUDO TEM UM LUGAR DEFINIDO. A categorização social é geral, inclusive em relação aos grupos étnicos diferenciados.

O português colonizador, longe de ser um indivíduo degredado e degradado, um marginal sem eira nem beira, RECONSTRUIU AQUI A SOCIEDADE PORTUGUESA ORIGINAL.


A colonização não foi uma empresa sem alvos e métodos definidos. Portugal realizou um verdadeiro transplante ideológico durante a colonização do Brasil, transpondo de lá para cá as suas formas de classificação social, técnicas jurídicas e administrativas, etc.

RACISMO BRASILEIRO...

O racismo nasceu na Europa do século XVIII, na crise da Revolução Francesa, mas só veio dominar o cenário intelectual europeu no século seguinte, na forma das teorias evolucionistas cientificamente respeitadas, com as quais já estamos familiarizados.

No século XIX, o racismo aparece em sua forma acabada, como um instrumento do imperialismo e como uma justificativa "natural" para a supremacia dos povos da Europa Ocidental sobre o resto do mundo. Foi esse tipo de racismo que a elite intelectual brasileira bebeu sofregamente, tomando-o como doutrina explicativa acabada para a realidade que existia no país.

Adotaram-se amplamente as teorias racistas produzidas pelo norte-americano Agassiz e pelos europeus Buckle, Gobineau e Couty (mais influentes aqui por terem feito referências expressas ao Brasil). Na visão desses estudiosos o Brasil tinha um futuro duvidoso, pois a sociedade brasileira se caracterizava por "conjunções raciais rigorosamente condenadas" entre negros, brancos e índios.

fonte:UNEGRO-RJ/www.lentes-hoya.com.br

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Negritude e literatura...


A visão distanciada configura-se em textos nos quais o negro ou o descendente de negro reconhecido como tal é personagem, ou em que aspectos ligados às vivências do negro na realidade histórico-cultural do Brasil se tornam assunto ou tema. Envolve, entretanto, procedimentos que, com poucas exceções, indiciam ideologias, atitudes e estereótipos da estética branca dominante.
Assim dimensionada, a matéria negra, embora só ganhe presença mais significativa a partir do século XIX, surge na literatura brasileira desde o século XVII, nos versos satíricos e demolidores de Gregório de Matos, como os do "Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da República em todos os seus membros e inteira definição do que em todos os tempos é a Bahia", poema de que vale lembrar a seguinte passagem, a propósito, manifestamente reveladora:

Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E a maior desta loucura?... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu

Que não sabe que o perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quem são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.

Dou ao demo os insensatos,
Dou ao demo a gente asnal,
Que estima por cabedal
Pretos, mestiços, mulatos

Em "O navio negreiro", o apelo a que empunhem a bandeira da libertação é feito aos "heróis do Novo Mundo", a Andrada, o patriarca da independência brasileira, a Colombo, o descobridor da América. Zumbi nem pensar... Vejo exceções no final de "A criança" ("Amigo, eu quero o ferro da vingança"), também na última estrofe de "Bandido negro": ("Cai orvalho do sangue do escravo/Cai orvalho da face do algoz./Cresce, cresce vingança feroz"), nas associações imagísticas de "Saudação a Palmares", na vingança individualizada de Lucas, em quem o "selvagem" emerge para lavar a honra da mulher amada. Repare-se que a ênfase, nesses casos, recai sempre no ato vingativo, nunca no problema central, que seria a luta pela liberdade ou a referência a posicionamentos coletivos, isto numa época em que Palmares e outros quilombos já eram realidades.
Estamos diante de uma poesia que não foge à tônica do seu tempo, necessário dizê-lo. Apesar do seu empenho consciente e do seu entusiasmo, o poeta não consegue livrar-se, nos seus textos, das marcas profundas de uma formação desenvolvida no bojo de uma cultura escravista. O que move a sua indignação é, sobretudo, o sofrimento do negro, que ele vê como ser humano, e mais a necessidade de a nação livrar-se da mancha da escravidão. Ele, como percebeu José Guilherme Merquior, "não busca a especificidade cultural e psicológica do negro; ao contrário, assimilando-lhe o caráter aos ideais de comportamento da raça dominante, branqueia a figura moral do preto, facilitando-lhe assim a identificação simpática das plateias burguesas com os sofrimentos dos escravos"

O negro ou o mestiço de negro erotizado, sensualíssimo, objeto sexual, é uma presença que vem desde a Rita Baiana, do citado O cortiço, e mesmo do mulato Firmo, do mesmo romance, passa pelos poemas de Jorge de Lima, como "Nega Fulô", suaviza-se nos Poemas da negra (1929), de Mário de Andrade e ganha especial destaque na configuração das mulatas de Jorge Amado. A propósito, a ficção do excepcional romancista baiano contribui fortemente para a visão simpática e valorizadora de inúmeros traços da presença das manifestações ligadas ao negro na cultura brasileira, embora não consiga escapar das armadilhas do estereótipo. Basta recordar o caso do ingênuo e simples Jubiabá, do romance do mesmo nome, lançado em 1955, e da infantilizada e instintiva Gabriela, de Gabriela, cravo e canela (1958), para só citar dois exemplos. A seu favor, o fato de que, na esteira da tradição do romance realista do século passado no país, a maioria de suas estórias inserem-se no espaço da literatura-espelho e, no caso, refletem muito do comportamento brasileiro em relação às mulheres que privilegia.

Ainda na galeria do estereótipo, que não tenho pretensão de esgotar, vale assinalar a figura do negro exilado na cultura brasileira, como tem sido apontado por alguns críticos e de que um exemplo se encontra em Urucungo(1933), livro de poemas de Raul Bopp.

Propositadamente selecionei exemplos em que atuam personagens representativos da classe média urbana, da realidade rural, da marginalidade e um sertanejo carregado de folclore e de literatura popular. Todos criados por autores contemporâneos, cujos textos demonstram uma preocupação com retratar aspectos marcantes da realidade sociocultural do nosso país.

Pouco a pouco, escritores negros e descendentes de negros começam a manifestar em seus escritos o comprometimento com a etnia.

É o caso do precursor Lino Guedes (1897-1951), autor, entre outros títulos, de O canto do cisne preto (1926),Urucungo (1936) e Negro preto cor da noite (1936): sua poesia é marcadamente irônica, com alguma dose de autocomplacência e apelos de afirmação racial bem comportada. Estão no primeiro caso os seguintes versos:

Se porventura mel fosse
Não seria assim tão doce
O sorriso de Pai João
Que apesar de sofrer tanto
De ninguém, tal como um santo,
Guarda rancor ou paixão!
[...]
A lenda triste do Congo,
Criada em noites de jongo,
Quando sorria Pai João,
Aos nossos olhos desfia,
Dizendo com ironia:
– Que história linda, pois não?

Exemplo da segunda posição é o poema "Novo rumo":



"Negro preto cor da noite",
Nunca te esqueças do açoite
que cruciou tua raça.

Em nome dela somente
faze com que nossa gente
um dia gente se faça!

Negro preto, negro preto
sê tu um homem direito
como um cordel posto a prumo!

É só do teu proceder
que por certo há de nascer
a estrela do novo rumo!

