UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia 8 de Março: A mulher e violência de gênero...

  Hoje, a maior parte dos países se esforça para acabar com a violência contra a mulher  e o Brasil é referência  a tanto positiva quanto negativa neste cenário.As causas externas que incluem os acidentes e as violências se configuram como um dos principais problemas do setor de saúde pela sua magnitude e transcendência. Atualmente, é a segunda causa de mortalidade no país e provoca forte impacto na morbidade da população.



No obituário feminino, as causas externas não configuram entre as primeiras causas de morte, porém as conseqüências não fatais da violência sofrida pelas mulheres são bastante graves porque representam custos significativos e uma demanda considerável para o setor saúde com manifestações que não se restringem apenas aos traumas e às lesões que expressam a agressão sofrida, mas a todo o seu perfil de saúde-doença.

No Brasil, a magnitude da violência contra a mulher, também chamada de violência de gênero, ainda não pode ser bem dimensionada, pois poucas pesquisas de base populacionais foram desenvolvidas no país e os estudos, em sua maioria, ocorrem de forma isolada nos Serviços de Saúde e na Secretaria de Segurança Pública abordando a ocorrência do evento entre as usuárias dos serviços de atendimento e não permitindo a generalização de suas conclusões para as mulheres da população em geral.

Atualmente o monitoramento da violência de gênero no setor saúde em nosso país ocorre a partir dos sistemas de informação existentes relacionados à mortalidade, à morbidade hospitalar dos internamentos via SUS e à notificação compulsória da violência contra a mulher, ainda em fase de implantação no território nacional.Mais da metade dos homicídios de mulheres correspondem a femicídios causados pelas desigualdades de gênero6e esse fenômeno está presente em vários continentes. Estima-se que entre 60% e 70% dos femicídios nos Estados Unidos e Canadá sejam cometidos por companheiros ou ex-companheiros.7 Na Europa, em países como a Rússia, homicídios e femicídios atribuídos à desorganização social aumentaram com a quebra da União Soviética, que propiciou a proliferação das máfias e de crimes violentos.11 Dados de organizações de direitos humanos a apontam que a Guatemala, que passou por violentos conflitos internos, possui uma das maiores ocorrências de femicídios das Américas. Entre 2003 e 2005, 1.398 mulheres foram assassinadas na Guatemala, 1.320 em El Salvador, 613 em Honduras, mais de 400 no México e 269 na Nicarágua.

A mortalidade masculina por violência tem aumentado em várias regiões da América Central e do Sul e, ao contrário dos homicídios de mulheres, tanto vítimas quanto perpetradores são homens. Os assassinatos masculinos não ocorrem pela desigualdade de gênero, e sim por conflitos que ocorrem no espaço da rua: brigas, controle do território, pertencimento a gangues, narcotráfico, grupos de extermínio,19 enquanto as mortes de mulheres são da ordem da violência privada que permeia as relações intersubjetivas entre homens e mulheres.

Entre os fatores socioeconômicos e demográficos associados ao assassinato de mulheres pelos parceiros, incluem-se a pobreza das famílias, a disparidade de idade entre os cônjuges e a situação marital não formalizada. Em vários países, um terço das mulheres tentavam obter a separação ao serem assassinadas, especialmente nos três meses que antecederam o crime, e possuía um histórias repetidas de violência e agressões.9 Nos Estados Unidos,

foram encontradas relações entre taxas de femicídio e locais de maior pobreza, instabilidade, população negra, desemprego e taxas de crimes violentos.

Quanto à relação entre religião e violência, considera-se que o discurso religioso reforça a misoginia, a afirmação da masculinidade hegemônica e a tolerância aos atos de violência contra as mulheres, uma vez que prega a submissão das esposas aos maridos.25 Os femicídios têm sido fortemente associados a situações de desigualdade e discriminação de gênero, privação econômica e masculinidade agressiva e machista, incluindo uso de armas de fogo, envolvimento com crime organizado, tráfico de drogas e de pessoas, conflitos armados e alta mortalidade masculina por agressões.
Segundo um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 2011, o percentual de mulheres que são agredidas física ou sexualmente pelo parceiro varia entre 5% (Geórgia) e 70,9% (Etiópia). Infelizmente, o Brasil ocupa um lugar de destaque na pesquisa, com o índice de 34%.

Mas, apesar desse avanço, os números continuam preocupantes. Segundo o Mapa da Violência de 2012, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, o Brasil ocupa o 7º lugar noranking mundial de mulheres assassinadas, com 4,6 mortes a cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Para a farmacêutica bioquímica Maria da Penha, cujo caso inspirou a criação da lei, a solução do problema estaria na adoção de políticas públicas que possibilitem a aplicação integral da legislação. "Não tem como funcionar se não existe um centro de referência, uma delegacia da mulher ou se o juiz não dá uma medida protetiva em até 48h, por exemplo", diz.Em 2006, entrou em vigor no país a Lei Maria da Penha, criada especificamente para coibir a violência doméstica e internacionalmente reconhecida como um dos instrumentos legais mais avançados neste quesito. A lei estabelece penas de 3 meses a 3 anos de prisão para agressores deste tipo. Além disso, possibilita que os processos sejam agilizados através de varas especializadas e prevê que o Estado mantenha uma rede de proteção à mulher.

A incorporação do gênero como categoria abre caminho para a compreensão das desigualdades persistentes entre homens e mulheres. O gênero é abordado como um elemento constitutivo das relações sociais e como forma básica de representar as relações de poder, superando a visão de que as representações dominantes são naturais e inquestionáveis. Assumir o gênero como uma construção sociológica, político-cultural do termo sexo possibilita compreendê-lo numa dimensão que integra toda uma carga cultural e ideológica. É neste sentido que são necessárias referências concretas sobre a identidade masculina e feminina, sendo impossível compreender o específico da identidade feminina sem a compreensão do específico da identidade masculina e do que há de comum em cada ser humano.

