UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Whitney Houston:: Sucesso e Tragédia de uma Estrela Negra...


Whitney Elizabeth Houston nasceu em Newark, Nova Jérsei, em 9 de agosto de 1963. É uma famosa cantora, compositora, produtora músical e teatral e atriz norte-americana, uma das mais populares e famosas artistas das décadas de 1980 e 1990, recebendo vários Grammys, American Music Awards, Billboard Music Awards, Emmys, um MTV Video Music Award, um MTV Movie Award, um MTV Europe Music Award, o prêmio de Artist of the Decade (artista da década) e o especial Legend Award. Influenciou a carreira de várias artistas como Kelly Price, Mariah Carey, Christina Aguilera, Beyoncé Knowles, Jessica Simpson, Alicia Keys, Leona Lewis e outras cantoras da música Pop e R&B. Em 22 anos de carreira Whitney Houston já vendeu mais de 175 milhões de discos em todo o mundo, sendo 75 milhões somente nos Estados Unidos e 70 milhões de singles de acordo com a RIAA, totalizando mais de 245 milhões de cópias em todo o mundo. Em toda a sua carreira, Whitney Houston já recebeu mais de 400 prêmios, sendo a cantora mais premiada da história, certificada pelo Livro Guinness dos Recordes (Guinness World Record) em 2006. É reconhecida em todo mundo por ter uma das vozes mais lindas de todos os tempos, além de uma grande habilidade vocal que incluem uma imensa potência, melismas e vibratos, sendo considerada como uma voz única e lendária. A mãe (Cissy Houston), uma prima em primeiro grau (Dionne Warwick) e a madrinha (Aretha Franklin) eram reconhecidas cantoras de gospel/R&B/soul, o que resultou na constante presença da música na vida da jovem Whitney. Aos 11 anos de idade, Whitney começou a cantar no coro gospel de uma igreja batista em Newark e mais tarde acompanharia sua mãe em alguns concertos. Mesmo sendo batista, Whitney se formou numa escola católica. Depois de aparecer no álbum de 1978 da mãe, Think It Over, ela começou a cantar como apoio vocal para muitos cantores famosos, entre eles: Chaka Khan e Jermaine Jackson. No mesmo ano, com apenas 16 anos de idade, ela fez um dueto com Michael Zager no single "Life is a Party". No começo da década de 1980, ela começou a aparecer como modelo em várias revistas e chegou até a ser capa da "Seventeen" e "Glamour"

Estreia no cinema 
Em 1992, Whitney fez seu primeiro filme, O Guarda-Costas, o qual protagonizou junto com Kevin Costner. Sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 500 milhões de dólares no mundo todo, o filme teve uma trilha-sonora caprichada e Whitney gravou seis novas canções para a trilha-sonora do filme, incluindo uma versão do clássico de Dolly Parton, "I Will Always Love You" A canção"I Have Nothing" foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original. Outros "hits" lançados como single da trilha-sonora de O Guarda-Costas: "I am Every Woman" (regravação de uma canção Chaka Khan), "Run to You" e "Queen of the Night" (escritas pela própria Whitney). O álbum vendeu mais de quarenta milhões de cópias em todo o mundo, com 18 milhões só nos Estados Unidos, tornando-se o álbum mais vendido por uma cantora solo, a trilha-sonora mais vendida da história e o mais vendido da década de noventa. Em março de 2005, após 13 anos de lançado, o álbum voltou as paradas de sucesso na Espanha
ocupando #25.

Em 18 de julho de 1992, Whitney se casou com o cantor Bobby Brown em Nova Jersey. Em março de 1993, deu à luz uma menina, chamada Bobbi Kristina, que canta com a mãe nas canções "My Love is Your Love" e "Little Drummer Boy". Em 1994 com a turnê mundial “The Bodyguard”, Whitney fez sua primeira apresentação no Brasil, no Rio de Janeiro, levando os fãs ao delirio quando interpretou ao vivo “I Will Always Love You” o maior sucesso de sua carreira e também cantou na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo. Em 1995 Whitney atuou em outro filme, Waiting to Exhale (Falando de Amor), baseado num livro de Terry McMillans sobre as vidas de quatro mulheres afro-americanas. As outras personagens são interpretadas por Angela Bassett, Loretta Devine e Lela Rochon. O diretor do filme foi Forest Whitaker. Foi rodado na primavera de 1995 e estreou nos cinemas em dezembro do mesmo ano. Arrecadou uma estimativa de 80 milhões de dólares nas bilheterias do mundo todo. A trilha-sonora de “Waiting to Exhale” incluia três novas canções de Whitney: "Exhale (Shoop, Shoop)", "Count on Me" (dueto com CeCe Winans) e "Why Does It Hurt So Bad". O single "Exhale (Shoop, Shoop)" estreou na primeira posição dos mais vendidos tornando-se seu décimo primeiro número #1 nos EUA e o segundo single da história a estrear nessa posição. O álbum vendeu dezoito milhões de cópias no mundo todo, sendo mais de sete milhões só nos EUA.

