UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Meu apelido não era Pixinguinha, era Pinzindim. Pin-zin-dim. Minha avó, que era africana e morreu com 95 anos de idade, é que me chamava assim...


Alfredo da Rocha Vianna Filho, nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897. O apelido de Pixinguinha veio da junção de dois outros apelidos: Pizindim (pequeno bom) e pixinguinha (por ter tido a doença) .

Era o décimo-quarto filho de uma família musical. Seu pai era músico e vários de seus irmãos também. Ainda novo começou a acompanhar seu pai, flautista, em bailes e festas, tocando cavaquinho. Aos 12 anos fez a sua primeira obra, o choro “ Lata de Leite” que foi inspirado nos chorões, músicos boêmios que depois de noitadas regadas a bebidas e música, tinham o hábito de tomar o leite alheio que ficava nas portas das casas... Aos treze, passou a estudar o bombadino e a flauta. Aos 17 grava as suas primeiras composições: “ Rosa” e “ Sofre Porque Quer”. Em 1922, vai para o exterior com o grupo “ Os Oito Batutas” e estende para seis mesues sua turnê, marcada para durar somente um mês. Conhece a fama internacional.

Até este ponto, pode-se pensar que é um caminho natural de um músico aplicado. Mas Pixinguinha não foi somente um músico capaz. É reconhecido até hoje como um exímio flautista, talvez o maior que o país já teve, foi maestro, arranjador e intérprete. O primeiro maestro-arranjador a ser contratado em uma época que a maioria dos músicos era amadora. Misturou a sua formação erudita basicamente européia com os ritmos negros brasileiros e a música negra norte-americana. Deu uma guinada no som do Brasil!! Trouxe um tempero, um sotaque nacional, marcou com classe e com estilo a nossa música.

Sua história se mistura com a própria história do rádio e da música nacional. É o grande mestre entre todos os outros grandes mestres que o Brasil já teve. Não é possível pensar em música nacional sem se curvar diante deste músico maravilhoso que morreu em 1973. O consolo que resta é saber que existem várias composições ainda inéditas, ainda pedindo para serem mostradas. Que seja feita esta vontade...que se mostre Pixinguinha...porque Pixinguinha é atemporal.....


O compositor e instrumentista Pixinguinha foi um dos maiores flautistas de todos os tempos e responsável pela popularização de instrumentos musicais afros no Brasil; ele misturou a sucessão de sons eruditos de origem europeia com os ritmos negros brasileiros e norte-americanos, ou seja, fez uma mudança radical no som do Brasil. Outro destaque é Antônio Carlos Gomes, que criou a grande ópera O Guarani, baseada no romance homônimo de José de Alencar. Chiquinha Gonzaga tinha origem mestiça. Tia Ciata, cozinheira, mãe de santo e cantora, também era a  dona da casa onde alguns sambistas se reuniam e onde os músicos cariocas do começo do século 20 se encontravam com muita frequência. Os encontros e festas na casa da tia Ciata acabaram se tornando tradição para os sambistas. Ainda hoje, ela é venerada por muitas pessoas.
Destacam-se também o cantor e compositor Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Seu Jorge, Sandra de Sá, Leci Brandão, Elza Soares, Negra Li, Alcione, Margaret Menezes e Paula Lima. Há também algumas outras cantoras que migraram para estilos musicais como o jazz, fugindo um pouco do samba, estilo musical antes reservado, na maioria das vezes, aos afrodescendente. São elas: Adyel Silva, Alaíde Costa, Arícia Mess, Áurea Martins, Eliana Pittman, Ivete Souza, Izzy Gordon, Leila Maria, Misty, Rosa Marya Colin, Virgínia Rosa e Zezé Motta. Muitas delas fizeram sucesso primeiramente no exterior, e só depois tiveram o reconhecimento no Brasil.


Pixinguinha é a nossa grande contribuição ao eterno, o maior brasileiro de todos os tempos, e um dos artistas mais refinados da história da humanidade. Se você não ouve regularmente pelo menos 50 composições de Pixinguinha, me desculpe, você está desperdiçando sua existência neste planeta com coisas triviais, irrelevantes, desimportantes. Pixinguinha sintetiza todas as tradições musicais imagináveis, europeias e americanas, brasileiras e africanas, numa obra singular que diz mais sobre o que foi o século XX no Brasil do que a coleção completa de todos os jornais e revistas publicados no período. Associado à maestria no choro, gênero com cuja história ele chega a se confundir, Pixinguinha, além de incontáveis choros, compôs de tudo: marcha, polca, tango brasileiro, maxixe, frevo, xote, valsa, coco, embolada, mazurca, rumba, lundu, quadrilha e sambas de todos os tipos. Era igualmente genial como compositor, arranjador, flautista, saxofonista e até cantor.

Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...

fonte:www.mpbnet.com.br/musicos/revistaforum.com.br/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O negro e o esporte: A genética é o que menos importa.?

Tentarplicar o que a genética tem a ver com a supremacia dos africanos e seus descendentes nos esportes...


A tese de que raça faz a diferença nos esportes não é nova...e precisamos ter muito cuidado com esta argumentação... (Adolf Hitler organizou uma olimpíada em Berlim em 1936 com o objetivo de consagrar a superioridade física ariana, e saiu humilhado do estádio), mas está novamente em cena, reaquecida por uma mistura de estatísticas esportivas e ciência, num livro recém-lançado e que está causando polêmica nos Estados Unidos: Taboo – Why black athletes dominate sports and why we're afraid to talk about it (Tabu – Por que os atletas negros dominam o esporte e por que nós temos medo de falar disso). O autor, o jornalista Jon Entine, reconhece que as influências geográficas e culturais são grandes e as diferenças genéticas, mínimas. Mas sustenta que, no esporte de alta competição que se tem hoje em dia, são esses pequenos detalhes que diferenciam um campeão de um mero participante. "Pesquisas demonstram que os atletas de elite negros têm uma estrutura óssea e muscular diferente, um sistema metabólico e outras características forjadas em dezenas de milhares de anos de evolução", escreve Entine.  

  Se ninguém fala nisso claramente (daí o tabu do título), provoca Entine, é porque os americanos temem legitimar a existência de raças humanas e fornecer munição aos racistas. O risco é realmente grande. Uma vez que se isole uma característica genética numa população racial, mesmo que vantajosa, abre-se caminho para que se encontrem outros atributos raciais,   alguns bem ruins. No século XIX, quando se cunharam as bases do racismo moderno, partiu-se do pressuposto de que os brancos não apenas eram mais inteligentes, mas também melhor fisicamente. Hoje é impossível manter a mentira da fragilidade física da população africana, mas não falta quem diga que isso ocorre para compensar uma natural escassez de inteligência. De modo geral, a ciência moderna considera a noção de raça puramente subjetiva, uma idéia social sem maior sentido biológico. As diferenças genéticas entre indivíduos de uma mesma população podem ser maiores do que as existentes entre populações distintas.

 Significa que os branquíssimos finlandeses podem ser geneticamente mais parecidos com os moçambicanos do que um finlandês com outro finlandês    Nenhum estudo da biologia molecular descobriu a chave do sucesso esportivo dos africanos. O que se tem é puro palpite, a maioria infeliz. A supremacia esportiva dos negros se tornou notória a partir dos anos 60, depois que os países africanos conquistaram a independência política e aumentaram sua participação em competições internacionais. A partir desse momento, começou também a investigação e a procura de explicações para o fato. Uma tese atrevida refere-se à depuração natural feita com a importação de africanos como escravos para a América. Os traficantes evidentemente escolhiam o melhor exemplar da raça. Só os mais fortes resistiam à viagem e, para completar, os patrões promoviam a reprodução entre os melhores. O resultado teria sido a seleção de um time de super-atletas. Não é uma boa explicação, pois os excelentes atletas africanos da atualidade seriam os descendentes da "escória" rejeitada.

Teorias raciais sempre devem ser encaradas com desconfiança, pois em geral são produzidas sob encomenda para demonstrar preconceitos. Por mais intrigantes que sejam, a influência do meio ambiente ainda é a explicação mais razoável para a supremacia de determinada população num esporte específico. Num artigo crítico, o jornalista Jim Holt, do prestigiado The New York Times, observou que se Taboo tivesse sido escrito nos anos 30 teria de começar com a afirmação de que o basquete é um esporte de judeus. Acreditava-se então que os judeus tinham por natureza a ginga, a velocidade e a visão ideais para o esporte. A razão não estava na genética, evidentemente. O basquete sempre foi o esporte dos bairros pobres americanos. Nos anos 40, os judeus começaram a deixar as favelas e foram substituídos pelos negros recém-chegados do campo – e o perfil étnico do basquete mudou junto.   

