UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

KING - O Homem que sonhava demais...


"Como é que um homem que um dia foi malhado pela direita hoje é celebrado como seu herói? A resposta parcial está no fato de que a direita mainstream moveu-se gradualmente para a esquerda desde a morte de King".



Há aproximadamente  40 anos, um tiro desfechado em Memphis, Tennessee (EUA), pretendia assassinar um sonho. Acertou apenas na vida biológica do homem que sonhava, mas seu sonho, qual vida des-governada e inebriada de fecundidade, explodiu em milhares e milhões de outros homens e mulheres que continuam sonhando o sonho que não morreu naquele dia.
 
Dia 4 de abril de 1968, o pastor batista de 39 anos preparava-se para uma marcha em favor dos direitos dos negros. Uma bala interrompeu sua vida, mas não seu sonho. Assim como sua vida desde muito jovem era movida pela força do sonho e alavancada pela u-topia que é o motor da história, assim também a bala assassina a atingiu, mas não a eliminou. O jovem Dr. Martin Luther King, sociólogo, doutor pela Universidade de Boston, incansável ativista político em prol dos direitos humanos, muito concretamente dos negros segregados de seu país, deixou de ser um personagem histórico para transformar-se num símbolo.
 
Relembrando...

Antes de ser líder, Martin Luther King foi discípulo. Aprendeu de outro mestre, Mahatma Gandhi, que na Índia dobrou o orgulhoso Império Britânico com suas idéias e ações de desobediência civil não-violenta. Mais imediatamente aprendeu com a grande mulher negra Rosa Parks, que com sua recusa em ceder o lugar no ônibus a passageiros brancos deflagrou um movimento anti-segregacionista do qual King foi se confirmando como líder. Ele aplicava as idéias de Gandhi e a firmeza permanente de Rosa Parks nos protestos organizados pelo CLCS. Sonhava alto e por isso não se contentava com ações rasteiras e envenenadas por ódio ou vinganças baratas. Com acertada estratégia previu que manifestações não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA poderia criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis. E essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960.
  

Provavelmente  nos Estados Unidos do que Martin Luther King Jr é um dois lideres mais importante de seu tempo. A mais leve crítica a ele ou mesmo a sugestão de que ele não merece um feriado nacional levam a acusações de racismo, fascismo e todo o resto dos insultos costumeiros da esquerda, não só dos esquerdistas, mas também de muita gente ostensivamente conservadora e libertária.

Isto é espantoso, porque durante os anos 50 e 60, a direita se opunha quase que unanimemente ao movimento por direitos civis. Ao contrário do que afirmam muitos neoconservadores, a oposição não se limitou à Sociedade John Birch e aos conservadores sulistas. Ela foi feita por políticos como Ronald Reagan* e Barry Goldwater e nas páginas da Modern Age, Human Events, National Review, e da Freeman.

Hoje, os movimentos conservador e libertário oficiais retratam King como alguém do nosso lado, que estaria combatendo Jesse Jackson e Al Sharpton se estivesse vivo. A maioria das publicações e sites conservadores trazem artigos, nesta época do ano, louvando King e discutindo como os líderes dos direitos civis de hoje estão traindo seu legado. The Triumph of Liberty [O triunfo da liberdade], de Jim Powell (que, exceto por isto, é excelente), coloca King próximo a Ludwig von Mises e Albert J. Nock como um herói libertário. Quem for a qualquer seminário do Instituto para Assuntos Humanos lerá Uma carta desde a cadeia de Birmingham como uma grande peça de sabedoria anti-racista. A Heritage Foundation tem palestras e simpósios regulares em honra a seu legado. Há quase meia dúzia de think tanks e fundações legais com nomes como "Centro para Oportunidades Iguais" e "Instituto Americano de Direitos Civis", que afirmam ter King como modelo.

Como é que um homem que um dia foi malhado pela direita hoje é celebrado como seu herói? A resposta parcial está no fato de que a direita mainstream moveu-se gradualmente para a esquerda desde a morte de King. O influxo de muitos intelectuais neoconservadores, muitos dos quais estiveram envolvidos no movimento por direitos civis, para o movimento conservador, também contribui para o fenômeno de King. Isto não explica todo o quadro, porque, em muitos assuntos, King estava muito à esquerda até dos neoconservadores e muitos admiradores de King até aderem a princípios como liberdade de associação e federalismo. A principal razão é que eles criaram um Martin Luther King Jr. todo a partir de apenas uma linha do discurso de "Eu tenho um sonho".

Neste artigo, tentarei desfazer os maiores mitos nos quais o movimento conservador incorre a respeito de King. Encontrei muitas das informações para este artigo em I May Not Get There With You: The True Martin Luther King [Talvez eu não chegue lá com vocês: o verdadeiro Martin Luther King], do esquerdista negro Michael Eric Dyson*. Dyson mostra que King apoiava o poder negro, reparações, ação afirmativa e o socialismo. Ele acredita que isto torna King ainda mais admirável. Ele também trata com franqueza de sua promiscuidade e plagiarismo, embora o desculpe. Se você não se importar em ler suas longas discussões sobre o gangsta rap* e coisas do gênero, eu recomendo vivamente este livro.

Mito # 1: King só queria direitos iguais e lutava  pela liderança dos direitos civis de hoje.
Este é provavelmente o mito mais repetido sobre King. Escrevendo na National Review Online, Matthew Spalding, da The Heritage Foundation, publicou um artigo chamado A mente conservadora de Martin Luther King, no qual afirma: "Uma agenda que advogue quotas, contagens raciais e preferências raciais em contratos do governo nos afastam da visão de King."

 Em seu livro Where Do We Go From Here.[Para onde vamos, a partir daqui, ele sugeriu que "Uma sociedade que fez algo de particular contra o negro durante centenas de anos deve agora fazer algo de particular por ele, para prepará-lo para competir em pé de igualdade." Para fazer isto, ele expressou apoio por quotas. Em uma entrevista de 1968 à Playboy, ele disse: "Se uma cidade tem uma população de 30% de negros, então é lógico supor que os negros deveriam ter pelo menos 30% dos empregos em qualquer companhia em particular e empregos em todas as categorias, ao invés de apenas em atividades humildes." E King falava sério quando disse isto. Atuando por meio de sua Operação Celeiro, King ameaçou boicotar as empresas que não contratassem negros em proporção a sua população.
King foi até um dos primeiros a propor reparações. Em seu livro de 1964, Why We Can't Wait. Por que não podemos esperar, ele diz:
Nenhuma quantidade de ouro poderia servir como compensação adequada à exploração e humilhação do negro na América ao longo dos séculos... Entretanto, pode-se fixar um preço por salários não-pagos. O antigo direito comum sempre ofereceu um remediamento pela apropriação do trabalho de um ser humano por outro. Dever-se-ia fazer este direito se aplicar aos negros americanos. O pagamento deveria ser feito na forma de programas maciços do governo, envolvendo medidas especiais e compensatórias, que seriam consideradas como um acordo em concordância com a prática aceita do direito comum.

