Em toda a África Ocidental, os jovens, os velhos, os homens, as mulheres, todo mundo gosta de lambiscar noz-de-cola, uma frutinha muito conhecida por lá. Os velhos, especialmente, têm sempre uma, duas ou três no fundo do bolso…
De manhã, a gente sabe o que tem de saber de manhã. De noite, a gente sabe o que tem de saber de noite. Quem cultiva a terra conhece a paciência.
Naquele dia, Noz-de-Cola cultivava o pedaço de terra que ele havia limpado. Preparava o solo para plantar inhame, afogando com sua daba. Não muito longe dali, havia uns gênios dos campos. Mal ouviram o barulho da daba revolvendo o solo, perguntaram:
- Quem está trabalhando este roçado?
Noz-de-cola respondeu:
- Sou eu! Desmatei, limpei e agora estou preparando a terra para plantar inhame.
Os gênios chamaram imediatamente seus filhos e foram ajudar Noz-de-Cola. Antes tinha terminado. Era meio-dia em ponto quando Noz-de-Cola, feliz da vida, voltou para a aldeia.
Depois, quando Noz-de-Cola foi plantar seu inhame, a mesma coisa aconteceu: os gênios dos campos e seus filhos vieram acudi-lo.
Depois, quando Noz-de-Cola votou à sua roça para capinar em torno dos pés de inhame, os gênios, que continuavam por lá, perguntaram:
- Quem está trabalhando este roçado?
- Sou eu, Noz-de-Cola, capinando em torno dos meus pés de inhame.
No mesmo instante, os gênios vieram ajudar Noz-de-Cola e capinaram rapidinho em torno dos inhames.
Agora Noz-de-Cola podia esperar o tempo passar até que chegasse a hora de colher seus inhames. Por isso, ele viajou ao sul e ao leste para visitar o povo da água e o povo da floresta, deixando a roça aos cuidados da sua mulher.
Um dia, quando ela vigiava a roça como filhinho nas costas e apanhava lenha, o menino começou a chorar. Para acalmá-lo, ela quis catar um pequeno inhame, um inhame miudinho que ainda não tinha tido tempo de crescer.
Quando desenterrava esse pequeno inhame para dar ao neném, os gênios dos campos perguntaram:
- Quem está cavando aí?
Ela respondeu:
- Sou eu, a mulher de Noz-de-Cola. Estou desenterrando um inhamezinho para acalmar meu bebê.
No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar a mulher de Noz-de-Cola e logo tiraram do chão todos os inhames miúdos, amontoando-os na beira do campo.
A mulher de Noz-de-Cola, ao ver aquele desastre, pôs-se a chorar. E ainda chorava quando Noz-de-Cola voltou da viagem. Ele perguntou:
- Está chorando por quê?
Ela explicou. Fulo da vida, ele lhe deu uma bofetada. Os gênios dos campos, que continuavam por lá, ouviram o barulho da bofetada e perguntaram:
- Quem está batendo assim?
- Sou eu, Noz-de-Cola, esbofeteando minha mulher.
No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar Noz-de-Cola. Eles bateram tanto, que mataram a mulher.
Noz-de-Cola nem precisou interrogar o cadáver para entender de que ela tinha morrido! Desatou a chorar. Foi então que um mosquito veio picá-lo no braço. Para defender-se, ele deu um tapa com toda a força no lugar da picada, mas sem acertar o inseto. Os gênios dos campos, que continuavam pó lá, perguntaram:
- Quem está batendo assim?
- Sou eu, Noz-de-Cola, tentando matar um mosquito que veio me picar.
De manhã, a gente sabe o que tem de saber de manhã. De noite, a gente sabe o que tem de saber de noite. Quem cultiva a terra conhece a paciência.
Naquele dia, Noz-de-Cola cultivava o pedaço de terra que ele havia limpado. Preparava o solo para plantar inhame, afogando com sua daba. Não muito longe dali, havia uns gênios dos campos. Mal ouviram o barulho da daba revolvendo o solo, perguntaram:
- Quem está trabalhando este roçado?
Noz-de-cola respondeu:
- Sou eu! Desmatei, limpei e agora estou preparando a terra para plantar inhame.