A MULHER NEGRA...

Quando falamos em mulher negra no Brasil é importante traçarmos seu perfil para que possamos demarcar diferenças com as visões estereotipadas.

As mulheres negras brasileiras são 25% da população. A maioria ainda é analfabeta ou semi-analfabeta. A remuneração está em geral na faixa de um salário mínimo. Muitas chefiam família em maior número que as brancas. Tal perfil demonstra que a maioria das mulheres negras vive em condição de pobreza.


O Brasil é o país de maior população negra fora da África; historicamente um país escravocrata onde ainda perduram as idéias racistas nas instituições governamentais e na sociedade em geral. Mesmo quando a pessoa negra ainda não adquiriu a consciência do racismo, ser negra em nosso país significa viver em condição de extrema desigualdade social e racial.

Considerando que a mulher no Brasil, até a Constituição de 1988, era legalmente cidadã de segunda categoria, ser mulher negra e pobre significava não ter os direitos mínimos de cidadania assegurados juridicamente.

É no contexto descrito que precisamos situar a denominada "questão da mulher negra"; como ela surgiu, se estabeleceu e chegou ao que hoje se convencionou chamar de Movimento de Mulheres Negras, a luta organizada contra a tripla discriminação.

Durante muitas décadas, o movimento feminista trabalhou com a idéia da "irmandade" das mulheres; que a opressão da mulher, ou, como se diz hoje, a opressão de gênero, atingia de forma igualitária e indiferenciada a todas as mulheres. Graças à presença e ao trabalho de feministas negras esta idéia está superada. Hoje, é ponto pacífico que, embora a opressão de gênero seja algo comum a todas as mulheres nas sociedades patriarcais, ela é sentida diferentemente porque entre nós, as mulheres, existem diferenças de classe e de raça. E o racismo só é comum às mulheres "não-brancas".

Podemos aplicar a mesma análise aos homens negros, mais especificamente ao movimento negro. Durante muitos anos, as mulheres negras que se assumiam feministas foram acusadas de dividir a luta anti-racista, tão-somente porque diziam que era impossível a irmandade entre os negros porque, parafraseando Elizabeth Lobo, a população negra, assim como a classe operária, tem dois sexos e um deles era oprimido. Faltava ao Movimento Negro considerar as especificidades das mulheres negras. Hoje, cresce nele a compreensão de que é preciso considerar a perspectiva de gênero para fortalecer a luta anti-racista.

A síntese do papel desempenhado pelas feministas negras nos movimentos negro e feminista foi feita magistralmente por Suely Carneiro: "A luta das mulheres negras brasileiras contra a opressão de gênero e de raça vem desenhando novos contornos para a ação política feminista e anti-racista. Este novo olhar feminista e anti-racista, ao integrar a tradição de luta do movimento negro e do feminista, afirma esta nova identidade política decorrente do ser mulher e negra.

O atual movimento de mulheres negras ao trazer para a cena política as contradições resultantes das variáveis raça, classe e gênero, promove a síntese das bandeiras de luta historicamente levantadas pelos movimentos negros e de mulheres do nosso país, enegrecendo, de um lado as reivindicações das mulheres e, por outro, promovendo a feminização das propostas e reivindicações do movimento negro."

Em dezembro de 2012, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, senadora Ana Rita (PT-ES), afirmou que o sistema de proteção à mulher está sucateado. A comissão também apontou que o país conta com 374 delegacias da mulher, número que cobre apenas 7% dos municípios. 



Um afro abraço.

fonte:ONU/Organização Panamericana da Saúde. Organização Mundial da Saúde. Como acabar com a violência contra as mulheres. Popul Rep. 1999;27(4):1- 43/Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA). Os direitos das mulheres na legislação brasileira pós-constituinte. Brasília: Letras Livres; 2006.

domingo, 2 de março de 2014

Incompetência policial ou Racismo: Analisando a acusação de roubo e a abordagem policial ...


Câmeras revelam Opaco Prisão de ator da Globo FOI Confusão da PM O ator Vinícius Romão, Que Atuou na novela Lado a Lado, da Globo, ao Lado de Lázaro