  Até 1960, os brancos eram maioria nas filas dos times de basquete da liga americana na mesma proporção dos negros hoje em dia: 80% contra 20%. No início do século XX os finlandeses dominaram as corridas de média e longa distância com a mesma eficiência revelada pelos africanos hoje. A seleção brasileira que está disputando as eliminatórias da Copa do Mundo é composta majoritariamente por jogadores com doses variadas de ascendência negra. Quando ganhou a primeira Copa, apenas metade estava na mesma condição. Aliás, no Brasil, esse tipo de raciocínio não leva a nenhuma conclusão – como saber qual herança genética, se a africana, a branca ou a índia, era responsável pelos dribles maravilhosos de Mané Garrincha?Do ponto de vista estatístico não existe dificuldade em identificar habilidades e talentos variados de uma determinada população em determinada atividade. Os russos são os melhores jogadores de xadrez, assim como os orientais revelaram-se excelentes instrumentistas de corda nas grandes orquestras do mundo ou os cubanos são os melhores em cima de um ringue de boxe. A dificuldade de transpor isso para a genética é que se trata de situação volátil. Da mesma forma que existem esportes dominados pelos negros, em outros os brancos são imbatíveis. O tênis, o golfe e a natação são exemplos disso. Ninguém ousa explicar geneticamente a supremacia do branco Mark Spitz, o mais notável nadador olímpico de todos os tempos. Além do biotipo adequado para a prática do esporte, ele contava com um pai-treinador que o orientava com mão de ferro e repetia todo dia a seus ouvidos: "O importante não é nadar, é vencer".

Já se tentou explicar a ausência quase total de campeões negros nas piscinas com base nas diferenças fisiológicas. De acordo com essas teorias, os negros teriam maior densidade óssea, o que dificultaria sua flutuação na água. Os aspectos socioeconômicos pesam muito mais que a massa de ossos e músculos. O acesso às piscinas é mais difícil para os pobres. Isso explica, em parte, por que esportes como o basquete dos negros americanos, ou o vôlei dos negros cubanos, sejam predominantemente branco no Brasil. 
Aqui, os negros se sobressaem de maneira significativa nos esportes de acesso mais democrático, como o futebol e o atletismo, que não requerem equipamento especial ou filiação a clubes. Deve-se considerar também a oportunidade de ascensão social rápida e segura oferecida pelo futebol. O inglês Linford Christie, negro e campeão dos 100 metros nas Olimpíadas de Barcelona, passou por tudo isso. Ele acha bobagem a idéia de que os negros contam com a vantagem de uma carga genética favorável.
 O que carregam é uma carga de preconceitos, de barreiras sociais e econômicas mais pesadas, que os impede de prosperar em outras atividades profissionais.

 "A grande chance de ascensão social do negro é o esporte, e nós corremos todos para ele", diz Christie. A genética é o que menos importa".  

Um afro abraço.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS.

fonte:abril.com.br/inciclopedia livre.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"Dia Nacional de combate à intolerância religiosa"

Em 21 de janeiro comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O que podemos trazer à memória nesta celebração? Qual a sua importância para cada um de nós? A instituição de uma data nacional para comemorar uma certa postura é, especificamente neste caso,  uma manifestação civil de repúdio a toda forma de violência contra a manifestação religiosa pessoal ou grupal. No caso do Brasil, a liberdade de expressão religiosa é garantida pela Constituição. Vivemos uma atmosfera de aceitação e mistura de religiões, que, embora aparentemente sejam saudáveis, nem sempre são expressados ou vivenciados com um real espírito de abertura para o outro.


No Brasil, desde 2007, o dia 21 de janeiro é comemorado como o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pelo presidente Lula através da Lei nº 11.635 como um incentivo ao respeito e à liberdade religiosa. A data escolhida homenageia Gildásia dos Santos e Santos, popularmente conhecida como Mãe Gilda. A sacerdotisa do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte, após ver a própria foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de insultos.
Foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homenageia a sacerdotisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.

Diferenças religiosas sempre existiram na história da humanidade, antes mesmo do Cristianismo. Talvez porque a escolha e a expressão de uma fé toque tão profundamente ao ser humano, esta mesma escolha passa a ser algo tão defendido por ele que acaba por afastá-lo e confrontá-lo com o outro. E, o que é pior, quando esta defesa ultrapassa o limite individual e passa ao grupal, nós nos encontramos com os distúrbios – e até mesmo com guerras – provocadas unicamente pela não concordância com a escolha do outro.