Seu filme seguinte, The Preacher is Wife (Um Anjo em Minha Vida), foi um remake em que protagonizou ao lado de Denzel Washington. O filme começou a ser rodado em janeiro de 1996 e estreou nos cinemas em 13 de dezembro do memo ano. Whitney estava planejando por muito tempo lançar um álbum gospel e a trilha-sonora deste filme foi a oportunidade única para fazê-lo. A trilha-sonora de “The Preacher is Wife” foi lançada um mês antes do filme e se converteu no álbum gospel mais vendido da história. Whitney canta catorze das quinze faixas do álbum, incluindo os "hits" "I Believe in You and Me" e "Step by Step".

Vida turbulenta 
Em meio a ampla cobertura da mídia de sua turbulência pessoal e profissional, Houston terminou seu casamento de 14 anos com o cantor Bobby Brown, em 2006.
Os dois tiveram uma filha, Bobbi Kristina e viveram um romance turbulento, com direito a manchetes sobre consumo de drogas e bebida. Ele chegou a ser preso em dezembro de 2003. Whitney, inclusive, o acusou de ter sido agredida por ele...

Em 2009, Houston lançou seu sétimo álbum de estúdio, I Look to You. Whitney era frequentemente comparada a grandes artistas do passado, como Frank Sinatra, Aretha Franklin e Elvis Presley e também está entre os 500 Maiores artistas de todos os tempos da Revista Rolling Stone

Saudades:
Em setembro de 2011, o The Hollywood Reporter anunciou que Whitney iria produzir e estrelar um remake do filme Sparkle ao lado de Jordin Sparks e Mike Epps. Sparkle marcaria o retorno de Whitney aos cinemas após 15 anos, desde o lançamento do The Preachers Wife em 1996. No filme, Whitney interpreta Emma, mãe de Sparkle.
As filmagens ocorreram entre 10 de outubro e 18 de novembro de 2011 e teve um orçamento estimado em US$ 17 milhões. A trilha sonora do filme foi lançada em 31 de julho de 2012. O Primeiro single, Celebrate, dueto com Jordin Sparks, foi a última gravação de Whitney em estúdio, realizada no dia 7 de fevereiro. Foi lançado oficialmente no dia 5 de junho de 2012. O vídeo clipe foi filmado em 30 de maio e lançado oficialmente em 30 de junho de 2012.

Whitney foi reconhecida internacionalmente como uma das maiores artistas de todos os tempos, devido ao seu talento, legado e, principalmente, à sua voz marcante e lendária. Graças a esse talento vocal marcante, Whitney foi frequentemente chamada de The Voice (A Voz). Whitney é frequentemente comparada a grandes artistas do passado, como Frank Sinatra, Aretha Franklin eElvis Presley e também está entre os 500 Maiores artistas de todos os tempos da Revista Rolling Stone. Whitney faleceu em 11 de fevereiro de 2012. O laudo do Instituto de Criminalística de Los Angeles disse que a morte de Whitney Houston foi acidental. A cantora se afogou na banheira, mas, segundo os peritos, outros dois fatores contribuíram para a morte dela: uma doença nas artérias do coração e traços de cocaína que foram encontrados durante a autópsia

Whitney foi enterrada no domingo, 19 de fevereiro, no cemitério Fairview, no Westfield, Nova Jersey, ao lado de seu pai, John Russell Houston, que morreu em 2003.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Martin Luther King

Líder da população negra norte-americana, nasceu em 1929, em Atlanta, e morreu assassinado em 1968, em Memphis. O seu protagonismo foi decisivo para a declaração de inconstitucionalidade da segregação racial dos negros. Eloquente ministro baptista, liderou o movimento a favor dos direitos civis da América Negra nos anos 50 até ao seu assassinato em 1968.

Casou com Coretta Scott, em 1953, e tiveram quatro filhos. Em 1955 uma mulher negra tinha-se recusado a ceder o seu lugar sentado no autocarro a um passageiro branco, pelo que fora presa por violar a lei da segregação racial. Os activistas negros formaram em Montgomery uma associação com o objectivo de boicotar o trânsito e escolheram Luther King para seu líder. O boicote durou 381 dias e em 1956, o Supremo Tribunal declarou inconstitucional a lei de segregação nos meios de transporte. Entre 1960 e 1965, ainfluência de King atingiu o auge. Em 1960 foi preso e o caso assumiu proporções nacionais. A estratégia de liderar um movimento activo mas não violento levou à adesão de muitos negros e de brancos liberais em todas as partes do país, tendo estas acções contado com o apoio da administração Kennedy. Em 1963, mostrou ao mundo a importância de resolver os problemas raciais através de uma marcha pacífica em Washington pelos direitos humanos, em que participaram mais de 200 000 pessoas. Nesse dia proferiu a célebre frase "I have a dream" num discurso em que fez uso de frases bíblicas, no qual proferiu o seu sonho de um dia ver brancos e negros juntos. Em 1964 foi aprovada a lei que acabaria com a segregação racial. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1964. A 4 de Abril de 1968 foi morto por um atirador quando estava na varanda de um hotel com alguns acompanhantes. Em 1969 a acusação recairia sobre o branco James Earl Ray, que foi condenado a 99 anos de prisão. O Congresso americano votou a favor de um feriado nacional em sua honra, que começou a ser celebrado a partir de 1986 na terceira segunda-feira de Janeiro.