Outro combatente da velha guarda é Solano Trindade (1908-1973), legitimado pela tradição literária brasileira, mas não pela matéria negra de seu texto e sim pelo posicionamento político-social; o seu poema presente na coletânea Violão de rua (1962), antologia representativa de uma das tentativas de renovação poética pós-modernista, fala que "tem gente com fome". Mas também são dele textos como, por exemplo, "Navio negreiro", onde se lêem, entre outros, os versos:


Lá vem o navio negreiro
Cheio de melancolia
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de poesia...

Lá vem o navio negreiro
Com carga de resistência
Lá vem o navio negreiro
Cheinho de inteligência.

É importantíssima a ocupação pelos negros e seus descendentes de espaços literários e de outros espaços igualmente culturais até então timidamente freqüentados. O caminho vem sendo percorrido. Alguns resultados, poucos, têm aflorado. Importa prosseguir na busca de uma plena e insofismável representatividade, até que se torne inteiramente dispensável a presença como marca de uma diferença redutora. Afinal, literatura não tem cor.

Um afro abraço.

fonte:A questão da negritude. São Paulo, Brasiliense/ Poesia negra brasileira. Antologia. Porto Alegre,
AGE/EL/IGEL, 1992/http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142004000100017

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Nossa historia:"Segunda guerra, soldados negros fizeram um motim contra racismo..."


Antes de partir para França em 1918, a divisão foi presenteada com a insígnia dos "Buffalo Soldiers". O apelido “soldado búfalo” data do final de 1860, quando os soldados negros se apresentaram como voluntários para o oeste americano. Os índios americanos, que encaravam a nova ameaça como “homens brancos pretos”, inventaram o termo “soldado búfalo” como mostra de respeito para um valoroso inimigo. De acordo com uma história, os índios pensavam que os soldados negros, com sua pele escura e cabelos encarapinhados, pareciam búfalos. Outra história diz que o nome vem do couro de búfalo que muitos soldados negros usavam durante os duros invernos no oeste, como um suplemento à seus inadequados uniformes do governo

Com esta segregação, foi a única divisão de infantaria americana composta por negros, colocada em combate na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, fazia parte do V Exército e serviu na Campanha da Itália de 1944 até o fim da guerra.

Negros na Segunda Guerra:
Um dos batalhões mais famosos de negros na Segunda Guerra Mundial foi a 92ª Divisão de Infantaria Americana, que também havia combatido na Primeira Guerra Mundial. Naquela época os batalhões eram segregados desde a saída dos Estados Unidos, e mesmo a 92ª Divisão possuía brancos entre os postos mais altos de comando.

Essa unidade era formada por negros norte-americanos e de praticamente todos os estados e foi a única colocada em combate na Europa durante a Segunda Guerra Mundial; fazia parte do V Exército servindo na Campanha da Itália de 1944 até o fim da guerra.



"Apesar de reconhecida como uma unidade composta de negros, mesmo dentro dela havia segregação começando com os oficiais de primeira linha, onde todos os oficiais superiores eram brancos, ficando os negros com os comandos de segunda linha (oficiais inferiores)"

Dos quase um milhão de negros norte-americanos selecionados para o serviço militar durante a 2ª Guerra Mundial, somente essa divisão negra combateu como infantaria na Europa. À época, o governo afirmava que os negros não estavam motivados a lutar, especialmente por conta da opressão racial que a população negra vivia em seu próprio país.

Negros somaram quase um milhão durante a Segunda Guerra Mundial
Ray Holyoak, um historiador australiano, descobriu evidências de que soldados negros norte-americanos iniciaram um motim de protesto contra o racismo enquanto estavam na Austrália, durante a Segunda Guerra Mundial.

"O historiador, da Universidade James Cook, afirma que cerca de 600 soldados negros norte-americanos foram enviados para o estado de Queensland, no norte da Austrália, em 1942 para construir uma pista de pouso nas proximidades de Townsville."


Se liga:
Contudo, eles foram alvos de “sérios abusos raciais” praticados por dois oficiais brancos. Em virtude disso, alguns soldados empunharam as metralhadoras e armas antiaéreas, abrindo fogo contra a tenda onde os oficiais bebiam. Segundo o levantamento do historiador, pelo menos uma pessoa foi morta e outras foram seriamente feridas na rebelião, que durou cerca de oito horas.

Para derrubar os amotinados, tropas australianas foram chamadas para Queensland, que era uma significativa base de apoio para soldados servindo na campanha do sudoeste do Pacífico entre 1942 e 1945. A base foi sede de aeródromos, campos, fábricas e hospitais.

Holyoak afirma que rumores deste motim persistem em Townsville desde o final da Segunda Guerra Mundial. Ele descobriu evidências quando pesquisava as razões da visita de três dias do então congressista americano Lyndon B. Johnson a Townsville, em 1942. Ele disse que o futuro presidente recebeu um relatório escrito por um jornalista americano que estava junto às tropas e acompanhou o levante, no entanto, o relatório nunca foi publicado pela mídia. Holyoak disse que agora sua pesquisa está focada nas sentenças que foram dadas aos envolvidos no motim.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as unidades de combate eram racialmente segregadas e muitos deles tinham que provar seu valor para serem aceitos em determindas companhias. Dos 990.000 negros americanos selecionados para o serviço militar durante a 2ª Guerra Mundial, somente uma divisão negra combateu como infantaria na Europa, a 92ª Divisão de Infantaria. A grande maiorias dos afro-americanos usando uniforme eram designadas para para atividades de construção ou intendência, neste último servindo basicamente na marinha e dentro destes serviços estavam o nada agradável, registro e inventário de sepulturas. O governo alegava que os negros não eram suficientemente motivados ou agressivos para lutar.

Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Analisando Nelson Mandela, um dos lutadores mais sábios e generosos do século passado por sua dignidade, igualdade e direitos humanos. Luto por Madiba"

"Madiba"
Chegou a ser o prisioneiro político mais conhecido do mundo e tornou-se o primeiro presidente negro do seu país. O ícone da luta contra o apartheid, Nelson Mandela, "Madiba", morreu no dia 5 de dezembro aos 95 anos

.A saúde de"Madiba" vinha se deteriorando nos últimos dois anos, principalmente por causa da infecção pulmonar – resquício de uma tuberculose contraída na prisão. O ex-presidente esteve internado em um hospital de Pretória por quase três meses, entre junho e setembro, respirando com a ajuda de aparelhos.(…)

A perda de um grande homem...
Com a morte de Nelson Mandela, o mundo perde um grande o "maior filho" da África do Sul ,defensor da liberdade humana e um grande estadista. O seu país natal, a África do Sul, perde ainda um exemplo de moral, mesmo que nos últimos tempos de vida, Mandela se tenha pronunciado poucas vezes sobre temas políticos.
Nelson Mandela, símbolo da luta contra o preconceito e líder que guiou a África do Sul de uma ditadura segregacionista para uma democracia multirracial, morreu nesta quinta-feira, aos 95 anos. Figura inspiradora por sua incansável resistência ao regime racista do apartheid, Mandela construiu um dos mais belos capítulos da história do século XX ao se tornar o primeiro presidente eleito democraticamente na África do Sul, depois de passar 27 anos preso por sua oposição à ditadura.

Há quem tema mesmo que, depois da sua morte, o seu partido, o Congresso Nacional Africano, ANC, enverede pelo caminho de tantos movimentos de libertação de outros países africanos, nomeadamente o de abuso de poder.