O que Deus deve pensar de tudo isso? Haveria realmente uma religião melhor que outra?  O que nos diria Jesus?  Se olharmos as experiências vividas por Jesus, veremos o Mestre convivendo com tranquilidade com pessoas de diferentes religiões ou posturas religiosas. Assim, falará com a samaritana, conversará com fariseus, com romanos, com levitas, frequentará a casa daqueles que são considerados espúrios pelos líderes religiosos, como Mateus, incluirá todos na salvação que propõe aos homens. Se pensarmos que Ele mesmo, Jesus, era um judeu atuante, que frequentava o Templo, que guardava as festas judaicas, que respeitava as tradições de seu povo, só podemos ter em mente que Ele enxergava algo além da simples escolha religiosa. Ele via os corações, Ele olhava além daquilo que cada um externava a partir de sua escolha. Por isso, deixará como único mandamento o amor ao próximo como a si mesmo.

Se pudéssemos viver a plenitude do mandamento maior de Jesus Cristo, certamente teríamos inúmeros problemas a menos, no que toca as questões religiosas. Se tivéssemos a coragem de amar o outro, olhando além de diferenças que perpassam raças, religiões, países, jeitos de ser e viver, o mundo certamente seria muito melhor.  Amar o outro como a si mesmo é o grande desafio da  humanidade!

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) o a Constituição Federal asseguram a oferta do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental, mas a frequência dos estudantes é facultativa. “Mesmo trabalhando com essa ideia de pluralidade religiosa e de respeito, o pai pode sim optar por não querer que o filho participe das aulas”. 

Para auxiliar no trabalho dos professores, bimestralmente, a Seduc disponibiliza conteúdos de ensino religioso no Ambiente Virtual de Assessoramento Curricular e Formação da Seduc. Neste local, as Diretorias Regionais de Ensino acessam o conteúdo e os assessores de currículo repassaram todo o material para as unidades escolares. São sugestões para planejamento de aula, projetos, além de diversas atividades que ajudam o professor a lecionar o ensino religioso no sentido ecumênico. 

Amar não é especificamente gostar do outro, já que o gostar diz respeito à afinidade, ao convívio, ao prazer de estar junto. Amar diz respeito à compreensão mais profunda da escolha alheia, ao respeito por seu jeito de ser e à busca de um entendimento comum que propicie um real encontro de seres humanos com o divino.

Estabelecer, portanto, um dia para (re)pensar a intolerância religiosa e suas conseqüências, e, ao mesmo tempo convidar a uma nova postura de diálogo e encontro é oferecer um momento propício para a reflexão individual de nossa própria postura, motivando-nos para começar nos nossos pequenos ambientes de convívio, a criar um mundo melhor.


“...Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...” 
(Nelson Mandela)



Um afro abraço.


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fonte:maivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/www.generoracaetnia.org.br/.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

População negra cresce no País:51% da população são formados por negros.


No Brasil, 51% da população são formados por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
De acordo com o quadro está sendo montado, com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar), 13% dos negros com idade a partir de 15 anos ainda são analfabetos. Somando todas as raças, o total de pessoas que não sabem ler nem escrever no País chega a 10% da população. O maior percentual de analfabetismo entre a população negra está registrado no Nordeste, 21%. Depois vêm o Norte e o Sul, abaixo da média, cada um com 10%, seguidos da região Centro Oeste, 9% e do Sudeste, com 8%.
Segundo os estudos coordenados pela subsecretaria de Ações Estratégicas da SAE, a maior concentração de negros analfabetos por faixa etária está registrada a partir de 65 anos: 45% desse grupo em todo o País. No Nordeste esse percentual se agrava e 57% da população negra com idade a partir de 65 não sabem ler nem escrever. Nas outras regiões as taxas são menores do que a registrada no Nordeste. No Centro-Oeste, 43% da população negra com idade a partir de 65 anos são analfabetos. No Norte, 42%, no Sul, 39% e no Sudeste 33%.
Considerando todos os segmentos raciais, no total do País, 31% das pessoas com 65 anos ou mais são analfabetos, incluídos aí os que se declaram negros. A maior concentração está no Nordeste, onde 51% das pessoas nessa faixa etária não sabem ler nem escrever.