Formação e início de vida
King nasceu em Atlanta, Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929. Entrou para o Morehouse College aos 15 anos e foi ordenado pastor batista aos 18 anos de idade. Depois de se formar no Seminário Teológico de Crozer como presidente da turma em 1951, fez pós-graduação na Universidade de Boston. Lá conheceu Coretta Scott, nascida em Marion, Alabama, com quem se casou em junho de 1953.


Os estudos de King em Crozer e em Boston levaram-no a analisar os trabalhos do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, cujas idéias se tornaram o núcleo da sua própria filosofia sobre o protesto não violento. Em 1954, King aceitou a designação para ser pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama.
O boicote aos ônibus de Montgomery

Naquele mesmo ano, a Corte Suprema dos Estados Unidos proibiu qualquer tipo de educação pública segregadora, e no rastro daquela decisão, o Sul segregado logo foi desafiado em todas as áreas da administração pública.

Em 1955, King, que havia acabado de terminar o doutorado, foi indicado para coordenar um boicote aos ônibus de Montgomery. Os líderes negros da cidade haviam organizado o boicote para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte público após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que havia se recusado a ceder o seu lugar a uma passageira branca.

Durante a ação, que durou 381 dias, King foi preso, a sua casa foi atacada e muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. O boicote foi encerrado mediante um mandado da Suprema Corte proibindo qualquer transporte público segregador.

O boicote de Montgomery foi uma vitória do protesto pacifista, e King emergiu como líder altamente respeitado. Como conseqüência os clérigos negros de todo o Sul organizaram a Conferência de Lideranças Cristãs do Sul (SCLC), tendo King como presidente.
Liderança quanto aos direitos civis

Em uma visita à Índia em 1959, King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social.

Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor dos direitos civis em Birmingham, Alabama, a realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul. Dirigiu a histórica ”marcha” para Washington, em 28 de agosto de 1963, onde pronunciou o famoso discurso I have a dream (Tenho um sonho). Em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.


Ampliação das preocupações
À medida em que o tempo foi passando, King foi ficando cada vez mais sensível às diferentes formas que a violência poderia assumir. Também havia ficado claro que inúmeras cidades do Norte que haviam enviado participantes aos protestos do Sul estavam apáticas em relação aos acertos necessários quanto à estratégia a ser seguida contra a discriminação racial.

As lideranças negras, que estavam passando por uma transformação radical, começaram a desafiar as orientações de King. Após terem apoiado o litígio e a reconciliação, exigiam uma mudança “de qualquer maneira que fosse possível”.

Em Chicago, onde foi lançada a primeira grande campanha no Norte, ele recebeu a oposição pública dos batistas negros. Lá os manifestantes negros encontraram brancos, armados, liderados por neonazistas e apoiados por membros da Ku Klux Klan.

Quanto à guerra no Vietnã, a maioria dos negros sentia que os seus próprios problemas mereciam prioridade e que as lideranças negras deveriam se concentrar na luta contra a injustiça racial em casa. No início de 1967, entretanto, King se associou ao movimento contra a guerra e às suas lideranças nacionais brancas.
Assassinato

Em abril de 1968 foi assassinado em Memphis, Tenessee, por um branco que havia escapado da prisão. Em 1986, o terceiro domingo de cada mês foi escolhido como a data para a comemoração dos direitos civis dos negros.

"Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver".
(Martin Luter King Jr.)



Um afro abraço.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Nossa história :Causas e consequências da revolta dos alfaiates

A Revolta dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana, foi um movimento ocorrido em 1798, que contou com o apoio da elite, mas sobretudo das camadas populares, como os negros e mulatos, artesãos, pequenos comerciantes, escravos, alfaiates e libertos. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.

Desde a mudança da capital de Salvador para Rio de Janeiro, a Bahia perdeu seu papel de destaque na participação histórica e política do Brasil. Os baianos sofriam cada vez mais com uma situação secundária que lhes era imposta pela coroa portuguesa, encaravam grande aumento do preço das mercadorias e produtos essenciais, gerando escassez de alimentos. Ameaçados com a situação, os habitantes da Bahia saqueavam açougues e mercearias em busca de carnes e alimentos.

Diante do quadro grave em que viviam, um grupo de intelectuais, influenciados pelo exemplo do que acontecera nas Treze Colônias Inglesas, no Haiti, e por ideologias iluministas e republicanas, começou a propagar as idéias emancipacionistas. Esses intelectuais, quase em sua totalidade, eram provenientes da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz.



