Tentarplicar
o que a genética tem a ver com a supremacia dos africanos
e seus descendentes nos esportes...
A tese de que raça faz a diferença nos esportes
não é nova...e precisamos ter muito cuidado com esta argumentação... (Adolf Hitler organizou uma olimpíada
em Berlim em 1936 com o objetivo de consagrar a superioridade
física ariana, e saiu humilhado do estádio),
mas está novamente em cena, reaquecida por uma mistura
de estatísticas esportivas e ciência, num livro
recém-lançado e que está causando polêmica
nos Estados Unidos: Taboo – Why black athletes dominate
sports and why we're afraid to talk about it (Tabu –
Por que os atletas negros dominam o esporte e por que nós
temos medo de falar disso). O autor, o jornalista Jon Entine,
reconhece que as influências geográficas e
culturais são grandes e as diferenças genéticas,
mínimas. Mas sustenta que, no esporte de alta competição
que se tem hoje em dia, são esses pequenos detalhes
que diferenciam um campeão de um mero participante.
"Pesquisas demonstram que os atletas de elite negros têm
uma estrutura óssea e muscular diferente, um sistema
metabólico e outras características forjadas
em dezenas de milhares de anos de evolução",
escreve Entine.
Se
ninguém fala nisso claramente (daí o tabu
do título), provoca Entine, é porque os americanos
temem legitimar a existência de raças humanas
e fornecer munição aos racistas. O risco é
realmente grande. Uma vez que se isole uma característica
genética numa população racial, mesmo
que vantajosa, abre-se caminho para que se encontrem outros
atributos raciais, alguns bem ruins. No século XIX,
quando se cunharam as bases do racismo moderno, partiu-se
do pressuposto de que os brancos não apenas eram
mais inteligentes, mas também melhor fisicamente.
Hoje é impossível manter a mentira da fragilidade
física da população africana, mas não
falta quem diga que isso ocorre para compensar uma natural
escassez de inteligência. De modo geral, a ciência
moderna considera a noção de raça puramente
subjetiva, uma idéia social sem maior sentido biológico.
As diferenças genéticas entre indivíduos
de uma mesma população podem ser maiores do
que as existentes entre populações distintas.
Significa que os branquíssimos finlandeses podem
ser geneticamente mais parecidos com os moçambicanos
do que um finlandês com outro finlandês Nenhum estudo da biologia molecular descobriu a chave
do sucesso esportivo dos africanos. O que se tem é
puro palpite, a maioria infeliz. A supremacia esportiva
dos negros se tornou notória a partir dos anos 60,
depois que os países africanos conquistaram a independência
política e aumentaram sua participação
em competições internacionais. A partir desse
momento, começou também a investigação
e a procura de explicações para o fato. Uma
tese atrevida refere-se à depuração
natural feita com a importação de africanos
como escravos para a América. Os traficantes evidentemente
escolhiam o melhor exemplar da raça. Só os
mais fortes resistiam à viagem e, para completar,
os patrões promoviam a reprodução entre
os melhores. O resultado teria sido a seleção
de um time de super-atletas. Não é uma boa
explicação, pois os excelentes atletas africanos
da atualidade seriam os descendentes da "escória"
rejeitada.
Teorias raciais sempre devem ser encaradas com desconfiança,
pois em geral são produzidas sob encomenda para demonstrar
preconceitos. Por mais intrigantes que sejam, a influência
do meio ambiente ainda é a explicação
mais razoável para a supremacia de determinada população
num esporte específico. Num artigo crítico,
o jornalista Jim Holt, do prestigiado The New York Times,
observou que se Taboo tivesse sido escrito nos
anos 30 teria de começar com a afirmação
de que o basquete é um esporte de judeus. Acreditava-se
então que os judeus tinham por natureza a ginga,
a velocidade e a visão ideais para o esporte. A razão
não estava na genética, evidentemente. O basquete
sempre foi o esporte dos bairros pobres americanos. Nos
anos 40, os judeus começaram a deixar as favelas
e foram substituídos pelos negros recém-chegados
do campo – e o perfil étnico do basquete mudou
junto.
