Origens do termo:
Pan-Africanismo ou Panafricanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserido na corrente filosófica-política historicista do século XIX sobre o destino dos povos . E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou “nações naturais” a partir do expansionismo imperialista ocidental. É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.
A ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.
Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora.
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento.
William Edward Burghardt "W. E. B." Du Bois (Great Barrington, Massachusetts, 23 de fevereiro de 1868 — Acra, Gana 27 de agosto de 1963) foi um sociólogo, historiador, ativista, autor e editor estadunidense. Nascido no interior do estado de Massachusetts, Du Bois cresceu numa comunidade tolerante, quase não sendo vítima de racismo durante sua infância. Após se graduar em Harvard, onde se tornou o primeiro afro-americano a obter um doutorado, se tornou professor de história, sociologia e economia naUniversidade de Atlanta. Du. Bois foi um dos fundadores da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) em 1909
Du Bois ganhou proeminência nacional como líder do Movimento do Niagara, um grupo de ativistas afro-americanos que lutavam por direitos iguais para os negros. Du Bois e seus apoiadores se opuseram ao Compromisso de Atlanta, um acordo elaborado por Booker T. Washington que definia que os negros do Sul dos Estados Unidos iriam se submeter à política segregacionista e, em troca, receberiam educação básica e oportunidades econômicas. Ao invés disso, Du Bois defendia que os negros tivessem os mesmos direitos civis e políticos que os brancos, o que ele acreditava que deveria ser defendido por uma elite intelectual afro-americana. Ele se referia a esse grupo como os décimos talentosos e acreditava que os afro-americanos precisavam de mais chances na eduação para que essa liderança pudesse ser desenvolvida.
O racismo foi sempre o alvo principal das críticas de Du Bois, sendo que ele sempre denunciava os linchamentos de negros, as leis de Jim Crow e a discriminação na educação e no emprego em seus escritos. Sua causa também incluía as chamadas pessoas de cor de outros países, principalmente aquelas da África e da Ásia, que, à época, lutavam contra o colonialismo e o imperialismo. Ele foi o proponente do pan-africanismo e ajudou a organizar vários Congressos Pan-Africanos para defender a libertação das colônias africanas das potências europeias. Durante sua vida, Du Bois fez várias viagens para a Europa, a África e a Ásia. Após a Primeira Guerra Mundial, ele pesquisou sobre as experiências de soldados afro-americanos na França e denunciou a intolerância presente noExército dos Estados Unidos.
Du Bois foi um autor prolífico. Sua coleção de artigos, As Almas da Gente Negra (The Souls of Black Folk), foi uma obral seminal da literatura afro-americana. Sua obra-prima, A Reconstrução Negra na América (Black Reconstruction in America), lançada em 1935, desafiou a ortodoxia até então prevalente de que os negros foram responsáveis pelos fracassos da Reconstrução dos Estados Unidos. Ele escreveu o primeiro tratado científico no campo da sociologia e publicou três autobiografias, cada uma contendo ensaios perspicazes sobre sociologia, política e história. Como editor do jornal da NAACP, The Crisis, publicou diversos textos influentes. Du Bois acreditava que o capitalismo era a causa primária do racismo e foi simpático às causas socialistas durante toda sua vida. Foi um ardente ativista da paz e defendia o desarmamento nuclear. A Lei dos Direitos Civis, que incorporava muitas das reformas que Du Bois defendeu toda sua vida, foi promulgada um ano após sua morte.
Se liga: Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois dos seus principais objetivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos.
Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.
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