Obs:"O país dotou-se de uma constituição baseada na Constituição dos EUA, adotando símbolos nacionais (bandeira, brasão de armas e lema) que refletem a origem e experiência dos fundadores do país nos EUA"
O inicio:Em 1461 o navegador português Pedro de Sintra atingiu o norte da actual costa da Libéria, na área do Cabo Mesurado e da embocadura do rio Junk. No ano seguinte, Pedro de Sintra regressou à região acompanhado por Soeiro da Costa, tendo penetrado na área do Cabo Palmas e no rio Cavalla. Duarte Pacheco Pereira descreve a região na sua obra Esmeraldo de situ orbis, que passou a ser conhecida como "Costa da Pimenta" devido à abundância na região de grãos de pimenta, o principal produto de interesse comercial da região.
A partir de começos do século XVI os Portugueses foram substituídos na região por corsários franceses, ingleses e holandeses. Em 1663 os ingleses fundaram entrepostos comerciais na costa, mas estes foram destruídos no ano seguinte pelos holandeses Bem no começo do século XIX discutia-se nos Estados Unidos sobre o destino de ex-escravos. Dois grupos manifestavam suas idéias: o primeiro era composto por representantes do governo que queriam dar liberdade aos escravos e acreditavam que estes se desenvolveriam melhor se voltassem para a África. E o segundo grupo era composto pelos próprios cidadãos brancos que acreditavam que os negros não tinham condições de se enquadrar no sistema capitalista. É bom lembrar que a escravidão nos Estados Unidos só foi abolida na década de 1860, e que esses ex-escravos eram apenas uma minoria que foi dispensada.
Não há registros corretos, mas foi nesse período que um quaker e empreendedor afro-americano chamado Paul Cuffe investiu na primeira leva de imigrantes que desembarcaram em Serra Leoa (a Libéria ainda não existia). Mas Paul Cuffe morreu e para completar a tragédia, os imigrantes que ele levara até a África tombaram devido a uma febre amarela em função da precária situação do local.
Mas as mortes dos negros não abalaram o presidente James Monroe, pelo contrário, inspiraram-no a criar uma colônia na África para se livrar dos ex-escravos. Em 1816 ele se reúne com representantes da burguesia para criar uma colônia na África. Com a ajuda de Robert Finley é fundada a Sociedade Americana de Colonização. Essa sociedade tinha por objetivo arrecadar verbas para enviar os negros para a nova colônia.
Em 1820 os burgueses já tinham juntado dinheiro suficiente. Até que em janeiro o navio Elizabeth parte com três agentes brancos e 88 emigrantes. Para a insatisfação de Monroe os agentes e 22 emigrantes morreram de Febre Amarela.
Mas isso também não desmotivou Monroe e em 1821 o navio Sail chega com mais uma leva de emigrantes.
Quando a Sociedade Americana de Colonização definiu o território liberiano, ela não pensou nas graves conseqüências que viriam. Isso porque os ex-escravos teriam que dividir o território do país com tribos africanas que lá habitavam. Rapidamente estalaram conflitos entre tribos nativas e os recém-chegados imigrantes, conflitos esses que iniciaram a triste história do país.
Em 1822 é fundada a capital Monróvia, em homenagem a James Monroe. Em 1847, Joseph Robert, governador da colônia, proclama a independência. Com esse acontecimento, a Libéria foi o primeiro país independente da África.
Se liga: A Libéria, um país com renda per capita anual de meros 100 dólares e expectativa de vida de 42 anos, há uma longa história de guerras, conflitos étnicos e intolerância, fomentados por interesses econômicos e imperialistas, muitas vezes inconfessáveis.
Apesar de ter sido criada oficialmente em 1830, a Libéria começou a germinar muito antes, logo depois do fim da Guerra da Independência (1776-1783) nos Estados Unidos. Muitos negros americanos que lutavam contra a Inglaterra ganharam como prêmio a liberdade. Pela primeira vez, esses ex-escravos circulavam livremente pelas cidades, para espanto da comunidade racista da época.
Na Inglaterra, ocorria o mesmo. A lei antiescravagista de 1772 fez com que os poucos negros residentes no país tomassem as ruas, desagradando a maioria da população. No fim o século, os britânicos tiveram a idéia de mandar 411 escravos libertos para Serra Leoa (país vizinho da futura Libéria), então uma colônia britânica. Quase todos morreram, devido às precárias condições de vida no lugar. Mas os ingleses não desistiram e, em 1800, mandaram mais uma vez centenas de ex-escravos para Serra Leoa. A iniciativa repetiu-se diversas vezes, até que uma comunidade se formasse na África.
O projeto britânico serviu de inspiração aos americanos. Tanto abolicionistas do norte como senhores de escravos do sul queriam enviar os negros para bem longe – os primeiros, movidos por um declarado sentido humanitário de proporcionar aos escravos uma vida livre de preconceito. Os segundos, por temer revoltas. Os fazendeiros do sul passaram a condicionar a alforria à volta para a África ... a paz, no entanto, durou muito pouco. Em 1996, dissidentes que estavam aquartelados na Guiné invadiram o país. A nova guerra civil finalmente terminou em outubro de 2003, com a eleição de um governo de conciliação nacional e, de novo, com a intervenção militar dos americanos. Em mais de uma década de lutas internas, os assassinatos brutais, as torturas e a destruição de Monróvia enterraram de vez os pilares de liberdade construídos pelos esperançosos ex-escravos americanos que dançaram ao ritmo das grandes potências dos séculos 19 e 20. Libéria sofreu uma guerra civil que começou em 1989 e durou até 1997, ano em que Charles Taylor foi eleito presidente da Libéria após a realização de eleições livres. No entanto, a administração de Taylor foi criticada por apoiar os rebeldes na vizinha Serra Leoa...
Também em 1989, quando eclodiu o primeiro conflito, muitos liberianos, como Joseph Morgan, se viram obrigados a deixar sua pátria para salvar a pele, tornando-se refugiados políticos nos países vizinhos, na Europa, ou de volta aos Estados Unidos. Com a economia em frangalhos, a Libéria agora tenta refazer o sonho dos primeiros imigrantes, que tinham orgulho em pronunciar o nome do país, uma homenagem à liberdade.
Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.
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