Prevendo que os críticos observariam que muitos brancos eram igualmente desamparados, King afirmou que seu programa, que ele chamou de "A Carta de Direitos dos Desamparados", também ajudaria os brancos pobres. Isto porque, quando os negros pobres recebessem reparações, os brancos pobres perceberiam que seus verdadeiros inimigos eram os brancos ricos.

Mito # 2: King foi um patriota americano, que tentou fazer os americanos corresponderem às expectativas de seus ideais fundadores.

Na National Review, Roger Clegg escreveu que "Talvez tenha havido um breve momento no qual houve algo como um consenso nacional -- uma visão eloquentemente articulada no discurso "Eu tenho um sonho", de Martin Luther King, com profundas raízes no Credo Americano, quintessenciado em nosso lema nacional E pluribus unum. A maioria dos americanos ainda o compartilha; mas nem todos, absolutamente." Muitos outros conservadores adotaram esta idéia de um Credo Americano que foi fortalecido por Jefferson e Lincoln e depois consumado por King, libertários como Clint Bolick e neoconservadores como Bill Bennet.
Apesar de suas constantes invocações à Declaração de Independência, King não tinham lá muito orgulho da fundação da América. Ele acreditava que "nossa nação nasceu pelo genocídio" e afirmou que a Declaração de Independência e a Constituição não significavam nada para os negros, porque elas foram escritas por proprietários de escravos.

Mito # 3: King era um ativista cristão, cuja luta por direitos civis é semelhante às batalhas lutadas pela direita cristã hoje.

Ralph Reed afirma que "o gênio indispensável de King" trouxe "a visão e a liderança que renovaram e tornaram cristalinas as conexões vitais entre religião e política." Ele admitiu com orgulho que a Coalizão Cristã "adotou muitos elementos do estilo e táticas de King." O grupo pró-vida Operação Resgate muitas vezes comparou sua luta contra o aborto com a luta de King contra a segregação. Em um discurso intitulado "As virtudes conservadoras do Dr. Martin Luther King", Bill Bennet descreveu King como "antes de tudo, não um ativista social, mas sim um ministro da Fé Cristã, cuja fé informou e dirigiu suas crenças."
Tanto as posições públicas quanto o comportamento pessoal de King tornam discutível a comparação entre ele e a direita religiosa.

A vigilância do FBI mostrou que King teve dezenas de casos extraconjugais. Embora muitos dos documentos pertinentes estejam lacrados, muitos agentes que o vigiaram observaram-no em muitos atos questionáveis, incluindo o agenciamento de prostitutas com dinheiro da Conferência da Liderança Cristã do Sul. Ralph Abernathy, que King chamou de "o melhor amigo que eu tenho no mundo," corroborou muitas destas acusações em sua autobiografia And the Walls Came Tumbling Down [E ruíram-se as milhas . É verdade que a vida privada de um homem é sobretudo um assunto seu. Entretanto, a maioria dos conservadores condenou com veemência Jesse Jackson quando surgiu a notícia de seu filho ilegítimo e afirmaram que ele não estava qualificado para ser pastor.

King também assumiu posições com as quais a maioria na direita cristã discordaria. Quando indagado sobre a decisão da Suprema Corte de proibir a oração nas escolas, King respondeu:
Eu endosso. Acho que foi correto. Ao contrário do que muito possam ter dito, ela não procurou ilegalizar nem a oração nem a crença em Deus. Em uma sociedade pluralista como a nossa, quem é que pode determinar que oração será dita e por quem? Legalmente, constitucionalmente e como quer que seja, o estado certamente não tem este direito.

Embora King tenha morrido antes da decisão do caso Roe vs. Wade e, até onde sei, não tenha feito comentários sobre o aborto, ele foi um apoiador fervoroso da Planned Parenthood. Ele até ganhou seu prêmio Margaret Sanger, em 1966, e fez sua esposa dar um discurso intitulado Planejamento familiar - Uma preocupação particular e urgente, por ele escrito. No discurso, ele não comparou o movimento por direitos civis à luta dos cristãos conservadores, mas disse, sim, que "há uma impressionante semelhança entre nosso movimento e os primeiros esforços de Margaret Sanger*"

Mito # 4: King era um anti-comunista?

Em um outro artigo sobre Martin Luther King, Roger Clegg, da National Review, cumprimenta King por denunciar a "opressão do comunismo!" Para ganhar o apoio de muitos brancos esquerdistas nos primeiros anos, King de fato fez algumas leves denúncias do comunismo. Ele também afirmou, em uma entrevista de 1965 à Playboy, que "há tantos comunistas neste movimento quanto há esquimós na Flórida." Esta foi uma mentira deslavada. Embora King nunca tenha sido um comunista e tenha sempre sido um crítico da União Soviética, ele havia se cercado conscientemente de comunistas. Seu conselheiro mais próximo, Stanley Levison, era um comunista, assim como seu assistente Jack O'Dell. Robert e depois John F. Kennedy repetidas vezes o admoestaram a que parasse de se associar com subversivos como estes, mas ele nunca fez isto. Ele frequentemente falava para grupos de fachada comunistas, como a Guilda dos Advogados Nacionais e os Advogados pela Ação Democrática. King até participou de seminários na Escola Highlander Folk, que ensinava táticas comunistas, usadas por ele posteriormente.
A oposição de King ao comunismo bem pode ter contribuído para sua oposição à Guerra do Vietnã, que ele caracterizou como uma guerra racista, imperialista e injusta. King afirmou que os Estados Unidos "tinham cometido mais crimes de guerra do que qualquer nação no mundo." Embora reconhecesse que a Frente de Libertação Nacional* "pudesse não ser um paradigma de virtude", ele nunca os criticou. Entretanto, ele era bastante duro com Diem* e o Sul. Ele negava que a FLN fosse comunista e acreditava que Ho Chi Minh* deveria ser o governante legítimo do Vietnã. Como um globalista engajado, ele acreditava que "nossas lealdades devem transcender nossa raça, nossa tribo, nossa classe, nossa nação. Isto significa que devemos desenvolver uma perspectiva global."
Muitos admiradores conservadores de King não têm nenhum problema em chamarem qualquer um que questione a política externa americana de um "agente da quinta coluna." Embora eu pessoalmente concorde com King em algumas de suas posições sobre o Vietnã, é hipocrisia dos que ainda estão tentando processar Jane Fonda por sedição aplaudirem ele.