Historico:
Nelson Rolihlahla Mandela L (Mvezo, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da
África Negra, ganhador doPrêmio Nobel da Paz de 1993 e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana

Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, abandonou este destino aos 23 anos ao seguir para a capital Joanesburgo e iniciar atuação política. Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude em luta, acabando como réu em um infame julgamento por traição, foragido da polícia e o prisioneiro mais famoso do mundo, após o qual veio a se tornar o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação de seu país - em moldes de aceitar uma sociedade multiétnica.

Criticado muitas vezes por ser um pouco egocêntrico e por seu governo ter sido amigo de ditadores que foram simpáticos ao Congresso Nacional Africano, a figura do ser humano que enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país, suprimiu todos os aspectos negativos.
Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer deAli Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, - Um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo.

Negociando a liberdade
Já em 1984 o governo pressionou Winnie com a proposta de soltar Mandela e seus companheiros, desde que todos assumissem o compromisso de viverem exilados no bantustão de Umtata; da prisão ele escreveu à mulher, em tons firmes: "Você sabe perfeitamente bem que passamos essa última parte de nossa vida na prisão exatamente porque nos opomos à ideia mesma de assentamentos separados, que nos torna estrangeiros em nosso próprio país, e que permite ao governo perpetuar a opressão até os dias de hoje. Pedimos ainda que desista desse plano explosivo e esperamos sinceramente que seja a última vez que venha a nos aborrecer com isso

Sua liberdade...

Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela finalmente é solto. Uma multidão o aclama, respondendo quando no gesto de luta ergue o punho fechado. Tem fim o longo cárcere, e ele iria depois registrar o momento: "Quando me vi no meio da multidão, alcei o punho direito e estalou um clamor. Não havia podido fazer isso desde há vinte e sete anos, e me invadiu uma sensação de alegria e de força...

A eleição de Mandela...
O marco divisório na história do país, que saiu do regime draconiano para a democracia plena, elegendo o primeiro governante negro; seu governo seria para reconciliar oprimidos e opressores, uns com os outros e consigo mesmos...

Até 2009 havia dedicado 67 anos de sua vida a serviço da humanidade - como advogado dos direitos humanos e prisioneiro de consciência, até tornar-se o primeiro presidente da África do Sul livre, razão pela qual em sua homenagem a ONU instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.


O ultimo de sua geração: Defensores dos direitos humanos...

Vinte e sete milhões de pessoas vivem na escravatura — mais do dobro do que no auge do comércio de escravos. E mais de mil milhões de adultos são incapazes de ler. Dada a magnitude das violações dos direitos humanos — e as listadas na secção de Violações dos Direitos Humanos deste site são só uma amostra da cena global — não é de surpreender que 90 por cento das pessoas sejam incapazes de nomear mais de três dos seus trinta direitos.

Quem, então, com tantos a ignorarem os seus direitos mais básicos, assegurará que os direitos humanos sejam promovidos, protegidos e se tornem realidade?

Para responder a essa pergunta podemos inspirar–nos naqueles que fizeram a diferença e ajudaram a criar os direitos humanos que temos hoje em dia. Estes humanitários defenderam os direitos humanos porque reconheceram que a paz e o progresso nunca podem ser alcançados sem eles. Cada um deles, de um modo significativo, mudou o mundo.

Martin Luther King, Jr., quando defendia os direitos das pessoas de cor nos Estados Unidos durante a década de 1960, declarou: “Uma injustiça em qualquer lugar é uma ameaça para a justiça em todo o lugar.”

O grande defensor da resistência pacífica à opressão, Mahatma Gandhi, descreveu a não–violência como “a maior força à disposição da humanidade. É mais poderosa que a mais poderosa arma de destruição idealizada pelo engenho humano”.

Lutando intensamente contra a perseguição religiosa na França do século XVIII, Voltaire escreveu: “Desaprovo o que diz, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê–lo.”

Thomas Jefferson, a fonte de inspiração e autor da Declaração da Independência Americana, declarou que “O cuidado da vida humana e felicidade, e não a sua destruição, é o primeiro e único objectivo da boa governação.”

Existem aqueles que, através de pensamento e ação, fizeram a diferença e mudaram o nosso mundo. Entre eles estão os seguintes humanitários, cada um, um defensor poderoso e efetivo e cada um, uma inspiração para todos os que hoje se dedicam à causa dos direitos universais.


Este legado e de todos nós...

A vida de Nelson Mandela ensejou a produção de inúmeros filmes, livros, documentários e músicas.

"E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras
pessoas permissão para fazer o mesmo. E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, libera os outros.
"
                                                                                                                                                                                      Nelson Mandela
Obrigado Mandela!!!
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resistem.

 
O governo Geisel com a sua promessa de abertura lenta, gradual e segura, fez com que artistas e intelectuais esperassem um certo alívio na repressão cultural. Esqueceram de combinar com o então ministro da Justiça, Armando Falcão. Em sua gestão, continuaram a ser expedidas dezenas de portarias cortando trechos de filmes, riscando faixas de discos ou vetando obras inteiras. Compositores, cineastas, escritores, jornalistas e dramaturgos se esmeravam em usar a criatividade para driblar os censores. O MESTRE SALA DOS MARES Sobre a censura à música "O Mestre Sala dos Mares", o compositor Aldir Blanc conta: "Tivemos diversos problemas com a censura. Ouvimos ameaças veladas de que a Marinha não toleraria loas a um marinheiro que quebrou a hierarquia e matou oficiais, etc. Fomos várias vezes censurados, apesar das mudanças que fazíamos, tentando não mutilar o que considerávamos as idéias principais da letra. Minha última ida ao Departamento de Censura, então funcionando no Palácio do Catete, me marcou profundamente. Um sujeito, bancando o durão, (...) mãos na cintura, eu sentado numa cadeira e ele de pé, com a coronha da arma no coldre há uns três centímetros do meu nariz. Aí, um outro, bancando o "bonzinho", disse mais ou menos o seguinte: Vocês não estão entendendo... Estão trocando as palavras como revolta, sangue, etc. e não é aí que a coisa tá pegando...

 Eu, claro, perguntei educadamente se ele poderia me esclarecer melhor. E, como se tivesse levado um "telefone" nos tímpanos, ouvi, estarrecido a resposta, em voz mais baixa, gutural, cheia de mistério, como quem dá uma dica perigosa: - O problema é essa história de negro, negro, negro..." "O Mestre Sala dos Mares", de João Bosco e Aldir Blanc, composto nos anos 70, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resistem. O Mestre Sala dos Mares 

(LETRA ORIGINAL, SEM CENSURA)
 Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o almirante negro Tinha a dignidade de um mestre sala E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam das costas dos negros pelas pontas das chibatas Inundando o coração de toda tripulação Que a exemplo do marinheiro gritava então Glória aos piratas, às mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça, às baleias Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o almirante negro Que tem por monumento As pedras pisadas do cais Mas faz muito tempo O Mestre Sala dos Mares 

(LETRA APÓS A CENSURA)
 Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo feiticeiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o navegante negro Tinha a dignidade de um mestre sala E ao acenar pelo mar na alegria das regatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas Inundando o coração do pessoal do porão Que a exemplo do feiticeiro gritava então Glória aos piratas, às mulatas, às sereias Glória à farofa, à cachaça, às baleias Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história Não esquecemos jamais Salve o navegante negro Que tem por monumento As pedras pisadas do cais Mas faz muito tempo Um afro abraço.