Entre os mais jovens, com idade que vai de 15 a 29 anos, as taxas de analfabetismo na população negra caem consideravelmente. Fica em 6% no Nordeste, 2% no Norte, no Centro Oeste e na Região Sul e 1% no Sudeste. Na soma do país, 3% dos negros com idade de 15 a 29 anos não sabem ler nem escrever. Na faixa de 30 a 64 anos o percentual sobe para 15%.
Estes são apenas alguns dos dados do quadro que está sendo montado. Brevemente, todas as informações que compõem o Banco de Dados estarão disponíveis para consulta, não só no “Observatório da População Negra”, como no site da SAE.



Levantamento do IBGE aponta redução de 0,4% de brancos e de 0,9% de pardos no País.
O Brasil tem cerca de 16 milhões de brasileiros da cor preta ou da raça negra em 2011, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na última sexta-feira (21). Em 2009, o número de negros autodeclarados era de 13,1 milhões.

No ano de 2009, de acordo com a pesquisa, dos 191,8 milhões de brasileiros, além dos declarados negros, 92,5 milhões se consideravam brancos, 84,7 milhões pardos e 1,3 milhão declaravam ser de outra etnia.

A pesquisa aponta também que houve uma redução de 0,4% na população branca e de 0,9% da população parda, ao passo que a população preta aumentou em 1,4% entre 2009 e 2011.

No ano passado, além dos 16 milhões de pretos, o Brasil tinha também 93,2 milhões de brancos, 84 milhões de pardos e 1,8 milhão de pessoas de outras etnias. No total, o País alcançou 195,2 milhões de moradores.

Entenda a Pnad
O estudo considera cinco categorias para que a pessoa possa se classificar quanto à característica cor ou raça: branca, preta, amarela, parda ou indígena.

A denominação preta é usada pelo próprio IBGE. Na categoria amarela, entram pessoas que se declaram de origem japonesa, chinesa e coreana.

As pessoas pardas são aquelas que se consideram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de preto com pessoa de outra cor ou raça. 


Regiões brasileiras com maior e menor número de negros

No ano de 2009, a região Sudeste tinha a maior quantidade de negros — 6,2 milhões. Em 2011, a região se manteve com o maior número de pessoas que se consideram negras: 7 milhões.

A região com o menor número de negros é a Norte. Em 2009, eram 738 mil, enquanto, em 2011, o número passou para 1 milhão.

Homens e mulheres negras no Brasil


Dos 13 milhões de brasileiros que se consideravam negros em 2009, 6,5 milhões eram homens e 6,5 milhões, mulheres. Em 2011, este número aumentou para 8 milhões para cada lado, mantendo a igualdade entre os sexos.


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UNEGRO 25 ANOS.

Um afro abraço.

fonte:R7/www.brasil.gov.br/noticias.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Nem sempre a vitória é tudo; nossa luta faz história: Aida dos Santos, uma mulher de garra


Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio tinha sido eleita como a sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacional, para os Jogos de 1964.


 Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10 milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Segunda Guerra.

 A Negra Aida fez  história no esporte.

Aida dos Santos (Rio de Janeiro, 1 de março de 1937) é uma ex-atleta brasileira. Participou de duas edições dos Jogos Olímpicos: em Tóquio 1964, ficou em quarto lugar no salto em altura. Quatro anos depois, nos Jogos da Cidade do México, ficou em vigésimo no Pentathlon. É mãe da jogadora de voleibol Valeska Menezes, e tem um instituto para promover a inclusão social por meio do atletismo e do voleibol.


Iniciou-se na prática esportiva jogando vôlei na escola onde estudava, em Niterói. Nascida em Icaraí, estudou na Escola Estadual Aurelino Leal, em Niterói. Iniciou-se no vôlei, mas uma amiga a levou para o atletismo. Não teve apoio do pai no início. O pai cobrava que ela nada ganhava com a prática esportiva. Ele a proibiu e ela teve de participar das primeiras competições, levada às escondidas por uma colega. Apanhou muito e superou todas as contrariedades.

Que há quase 50 anos, Aida Santos, marcou história no atletismo nacional? Sem nenhum apoio, treinador, tênis e até uniforme próprio, a carioca com aproximadamente  75 anos de idade entrou para a história , Aida teve o melhor desempenho de uma brasileira na história dos Jogos até as Olimpíadas de Atlanta em 1996, quando as atletas Jacqueline e Sandra conquistaram a medalha de ouro no vôlei de praia



Aida Santos foi a primeira atleta brasileira a chegar próxima de uma medalha olímpica. Em Tóquio, 1964, a carioca ficou na quarta posição no salto em altura, com 1,74m, mesmo com o pé torcido...

