UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

População carcerária aumentou em 40 mil presos em um ano, segundo o Ministério da Justiça; País tem o 4º maior número de detentos no mundo...

“A morosidade da Justiça se traduz em terrível injustiça, principalmente para os necessitados que dependem da prestação jurisdicional em “tempo razoável”. A morosidade beneficia somente os “amigos do rei”. Nossos presídios estão repletos de presos (negros e
pobres), cumprindo prisões preventivas, aguardando julgamento”, acrescenta. Pela sua experiência como especialista em atuações diretas em Direito da Igualdade Racial e Homoafetiva, entre outras áreas, ele enfatiza que o Estado tem responsabilidade no fenômeno criminoso: “A criminalidade nasce com a ausência do Estado, mas só se organiza com a anuência dele”, defendeu em sua tese de pós-graduação. Para Anjos Filho, diante desse quadro, só há uma saída para um jovem negro e pobre das periferias das grandes cidades: estudar e trabalhar. “A grande “malandragem” é estudar e trabalhar e não podemos ser mais um no mercado. No nosso caso, nos é exigido sermos os melhores para que o mercado nos permita, sermos comuns”.A comparação do perfil racial da população carcerária com a população brasileira é, porém, pautada por uma diferença metodológica. Enquanto na Pnad a raça é autodeclarada pelos entrevistados, os questionários das prisões são respondidos pelos gestores das unidades.

Os números do Infopen mostram, ainda, que as penitenciárias brasileiras ganharam 40.695 presos no período de um ano. Além disso, cerca de 40% dos detentos são presos provisórios (aguardam julgamento) e o tráfico de drogas é o crime que mais leva à prisão.
Renato De Vitto, diretor-geral do Depen, afirma que o aumento das taxas de encarceramento chegou a um nível preocupante no Brasil. Segundo ele, uma alternativa para reduzir esses números pode estar na integração entre políticas de educação e trabalho e penas alternativas “A taxa de encarceramento no Brasil tem crescido de forma anômala em relação ao que vem ocorrendo nos países que mais prendem no mundo. Se não cuidarmos desse aumento expressivo da população prisional, qualquer arranjo de gestão pode parecer insuficiente”, afirmou.

Com 622 mil pessoas privadas de liberdade (o que significa mais de 300 presos para cada 100 mil habitantes), o Brasil continua sendo o quarto País com maior número absoluto de detentos no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia. Porém, enquanto esses

países têm reduzido suas taxas de encarceramento nos últimos anos, o Brasil segue em trajetória oposta, aumentando sua população prisional em 7% ao ano, em média.

Os dados fazem parte do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014, elaborado em parceria da secretaria, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ministério da Justiça e o escritório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil. Os dados utilizados são de 2012.

De acordo com o levantamento, em todos os estados brasileiros, exceto o Paraná, os negros, que incluem pretos e pardos, com idade de 12 a 29 anos, correm mais risco de exposição à violência, ou seja, estão mais vulneráveis que os brancos (que incluem brancos e amarelos), na mesma faixa etária.
A alta tributação sempre foi presente na história brasileira. Seja durante a plantação de cana de açúcar, café, ou mesmo na mineração, Portugal sempre cobrou elevadas quantias financeiras do Brasil.
Após a proclamação da independência, em 1822, a taxação começa a ser estruturada de acordo com os interesses dominantes nacionais. A elite agrária, então coordenadora da economia do país, decidiu não tributar as grandes plantações, ou seja, o seu negócio. A cobrança de impostos se limitou à arrecadação das movimentações financeiras no comércio exterior.
-Até 13 de Maio de 1888, ainda durante o regime escravista, pretas e pretos viviam sob a condição de não serem tributados, mas sim objetos de tributação. “A consolidação da Lei Teixeira de Freitas, que era a legislação civil em vigor depois das ordenações do rei, considerava os negros como ‘semoventes’, ou seja, como gado. Tinha um registro específico, no cartório, ‘o sujeito tem tantos escravos’. Era considerado coisa”, explica Renato Gomes, advogado tributarista.
Para ele, a tributação brasileira ganha novo caráter com o fim da escravidão e o início de um projeto industrial, com Getúlio Vargas e o golpe de estado em 1930. “A partir da industrialização, eu começo a ter uma ideia de geração de riqueza urbana. Vai se tarifar a renda do trabalhador e o imposto sobre vendas e consignações, que é o avô do ISS (Imposto Sobre Serviços). É o início da ideia de taxar as outras fontes de riqueza de modo a permitir uma maior arrecadação para o país”.

A taxação no meio urbano sobre o consumo e a renda do trabalhador exigiu a construção de um sistema tributário articulado. Se antes havia uma série de leis que tentavam remediar e remendar a legislação brasileira, é no ano de 1965 que se constrói a emenda 18, o primeiro



código tributário do país, projeto de autoria de Rubens Gomes de Souza. É nesse momento da história que se opta por cobrar de maneira mais significativa o consumo e a riqueza adquirida.
Por outro lado, a população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, continua majoritariamente negra. O percentual aumentou nos

últimos 10 anos. Em 2004, 73,2% dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Esse número indica que três em cada quatro pessoas é negra entre os 10% mais pobres do país.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população, enquanto as que se declaravam brancas eram 45,5%. Em 2004, o cenário era diferente, pouco mais da metade se declarava branca (51,2%), enquanto a proporção de pretos ou pardos era 48,2.

Se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5% deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos 41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%.Os brancos eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação nessa fatia da população caiu para 22,8% em 2014.
Já os negros que estão entre os 30% mais ricos são 20,1% do total da população desta cor no Brasil. Para os brancos, esse percentual é de 41,9% e praticamente não se alterou em relação a 2004, quando era de 41,9%.Em 2004, 17,2% dos negros estavam entre os 30% mais ricos dos brasileiros.
Desigualdade de renda - Para avaliar a desigualdade de renda, o IBGE calculou o Índice de Palma no Brasil, indicador que avalia quanto a mais os 10% mais ricos se apropriam do total
dos rendimentos em relação aos 40% mais pobres. Segundo a pesquisa, o rendimento dos 10% mais ricos concentrava um valor 4,3 vezes maior que os 40% mais pobres do país em 2004, valor que caiu para 3,1 vezes em 2014.

Os números do IBGE mostram que, em 2014, os 40% mais pobres do Brasil recebiam 13,3% do total da massa de renda do país, percentual se manteve praticamente estável entre 2011 e 2014, depois de ter crescido de 2004 (10,6%) a 2011 (13,1%). A população que fica na faixa intermediária, entre os 40% mais pobres e os 10% mais ricos, elevou sua participação de 43,9% do total da renda para 45,6%. Já os 10% mais ricos detinham 45,5% do total dos rendimentos em 2004 e perderam participação, chegando a 41% em 2014.