Mito # 5: King apoiava o livre-mercado.
Eu sei: não se costuma ouvir muito isto, mas acontece. Por exemplo, o padre Robert A. Sirico submeteu um artigo ao Acton Institute intitulado Direitos civis e cooperação social. Lá, ele escreveu:
Uma economia mais livre nos levaria para mais perto dos ideais dos pioneiros do movimento por direitos civis deste país. Martin Luther King, Jr. reconheceu isto, quando escreveu: "Com o incremento das atividades econômicas, o modo de vida dos brancos vai desaparecer," e ele previu que tal crescimento "aumentaria o poder de compra do negro [, o qual, por sua vez] resultaria em uma melhoria do serviço de saúde, maiores oportunidades educacionais e melhor moradia. Todos estes acontecimentos resultarão em um enfraquecimento ainda maior da segregação."
King, é claro, era um grande oponente da economia livre. Em um discurso para seu pessoal, em 1966, ele disse:

Não se pode falar em resolver o problema econômico do negro sem se falar em bilhões de dólares. Não se pode falar de acabar com as favelas sem primeiro dizer que se deve lucrar com as favelas. Aí se está mexendo com algo realmente delicado e pisando em um terreno perigoso, porque aí se está criando problemas com a comunidade. Está se criando problemas com os chefes da economia... Agora, isto significa que estamos em águas difíceis, porque isto significa mesmo que estamos dizendo que algo está errado... com o capitalismo... Deve haver uma melhor distribuição da riqueza e talvez os Estados Unidos devam ir na direção de um socialismo democrático.
King pregava a "total reconstrução do sistema", de um modo que não fosse nem capitalista nem "a antítese do comunismo." Para maiores informações sobre as opiniões econômicas de King, veja A Economia de Martin Luther King Jr., no LewRockwell.

Mito # 6: King era um conservador.

Como todos os mitos anteriores mostram, as opiniões de King dificilmente seriam conservadoras. Como se não bastasse, vale a pena observar que o que King disse sobre os dois mais proemintes políticos conservadores americanos do pós-guerra, Ronald Reagan* e Barry Goldwater*.
King acusou Barry Goldwater de "hitlerismo." Ele acreditava que Goldwater advogava um "nacionalismo estreito, um isolacionismo paralisante e uma atitude de confrontação." Nas questões domésticas, ele sentia que o "Sr. Goldwater representava um conservadorismo irrealista que estava totalmente fora de contato com as realidades do século XX." King disse que as posições de Goldwater sobre os direitos civis eram "moralmente indefensáveis e socialmente suicidas."
Sobre Reagan, King disse: "Quando um artista de Hollywood, que não tem atrativos sequer como ator, consegue se tornar um destacado candidato do tipo falcão de guerra para a presidência, só as irracionalidades induzidas pela psicose de guerra podem explicar um tal curso dos eventos."
Apesar das duras críticas de King a estes homens, ambos apoiaram o feriado de King. Goldwater inclusive lutou para manter os arquivos do FBI, que continham informações sobre sua vida sexual adúltera e suas ligações comunistas, lacrados.

Mito # 7: King não foi um plagiário.

Eu sei: nem mesmo o grosso dos neocons não vai negar isto, mas ainda assim eu acho que vale a pena levantar a questão, porque eles todos a ignoram. King começou a plagiar quando ainda estava na graduação. Quando a Universidade de Boston fundou uma comissão para investigar o assunto, eles descobriram que 45 por cento da primeira parte e 21 por cento da segunda parte de sua tese era roubada, mas insistiram que "não se deveria nem pensar em impugnar o título de doutorado do Dr. King." Além de sua tese, muitos de seus maiores discursos foram plagiados, como foram muitos de seus livros e escritos. Para mais informações sobre o plagiarismo de King, A Página do Plagiarismo de Martin Luther King e Plagiarismo e a Guerra Cultural, de Theodore Pappas, são excelentes recursos.
Quando confrontados com estes fatos, a maioria dos fãs conservadores e libertários de King ou diz que eles não fazem parte de sua principal filosofia ou, normalmente, eles simplesmente os ignoram. Pouco antes de o feriado de King ter sido oficialmente criado, o governador Meldrim Thompson, de New Hampshire, escreveu uma carta a Ronald Reagan, expressando preocupações em relação à moralidade de King e suas ligações comunistas. Ronald Reagan respondeu: "Eu tenho as mesmas reservas que você, mas a percepção de muitíssimas pessoas está baseada em uma imagem, não na realidade. Na verdade, para elas, a percepção é a realidade."
Muitíssimos na direita estão idolatrando esta percepção. Ao invés de encararem a realidade a respeito das opiniões de King, eles criam um homem baseado em umas poucas linhas que falam sobre julgar os homens "pelo conteúdo de seu caráter, não pela cor de sua pele" - algo que não devemos fazer em seu caso, claro - ao mesmo tempo em que ignoram todo o mais que ele disse e fez. Se King é de fato uma figura admirável, eles prestam um desserviço a seu legado, ao usarem seu nome para promover uma agenda que ele claramente não teria apoiado.

Enfim...King, foi um homem que sonhava, é mais do que nunca inspiradora para nós hoje, quando a sociedade em que vivemos parece ter apenas objetivos curtos e "líquidos", sem coragem de se aventurar e arriscar em sonhos ousados e "perigosos". Não tenhamos medo de sonhar demais, e fazê-lo buscando sempre a paz e a justiça, eis a lição que o líder negro continua nos dando.
Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA.


fonte:Marcus Epstein /
 Myths of Martin Luther King/enciclopédia livre


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Casal acusa concessionária BMW :'Aqui não é lugar para você. Saia', teria dito gerente a criança, que é negra.