Um afro abraço.

fonte: REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA/vermelho

domingo, 23 de junho de 2013

Os protesto no Brasil e a população negra ,favelados nas lutas diarias

Qual a parte que te cabe neste latifúndio...Os protestos no Brasil em 2013 são os maiores protestos já realizados no Brasil desde o Fora Collor em 1992 com os caras-pintadas, que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
Tiveram como ponto de partida a luta contra o aumento de tarifas de transportes coletivos em várias cidades brasileiras.


As manifestações iniciaram devido ao aumento nos valores do transporte público, se intensificaram devido à agressividade policial, e nas cidades que conseguiram as reduções pedidas, os protestos continuaram com temáticas diversas.
As manifestações tiveram duas fases demarcadas por características distintas, mas ambas organizadas via comunidades online, principalmente o Facebook que já discutia, estre outros temas :CORRUPÇÃO,VIOLÊNCIA POLICIAL EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE NAS FAVELAS ENTRE OUTRO TEMAS,PEC 37 mais principalmente pelo "Movimento Passe Livre "(MPL); e focadas em solucionar o aumento dos preços das taxas de transportes anunciadas.Graças a esta postura, a mídia resolveu noticiar sobre, o que eles classificaram como "vandalismo".

Como resposta e insatisfação, na quinta-feira da mesma semana, dia 13 de junho os protestos espalharam-se para mais cidades chegando a Natal, Porto Alegre, Santarém, Maceió, Rio de Janeiro, Sorocaba. Em S.Paulo, a houve uma represália policial excessiva, que causou muitos feridos, incluindo vários jornalistas, que gradualmente mudaram o discurso, e começaram a atacar a postura policial. Neste protesto, houveram mais de 300 pessoas detidas, mais de 100 delas "detidas para averiguação", prática comum em ditaduras, já que não há flagrante, e muitas delas foram detidas por portarem vinagre, substância legalmente permita no Brasil. Devido a violência, comportamento da mídia, e outros fatores, depois desse dia houve um crescimento exponencial do número de participantes nas manifestações.

Direitos envolvem saúde, educação, transporte, democracia, liberdade, respeito às minorias.A mídia corporativa sempre vai arranjar quem fale em seu nome. Sempre vai encontrar formas de inserir suas pautas vazias às manifestações. Nosso papel é continuar focando nas nossas verdadeiras pautas e denunciar toda e qualquer tentativa de esvaziar o movimento. Não podemos admitir que quem ontem se referia a nós como vândalos desocupados, hoje queira determinar sobre o que protestamos. Não é contra a corrupção, imprensa comercial. É por direitos.
Grupos apartidários e multipartidários
A maioria dos manifestantes considerava a presença de bandeiras de partidos um comportamento oportunista. Há analistas e colunistas que tendem a criticar a evolução das manifestações e alegam que há grupos específicos com o intuito de tomar para si a pauta de demandas. Houve, por exemplo, críticas à mobilização recente de membros da CUT,MST e PT. Os que portavam bandeiras, por outro lado, questionavam a intolerância às bandeiras partidárias.Muitos defendem a presença de partidos em manifestações e criticam o teor anti-partidário existente. No entanto, ainda não está claro se o movimento seria majoritariamente apartidário ou anti-partidário. Também há analistas a alertar que essa mobilização social pode ser tomada por grupos anti-democráticos e fascistas. Por outro lado, há também analistas que explicam que apartidarismo não seria um posicionamento próximo do fascismo. Apesar da presença de grupos fascistas nas manifestações, a grande maioria das pessoas não possuía um posicionamento político claro. Nas palavras de um comentarista, “feministas, negros, gays, lésbicas, sem-teto sempre denunciaram a violação de seus direitos pelos mesmos fascistas que, agora, tentam puxar a multidão para o seu lado”. No entanto, a disputa para a absorção dessa massa insatisfeita já começou e não se sabe se essa massa será facilmente manobrável em direção a determinada ideologia ou se a mesma reivindicará por mudanças fora do espectro partidário. Mas está claro que há um déficit de democracia participativa que vai ter que ser resolvido.

Gente em primeiro lugar, não são apenas protestos que resolvem mais logico repito da o recado para nossos governantes. Infelizmente a corrupção envolve consciência individual e coletiva e boas escolhas nas urnas. Se você vota em corruptos, não adianta ir pra rua depois. Mas independente do seu voto, você pode sim aderir a lutas concretas. Em segundo lugar, as manifestações e necessária e só não uma pessoa totalmente alienada não consegue enxergar o que de fato nos oprime. Estamos falando de anos e anos de direitos cerceados, educação sucateada, transporte público caro e ruim, saúde precária, falta de democracia e centenas de outros pontos que independem da corrupção.

Como noções sobre o espaço urbano brasileiro são influenciadas por concepções hegemônicas de raça? Como concepções hegemônicas de raça matizam a compreensão do espaço urbano? Ás formas injustas como em geral opera em relação a não-brancos e pobres é desafio frontal a representações normalizadas, privilégios e estruturas de poder que definem as desigualdades sociais profundamente racionalizadas em nosso pais.


Quais são as conseqüências políticas do círculo cognitivo que existe entre raça e espaço urbano no contexto brasileiro? Essas três perguntas tentam responder à questão mais óbvia e fundamental.
A indignação vinha, em grande medida, com a forma pela qual os manifestantes estão sendo tratados...por que nos afro descendente somos tratados assim cotidianamente pela forças policiais nas favelas e nas ruas, nos luta por igualdade de direitos freqüentemente reprimidas, embora perfeitamente justas, entre negritude e favela. Em outras palavras, o uso da truculência rompe com a compreensão hegemônica de espaços urbanos radicalizados definidos a partir de atividades ilícitas e de moradores desprovidos de agência política legítima.
Logico que somos contra a usurpação dos cofres públicos, mas a corrupção é o menor dos problemas, o Maracanã não virou o estádio europeu que virou por causa de corrupção, e sim pelas exigências da Fifa e da iniciativa privada. As pessoas não são removidas de suas casas por causa dos super empreendimentos e sim por uma política de higienização e marginalização cada vez maior da nossa população. Os favelados não são alvos de violência diária por culpa da corrupção, mas sim por uma política de criminalização da pobreza por certas partes parte dos governos. Os manifestantes não são reprimidos violentamente por causa da corrupção, e sim por uma cultura policial que nunca foi discutida em nosso país, que é a da repressão.

Finalizando:
Nossa luta é por direito a saúde de qualidade, educação, transporte, democracia, liberdade

aos movimentos sociais, respeito às minorias.A mídia corporativa sempre vai arranjar quem fale em seu nome. "Sempre vai encontrar formas de inserir suas pautas vazias às manifestações. Nosso papel é continuar focando nas nossas verdadeiras pautas e denunciar toda e qualquer tentativa de esvaziar o movimento democrático. Não podemos admitir que quem ontem se referia a nós como vândalos desocupados, hoje queira determinar sobre o que protestamos e que rumo tomara o nosso movimento "(Disse Ilram- coordenador estadual da UNEGRO/RJ)

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Brasil e Moçambique...