Se liga: A tributação pode ser feita em três momentos de geração de riqueza: adquirida, poupada e consumida. O Brasil escolheu tarifar de maneira significativa o consumo, o que para Renato significa a possibilidade de cobrar todas pessoas, inclusive aquelas que não têm renda. “As pessoas precisam comer e viver. Mesmo que embaixo da ponte, vive e adquire bens. Perceba que a riqueza enquanto consumida tem uma abrangência e uma capilaridade maior do que os outros momentos da aquisição”.
Silvio Almeida, professor do Mackenzie e advogado tributarista, aponta que, no consumo, não há, como nas outras esferas de arrecadação, uma colaboração progressiva. Todos, independente da renda, vão pagar os mesmos impostos. “Pobre come pão e rico também; ambos pagam o mesmo tributo incidente sobre o preço do pão. A diferença é o quanto dispõem para gastar com suas demais necessidades”.
Dados referentes a 2015 e divulgados pela Receita Federal mostram como o consumo de bens e serviços sustentou quase metade (49,68%) do montante arrecadado pela União, estados e municípios. Em 2015, 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB) do país veio da carga tributária e metade deste valor (16,22%) foi proveniente da cobrança sobre o consumo. Comparação internacional feita em 2014, a partir dos dados da Receita Federal, colocou o Brasil em 2° lugar na lista dos 30 países que mais tributam o consumo. Apenas a Hungria ficou a frente do Brasil.
Outro aspecto cruel dessa equação é o contexto social em que estamos inseridos: a sociedade de consumo, construída e alimentada de maneira diária pelo marketing e pela publicidade. “A ideia de cidadania foi substituída pela ideia de consumidor. O consumidor tem direitos, né? O consumidor, porém, só é o sujeito consumindo”, explica Renato Gomes.
Salário do trabalhador: A tributação também é severa sobre a renda dos trabalhadores. Além de pagar ao consumir, o proletariado também é tarifado na renda com uma série de encargos. “Quando se recebe um salário cujo valor não está isento do pagamento de imposto de renda, a legislação tributária determina que o empregador desconte diretamente da folha de pagamento o imposto de renda e o repasse à Receita Federal. 
É o Imposto de Renda retido na fonte”.
No Brasil, a taxação é feita sobre a renda, que é resultado do rendimento do trabalhador menos as suas despesas. Ou seja, quando se tributa a renda, não se considera que o trabalhador já teve custos. Por uma questão técnica, o governo antecipa a arrecadação e dá a
possibilidade do cidadão apresentar seus gastos e ser ressarcido. Mesmo assim, existem áreas onde há um limite para a compensação, como na declaração da existência de dependentes da renda ou ainda para educação.

Mesmo que o encargo sobre o Imposto de Renda varie entre 7,5% e 27,5%, a cobrança é avaliada como alta e onerosa. Depois da arrecadação por consumo, é por meio do imposto de renda que o Estado mais concentra recursos. A tributação representou 25,83% de toda a carga tributária, o que significou, em 2015, 8,44% do PIB.
Dados da Receita Federal ajudam a entender a desigualdade social no país, pois é possível constatar que menos de 1% dos contribuintes têm cerca de 25% de toda riqueza declarada em bens e ativos financeiros no Brasil. O número de pessoas com renda superior a 160 salários mínimos caiu de 73.743 mil em 2012 para 71.440 mil em 2013. Essa quantia representa 0,3% dos declarantes de imposto de renda e o valor financeiro de R$ 298 bilhões.
Os grandes salários, como o de jogadores de futebol dos principais clubes do país, costuma
m seguir uma lógica diferente de tributação, conta Renato Gomes. “Jogador de futebol não recebe os seus rendimentos, que são altíssimos, de mais de 100 mil reais por mês, na carteira de trabalho e como pessoa física. Eles recebem a parte significativa, 90%, 80%, como direito de imagem. Se o sujeito ganha 100 mil reais, só de contribuição previdenciária, o clube teria que pagar 20 mil reais. Então como faz? Vamos colocar 10 mil reais de salário e 90 mil de direito de imagem. O clube vai pagar 20% sobre os 10 mil, porque 90 mil ele está pagando direito de imagem, não na folha salarial”.

Silvio Almeida recorda outro exemplo para certificar a ideia de que os não assalariados convencionais têm benefícios tributários. “A distribuição do lucro pelas empresas pode se dar na forma de pagamento de dividendos ou ainda, como “Juros sobre Capital Próprio” (JSCP), ambas com vantagens imensas para quem é sócio de uma empresa, podendo, muitas vezes, nada pagar de Imposto de Renda sobre o lucro a ele distribuído”.
Outro setor de geração de riqueza muito privilegiado é a acumulação a partir de territórios. A
cobrança, tanto nas áreas urbanas (IPTU) quanto nas rurais (ITR), é baixa e o valor arrecadado é irrisório para o Estado. Apesar da previsão constitucional de maior taxação na medida em que não há utilização do espaço, essa ferramenta tem sido pouco empregada para enfrentar a especulação imobiliária ou fundiária.

A tributação sobre propriedade foi de apenas 4,44% da carga tributária, o que representou 1,45% do PIB em 2015. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2012, o percentual arrecadado pelo Brasil é a metade do acumulado em países como Estados Unidos (12%) e Reino Unido (12%); e 50% a menos que Argentina (9%) e França (9%).
Entre os cinco impostos que incidem sobre a propriedade em vigor, a menor arrecadação é do Imposto Territorial Rural (ITR), único de responsabilidade da União. Só de Imposto sobre Patrimônio Territorial Urbano (IPTU), o município de São Paulo recebeu, em 2013, R$ 5,45 bilhões, ou seja, mais do que seis vezes do valor arrecadado do ITR em todo o país no mesmo período, R$ 864 milhões, de acordo com o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).
Renato explica como a baixa tributação de propriedades no Brasil e o insignificante valor de
arrecadação são questões históricas do país. “O Brasil é um país criado em capitanias hereditárias. Ele nasceu com grandes propriedades. Não é normal, mas a gente entende porque essas grandes propriedades territoriais até hoje não são tarifadas”.


A disparidade tributária do Brasil se estende para o setor financeiro. Este é outro segmento produtor de riquezas pouco taxado no país. Em último lugar, a tributação sobre as transações financeiras representou 1,8% da carga tributária, ou seja, 0,59% do PIB. No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), houve uma queda real de 1,61%, ou seja, recuo para R$ 5,8 bilhões nos primeiro bimestre de 2016.
Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!


fonte:Agência Brasil/www.almapreta.com/

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

1º de janeiro: Dia da Confraternização Universal e da Paz

No dia 1° de janeiro, feriado nacional, comemora-se no mundo todo o Dia da Confraternização
Universal, também conhecido como Dia Mundial da Paz. A data é precedida pela festa de
reveillon, iniciada na noite do dia 31 de dezembro, quando famílias e amigos se reúnem para
uma grande ceia e para a contagem regressiva até a passagem de ano.

A celebração do 1° de janeiro tem origem num discurso do papa Paulo VI, de 1968, no qual ele declarou que todo dia primeiro de cada ano deveria ser considerado o Dia Mundial da Paz. Em seu discurso, o pontífice sugeriu que a data não se restringisse à tradição católica, mas que se estendesse ao mundo todo com um “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos”.