Até
1960, os brancos eram maioria nas filas dos times de basquete
da liga americana na mesma proporção dos negros
hoje em dia: 80% contra 20%. No início do século
XX os finlandeses dominaram as corridas de média
e longa distância com a mesma eficiência revelada
pelos africanos hoje. A seleção brasileira
que está disputando as eliminatórias da Copa
do Mundo é composta majoritariamente por jogadores
com doses variadas de ascendência negra. Quando ganhou
a primeira Copa, apenas metade estava na mesma condição.
Aliás, no Brasil, esse tipo de raciocínio
não leva a nenhuma conclusão – como saber
qual herança genética, se a africana, a branca
ou a índia, era responsável pelos dribles
maravilhosos de Mané Garrincha?Do ponto de vista estatístico não existe
dificuldade em identificar habilidades e talentos variados
de uma determinada população em determinada
atividade. Os russos são os melhores jogadores de
xadrez, assim como os orientais revelaram-se excelentes
instrumentistas de corda nas grandes orquestras do mundo
ou os cubanos são os melhores em cima de um ringue
de boxe. A dificuldade de transpor isso para a genética
é que se trata de situação volátil.
Da mesma forma que existem esportes dominados pelos negros,
em outros os brancos são imbatíveis. O tênis,
o golfe e a natação são exemplos disso.
Ninguém ousa explicar geneticamente a supremacia
do branco Mark Spitz, o mais notável nadador olímpico
de todos os tempos. Além do biotipo adequado para
a prática do esporte, ele contava com um pai-treinador
que o orientava com mão de ferro e repetia todo dia
a seus ouvidos: "O importante não é nadar,
é vencer".
Já se tentou explicar a ausência quase total
de campeões negros nas piscinas com base nas diferenças
fisiológicas. De acordo com essas teorias, os negros
teriam maior densidade óssea, o que dificultaria
sua flutuação na água. Os aspectos
socioeconômicos pesam muito mais que a massa de ossos
e músculos. O acesso às piscinas é
mais difícil para os pobres. Isso explica, em parte,
por que esportes como o basquete dos negros americanos,
ou o vôlei dos negros cubanos, sejam predominantemente
branco no Brasil.
Aqui, os negros se sobressaem de maneira
significativa nos esportes de acesso mais democrático,
como o futebol e o atletismo, que não requerem equipamento
especial ou filiação a clubes. Deve-se considerar
também a oportunidade de ascensão social rápida
e segura oferecida pelo futebol. O inglês Linford
Christie, negro e campeão dos 100 metros nas Olimpíadas
de Barcelona, passou por tudo isso. Ele acha bobagem a idéia
de que os negros contam com a vantagem de uma carga genética
favorável.
O que carregam é uma carga de preconceitos,
de barreiras sociais e econômicas mais pesadas, que
os impede de prosperar em outras atividades profissionais.
"A grande chance de ascensão social do negro é
o esporte, e nós corremos todos para ele", diz Christie.
A genética é o que menos importa".
Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS.
fonte:abril.com.br/inciclopedia livre.
UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
sábado, 19 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
"Dia Nacional de combate à intolerância religiosa"
Em 21 de janeiro comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O que podemos trazer à memória nesta celebração? Qual a sua importância para cada um de nós? A instituição de uma data nacional para comemorar uma certa postura é, especificamente neste caso, uma manifestação civil de repúdio a toda forma de violência contra a manifestação religiosa pessoal ou grupal. No caso do Brasil, a liberdade de expressão religiosa é garantida pela Constituição. Vivemos uma atmosfera de aceitação e mistura de religiões, que, embora aparentemente sejam saudáveis, nem sempre são expressados ou vivenciados com um real espírito de abertura para o outro.
No Brasil, desde 2007, o dia 21 de janeiro é comemorado como o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pelo presidente Lula através da Lei nº 11.635 como um incentivo ao respeito e à liberdade religiosa. A data escolhida homenageia Gildásia dos Santos e Santos, popularmente conhecida como Mãe Gilda. A sacerdotisa do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte, após ver a própria foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de insultos.
Foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homenageia a sacerdotisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.