Ao longo dos seus quatro séculos de presença em território africano, a primeira vez que Portugal teve que enfrentar guerras de independência, e forças de guerrilha, foi em 1961, na Guerra de Independência de Angola. Em Moçambique, o conflito começou em 1964, resultado da frustração e agitação entre os cidadãos moçambicanos, contra a forma de administração estrangeira, que consideravam ser exploratória e de maus tratos, e que só defendia os interesses econômicos portugueses na região. Muitos moçambicanos ressentiam-se das políticas portuguesas em relação aos nativos, que eram discriminatórias, tradicionais e que limitavam o acesso à educação, ministrada pelos portugueses, e ao emprego qualificado. Influenciados pelos movimentos de autodeterminação africanos do pós-guerra, muitos moçambicanos tornaram-se, progressivamente, nacionalistas e, de forma crescente, frustrados pelo contínuo servilismo da sua nação às regras exteriores. Por outro lado, aqueles moçambicanos mais cultos, e integrados no sistema social português implementado em Moçambique, em particular os que viviam nos centros urbanos, reagiram negativamente à vontade, cada vez maior, de independência. Os portugueses estabelecidos no território, que incluíam a maior parte das autoridades, responderam com um incremento da presença militar e com um aumento de projectos de desenvolvimento...

RIO - Os velhos baobás africanos suscitam a impressão de serem testemunhas de tempos imemoriais. Segundo a crença, eles proporcionam bênção. Não à toa os baobás são uma das poucas espécies preservadas em Moçambique e é sob sua sombra que decisões são tomadas, negócios são fechados e pedidos são feitos. A crendice tem ajudado os moçambicanos a superar enormes adversidades. É que o país esbanja riqueza natural, mas convive com indicadores socioeconômicos nada auspiciosos.

Um desafio comum, uma língua em comum e uma solução comum: assim é a cooperação Sul-Sul para aumentar o controle de armas em Moçambique.

Quando a Guerra civil chegou ao fim em 1992, o governo de Moçambique prometeu livrar o país das armas de fogo. Apesar de bem-sucedidas campanhas terem retirado mais de 260 mil armas das mãos dos ex-combatentes, cerca de 1,4 milhão de armas continuam circulando ilegalmente no país.

Em resposta a esse desafio, o governo de Moçambique se comprometeu a aumentar o controle sobre os estoques de armas do Estado e da população civil. Assinada em 2007, a Lei de Controle de Armas moçambicana forneceu as bases legais para acelerar esses esforços. A lei unificou a legislação sobre controle de armas do país refletindo as obrigações do governo com as convenções regionais e internacionais que tratam do tema.

O problema, no entanto, é que só existem 5000 armas de fogo registradas nas bases de dados do governo e, como o acesso e a análise dos dados relativos a armas de fogo no país são limitados, responsabilizar os donos de armas de fogo tem sido difícil.
O país está entre os cinco piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, de 0,47, convive com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de US$ 450, a expectativa de vida é de 52 anos, 66% da população são analfabetos e, para completar o quadro, mais de 10% dela têm o vírus HIV.Foi no século XV que os colonizadores portugueses desbravaram a costa oriental da África — durante viagem de Vasco da Gama rumo à Índia. Recentemente, especialmente nos últimos dez anos, o quadro mudou. Moçambique vem sendo revisitado, só que agora por empresas brasileiras. Com projetos superiores a US$ 770 milhões, o Brasil se tornou, este ano, o maior investidor estrangeiro, superando Portugal

Aos olhos dos moçambicanos, a redescoberta do país pelo Brasil é vista como uma forma de apaziguar a miséria. Os investidores, por sua vez, estão ávidos mesmo é pela real possibilidade de expansão comercial e, sobretudo, esperam que o país seja uma espécie de
trampolim para mercados mais pujantes, como é o caso da China.

A savana moçambicana é vista como ‘sob medida’ para os agricultores brasileiros. A primeira razão é a semelhança climática com o cerrado. A segunda é que o programa de cooperação Pró-Savana, da Embrapa, repete o modelo Brasil-Japão, que mudou o cenário no Centro-Oeste brasileiro com a implantação de monoculturas voltadas à exportação.

— Estão reproduzindo exatamente a mesma fórmula do cerrado brasileiro. Calculamos as mesmas consequências futuras. Este modelo implica uma série de mudanças sociais em relação aos pequenos produtores rurais e cria para o país a dependência em relação ao preço de algumas commodities específicas  como a soja — afirma a cientista política Ana Saggioro Garcia, doutora em relações internacionais pela PUC-Rio, comentando que outro foco de inquietação é a tão esperada geração de emprego. — Não há mão de obra local capacitada, o que faz as multinacionais importarem funcionários. E quem chega ganha salário mais alto do que os moçambicanos, o que gera bastante inquietação.
A mudança na paisagem de Moçambique já está em curso. As machambas — como são conhecidas as roças familiares dos moçambicanos — já estão disputando espaço com grandes plantações de florestas, especialmente eucaliptos e pinus. A previsão do governo do presidente Armando Guebuza é que, já no próximo ano, grandes produções agrícolas passem a mudar definitivamente o cenário do país.
— Nosso papel é desmistificar. Tudo está por ser feito e Moçambique ainda opera com espasmos de economia organizada. É um trabalho de formiguinha, de conhecimento — afirma Shalom Confessor, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Moçambique, com sede no Espírito Santo, para quem as oportunidades se espalham do setor de pedras ornamentais ao da beleza feminina.

Há agricultores brasileiros, porém, que não acham o negócio tão bom assim. Acostumados a serem donos das terras, muitos se sentem pouco à vontade para cultivar áreas que, no fim das contas, não são de sua propriedade, embora possam atuar por um século. Alegam ainda a dificuldade de, sem título da propriedade, obter crédito para tocar lavouras dispendiosas, como a do algodão, que consome toneladas de pesticidas. No fim das contas, resta ainda preocupação com a estabilidade política do país.

Nova fronteira agrícola do mundo, Moçambique tem 36 milhões de hectares de terra arável, dos quais cinco milhões são explorados, sem contar as terras com potencial de irrigação. Nada menos que 80% de sua população, de 23 milhões de habitantes, vivem no campo, mas o modelo é o de agricultura de subsistência. Apenas 3% da produção agrícola é comercializada. O resultado é que o país não produz o suficiente para alimentar sua população. Só de arroz, importa 360 mil toneladas por ano, o equivalente a cerca de 40% do que consome.

— O problema não é somente ambiental, mas também social. O modelo convencional de agricultura, dependente de insumos externos, como adubos e agrotóxicos, endivida pequenos agricultores — avalia a agrônoma paulista Flávia Londres, que esteve em Moçambique, em outubro.
A discussão está causando rebuliço no país. A União Nacional de Camponeses de Moçambique publicou, recentemente, uma carta analisando o Pró-Savana. Os agricultores reclamam de falta de informação e transparência dos governos envolvidos e questionam a expropriação de camponeses que vêm ocorrendo, criando levas de sem-terra que não existiam no país.

Não se pode negar que a chegada de empresas brasileiras e de outras nacionalidades acelera o crescimento econômico. Mas, para o pesquisador moçambicano Marques Rafael, a relação entre os dois países pode se converter num modelo de neocolonialismo:

— Antes, sabíamos quem eram nossos dominadores. Agora, o país está aberto a empresas e ao capital estrangeiro


A história de Moçambique está sendo reescrita e, segundo a Ernst & Young, os novos capítulos dessa história incluem “crescimento econômico, progresso, potencial e rentabilidade”. A presença do Brasil em Moçambique está inserida nesta reviravolta.