O 1° de janeiro também foi reconhecido pela ONU como o Dia da Confraternização Universal, que convida todas as nações e povos ao diálogo e à paz.

No Brasil, a data foi definida como feriado nacional em abril de 1949, por meio da assinatura da lei federal 662, assinada pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra
A chegada de um ano sempre desperta a expectativa pela abertura de um novo ciclo, cheio de transformações.

essa época, verbos como recomeçar, reconstruir, repensar e tantos outros “re” parecem fazer mais sentido do que no restante do tempo. Simpatias e tradições reforçam ainda mais esses significados em torno da festa: comer lentilha, pular ondas, vestir branco.

Ao brindar o recomeço, além de sorte, também são bem-vindos os desejos de paz e fraternidade.

Em 1968, o papa Paulo VI escreveu uma mensagem lançando a ideia da comemoração do Dia Mundial da Paz.

No texto, sugeria que esta não fosse uma comemoração exclusivamente católica, mas que ganhasse adesão ao redor do mundo com “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”.

Ainda que desde 1981 o Dia Internacional da Paz seja comemorado em 21 de setembro, a data de 1º de janeiro é reconhecida pela ONU como o Dia da Confraternização Universal, ou
seja, do diálogo e da paz entre os povos.

Novo ciclo
A palavra francesa Reveillon significa “acordar” e era usada no século 17 para designar jantares longos e chiques realizados durante o ano.

Com o tempo, acabou popularizando-se como sinônimo da festa de passagem de ano.

A comemoração do Ano-Novo tem sua origem intimamente ligada à natureza.

Dois mil anos antes da era cristã, os antigos babilônios festejavam a entrada de um novo ciclo anual no início da primavera no hemisfério norte, que equivaleria ao dia 23 de março do calendário cristão.

Nessa época, era feita a plantação de novas safras, daí a noção de reinício, preservada até hoje.

Já os gregos celebravam o início de um novo ciclo entre 21 e 22 de dezembro, mas o ritual também representava o espírito da fertilidade.

A festa era pelo renascimento anual do deus Dionísius, a quem homenageava-se desfilando com um bebê em um cesto.

Os egípcios comemoravam o Ano-Novo quando a estrela Sírius surgia no horizonte de Mênfis, a cidade dos primeiros faraós.

A data (16 de julho no calendário cristão) marcava o começo da enchente anual do rio Nilo.


Datas diferentes, sentidos iguais

Na China, a passagem do ano cai no fim de janeiro ou início de fevereiro, porque segue-se o calendário lunar.

Os judeus têm sua celebração de Ano-Novo no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do calendário judaico (meados de setembro ou começo de outubro): é o Rosh Hashaná, a “festa das trombetas".

Para os islâmicos, o ano novo cai em maio, pois a contagem islâmica corresponde ao
aniversário da Hégira (que em árabe significa emigração), cujo ano zero corresponde ao 622 da era cristã, ocasião em que o profeta Maomé deixou a Cidade de Meca e se estabeleceu em
Medina.
Independentemente de crença ou data, o começo de um novo ciclo é um convite para que se repense e se qualifique a relação com o próximo e com o mundo. Feliz 2010!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino
Fonte: Procuradoria Regional da República 4ª Região – com informações de Scritta e Themis

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Descobrindo a própria negritude....

Breve reflexão sobre o "ser negro" no Brasil...A construção do conceito preconceituoso sobre o "negro"
O "ser negro" é visto, historicamente, como um fenômeno negativado, sendo explicado por várias ciências, em especial pela Psicologia. De acordo com registros sobre a África negra, essa população era considerada impura; julgamento esse encontrado em documentos religiosos que apresentavam o negro como herdeiro de Cam e, pela Biologia, era-lhe atribuída uma "natureza" negativa. A partir dessas e de outras fontes, o negro é estudado como um "fenômeno diferente", ora analisado como "criação divina", ora como "obra da natureza", mas sempre interpretado como defeituoso. Essas explicações passaram a ser registradas como justificativas para explicar a inferioridade do negro nos aspectos intelectual, emocional e social de sua personalidade, devido à sua origem africana, tida como primitiva e animalesca. Sua terra natal era considerada como a terra de pecado e de imoralidade geradora de homens corrompidos e a cor que os distinguia dos brancos era estranha e pedia explicação

Nas referências citadas, há também o registro de que cerca de 50 milhões de africanos foram

trazidos ao Brasil durante mais de 300 anos de escravidão, advindos principalmente das possessões portuguesas de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau. Esses povos foram os primeiros a receber a nomeação de "negros inferiores" (Marquese, 2004; Meltzer, 2004; Rodrigues, 2000; Schwartz, 1993). As construções a partir de tais idéias acerca do negro conferiram-lhe uma posição ideologicamente constituída de estereótipos que descrevemos a seguir:

a) O negro é um ser inferior - intelectual, emocional e social.
Santos (2003) afirma que a caracterização negativa da cor negra aparece antes da noção de raça. Para asseverar essa concepção, Cohen (1980), citado por aquele autor, também registrou que a temática da cor negra apareceu nos vários tempos da humanidade com valoração negativa fundamentada como símbolo de hierarquia de classes.

b) O negro representa: falta de moralidade, signo de morte e corrupção; em contrapartida, o branco, signo de vida e de pureza.
Reforça essa idéia a dedução que se faz de trechos religiosos divulgados em tempos idos, sobre o "negro" como representação do pecado e da maldição divina. Ribeiro (1995) registrou o texto da bula Romanus Pontifex, de agosto de 1454, do Papa Nicolau V, o qual apresenta a idéia da Igreja que seria a "salvadora das almas", notadamente dos negros, atribuindo ao rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar a quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo praticar em utilidade própria e dos seus descendentes (pp. 39-40).

c) O negro não é civilizado.
O fato de ser negro pode indicar que são incapazes de progredir, de evoluir nos aspectos intelectuais, emocionais e sociais, não podendo, portanto, contribuir para o progresso de uma sociedade baseada na ideologia branca/européia.

Para configurar esse preconceito, vale lembrar que o costume de marcar os excluídos, com um ferro, na Grécia clássica (e em outras culturas), criava estigma permanente nos escravos, criminosos e traidores, os quais deveriam ser evitados. Goffman (1963/1988) usou essa idéia para ilustrar qualquer atributo considerado profundamente desabonador. A posse de tal desqualificação pode ter efeitos deformadores sobre o desenvolvimento individual, pois, em certa medida, as pessoas por ela atingidas são excluídas das relações sociais "normais".

