UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

domingo, 12 de agosto de 2012

Nossa História: Passado e Presente Africa Berço da Humanidade


 NEGROS AFRICANOS

Nos últimos tempos surgiram numerosas reflexões, estudos e informações sobre a África negra. É como se existisse um acordo tácito para pôr a negritude em moda. Talvez se trate, por outro lado, de fazer justiça, dado que até épocas muito recentes quase não se tinha falado da África, quer fosse pela negligência de muitos pesquisadores ou porque quase não se sabia grande coisa da sua história e da sua cultura.
No entanto, na atualidade, muitos historiadores e etnólogos nos falam da África com verdadeira paixão. Explicam que, para a melhor compreensão do mundo negro, é necessário conhecer os seus aspectos geográficos e físicos, dado que ambos incidem substancialmente sobre o aspecto histórico e até o determinam.
E, assim, interpretam o mundo africano de forma minuciosa e sob uma perspectiva nova até a essa altura -embora talvez os seus estudos e reflexões possam conduzí-los a uma espécie de determinismo geográfico-, e inédita, dado que se concede prioridade ao estudo, por exemplo, de dados climáticos, orográficos e hidrográficos sobre considerações do tipo histórico. Tudo isso leva a considerar o continente negro como um espaço fechado, no qual os seus povoadores rejeitariam qualquer tentativa de influência alheia a eles; com o qual se encontrariam destinados a certa classe de impenetrável ostracismo étnico. Não obstante, os diferentes povos e tribos que se encontravam espalhados pelo território africano, certamente tinham limitado o seu espaço por uma espécie de muro de areia que apontava, de forma expeditiva, para a fronteira norte da África negra: tratava-se do hoje célebre deserto do Saara.
Mas isto nem sempre foi assim, dado que essa franja desértica denominada "deserto do Saara" era antes um verdadeiro vergel, pleno de abundante vegetação, com árvores e prados, planícies e colinas. Mas isso sucedeu há já seis mil anos, quando já em outras zonas da África os primeiros homínideos tinham deixado gravados -nas paredes rochosas das covas que usavam para abrigar-se- signos carregados de simbolismo emblemático e pinturas esquemáticas, cujo valor como documento social, político, ritual e estético é incalculável.
Essa espécie de jardim natural que foi o atual deserto do Saara foi assolado por uma grande seca que teve a sua origem quatro milênios antes da nossa era. A grande dissecação durou quase dois mil anos e as conseqüências diretas dos seus efeitos estão aí, nessa enorme franja deserta que se estende do ocidente para o oriente na zona norte do continente africano e que, segundo alguns historiadores, constitui o limite que a própria natureza impôs ao mundo negro.


Já em tempos das glaciações, nos finais do período terciário -há aproximadamente seiscentos mil anos-, o território africano tinha sido lugar de residência dos primeiros homínideos. Nalgumas partes da sua zona sul encontraram-se, junto de utensílios de pedras sem lavrar e pedras rodadas ou eolitos, restos humanos de grande antiguidade. Também se conseguiram dados e provas que permitiram aos especialistas e investigadores afirmar que aqueles primeiros homínideos conheciam o fogo. Essas zonas africanas estão consideradas, na atualidade, como centros de importantes achados pré-históricos.


Introdução:
Nos tempos primitivos não havia documentos escritos sobre a vida nem sobre o homem. 
Esse período é chamado de pré-história e o que se conhece a seu respeito baseia-se nos objetos que restam dessa época.
 A Pré-história divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra foi dividida em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada e Neolítico ou Idade da Pedra Polida.

 O período que iremos estudar é o Paleolítico, a etapa mais antiga da Pré-história, ou seja, a mais antiga da evolução do homem, essa época começou há cerca de dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época ocorreu uma importante evolução física no homem, surgiram os primeiros homens modernos, isto é , da espécie Homo sapiens , acompanhada de evolução cultural, que dura até os nossos dias.

O período Paleolítico ou Pedra lascada se dividiu em três etapas: Inferior, Médio e Superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era Glacial (períodos muito frios), separadas por intervalo de clima temperado, parecido com o atual, conhecido como era interglacial. 
O período da Pedra Lascada ou Paleolítico dividiu-se em três fases: inferior, médio e superior.


II – Desenvolvimento
  
1- O que foi o Paleolítico e como viviam os homens nesse período (principais características).Paleolítico é o primeiro e o mais extenso período que conhecemos da história da humanidade.

Neste período surgem os primeiros hominídeos, antepassados do homem moderno.
Os homens paleolíticos foram se diferenciando sempre mais dos seus antepassados.
 Com o desenvolvimento da mente e a acumulação de experiências e conhecimentos, os homens primitivos foram aperfeiçoando seus instrumentos, utensílios domésticos e armas, suas técnicas e meios de subsistência. Desenvolveram também sua vida em sociedade, suas atitudes e hábitos sociais, como a vida familiar, a vida em grupos, a participação coletiva, neste período introduziram cerimônias religiosas, aperfeiçoaram a arte, o artesanato, passaram a construir casas e abrigos, a fazer agasalhos, descobriram o fogo e inventaram os meios de comunicação e transporte.

Neste período surgem os primeiros hominídeos, antepassados do homem moderno.
 Vejamos as suas principais características:

a) Alimentação
 Os homens paleolíticos ainda não produziam seus alimentos, não plantavam e nem criavam animais. Eles retiravam os alimentos da natureza. Coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam animais.
 Os homens paleolítico se alimentavam da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes silvestres.

b) Os instrumentos ou ferramentas
 Os instrumentos ou ferramentas do paleolítico eram de pedra, madeira ou osso. A técnica usada para fabricar esses instrumentos era de bater na pedra de maneira a lhe dar a forma adequada para cortar, raspar ou furar.

Os principais instrumentos foram os machados de mão, pontas de flecha, pequenas lanças, arpões, anzóis e mais tarde agulhas de osso, arcos e flechas.
 Os homens paleolíticos fabricavam seus instrumentos de pedras, ossos e madeira e faziam uma grande variedade de instrumentos como lanças, lâminas, ponta de flechas, martelos, etc.