Um afro abraço.
fonte:PNUD/ Infoglobo Comunicação e Participações S.A/wikipedia.org/

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Analisando o Movimento Passe Livre


A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de (in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.

O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta forma, estudar os mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.

O ESTOPIM: "A bandeira dos 20 centavos!?!?!?"

Não é mesmo; seria ridículo imaginar toda essa movimentação por causa de 20 centavos...  Nesse caso, forma é conteúdo. Nosso governador(Sergio Cabral) disse que o movimento  é apenas de vândalos que afrontam a noção e a democracia,mais não era quando ele organizou o movimento o petróleo e nosso para encher os cofres do estado do RJ. Também os que são chamados de “pacíficos” entendem que podem violar a Constituição sem dever satisfações a ninguém. Eles se negam até a negociar.

Há um engano central em relação a esse movimento, que ignora a sua origem e a sua história. O Passe Livre, meus caros leitores, não é uma associação que luta por indivíduos mais livres, mais autônomos, mais independentes do estado. Ao contrário: do que dá para perceber de sua concepção de sociedade — e se pode ter uma sem que se tenha clareza disso —, os valentes querem outra coisa. Anseiam por uma democracia tutelada por movimentos sociais organizados, que arrogam para si o direito da representação sem passar pelo ritual das eleições. E, POIS, DEMOCRACIA NÃO É.
Se liga:Mesmo que as reivindicações sejam várias e muitos cartazes exibam anseios mal explicados ou utopias inalcançáveis, há um ponto comum nessas manifestações dos últimos dias: a luta contra a corrupção.
A vontade de que o dinheiro público seja gasto com transparência e que as prioridades dos governos sejam questões que afetam o dia a dia do cidadão, como saúde, educação, transportes, está revelada em cada palavra de ordem, até mesmo nas que parecem nada ter a ver com o fulcro das reivindicações, como no protesto contra a PEC 37.

Nele está contido o receio da sociedade de que, com o Ministério Público impedido de investigar, o combate à corrupção seja prejudicado. Todas as questões giram em torno do dinheiro público gasto sem controle, como nos estádios da Copa do Mundo, todos com acusações de superfaturamento.

O dinheiro que sobra para construção de “elefantes brancos” falta na construção de hospitais ou sistemas de transportes ,melhor na rede de ensino...bem medidas que realmente facilitem a vida do cidadão.

À diferença do que se diz por aí, a crise está menos na democracia brasileira, na classe política ou nos Poderes — como se tornou hábito repetir bovinamente, na imprensa inclusive — do que nos instrumentos de análise e de percepção da realidade. Se existe uma crise, ela é de natureza intelectual, isto sim!, de parâmetros.O movimento contra o aumento das passagens de ônibus poderia não ter a amplitude que ganhou se não houvesse uma reação nas redes sociais à atitude da polícia, como se todos sentissem a opressão do Estado na sua pele, e de repente liberassem os diversos pleitos que estavam latentes na sociedade.

Uma reivindicação justa como a da redução das tarifas de ônibus estava sendo tratada simplesmente como um pretexto para arruaças e vandalismos que a sociedade passou a se mobilizar para ampliar suas reivindicações.Isso nada tem a ver com comparações entre as mobilizações que ganham as principais cidades do país e a Primavera Árabe, pois estamos em uma democracia e "não se trata de derrubar governos",  muito pelo contrario e nosso voto não da carta branca a desmando de nenhum governo mais  deseja apontar o caminho  e mudar a maneira de gerir a política .
O ambiente econômico também esta contribuído para quebrar aquela falsa sensação de bem-estar. E é impressionante que o imenso aparato de informações de que cada governo dispõe, especialmente a Presidência da República, e as pesquisas de opinião não detectaram a indignação que explodiu nas ruas.

Bem gente eu acredito que os abusos policiais impedem  de reprimir a parte radicalizada das manifestações, que vandaliza cidades ou tenta invadir prédios públicos ou residências das autoridades.

Esse mal-estar, prefiro chamá-lo assim, contamina hoje a academia — o pensamento propriamente — e a imprensa. Perderam-se referenciais e valores do que sejam sociedade livre e representação. Essa conversa de que a redução da tarifa é apenas a face visível de um mal mais profundo onde se esconderiam repúdio à corrupção, aos desmandos, à gastança irresponsável dos governantes, nos estamos dando o recado  que é traduzido mais  que uma esperança  um fato. "
Ou é o contrario?!?!?"
Bem é o que eu penso...

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:blog.jornalpequeno.com.br/johncutrim‎/

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Renda da população negra cresce mais rápido:“A maldição da classe média”


Inclusão social e a classe que vive do trabalho
Está em disputa um projeto de Brasil que, a depender não apenas do Estado, mas fundamentalmente da mobilização dos movimentos sociais e políticos, dos sindicatos, dos operadores públicos e da iniciativa privada com efetivo compromisso e responsabilidade social, poderá permitir o adensamento dos processos democráticos a partir da valorização da classe que vive do trabalho em sua nova conformação.
O crescimento econômico do País tem beneficiado, de maneira particular, a população negra. É o que revela o estudo A Nova Classe Média, recém-divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o levantamento, a quantidade de afrodescendentes na classe média aumentou de 39,24% em 2002, para os atuais 50,87%, um avanço de 11 pontos percentuais. No mesmo período, a quantidade de brasileiros na classe média saltou de 43,64% para 51,57%, ou seja, um avanço mais tímido, de aproximadamente oito pontos percentuais.
Apesar do crescimento, a quantidade de negros na classe C (média) está ligeiramente abaixo da média geral da população.

De acordo com o economista Marcelo Neri, coordenador da pesquisa, o avanço do poder aquisitivo dos negros surpreendeu a equipe, tendo em vista que, anteriormente, não havia dados positivos relacionados à ascensão social da população preta e parda. Um dos principais critérios usados pela FGV para definir alguém como “classe média”, é a renda familiar mensal compreendida entre R$ 1.064 e R$ 4.561.

A melhoria das perspectivas da população negra também foi percebida com a redução da quantidade de afrodescendentes na classe D, uma queda de 29,61% para 26,29%, e na classe E, de 38,84% para 36,26%, seguindo a mesma base.
Na última década, para além das políticas específicas de cotas (raciais, étnicas, de gênero e outras), o governo brasileiro passou a desenvolver ações de inclusão destinadas a reduzir a desigualdade estrutural social – que contém em si as demais formas de discriminação – a partir da elaboração de programas e metas de combate à pobreza e de transferência de renda que, por sua vez, alcançaram resultados históricos inéditos valorizados interna e internacionalmente. Essa nova forma de conceber a inclusão, menos compartimentalizada, mais sistêmica e generalizada, tem sido identificada como uma nova etapa da estruturação do capitalismo brasileiro tendente à transformação do modelo de distribuição de riqueza neste início do século XXI.
A sociedade brasileira nunca aceitou com facilidade trabalhar temas e ações de combate à discriminação e há diversos estudos que procuram explicar sociológica e antropologicamente a reação de negação ao reconhecimento da estrutura racial e social excludente, e que afeta de modo particular às mulheres. Sendo o último país das Américas a abolir a escravidão, desenvolveu, ao longo de mais de quinhentos anos, um sistema econômico e educacional predominantemente monocultural e eurocêntrico, produtor das chamadas overlapping opressions, nomenclatura usada pelas feministas norte-americanas para descrever situações de discriminação superpostas.