Outra série de argumentos que apoiam o contexto deste artigo são aqueles afiliados ao

evolucionismo social ou darwinismo social. As contribuições descritas pelos adeptos dessas idéias consideram o negro como incapaz de evoluir, o que prejudicaria o sentido do progresso. Visto como hereditariamente inferior, Priori & Venâncio (2004) registram que muitos viajantes identificavam os africanos como sendo semelhantes aos macacos, o que era resultante da convivência com eles. Esse tipo de estereótipo serviu para fortalecer as caracterizações "desumanas", afirmando que o negro não teria possibilidade de atingir a perfeição como era suposta aos brancos (Buffon, 1749/1971; Calmon, 2002; Fausto; 2001; Fernandes 1972 e 1978; Florentino & Góes, 1997; Chiavenato,1999; Costa, 1986; Gomes, 1994; Moura, 1983 e 1989; Marquese, 2004; Meltzer, 2004; Munanga, 1988, 1996, 1999; Priori & Venâncio 2004; Rodrigues, 2000; Silva, 2003).

d) O negro é propenso a ser criminoso.
De acordo com o modelo determinista, apareceram a craniologia técnica e a antropologia criminal (...) cujo principal expoente - Césare Lombroso - argumentava ser a criminalidade um fenômeno físico e hereditário e, como tal, um elemento objetivamente detectável nas diferentes sociedades (citado por Schwartz, 1993, p: 48/49).

Tal afirmação encontra-se na literatura sobre o negro e a criminalidade; por exemplo, em Gomes (1994), Gould (1999), Ribeiro (1995) e Silva (2003). As classificações que hierarquizaram as raças foram construídas por meio do uso de escalas de valores entre os diferentes povos - asiáticos, africanos, europeus - estabelecendo relações entre a biologia (cor da pele, traços morfológicos) e as qualidades morais, psicológicas e socioculturais. Segundo esta perspectiva, a raça branca era considerada superior à amarela ou negra por causa das diferenças físicas hereditárias: cor da pele, formato do crânio, formas dos lábios, do nariz e do queixo, dentre outras (Munanga, 2004). Reforçando tais idéias, podemos citar também estudos sobre Psicologia Diferencial, doença mental e também a aplicação da frenologia que advoga que as capacidades ou habilidades mentais teriam sua sede numa determinada localização no cérebro, hoje comentadas nas concepções de autores como: Anastasi (1967); Galton (1979 e 1988), Gould (1999); Gobineau (1853) e Le Bon (1894). O uso de tais construções pode explicar o que é denominado racialismo, dando suporte ao aparecimento da categoria negro baseada em características biológicas que, fortalecida pelas atitudes a ela incorporadas, resultou numa depreciação do negro africano, inserindo, posteriormente nesta categorização, o negro brasileiro numa ancoragem aos estereótipos a ela atribuída.

A negritude: o retorno à África ou a uma forma de vida
O exercício da negritude teve a sua origem nos movimentos culturais conduzidos por protagonistas negros, brancos e mestiços que, a partir das primeiras décadas do século XX, lutaram por um renascimento do negro. Esses movimentos tinham como objetivo divulgar e
valorizar as raízes culturais africanas, crioulas, em todo o mundo e, principalmente, em três países das Américas: Cuba, Estados Unidos e Haiti (Lopes, 2004; Munanga,1988).

Um importante investimento que objetivava dar visibilidade ao negro foi registrado no movimento nomeado como Pan-africanismo. Em sua formação, estava a elite negra que tomava parte nos eventos acadêmicos, como são os congressos. Além disso, participava da leitura de livros, jornais e outros meios de divulgação que somente era circunscrito a esse grupo populacional. Consta que esse movimento, articulado como posicionamento político e intelectual do fim do século XIX teve como precursores Edward W. Blyden; Booker T. Washington e W.E.B. Du Bois (Lopes, 2004; Munanga,1988). Em 1900, outro protagonista, Sylvester Willians, em uma conferência, em Londres, celebrou os progressos que o Movimento havia alcançado. O Pan-africanismo trazia, no seu bojo, idéias que valorizavam a história do negro e sua cultura. Tais idéias foram a fonte que induziu o aparecimento de outras iniciativas como o Harlem Renaissance e a Negritude (Lopes, 2004; Munanga,1988).

A identidade negra: uma forma de articular cultura, educação e formação de professores
Os homens e as mulheres, por meio da cultura, estipulam regras, convencionam valores e significações que possibilitam a comunicação dos indivíduos e dos grupos. Por meio da cultura eles podem se adaptar ao meio, mas também o adaptam a si mesmos e, mais do que isso, podem transformá-lo.
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura. (Laraia,
2001, p.68)


Entre os processos culturais construídos pelos homens e pelas mulheres na sua relação com o meio, com os semelhantes e com os diferentes, estão as múltiplas formas por meio das quais esses sujeitos se educam e transmitem essa educação para as futuras gerações. É por meio da educação que a cultura introjeta os sistemas de representações e as lógicas construídas na vida cotidiana, acumulados (e também transformados) por gerações e gerações.

Por isso, ao discutirmos a relação entre cultura e educação, é sempre bom lembrar que a educação não se reduz à escolarização. Ela é um amplo processo, constituinte da nossa humanização, que se realiza em diversos espaços sociais: na família, na comunidade, no trabalho, nas ações coletivas, nos grupos culturais, nos movimentos sociais, na escola, entre outros.
Mas como a identidade negra se articula com a cultura e com a educação? Um caminho interessante para refletir sobre essa articulação seria não pensar a identidade negra como a única possível de ser construída pelos sujeitos que pertencem a esse grupo étnico/racial. Entre as múltiplas identidades sociais que os negros e as negras constroem, a identidade negra é uma delas.
"A reflexão sobre a construção da identidade negra não pode prescindir da discussão sobre a identidade como processo mais amplo, mais complexo. Esse processo possui dimensões pessoais e sociais que não podem ser separadas, pois estão interligadas e se constroem na vida social".
Como a escola lida com o corpo negro e o cabelo crespo?
O corpo localiza-se em um terreno social conflitivo, uma vez que é tocado pela esfera da subjetividade. Ao longo da história, o corpo se tornou um emblema étnico e sua manipulação tornou-se uma característica cultural marcante para diferentes povos. Ele é um símbolo explorado nas relações de poder e de dominação para classificar e hierarquizar grupos diferentes. O corpo é uma linguagem e a cultura escolheu algumas de suas partes como principais veículos de comunicação. O cabelo é uma delas.
O cabelo é um dos elementos mais visíveis e destacados do corpo. Em todo e qualquer grupo
étnico ele é tratado e manipulado, todavia a sua simbologia difere de cultura para cultura. Esse caráter universal e particular do cabelo atesta a sua importância como símbolo identitário.

