Ocupa uma posição de destaque no Mar do Caribe, estando numa situação geográfica estratégica influenciando a sua história. A ilha era habitada pelos índios Aruaques, conhecidos como Taínos, quando foi descoberta por Cristóvão Colombo em sua segunda viagem ao Mundo Novo em 19 de novembro de 1493, um ano após a descoberta de Cuba em 1492 e cujas histórias estiveram estreitamente interligadas devido ao sistema adotado pela Espanha para as frotas inter-atlânticas. A ilha era chamada pelos índios de Barikén, e Colombo deu o nome de Ilha de San Juan Bauptista; posteriormente foi nomeada Porto Rico e San Juan tornou-se sua capital e a primeira parada dos navios vindos da Espanha como porto de abastecimento e bastião militar para a defesa da frota, enquanto Havana, em Cuba, era escala para as viagens de retorno para o reabastecimento dos barcos de regresso à Europa...
Se liga: Seguindo uma tendência comum ao processo de colonização, Porto Rico também teve a sua história marcada pela exploração da mão de obra indígena e o desenvolvimento das atividades missionárias da Igreja. A conflituosa relação com os europeus acabou provocando a morte de milhares de nativos. Com o passar do tempo, os espanhóis se viram forçados a importar escravos africanos que também marcaram a formação do povo porto-riquenho.
No século XIX, durante as invasões napoleônicas, a população porto-riquenha se mobilizou em torno de organizações políticas autônomas que deveriam conter o avanço dos franceses. Na prática, essas novas instituições acabaram por dar importantes passos para a independência política e econômica ao empreender a abertura de seus portos. Vale ressaltar que muitos espanhóis fugiram para Porto Rico mediante a ofensiva das tropas de Napoleão Bonaparte.
Após a queda de Napoleão, o movimento autonomista de Porto Rico parecia se desarticular com a reconstrução do antigo acordo colonial. No ano de 1868, uma tentativa de revolução se desenhou com o estabelecimento de uma revolta chamada “Grito de Lares”. Logo em
seguida, uma série de reformas liberais na Espanha determinou o fim da escravidão naquele lugar. Na década seguinte, temos a formação de vários partidos políticos naquele país.
Em novembro de 1897, o próprio governo espanhol abriu caminho para uma independência relativa ao oficializar a chamada Carta Autonômica. Através desse documento, o comércio com outras nações foi definitivamente liberado. No entanto, o governo espanhol assegurava alguns direitos que limitavam essa independência concedida. Dessa forma, grupos favoráveis à independência definitiva acionaram o apoio dos norte-americanos para que o domínio espanhol fosse extinto.
Por conta de suas riquezas e a evidente localização estratégica, Porto Rico foi alvo de várias tentativas de invasão por parte de outras nações mercantilistas. Em 1528, um grupo de corsários franceses tentou adentrar o território impondo o saque e a destruição do vilarejo de San Germán, na porção sudoeste do território. Nos fins do século XVI, um ataque mais contundente fora organizado pelos ingleses. Já no século XVII, os holandeses também organizaram ações militares
A partir desse momento, a independência de Porto Rico seria sustentada à custa da intervenção política e econômica dos Estados Unidos. Até as primeiras décadas do século XX, a nação porto-riquenha partilhou a mesma bandeira e moeda dos Estados Unidos. Na década de 1950, a ação intervencionista norte-americana foi respondida com uma revolta popular conhecida como o “Grito de Jayuya”. Por meio de pesada e violenta ação militar, os Estados Unidos evitaram que o levante se propagasse.
No entanto, devido à concentração da propriedade fundiária e a crise econômica nas primeiras décadas do século XX, o país se viu cada vez mais dependente do mercado norte-americano que a partir da segunda guerra mundial inicia um processo de altos investimentos para a sua industrialização modificando a face do país. Em 1952, através de Assembléia Constituinte, a elite de Porto Rico, com o intuito de ampliar a liderança no país, propõe a Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico (ELA) proporcionando até o presente um nível considerável de governo próprio porto-riquenho e que subsidiou condições de crescimento econômico, desenvolvimento do aparato governamental mais moderno, de infra-estrutura, de saúde, entre outras áreas. Esse modelo, único na região, foi referendado em 1998 pela população, e tem sido objeto de estudos que consideram o país um caso especial de projeto que combina o seu pró-americanismo e sua latino-americanidade. Porto Rico é formado principalmente por planícies, colinas e montanhas escarpadas na zona sudeste do país ocupando mais de 60% de sua superfície, e a população é formada por brancos, negros, ameríndios, asiáticos, mestiços. A Fortaleza e Sitio Histórico de San Juan de Porto Rico é local considerado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
Tido como “Estado Livre Associado” aos Estados Unidos, muitos portorriquenhos acreditam que a autonomia do país esteja incompleta. Entretanto, vários plebiscitos realizados aprovam a manutenção dessa condição política singular. Com isso, fica difícil formalizar a ideia de que os Estados Unidos ajam como cerceadores da liberdade naquele país. No ano de 2003, autoridades políticas dos EUA assumiram a existência de uma condição colonial em Porto Rico.