Denuncia: Uma ida à concessionária da BMW Autokraft, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na tarde de sábado (12), deixou o casal Ronald Munk e Priscilla Celeste indignado. Pais de cinco filhos, foram à loja acompanhados do caçula, de 7 anos, que é negro e adotado, em busca de um automóvel novo para família. Enquanto conversavam com o gerente de vendas sobre os carros, dizem ter sido surpreendidos com uma atitude preconceituosa do funcionário quando a criança se aproximou dos três. O BMW Group enviou uma nota ao G1 em que pede desculpas ao casal.

O casal contou como foi a conversa do gerente. "Ele disse: 'Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja. Eles pedem dinheiro e incomodam os clientes'", contou a professora Priscilla, lembrando que o gerente não havia se dado conta de que o menino era filho do casal.

“Imediatamente peguei meu filho pela mão e saí da loja. Somos clientes da concessionária há anos. Inclusive temos um vendedor que sempre nos atende. Esperamos dias por uma retratação, não tomamos nenhuma atitude imediata e não acionamos a polícia para preservar nosso filho”, acrescentou.Ronald, que é consultor, conta que não é a primeira vez que acontece esse tipo de situação com seu filho, e que indagou o gerente sobre a sua atitude.

“Cheguei a perguntar o motivo daquela reação. Quando eu afirmei que aquela criança negra era o nosso filho, ele ficou completamente sem ação, gaguejou e pediu desculpas. Sem entender nada, nosso filho chegou a questionar por que não aceitavam crianças naquela loja já que havia uma televisão passando desenhos animados”, diz o consultor.
Na nota  da assessoria de imprensa, encaminhada nesta quarta-feira (23)  aG1, o BMW Group informou que tomou conhecimento do fato em e-mail enviado por Ronald e Priscilla, em janeiro deste ano. Veja a íntegra da nota abaixo:
Nota da empresa
"O BMW Group gostaria de esclarecer que tomou conhecimento dos fatos relatados na matéria abaixo, através do e-mail enviado em 16/01/2013 pelos Senhores Ronald e Priscilla Munk e prontamente solicitou esclarecimentos à concessionária Autokraft através de uma notificação entregue na mesma data.
O BMW Group informa ainda que nenhum funcionário seu esteve presente na data do acontecimento narrado, não podendo dessa forma atestar a veracidade dos fatos relatados por parte dos clientes, tão pouco da concessionária.     Confirmamos que o BMW Group, apesar de não ter conhecimento dos fatos, em respeito aos seus clientes, enviou mensagem aos mesmos, desculpando-se pelo ocorrido e explicando a sua relação jurídica e comercial com a concessionária, a qual é regida pela lei nº 6729/79, que proíbe o BMW Group de adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária e desautoriza a empresa a intervir ou influenciar nas atividades diárias de seus concessionários."
Retratação da BMW
Ronald e Priscilla aguardaram quatro dias por uma retratação da concessionária. Segundo eles, a pretensão não era acionar a Justiça, e sim não deixar que esse fato acontecesse novamente e com outras pessoas. Decidiram, então, enviar um e-mail para a BMW Brasil relatando o ocorrido.

A reposta veio rapidamente através do gerente regional de vendas. No e-mail, a empresa diz lamentar o fato ocorrido, pede desculpas pela situação e enfatiza que o compromisso da BMW é prestar um atendimento com excelência.
O casal agradeceu a resposta, sobretudo por reconhecer que o fato realmente ocorreu nas dependências da loja, mas não achou que somente isso era suficiente. Os pais exigiram então uma reposta sobre quais medidas seriam tomadas em relação ao funcionário e como a empresa agiria para que esse fato não acontecesse nunca mais.
Sete dias após o incidente dentro da loja, um novo e-mail com o assunto “desculpas” foi enviado ao casal, desta vez por um representante da Autokraft. Nele, a empresa se diz ciente do ocorrido e afirma que o gerente da loja “entendeu que o casal não estava acompanhado por qualquer pessoa, incluindo a criança. E já que ela estava absolutamente desacompanhada na loja, o funcionário teria alertado o garoto que ele não poderia ali permanecer e que tudo não passou de um mal-entendido”. O correio é finalizado com a seguinte mensagem: “Tenho imenso prazer em tê-lo sempre como cliente amigo”.
'Mal-entendido'
O termo "mal-entendido" provocou especial indignação em Priscilla e Ronald, que criaram, no último domingo (20), a página no Facebook “Preconceito racial não é mal-entendido”. A intenção, segundo eles, é reunir histórias de preconceito e alertar as pessoas para que não aceitem desculpas e explicações descabidas. A página teve 1,2 mil acessos, segundo ela, em três dias. Até o fim da noite de quarta, 230 pessoas haviam "curtido".

“Compartilhamos a página só com amigos. Agora já tem um monte de gente contando histórias muito parecidas com a nossa. Preconceito racial é crime. As pessoas têm que tomar conhecimento disso e não se calarem”, concluiu Priscilla.
Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
.fonte:G1

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Meu apelido não era Pixinguinha, era Pinzindim. Pin-zin-dim. Minha avó, que era africana e morreu com 95 anos de idade, é que me chamava assim...


Alfredo da Rocha Vianna Filho, nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897. O apelido de Pixinguinha veio da junção de dois outros apelidos: Pizindim (pequeno bom) e pixinguinha (por ter tido a doença) .

Era o décimo-quarto filho de uma família musical. Seu pai era músico e vários de seus irmãos também. Ainda novo começou a acompanhar seu pai, flautista, em bailes e festas, tocando cavaquinho. Aos 12 anos fez a sua primeira obra, o choro “ Lata de Leite” que foi inspirado nos chorões, músicos boêmios que depois de noitadas regadas a bebidas e música, tinham o hábito de tomar o leite alheio que ficava nas portas das casas... Aos treze, passou a estudar o bombadino e a flauta. Aos 17 grava as suas primeiras composições: “ Rosa” e “ Sofre Porque Quer”. Em 1922, vai para o exterior com o grupo “ Os Oito Batutas” e estende para seis mesues sua turnê, marcada para durar somente um mês. Conhece a fama internacional.