O principal líder da Conjuração Baiana, também chamada Revolta dos Alfaiates, foi Cipriano Barata. O movimento se caracterizou por ser o mais amplo e democrático que existiu no Brasil colonial, junto com Cipriano estavam pessoas dos mais diversos setores sociais, com a participação inclusive de mulheres negras.

O projeto emancipacionista da Conjuração pregava uma sociedade democrática e igualitária. Defendiam a diminuição dos impostos, a proclamação da República, a abertura dos portos, o fim do preconceito e o aumento salarial. No decorrer do mês de agosto de 1798, os líderes do movimento começaram a pregar e espalhar panfletos pelas vilas e porta das igrejas. A movimentação tomava as ruas e incendiava as pessoas com as radicais propostas apresentadas contra a coroa. Não tardou muito para que a metrópole ordenasse o esmagamento da revolta, fazendo com que muitos fossem presos logo em seguida. Assim como na Inconfidência Mineira, centenas de pessoas foram denunciadas por aqueles que já haviam sido detidos.


Objetivos

- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal;- Defendiam a implantação da República;
- Liberdade comercial no mercado interno e também com o exterior;
- Liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto eram favoráveis à abolição dos privilégios sociais e também da escravidão;
- Aumento de salários para os soldados.

Quem participou
- O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e ex-escravos.

A punição da coroa portuguesa foi rígida, ordenou que alguns envolvidos fossem enforcados e esquartejados para que seus restos, espalhados pela Bahia, servissem de exemplo. Os quatro que sofreram a pena capital, no dia 8 de novembro de 1799, foram:Lucas Dantas do Amorim Torres (soldado), Manuel Faustino dos Santos Lira (aprendiz de alfaiate), Luís Gonzaga das Virgens(soldado) João de Deus Nascimento (mestre alfaiate).

Os demais envolvidos sofreram punições diferenciadas. Cipriano Barata foi preso no dia 19 de setembro de 1798, mas foi julgado, absolvido e então liberto em janeiro de 1800. Todos os outros que eram membros da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz foram também absolvidos. Enquanto os revoltosos pregavam uma sociedade mais democrática e igualitária, a coroa deixou claro através do julgamento o quanto se mantinha conservadora. Todos os punidos com pena de morte ocupavam uma posição social e econômica pouco significativa ou mesmo eram de origem racial indesejada. Já os absolvidos eram privilegiados por condições sócio-econômicas de destaque na sociedade.


Um afro abraço.
fonte:www.historiadobrasil.net/conjuracao_baiana

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O racismo no pensamento da sociedade...

No Brasil, a história de seus conflitos e problemas envolveu bem mais do que a formação de classes sociais distintas por sua condição material. Nas origens da sociedade colonial, o nosso país ficou marcado pela questão do racismo e, especificamente, pela exclusão dos negros. Mais que uma simples herança de nosso passado, essa problemática racial toca o nosso dia a dia de diferentes formas.
Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez chegamos a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a ideia da diversidade racial. Brasil é um país composto por várias etnias: europeus, africanos, índios e outros povos que compõem a sociedade brasileira. Essas variações étnicas se refletem no espaço onde se inicia a vida cultural de um povo...

É bem verdade que o conceito de raça em si é inconsistente, já que do ponto de vista

científico nenhum indivíduo da mesma espécie possui características biológicas (ou psicológicas) singulares. Porém, o saber racional nem sempre controla nossos valores e práticas culturais. A fenotipia do indivíduo acaba formando uma série de distinções que surgem no movimento de experiências históricas que se configuraram ao longo dos anos. Seja no Brasil ou em qualquer sociedade, os valores da nossa cultura não reproduzem integralmente as ideias da nossa ciência.

É logico que a família também é um fator predominante na questão da discriminação, muitas vezes, quando a criança comenta sobre uma situação de racismo sofrido por ela e os pais dão pouca importância na maioria das vezes(salvo alguns exageros) ou nem acreditam, isso acaba gerando um mal-estar na criança.


- O silêncio que acompanha os homens negros, especialmente os jovens,todas as vezes que se vêem como os únicos “suspeitos” retirados dos ônibus nas batidas policiais, acompanhados pelos olhos baixos dos demais passageiros, que parecem dizer: “Não temos nada com isso, quem  manda ser negro!”
Um silêncio que condenou, ao longo de nossa história, negros e negras a uma espécie de “solidão civil” – já que a esfera pública construída pela nossa limitada democracia não tinha espaço para o tema racial. Um silêncio que nada tinha a ver com a ausência de dados sobre o “custo social” pago pelos negros e negras em consequência da sistemática discriminação. Um silêncio que representava uma verdadeira interdição político-cultural que inibia até mesmo a formulação do problema.

Ainda hoje, em alguns ambientes, falar de racismo causa mal-estar, é falta de educação e de tato social.
O principal foco desse trabalho será observar os efeitos da discriminação racial no desenvolvimento escolar do aluno. Serão observadas as características históricas e sociais, o ambiente escolar, livros didáticos e trabalhos em geral que abordam esse assunto.