Diferenças religiosas sempre existiram na história da humanidade, antes mesmo do Cristianismo. Talvez porque a escolha e a expressão de uma fé toque tão profundamente ao ser humano, esta mesma escolha passa a ser algo tão defendido por ele que acaba por afastá-lo e confrontá-lo com o outro. E, o que é pior, quando esta defesa ultrapassa o limite individual e passa ao grupal, nós nos encontramos com os distúrbios – e até mesmo com guerras – provocadas unicamente pela não concordância com a escolha do outro.
O que Deus deve pensar de tudo isso? Haveria realmente uma religião melhor que outra? O que nos diria Jesus? Se olharmos as experiências vividas por Jesus, veremos o Mestre convivendo com tranquilidade com pessoas de diferentes religiões ou posturas religiosas. Assim, falará com a samaritana, conversará com fariseus, com romanos, com levitas, frequentará a casa daqueles que são considerados espúrios pelos líderes religiosos, como Mateus, incluirá todos na salvação que propõe aos homens. Se pensarmos que Ele mesmo, Jesus, era um judeu atuante, que frequentava o Templo, que guardava as festas judaicas, que respeitava as tradições de seu povo, só podemos ter em mente que Ele enxergava algo além da simples escolha religiosa. Ele via os corações, Ele olhava além daquilo que cada um externava a partir de sua escolha. Por isso, deixará como único mandamento o amor ao próximo como a si mesmo.
Se pudéssemos viver a plenitude do mandamento maior de Jesus Cristo, certamente teríamos inúmeros problemas a menos, no que toca as questões religiosas. Se tivéssemos a coragem de amar o outro, olhando além de diferenças que perpassam raças, religiões, países, jeitos de ser e viver, o mundo certamente seria muito melhor. Amar o outro como a si mesmo é o grande desafio da humanidade!
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) o a Constituição Federal asseguram a oferta do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental, mas a frequência dos estudantes é facultativa. “Mesmo trabalhando com essa ideia de pluralidade religiosa e de respeito, o pai pode sim optar por não querer que o filho participe das aulas”.
Para auxiliar no trabalho dos professores, bimestralmente, a Seduc disponibiliza conteúdos de ensino religioso no Ambiente Virtual de Assessoramento Curricular e Formação da Seduc. Neste local, as Diretorias Regionais de Ensino acessam o conteúdo e os assessores de currículo repassaram todo o material para as unidades escolares. São sugestões para planejamento de aula, projetos, além de diversas atividades que ajudam o professor a lecionar o ensino religioso no sentido ecumênico.
Amar não é especificamente gostar do outro, já que o gostar diz respeito à afinidade, ao convívio, ao prazer de estar junto. Amar diz respeito à compreensão mais profunda da escolha alheia, ao respeito por seu jeito de ser e à busca de um entendimento comum que propicie um real encontro de seres humanos com o divino.
Estabelecer, portanto, um dia para (re)pensar a intolerância religiosa e suas conseqüências, e, ao mesmo tempo convidar a uma nova postura de diálogo e encontro é oferecer um momento propício para a reflexão individual de nossa própria postura, motivando-nos para começar nos nossos pequenos ambientes de convívio, a criar um mundo melhor.
“...Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...”
(Nelson Mandela)
Um afro abraço.
No Brasil, desde 2007, o dia 21 de janeiro é comemorado como o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pelo presidente Lula através da Lei nº 11.635 como um incentivo ao respeito e à liberdade religiosa. A data escolhida homenageia Gildásia dos Santos e Santos, popularmente conhecida como Mãe Gilda. A sacerdotisa do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte, após ver a própria foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de insultos.
Foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homenageia a sacerdotisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.
Diferenças religiosas sempre existiram na história da humanidade, antes mesmo do Cristianismo. Talvez porque a escolha e a expressão de uma fé toque tão profundamente ao ser humano, esta mesma escolha passa a ser algo tão defendido por ele que acaba por afastá-lo e confrontá-lo com o outro. E, o que é pior, quando esta defesa ultrapassa o limite individual e passa ao grupal, nós nos encontramos com os distúrbios – e até mesmo com guerras – provocadas unicamente pela não concordância com a escolha do outro.