A atleta fez história nas Olimpíadas de Tóquio ao viajar como a única mulher da delegação brasileira. Sem técnico e sem material de competição, ela precisou de ajuda para preencher a ficha de inscrição em inglês e pegou uma sapatilha emprestada para competir no salto em altura. Surpreendeu quando conseguiu uma vaga na final e se tornou sensação ao ficar no quarto lugar, superada apenas pela romena Iolanda Balas, a australiana Michele Brown e a soviética Taisia Chenchik.

Sem a ajuda de ninguém, ela mal conseguiu preencher a ficha de inscrição, toda em inglês. Seu nome não constava na relação de atletas brasileiros e ela não pode retirar o material para competir. Nas eliminatórias, obteve a classificação às custas de uma torção no pé – estava acostumada a cair na areia, não na espuma. Movida apenas de garras e com uma sapatilha emprestada de um corredor cubano para a grande final, Aida voltou ao Brasil como heroína e representa o melhor do espírito olímpico.

"Eu nunca esperava voltar lá no Japão, quando me chamaram para ir eu pensei comigo mesmo que tinha que ir ao cardiologista antes e levei medicamentos porque a emoção é muito forte", revelou seu desempenho na capital japonesa logo ganhou reconhecimento e Aída foi apelidada de "Leoa de Tóquio". Após as Olimpíadas de 1964, ela competiu na Cidade do México-1968, no pentatlo, modalidade em que conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg/67 e Cali/71.A visita ao Estádio Olímpico de Tóquio, no entanto, não trouxe apenas boas lembranças à atleta, que atualmente disputa competições de masters de vôlei. As dificuldades enfrentadas desde a viagem até os momentos de competição voltaram à cabeça de Aída dos Santos.

Como única mulher da delegação brasileira, ela fez as viagens acompanhando equipes masculinas. A ida a Tóquio foi ao lado da Seleção Brasileira de vôlei, que tinha Carlos Arhtur Nuzman na equipe, e teve uma escala em Paris. O retorno, com o time nacional de futebol, composto por amadores e comandado por Vicente Feola, técnico campeão da Copa do Mundo de 1958.

 Em 2006, Aída dos Santos recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico, e em 2009 foi agraciada com o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.

Aida teve três clubes na vida: o Fluminense Atlético, de Niterói, onde começou, e competiu pelo Vasco e por seu clube do coração, o Botafogo. Ela é formada em Educação Física e Pedagogia. Fez Educação Física na UFRJ e Pedagogia na Universidade Gama Filho e foi diretora e técnica de atletismo do Botafogo por muitos anos. Aída também foi professora de Atletismo, Vôlei, Basquete, Natação, Ginástica e Ginástica Olímpica e Futsal na Universidade Federal Fluminense, por onde se aposentou há 12 anos. Atualmente, ela ainda serve ao Botafogo. Ela é benemérita, conselheira e suplente do Conselho Fiscal do Alvinegro carioca.

Títulos
Campeã estadual, brasileira, sul-americana e Pan-americana de salto em altura

1967 – Pan-Americano (Winninpeg-Canadá) – medalha de bronze no pentatlo;

1964 – Olimpiadas de Tóquio – 4° lugar no salto em altura com a marca de 1,74m, e melhor classificação olímpica do atletismo feminino em todos os tempos).

Aída foi a única representante do atletismo nacional e única mulher da delegação do Brasil nos Jogos de Tóquio 1964. A atleta, que também disputava provas de 100 metros rasos e lançamento de dardo, participou sem uniforme, sem técnico, sem médico, sem sapatilha de prego.

1968 – Olimpíadas no México ficando na 22ª.colocação na prova do pentatlo

1971 – Pan-Americano (Cáli-Colombia) – medalha de bronze no pentatlo

Foi homenageada em 1995 na inauguração da pista de atletismo da UFF que tem o seu nome.

E em 2006 foi homenageada com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, entregue anualmente a uma personalidade com importante vida atlética.