Até este ponto, pode-se pensar que é um caminho natural de um músico aplicado. Mas Pixinguinha não foi somente um músico capaz. É reconhecido até hoje como um exímio flautista, talvez o maior que o país já teve, foi maestro, arranjador e intérprete. O primeiro maestro-arranjador a ser contratado em uma época que a maioria dos músicos era amadora. Misturou a sua formação erudita basicamente européia com os ritmos negros brasileiros e a música negra norte-americana. Deu uma guinada no som do Brasil!! Trouxe um tempero, um sotaque nacional, marcou com classe e com estilo a nossa música.

Sua história se mistura com a própria história do rádio e da música nacional. É o grande mestre entre todos os outros grandes mestres que o Brasil já teve. Não é possível pensar em música nacional sem se curvar diante deste músico maravilhoso que morreu em 1973. O consolo que resta é saber que existem várias composições ainda inéditas, ainda pedindo para serem mostradas. Que seja feita esta vontade...que se mostre Pixinguinha...porque Pixinguinha é atemporal.....


O compositor e instrumentista Pixinguinha foi um dos maiores flautistas de todos os tempos e responsável pela popularização de instrumentos musicais afros no Brasil; ele misturou a sucessão de sons eruditos de origem europeia com os ritmos negros brasileiros e norte-americanos, ou seja, fez uma mudança radical no som do Brasil. Outro destaque é Antônio Carlos Gomes, que criou a grande ópera O Guarani, baseada no romance homônimo de José de Alencar. Chiquinha Gonzaga tinha origem mestiça. Tia Ciata, cozinheira, mãe de santo e cantora, também era a  dona da casa onde alguns sambistas se reuniam e onde os músicos cariocas do começo do século 20 se encontravam com muita frequência. Os encontros e festas na casa da tia Ciata acabaram se tornando tradição para os sambistas. Ainda hoje, ela é venerada por muitas pessoas.
Destacam-se também o cantor e compositor Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Seu Jorge, Sandra de Sá, Leci Brandão, Elza Soares, Negra Li, Alcione, Margaret Menezes e Paula Lima. Há também algumas outras cantoras que migraram para estilos musicais como o jazz, fugindo um pouco do samba, estilo musical antes reservado, na maioria das vezes, aos afrodescendente. São elas: Adyel Silva, Alaíde Costa, Arícia Mess, Áurea Martins, Eliana Pittman, Ivete Souza, Izzy Gordon, Leila Maria, Misty, Rosa Marya Colin, Virgínia Rosa e Zezé Motta. Muitas delas fizeram sucesso primeiramente no exterior, e só depois tiveram o reconhecimento no Brasil.


Pixinguinha é a nossa grande contribuição ao eterno, o maior brasileiro de todos os tempos, e um dos artistas mais refinados da história da humanidade. Se você não ouve regularmente pelo menos 50 composições de Pixinguinha, me desculpe, você está desperdiçando sua existência neste planeta com coisas triviais, irrelevantes, desimportantes. Pixinguinha sintetiza todas as tradições musicais imagináveis, europeias e americanas, brasileiras e africanas, numa obra singular que diz mais sobre o que foi o século XX no Brasil do que a coleção completa de todos os jornais e revistas publicados no período. Associado à maestria no choro, gênero com cuja história ele chega a se confundir, Pixinguinha, além de incontáveis choros, compôs de tudo: marcha, polca, tango brasileiro, maxixe, frevo, xote, valsa, coco, embolada, mazurca, rumba, lundu, quadrilha e sambas de todos os tipos. Era igualmente genial como compositor, arranjador, flautista, saxofonista e até cantor.

Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...

fonte:www.mpbnet.com.br/musicos/revistaforum.com.br/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O negro e o esporte: A genética é o que menos importa.?

Tentarplicar o que a genética tem a ver com a supremacia dos africanos e seus descendentes nos esportes...


A tese de que raça faz a diferença nos esportes não é nova...e precisamos ter muito cuidado com esta argumentação... (Adolf Hitler organizou uma olimpíada em Berlim em 1936 com o objetivo de consagrar a superioridade física ariana, e saiu humilhado do estádio), mas está novamente em cena, reaquecida por uma mistura de estatísticas esportivas e ciência, num livro recém-lançado e que está causando polêmica nos Estados Unidos: Taboo – Why black athletes dominate sports and why we're afraid to talk about it (Tabu – Por que os atletas negros dominam o esporte e por que nós temos medo de falar disso). O autor, o jornalista Jon Entine, reconhece que as influências geográficas e culturais são grandes e as diferenças genéticas, mínimas. Mas sustenta que, no esporte de alta competição que se tem hoje em dia, são esses pequenos detalhes que diferenciam um campeão de um mero participante. "Pesquisas demonstram que os atletas de elite negros têm uma estrutura óssea e muscular diferente, um sistema metabólico e outras características forjadas em dezenas de milhares de anos de evolução", escreve Entine.  

  Se ninguém fala nisso claramente (daí o tabu do título), provoca Entine, é porque os americanos temem legitimar a existência de raças humanas e fornecer munição aos racistas. O risco é realmente grande. Uma vez que se isole uma característica genética numa população racial, mesmo que vantajosa, abre-se caminho para que se encontrem outros atributos raciais,   alguns bem ruins. No século XIX, quando se cunharam as bases do racismo moderno, partiu-se do pressuposto de que os brancos não apenas eram mais inteligentes, mas também melhor fisicamente. Hoje é impossível manter a mentira da fragilidade física da população africana, mas não falta quem diga que isso ocorre para compensar uma natural escassez de inteligência. De modo geral, a ciência moderna considera a noção de raça puramente subjetiva, uma idéia social sem maior sentido biológico. As diferenças genéticas entre indivíduos de uma mesma população podem ser maiores do que as existentes entre populações distintas.

 Significa que os branquíssimos finlandeses podem ser geneticamente mais parecidos com os moçambicanos do que um finlandês com outro finlandês    Nenhum estudo da biologia molecular descobriu a chave do sucesso esportivo dos africanos. O que se tem é puro palpite, a maioria infeliz. A supremacia esportiva dos negros se tornou notória a partir dos anos 60, depois que os países africanos conquistaram a independência política e aumentaram sua participação em competições internacionais. A partir desse momento, começou também a investigação e a procura de explicações para o fato. Uma tese atrevida refere-se à depuração natural feita com a importação de africanos como escravos para a América. Os traficantes evidentemente escolhiam o melhor exemplar da raça. Só os mais fortes resistiam à viagem e, para completar, os patrões promoviam a reprodução entre os melhores. O resultado teria sido a seleção de um time de super-atletas. Não é uma boa explicação, pois os excelentes atletas africanos da atualidade seriam os descendentes da "escória" rejeitada.