O que Deus deve pensar de tudo isso? Haveria realmente uma religião melhor que outra? O que nos diria Jesus? Se olharmos as experiências vividas por Jesus, veremos o Mestre convivendo com tranquilidade com pessoas de diferentes religiões ou posturas religiosas. Assim, falará com a samaritana, conversará com fariseus, com romanos, com levitas, frequentará a casa daqueles que são considerados espúrios pelos líderes religiosos, como Mateus, incluirá todos na salvação que propõe aos homens. Se pensarmos que Ele mesmo, Jesus, era um judeu atuante, que frequentava o Templo, que guardava as festas judaicas, que respeitava as tradições de seu povo, só podemos ter em mente que Ele enxergava algo além da simples escolha religiosa. Ele via os corações, Ele olhava além daquilo que cada um externava a partir de sua escolha. Por isso, deixará como único mandamento o amor ao próximo como a si mesmo.
Se pudéssemos viver a plenitude do mandamento maior de Jesus Cristo, certamente teríamos inúmeros problemas a menos, no que toca as questões religiosas. Se tivéssemos a coragem de amar o outro, olhando além de diferenças que perpassam raças, religiões, países, jeitos de ser e viver, o mundo certamente seria muito melhor. Amar o outro como a si mesmo é o grande desafio da humanidade!
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) o a Constituição Federal asseguram a oferta do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental, mas a frequência dos estudantes é facultativa. “Mesmo trabalhando com essa ideia de pluralidade religiosa e de respeito, o pai pode sim optar por não querer que o filho participe das aulas”.
Para auxiliar no trabalho dos professores, bimestralmente, a Seduc disponibiliza conteúdos de ensino religioso no Ambiente Virtual de Assessoramento Curricular e Formação da Seduc. Neste local, as Diretorias Regionais de Ensino acessam o conteúdo e os assessores de currículo repassaram todo o material para as unidades escolares. São sugestões para planejamento de aula, projetos, além de diversas atividades que ajudam o professor a lecionar o ensino religioso no sentido ecumênico.
Amar não é especificamente gostar do outro, já que o gostar diz respeito à afinidade, ao convívio, ao prazer de estar junto. Amar diz respeito à compreensão mais profunda da escolha alheia, ao respeito por seu jeito de ser e à busca de um entendimento comum que propicie um real encontro de seres humanos com o divino.
Estabelecer, portanto, um dia para (re)pensar a intolerância religiosa e suas conseqüências, e, ao mesmo tempo convidar a uma nova postura de diálogo e encontro é oferecer um momento propício para a reflexão individual de nossa própria postura, motivando-nos para começar nos nossos pequenos ambientes de convívio, a criar um mundo melhor.
“...Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...”
(Nelson Mandela)
UNEGRO 25 ANOS.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:maivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/www.generoracaetnia.org.br/.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
População negra cresce no País:51% da população são formados por negros.
No Brasil, 51% da população são formados por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
De acordo com o quadro está sendo montado, com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar), 13% dos negros com idade a partir de 15 anos ainda são analfabetos. Somando todas as raças, o total de pessoas que não sabem ler nem escrever no País chega a 10% da população. O maior percentual de analfabetismo entre a população negra está registrado no Nordeste, 21%. Depois vêm o Norte e o Sul, abaixo da média, cada um com 10%, seguidos da região Centro Oeste, 9% e do Sudeste, com 8%.
Segundo os estudos coordenados pela subsecretaria de Ações Estratégicas da SAE, a maior concentração de negros analfabetos por faixa etária está registrada a partir de 65 anos: 45% desse grupo em todo o País. No Nordeste esse percentual se agrava e 57% da população negra com idade a partir de 65 não sabem ler nem escrever. Nas outras regiões as taxas são menores do que a registrada no Nordeste. No Centro-Oeste, 43% da população negra com idade a partir de 65 anos são analfabetos. No Norte, 42%, no Sul, 39% e no Sudeste 33%.
Considerando todos os segmentos raciais, no total do País, 31% das pessoas com 65 anos ou mais são analfabetos, incluídos aí os que se declaram negros. A maior concentração está no Nordeste, onde 51% das pessoas nessa faixa etária não sabem ler nem escrever.