Habitação

Os homens do Paleolítico viviam de uma maneira muito primitiva, em grupos nômades, ou seja, se deslocavam constantemente de região para região em busca de alimentos. Habitavam cavernas, copas de árvores, saliências rochosas ou tendas feitas de galhos e cobertas de folhas ou de pele de animais.
 Os homens paleolítico utilizavam diversos tipos de moradia como cavernas, tendas em cavernas feita de pele de animais e cabanas feitas de galhos e folhas de árvores.

 c) Religião

O homem divinizava as forças da natureza, acreditavam na vida depois da morte, enterravam seus mortos debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, de nome sambaqui, com suas roupas, armas, enfeites e oferendas. Também adoravam deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais preocupações do homem primitivo era a conservação da espécie humana.
 Os homens paleolítico acreditavam na vida depois da morte, enterravam seus mortos em sepulturas chamadas de sambaqui.


d) Vestuário

Eram feitas de pele de animais, as mulheres faziam as vestimentas que eram coloridas e tinham vários enfeites.Elas limpavam e curtiam essas peles até deixa-las bem macias. Usavam agulha de osso e fios de costura eram tendões, tripas secas ou tirinhas de couro. Também faziam jóias e adornos feitos de âmbar, marfim e conchas.
Faziam roupas com peles de animais, e costuravam com agulha feita de osso e os fios de costura eram tripas secas ou tirinhas de couro, eles usavam também enfeites.


 f) Organização Social

No início do paleolítico a organização social se baseava em pequenos grupos humanos, e unidos por laços familiares. Com o passar do tempo a vida em grupo evoluiu e começaram a se organizarem socialmente. Haviam uma divisão simples do trabalho de acordo com idade e o sexo. Onde as mulheres cuidavam das crianças e juntamente com elas eram responsáveis pela coletas de frutos e raízes, os homens caçavam, pescavam e defendiam o território, sempre realizavam as tarefas em grupo.

Neste período acreditam os estudiosos que existia algum tipo de hierarquia que distribuía o trabalho. Tudo que caçavam, pescavam ou coletavam eram divididos entre eles.
 Viviam sempre em grupos, havia uma divisão uma divisão simples do trabalho, e que caçavam e coletavam eram divididos entre todos.

  
g) Desenvolvimento da Linguagem

O progresso cultural do homem é expressa pela comunicação e pela vida em sociedade. A linguagem era necessária para a convivência em grupo. A linguagem do homem paleolítico se baseava no inicio em gestos, sinais e desenhos e mais tarde se baseava também na voz.

 2- O que são pinturas rupestres?

Pinturas rupestres são pinturas e desenhos registrados no interior de cavernas, abrigos rochosos e, mesmo ao ar livre. São artes do período paleolítico, também chamado de arte parietal e existe no mundo todo, apesar de ser mais abundante na Europa.

No Brasil, há vestígios de arte rupestre em Florianópolis, Santa Catarina, Bahia e Piauí.

As pinturas geralmente representavam figuras de animais como cavalos, mamutes e bisontes e humanas onde representavam a caça, danças, rituais ou guerreiros.

As pinturas eram executadas a dedo, com o buril, com um pincel de pelo ou pena, ou ainda com almofadas feitas de musgo ou folhas. Eram utilizados materiais corante minerais nas cores ocre-amarelo, ocre-vermelho e negro. Sempre utilizavam pigmentos de cores naturais. Tentavam obter terceira dimensão, aproveitando os acidentes naturais do teto e da parede doas cavernas e também aplicando linhas de sombreado e braços de diferentes grossuras.

Alem das pinturas rupestres a arte paleolítica também faziam esculturas em marfim, osso, pedra e argila. Essas esculturas representavam as “Vênus” primitivas, eram figuras femininas e também animais.

Os bisões que se podem observar na imagem são apenas uma pequena mostra do conjunto de pinturas pré-históricas que a caverna de Altamira abriga. Com mais de 15.000 anos de antigüidade, localizada no final de Santillana del Mar, recebesse o apelido de ‘Capela Sistina da arte paleolítica .

Cavalos e mamutes – pintura rupestre período paleolítico.

Rinocerontes – pintura rupestre período paleolítico.

 · As pinturas rupestres existem em quase todo o mundo inclusive no Brasil. São artes do período paleolítico pintadas geralmente em cavernas e geralmente representavam figuras de animais.
  · Além das pinturas rupestres o homem paleolítico também faziam esculturas em marfim, osso, pedra e argila, sempre representavam figuras femininas ou de animais.


3- Como ocorreu a descoberta do fogo?
  
Uma descoberta muito importante do período paleolítico foi o fogo.
Onde o homem primitivo inicialmente observou esse fogo surgindo espontaneamente, aos poucos perderam o medo dele e começaram primeiramente utiliza-lo de vez em quando e de maneira desorganizada, como fonte de iluminação e aquecimento. Para isto foi necessário descobrir como mantê-lo aceso, isto também resultou provavelmente da observação de que brasas resultantes da queima natural de madeira podiam ser realizadas pela ação do vento, ou pelo sopro, fazendo a chama reaparecer.

A etapa seguinte era fazer produzir o fogo, talvez novamente pela observação eles notaram que o fogo aumentava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas, isto indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, a descoberta de que o atrito entre dois pedaços de madeira seca, aumentava a temperatura e produzia a chama, que podia ser ativada pelo sopro.
 
O homem primitivo através da observação também encontrou outra maneira de produzir fogo. Observando que o choque produzido entre duas pedras produzia faíscas e que se colocassem folhas e galhos secos próximos dessas faíscas conseguiam fogo.
 Depois que o homem descobriu sua utilidade e como acendê-lo, passou a assar a carne e a cozinhar vegetais e junto ao fogo se reuniam, descansavam e se protegiam do frio e dos ataques de animais ferozes.
 O grande avanço do homem paleolítico foi a descoberta do fogo, ele através de observação consegui utilizá-lo e também como produzi-lo, o processo era simples, batiam uma pedra na outra para sair a faíscas ou esfregando duas madeiras uma na outra para gerar o calor.