Finalizando:Mas como a escola lida com o corpo negro, o cabelo crespo e a cultura negra? Como as crianças, adolescentes, jovens e adultos negros são vistos e se vêem na escola? Para respondermos a essas questões teremos que nos aproximar dos homens e mulheres negras que já passaram pela escola e também daqueles que ainda estão realizando a sua trajetória escolar;
o conceito do "negro'' como abstração e que este tem sido usado desde a instituição do sistema escravista no Brasil, para justificar e divulgar a suposta inferioridade dessa população. Esperamos poder incitar profissionais e estudiosos da Psicologia e áreas afins para a importância de conhecer e discutir as idéias expostas sobre o negro e, com isto, propormos debates acerca das questões e movimentos sobre a negritude. Acreditamos que tais debates
possam ser significativos para a compreensão dos relacionamentos inter-raciais, bem como dos possíveis sofrimentos que são conseqüências de experiências discriminatórias vividas pelos afro-brasileiros, herdeiros das formas de vida dos ancestrais negros a partir do sistema escravista.


Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Vista minha pele (video completo) Realidade em preto e branco...




"Realidade em Preto e Branco'
No país da democracia racial, os negros continuam estudando menos, enfrentando maiores dificuldades para conseguir emprego e recebendo salários menores. A diferença é que a sociedade está mais disposta a levar a sério o problema e buscar uma solução...

Num país que tem o passivo da escravidão, abolida há cerca de 150 anos, a diferença de rendimento coloca os afrodescendentes na rabeira do espectro social: em 2003, 8,4% dos negros encontravam-se em condições de extrema pobreza, ante 3,2% dos brancos. Embora mulheres e homens negros representem 44,7% da população brasileira, sua participação chega a 68% entre os 10% mais pobres, segundo dados do Censo 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). À medida que se avança em direção aos mais altos estratos de renda, sua presença diminui até atingir apenas 13% entre os 1% mais ricos, situação que permaneceu inalterada ao longo dos anos 90.

Apesar de as iniciativas de promoção da igualdade racial terem conquistado cada vez mais destaque e espaço, as ações voltadas para a inserção dos negros no mercado de trabalho ainda são tímidas para enfrentar o tamanho do preconceito existente na sociedade brasileira. “Eu já senti muita discriminação. Ser negro no Brasil é ser lixo. Os negros não têm estudo e têm mais dificuldade para arranjar emprego”, conta a copeira Neuza Manhães, que está desempregada desde o começo deste ano e sustenta sozinha sete pessoas na cidade-satélite de Samambaia, no Distrito Federal. Sua opinião, infelizmente, é confirmada pelos números. A taxa de desemprego, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2003, elaborada pelo IBGE, mostra as variações em função da cor da pele: no grupo com mais de 16 anos de idade, a taxa de desemprego é de 8,7% para os brancos e de 10,7% para os negros. O grau de informalidade também é maior entre os negros. Enquanto 42% dos brancos têm carteira assinada ou são funcionários públicos, entre os negros esse percentual é de 31,4%. Isso significa que menos de um terço dos trabalhadores negros tem acesso a direitos trabalhistas, como décimo terceiro salário, adicional de férias, seguro desemprego e benefícios previdenciários. A situação é ainda pior para a mulher negra, já que somente uma em cada quatro possui algum vínculo formal de trabalho. “Na hora da contratação, o que conta é a aparência, e não a qualidade”, diz Maria da Cruz Alves dos Santos, trabalhadora doméstica desempregada há dois meses.

As dificuldades para se colocar no mercado de trabalho são formadas muito antes do momento da procura do emprego, especialmente pelas diferenças de acesso à educação. Em 2001, 10,2% dos brancos e apenas 2,5% dos negros tinham concluído o ensino superior, com uma vantagem de quatro vezes para os brancos. A situação já foi pior, porque em 1960 o

número de brancos com diploma universitário era 14 vezes superior ao dos negros. No entanto, a distância voltou a aumentar entre 1991 e 2000, quando o número de matriculados nas universidades passou de 1,4 milhão para quase 3 milhões, mas não houve maior inclusão de negros, uma vez que sua participação no sistema caiu ligeiramente, de 19,7% para 19,3%, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano deste ano elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que elegeu como tema a igualdade racial. “A questão da igualdade racial é um problema monstruoso.
Na moda ser preto, desde que você não seja preto...

Principalmente agora nestes tempos de retrocesso conservador e retorno da fibata ate nas  redes sociais algumas pessoas defendendo a ideia de que o racismo não existe (em geral pessoas brancas, mas ainda é possível encontrar algumas pessoas pretas com a síndrome de Holiday) usando argumentos batidos como o da “democracia racial” e de que no Brasil o problema é social e não racial.


Vejo também um esforço muito grande em disfarçar todos esses problemas com uma atitude que não consigo deixar passar batida, algo que faz parte do movimento “ser negro ta na moda”. Neste movimento vemos pessoas brancas se vestido com temas africanos, usando turbante, fazendo parte de diversos movimentos negros e até renegando a cor da sua pele (é, sei que não faz sentido, mas vamos lá).


-"Gente eu sou totalmente a favor da integração entre povos e culturas. Sabe que vejo com bons olhos jovens pretos e brancos juntos, discutindo o destino do nosso país. O que me incomoda é ser preto apenas quando lhe convém".

Ser preto no samba, no hip hop, no candomblé, ser preto assim é fácil. Gostaria que essas mesmas pessoas fossem “pretas” quando a polícia abordou com violência meu irmão na rua, quando uma pessoa perde uma vaga de emprego por ser preta. Quando um canal de TV exibe um programa com teor racista.
Gostaria que fossem pretos na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza (riso).
Na verdade o que vejo  em alguns caso  pessoas se apropriando da nossa cultura, esvaziando seu significado, usufruindo apenas dos benefícios e ignorando as desvantagens.
Por que, quando seu amigo foi humilhado na escola você não disse nada? Por que você não se mostrou indignado quando fizeram aquele comentário racista sobre os haitianos no trabalho? Por que você não rebateu seu familiar quando, num almoço de família, disse que “agora tudo é racismo” 

Não fez nada porque ser preto está na moda, desde que você não seja preto.
-Gente muitos amigos brancos,ainda fazem  silêncio quando o  “amigo” sofre racismo e isso dói tanto quanto a piada racista.
O Brasil precisa de pretos fortes e de brancos desconstruídos e conscientes dos seus privilégios, pois só assim vamos avançar para uma cultura integrada.
Quer desconstruir? Acha o sistema racista odioso? Venha para o nosso lado, mas venha inteiro, não pela metade.

Se liga na questão:Para enfrentar essa profunda desigualdade racial, o relatório defende a necessidade urgente de implantar no Brasil políticas universalistas e focalizadas, incluindo ações afirmativas. O Pnud avalia que as políticas de cotas têm por objetivo minimizar o peso

das condições socioeconômicas no ingresso nas universidades ou no serviço público, mas ressalva que esse tipo de medida é apenas uma das formas de implementação de ações afirmativas. Apesar de reconhecer a importância do estado na luta contra o racismo, o relatório destaca que esse objetivo só será atingido se for adotado pela sociedade brasileira como um todo.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

fonte:https://dentedileao.wordpress.com/.https://books.google.com.br/

Jesus menino: Feliz Natal....