Entre os mais jovens, com idade que vai de 15 a 29 anos, as taxas de analfabetismo na população negra caem consideravelmente. Fica em 6% no Nordeste, 2% no Norte, no Centro Oeste e na Região Sul e 1% no Sudeste. Na soma do país, 3% dos negros com idade de 15 a 29 anos não sabem ler nem escrever. Na faixa de 30 a 64 anos o percentual sobe para 15%.
Estes são apenas alguns dos dados do quadro que está sendo montado. Brevemente, todas as informações que compõem o Banco de Dados estarão disponíveis para consulta, não só no “Observatório da População Negra”, como no site da SAE.
Levantamento do IBGE aponta redução de 0,4% de brancos e de 0,9% de pardos no País.
O Brasil tem cerca de 16 milhões de brasileiros da cor preta ou da raça negra em 2011, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na última sexta-feira (21). Em 2009, o número de negros autodeclarados era de 13,1 milhões.
No ano de 2009, de acordo com a pesquisa, dos 191,8 milhões de brasileiros, além dos declarados negros, 92,5 milhões se consideravam brancos, 84,7 milhões pardos e 1,3 milhão declaravam ser de outra etnia.
A pesquisa aponta também que houve uma redução de 0,4% na população branca e de 0,9% da população parda, ao passo que a população preta aumentou em 1,4% entre 2009 e 2011.
No ano passado, além dos 16 milhões de pretos, o Brasil tinha também 93,2 milhões de brancos, 84 milhões de pardos e 1,8 milhão de pessoas de outras etnias. No total, o País alcançou 195,2 milhões de moradores.
Entenda a Pnad
O estudo considera cinco categorias para que a pessoa possa se classificar quanto à característica cor ou raça: branca, preta, amarela, parda ou indígena.
A denominação preta é usada pelo próprio IBGE. Na categoria amarela, entram pessoas que se declaram de origem japonesa, chinesa e coreana.
As pessoas pardas são aquelas que se consideram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de preto com pessoa de outra cor ou raça.
Regiões brasileiras com maior e menor número de negros
No ano de 2009, a região Sudeste tinha a maior quantidade de negros — 6,2 milhões. Em 2011, a região se manteve com o maior número de pessoas que se consideram negras: 7 milhões.
A região com o menor número de negros é a Norte. Em 2009, eram 738 mil, enquanto, em 2011, o número passou para 1 milhão.
Homens e mulheres negras no Brasil
Dos 13 milhões de brasileiros que se consideravam negros em 2009, 6,5 milhões eram homens e 6,5 milhões, mulheres. Em 2011, este número aumentou para 8 milhões para cada lado, mantendo a igualdade entre os sexos.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS.
Um afro abraço.
fonte:R7/www.brasil.gov.br/noticias.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Nem sempre a vitória é tudo; nossa luta faz história: Aida dos Santos, uma mulher de garra
Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio tinha sido eleita como a sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacional, para os Jogos de 1964.
Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na
infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10
milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados
Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Segunda
Guerra.
A Negra Aida fez história no esporte.
Que há quase 50 anos, Aida Santos, marcou história no atletismo nacional? Sem
nenhum apoio, treinador, tênis e até uniforme próprio, a carioca com aproximadamente 75 anos de
idade entrou para a história , Aida teve o
melhor desempenho de uma brasileira na história dos Jogos até as Olimpíadas de
Atlanta em 1996, quando as atletas Jacqueline e Sandra conquistaram a medalha de
ouro no vôlei de praia
Aida Santos foi a primeira atleta brasileira a chegar próxima de uma medalha olímpica. Em Tóquio, 1964, a carioca ficou na quarta posição no salto em altura, com 1,74m, mesmo com o pé torcido...
A atleta fez história nas Olimpíadas de Tóquio ao viajar como a única mulher da delegação brasileira. Sem técnico e sem material de competição, ela precisou de ajuda para preencher a ficha de inscrição em inglês e pegou uma sapatilha emprestada para competir no salto em altura. Surpreendeu quando conseguiu uma vaga na final e se tornou sensação ao ficar no quarto lugar, superada apenas pela romena Iolanda Balas, a australiana Michele Brown e a soviética Taisia Chenchik.