Ramos, PODE Estar Sendo vitima de UMA Prisão ilegal. Levado Pela Polícia Como suposto assaltante de UMA funcionária de hospital, Como Câmeras dos Prédios da rua Onde o assalto ocorreu revelam Que o verdadeiro ladrão Só tinha los Comum com Vinícius o Fato de Ser negro e USAR Cabelo Tipo black power. Instruída, a vitima Fazer Assalto S reconheceu Como O Homem Que da Uma MINUTOS havia assaltado antes. O Jovem ator ESTA Preso e incomunicável NUMA Prisão los São Gonçalo. Vinícius havia deixado O Trabalho HÁ Norte Shopping MINUTOS como pingos de Ser abordado Pelos Hook PMs gancho, Obrigado a deitar de bruços e Serviços colocado los hum camburão da PM. Saiba Mais. extraoficial O Testemunho da Mulher ESTA HÁ SEIS Dias mantendo o ator e Psicólogo Vinícius Romão, de 26 Anos, na Prisão. O verdadeiro ladrão, Segundo revelam testemunhas Que viram Como Imagens de Câmeras dos Prédios da Rua Amaro Cavalcante, Fazer Méier, também era negro, estatura MESMA, mas Vestia bermuda - Vinícius estava com calça preta UMA Comprida. Disso de Além, na Hora do Ataque à senhora estava SEM camisa. Vinícius trajava camiseta UMA também preta. Segundo revelaram amigos NAS Redes Sociais, hum Polícia Localidade: Não Terios dado hum Vinícius O Direito de telefonar Parágrafo hum parente UO Advogado. Pará dos amigos, dos estes Que colocaram FAIXAS denunciando o Caso, de Além da Confusão Forcada Pela pressao exercida Pelos Hook PMs Paragrafo Opaco UMA vitima fizesse o reconhecimento, haveria também hum Componente explícito de preconceito racial. O assalto ocorreu O Caso na segunda-feira, dia 17 de fevereiro. Como Fazia diariamente AO Sair do Trabalho Como 22 Horas, Vinícius Seguia Pela rua Amaro Cavalcante, Nao Méier, QUANDO FOI POR UMA abordado viatura Fazer 3 º Batalhão da PMERJ (Méier). OS "Militares", SEM Maiores Explicações, armados desceram do Carro e mandaram o Jovem Parar e se deitar de bruços. Pelo Diálogo dos Policiais, Vinícius entendeu o Que se passava: ele tinha Como mesmas Características Físicas de hum suposto ladrão Que havia atacado UMA Mulher: era negro, usava bermuda e tinha o Cabelo black power. Levada Ate O Onde Vinícius havia Sido rendido local, UMA Mulher, Muito Chorando, confirmou que Vinícius Seria o ladrão. Nenhum Objeto Pessoal da Mulher FOI ENCONTRADO com Vinícius. Os Policiais encaminharam o Funcionário da Toulon Parágrafo a 25 ª DP (Engenho Novo), Onde FOI Feito hum novo "reconhecimento" Pela suposta vitima, Que trabalha de copeira nenhum Hospital Pasteur. ESSE reconhecimento Entre acusado e vitima, Segundo testemunhas revelaram, Terios Sido Feito de Maneira informal, com hum soluço Vitima pressao emocional e psicológica. De de Os PMs gritavam Parágrafo Que ELA reconhecesse o Sem Medo.













Que da SEM LHE fossem Dadas Como Garantias constitucionais de telefonar par parente Sândalo UO advogado, Vinicius FOI imediatamente encarcerado, e posteriormente levado par a Casa de Detenção Patrícia Acioli, EM São Gonçalo, na Região Metropolitana de São Gonçalo. Ele. ESTA impedido de receber Visitas e Localidade: Não conseguiu, devido a incomunicabilidade, constituir SUA Defesa contratando Advogado UO recebendo do Estado hum defensor Público. Pior AINDA, Podera Ser transferido hum QUALQUÉR Momento Para parágrafos nos ligam presídios do Estado. Na Toulon, trabalha Onde, OS Funcionários confirmam Seu horario de Saida. No entanto, Como Adel contabilizadas PODEM resultar los demissão POR justa causa. Câmeras dos Prédios NAS próximidades Fazer assalto mostram Que o ladrão Outro era, de bermuda com Outro Modelo e SEM camisa. Ao deixar o Trabalho HÁ Norte Shopping, Vinícius Vestia calça e UMA pretas Camisa. Amigos para SEUs, o Ataque de suspeição Imposto de "O Retrato de E UMA Sociedade racista" Vinícius. Protesto Cerca de 20 amigos Opaco ator chegaram a hum protesto Realizar na Manhã Desta terça Localidade: Não Viaduto de Todos os Santos, no bairro do Méier, zona Norte do Rio de Janeiro. Vestidos de camisa preta, UMA MESMA cor da Roupa Opaco Souza usava nenhum dia da Prisão, Os manifestantes interditaram o Trânsito POR alguns Minutos exigindo UMA Imediata soltura Fazer Rapaz. Ele foi confundido Pela Vitima, JA Opaco e Negro e EUA Cabelo black power. Ele estava Preso SEM Direito de Defesa. ESTAMOS indignados ", afirmou o ator Vinícius Melich também de 25. Uma Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro Vai Investigar se houve irregularidades na Prisão Fazer ator e vendedor Vinícius Romão de Souza. Conforme Condutas dos Policiais Opaco participaram da Prisão Serao analisadas, conforme do fazer informou o RJTV. Nesta terça-feira, a Justiça decidiu Pela Liberdade Provisória de Vinicius Romão, Preso Localidade: Não Mulher dia 10 POR ter Sido acusado POR UMA UMA assaltado de ter. Uma decisão FOI Tomada Pela 33 ª Vara Criminal apos o delegado Niandro Lima , da 25 ª DP titular










(Engenho Novo), PEDIR UM habeas corpus logotipo DEPOIS de Ouvir da vitima Fazer Roubo, Uma copeira Dalva Moreira da Costa, Que ELA se enganou AO Fazer o reconhecimento do ator Como suposto ladrão. O alvará de soltura Só FOI ​​expedido dia 26 de fevereiro.



. Um abraço afro fonte: G 1 / OUL - Material Envia POR Vilma Piedade

sábado, 1 de março de 2014

Carnaval , Samba e a sua História que também e nossa...

Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C..
Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C.. É um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares.Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, dançavam e bebiam. Há também indícios que o Carnaval tem origem em festas pagãs e rituais de orgia. Em Roma, as raízes deste acontecimento estão ligadas a danças em homenagem ao Deus Pã e Baco, eram as chamadas Lupercais e Bacanais ou Dionísicas. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.

A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI,Com o advento da Era
Cristã, a Igreja começou a tentar conter os excessos do povo nestas festas pagãs. Uma solução foi a inclusão do período momesco no calendário religioso. Antecedendo a Quaresma, o Carnaval ficou sendo uma festa que termina em penitência na quarta feira de cinzas. Os cristãos costumavam iniciar as comemorações do Carnaval na época de Natal, Ano Novo e festa de Reis. Mas estas se acentuavam no período que antecedia a Terça-feira Gorda, chamada assim porque era o último dia em que os cristãos comiam carne antes do jejum da quaresma, no qual também havia, tradicionalmente, a abstinência de sexo e até mesmo das diversões, como circo, teatro ou festas.

A palavra "Carnaval" está, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "Carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.