Um afro abraço.

fonte:memoriadoesporte.org.br/www.lagartense.com.br/Agencia Lance, Wikipedia, FARJ

Negra Mulheres:


 Nascida no Centro Histórico de Salvador em 10 de fevereiro de 1894, Mãe Menininha do Gantois, como ficou conhecida Maria Escolástica da Conceição Nazaré, teve como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
Foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Iniciada no culto aos orixás de Keto aos oito anos de idade, assumiu definitivamente o terreiro aos 28. Foi uma das principais articuladoras do término das restrições a cultos impostas pela Lei de Jogos e Costumes de 1930, que condicionava a realização de rituais à autorização policial e limitava o horário de término dos rituais às 22 horas.
Símbolo da luta pela aceitação do candomblé pela cultura dominante, Mãe Menininha 
abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos. Nunca deixou de assistir às celebrações de missa e convenceu os bispos baianos a permitirem a entrada de mulheres – inclusive ela – vestidas com as roupas tradicionais das religiões de matriz africana nas igrejas. Umas das mães-de-santo mais famosas e importantes do país, 

Maria Escolástica Conceição Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha do 

Gantois, foi uma das grandes defensoras da preservação dos cultos Afro-brasileiros

na época da escravidão, principalmente nos espaços do Engenho Velho ou a Casa 

Branca, o terreiro mais antigo da Bahia. Mãe Menininha nasceu em 10 de fevereiro de 

1894. Tornou-se yalorixá em 1922, sob o reino de Oxum. Faleceu aos 92 anos, com 74 

de iniciação ao culto. Considerada por muitos uma sacerdotisa excepcional pelo ser 

humano que era, Mãe Menininha era conhecida ela sua tranqüilidade e sabedoria. 

Reverenciada por grandes personalidades do mundo artístico e político, Mãe 

Menininha foi  também imortalizada por Dorival Caymmi, na música Oração a Mãe 

Menininha, que a chamou de “a mãe da doçura”, “a Oxum mais bonita” e a celebrou 

com versos sublimes, como: “Olorum quem mandou essa filha de Oxum tomar conta 

da gente e de tudo cuidar”.A Iyálorixá faleceu de causas naturais, aos 
92 anos de idade.



Alzira Rufino

Alzira Rufino nasceu em Santos (São Paulo, Brasil), em 06 de julho de 1949. De família

 negra e pobre, tendo trabalhado desde criança, aos 17 anos foi admitida em um 

hospital como auxiliar de cozinha. Ficou na função por dois anos, período em que 

ganhou seu primeiro prêmio literário. Aos 19 anos, iniciou os estudos na área da 

saúde. Dedicando-se seriamente, galgou os diferentes níveis de sua área de atuação, 

até graduar-se em Enfermagem.

Em março de 1985, organizou a primeira Semana da Mulher da Região da Baixada 

Santista, reunindo todas as organizações de mulheres. Em 1986, fundou o Coletivo 

de Mulheres Negras da Baixada Santista, um dos mais antigos grupos de mulheres 

negras do Brasil. Em 1990, fundou a Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN).

Alzira é ialorixá, poeta e presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e tem 

recebido inúmeras homenagens e distinções, dentre elas: do Conselho Nacional da 

Mulher Brasileira, da Câmara Municipal de Santos e da Câmara Municipal do Cubatão;

 indicada por organizações brasileiras para integrar a delegação não-governamental 

para a Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena. Em 2005, foi uma das mil 

mulheres indicadas para o Prêmio Nobel da Paz 2005. Recebeu homenagem da 

Subcomissão do Advogado Negro (Subseção Santos/SP da Ordem dos Advogados 

do Brasil); foi homenageada, juntamente com a CCMN, pela Assembléia Legislativa do

 Estado de São Paulo, com oPrêmio Zumbi dos Palmares; recebeu o Troféu Anid 

(Ação Negra de Integração e Desenvolvimento), na cidade de Barueri/SP.

Desde 1992, a ativista é fellow da Ashoka, tendo coordenado a Rede Feminista Latino-

americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região

 Brasil (de 1995 a 1998). A Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN), presidida por 

Alzira, foi a primeira ONG brasileira a ser credenciada pela OEA (OAS), em 2001.

Tem publicado artigos em jornais e revistas brasileiras e do exterior. Ganhou diversos

 prêmios de poesia em nível local e nacional e tem publicações de poesia, ficção e 

ensaios.