  
4 – Qual a importância das pinturas rupestres e da descoberta do fogo
 para o homem?

Foi através das pinturas rupestres que os arqueólogos (pessoas que estudam coisas antigas, especialmente do período pré-histórico, quando o homem ainda não conhecia a escrita), puderam estudar vários aspectos dos seres humanos dessa época como viviam, o que faziam, do que se alimentavam, e principalmente a localização das regiões onde eles habitavam.

A arte rupestre segundo hipóteses levantadas pelos arqueólogos, que era uma das maneiras que eles usavam para se comunicarem uns com os outros.
 A descoberta do fogo foi um importante passo a evolução do homem, pois ele conseguiu desenvolvê-lo controlá-lo e fazer uso dele para diversas coisas.
 partir da descoberta do fogo p ser humano passou por varias transformações no seu modo de vida, o ser humano cada vez mais passou a ter controle da natureza.

 Pinturas rupestres: Os grupos humanos do período paleolítico procuraram registrar seu modo de vida, seus costumes. Assim, os homens mais antigos, que viviam em cavernas, desenharam e pintaram em suas paredes cenas da sua vida que atravessaram milhares de anos e chegaram até nossos dias.
 A descoberta do processo de fazer fogo foi um passo importante na evolução da humanidade.

 5 – E a Pré-história no Brasil, aconteceu? Como podemos pesquisar?

 Todos nos aprendemos que a história do Brasil começa com a chegada das caravelas de Pedro Alves Cabral a Porto Seguro no dia 22 de Abril de 1500. Porem, aqui já existiam habitantes, e em grande quantidade espalhadas por várias regiões.
 Podemos afirmar através de conhecimentos e descobertas que existiu a pré-história no Brasil, essa afirmação se deve as novas descobertas feitas nas últimas décadas em nosso território.

Os primeiros habitantes do Brasil não deixaram nada escrito. Mas deixaram muitos vestígios arqueológicos como cavernas com pinturas rupestres, fósseis de bichos pré-históricos, objetos como ponta de flechas, machados, sepulturas, etc. As marcas da pré-história brasileira estão presentes em todos os cantos do país. E o nome do conjunto desses vestígios encontrados em determinada região recebe o nome de sítio arqueológico e o mais conhecido em nosso país é o da Serra da Capivara no estado do Piauí.

 Importantes descobertas feitas em São Raimundo Nonato, estado do Piauí, estão ajudando os estudiosos a reconstituir a história dos primeiros habitantes do Brasil. Eles também deixaram suas marcas nas cavernas em que viviam, fazendo desenhos e pinturas. Além das pinturas foram encontrados também utensílios de pedra, ossos e restos de fogueiras.

6 – Breve comentário a respeito das pesquisas na Serra da Capivara em

São Raimundo Nonato – Piauí.
 O Parque nacional da Serra da Capivara foi criado em 1975 e tombado em 1991 pela Unesco, dos 400 sítios arqueológicos do parque, pelo menos dez já foram encontrados vestígios de presença humana que podem alcançar mais de 40.000 anos.

Mas os vestígios mais antigos da presença humana na América foram encontrados em 1969 em São Raimundo Nonato, precisamente na toca do Boqueirão da Pedra Furada. São restos de fogueiras e instrumentos de pedra lascada, vários esqueletos humanos, uma enorme quantidade de ossos de animais hoje extintos como tigres de dentes de sabre, mastodontes, etc. e pinturas rupestres.
 A partir dessas descobertas, várias expedições foram feitas à área coordenada pela arqueóloga Neide Guidom. Em 300 sítios arqueológicos já conseguiram identificar um total de cerca de 9000 figuras em 200 abrigos.

As pinturas encontradas nas conversas de São Raimundo Nonato provocaram muitas discurções entre os arqueólogos, mas as pesquisas continuam e novos achados, novas pistas contribuirão para nos aproximar mais da verdade sobre o início da ocupação das Américas pelos seres humanos.

O Piauí abriga diversos sítios arqueológicos importantes, dentre os quais se destaca o Parque Nacional da Serra da Capivara, onde estão os achados arqueológicos do homem mais antigo das Américas. Foram localizadas na região urnas funerárias, fósseis humanos, de mastodontes, lhamas, tigres dentes-de-sabre e preguiças-tatus gigantes. Suas pinturas rupestres, que representam rituais sexuais e de caça dos animais de então, foram declaradas patrimônio da humanidade pela Unesco. Além da importância histórica e cultural, a Serra da Capivara, localizada a 534 km de Teresina, no sudeste do Piauí, possui paisagens belíssimas.
O mapa acima mostra a localização da Está foto é da Toca do Boqueirão da Pedra Furada, em São
 Serra da Capivara que está localizado Raimundo Nonato- PI, econtram-se neste local vestígios

No Estado do Piauí humanos que podem chegar a 48.500 anos.

II – Conclusão
  

O período paleolítico ou da Pedra Lascada foi o primeiro período da pré-história e se caracterizou pelos instrumentos de pedra lascada que usavam nesse período. Vestígios desse período foram encontrados em quase toda a parte do mundo, inclusive no Brasil.

Acredito que neste período a comunicação era feita através de gestos e de pinturas nas paredes das cavernas, as chamadas pinturas rupestres, nessas pinturas eles nos transmitiam muitas informações como por exemplo que eles viviam da caça e andavam sempre em grupo e também eram nômades.

Foi neste período também que o homem descobriu o fogo e aprendeu a lidar com ele. Isso demonstra que o ser humano é o único ser capaz de refletir e esse capacidade nos permite planejar tudo o que queremos, até mesmo ir em busca do desconhecido.

Nós seres humanos temos a capacidade de descobrir coisas muito interessantes e isto só ocorre graças aos nossos antepassados. Porque aprendemos com eles o futuramente iremos passar para os nossos filhos e assim a história continua.

A importância de estudar esse período da pré-história e descobrir que em nosso país também existiu esse período é muito importante. Antes só sabíamos a história do Brasil a partir da chagada de Pedro Alves Cabral em 22 de abril de 1500 e realizando esse trabalho, percebi que nunca havia passado pela minha cabeça a pergunta e os índios que estavam aqui, de onde surgiram?