"Eu nunca esperava voltar lá no Japão, quando me chamaram para ir eu pensei comigo mesmo que tinha que ir ao cardiologista antes e levei medicamentos porque a emoção é muito forte", revelou seu desempenho na capital japonesa logo ganhou reconhecimento e Aída foi apelidada de "Leoa de Tóquio". Após as Olimpíadas de 1964, ela competiu na Cidade do México-1968, no pentatlo, modalidade em que conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg/67 e Cali/71.A visita ao Estádio Olímpico de Tóquio, no entanto, não trouxe apenas boas lembranças à atleta, que atualmente disputa competições de masters de vôlei. As dificuldades enfrentadas desde a viagem até os momentos de competição voltaram à cabeça de Aída dos Santos.
Como única mulher da delegação brasileira, ela fez as viagens acompanhando equipes masculinas. A ida a Tóquio foi ao lado da Seleção Brasileira de vôlei, que tinha Carlos Arhtur Nuzman na equipe, e teve uma escala em Paris. O retorno, com o time nacional de futebol, composto por amadores e comandado por Vicente Feola, técnico campeão da Copa do Mundo de 1958.
Em 2006, Aída dos Santos recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico, e em 2009 foi agraciada com o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.
Aida teve três clubes na vida: o Fluminense
Atlético, de Niterói, onde começou, e competiu pelo Vasco e por seu clube do
coração, o Botafogo. Ela é formada em Educação Física e Pedagogia. Fez Educação
Física na UFRJ e Pedagogia na Universidade Gama Filho e foi diretora e técnica
de atletismo do Botafogo por muitos anos. Aída também foi professora de
Atletismo, Vôlei, Basquete, Natação, Ginástica e Ginástica Olímpica e Futsal na
Universidade Federal Fluminense, por onde se aposentou há 12 anos. Atualmente,
ela ainda serve ao Botafogo. Ela é benemérita, conselheira e suplente do
Conselho Fiscal do Alvinegro carioca.
Títulos
Campeã estadual, brasileira, sul-americana e
Pan-americana de salto em altura
1967 – Pan-Americano (Winninpeg-Canadá) –
medalha de bronze no pentatlo;
1964 – Olimpiadas de Tóquio – 4° lugar no salto
em altura com a marca de 1,74m, e melhor classificação olímpica do atletismo
feminino em todos os tempos).
Aída foi a única representante do atletismo
nacional e única mulher da delegação do Brasil nos Jogos de Tóquio 1964. A
atleta, que também disputava provas de 100 metros rasos e lançamento de dardo,
participou sem uniforme, sem técnico, sem médico, sem sapatilha de prego.
1968 – Olimpíadas no México ficando na
22ª.colocação na prova do pentatlo
1971 – Pan-Americano (Cáli-Colombia) – medalha
de bronze no pentatlo
Foi homenageada em 1995 na inauguração da pista
de atletismo da UFF que tem o seu nome.
E em 2006 foi homenageada com o Troféu Adhemar
Ferreira da Silva, entregue anualmente a uma personalidade com importante vida
atlética.
Um afro abraço.
fonte:memoriadoesporte.org.br/www.lagartense.com.br/Agencia Lance, Wikipedia, FARJ
Negra Mulheres:
Nascida no Centro Histórico de Salvador em 10 de fevereiro de 1894, Mãe Menininha do Gantois, como ficou conhecida Maria Escolástica da Conceição Nazaré, teve como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
Foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Iniciada no culto aos orixás de Keto aos oito anos de idade, assumiu definitivamente o terreiro aos 28. Foi uma das principais articuladoras do término das restrições a cultos impostas pela Lei de Jogos e Costumes de 1930, que condicionava a realização de rituais à autorização policial e limitava o horário de término dos rituais às 22 horas.