Vez após vez, o fim da condição de “Estado Livre Associado” e a criação de uma república independente ganha força entre a população. No ano de 2003, os Estados Unidos se viram obrigados a desativar uma base militar na cidade de Vieques, após uma bomba lançada de um posto de observação matar um civil. Já em 2005, membros do FBI descobriram o esconderijo do líder revolucionário Filiberto Ojeda. Durante troca de tiros, ele acabou sendo morto pelos agentes norte-americanos.
Um afro abraço.
fonte:Guia geográfico ( www.guiageo-americas.com ); Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006; http://www.vmapas.com/maps/2419-2/Mapa_Politico_Porto_Rico_1976.jpg .
Se liga: Seguindo uma tendência comum ao processo de colonização, Porto Rico também teve a sua história marcada pela exploração da mão de obra indígena e o desenvolvimento das atividades missionárias da Igreja. A conflituosa relação com os europeus acabou provocando a morte de milhares de nativos. Com o passar do tempo, os espanhóis se viram forçados a importar escravos africanos que também marcaram a formação do povo porto-riquenho.
No século XIX, durante as invasões napoleônicas, a população porto-riquenha se mobilizou em torno de organizações políticas autônomas que deveriam conter o avanço dos franceses. Na prática, essas novas instituições acabaram por dar importantes passos para a independência política e econômica ao empreender a abertura de seus portos. Vale ressaltar que muitos espanhóis fugiram para Porto Rico mediante a ofensiva das tropas de Napoleão Bonaparte.
Após a queda de Napoleão, o movimento autonomista de Porto Rico parecia se desarticular com a reconstrução do antigo acordo colonial. No ano de 1868, uma tentativa de revolução se desenhou com o estabelecimento de uma revolta chamada “Grito de Lares”. Logo em
seguida, uma série de reformas liberais na Espanha determinou o fim da escravidão naquele lugar. Na década seguinte, temos a formação de vários partidos políticos naquele país.
Em novembro de 1897, o próprio governo espanhol abriu caminho para uma independência relativa ao oficializar a chamada Carta Autonômica. Através desse documento, o comércio com outras nações foi definitivamente liberado. No entanto, o governo espanhol assegurava alguns direitos que limitavam essa independência concedida. Dessa forma, grupos favoráveis à independência definitiva acionaram o apoio dos norte-americanos para que o domínio espanhol fosse extinto.
Por conta de suas riquezas e a evidente localização estratégica, Porto Rico foi alvo de várias tentativas de invasão por parte de outras nações mercantilistas. Em 1528, um grupo de corsários franceses tentou adentrar o território impondo o saque e a destruição do vilarejo de San Germán, na porção sudoeste do território. Nos fins do século XVI, um ataque mais contundente fora organizado pelos ingleses. Já no século XVII, os holandeses também organizaram ações militares
A partir desse momento, a independência de Porto Rico seria sustentada à custa da intervenção política e econômica dos Estados Unidos. Até as primeiras décadas do século XX, a nação porto-riquenha partilhou a mesma bandeira e moeda dos Estados Unidos. Na década de 1950, a ação intervencionista norte-americana foi respondida com uma revolta popular conhecida como o “Grito de Jayuya”. Por meio de pesada e violenta ação militar, os Estados Unidos evitaram que o levante se propagasse.
No entanto, devido à concentração da propriedade fundiária e a crise econômica nas primeiras décadas do século XX, o país se viu cada vez mais dependente do mercado norte-americano que a partir da segunda guerra mundial inicia um processo de altos investimentos para a sua industrialização modificando a face do país. Em 1952, através de Assembléia Constituinte, a elite de Porto Rico, com o intuito de ampliar a liderança no país, propõe a Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico (ELA) proporcionando até o presente um nível considerável de governo próprio porto-riquenho e que subsidiou condições de crescimento econômico, desenvolvimento do aparato governamental mais moderno, de infra-estrutura, de saúde, entre outras áreas. Esse modelo, único na região, foi referendado em 1998 pela população, e tem sido objeto de estudos que consideram o país um caso especial de projeto que combina o seu pró-americanismo e sua latino-americanidade. Porto Rico é formado principalmente por planícies, colinas e montanhas escarpadas na zona sudeste do país ocupando mais de 60% de sua superfície, e a população é formada por brancos, negros, ameríndios, asiáticos, mestiços. A Fortaleza e Sitio Histórico de San Juan de Porto Rico é local considerado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
Tido como “Estado Livre Associado” aos Estados Unidos, muitos portorriquenhos acreditam que a autonomia do país esteja incompleta. Entretanto, vários plebiscitos realizados aprovam a manutenção dessa condição política singular. Com isso, fica difícil formalizar a ideia de que os Estados Unidos ajam como cerceadores da liberdade naquele país. No ano de 2003, autoridades políticas dos EUA assumiram a existência de uma condição colonial em Porto Rico.
Vez após vez, o fim da condição de “Estado Livre Associado” e a criação de uma república independente ganha força entre a população. No ano de 2003, os Estados Unidos se viram obrigados a desativar uma base militar na cidade de Vieques, após uma bomba lançada de um posto de observação matar um civil. Já em 2005, membros do FBI descobriram o esconderijo do líder revolucionário Filiberto Ojeda. Durante troca de tiros, ele acabou sendo morto pelos agentes norte-americanos.
Um afro abraço.
fonte:Guia geográfico ( www.guiageo-americas.com ); Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006; http://www.vmapas.com/maps/2419-2/Mapa_Politico_Porto_Rico_1976.jpg .
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