Jesus menino e sua família nasceu na África, se escondeu entre os negros por se confundir com ele e para quem acredita, aí estão as fontes bíblicas.
Jesus nasceu em África. Os Evangelhos dizem de maneira explícita que Jesus nasceu em “Belém de Judá, no tempo do rei Herodes” (Mt 2,1 cfr. 2, 5.6.8.16), (Lc 2, 4.15), (Jo 7, 40-43).

Nos tempos antigos, incluindo o tempo de Jesus, Belém de Judá era considerado parte de África. Até a construção do Canal de Suez, Israel fazia parte da África. Esta visão haveria de perdurar até 1859, quando o engenheiro francês Ferdinand de Lesseps pôs-se a construir o Canal de Suez. A partir daí, foi a África separada não somente geográfica, mas sobretudo histórica, cultural e antropologicamente do que hoje chamamos Oriente Médio. Aquela milenar extensão da África passa a figurar nos mapas como se fora Ásia.

Jesus tinha presença negra na linhagem familiar. A genealogia de Jesus foi misturada com a linha de Cam desde os tempos passados em cativeiro no Egito e na Babilônia. Nos antepassados de Jesus através de Cam, lado feminino desta mistura, há cinco mulheres mencionadas na genealogia de Jesus Cristo ( Tamar, Raabe, Rute, Bateseba e Maria) (Mateus 1:1-16). As primeiras senhoras mencionadas eram de descendência de Cam. Assim,

Jesus pode ser aclamado etnicamente pelos povos semitas e descendentes de Cam.
Jesus era da tribo de Judá, uma das tribos Africanas de Israel. Ancestrais masculinos de Jesus vêm da linha de Sem (miscigenados). No entanto, a genealogia de Jesus foi misturada com a linha de Cam desde os tempos passados em cativeiro no Egito e na Babilônia. O antepassado de Jesus através de Cam é narrado em Gênesis 38: então Tamar, a mulher Cananéia (Negra) fica grávida de Judá, e dá à luz aos gêmeos Zerá e Perez, formando a Tribo de Judá, antepassados do rei Davi e de José e Maria, os pais terreno de Jesus.

"Se Jesus fosse branco, loiro de olhos azuis, teria sido difícil para ele e sua família se esconder entre os egípcios negros sem ser notado"...



Desde sua crucificação(para os cristão), está no coração, você está na alma de todos os filhos e filhas da África cujos antepassados carregaram a cruz contigo. Nós cantamos e gritamos como os anjos, nós fazemos soar nossos sinos de alegria, nós tocamos nossas buzinas em elogios porque Você é verdadeiramente Jes-us, o Cristo, o EMMANUEL conosco, o Filho de Retidão, o Príncipe de Paz.

Se liga:Na Roma Antiga festejavam-se as Saturnálias em homenagem a Saturno, deus da agricultura. Era um período de paz e de recolhimento (meio do inverno), quando as pessoas trocavam presentes, e amigos e familiares se reuniam em suntuosos banquetes. Os celtas, outra etnia majoritária na Europa naqueles tempos, festejavam por seu lado o próprio solstício de inverno.
Apenas em ano 274 depois de Cristo, o imperador Aureliano decidiu que no dia 25 de dezembro fosse festejado o Sol. Disso deriva a tradição do "tronco natalício", grande pedaço de madeira que nas casas deveria queimar durante 12 dias consecutivos e deveria ser preferivelmente de carvalho, madeira propiciatória. Dependendo do modo como ela queimava, os romanos faziam presságios para o futuro. Nos dias de hoje, o tronco natalício se

transformou nas luzes e velas que enfeitam e iluminam as casas, árvores e ruas.
"O Natal como dia do nascimento de Jesus Cristo surgiu em tempos bem mais recentes, ao redor do século 4 da nossa Era. Até então, essa era a data de algumas das mais importantes celebrações do calendário pagão".
Tudo surgiu devido às muitas dúvidas relacionadas ao dia correto do nascimento de Jesus. Até hoje não existem referências históricas precisas capazes de atestar essa data. Os próprios Evangelhos, surgidos 3 ou 4 séculos depois da sua morte, não fazem nenhuma referência nem ao dia, nem ao mês, nem ao ano em que o Senhor apareceu na Terra.

Somos filhos e filhas da África, somos, 400.000.000 de africanos ao redor do mundo, e vamos orar nesta Natal pela Redenção cada um na sua crença daquela Mãe Terra que cobriu a nosso bendito Redentor quando os selvagens e malvados homens do mundo buscaram sua vida... Da mesma maneira que os selvagens e malvados homens do mundo de hoje buscam a vida dos Negr@s, e os queimam, lincham e matam porque eles não têm a força para fazer-lhe frente ao homem...Mas que o senhor da vida nós guie a dias melhores e cantaremos e cantaremos pela liberdade, pela liberação e pela vida.

Junto com essa imagem de Jesus Libertador, porém, incorpora influências do Movimento de Consciência Negra, que convida negros e negras a acolher a beleza de
sua raça.
Feliz Natal


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fontes de pesquisa:www.fatosdesconhecidos.com.br/unegro cultura

sábado, 24 de dezembro de 2016

Na época natalícia, surge-me desde logo uma questão. Qual é o verdadeiro significado de Natal?

Ao longo dos anos percebe-se na época natalícia é comemorada por quase todas as pessoas e
não apenas pelos Cristãos. Isso, deve-se na minha ótica ao facto de o Natal ter começado a ser visto numa forma diferente daquela que era vista pelos nossos antepassados, ou seja, a comemoração do nascimento de Jesus. Contudo, nos últimos anos tenho observado um fenômeno de grande consumismo por parte das pessoas, adquirindo imensas prendas para oferecer aos familiares, amigos, etc. O significado do Natal para a maioria das pessoas é a época onde oferecem e recebem presentes, bem como a altura do ano onde juntam a família até de madrugada para depois abrirem as prendas.

Pinguim. A articulista Jenee Osterheldt, do The Kansas City Star, escreveu que não concorda com a escritora Aisha Harris: "Não tenho nenhum interesse em pinguim Papai Noel", afirmou ele.

"Quando criança, eu sofria de uma série de questões de identidade racial, mas eu nunca olhei para Papai Noel pensando na sua cor. Eu sempre olhei para ele como olhava para fadas ou duendes. Menos como humano e mais como algo mágico".
Megyn Kelly, o professor do Novo México que reagiu de forma racista ao desejo do aluno negro que queria ser Papai Noel, reforça a ideia geral consagrada sobre o Papai Noel branco, na opinião da articulista Jenee Osterheldt.

"Defendemos um padrão geralmente brancos de heroísmo e beleza, mas é aí que a a escritora Aisha Harris estava certa: É um problema".
Anthonia Akitunde, fundadora do site matermea.com, dedicado à maternidade negra, defende que é preciso ensinar coisas boas aos para que as coisas melhorem.

Daniel Bartle, um pai de Kansas City, diz que não vê nenhum problema em apresentar um Papai Noel negro para a sua filha branca."Eu acredito que precisamos de mais diversidade em nossas celebrações culturais", diz ele.