Teorias raciais sempre devem ser encaradas com desconfiança, pois em geral são produzidas sob encomenda para demonstrar preconceitos. Por mais intrigantes que sejam, a influência do meio ambiente ainda é a explicação mais razoável para a supremacia de determinada população num esporte específico. Num artigo crítico, o jornalista Jim Holt, do prestigiado The New York Times, observou que se Taboo tivesse sido escrito nos anos 30 teria de começar com a afirmação de que o basquete é um esporte de judeus. Acreditava-se então que os judeus tinham por natureza a ginga, a velocidade e a visão ideais para o esporte. A razão não estava na genética, evidentemente. O basquete sempre foi o esporte dos bairros pobres americanos. Nos anos 40, os judeus começaram a deixar as favelas e foram substituídos pelos negros recém-chegados do campo – e o perfil étnico do basquete mudou junto.   

  Até 1960, os brancos eram maioria nas filas dos times de basquete da liga americana na mesma proporção dos negros hoje em dia: 80% contra 20%. No início do século XX os finlandeses dominaram as corridas de média e longa distância com a mesma eficiência revelada pelos africanos hoje. A seleção brasileira que está disputando as eliminatórias da Copa do Mundo é composta majoritariamente por jogadores com doses variadas de ascendência negra. Quando ganhou a primeira Copa, apenas metade estava na mesma condição. Aliás, no Brasil, esse tipo de raciocínio não leva a nenhuma conclusão – como saber qual herança genética, se a africana, a branca ou a índia, era responsável pelos dribles maravilhosos de Mané Garrincha?Do ponto de vista estatístico não existe dificuldade em identificar habilidades e talentos variados de uma determinada população em determinada atividade. Os russos são os melhores jogadores de xadrez, assim como os orientais revelaram-se excelentes instrumentistas de corda nas grandes orquestras do mundo ou os cubanos são os melhores em cima de um ringue de boxe. A dificuldade de transpor isso para a genética é que se trata de situação volátil. Da mesma forma que existem esportes dominados pelos negros, em outros os brancos são imbatíveis. O tênis, o golfe e a natação são exemplos disso. Ninguém ousa explicar geneticamente a supremacia do branco Mark Spitz, o mais notável nadador olímpico de todos os tempos. Além do biotipo adequado para a prática do esporte, ele contava com um pai-treinador que o orientava com mão de ferro e repetia todo dia a seus ouvidos: "O importante não é nadar, é vencer".

Já se tentou explicar a ausência quase total de campeões negros nas piscinas com base nas diferenças fisiológicas. De acordo com essas teorias, os negros teriam maior densidade óssea, o que dificultaria sua flutuação na água. Os aspectos socioeconômicos pesam muito mais que a massa de ossos e músculos. O acesso às piscinas é mais difícil para os pobres. Isso explica, em parte, por que esportes como o basquete dos negros americanos, ou o vôlei dos negros cubanos, sejam predominantemente branco no Brasil. 
Aqui, os negros se sobressaem de maneira significativa nos esportes de acesso mais democrático, como o futebol e o atletismo, que não requerem equipamento especial ou filiação a clubes. Deve-se considerar também a oportunidade de ascensão social rápida e segura oferecida pelo futebol. O inglês Linford Christie, negro e campeão dos 100 metros nas Olimpíadas de Barcelona, passou por tudo isso. Ele acha bobagem a idéia de que os negros contam com a vantagem de uma carga genética favorável.
 O que carregam é uma carga de preconceitos, de barreiras sociais e econômicas mais pesadas, que os impede de prosperar em outras atividades profissionais.

 "A grande chance de ascensão social do negro é o esporte, e nós corremos todos para ele", diz Christie. A genética é o que menos importa".  

Um afro abraço.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS.

fonte:abril.com.br/inciclopedia livre.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"Dia Nacional de combate à intolerância religiosa"

Em 21 de janeiro comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O que podemos trazer à memória nesta celebração? Qual a sua importância para cada um de nós? A instituição de uma data nacional para comemorar uma certa postura é, especificamente neste caso,  uma manifestação civil de repúdio a toda forma de violência contra a manifestação religiosa pessoal ou grupal. No caso do Brasil, a liberdade de expressão religiosa é garantida pela Constituição. Vivemos uma atmosfera de aceitação e mistura de religiões, que, embora aparentemente sejam saudáveis, nem sempre são expressados ou vivenciados com um real espírito de abertura para o outro.


No Brasil, desde 2007, o dia 21 de janeiro é comemorado como o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. A data foi oficializada pelo presidente Lula através da Lei nº 11.635 como um incentivo ao respeito e à liberdade religiosa. A data escolhida homenageia Gildásia dos Santos e Santos, popularmente conhecida como Mãe Gilda. A sacerdotisa do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, morreu de enfarte, após ver a própria foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de insultos.
Foi oficializado pela Lei nº 11.635, em 2007. A data homenageia a sacerdotisa Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda. Ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador, Mãe Gilda morreu de enfarte, após ver sua foto publicada no jornal de uma igreja evangélica, acompanhada de texto depreciativo. Semanas antes, o terreiro de Mãe Gilda fora invadido por evangélicos. A Igreja Universal do Reino de Deus, responsável pela publicação da Folha Universal, foi condenada a indenizar a família da ialorixá.

Diferenças religiosas sempre existiram na história da humanidade, antes mesmo do Cristianismo. Talvez porque a escolha e a expressão de uma fé toque tão profundamente ao ser humano, esta mesma escolha passa a ser algo tão defendido por ele que acaba por afastá-lo e confrontá-lo com o outro. E, o que é pior, quando esta defesa ultrapassa o limite individual e passa ao grupal, nós nos encontramos com os distúrbios – e até mesmo com guerras – provocadas unicamente pela não concordância com a escolha do outro.