Concluindo:
Primeiramente o objetivo, é que o racismo se configura como crime, segundo previsto na lei 7.716/89 do código penal brasileiro. (hoje se tem pelas leis já muito discutidas, como a 7.716/1989; a 10.639/2003; 11.645/2008; além do Estatuto da Igualdade Racial, transfigurado pela lei 12.288/2010, que institui o mesmo Estatuto; altera as Leis nos 7.716/1989, 9.029/1995, 7.347/1985, e 10.778/2003)




Mas, como podemos aplicar a lei se na maioria dos casos, em análise pelos organismos jurídicos, não passa de fatores subjetivos na compreensão dos fatos?
Mas, por que é mais difícil configurá-lo? Pelos métodos utilizados, geralmente aplicados, nos diversos meios do direito (defensores e serventuários mais acentuados são do conhecimento pleno como operadores públicos da justiça.
Simplesmente porque você não se consegue, ou quer, identificar o opressor, que geralmente é aquele que reproduz a ideia conservadora sutil e velada por trás da não-afirmação legal.
Um fato já amplamente discutido e evidenciado, inegavelmente, nas pesquisas sobre o assunto é que, de fato, existe racismo no Brasil, diferenciado daquele praticado na África do Sul durante o regime do apartheid, diferente também do racismo praticado nos EUA, principalmente no Sul.
Há também negros que alienaram sua humanidade, que acham que são mesmo inferiores e o branco tem todo o direito de ocupar os postos de comando. Como também tem os brancos que introjetaram isso e acham mesmo que são superiores por natureza. Mas para você lutar contra essa ideia não bastam as leis, que são repressivas, só vão punir. Tem que educar também. A educação é um instrumento muito importante de mudança de mentalidade e o brasileiro foi educado para não assumir seus preconceitos.
Nem sempre as coisas funcionam o tempo todo. Também é natural que, às vezes, o terceiro setor puxe as mudanças e outras vezes o governo lidere. Temos de aceitar essas nuances. Todo movimento tem suas fases de avanço e retrocesso. É preciso estar vigilante em relação às ferramentas, aos discursos e às circunstâncias sociais, a exemplo da Globalização e de outros fenômenos que ocorrem pelo mundo todo, envolvendo parte fundamental na cultura e no âmbito social.
Claudia Vitalino

Um afro abraço.
fonte:www.slideshare.net/sergiomorais

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Libéria um sonho americano...

A 26 de Julho de 1847 a Libéria declarou a sua independência, assumindo a forma de uma República Presidencial, cuja Constituição foi decalcada a partir da Constituição dos Estados Unidos da América. Joseph Jenkins Roberts foi o primeiro Presidente deste país africano, exercendo funções até 1856. O reconhecimento da independência da Libéria pelos países mais importantes da época ocorreu entre 1848 e 1862, respectivamente pela Grã-Bretanha, França e Estados Unidos.

Obs:"O país dotou-se de uma constituição baseada na Constituição dos EUA, adotando símbolos nacionais (bandeira, brasão de armas e lema) que refletem a origem e experiência dos fundadores do país nos EUA"

O inicio:Em 1461 o navegador português Pedro de Sintra atingiu o norte da actual costa da Libéria, na área do Cabo Mesurado e da embocadura do rio Junk. No ano seguinte, Pedro de Sintra regressou à região acompanhado por Soeiro da Costa, tendo penetrado na área do Cabo Palmas e no rio Cavalla. Duarte Pacheco Pereira descreve a região na sua obra Esmeraldo de situ orbis, que passou a ser conhecida como "Costa da Pimenta" devido à abundância na região de grãos de pimenta, o principal produto de interesse comercial da região.

A partir de começos do século XVI os Portugueses foram substituídos na região por corsários franceses, ingleses e holandeses. Em 1663 os ingleses fundaram entrepostos comerciais na costa, mas estes foram destruídos no ano seguinte pelos holandeses Bem no começo do século XIX discutia-se nos Estados Unidos sobre o destino de ex-escravos. Dois grupos manifestavam suas idéias: o primeiro era composto por representantes do governo que queriam dar liberdade aos escravos e acreditavam que estes se desenvolveriam melhor se voltassem para a África. E o segundo grupo era composto pelos próprios cidadãos brancos que acreditavam que os negros não tinham condições de se enquadrar no sistema capitalista. É bom lembrar que a escravidão nos Estados Unidos só foi abolida na década de 1860, e que esses ex-escravos eram apenas uma minoria que foi dispensada.


Não há registros corretos, mas foi nesse período que um quaker e empreendedor afro-americano chamado Paul Cuffe investiu na primeira leva de imigrantes que desembarcaram em Serra Leoa (a Libéria ainda não existia). Mas Paul Cuffe morreu e para completar a tragédia, os imigrantes que ele levara até a África tombaram devido a uma febre amarela em função da precária situação do local.