Os gênios chamaram imediatamente seus filhos e foram ajudar Noz-de-Cola. Antes tinha terminado. Era meio-dia em ponto quando Noz-de-Cola, feliz da vida, voltou para a aldeia.
Depois, quando Noz-de-Cola foi plantar seu inhame, a mesma coisa aconteceu: os gênios dos campos e seus filhos vieram acudi-lo.
Depois, quando Noz-de-Cola votou à sua roça para capinar em torno dos pés de inhame, os gênios, que continuavam por lá, perguntaram:
- Quem está trabalhando este roçado?
- Sou eu, Noz-de-Cola, capinando em torno dos meus pés de inhame.
No mesmo instante, os gênios vieram ajudar Noz-de-Cola e capinaram rapidinho em torno dos inhames.
Agora Noz-de-Cola podia esperar o tempo passar até que chegasse a hora de colher seus inhames. Por isso, ele viajou ao sul e ao leste para visitar o povo da água e o povo da floresta, deixando a roça aos cuidados da sua mulher.
Um dia, quando ela vigiava a roça como filhinho nas costas e apanhava lenha, o menino começou a chorar. Para acalmá-lo, ela quis catar um pequeno inhame, um inhame miudinho que ainda não tinha tido tempo de crescer.
Quando desenterrava esse pequeno inhame para dar ao neném, os gênios dos campos perguntaram:
- Quem está cavando aí?
Ela respondeu:
- Sou eu, a mulher de Noz-de-Cola. Estou desenterrando um inhamezinho para acalmar meu bebê.
No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar a mulher de Noz-de-Cola e logo tiraram do chão todos os inhames miúdos, amontoando-os na beira do campo.
A mulher de Noz-de-Cola, ao ver aquele desastre, pôs-se a chorar. E ainda chorava quando Noz-de-Cola voltou da viagem. Ele perguntou:
- Está chorando por quê?
Ela explicou. Fulo da vida, ele lhe deu uma bofetada. Os gênios dos campos, que continuavam por lá, ouviram o barulho da bofetada e perguntaram:
- Quem está batendo assim?
- Sou eu, Noz-de-Cola, esbofeteando minha mulher.
No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar Noz-de-Cola. Eles bateram tanto, que mataram a mulher.
Noz-de-Cola nem precisou interrogar o cadáver para entender de que ela tinha morrido! Desatou a chorar. Foi então que um mosquito veio picá-lo no braço. Para defender-se, ele deu um tapa com toda a força no lugar da picada, mas sem acertar o inseto. Os gênios dos campos, que continuavam pó lá, perguntaram:
- Quem está batendo assim?
- Sou eu, Noz-de-Cola, tentando matar um mosquito que veio me picar.
No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar Noz-de-Cola, desferindo-lhe uma saraivada de tapas.
Ainda bem que Noz-de-Cola era rápido na corrida. Conseguiu chegar à aldeia em disparada e refugiar-se no bolso de um velho. É por isso que, desde então, sempre tem uma noz-de-cola no bolso dos velhos.
Um afro abraço.
FONTE: OLIVEIRA, A. A criança na literatura tradicional angolana. Tese de doutoradoapresentada à Universidade Nova de Lisboa. Leiria: Ed. Magno, 2000.PINGUILLY, Y. Contos e lendas da África. São Paulo: Companhia das Letras,2005.REPÚBLICA DE ANGOLA. Angola: O futuro começa agora. Paris: Éditions Hervas,É assim que acaba meu conto.
Ainda bem que Noz-de-Cola era rápido na corrida. Conseguiu chegar à aldeia em disparada e refugiar-se no bolso de um velho. É por isso que, desde então, sempre tem uma noz-de-cola no bolso dos velhos.
Um afro abraço.
FONTE: OLIVEIRA, A. A criança na literatura tradicional angolana. Tese de doutoradoapresentada à Universidade Nova de Lisboa. Leiria: Ed. Magno, 2000.PINGUILLY, Y. Contos e lendas da África. São Paulo: Companhia das Letras,2005.REPÚBLICA DE ANGOLA. Angola: O futuro começa agora. Paris: Éditions Hervas,É assim que acaba meu conto.
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