Se liga:O Carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deusSaturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.

No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.

Sobre a origem da palavra, não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que a palavra Carnaval deriva de carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação. Assim, a Quaresma era, na sua origem, não apenas um período de reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos como a carne.

Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões

Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-Feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-Feira Gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval

O Carnaval moderno e uma mistura da tradição européia com os ritmos musicais dos africanos criou no Brasil um dos maiores espetáculos populares do mundo. O carnaval nasceu no Egito, passou pela Grécia e por Roma, foi adaptado pela Igreja Católica e desembarcou aqui no séc. XVII, trazido pelos portugueses. feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para implantar suas novas festas
carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsinque.

O Carnaval do Rio de Janeiro está atualmente no Guinness Book como o maior Carnaval do mundo, com um número estimado de 2 milhões de pessoas, por dia, nos blocos de rua da cidade. Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada, da cidade do Recife, como o maior bloco de carnaval do mundo.
Como surgiu o samba?
O samba nasceu na Bahia, no século 19, da mistura de ritmos africanos. Mas foi no Rio de Janeiro que ele criou raízes e se desenvolveu, mesmo sendo perseguido. Durante a década de 1920, por exemplo, quem fosse pego dançando ou cantando samba corria um grande risco de ir batucar atrás das grades. Isso porque o samba era ligado à cultura negra, que era malvista na época. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país. Muitos anos depois e com muita
resistência é que ele passou a ser encarado como um símbolo nacional, principalmente no início dos anos 40, durante o governo de Getúlio Vargas. Nessa música brasileiríssima, a harmonia é feita pelos instrumentos de corda, como o cavaquinho e o violão. Já o ritmo é dado, por exemplo, pelo surdo ou pelo pandeiro. Com o passar do tempo, outros instrumentos, como flauta, piano e saxofone, também foram incorporados, dando origem a novos estilos de samba. "À medida que o samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado. É isso que faz dele um dos ritmos mais ricos do mundo"

O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .  Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres .  Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.


SAMBA-DE-RODA
Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na Unesco como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições africanas.

"AVÔ" DO RECO-RECO
Além de batuques na palma das mãos, os escravos batiam um garfo num prato, obtendo um som semelhante ao do reco-reco - instrumento que dá força ao samba.

SAMBA DE BREQUE
Um dos primeiros estilos nascidos no Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase ou contava uma história. Um dos mestres foi Moreira da Silva. O ritmo é mais picadinho - ou "sincopado", como dizem os músicos -, mas a marca registrada é mesmo a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". Quase sempre conta uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à história de um gago que se apaixonou...

FLAUTA
O samba de breque foi o primeiro estilo a incorporar a flauta como instrumento de samba. Ela ajuda a deixar o ritmo mais orquestrado.

PARTIDO-ALTO
Na década de 1930, o partido-alto se popularizou nos morros cariocas. Entre um refrão e outro, os músicos criavam versos na hora, quase como repentistas. As antigas festas de partido-alto chegavam a durar dias! A partir dos anos 70, Martinho da Vila virou um músico marcante do estilo. A principal característica é a improvisação. O partido-alto se mantém, principalmente, pelo jogo de palavras encaixadas no momento certo. O estilo trata de temas do cotidiano, e sempre com o maior bom humor.


SURDO
O surdo entrou de vez na roda com o partido-alto. Tocado com a mão ou com a baqueta, ele define a pulsação da música. É o "coração do samba".

SAMBA-ENREDO
Na década de 1930, quando surgiram os primeiros desfiles de escolas de samba no Carnaval do Rio, nasceu o samba-enredo. No início, os músicos improvisavam dois sambas diferentes: um para a ida e outro para a volta na avenida onde as escolas desfilavam. Com o passar dos anos, o samba-enredo ganhou uma batida mais acelerada que outros sambas - o que ajuda as escolas a desfilarem no tempo previsto. A partir dos anos 80 a coisa mudou, mas, até então, samba-enredo só abordava a história oficial do Brasil.

CUÍCA
Com o som de uma "voz grunhindo", foi uma das novidades das baterias das escolas. A função da cuíca é mais complementar, dando um tempero extra ao samba.

SAMBA-CANÇÃO
Outra cria dos botecos cariocas, o samba-canção apareceu na virada dos anos 30 para os 40. Logo ficou famoso como "samba de fossa", perfeito para ouvir após um pé na bunda... Cartola e Noel Rosa fizeram grandes músicas do estilo. A batida mais lenta e cadenciada do samba-canção lembra bastante o bolero, outro ritmo musical que fazia sucesso nos anos 40. Em geral, as canções falam de desilusão amorosa - de amores não correspondidos às piores traições!

PANDEIRO
Desde a origem do samba o pandeiro estava presente, mas no samba-canção ele ganhou mais importância, marcando o ritmo da música no lugar do surdo.


BOSSA NOVA
Cansados da fossa do samba-canção, alguns compositores decidiram fazer músicas sobre temas mais leves no final dos anos 50. Nascia a bossa nova. Mestres como Tom Jobim e João Gilberto faziam um samba bem diferente, com grande influência do jazz. Com construções musicais mais "complexas", a bossa nova tem o chamado "violão gago", tocado num ritmo diferente do da voz e dos outros instrumentos. O assunto preferido eram as belezas da vida, da praia às mulheres, é claro!

VIOLÃO
O símbolo da bossa nova foi mesmo o violão -além do banquinho... Usado em quase todos os estilos de samba, é um dos responsáveis pela melodia e harmonia da música.

PAGODE
O pagode que hoje faz sucesso pintou como estilo de samba na década de 1980, no Rio, com cantores como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Nos anos 90, em São Paulo, ficou mais "comercial" - com direito até a coreografia dos músicos - e explodiu nas rádios. O pagode dos anos 80 era muito influenciado pelo partido-alto. Já na década seguinte passou a ter uma pegada mais lenta e romântica. Nos anos 80, o principal era a vida na comunidade; nos 90, as letras românticas.