Mas as mortes dos negros não abalaram o presidente James Monroe, pelo contrário, inspiraram-no a criar uma colônia na África para se livrar dos ex-escravos. Em 1816 ele se reúne com representantes da burguesia para criar uma colônia na África. Com a ajuda de Robert Finley é fundada a Sociedade Americana de Colonização. Essa sociedade tinha por objetivo arrecadar verbas para enviar os negros para a nova colônia.

Em 1820 os burgueses já tinham juntado dinheiro suficiente. Até que em janeiro o navio Elizabeth parte com três agentes brancos e 88 emigrantes. Para a insatisfação de Monroe os agentes e 22 emigrantes morreram de Febre Amarela.

Mas isso também não desmotivou Monroe e em 1821 o navio Sail chega com mais uma leva de emigrantes.

Quando a Sociedade Americana de Colonização definiu o território liberiano, ela não pensou nas graves conseqüências que viriam. Isso porque os ex-escravos teriam que dividir o território do país com tribos africanas que lá habitavam. Rapidamente estalaram conflitos entre tribos nativas e os recém-chegados imigrantes, conflitos esses que iniciaram a triste história do país.

Em 1822 é fundada a capital Monróvia, em homenagem a James Monroe. Em 1847, Joseph Robert, governador da colônia, proclama a independência. Com esse acontecimento, a Libéria foi o primeiro país independente da África.

Se liga: A Libéria, um país com renda per capita anual de meros 100 dólares e expectativa de vida de 42 anos, há uma longa história de guerras, conflitos étnicos e intolerância, fomentados por interesses econômicos e imperialistas, muitas vezes inconfessáveis.

Apesar de ter sido criada oficialmente em 1830, a Libéria começou a germinar muito antes, logo depois do fim da Guerra da Independência (1776-1783) nos Estados Unidos. Muitos negros americanos que lutavam contra a Inglaterra ganharam como prêmio a liberdade. Pela primeira vez, esses ex-escravos circulavam livremente pelas cidades, para espanto da comunidade racista da época.


Na Inglaterra, ocorria o mesmo. A lei antiescravagista de 1772 fez com que os poucos negros residentes no país tomassem as ruas, desagradando a maioria da população. No fim o século, os britânicos tiveram a idéia de mandar 411 escravos libertos para Serra Leoa (país vizinho da futura Libéria), então uma colônia britânica. Quase todos morreram, devido às precárias condições de vida no lugar. Mas os ingleses não desistiram e, em 1800, mandaram mais uma vez centenas de ex-escravos para Serra Leoa. A iniciativa repetiu-se diversas vezes, até que uma comunidade se formasse na África.

O projeto britânico serviu de inspiração aos americanos. Tanto abolicionistas do norte como senhores de escravos do sul queriam enviar os negros para bem longe – os primeiros, movidos por um declarado sentido humanitário de proporcionar aos escravos uma vida livre de preconceito. Os segundos, por temer revoltas. Os fazendeiros do sul passaram a condicionar a alforria à volta para a África ... a paz, no entanto, durou muito pouco. Em 1996, dissidentes que estavam aquartelados na Guiné invadiram o país. A nova guerra civil finalmente terminou em outubro de 2003, com a eleição de um governo de conciliação nacional e, de novo, com a intervenção militar dos americanos. Em mais de uma década de lutas internas, os assassinatos brutais, as torturas e a destruição de Monróvia enterraram de vez os pilares de liberdade construídos pelos esperançosos ex-escravos americanos que dançaram ao ritmo das grandes potências dos séculos 19 e 20. Libéria sofreu uma guerra civil que começou em 1989 e durou até 1997, ano em que Charles Taylor foi eleito presidente da Libéria após a realização de eleições livres. No entanto, a administração de Taylor foi criticada por apoiar os rebeldes na vizinha Serra Leoa...

Também em 1989, quando eclodiu o primeiro conflito, muitos liberianos, como Joseph Morgan, se viram obrigados a deixar sua pátria para salvar a pele, tornando-se refugiados políticos nos países vizinhos, na Europa, ou de volta aos Estados Unidos. Com a economia em frangalhos, a Libéria agora tenta refazer o sonho dos primeiros imigrantes, que tinham orgulho em pronunciar o nome do país, uma homenagem à liberdade.

Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Analisando a invisibilidade das Mulheres Negras...