Depois deste trabalho pude perceber que os nossos antepassados também foram pré-históricos.

Porem essa descoberta é ainda muito recente, pois só foram descobertas vestígios pré-históricos em nosso país em 1969, mas neste curto período já através de estudos conseguiram saber que eles estiveram aqui.


Fonte: http://www.coladaweb.com/hisbrasil/pre_historia.htm/UNEGRO.


sábado, 11 de agosto de 2012

Padrão de beleza e Auto Estima


"Não tenho vergonha do meu cabelo. Tenho vergonha do seu racismo”. A frase, estampada em grafite, numa figura com cabelo black-power, numa grande avenida de Fortaleza, capital do Ceará, define bem um momento especial vivenciado por movimentos, organizações, grupos culturais e entidades que – de diversas formas – trabalham com a questão negra: o reconhecimento e o orgulho de ser negro.”

Mesmo longe de se tornar a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre, em sua obra maior, Casa-Grande & Senzala, na década de 1930, hoje, muitos negros têm superado os obstáculos que os impediam de conquistar status, antes exclusivos de brancos das "famílias tradicionais".
É óbvio que as crises atingem a todos e sabemos que, nessas horas, a população afro-brasileira é a primeira a ser alijada de suas conquistas. Mas a chamada "classe média negra", já ultrapassa os 15% da população, segundo pesquisa do IBGE. Desde a última década do século 20, o número de chefes de família negros que ganham mais de cinco salários mínimos praticamente dobrou.
Já nos primeiros anos deste século, falava-se que a parcela dos 20% de brasileiros mais ricos era formada por 80% de brancos, mas que os negros já quase atingiam 19%. E, apesar da luta constante dos sempre privilegiados e de vários meios de comunicação apregoando contra as ações afirmativas e, em especial, contra as cotas em universidades, o número de estudantes negros que chegam aos cursos superiores dobrou em relação às três últimas décadas do século passado.
Até fritar o cabelo, se quiser, ou frisá-lo, usar dread look ou raspar a cabeça. Mais que uma estética, privilegiou a liberdade. E a gente tem de exigir o melhor para nós mesmos, a elegância, juntar a beleza interior com a exterior", comenta. O ator, um dos mais influentes do Brasil, faz questão de mostrar a importância do negro na sociedade brasileira, com cerca de 90 milhões de afrodescendentes.
Seu sonho é um reavivamento do sentido de clã. "Se 10 milhões de negras resolvessem, por exemplo, sabotar a compra de um sabão que elas consomem, mas cuja publicidade não utiliza negros, ou escrevessem à direção das empresas, editoras e agências por se sentirem ausentes nas publicações, em espetáculo, no carnaval, enfim, em tudo o que é realizado, a história seria diferente. Por que comprar o produto que nos rejeita? Por que assistir a um espetáculo que nos trata como inferiores?", finaliza.

Ainda temos uma longa caminhada.


A baixa autoestima é muito presente na personalidade de mulheres negras que aprendem desde pequenas que suas características não fazem parte do padrão de beleza e nem são tão aceitáveis pela sociedade quanto as características de uma mulher branca. Por isso, a maioria procura modificar suas características alisando o cabelo, por exemplo. Quando entramos numa banca de revista, não encontramos modelos negras, a maioria é branca, tipo europeia. O mesmo acontece na tv e nos blogs femininos de moda e beleza. E quando uma mulher negra decide assumir sua aparência natural é alvo de críticas. Também faz parte de nossa realidade, como mulheres negras, enfrentarmos o racismo e o precoceito enraizados na nossa sociedade. Um caso que ficou conhecido na mídia foi o de uma funcionária de um colégio particular de São Paulo que foi intimidada pela diretora a alisar seu cabelo sob a alegação de ser o “padrão” da instituição. Isso é um exemplo do racismo velado existente no nosso país que quando não é admitido, tenta-se justificar com motivos descabidos. Por causa desse racismo velado, a mulher negra tem mais dificuldade, por exemplo, de encontrar emprego ou ascender profissionalmente. A grande maioria ainda trabalha em funções mais baixas e também ganha o mais baixo salário em todo o país.

Os homens negros também colaboram para a baixa autoestima da mulher negra quando têm preferência pelos padrões de beleza impostos pela sociedade. Por incrível que pareça, o parceiro negro de uma mulher negra influencia (pra não dizer “determina”) no modo como ela cuida do cabelo, optanto, muitas vezes, por deixá-los lisos e compridos recorrendo, inclusive, a alongamentos.

Acredito que a grande parte das pessoas sofre de baixa autoestima e que a psicologia ou psicanálise podem ajudar a resolver o problema, porém, no caso da mulher negra, ainda é preciso uma solução mais complexa que exige uma profunda renovação de valores, autoaceitação e coragem para nadar contra a corrente do preconceito.

Por falar em concurso de beleza:

A vitória da angolana Leila Lopes, eleita a mais bela mulher do mundo, representa muito neste Ano Internacional dos Afrodescendentes declarado pela ONU, e tem um significado ainda mais especial pelo fato dessa eleição ter acontecido no Brasil – país com maior população negra do mundo fora da África.
Não foi a primeira vez que uma mulher negra venceu. Em 1.977, Janelle “Penny” Comissiong Chow, de Trinidad Tobago, tornou-se a primeira negra a conquistar o Miss Universo. Mas foi a primeira vez que uma africana conquistou o título em 60 anos de concurso.
O fato acontece no Brasil, país em que apesar de sua população majoritariamente negra (somos 50,7% de pretos e pardos, de acordo com o Censo do IBGE 2010), ainda tem o loiro escandinavo, de olho azul, como modelo único de beleza.

O padrão eurocêntrico imposto tem sido o instrumento ideológico, por meio do qual o racismo destrói a autoestima das crianças negras, especialmente das meninas, vítimas do alisamento forçado dos cabelos, da “chapinha” a que se auto-impõem, mecanismos por meio dos quais buscam se adequar à estética branca dominante.