Um afro abraço.
fonte:Cartilha Mulher Negra tem História – Alzira Rufino, Nilza Iraci, Maria Rosa Pereira, 1987, Santos; Roy Glasgow – “Nzinga”– Ed. Perspectiva, Col. Debates – 1982 – SP.
OLIVEIRA, Rachel de. Tramas da cor: enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar. São Paulo: Selo Negro, 2005

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira.

 Cuti:O poeta, ensaísta e escritor negro Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, é um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Nascido em Ourinhos, interior de São Paulo, em 31 de outubro de 1951.

Com o avanço das lutas contra o racismo, nas últimas décadas do século XX, os negros começaram a se tornar protagonistas das suas obras. Usando a palavra como forma de resistência, diversos escritores e poetas criaram uma produção diferenciada, com nuanças específicas, baseadas nos elementos culturais de origem africana e no resgate da dignidade. No livro Literatura negro-brasileira, quarto volume da Coleção Consciência em Debate, lançamento da Selo Negro Edições, o escritor e pesquisador Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, analisa a participação do negro, como personagem, autor e leitor, na literatura brasileira.


Escritor profícuo e grande pesquisador, Cuti destaca os precursores e a nova geração dessa corrente – que alcançou um patamar significativo com os trinta anos de edição ininterrupta dos Cadernos Negros, coletânea anual de poemas e contos. “A literatura é alimento para o nosso imaginário, que se move o tempo todo, recebendo, produzindo e reproduzindo ideias, palavras, frases, imagens sobre o que somos como pessoa e povo”, revela o autor. Para ele, as palavras carregadas de emoções nutrem a dimensão interna de nosso ser. “Nossas relações inter-raciais também são mediadas pelo texto não referencial”, complementa. A obra cumpre, nessa dinâmica, o papel de trazer um deslocamento de perspectiva na superfície e na profundidade do texto ficcional e poético, estabelecendo uma formação discursiva dissonante no contexto hegemônico da ideologia racista que ainda vigora nos meios de comunicação brasileiros.

 Cuti é  um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Formou-se em Letras (Português–Francês) pela Universidade de São Paulo em 1980 e pós-graduou-se em Teoria da Literatura no Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp). Autor de livros como Poemas da Carapinha e Batuque de Tocaia (edição do autor), foi um dos fundadores e membro do Quilombhoje Literatura — grupo paulistano de escritores surgido em 1980 e dedicado a discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura — e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, “nascida no bojo de um incipiente movimento que pretendia dar continuidade à histórica epopéia de uma imprensa negra”.
“Democracia racial é uma camisa de força da literatura negra.” O poeta e militante negro Luiz Silva, o Cuti, diz que a falsa idéia da boa convivência faz parte da ideologia racista.


 Pára Cuti, a literatura precisa de forte antídoto contra o racismo nela entranhado. Os autores nacionais, diz ele, principalmente os negro--brasileiros, lançaram-se a esse empenho, não por ouvir dizer, mas por sentir, por terem experimentado a discriminação em seu aprendizado. Ao longo da obra, ele fala sobre os precursores, destacando que Luiz Gama, Cruz e Sousa e Lima Barreto foram solitários, em especial no empenho de sua afirmação racial ou crítica ao racismo. No capítulo em que aborda os elos de gerações, por exemplo, revela que a literatura negro-brasileira passou a contar, a partir das primeiras décadas do século XX, com o início de uma vida literária negra nas associações culturais de caráter reivindicatório. E traça o perfil de autores que constituem esse grupo como Abdias Nascimento, Solano Trindade e Carlos de Assumpção, entre outros.

A PALAVRA NEGRO

A palavra negro
tem sua história e segredo
veias do São Francisco
prantos do Amazonas
e um mistério Atlântico
 
A palavra negro
tem grito de estrelas ao longe
sons sob as retinas
de tambores que embalam as meninas
dos olhos
 
A palavra negro
tem chaga tem chega!
tem ondas fortesuaves nas praias do apego
nas praias do aconchego
 
A palavra negro
que muitos não gostam
tem gosto de sol que nasce

A palavra negro
tem sua história e segredo
sagrado desejo dos doces vôos da vida
o trágico entrelaçado
e a mágica d'alegria
  
 
A palavra negro
tem sua história e segredo
e a cura do medo
do nosso país
 
A palavra negro
tem o sumo
tem o solo
a raiz.

 Um afro abraço.

fonte:www.uel.br/pos/letras/terraroxa

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