TECLADO
Nos hits mais modernos, entraram na dança instrumentos eletrônicos, como teclados e sintetizadores - para desgosto dos sambistas mais tradicionais...

COMPLETANDO A BATERIA
Conheça outros instrumentos importantes para um bom batuque

TANTÃ
Mais fino que o surdo, também marca o ritmo. Em geral, é tocado com a palma das mãos, sem que os dedos encostem na membrana.

TAMBORIM
Tocado com uma vareta de bambu, não marca necessariamente o ritmo do samba, mas traz um som agudo para o batuque.


CAVAQUINHO
Tem papel semelhante ao do tamborim: deixa o som mais agudo. Mas faz isso na melodia do samba, e não na batida rítmica.


Um afro abraço.
fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre/www.suapesquisa.com/mundoestranho.abril.com.br

sábado, 15 de fevereiro de 2014

1963 - James Meredith é o primeiro negro a se formar na Universidade do Mississipi

Em 18 de agosto de 1963, o estudante e ativista norte-americano James Meredith tornou-se o primeiro negro a se formar na Universidade do Mississipi, sul dos Estados Unidos. Esse ato
foi considerado uma virada a favor do Movimento pelos Direitos Civis dos EUA. Dois anos antes, ele já havia chamado a atenção do país ao conseguir se inscrever e, com muita dificuldade e sob ameaças, entrar e estudar na instituição, enfrentando a ira e os protestos da elite branca do Estado.

Meredith, hoje com 80 anos, sempre admitiu que sua decisão de exercer seus direitos foi inspirada pelo discurso de posse do então presidente John Fritzgerald Kennedy – sobre a necessidade de cada americano ser um cidadão ativo. Muito mais do que se formar, o objetivo principal do ativista era pressionar o governo a garantir e ampliar os direitos civis à população negra em todo o território.

Meredith nasceu em Kosciusko, no estado segregacionista do Mississipi, de uma família de origem negra e indígena (tribo choctaw, expulsa da região no passado). Depois de estudar em escolas só permitidas para negros, alistou-se nas Forças Armadas e serviu a Aeronáutica de 1951 a 1960.

No final de 1961, quando concluiu seu segundo ano no curso de Ciências Políticas da Universidade de Estadual de Jackson, no mesmo Estado, decidiu pedir transferência para a Universidade do Mississipi que, amparada pela legislação racista do Estado, só aceitava estudantes brancos. Se uma decisão da Suprema Corte de 1954, no caso Brown vs. Education, já havia determinado que tal política não poderia mais ser aceita em instituições de ensino, ela ainda não havia sido colocada em prática naquele estado.

Em carta à universidade, Meredith disse que queria a inscrição “por seu país, por sua raça, por sua família e por si mesmo”. “Estou ciente das possíveis dificuldades envolvidas nessa ação assim como sei que, embora subestimado, estou totalmente preparado para obter uma graduação na Universidade de Mississipi”, escreveu o ativista na ocasião.

Após receber duas negativas entrou na justiça em 31 de maio de 1961 alegando ter sido rejeitado unicamente pela cor de sua pele, já que tinha um currículo escolar adequado e suficiente para ser aceito. A decisão final só saiu através da Suprema Corte que, no mesmo ano, determinou a aplicação de seu pedido.Mesmo com o aval jurídico, o governador do Estado, Ron Barnett, tentou de todas as maneiras barrar sua entrada, forçando a aprovação de uma lei que proibia “qualquer pessoa com antecedentes criminais no estado ser aceita em uma instituição estadual de ensino”. Meredith havia sido condenado no passo por registro eleitoral falso, em razão de especificidades na lei eleitoral do Mississipi que coibiam o voto de eleitores negros.

Com a intervenção do procurador-geral dos EUA, Robert Kennedy, Barnett foi obrigado a concordar, relutantemente, com o pedido de Meredith.

Após a admissão, o ativista foi barrado no portão de entrada no dia 20 de setembro, só conseguindo ingressar fisicamente, sob forte escolta policial, no dia 1.º de outubro. Estudantes brancos e ativistas pró segregação chegaram a cercar o campus naquele dia tentando impedir sua entrada. Robert Kennedy precisou da ajuda das Forças Armadas para desocupar o local e garantir a segurança do ativista. Duas pessoas morreram, incluindo um jornalista francês encontrado morto com um tiro nas costas. Um dos carros responsáveis pela segurança foi incendiado e os dois ocupantes, que saíram de lá ilesos, ainda tiveram de escapar de um tiroteio. 160 dos 500 U.S. Marshalls (agentes pertencentes ao Departamento de Justiça) convocados pelo governo ficaram feridos, além de 40 membros da Guarda Nacional.
Após se formar, continuou seus estudos na Nigéria, voltou aos EUA para organizar marchas pelo direitos civis (como a "Marcha contra o Medo", de Memphis a Jackson, onde chegou a ser baleado).
Na carreira política, sempre militou pelo partido Republicano. Foi duramente criticado por membros do movimento negro ao assessorar, entre 1989 a 1991, o senador ultraconservador Jesse Helms, da Carolina do Norte, que atuara no passado contra a intervenção federal em assuntos que ele considerava de responsabilidade estadual – incluindo integração racial, o Ato de Direitos Civis e o Ato do Direito ao Voto, todos embates caros ao movimento negro. O mesmo Helms tentou impedir que o Senado aprovasse um feriado nacional em homenagem a Martin Luther King. Meredith justificou sua opção ao dizer ter oferecido seus serviços a todos os senadores da República, e apenas Helms abriu as portas para ele.