Símbolo da luta pela aceitação do candomblé pela cultura dominante, Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos. Nunca deixou de assistir às celebrações de missa e convenceu os bispos baianos a permitirem a entrada de mulheres – inclusive ela – vestidas com as roupas tradicionais das religiões de matriz africana nas igrejas. Umas das mães-de-santo mais famosas e importantes do país,
Maria Escolástica Conceição Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha do
Gantois, foi uma das grandes defensoras da preservação dos cultos Afro-brasileiros
na época da escravidão, principalmente nos espaços do Engenho Velho ou a Casa
Branca, o terreiro mais antigo da Bahia. Mãe Menininha nasceu em 10 de fevereiro de
1894. Tornou-se yalorixá em 1922, sob o reino de Oxum. Faleceu aos 92 anos, com 74
de iniciação ao culto. Considerada por muitos uma sacerdotisa excepcional pelo ser
humano que era, Mãe Menininha era conhecida ela sua tranqüilidade e sabedoria.
Reverenciada por grandes personalidades do mundo artístico e político, Mãe
Menininha foi também imortalizada por Dorival Caymmi, na música Oração a Mãe
Menininha, que a chamou de “a mãe da doçura”, “a Oxum mais bonita” e a celebrou
com versos sublimes, como: “Olorum quem mandou essa filha de Oxum tomar conta
da gente e de tudo cuidar”.A Iyálorixá faleceu de causas naturais, aos
92 anos de idade.
Alzira Rufino
Alzira Rufino nasceu em Santos (São Paulo, Brasil), em 06 de julho de 1949. De família
negra e pobre, tendo trabalhado desde criança, aos 17 anos foi admitida em um
hospital como auxiliar de cozinha. Ficou na função por dois anos, período em que
ganhou seu primeiro prêmio literário. Aos 19 anos, iniciou os estudos na área da
saúde. Dedicando-se seriamente, galgou os diferentes níveis de sua área de atuação,
até graduar-se em Enfermagem.
Em março de 1985, organizou a primeira Semana da Mulher da Região da Baixada
Santista, reunindo todas as organizações de mulheres. Em 1986, fundou o Coletivo
de Mulheres Negras da Baixada Santista, um dos mais antigos grupos de mulheres
negras do Brasil. Em 1990, fundou a Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN).
Alzira é ialorixá, poeta e presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e tem
recebido inúmeras homenagens e distinções, dentre elas: do Conselho Nacional da
Mulher Brasileira, da Câmara Municipal de Santos e da Câmara Municipal do Cubatão;
indicada por organizações brasileiras para integrar a delegação não-governamental
para a Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena. Em 2005, foi uma das mil
mulheres indicadas para o Prêmio Nobel da Paz 2005. Recebeu homenagem da
Subcomissão do Advogado Negro (Subseção Santos/SP da Ordem dos Advogados
do Brasil); foi homenageada, juntamente com a CCMN, pela Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo, com oPrêmio Zumbi dos Palmares; recebeu o Troféu Anid
(Ação Negra de Integração e Desenvolvimento), na cidade de Barueri/SP.
Desde 1992, a ativista é fellow da Ashoka, tendo coordenado a Rede Feminista Latino-
americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região
Brasil (de 1995 a 1998). A Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN), presidida por
Alzira, foi a primeira ONG brasileira a ser credenciada pela OEA (OAS), em 2001.
Tem publicado artigos em jornais e revistas brasileiras e do exterior. Ganhou diversos
prêmios de poesia em nível local e nacional e tem publicações de poesia, ficção e
ensaios.
fonte:Cartilha Mulher Negra tem História – Alzira Rufino, Nilza Iraci, Maria Rosa Pereira, 1987, Santos; Roy Glasgow – “Nzinga”– Ed. Perspectiva, Col. Debates – 1982 – SP.
OLIVEIRA, Rachel de. Tramas da cor: enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar. São Paulo: Selo Negro, 2005
OLIVEIRA, Rachel de. Tramas da cor: enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar. São Paulo: Selo Negro, 2005
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira.
Cuti:O poeta, ensaísta e escritor negro Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Nascido em Ourinhos, interior de São Paulo, em 31 de outubro de 1951.
Cuti é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Formou-se em Letras (Português–Francês) pela Universidade de São Paulo em 1980 e pós-graduou-se em Teoria da Literatura no Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp). Autor de livros como Poemas da Carapinha e Batuque de Tocaia (edição do autor), foi um dos fundadores e membro do Quilombhoje Literatura — grupo paulistano de escritores surgido em 1980 e dedicado a discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura — e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, “nascida no bojo de um incipiente movimento que pretendia dar continuidade à histórica epopéia de uma imprensa negra”.