“Um dos fatores que determinam o crescimento econômico do País é o aumento do poder de compra da população”, observa.
Ele ainda acrescenta que, o avanço do poder aquisitivo dos afrodescendentes pode ser medido pela maior quantidade de produtos voltados para este segmento populacional, como publicações editoriais, ou mesmo cosméticos.
E aqui entra a polêmica a respeito do Brasil do século XXI, o Brasil dos BRICS e o projeto de superpotência. O fenômeno da ascensão econômica do Brasil permite muitas leituras e os dados proporcionados por institutos de pesquisa como IBGE, MTE/Rais, bem como os estudos do IPEA/PNAD, ou de outros institutos como FGV e tantos outros, permitem muitas interpretações – em disputa – a respeito das causas e consequências da ascensão econômica do país e do crescimento da renda dos brasileiros.

Indiscutível constatar a elevação da renda per capita, dos rendimentos advindos do trabalho, os quais possibilitaram uma melhora geral na condição de vida e de consumo dos trabalhadores e trabalhadoras, refletindo na queda do desemprego, na aumento dos índices de formalização do trabalho e na redução da pobreza absoluta. Essa é a constatação fr Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na obra Nova classe média? (Boitempo Editorial, 2012). No entanto, o autor alerta ser um equívoco identificar o adicional de ocupados na base da pirâmide social brasileira como “uma nova classe média”, bem como considera não ser um mero equívoco conceitual, mas expressão da disputa que se instala em torno da concepção e condução das políticas públicas atuais, com forte apelo para reorientá-las a uma concepção predominantemente mercantil.

Apesar do avanço, o economista afirma que há uma grande distância nas condições socioeconômicas das populações negra e branca. Esta diferença se mostra, inclusive, no mercado de trabalho, no qual a população branca ainda ocupa os cargos de chefia. Está em disputa, portanto, um projeto de Brasil que, a depender não apenas do Estado, mas fundamentalmente da mobilização dos movimentos sociais e políticos, dos sindicatos, dos operadores públicos e da iniciativa privada com efetivo compromisso e responsabilidade social, poderá permitir o adensamento dos processos democráticos a partir da valorização da classe que vive do trabalho.

Um afro abraço.

fonte:www.estadao.com.br/www.cartamaio

domingo, 16 de junho de 2013

Novamente o tema a violência no Brasil e novamente às favelas

As favelas no Brasil são consideradas como uma conseqüência da má distribuição de renda e do déficit habitacional no país. A migração da população rural para o espaço urbano em busca de trabalho, nem sempre bem remunerado, aliada à histórica dificuldade do poder público em criar políticas habitacionais adequadas, são fatores que têm levado ao crescimento dos domicílios em favelas. Bem final do século XVIII, os primeiros assentamentos eram chamados de "bairros africanos". Estes eram os lugares onde ex-escravos sem terras e sem opções de trabalho ia morar. Mesmo antes da primeira "favela" passar a existir, os cidadãos pobres eram afastados do centro da cidade e forçado a viver em distantes subúrbios. No entanto, as favelas mais modernas apareceram na década de 1970, devido ao êxodo rural, quando muitas pessoas deixaram as áreas rurais do Brasil e mudaram-se para as cidades. Sem encontrar um lugar para viver, muitas pessoas acabaram morando nas favelas. A cultura da violência existe e cresce a violência em nossas sociedades : Os fatores que geram a violência no nosso pais , e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo, o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade social. “Vivemos numa sociedade consumista, “imoral e avançada”, onde o virtú, como dizia Maquiavel sobre os valores, tem perdido na escala de prioridades para a fortuna” (bens materiais) “Traficantes que nasceram nas favelas são vítimas, mais do que responsáveis, pelo tráfico no Brasil”. O mercado sem limites institucionais e morais é importante no comércio de drogas e armas. Estão imbricados com os fluxos de dinheiro para paraísos fiscais, como outras formas de comércio ilegal e corrupção. Impossível, portanto, que para movimentar as toneladas de drogas e os milhares de armas que aqui circulam, não haja redes interconectadas de “negociantes” que envolvem vários personagens da economia legal e ilegal do país. Se os tráficos são males que aumentam a desigualdade, empobrecem ainda mais o povo e pioram o bem-estar social, então é preciso encontrar as formas de controlá-los e combatê-los. Não há como continuar a silenciar a respeito dos feitos de traficantes simplesmente porque são marginais e a origem humilde de alguns deles explica, justifica e faz perdoar seus atos. A luta por uma nova ordem mundial deve incorporar esses argumentos que estão por trás da tragédia do povo afegão, mas também do paquistanês e de vários países do sudeste asiático. Novas formas de investigação e intervenção são indispensáveis para que se possa falar de uma nova polícia. Não é com prédios novos, computadores ou viaturas apenas que isso será alcançável. A DESIGUALDADE SOCIAL é um câncer que está piorando há séculos, quanto mais se fala sobre esse problema, mais as autoridades fecham os olhos, ou as janelas nos sinais de trânsito. A desigualdade social, identificada por mim como o fator que mais gera violência, é resultado da AMBIÇÃO dessa sociedade burguesa. Sendo que a maior parte da população não tendo outro meio de obter sua subsistência entra na vida do crime, e consequentemente na violência. Fator gerador da desigualdade social é o DESEMPREGO, como fora mostrado a preocupação, pelo menos aparente, de abranger este assunto nas últimas eleições presidenciais. Pois não há meio de obter um padrão de vida aceitável sem um emprego, e tendo procura demasiada e ofertas escassas muitas vezes trazem abusos nos assalariados, parecendo voltar a épocas anteriores a Revolução Industrial. Esses abusos muitas vezes trazem conseqüências assustadoras, como a marginalização do assalariado, que por não aceitar situações
deploráveis tenta ‘vida mais fácil’ no tráfico de DROGAS. Efeito posterior é seu vínculo ‘eterno’ com o morro e a dependência da droga, sendo um criminoso inconsequente em muitas vezes por não estar no seu estado normal. Partindo para uma visão mais ampla da situação achamos causas mais subjetivas, como o RACISMO que é parte integrante da desigualdade social. Como mostra estatísticas recentes onde negros ganham significativamente menos que brancos, ou que negros são mais de 50% da população brasileira, sendo que o número destes na universidade mesmo com as cotas chega a pouco mais de 5%. ACERCA DA VIOLÊNCIA POLICIAL No Brasil, a violência policial é um tipo relativamente incomum no universo dos casos de violência e um acontecimento raro na área das interações entre policiais e não-policiais. Mas é um tipo de violência que afeta um grande número de pessoas e que tem causado grande impacto na sociedade. Á uma contradição quanto á esse mito que se desfaz facilmente quando, ao analisamos a conduta de um policial que busca a elucidação de um crime, que prende o réu, e o submete a cruéis métodos, tais como a tortura, representados por choques nos órgão genitais, pauladas nos pés, surras com toalhas molhadas para não deixar marcas externas, que embora deixem seqüelas internas, perfurações sob as unhas com agulhas, asfixia mento com álcool ou sacos plásticos, tudo com uma única finalidade obter a confissão do marginal ou ainda que sua veracidade possa ser contestada em juízo. Os policiais têm a função de manter a ordem, assim prevenindo e reprimindo crimes, mas eles devem atuar de acordo com a lei, respeitando os direitos fundamentais do cidadão – como o direito à vida e integridade física. Atualmente a prática da violência policial já é vista e aceita pela sociedade como uma solução dos crimes contra o patrimônio e na repressão às classes perigosas. Esta prática deve ser vista como graves violações aos direitos humanos e à cidadania, o que contraria o texto constitucional ao disciplinar que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Assim a violência fardada que acontece nos bastidores policiais, embrutece a sua vítima, infundi-lhe o ódio e distorce o seu conceito de ética e moral, por não compreender como a sua integridade física pode ser violada por aquele a quem a cumpre preservar. O homem contemporâneo tornou-se cada vez mais consciente de seus direitos, e cada vez em maior número, reivindicam a capacidade de agir segundo a própria convicção e com liberdade responsável, não forçado por coação, mas levados pela consciência do dever. Requerem também que o poder público seja delimitado juridicamente, a fim de que a honesta liberdade das pessoas e das associações não seja restringida mais do que é devido. Todavia, esses direitos podem ser por diversas maneiras violadas, entre estas, através da qualidade de vida desumana, de medidas como a tortura que, sob todas as modalidades, são inibidoras do desenvolvimento humano. Enquanto ao homem cabe dar sentido à sua própria vida, ao Estado cabe facilitar-lhe o exercício da liberdade. Neste sentido, a liberdade e a dignidade elevam-se ao patamar dos direitos fundamentais, pois dizer que à pessoa, como titular de direitos, significa que ao ser humano corresponde a condição de sujeito e não de objeto manipulável. ”O policial em busca de promoção é facilmente conduzido ao raciocínio de que o seu dever está acima de tudo, ou seja, o cumprimento da missão é o que importa. Se precisar bater, ferir, ou até mesmo matar, para obter a confissão, dispersar os agitadores, prender o assaltante, agirá sem remorsos, contanto que dê cumprimento imediato à missão, mesmo porque outras missões o esperam, o trabalho é muito e os policiais são poucos” (SARAIVA, 1989, p. 159). A segurança pública não pode ser a preocupação central dos que atentam para a consolidação da democracia no país. Ao contrário, este é o ponto nevrálgico para continuar o processo que se interrompeu por causa das indefinições e oscilações das políticas públicas no Brasil. Refazer os circuitos da reciprocidade positiva significa integrar a população nas próprias atividades da segurança pública. Uma estratégia que não negue o conflito, e sim socialize os jovens na forma mais civilizada de lidar com ele, o que inclui os jovens que aderem às forças policiais. É preciso mais atenção à pedagogia e à formação oferecida nas escolas e quartéis no que diz respeito à socialização para uma sociedade em que a civilidade, a confiança mútua e a previsibilidade dão as condições básicas para novos arranjos e práticas sociais. A participação é importante na medida em que não há segurança sem que as pessoas compreendam os perigos e riscos que correm e façam, elas mesmas, o que podem para controlá-los ou evitá-los.