Em 2002, durante a celebração dos 40 anos de sua admissão, seu filho, Joseph, já falecido, também obteve graduação em Administração, ficando em primeiro lugar no curso daquele ano. Na ocasião,

James disse: “Não há prova maior para mostrar a falibilidade da supremacia branca do que
não apenas meu filho ter se formado aqui, mas o fato de ter obtido o primeiro lugar no curso. Bem, acho que isso vinga minha vida toda”. James tem uma estátua em sua homenagem na universidade.

Um afro abraço.

fonte:www.espacoacademico.com.br

domingo, 9 de fevereiro de 2014

CLEMENTINA DE JESUS (Clementina de Jesus da Silva)

   No dia 7 de fevereiro de 1901 nascia, na cidade da Valença (RJ)

Filha de um violeiro e capoeirista, desde criança ouvia os cantos de trabalho, jongos, benditos, ladainhas e partidos-altos cantados pela mãe. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro RJ, passando a adolescência no bairro de Osvaldo Cruz. Aos 12 anos, desfilava no Bloco Moreninhas das Campinas. Três anos depois, já cantava no coro de uma das muitas igrejas do bairro de Oswaldo Cruz. Por essa época, freqüentava as rodas de samba na casa de Dona Maria Nenê. Mais tarde, passou a frequentar oGrêmio Recreativo e Escola de Samba Portela. No ano de 1940 casou-se com Albino Pé Grande e foi morar no morro da Mangueira.Durante 20 anos trabalhou como empregada doméstica, cantando só para os amigos, sendo descoberta aos 63 anos por Hermínio Bello de Carvalho. Sua primeira aparição como cantora profissional se deu em 1964, quando, a convite de Hermínio, participou do show "O menestrel" (c/ Turíbio Santos). No ano seguinte, integrou o musical "Rosa de Ouro", apresentado no Teatro Jovem do Rio de Janeiro e dirigido por Hermínio Bello de Carvalho e Kleber Santos, ao lado da veterana Araci Cortes e do Conjunto Rosa de Ouro, que tinha como integrantes, entre outros, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Nelson Sargento. Do show foi editado o LP: "Rosa de Ouro", em 1965, com Benguelê" (Pixinguinha e Gastão Vianna), "Boi não berra" (domínio público), "Sementes do samba" (Hélio Cabral), "Nasceste de uma semente" (José Ramos) e "Bate canela". Para esse disco Élton Medeiros compôs em sua homenagem o partido-alto "Clementina cadê você?". O show seguiu em turnê pela Bahia e em teatros São Paulo. Viajou para Dacar e Senegal, representando o Brasil no Festival de Arte Negra, acompanhada de Elizeth Cardoso, Élton Medeiros e Paulinho da Viola no ano de 1966. É também de 1966 seu primeiro disco solo, "Clementina de Jesus", pela Odeon, onde interpreta sambas como "Piedade", "Cangoma e "Tute de madame", as três do folclore popular. "Em 1967 saiu "Rosa de Ouro Volume II", ao lado de Araci Cortes e do Conjunto Rosa de Ouro, em que Clementina interpreta, entre outras, "Mulato calado",

(Benjamin Batista Coelho - Marina Batista). Nesta mesma época, participou de concertos na Aldeia de Arcozelo e em dueto com Helcio Milito, apresentou na Sala Cecília Meirelles, do Rio de Janeiro, a "Missa de São Benedito" de autoria de José Maria Neves. No ano seguinte, em 1967, prestou seu histórico depoimento para o MIS (Museu da Imagem e do Som), no qual foi entrevistada por Hermínio Bello de Carvalho e Ricardo Cravo Albin. Em 1968, com João da Baiana e Pixinguinha gravou o disco "Gente da antiga", lançado pela Odeon. Neste mesmo ano, ao lado de Nora Ney e Cyro Monteiro, lançou o LP "Mudando de conversa", gravação do show homônimo, ao lado de Cyro Monteiro e Nora Ney, realizado no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, com roteiro e direção de Hermínio Bello de Carvalho. desse mesmo ano é o disco "Fala Mangueira", com Carlos Cachaça, Cartola, Nélson Cavaquinho e Odette Amaral. No ano de 1970, gravou seu segundo disco solo, "Clementina cadê você?", lançado pelo MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro. Neste disco interpretou, entre outras, "Sei lá, Mangueira" de autoria de Paulinho da Vila e Hermínio Bello de Carvalho e ainda "Vai de saudade" (Candeia e Davi do Pandeiro). No ano de 1973, cinco meses depois de ter tido uma trombose que, conforme parecia, ameaçava encerrar sua carreira artística, lançou pela Odeon o LP "Marinheiro só". Produzido por Caetano Veloso, o LP trouxe do folclore popular a faixa "Marinheiro só", com adaptação de Caetano Veloso. Ainda neste mesmo disco, foram incluídas duas composições de Paulinho da Viola: "Na linha do mar", uma de suas interpretações de maior êxito, e "Essa nega pede demais", mais o partido-alto "Moro na roça" (Zagaia - Folclore / adpt de Xangô da Mangueira). Nesse disco, a própria Clementina fez três adaptações de cantos populares: "Fui pedir às almas santas", "Atraca, atraca" e "Incelença". Ainda em 1973, fez uma participação especial no disco"Milagre dos peixes", de Milton Nascimento, na faixa "Escravo de Jó" (Milton Nascimento e Fernando Brant). No ano de 1976, lançou o LP "Clementina de Jesus - convida Carlos Cachaça", onde registrou, entre outras, os sambas "Incompatibilidade de gênios" (Aldir Blanc - João Bosco) e "Não quero mais amar a ninguém" (Zé da Zilda - Carlos Cachaça - Cartola). No ano seguinte, em 1977, participou
como convidada de Clara Nunes no LP "As forças da natureza", no qual interpretou em dueto com a anfitriã a faixa "PCJ-Partido da Clementina de Jesus" de autoria de Candeia, feita em sua homenagem. Em 1979 gravou seu derradeiro disco, "Clemetina e convidados", pela Emi-Odeon, onde se destacou os sambas "Embala eu" (Albaléria), em dueto com Clara Nunes e "Na hora da sede" (Luiz Américo - João de Barro). No ano de 1982 a Escola de Samba Lins Imperial se apresentou com enredo em sua homenagem: "Clementina - Uma Rainha Negra". No ano seguinte, recebeu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro uma homenagem. Ainda em 1983, participou do LP "Canto dos escravos", com Doca e Geraldo Filme, interpretando cânticos dos escravos de Minas Gerais, lançado pela gravadora Eldorado. Em 1985, recebeu do governo francês, através do Ministro da Cultura Jack Lang, a Comenda da Ordem das Artes e Letras, com a presença de Jorge Amado, Caetano Veloso e Milton Nascimento. Seu último show foi no mês de maio no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, no ano de 1987, vindo a falecer em julho deste mesmo ano. No ano 2000, às vésperas da comemoração de aniversário de 100 anos de nascimento, foi
produzida por Hermínio Bello de Carvalho e João Carlos Carino uma caixa com nove CDs reunindo quase toda a obra gravada em LPs na Odeon, com exceção do disco produzido no MIS (Museu da Imagem e do Som). Ficou conhecida como a Rainha Ginga ou Quelé. A primeira homenagem foi dada devido a sua importância e grandeza na música popular, e a segundo devido à corruptela carinhosa de seu nome.).