“Democracia racial é uma camisa de força da literatura negra.” O poeta e militante negro Luiz Silva, o Cuti, diz que a falsa idéia da boa convivência faz parte da ideologia racista.
Com o avanço das lutas contra o racismo, nas últimas décadas do século XX, os
negros começaram a se tornar protagonistas das suas obras. Usando a palavra como
forma de resistência, diversos escritores e poetas criaram uma produção
diferenciada, com nuanças específicas, baseadas nos elementos culturais de
origem africana e no resgate da dignidade. No livro Literatura negro-brasileira,
quarto volume da Coleção Consciência em Debate, lançamento da Selo Negro
Edições, o escritor e pesquisador Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, analisa a
participação do negro, como personagem, autor e leitor, na literatura
brasileira.
Escritor profícuo e grande pesquisador, Cuti
destaca os precursores e a nova geração dessa corrente – que alcançou um patamar
significativo com os trinta anos de edição ininterrupta dos Cadernos Negros,
coletânea anual de poemas e contos. “A literatura é alimento para o nosso
imaginário, que se move o tempo todo, recebendo, produzindo e reproduzindo
ideias, palavras, frases, imagens sobre o que somos como pessoa e povo”, revela
o autor. Para ele, as palavras carregadas de emoções nutrem a dimensão interna
de nosso ser. “Nossas relações inter-raciais também são mediadas pelo texto não
referencial”, complementa. A obra cumpre, nessa dinâmica, o papel de trazer um
deslocamento de perspectiva na superfície e na profundidade do texto ficcional e
poético, estabelecendo uma formação discursiva dissonante no contexto hegemônico
da ideologia racista que ainda vigora nos meios de comunicação
brasileiros.
Cuti é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Formou-se em Letras (Português–Francês) pela Universidade de São Paulo em 1980 e pós-graduou-se em Teoria da Literatura no Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp). Autor de livros como Poemas da Carapinha e Batuque de Tocaia (edição do autor), foi um dos fundadores e membro do Quilombhoje Literatura — grupo paulistano de escritores surgido em 1980 e dedicado a discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura — e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, “nascida no bojo de um incipiente movimento que pretendia dar continuidade à histórica epopéia de uma imprensa negra”.
“Democracia racial é uma camisa de força da literatura negra.” O poeta e militante negro Luiz Silva, o Cuti, diz que a falsa idéia da boa convivência faz parte da ideologia racista.
Pára Cuti, a literatura precisa de forte antídoto contra o racismo nela entranhado.
Os autores nacionais, diz ele, principalmente os negro--brasileiros, lançaram-se
a esse empenho, não por ouvir dizer, mas por sentir, por terem experimentado a
discriminação em seu aprendizado. Ao longo da obra, ele fala sobre os
precursores, destacando que Luiz Gama, Cruz e Sousa e Lima Barreto foram
solitários, em especial no empenho de sua afirmação racial ou crítica ao
racismo. No capítulo em que aborda os elos de gerações, por exemplo, revela que
a literatura negro-brasileira passou a contar, a partir das primeiras décadas do
século XX, com o início de uma vida literária negra nas associações culturais de
caráter reivindicatório. E traça o perfil de autores que constituem esse grupo
como Abdias Nascimento, Solano Trindade e Carlos de Assumpção, entre
outros.
A PALAVRA NEGRO
A palavra negro
tem sua história e segredo
veias do São Francisco
prantos do Amazonas
e um mistério Atlântico
A palavra negro
tem grito de estrelas ao longe
sons sob as retinas
de tambores que embalam as meninas
dos olhos
A palavra negro
tem chaga tem chega!
tem ondas fortesuaves nas praias do
apego
nas praias do aconchego
A palavra negro
que muitos não gostam
tem gosto de sol que nasce
A palavra negro
tem sua história e segredo
sagrado desejo dos doces vôos da vida
o trágico entrelaçado
e a mágica d'alegria
A palavra negro
tem sua história e segredo
e a cura do medo
do nosso país
A palavra negro
tem o sumo
tem o solo
a raiz.
Um afro abraço.
fonte:www.uel.br/pos/letras/terraroxa
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