No Brasil do mito da democracia racial, ainda é comum o uso da expressão “cabelo ruim” para se referir ao crespo dos cabelos negros.

A eleição da Miss Angola como a mulher mais bela do mundo pode contribuir para o fim desta ditadura estética, contribuindo para a elevação da autoestima de quem não se enquadra no padrão eurocêntrico dominante: negros, índios, orientais, ciganos etc.

Com toda a certeza, o símbolo em que a angolana se tornou a partir deste Miss Universo – e justo na cidade mais negra do mundo fora da África, que é São Paulo – contribuirá para que as meninas negras comecem a se libertar das “chapinhas” e, ao assumirem sua própria estética, reforçar e fortalecer sua auto-estima.
Se somos vários, porque deveríamos nos enquadrar em padrões únicos? Se temos tantos modelos de beleza (brancos, negros, índios, orientais), porque devemos aceitar a ditadura de um único – o loiro escandinavo -, herança das políticas de branqueamento adotadas pelo Estado, notadamente, nas primeiras quatro décadas do século XX?

Se liga:

Na verdade, Leila Lopes é a quarta mulher africana a se tornar Miss Universo. Antes dela, foram eleitas duas sul-africanas (ambas brancas) e uma de Botsuana. Veja matéria com entrevista da Miss Brasil, 1.989, Flávia Cavalcante.
O antropólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) José Jorge de Carvalho defende que esta evolução no percentual demonstra um aumento também na auto-estima desse segmento da população.

Para Carvalho, a mudança, tanto nos números quanto na auto-estima de pretos e pardos, se dá por uma série de fatores. O principal, na opinião dele, é o aumento do debate sobre a questão racial no Brasil e a adoção de políticas públicas de valorização desse segmento.

Outro fator é o fortalecimento do movimento negro e também o surgimento de personalidades negras em diversos setores da sociedade. "O que eu posso ser? Tudo o que estou vendo é que fui escravo, mas agora posso ser algo diferente. Talvez eu possa ser presidente, ministro do Supremo Tribunal Federal, um corredor da Fórmula 1", exemplifica a estudante de História na UnB Luiana Maia, referindo-se a Barack Obama, eleito presidente dos EUA; a Joaquim Barbosa, ministro do STF, e a Lewis Hamilton, campeão mundial de Fórmula 1.


Revista Raça 13 anos de valorização da beleza negra:

Advogado Hédio Silva –“Claro que ainda há muito a se fazer para uma maior valorização da raça negra, principalmente mudar as cabeças viciadas pelos preconceitos e racismo à brasileira que resultam em atitudes discriminatórias em vários aspectos. O advogado Hédio Silva, que foi secretário de Estado da Justiça, em São Paulo, comenta que geralmente causa estranheza um negro ocupar um cargo dessa envergadura num governo.
Quando ele chegava a algum evento ou órgão público e não era conhecido, pessoas se dirigiam a seu motorista dizendo: "Seja bemvindo, secretário!". Simplesmente porque o motorista era branco. Estamos festejando a chegada da revista RAÇA à adolescência, mas recomendamos aos mais otimistas que guardem os fogos para alguma ocasião futura mais propícia. Afinal, para os afro-brasileiros, o País pode ter melhorado nestes 13 anos, "pero no mucho". Mas a gente jamais vai desistir.”

“Autoestima, seja qual for o nível, é uma experiência íntima; reside no cerne do nosso ser. É o que EU penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim. Quando crianças, nossa autoconfiança e nosso autorrespeito podem ser alimentados ou destruídos pelos adultos conforme tenhamos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confiar em nós mesmos. Mas, em nossos primeiros anos de vida, nossas escolhas e decisões são muito importantes para o desenvolvimento futuro de nossa autoestima.” 


Dados Importantes:
A população negra que forma o Brasil constitui 52% do total de 180 milhões de pessoas, segundo o IBGE. - Desses, 34%, estão abaixo do nível de pobreza, de acordo com levantamento feito pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. 

- A taxa de desemprego para a população negra é de 20,9%, enquanto a taxa da população branca fica em 13%.  
- O Brasil possui a 2ª maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria.

- Quanto à exposição ao vírus HIV, entre os grupos mais atingidos estão as mulheres, as gestantes e seus filhos. Em 1985, a relação era de 30 homens infectados para apenas uma mulher. Atualmente, ela é de um homem para uma mulher – na sua maioria, mulheres negras, o que configura uma feminilização e racialização da contaminação por HIV.

- As desigualdades e discriminações ainda não foram superadas no contexto educacional: os livros didáticos ainda reproduzem estereótipos de gênero e raça, e comportamentos na sala de aula e alguns materiais utilizados ainda são grandes desafios para a redução dessas discriminações.

- Os homens brancos ganham, em média, 113% mais que os homens negros; e as mulheres brancas, 84% mais que as mulheres negras. Escala da exclusão no mercado de trabalho, por gênero e raça: 1º- mulher negra, 2º - homem negro, 3º - mulher branca, 4º - homem branco.

- As mulheres ainda ocupam menos das 9% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 12% no Senado. Em Pernambuco, dos 49 parlamentares, apenas 7 são mulheres; dessas, apenas duas são negras.

Um afro abraço




quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nossa historia nosso estilo:Charme (música)




A origem deste estilo remonta uma época paralela à Soul music, nos anos 1970, cuja execução no Brasil foi realizada por DJs como Mister Funk Santos. O charme tem mais do som da Filadéfia pelos arranjos e melodia do que propriamente do Soul, afinal, tratava-se de uma terceira vertente depois do Soul e o funk.
No final de 1976, a Soul music dava sinais de desgaste, seja pela pulverização do repertório ou pela não renovação do seu público. Outro detalhe que apressaria a morte do Soul foi o nascimento de um outro movimento entre jovens brancos da Zona Norte e Oeste do Rio - "O som das Cocotas". Fica aqui o registro que o movimento "Black Rio" era formado por 60% de negros e pardos, 40% de brancos e mestiços pobres da periferia da cidade. O primeiro "baque" sofrido pelo movimento Soul foi, sem dúvida, a descoberta e identificação do som "pop-rock" pelos frequentadores brancos da zona norte. O segundo e definitivo golpe sofrido pela agonizante Soul music foi dado pela revolução trazida pela disco music em 1977. Por ter sido um movimento mundial, a disco music mudou o comportamento, a moda e a cultura dos jovens da Zona Norte do Rio e boa parte de Brasil.