Duende. "Acho que o Papai Noel ser negro não é mais ridículo do que Jesus sendo retratado
como branco", acrescenta ele, referindo-se ao fato de haver poucos brancos no Oriente Médio.

Quando criança, Kim Gibson não gostava do Papai Noel branco. Então, quando ela começou a planejar bazares de Natal em lugares como o Landing e o Edifício Lincoln, ela decidiu chamar um Papai Noel e uma Mamãe Noel negros. Ela diz que ele pode ser branco, asiático,latino, preto ou de qualquer cor.

"Eu acho que é importante ver os números", diz ela. "Claro Megyn Kelly quer um Papai Noel branco, já que ela é branca". Todos nós queremos identificar e se relacionar com o que estamos celebrando. Nós deveríamos passar mais tempo redefinindo o significado de

Natal, em vez de se concentrar na cor de pele do Papai Noel".
Papai Noel preto, branco ou seja lá qual seja a sua cor, o que importa é que somos humanos e devemos celebrar as diferenças, afirma o colunista do The Kansas City Star. "Nel Noel de qualquer cor e nem mesmo um pinguim vão nos dar o dom da igualdade", acrescenta Jenee Osterheldt.

Se liga:Sob o imperador romano Diocleciano, que implacavelmente perseguia os cristãos, o bispo Nicolau sofreu pela fé, foi exilado e preso. As prisões eram tão cheias de bispos, sacerdotes e diáconos que não havia espaço para os verdadeiros criminosos – assassinos, ladrões e assaltantes. Após sua libertação, Nicolau participou do Concílio de Nicéia, em 325 dC. 


Faleceu em 6 de dezembro em Myra no ano de 343 dC e foi sepultado em sua
catedral, onde uma relíquia única, chamada maná, se formou em sua sepultura. Esta substância líquida, que diziam ter poderes curativos, impulsionou o crescimento da
devoção a São Nicolau. O aniversário de sua morte tornou-se um dia de festa, dia de São

Nicolau em 6 de dezembro.
Através dos séculos, muitas histórias e lendas foram contadas sobre a vida e realizações de São Nicolau. Estes relatos nos ajudam a entender o seu caráter extraordinário e porque ele é tão amado e venerado como protetor e ajudante daqueles que precisam.

Existe a história de um homem pobre com suas três filhas. Naqueles dias, o pai de uma jovem tinha que oferecer aos futuros maridos algo de valor, um dote. Quanto maior fosse o dote, maior a chance de uma jovem pra encontrar um bom marido. Sem um dote, a mulher não se casava. As filhas desse homem pobre, sem dote, eram portanto, destinadas a serem vendidas como escravas. Misteriosamente, em três ocasiões diferentes, um saco de ouro apareceu em sua casa, fornecendo os dotes necessários. Dizem que os sacos de ouro, lançados por uma janela aberta, caíram dentro de meias ou sapatos deixados ao lado do fogo para secar. Assim surgiu o costume das crianças de pendurarem meias ou sapatos, esperando ansiosamente presentes de São Nicolau. Também já se ouviu dizer que eram bolas de ouro em vez de sacos de ouro. É por isso que, às vezes, três bolas de ouro representadas por laranjas, são um dos símbolos de São Nicolau. E assim São Nicolau é um doador de presentes.

Uma das mais antigas histórias que mostra São Nicolau como um protetor das crianças é contada muito tempo depois de sua morte. As pessoas da cidade de Myra estavam celebrando seu dia na véspera da festa, quando um bando de piratas árabes de Creta apareceram no distrito. Eles roubaram tesouros da Igreja de São Nicolau para conseguir recompensa. Quando estavam saindo da cidade, arrebataram um menino, Basilios, para transformá-lo em escravo. O emir, ou governante, selecionou Basilios para ser seu copeiro pessoal, e não conhecendo a língua, Basilios não entendeu o que o rei disse aos que estavam a sua volta. Então, até o próximo ano, Basilios atendia ao rei, levando seu vinho em uma bela taça de ouro.

Para os pais de Basilios, devastados pela perda de seu único filho, o ano se passou lentamente, cheio de tristeza. Como o dia seguinte da festa de São Nicolau se aproximou, a mãe de Basilios não participou da festa, porque pra ela era lembrado como um dia de tragédia. No entanto, ela foi persuadida simplesmente a observar de casa, orando em silêncio
pela vida de Basilios. Entretanto, como Basilios estava cumprindo sua missão de servir ao emir, ele de repente foi levado. São Nicolau apareceu ao menino apavorado, abençoou-o, e o levou de volta a sua casa em Myra. Imagine a alegria e admiração quando Basilios surpreendentemente apareceu diante de seus pais, ainda segurando o copo de ouro do rei. Esta é a primeira história de São Nicolau contada sobre proteção as crianças, que se tornou seu principal papel no Ocidente.

Outra história conta que três estudantes de teologia viajavam para estudar em Atenas. Um homem mal, dono de pousada, os roubou e assassinou-os, escondendo seus restos em uma cova enorme. O bispo, que viajava na mesma rota, parou nesta pousada. Naquela noite ele sonhou com o crime, levantou-se e chamou o dono da pousada. Como São Nicolau orou fervorosamente a Deus, os três rapazes foram restaurados à vida e à integridade. Na França, a história é contada sobre três crianças pequenas, que se perderam brincando, e foram atraídas e capturadas por um açougueiro mal. São Nicolau apareceu e apelou a Deus para devolvê-las à vida e às suas famílias. E assim, São Nicolau é o patrono e protetor das crianças.

"É bom relembrar e deixar claro que o Papai Noel é uma figura fictícia. No entanto a figura
foi baseada em São Nicolau, uma pessoa real. Por mais que o Papai Noel e até mesmo o próprio santo sejam representados por um homem branco, não era. Nicolau de Mira nasceu na Turquia em 270, uma época em que o país era quase uma extensão da África pelo número elevado de emigrantes"
.

-Parece-me claro que o Natal passou a ser um negócio para os
comerciantes e uma altura do ano onde as pessoas gastam o que têm e o que não têm porque pensam que o verdadeiro significado do Natal são as trocas de prendas. Em suma, perdeu-se o verdadeiro significado de Natal e passou-se a ter uma “Época de Compras”.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.



REBELE-SE CONTRA O RACISMO!


fonte:economia.estadao.com.br/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Nossa Historia nossa Gente: Por traz da Revolta dos Malês

Dentre os diversos conflitos na História do Brasil Império, durante o período regencial (transição do primeiro para o segundo reinado) aconteceu a Revolta dos Malês, mais
precisamente na noite de 24 para 25 de Janeiro, no ano de 1835.
Historia:
Durante as primeiras décadas do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial.