O que Deus deve pensar de tudo isso? Haveria realmente uma religião melhor que outra?  O que nos diria Jesus?  Se olharmos as experiências vividas por Jesus, veremos o Mestre convivendo com tranquilidade com pessoas de diferentes religiões ou posturas religiosas. Assim, falará com a samaritana, conversará com fariseus, com romanos, com levitas, frequentará a casa daqueles que são considerados espúrios pelos líderes religiosos, como Mateus, incluirá todos na salvação que propõe aos homens. Se pensarmos que Ele mesmo, Jesus, era um judeu atuante, que frequentava o Templo, que guardava as festas judaicas, que respeitava as tradições de seu povo, só podemos ter em mente que Ele enxergava algo além da simples escolha religiosa. Ele via os corações, Ele olhava além daquilo que cada um externava a partir de sua escolha. Por isso, deixará como único mandamento o amor ao próximo como a si mesmo.

Se pudéssemos viver a plenitude do mandamento maior de Jesus Cristo, certamente teríamos inúmeros problemas a menos, no que toca as questões religiosas. Se tivéssemos a coragem de amar o outro, olhando além de diferenças que perpassam raças, religiões, países, jeitos de ser e viver, o mundo certamente seria muito melhor.  Amar o outro como a si mesmo é o grande desafio da  humanidade!

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) o a Constituição Federal asseguram a oferta do ensino religioso nas escolas públicas de ensino fundamental, mas a frequência dos estudantes é facultativa. “Mesmo trabalhando com essa ideia de pluralidade religiosa e de respeito, o pai pode sim optar por não querer que o filho participe das aulas”. 

Para auxiliar no trabalho dos professores, bimestralmente, a Seduc disponibiliza conteúdos de ensino religioso no Ambiente Virtual de Assessoramento Curricular e Formação da Seduc. Neste local, as Diretorias Regionais de Ensino acessam o conteúdo e os assessores de currículo repassaram todo o material para as unidades escolares. São sugestões para planejamento de aula, projetos, além de diversas atividades que ajudam o professor a lecionar o ensino religioso no sentido ecumênico. 

Amar não é especificamente gostar do outro, já que o gostar diz respeito à afinidade, ao convívio, ao prazer de estar junto. Amar diz respeito à compreensão mais profunda da escolha alheia, ao respeito por seu jeito de ser e à busca de um entendimento comum que propicie um real encontro de seres humanos com o divino.

Estabelecer, portanto, um dia para (re)pensar a intolerância religiosa e suas conseqüências, e, ao mesmo tempo convidar a uma nova postura de diálogo e encontro é oferecer um momento propício para a reflexão individual de nossa própria postura, motivando-nos para começar nos nossos pequenos ambientes de convívio, a criar um mundo melhor.


“...Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar...” 
(Nelson Mandela)



Um afro abraço.


UNEGRO 25 ANOS.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:maivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/www.generoracaetnia.org.br/.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

População negra cresce no País:51% da população são formados por negros.


No Brasil, 51% da população são formados por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
De acordo com o quadro está sendo montado, com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar), 13% dos negros com idade a partir de 15 anos ainda são analfabetos. Somando todas as raças, o total de pessoas que não sabem ler nem escrever no País chega a 10% da população. O maior percentual de analfabetismo entre a população negra está registrado no Nordeste, 21%. Depois vêm o Norte e o Sul, abaixo da média, cada um com 10%, seguidos da região Centro Oeste, 9% e do Sudeste, com 8%.
Segundo os estudos coordenados pela subsecretaria de Ações Estratégicas da SAE, a maior concentração de negros analfabetos por faixa etária está registrada a partir de 65 anos: 45% desse grupo em todo o País. No Nordeste esse percentual se agrava e 57% da população negra com idade a partir de 65 não sabem ler nem escrever. Nas outras regiões as taxas são menores do que a registrada no Nordeste. No Centro-Oeste, 43% da população negra com idade a partir de 65 anos são analfabetos. No Norte, 42%, no Sul, 39% e no Sudeste 33%.
Considerando todos os segmentos raciais, no total do País, 31% das pessoas com 65 anos ou mais são analfabetos, incluídos aí os que se declaram negros. A maior concentração está no Nordeste, onde 51% das pessoas nessa faixa etária não sabem ler nem escrever.

Entre os mais jovens, com idade que vai de 15 a 29 anos, as taxas de analfabetismo na população negra caem consideravelmente. Fica em 6% no Nordeste, 2% no Norte, no Centro Oeste e na Região Sul e 1% no Sudeste. Na soma do país, 3% dos negros com idade de 15 a 29 anos não sabem ler nem escrever. Na faixa de 30 a 64 anos o percentual sobe para 15%.
Estes são apenas alguns dos dados do quadro que está sendo montado. Brevemente, todas as informações que compõem o Banco de Dados estarão disponíveis para consulta, não só no “Observatório da População Negra”, como no site da SAE.



Levantamento do IBGE aponta redução de 0,4% de brancos e de 0,9% de pardos no País.
O Brasil tem cerca de 16 milhões de brasileiros da cor preta ou da raça negra em 2011, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na última sexta-feira (21). Em 2009, o número de negros autodeclarados era de 13,1 milhões.

No ano de 2009, de acordo com a pesquisa, dos 191,8 milhões de brasileiros, além dos declarados negros, 92,5 milhões se consideravam brancos, 84,7 milhões pardos e 1,3 milhão declaravam ser de outra etnia.

A pesquisa aponta também que houve uma redução de 0,4% na população branca e de 0,9% da população parda, ao passo que a população preta aumentou em 1,4% entre 2009 e 2011.

No ano passado, além dos 16 milhões de pretos, o Brasil tinha também 93,2 milhões de brancos, 84 milhões de pardos e 1,8 milhão de pessoas de outras etnias. No total, o País alcançou 195,2 milhões de moradores.

Entenda a Pnad
O estudo considera cinco categorias para que a pessoa possa se classificar quanto à característica cor ou raça: branca, preta, amarela, parda ou indígena.

A denominação preta é usada pelo próprio IBGE. Na categoria amarela, entram pessoas que se declaram de origem japonesa, chinesa e coreana.

As pessoas pardas são aquelas que se consideram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de preto com pessoa de outra cor ou raça. 


Regiões brasileiras com maior e menor número de negros

No ano de 2009, a região Sudeste tinha a maior quantidade de negros — 6,2 milhões. Em 2011, a região se manteve com o maior número de pessoas que se consideram negras: 7 milhões.

A região com o menor número de negros é a Norte. Em 2009, eram 738 mil, enquanto, em 2011, o número passou para 1 milhão.