O termo charme (R&B) foi criado por Corello DJ, no Rio de Janeiro, em março de 1980. O DJ Corello começou na época a fazer experiências de outras formas de black music. Ele introduz a musicalidade do charme e as pessoas começam a gostar. Ele não tinha dado um nome para essa experiência, mas observou que quem dançava tinha um movimento corporal bem diferenciado. Em um baile no Mackenzie, no bairro do Méier, o Corello convida: "Chegou a hora do charminho, transe seu corpo bem devagarinho". Essa estória do "charminho" ficou na cabeça das pessoas e elas passaram a falar: "agora eu vou pro charminho, vou ouvir um charme, vou lá no Corello que vai ter charme".
Em 1980 a discoteca se enfraquece como movimento de "dança coletiva", abrindo espaço para o "pop orientado" da gravadoras multinacionais instaladas no Brasil, deixando, por assim dizer, um vácuo musical nas equipes de som do subúrbio do Rio. Corello aproveitou esse "hiato" musical e experimentou músicas e estilos não percebidos por outros DJ's da época.


Charme é um termo antigo usado para o R&B somente aqui no Brasil. Foi substituído hoje pelo R&B Contemporâneo, uma vertente da black music (Música negra americana) que se desenvolveu a partir do Urban contemporary. Hoje chamamos de Charme músicas negras dos anos 80 e 90 que incorporam o estilo Soul e Funk Americano.
As músicas deste estilo são compostas de forma específica. Elas têm, dentre outras características, um ritmo que é quaternário, muito bem delineado e marcado. Os arranjos são muito bem organizados e chamam a atenção. O trabalho vocal tende sempre a ter uma maravilhosa performance vocal do artista, o que não impede de haver determinadas músicas que não tenham vocal.

O charme também contou com a colaborção direta de DJ's que abraçaram a causa e começam a romper com a estrutura antiga das equpes de som, segundo a qual, o "dono" da equipe determinava a linha musical a ser seguida sem questionamentos.

No final dos anos 1980 e início dos 90, surgiram os primeiros artistas nacionais que começaram a produzir músicas no Brasil ou a adaptar antigas canções para este gênero musical. Dentre estes cantores destacam-se: Alexandre Lucas (como vocalista da Banda Fanzine ou em sua carreira solo), Edmon, Abdula, Marta Vasconcelos, o conjunto Fat Family, Sampa Crew, Copacabana Beat, Claudinho & Buchecha, Marina Lima, Fernanda Abreu, D'Black e Shirley Carvalho.


As músicas de estilo charme passaram também a ser executadas nas rádios, nas freqüências FM e AM. Nas décadas de 80 e 90 surgiram vários programas especializados em charme. Na rádio 98 FM, Fernandinho DJ produzia o "Só Mix 98", na Jovem Rio Corello apresentava o "MixMania" e o "Black Beat" (FM 105) e outros programas, como os de funk, passaram a dedicar espaços específicos para a execução de charme, proporcionando assim maior dimensão ao movimento charme.


No fim da década de 1980 e até meados dos anos 1990, os bailes-charme passaram a atrair uma grande quantidade de pessoas. Alguns eventos chegaram a registrar uma freqüência de 5.000 pessoas e isto estimulou inclusive a vinda de artistas internacionais especialmente para se apresentarem nestes bailes, como Sybil, Curtis Hairston, Glen Jones e Omar Chandler.

Além das músicas e do trabalho dos DJs, outro atrativo dos bailes é o desempenho de grupos de dança, que por vezes são espontaneamente formados pelos próprios freqüentadores dos bailes. Estes grupos podem apresentar passos sincronizados e diferenciados de outros. Em algumas ocasiões podem são promovidas competições para avaliação do desempenho de cada grupo e estimular cada vez mais a criação de novos passos de dança, para que sejam apreciados por todos os freqüentadores do baile.


 Projeto cultural Point Chic Charm

Na zona oeste do Rio de Janeiro, em Padre Miguel, em uma comunidade chamada "Ponto Chic", surgiu em 1998, um grupo de "resistência cultural" chamado "Point Chic Charm". Cosisitia de uma caixa de som e um repertório requintado de black music, à altura para aglutinar os saudosistas que passavam por ali e ficavam a recordar os bons tempos do reinado de James Brown e seus discípulos.

Não demorou muito e virou um grande ponto de encontro aos domingos, onde quem gostava de ouvir e dançar o cahrme poderia chegar, trazer a família e seus amigos. Era uma iniciativa dos irmãos negros Eduardo e Ângelo Oliveira. Algum tempo depois convidaram os DJ's, Jorge Sucesso, Beto Barra e Jhony, para comandar o baile.

O movimento cresceu, e no ponto de encontro do charme, os charmeiros passamram a se encontrar para ouvir o samba, dançar jongo, jogar capoeira, ouvir poesia, cultuar Zumbi dos Palmares e saudar São Jorge. Tudo isso fruto de aproximações naturais entre pessoas que iam chegando e se juntando por pura afinidade e sintonia.

O movimento também recebeu adeptos ilustres. Passaram pelo Ponto Chic: Ney Lopes, Neusa Borges, Mombaça, Jorge Aragão, Alcione, Fundo de Quintal, Jorge Vercilo, Arlindinho Cruz, Negras Raízes, Seu Jorge e outros. Até hoje, mantém a tradição de levar todos os domingos, a black music ao frequentadores, que se divertem nas mixagens dos Dj Marquinho Brad, Dj Júnior e DjDënnis.