Constituiu numa sublevação de caráter social, de escravizados africanos. À etnia nagô (também conhecidos como iorubás) coube o papel preponderante: nagôs islamizados não só constituíram a maioria dos combatentes, como a maioria dos líderes. Mais de 80 por cento dos réus escravos em 1835 eram nagôs, sendo eles apenas 30 por cento dos africanos. Outras etnias africanas presentes em Salvador na época também desempenharam papel no movimento, como a etnia hauçá . Os negros nascidos no Brasil, e por isso chamados crioulos, não participaram da revolta, que foi feita por africanos...


"Um movimento dos escravizados muçulmanos (malês), que se organizaram com a proposta de libertação de todos os escravizados africanos que pertencessem à religião islâmica. Aconteceu na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, e teve a participação dos escravizados."


Causas e objetivos da revolta
A identidade étnica e religiosa desempenharam papel crucial para deslanchar o movimento.
Os revoltosos, cerca de 1500, estavam muito insatisfeitos com a escravização africana, a imposição do catolicismo e com a preconceito contra os negros. Portanto, tinham como objetivo principal à libertação dos escravizados. Queriam também acabar com o catolicismo (religião imposta aos africanos desde o momento em que chegavam ao Brasil), o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a implantação de uma república islâmica.

- O plano de ação dos malês se constituiu a partir das experiências de combate que tiveram anteriormente na África e consistia em propostas como o fim do catolicismo, o assassinato e o confisco dos bens de todos os brancos e mulatos, a implantação de uma monarquia islâmica e a escravização de todos que não fossem muçulmanos, independentemente de sua raça.

De acordo com seus planos, eles sairiam do bairro da Vitória e iriam até Itapagipe tomando

as terras e matando os ‘brancos’, em seguida se reuniriam com os demais revoltosos para então tomar o governo.

Tinham o objetivo também de divulgar sua religião e “conquistar” seus direitos. A ação seguinte seria a invasão dos engenhos de açúcar e a libertação dos escravos muçulmanos.


Há controvérsias sobre quem foi o autor da delação, mas o fato é que o plano dos malês foi delatado para um juiz de Paz de Salvador, e este rapidamente acionou os soldados das forças oficiais que, bem preparados e armados, cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos, antes mesmo de chegarem a Itapagipe. Neste local aconteceram violentos conflitos nos quais morreram setenta escravos e sete soldados. Foram presos cerca de 200 revoltosos, os quais foram julgados pelos tribunais. Alguns foram condenados a trabalhos forçados e açoites, outros foram enviados para a África, e os líderes foram condenados à pena de morte.

Fim da revoltaNo confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos revoltosos. Duzentos e oitenta e um, entre escravos e libertos, foram detidos no Forte do Mar e levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte para quatro dos principais líderes, os trabalhos forçados, o degredo e os tacos.
Uma mulher contou o plano da revolta para um Juiz de Paz de Salvador. Os soldados das forças oficiais conseguiram reprimir a revolta. Bem preparados e armados, os soldados cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos. Violentos combates aconteceram. No conflito morreram sete soldados e setenta revoltosos. Cerca de 200 integrantes da revolta foram presos pelas forças oficiais. Todos foram julgados pelos tribunais. Os líderes foram condenados a pena de morte. Os outros revoltosos foram condenados a trabalhos forçados, açoites e degredo (enviados para a África).

Se liga:
Dentre os pertences dos escravizados foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas. Por conta do episódio, a partir de então o governo local decretou leis que proibiam a circulação dos muçulmanos no período da noite e a prática de suas cerimônias, alegando ter que evitar outras revoltas do tipo.

Apesar de ter sido reprimida com rapidez, a Revolta dos Malês mostrou a capacidade de rebelião que o povo tinha, ficando então a “ameaça serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime vigente, ameaça que esteve sempre presente durante todo o Período Regencial e se estendeu pelo Governo diário de D. Pedro II.


Claudia Vitalino.


Um afro abraço.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/http://www.historiabrasileira.com/periodo-regencial/http://www.historiazine.com/

Zeca Pagodinho & Jorge BenJor - Ogum

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sou Ernesto Joaquim Maria dos Santos o Donga...

Donga (1890-1974) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1890
Filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, casal que teve ao todo nove filhos.

Seu nome de batismo era Ernesto Joaquim Maria, mas gostava de assinar Ernesto dos Santos. O pai era pedreiro construtor, e tocava bombardino nas horas vagas. A mãe, a famosa Tia Amélia do grupo das baianas do grupo da Cidade Nova, gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas e grandes reuniões de samba.

Seu primeiro instrumento foi o cavaquinho, que começou a aprender aos 14 anos de idade, ouvindo as músicas de Mário Cavaquinho, de quem era grande admirador. Pouco depois passou a tocar violão.
Das cordas do violão de Donga nasceu o samba como o conhecemos hoje. Prece, na raiz da palavra africana, o gênero musical estava ainda preso à tradição das religiões afro-brasileiras que o compositor conheceu na infância, no Rio de Janeiro, quando freqüentava rodas de samba e candomblé nos terreiros das "tias" baianas, cantadeiras, festeiras e mães-de-santo. Ernesto Joaquim Maria dos Santos sempre foi Donga, apelido familiar desde menino. Exceto por um curto período, em 1914, quando usou o nome Zé Vicente para participar do Grupo de Caxangá.
Donga, influenciado pelo ambiente musical, com 14 anos aprendeu a tocar cavaquinho,

violão, e banjo, além de dançar um partido alto. Assíduo frequentador da casa das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros. Grande fã de Mário Cavaquinho, começou a tocar este instrumento de ouvido, aos 14 anos de idade. Pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com o grande Quincas Laranjeiras.
Em 1917 consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história.na rua Visconde de Itaúna, foi ali que Donga, em 1916 compôs um trecho do samba "Pelo Telefone", depois terminada pelo jornalista Mauro de Almeida. Compôs também valsas, marchinhas, toadas e emboladas.

Em 1922, Pixinguinha monta o grupo "Os Oito Batutas" onde Donga tocava violão. Com suas marchas rancho, chorinhos e sambas, conquistam público e crítica, mudando o nome depois para "Os Batutas". Participa ainda da "Orquestra Típica Pixinguinha Donga" e em 1932 do "Grupo da Velha Guarda" e dos "Diabos do Céu".
Casou em 1932, com a cantora Zaira Cavalcanti, com quem teve uma filha, Lígia. Dois anos depois ficou viúvo. Casou ainda mais quatro vezes.

Em 1940 Donga gravou nove composições, no disco Native Brazilian Music, organizado pelos músicos Vila Lobos e o americano Leopold Stokows, que foi lançado nos Estados Unidos pela gravadora Colúmbia.

Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos), aposentado como oficial de justiça, pobre, doente e quase cego, morava na Casa dos Artistas, no Rio de Janeiro. Faleceu no dia 25 de setembro de 1974.

As canções mais conhecidas


Passarinho Bateu Asas
Bambo-Bamba
Cantiga de Festa
Macumba de Oxóssi
Macumba de Iansã
Seu Mané Luís
Ranchinho Desfeito
Patrão Prenda seu gado

Um afro abraço.

fonte:www.mangione.com.br/samba.afropop.org/

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...