A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso, muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades decorrentes dessa problemática.
O silêncio existente sobre a participação do negro na história do Brasil retrata um dos aspectos perversos do racismo na sociedade brasileira. No ensino de história é negado o protagonismo negro e aprendemos erroneamente que as grandes lideranças, os grandes feitos das personalidades do país, foram protagonizados somente pelos brancos.
Como os negros estiveram em situação desigual em relação aos brancos, poucas histórias a seu respeito foram registradas. Sem contar, nos poucos casos registrados, omitiram a origem etnicoracial ou, simplesmente mudaram a cor dos mesmos, a tal ponto, de pessoas, mesmo lendo e estudando sobre determinadas personalidades negras brasileiras de séculos passados, as imaginarem como brancas.
Isso porque a imagem de alguns foram veiculadas como brancos, como o caso, de Machado de Assis e Aleijadinho.
Na história brasileira, mesmo vivendo em situações de extrema adversidade  e sobreviveram a  ausência da História Africana  que é uma das lacunas de grande importância nos sistemas educacionais brasileiros. Esta ausência tem quatro conseqüências sobre a população brasileira. Tomando o ambiente brasileiro como de exclusões étnicas, os quais denominamos de racismos, existe um processo de criação de credos sobre a inferioridade do negro, do africano e dos afrodescendentes. Desta forma a ausência de uma história Africana, em primeiro lugar, retira a oportunidade dos Afrodescendentes em construírem uma identidade positiva sobre as nossas origens. Segundo, a ausência abre espaço para hipóteses preconceituosas, desinformadas ou racistas sobre as nossas origens, criando assim terreno fértil para produção e difusão de idéias erradas e racistas sobre as origens da população negra. Alimenta um universo do Africano e Afrodescendente como ignorante, inculto, incivilizado. Os seres vindos da tribo dos homens nus. É o eixo central determinante dos conceitos inferiorizantes sobre nós negros no país. Em terceiro lugar a ausência da história Africana coloca a apresentação dos continentes e das diversas culturas a nível mundial, em desigualdade de informação sobre os conteúdos apresentados pela educação. Visto termos uma ampla abordagem da história européia, a ausência da história africana nos currículos, induz a idéia de que ela não existe. Que ela não faz parte do conhecimento a ser transmitido.
Raça
No interior dos Movimentos Sociais e Sindicais tem surgido um debate sobre a natureza dos enfoques. Debate que me parece de um grande retrocesso e construído por força de conservadorismos rearticulados. Hoje parecem presos à necessidade de definirmos se as questões tratadas são de etnia ou de raça. Avançamos nos Movimentos Negros, por quase duas décadas, com um enfoque amplo no campo da etnia e agora grupos se rearticulam em torno da idéia de raça. Contrariando assim a amplitude do enfoque dado pelos Movimentos Negros, onde a definição de negro foi flexível ao ponto de dar opção aos indivíduos sobre o critério da auto identificação, portanto uma opção nitidamente étnica.


As idéias de raça, construídas sobre fenótipos produziram grandes catástrofes sociais, traduziram-se no fortalecimento de sistema autoritários, como o nazismo alemão ou o aparthaid na África do Sul. As idéias sobre raça são simplificadoras da complexidade humana e social, a simplicidade dos fenótipos.

As idéias de raça eliminam o sustentáculo da história dos indivíduos e das populações que são as culturas produzidas. Os enfoques no campo da raça, pelos movimentos sociais, vão eliminar a amplitude necessária para o trato das questões sociais gerais. Produzem um debate de ações limitadas apenas no campo do combate aos racismos. Eliminando as necessidades de uma percepção dos processos históricos e culturais contidos nas Africanidades e nas Afro-descendências.
Com base no conceito de raça teremos uma estratégia limitada ás alusões dos fenótipos, do combate às manifestações no campo limitado dos racismos, entendidos estes racismos na sua forma mais estreita e menos genérica.
O racismo é alimentado e retroalimentado pelo capital, em uma sociedade que se estrutura de forma hierárquica necessária para a manutenção do status quo.
O machismo – a expressão mais cotidiana do sexismo – é mais antigo, e torna hierárquica a relação entre os gêneros, subjugando as mulheres ao poder dos homens.
A articulação entre o capitalismo e o patriarcado é fundamental para a naturalização de uma suposta inferioridade da mulher. A condição de mulheres negras e indígenas, a partir desta articulação, é de subordinação ao paradigma branco e ocidental, de natureza inferior.

Finalizando:

Temos uma história única de lutas e resistências que apesar dos dados e do pouco respeito de “Bolsonaros” (pai e filho), mostram a necessidade de políticas mais focalizadas, mas principalmente, de outra sociedade, sem hierarquias de gênero e de raça. Uma sociedade sem classes, que valorize as histórias das que fizeram história. Histórias de Dandara, Aquatune, Luíza Mahin, Mariana Crioula, Xica da Silva, Antonieta de Barros, Tia Ciata, Chiquinha Gonzaga e muitas outras...
Um afro abraço.
fonte: Introdução a Cultura Africana. Editora Instituto Nacional do Livro e do Disco. 1977. Luanda, Rep. de Angola/unegro -mulher/acabrasil.uol.com.br/

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dia Internacional da Mulher Negra na América :Mulheres negras: Uma trajetória de determinação

  Dentro do Feminismo há diversos feminismos acreditamos que a diversidade do mundo das mulheres é extremamente amplo e  muito embora as histórias e consequências da opressão são diferenciadas. Fazendo  um  esforço e não multiplique estereótipos, a diversidade está presente em qualquer movimento político e social ; sendo o  dia 25 de julho foi escolhido durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1992. 