 Espaço cultural Rio Charme

O movimento charme foi então reconhecido e tal fato proporcionou a oportunidade de criação do Espaço Rio Charme em 1993.
Este espaço, então, se caracteriza peculiarmente por ser embaixo do viaduto Negrão de Lima, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro.
Dentre muitos DJs que lá atuaram, um dos iniciadores do espaço foi o DJ Marki New Charm. O espaço é utilizado, além para a promoção de bales charme, para a prática de eventos sociais, como basquete de rua e oficina de arte.

 Denominações no movimento charme

Nesta trajetória desde os anos 1980, os charmeiros passaram a classificar as músicas e chamá-las de acordo com a ocasião de respectivos lançamentos, atribuindo-lhes o nome de "flash back" às músicas produzidas até meados dos anos 1980 e "midbacks" às produzidas entre o final dos anos 1980 e em toda a década de 1990. Esta denominação diferenciada das músicas no movimento charme também se deve parcialmente à existência de variadas vertentes dentro deste estilo, como por exemplo New Jack Swing, Smooth jazz, Slow Jams Urban e R&B Contemporâneo, que foram, dependendo de sua época, mais comumente produzidas e executadas.

Com certa regularidade são promovidos bailes de flash back e midbacks, especialmente para reunião de antigos freqüentadores dos bailes charme. Nestes bailes especiais, é nítida a diferença entre a faixa etária de seus freqüentadores, tradicionalmente chamados de "cascudos", em relação àquela vista em bailes com músicas atuais.

 Movimento charme como aspecto cultural

Os bailes charme são desta forma eventos onde são executadas as músicas desta natureza, nos quais seus freqüentadores primam pelo estilo elegante de suas roupas, e prezam originalmente pelas cores e nas referências ao caráter afro nos penteados e acessórios, sem falar na variada gama de seus passos e danças, desenvolvidas no salão, ao som das músicas tocadas pelo DJ.
O baile charme consiste então como um movimento popular cultural que propõe uma reinvenção da identidade cultural negra, expressada através das danças, da música, das roupas, da disseminação de valores, de respeito ao próximo e da cordialidade.

     fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.
     
      

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nossos história IV :Rosa Parks


Rosa Parks, símbolo da luta anti-racista nos EUA.

 Rosa Parks, a costureira negra que, em 1955, se recusou a obedecer a lei de apartheid racial no Alabama, marcando o início da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, morreu aos 92 anos. O advogado de Rosa afirmou que ela morreu dormindo em sua casa, na cidade de Detroit, estado do Michigan. 

Rosa se recusou a ceder seu banco em um ônibus a um homem branco, o que levou a um boicote em massa dos negros ao transporte público do estado. O protesto levou ao fim da segregação nos transportes públicos e culminou em 1964, com a Lei dos Direitos Civis, que transformou a segregação racial em um ato fora da lei nos Estados Unidos.

Prisão e multa
Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando entrou para a história americana. No dia 1º de dezembro de 1955 ela estava em um ônibus na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava para ele poder se acomodar.

Rosa se recusou a sair, desafiando as regras que exigiam que pessoas negras se sujeitassem a abrir mão de seus lugares no transporte público para brancas. Com este ato, Rosa foi presa e multada em US$ 14.

A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de ônibus, organizado pelo pastor da Igreja Batista, Martin Luther King Jr. Anos mais tarde, Luther King ganharia o Prêmio Nobel da Paz graças à sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Em 1957, depois de ter perdido o emprego e recebido ameaças de morte, Rosa e seu marido, Raymond, se mudaram para Detroit, onde ela trabalhou como assistente no escritório de um congressista democrata.

"Ela era muito humilde, falava baixinho. Mas por dentro ela tinha uma determinação que era feroz", disse o político John Conyers. "Ela tinha qualidades de uma santa", acrescentou Conyers, para quem Rosa trabalhou como recepcionista de 1965 a 1988.

"A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ônibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Aguentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo", disse Rosa em 1992 a respeito de seu ato em 1955.

Em viagem à África do Sul, o reverendo Jesse Jackson, um dos principais defensores dos direitos civis nos Estados Unidos, enalteceu Rosa, lembrando que seu ato aparentemente simples forçou os negros americanos a "se levantarem" pelos seus direitos.

"Ela forçou o resto de nós a nos levantarmos. Foi um esforço consciente de uma lutadora pela liberdade", disse Jackson, durante entrevista coletiva em Johannesburgo.

Ele se referiu a Rosa como uma "mulher de grande coragem, que conscientemente arriscou sua vida e enfrentou a prisão para romper com o sistema do apartheid". 

Rosa Parks foi presa e recebeu uma multa por se recusar a levantar, mas seu ato foi o pontapé inicial para que o reverendo Martin Luther King Jr. organizasse um boicote em massa de 381 dias contra as companhias de ônibus locais iniciando uma grande reviravolta na história dos EUA e do mundo todo.
Rosa precisou enfrentar ameaças de morte, humilhações e teve até de se mudar de estado por não conseguir arranjar emprego, mas seu papel já havia sido feito e por seu ato de coragem ela é ate hoje considerada a mãe do movimento moderno pelos direitos civis.
Ao sair do Alabama, em 1957, Rosa Parks já era símbolo do movimento liderado por Martin Luther King Jr. e fazia parte da NAACP, uma das mais respeitadas e antigas organizações na luta pela igualdade racial nos EUA.

"Rosa Parks era verdadeiramente a mãe do movimento moderno pelos direitos civis", disse Julian Bond, dirigente da maior organização de defesa dos direitos dos negros, a NAACP, da qual ela era membro desde que aquele dia em que desobedeceu a lei de apartheid americana.

No entanto, foram precisos 41 anos para que o governo americano reconhecesse o ato de Rosa e a premiasse com a "Medalha Presidencial pela Liberdade", em 1996.

Em 1999 Rosa recebeu das mãos do então presidente Bill Clinton a mais alta honraria oficial concedida pelo governo a um civil norte-americano, a Medalha de Ouro do Congresso. Além desta e de outras honrarias, Rosa também foi premiada com a Medalha Presidencial pela Liberdade em 1996 e em 2000 foi inaugurado um museu com seu nome em Montgomery.

Morre Rosa Parks, aos 92 anos.