Homens e mulheres negras no Brasil


Dos 13 milhões de brasileiros que se consideravam negros em 2009, 6,5 milhões eram homens e 6,5 milhões, mulheres. Em 2011, este número aumentou para 8 milhões para cada lado, mantendo a igualdade entre os sexos.


REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

UNEGRO 25 ANOS.

Um afro abraço.

fonte:R7/www.brasil.gov.br/noticias.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Nem sempre a vitória é tudo; nossa luta faz história: Aida dos Santos, uma mulher de garra


Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio tinha sido eleita como a sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacional, para os Jogos de 1964.


 Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10 milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Segunda Guerra.

 A Negra Aida fez  história no esporte.

Aida dos Santos (Rio de Janeiro, 1 de março de 1937) é uma ex-atleta brasileira. Participou de duas edições dos Jogos Olímpicos: em Tóquio 1964, ficou em quarto lugar no salto em altura. Quatro anos depois, nos Jogos da Cidade do México, ficou em vigésimo no Pentathlon. É mãe da jogadora de voleibol Valeska Menezes, e tem um instituto para promover a inclusão social por meio do atletismo e do voleibol.


Iniciou-se na prática esportiva jogando vôlei na escola onde estudava, em Niterói. Nascida em Icaraí, estudou na Escola Estadual Aurelino Leal, em Niterói. Iniciou-se no vôlei, mas uma amiga a levou para o atletismo. Não teve apoio do pai no início. O pai cobrava que ela nada ganhava com a prática esportiva. Ele a proibiu e ela teve de participar das primeiras competições, levada às escondidas por uma colega. Apanhou muito e superou todas as contrariedades.

Que há quase 50 anos, Aida Santos, marcou história no atletismo nacional? Sem nenhum apoio, treinador, tênis e até uniforme próprio, a carioca com aproximadamente  75 anos de idade entrou para a história , Aida teve o melhor desempenho de uma brasileira na história dos Jogos até as Olimpíadas de Atlanta em 1996, quando as atletas Jacqueline e Sandra conquistaram a medalha de ouro no vôlei de praia



Aida Santos foi a primeira atleta brasileira a chegar próxima de uma medalha olímpica. Em Tóquio, 1964, a carioca ficou na quarta posição no salto em altura, com 1,74m, mesmo com o pé torcido...

A atleta fez história nas Olimpíadas de Tóquio ao viajar como a única mulher da delegação brasileira. Sem técnico e sem material de competição, ela precisou de ajuda para preencher a ficha de inscrição em inglês e pegou uma sapatilha emprestada para competir no salto em altura. Surpreendeu quando conseguiu uma vaga na final e se tornou sensação ao ficar no quarto lugar, superada apenas pela romena Iolanda Balas, a australiana Michele Brown e a soviética Taisia Chenchik.

Sem a ajuda de ninguém, ela mal conseguiu preencher a ficha de inscrição, toda em inglês. Seu nome não constava na relação de atletas brasileiros e ela não pode retirar o material para competir. Nas eliminatórias, obteve a classificação às custas de uma torção no pé – estava acostumada a cair na areia, não na espuma. Movida apenas de garras e com uma sapatilha emprestada de um corredor cubano para a grande final, Aida voltou ao Brasil como heroína e representa o melhor do espírito olímpico.

"Eu nunca esperava voltar lá no Japão, quando me chamaram para ir eu pensei comigo mesmo que tinha que ir ao cardiologista antes e levei medicamentos porque a emoção é muito forte", revelou seu desempenho na capital japonesa logo ganhou reconhecimento e Aída foi apelidada de "Leoa de Tóquio". Após as Olimpíadas de 1964, ela competiu na Cidade do México-1968, no pentatlo, modalidade em que conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg/67 e Cali/71.A visita ao Estádio Olímpico de Tóquio, no entanto, não trouxe apenas boas lembranças à atleta, que atualmente disputa competições de masters de vôlei. As dificuldades enfrentadas desde a viagem até os momentos de competição voltaram à cabeça de Aída dos Santos.

Como única mulher da delegação brasileira, ela fez as viagens acompanhando equipes masculinas. A ida a Tóquio foi ao lado da Seleção Brasileira de vôlei, que tinha Carlos Arhtur Nuzman na equipe, e teve uma escala em Paris. O retorno, com o time nacional de futebol, composto por amadores e comandado por Vicente Feola, técnico campeão da Copa do Mundo de 1958.

 Em 2006, Aída dos Santos recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico, e em 2009 foi agraciada com o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.

Aida teve três clubes na vida: o Fluminense Atlético, de Niterói, onde começou, e competiu pelo Vasco e por seu clube do coração, o Botafogo. Ela é formada em Educação Física e Pedagogia. Fez Educação Física na UFRJ e Pedagogia na Universidade Gama Filho e foi diretora e técnica de atletismo do Botafogo por muitos anos. Aída também foi professora de Atletismo, Vôlei, Basquete, Natação, Ginástica e Ginástica Olímpica e Futsal na Universidade Federal Fluminense, por onde se aposentou há 12 anos. Atualmente, ela ainda serve ao Botafogo. Ela é benemérita, conselheira e suplente do Conselho Fiscal do Alvinegro carioca.

Títulos
Campeã estadual, brasileira, sul-americana e Pan-americana de salto em altura

1967 – Pan-Americano (Winninpeg-Canadá) – medalha de bronze no pentatlo;

1964 – Olimpiadas de Tóquio – 4° lugar no salto em altura com a marca de 1,74m, e melhor classificação olímpica do atletismo feminino em todos os tempos).

Aída foi a única representante do atletismo nacional e única mulher da delegação do Brasil nos Jogos de Tóquio 1964. A atleta, que também disputava provas de 100 metros rasos e lançamento de dardo, participou sem uniforme, sem técnico, sem médico, sem sapatilha de prego.

1968 – Olimpíadas no México ficando na 22ª.colocação na prova do pentatlo

1971 – Pan-Americano (Cáli-Colombia) – medalha de bronze no pentatlo

Foi homenageada em 1995 na inauguração da pista de atletismo da UFF que tem o seu nome.

E em 2006 foi homenageada com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, entregue anualmente a uma personalidade com importante vida atlética.


Um afro abraço.

fonte:memoriadoesporte.org.br/www.lagartense.com.br/Agencia Lance, Wikipedia, FARJ

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...