 A participação é igualmente importante, pois é o que permite passar da normatividade burocrática e autoritária para uma normalização melhor aceita pelos que devem internalizar e praticar suas regras. Bairrismos só atrapalham. Preparar cidadãos e policiais para a cooperação que se faz mais que imprescindível é condição sine qua non. O modelo da polícia comunitária não funciona onde os traficantes controlam militarmente o território e impõem medo aos moradores. O alcance do trabalho policial é pequeno e ainda se expõe a acusações de conluio com os criminosos. Antes, faz-se preciso tirar as pessoas de seus refúgios privados, onde se aprisionam naquilo que N. Elias chamou homo clausus e H. Arendt, a solidão organizada, base do totalitarismo moderno. Esse é o grande desafio e o grande passo a ser dado no Brasil, em todos os seus estados, em todos os seus pequenos, médios e grandes

. Um afro abraço

  Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre/CHAUÍ, Marilena. Ética e Violência, Colóquio e Interlocuções com Marilena Chauí. Londrina, 1998/MESQUITA NETO, Paulo. Violência policial no Brasil: abordagens teóricas e práticas de controle. Rio de Janeiro: Revista, Cidadania, Justiça e Violência, Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999/METODOLOGIA CIENTÍFICA. Itumbiara. Instituto de Ensino Superior de Itumbiara – ILES/ULBRA. Conceitos e normas para trabalhos acadêmicos. Itumbiara,2007. 96p/ www.ambito-juridico.com.br

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Estamos tod@s torcendo por Mandela!


O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela continua a se recuperar de uma infecção pulmonar, mas sua condição permanece "séria", disse nesta quinta-feira (13) o governo da África do Sul.
A internação do ex-presidente Nelson Mandela, 94, os jornais da África do Sul destaca a preocupação do país com a saúde do líder negro. Um deles disse, inclusive, que se aproximava a "hora de descansar", em referência à morte.O sul-africano foi internado na madrugada de sábado após complicações causadas por uma infecção pulmonar recorrente, que o fez ser internado em três ocasiões desde outubro. Ainda não há informações atualizadas sobre o estado de saúde de Mandela, que no sábado (8) era "grave, mas estável". O "Sunday Times" publicou, em sua capa, a frase "É hora de deixá-lo partir", com uma foto sorridente de Mandela. Em entrevista, um dos amigos do líder negro, Andrew Mlangeni, disse que é preciso deixar que Deus atue.

"Diremos 'obrigado, Deus, nos deu este homem' e também o deixaremos partir", completou Mlangeni.

No Twitter, a opinião dos sul-africanos é parecida. "Temos que rezar para que Tata Madiba fique bem ou para que Deus o libere de seus sofrimentos? Acredito que é o momento para que o deixemos partir", escreveu o usuário @_Porchez.

Tata (pai) e Madiba (o nome de seu clã) são duas maneiras respeitosas e carinhosas de fazer referência a Mandela na África do Sul. O jornal "City Press" destaca o pedido do presidente Jacob Zuma de orações pela saúde do líder negro, enquanto o popular "Sunday Sun" diz que "Mandela luta pela vida".

INTERNAÇÕES

O líder negro teve mais uma infecção pulmonar em 2011 e frequentemente é internado com problemas respiratórios causados por uma tuberculose que sofreu quando estava preso na ilha de Robben Island, perto da Cidade do Cabo, onde passou 18 dos 27 anos de detenção durante o regime do Apartheid.


Criticado muitas vezes  por seu governo ter sido amigo de ditadores que foram simpáticos ao Congresso Nacional Africano, a figura do ser humano que enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país...

Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo"

As últimas duas foram em novembro, quando passou duas semanas no hospital, e em março, durante um período de dez dias. Em abril, a Presidência sul-africana divulgou fotos em que mostravam Mandela bastante frágil por causa da doença.

Principal figura da luta contra a discriminação racial, ele foi solto em 1990 e em 1993 recebeu, ao lado do último presidente do regime do apartheid, Frederik de Klerk, o Prêmio Nobel da Paz por seu papel nas negociações para instaurar uma democracia multirracial na África do Sul.

Um ano depois, foi eleito para um mandato de cinco anos como presidente da África do Sul, sendo o primeiro mandatário negro.
Desde 2010, quando foi visto durante a última Copa do Mundo de futebol, está afastado da vida pública por problemas de saúde e é atendido por uma equipe médica em suas casas de Johannesburgo e Qunu, sua cidade natal.
Um afro abraço.

fonte:UNEGRO BRASIL

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