Depois de trabalhar quase 20 anos como empregada doméstica, ela deu início à carreira musical aos 63 anos.  Clementina faleceu no dia 19 de julho de 1987, no Rio de Janeiro, em função de um derrame.
Claudia Vitalino.
Um afro abraço.


fonte:http://www.cantorasdobrasil.com.br

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Mulher Negra Feminista e militante do movimento de mulheres e negro Lélia Gonzalez...

O negro contemporâneo no Brasil

Nos interessa separar o protesto das práticas coletivas no interior de organizações e espaços negros. O protesto - como as marchas, passeatas, paradas, ocupações e desfiles pelas ruas -, nos ensina Tilly, assume franco objetivo de ser evento público, cuja função é chamar a atenção da sociedade e das autoridades, preferencialmente através dos holofotes ou das

notícias impressas através das quais ganham mais visibilidade. Mais importante do que isso, os atos públicos são fontes privilegiadas para apreender o movimento como um todo: as alianças, as bandeiras, os oponentes, as organizações, as lideranças, os símbolos, as identidades coletivas e os discursos. Ademais, as marchas públicas permitem visualizar a trajetória do movimento social ao longo do tempo, sendo possível a verificação das regularidades dos eventos, bem como as suas possíveis inovações.

Mesmo sem estrutura para grandes mobilizações de massa em seus atos públicos iniciais, o movimento precisou construir amplas alianças através de suas entidades de base e coletivos organizados, para atingir um número razoável de pessoas em seus eventos. Além disso, a mobilização negra brasileira conta com outro obstáculo, apesar das cotas problematizado de sua formulação, qual seja: a hegemonia da democracia racial na cultura brasileira atuava como elemento desmobilizador das massas. Isso levantaria um tipo de problema para os ativistas negros que não se restringia ao campo econômico e político, mas, sobretudo, ao cultural.

As novas gerações estam começando a ssumir a reponsabilidade de liderar o movimento social que nasceu entre as décadas de 1940 e 1950, originou-se de camadas sociais

populares e, em menor proporção, de estratos médios urbanos. O ingresso e a permanência nas universidades brasileiras durante a ditadura militar foi um determinante estrutural na trajetória dessa juventude. Frutos do "milagre econômico" (Rufino, 1982), jovens negros que ingressaram nos estabelecimentos de terceiro grau viram-se confrontados com mobilizações estudantis e engajamentos políticos antiditadura, correntes e formações partidárias clandestinas, todas inspiradas pelo ideário da esquerda política, Influenciados nacionalmente pelos movimentos políticos de esquerda, pelo novo sindicalismo e pelas mobilizações estudantis (Gonzalez, 1982; Hanchard, 2001; Guimarães, 2001), os ativistas não apenas interpretaram esse ambiente político como sendo propício para a construção de um movimento nacional contra o racismo, como se utilizaram da rede social e de estratégias políticas da esquerda brasileira para construir uma ação coletiva antirracista (Hanchard, 2001). Parte significativa da intelectualidade negra, que sustentava teoricamente o movimento, articulou a linguagem marxista, notadamente no uso do conceito de classe, com a crítica social traduzida em termos raciais. Não por acaso, estampado em quase todos os panfletos e manifestos políticos dessa época estava o jargão raça e classe. Nessa rasura ideológica, os intelectuais e as principais lideranças negras construiriam um discurso radical e contencioso, denunciando as práticas coletivas e representações sociais dos próprios setores progressistas do país.

Nesta trajetória de lutas e suadas vitorias devemos dar a maior importância, comumente pelas importantes atores do movimento negro e a atuação das mulheres negras que, ao que parece, antes mesmo da existência de organizações do Movimento de Mulheres, reuniam-se para discutir o seu cotidiano marcado, por um lado, pela discriminação racial e, por outro, pelo machismo não só dos homens brancos, mas dos próprios negros.... Nesse sentido, o feminismo negro possui sua diferença específica em face do ocidental: a da solidariedade, fundada numa experiência histórica não tão comum como Lélia Gonzalez..