“Essa demarcação não é uma separação do dia 8 de março, que também é uma data de extrema importância, mas passou a existir para dizer que tem um grupo de mulheres com uma luta que não é separada, mas que é diferenciada. A gente sabe que a mulher negra tem a menor taxa de escolarização, o menor acesso ao nível superior, o maior número de mortes por aborto, mas, além de fazer essas denúncias, temos de lembrar que existem histórias de mulheres negras bem sucedidas”o mesmo instituído pelo prefeito João Henrique, através da Lei 7.440/2008, , destacou o I Encontro de Mulheres Afrolatino-americanas e Afro-caribenhas,  como o Dia Municipal da Mulher Negra. 

É público  que o feminismo tem sua origem com as mulheres trabalhadoras brancas. Acreditamos  também fato que há diferentes “categorias” de mulheres, diferentes opiniões e visões de mundo – isso é inquestionável. O que pretendemos discutir nesse texto é o que praticamente pode ser feito para que o feminismo paute questões raciais sem (infindáveis) desgastes, mas com amadurecimento. Discutindo e refletindo muito nessas últimas semanas, esta autora tentou elaborar um pequeno pensamento sobre como sermos práticas nas discussões sobre feminismos e feminismo negro.


Tentando ser prática, esta autora pretende continuar a discussão sobre como pautar as demandas das mulheres negras nos diferentes movimentos em outros posts. Talvez com mais conversa, consigamos todas nós entender o que pode ser mais prático do que apontar erros, insistir no enfrentamento ou mesmo construir soluções no dia-a-dia. Com o peito cheio (de diversas coisas misturadas) e esperando trazer reflexões, convido vocês a lerem algumas das companheiras.



Se liga:
Um Reflexo de uma sociedade que avança em garantia de direitos, mas que se mantém descompensada pela continuidade de regimes excludentes, como o racismo e o machismo. Obtivemos avanços na agenda política? Sim, muitos!! Porém, não o suficiente para destruir as mazelas deixadas pela escravidão e pela abolição inacabada. Com isso, surgem novas perguntas, indagações e proposições, sobretudo no que diz respeito à busca de visibilidade político-social e melhores condições de vida para mais da metade da população - os negros.
Sem dúvida, a partir da atuação do movimento social, importantes passos foram dados, resultando na ampliação da participação política da população negra. Em especial, as mulheres negras, demonstraram grande impulso organizativo se tomarmos como referência, também, o ano de 1988, quando no Brasil foi realizado o I Encontro Nacional de Mulheres Negras - I ENMN, no qual verificamos a demarcação de um novo ritmo às formulações políticas e à inserção desse e dos demais setores discriminados na agenda social e política, em âmbito nacional e internacional.

No Brasil nos mulheres negras em seu processo político entenderam que não nasceram para perpetuar a imagem da "mãe preta", fizeram desaforos. Entenderam que desigualdades são construídas historicamente, a partir de diferentes padrões de hierarquização constituídos pelas relações de gênero e raça, que, mediadas pela classe social, produzem profundas exclusões. São combinações de discriminações que geram exclusões, tendo como explicação a perpetuação do racismo e do machismo. Segundo o livro Lugar de negro, de Lélia Gonzalez e Carlos Hasembalg, os espaços destinados à população negra são os de subcidadania. Dessa maneira, passa a existir uma ordem incontestável, homem branco, mulher branca, homem negro, mulher negra
As mulheres negras têm elaborado crítica sistemática aos movimentos negro e feminista em relação à invisibilidade e à secundarização das questões específicas. Essa perspectiva foi fortemente apontada no texto A mulher negra na década: a busca da autonomia como subsídio à Conferência de Beijing; e ainda após a Conferência explicita essas situações de conflito político, trilha novos caminhos e amplia seus horizontes na luta pela igualdade e justiça.

O "encontro com as origens" é o que fortalece a compreensão sobre as possibilidades de incidência das questões de gênero e raça, avança-se em estudos e pesquisas no campo das políticas públicas e nas realidades sociais.

Diante de tão rica construção, é possível dizer que as organizações de mulheres negras fizeram valer seu propósito de adquirir "maioridade política" diante dos movimentos feminista e de negro, de instituições públicas e privadas e da sociedade em geral. Com isso, demonstraram a disponibilidade de construção de seus próprios caminhos.

"Encontrei minhas origens/em velhos arquivos/[...] livros 
encontrei/em malditos objetos/troncos e grilhetas 
encontrei/em doces palavras/[...] cantos/em furiosos tambores/[...] ritos 
encontrei minhas origens/na cor de minha pele/nos lanhos de minha alma 
em mim/em minha gente escura/em meus heróis altivos/encontre"

Um afro abraço.

fonte:www.slideshare.net/zbarros/feminismo-negro/unegro-mulherCONFERÊNCIA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE. Preparatória à Conferência do Exame de Durban (17 a 19/06/08). ONU. Brasília, 2008. Documento Final.

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