Ao abordar a história africana, é preciso ampliar a perspectiva para muito além dos últimos quinhentos anos, que constituem apenas uma minúscula parte dessa história. Aliás, o ufanismo em torno da expansão européia quinhentista tende a distorcer nossa visão histórica em geral, reduzindo o mundo antigo a um imobilismo primitivo que não o caracterizava. Os povos antigos, até mesmo africanos, navegavam os mares à procura da rota para as Índias, milênios antes das caravelas portuguesas e espanholas. Os egípcios construíam navios de grande porte desde o terceiro milênio a.C., e há indícios de que enviavam frotas até à Irlanda à procura de estanho para fazer o bronze. O mundo antigo caracterizava-se por ativo comércio e intercâmbio cultural entre a África, a Europa, Sumer e Elam, a Índia, a China e Ásia oriental, e provavelmente as Américas.
O Egito, junto com a Índia, é um país de cultura e história fascinantes. Aproximadamente, 3000 anos antes do nascimento de Cristo, os egípcios alcançaram um elevado estágio de civilização.
Eles tinham o governo central organizado; seu comércio era voltado para as cidades que margeavam o Nilo; construíam grandes estruturas de pedra; e, o mais importante, dominavam a arte de escrever.
Ao longo do Nilo podem ser vistos majestosos monumentos que revela as realizações do Antigo Egito, sendo a maioria tumbas e templo. Os antigos egípcios eram muito religiosos e acreditavam no princípio de uma vida após a morte para reis e nobres, desde que seus corpos pudessem ser preservados (esse é o principal motivo do embalsamamento)
Os antigos egípcios dividiram sua terra em duas partes, o Alto Egito e o Baixo Egito. Alto e baixo não se referem a norte e sul; esses termos relacionam-se ao curso do Nilo e a elevação da terra. O Alto Egito é a região sul e tem esse nome porque está mais perto da nascente do Nilo, ou rio acima, e, portanto, em terreno mais alto. O Baixo Egito consiste basicamente na região do delta do Nilo e leva esse nome porque está mais distante da nascente, ou rio abaixo.essa área também está mais próxima do nível do mar do que o Alto Egito.
O ethos da sociedade matrilinear
O sistema matrilinear caracteriza as sociedades africanas desde tempos imemoriais. Trata-se de um sistema de partilha de direitos e responsabilidades em que a mulher desempenha importantes funções e goza de direitos sociais, econômicos, políticos e espirituais. Seu papel era marcante na sucessão real, na herança de bens materiais, e no exercício do poder político. Ki-Zerbo observa (1980, p. 755) que o parentesco uterino parece ter saído das profundezas da pré-história africana, do momento em que a sedentarização do neolítico tinha exaltado as funções domésticas da mulher, a ponto de torná-la o elemento central do corpo social. O profundo impacto dos sistemas patriarcais do islamismo e do colonialismo europeu que introduziram novos esquemas de organização social e de exercício do poder não conseguiu eliminar do ethos social africano o legado dessa milenar proeminência da tradição matrilinear.
São vários os exemplos de mulheres soberanas no Egito. Em Núbia, a linhagem das rainhas Kentakes reinou durante seiscentos anos por direito próprio e não na qualidade de esposas, à frente da adminstração civil e militar.
Angola nos dá o exemplo da Rainha N’Zinga, Gana o de Asantewaa, e assim por diante: a história da África é repleta de rainhas estadistas e guerreiras. Cumpre observar que o sistema matrilinear foi associado ao suposto atraso africano por antropólogos convencidos da superioridade da cultura ocidental. O patriarcalismo seria, para tais cientistas, um dos fatores que fez da civilização européia o estágio mais avançado de um suposto progresso universal dos povos – modelo a ser almejado pelos primitivos.
Cheikh Anta Diop, autor de estudos aprofundados sobre o tema, indaga qual a civilização mais avançada: a que nega à metade da população sua plena condição humana, ou aquela que reconhece e estimula nos cidadãos de ambos os sexos a capacidade de realização pessoal e participação na vida coletiva? Que o digam as sociedades ocidentais modernas ao sofrer profundas pressões e modificações sociais, políticas e econômicas oriundas da falência do patriarcalismo. O “último estágio” do desenvolvimento humano vai cedendo, e o modelo das sociedades africanas matrilineares oferece exemplos para orientar esse movimento.
A Historia da Rainha Núbia do Egito (1415 – 1340 A.C)
Ao sul do Egito, Núbia – rica em ouro, ébano e cultura humana – acompanhou as mais longínquas origens da cultura egípcia. Lá floresceu o império de Cush, com capital em Napata, cujos dirigentes lideraram o próprio Egito durante o período da 25ª dinastia (c. 750 a 660 a.C.). Mais tarde, o centro cushita deslocase para Méroe, de onde supõe-se que a tecnologia do ferro se espalha para o sul e o ocidente da África. De aproximadamente 200 a.C. até o quarto século da era cristã – em um período em que o Egito já se encontrava sob o domínio macedônio e romano – o Império Meroítico de Cush tinha sua própria escrita, construía grandes centros urbanos com templos e pirâmides, manufaturava metais e ingajava-se em um ativo comércio internacional com países remotos como a Índia e a China.
Um afro abraço.
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.coljxxiii.com.br/webquest/pauliceiaantenada.blogspot.com/
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