História

Em 1º de fevereiro de 1935 nascia em Belo Horizonte a intelectual, feminista e militante do movimento negro Lélia Gonzales, Filha de um ferroviário negro e de uma empregada doméstica indígena era a penúltima de 18 irmãos, entre eles o futebolista Jaime de Almeida, que jogou pelo Flamengo. Nascida em Belo Horizonte, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1942.
Graduou-se em História e Filosofia e trabalhou como professora da rede pública de ensino. Fez o mestrado em comunicação social e o doutorado em antropologia política. Começou então a se dedicar à pesquisas sobre relações de gênero e etnia. Foi professora de Cultura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde chefiou o departamento de Sociologia e Política.
Como professora de Ensino Médio no Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira

(UEG, atual UERJ), nos difíceis anos finais da década de 1960, fez de suas aulas de Filosofia espaço de resistência e crítica político-social, marcando definitivamente o pensamento e a ação de seus alunos

Lélia Gonzalez, morreu devido a problemas cardíacos aos 59 anos, sempre buscando como intelectual e ativista negra denunciar a situação de opressão vivida pela maioria da população brasileira, no qual metade é representada pela população negra.

Essa realidade só foi possível porque o movimento negro brasileiro passou por um processo de institucionalização jamais visto em sua história que, em certa medida, possibilitou a profissionalização e a especialização dos ativistas, bem como a formalização e a burocratização dos coletivos e das entidades. Muitas destas tornaram-se, aos poucos, associações civis formalmente mais complexas, cujo modelo exemplar é o de organização não governamental (Rios, 2009). Ademais, o Governo Federal na administração FHC, e, sobretudo, Lula, absorveu parte significativa dos quadros políticos negros, especialmente na construção da Seppir e das leis e programas nacionais de promoção da igualdade racial (Lima, 2010), sem contar as comissões de controle público, que passaram a ser cada vez mais frequentados pelos ativistas. Tão importante quanto isso foi o ambiente político internacional, que ofereceu incentivos políticos e econômicos para a luta antirracista do país, seja na forma de conferências internacionais, promovidas pela Organização das Nações Unidas (Roland, 2000), seja pelo apoio financeiro de agências financiadoras internacionais, como a Fundação Ford (Telles, 2003)


Claudia Vitalino.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre/ONTINS, M. 2005. Lideranças negras. Rio de Janeiro: Faperj/Aeroplano/BENTO, M. A. S. 2000. "Racismo no trabalho: o movimento sindical e o Estado". In: GUIMARÃES, A. S.; HUNTLEY, L. (orgs). 2000. Tirando a máscara. São Paulo: Paz e Terra
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domingo, 26 de janeiro de 2014

O pan-africanismo é...

Origens do termo:

Pan-Africanismo ou Panafricanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserido na corrente filosófica-política historicista do século XIX sobre o destino dos povos . E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou “nações naturais” a partir do expansionismo imperialista ocidental. É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.
 A ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.
Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora.
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento.
William Edward Burghardt "W. E. B." Du Bois (Great Barrington, Massachusetts, 23 de fevereiro de 1868  Acra, Gana 27 de agosto de 1963) foi um sociólogo, historiador, ativista, autor e editor estadunidense. Nascido no interior do estado de Massachusetts, Du Bois cresceu numa comunidade tolerante, quase não sendo vítima de racismo durante sua infância. Após se graduar em Harvard, onde se tornou o primeiro afro-americano a obter um doutorado, se tornou professor de história, sociologia e economia naUniversidade de Atlanta. Du. Bois foi um dos fundadores da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) em 1909
Du Bois ganhou proeminência nacional como líder do Movimento do Niagara, um grupo de ativistas afro-americanos que lutavam por direitos iguais para os negros. Du Bois e seus apoiadores se opuseram ao Compromisso de Atlanta, um acordo elaborado por Booker T. Washington que definia que os negros do Sul dos Estados Unidos iriam se submeter à política segregacionista e, em troca, receberiam educação básica e oportunidades econômicas. Ao invés disso, Du Bois defendia que os negros tivessem os mesmos direitos civis e políticos que os brancos, o que ele acreditava que deveria ser defendido por uma elite intelectual afro-americana. Ele se referia a esse grupo como os décimos talentosos e acreditava que os afro-americanos precisavam de mais chances na eduação para que essa liderança pudesse ser desenvolvida.
O racismo foi sempre o alvo principal das críticas de Du Bois, sendo que ele sempre denunciava os linchamentos de negros, as leis de Jim Crow e a discriminação na educação e no emprego em seus escritos. Sua causa também incluía as chamadas pessoas de cor de outros países, principalmente aquelas da África e da Ásia, que, à época, lutavam contra o colonialismo e o imperialismo. Ele foi o proponente do pan-africanismo e ajudou a organizar vários Congressos Pan-Africanos para defender a libertação das colônias africanas das potências europeias. Durante sua vida, Du Bois fez várias viagens para a Europa, a África e a Ásia. Após a Primeira Guerra Mundial, ele pesquisou sobre as experiências de soldados afro-americanos na França e denunciou a intolerância presente noExército dos Estados Unidos.
Du Bois foi um autor prolífico. Sua coleção de artigos, As Almas da Gente Negra (The Souls of Black Folk), foi uma obral seminal da literatura afro-americana. Sua obra-prima, A Reconstrução Negra na América (Black Reconstruction in America), lançada em 1935, desafiou a ortodoxia até então prevalente de que os negros foram responsáveis pelos fracassos da Reconstrução dos Estados Unidos. Ele escreveu o primeiro tratado científico no campo da sociologia e publicou três autobiografias, cada uma contendo ensaios perspicazes sobre sociologia, política e história. Como editor do jornal da NAACP, The Crisis, publicou diversos textos influentes. Du Bois acreditava que o capitalismo era a causa primária do racismo e foi simpático às causas socialistas durante toda sua vida. Foi um ardente ativista da paz e defendia o desarmamento nuclear. A Lei dos Direitos Civis, que incorporava muitas das reformas que Du Bois defendeu toda sua vida, foi promulgada um ano após sua morte.
 Se liga: Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objetivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos.
Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...