Rosa Parks nasceu em 4 de fevereiro de 1913 em Tuskegee, Alabama e morreu em 24 de outubro de 2005 em Detroit.

 
fontes:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u88928.shtml
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=776
http://www.biography.com/blackhistory/featured-biography/rosa-parks.jsp 
 informações da BBC

domingo, 29 de julho de 2012

Histórias da Olimpiadas II:Piauiense Sarah Menezes - Primeira mulher a ganhar ouro no judô brasileiro em Jogos Olímpicos


 Veja que mundo contraditório. A piauiense Sarah Menezes, moradora do Bairro Bela Vista, periferia de Teresina, capital do estado, é conhecida hoje mundialmente como a primeira mulher judoca brasileira a ganhar um ouro em Jogos Olímpicos. Fazendo parte dos 49 milhões de brasileiras (o) entre 15 e 29 anos, que mora em periferias urbanas, e é negra (o), ela poderia, como tantos outros, estar estampando a capa dos jornais por outras diversas razões. Repressão policial e extermínio nas periferias da juventude negra, higienização étnica devido aos megaeventos, que descarta pessoas que não tem capital para investir nos mesmos – como a própria Olimpíada de Londres que, como tantos outros megaeventos, excluiu a população pobre dos grandes centros onde os jogos acontecem . Porém, hoje, a mídia é obrigada a mostrar essa jovem negra de periferia sob outra ótica, como uma grande lutadora.

Nunca uma judoca brasileira havia disputado uma final olímpica. E há 20 anos, desde a vitória de Rogério Sampaio nos Jogos de Barcelona, o país não conquistava uma medalha de ouro. Pois ontem a piauiense Sarah Menezes, de 22 anos, quebrou esses dois tabus de forma emocionante. E de quebra mais um: o Brasil jamais havia conquistado um ouro no primeiro dia de disputas de uma Olimpíada.
“Minha vida agora vai mudar para melhor, tenho certeza. Mas é preciso que a vida das pessoas que treinam comigo em Teresina também mude”, disse Sarah, falando das dificuldades financeiras que sempre enfrentou para praticar o judô. Ela é integrante do programa Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte desde 2006.
Com seu 1,54m, Sarah foi gigante na categoria até 48kg. Segura, madura, confiante, passou pelas cinco adversárias como se fosse uma veterana. E mostrou maturidade e inteligência, porque todas as lutas foram decididas por pontos. “Tive uma estratégia para cada luta. E gostei muito, porque consegui raciocinar, pensar em cada luta. Treinar todo mundo treina, o diferente é quando se consegue colocar em prática o que se planejou no treino.”
Seu maior susto foi nas quartas de final, quando um golpe da chinesa Shugen Wu no último segundo quase a levou à derrota, mas a judoca brasileira disse que seu momento mais complicado foi fora do tatame.
“Quando estava entrando para lutar a semifinal (contra a belga Charline Van Snick) vi que a japonesa (Tomoko Fukumi) perdeu e fiquei tão feliz que por algum tempo perdi a concentração.” A japonesa, que era favorita ao ouro, também perdeu na decisão do bronze e foi embora de mãos abanando.
Na decisão ela enfrentou a romena Alina Dumitru, campeã em Pequim/2008. E foi soberba. Não deu nenhuma chance à rival, dominou a luta do começo ao fim e venceu com um yoko e um wazari (11 a 0).
“Entrei para a decisão como se fosse um treino. Chorei depois da semifinal porque havia garantido uma medalha, por isso lutei sem pressão e com confiança”, acrescentou ela.
Uma festa enorme foi feita pelos pais de Sarah, Rogério e Olindina, em Teresina. Eles se reuniram com amigos e parentes no Centro de Treinamento Sarah Menezes. “Por oito anos minha filha lutou por isso”, disse a mãe, bastante emocionada.
Uma carreata e uma grande recepção já estão sendo organizadas na cidade para o retorno da campeã olímpica, que será dia 5. A promessa é de parar a capital do Piauí.
A EMOÇÃO DA TÉCNICA

Rosicléia Campos não é uma mulher que esconde seus sentimentos. Ontem, na Excel Arena, sua alegria com a medalha de ouro de Sarah Menezes foi contagiante. Com lágrimas nos olhos e um sorriso aberto, a técnica brasileira estava eufórica. “É um sonho realizado.”
No comando do time feminino desde 2005, Rosicléia colaborou muito para transformar a equipe de um grupo desacreditado em um dos mais respeitados da atualidade. E logo no primeiro dia dos Jogos ela alcançou sua meta com sobras. “A ideia era chegar a uma final olímpica, o que já seria nossa melhor participação. Mas veio o ouro. Graças a Deus.”

E o judô feminino do Brasil não deverá parar por aí. Pela posição no ranking, é bem possível que pela primeira vez numa Olimpíada as mulheres tenham um desempenho melhor do que o dos homens.
“Acho que elas estão em um grande momento. Mas os meninos têm muita experiência e isso conta muito.”

Dentro do estádio de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres , 80.000 pessoas vibravam com a cerimônia neste 27 de julho, enquanto do lado de fora, moradores, ex-moradores e ativistas vinham denunciando há algum tempo  a “limpeza” da área, uma das mais empobrecidas do país, feita à base de políticas agressivas de coerção e remoção de pessoas com ''comportamento anti-social'' da área do Parque Olímpico, em favor do “benefício econômico”, segundo reportagem de Roberto Almeida ao siteDireito à Moradia. 

Foi nesse contexto de Londres que a judoca piauiense Sarah Menezes conquistou, neste sábado (28), a medalha de ouro na categoria peso-ligeiro (até 48kg) ao derrotar a romena Alina Dumitru na final, atleta campeã olímpica em Pequim 2008.  É o primeiro ouro do Brasil nos Jogos de Londres e é também a primeira medalha de ouro do judô feminino do Brasil em Olimpíadas. O melhor resultado era o bronze de Ketleyn Quadros, em Pequim-2008. Nos Jogos de Pequim, Sarah, então com apenas 18 anos, fora derrotada logo em sua primeira luta.
Parabens Brasil e Um afro abraço.

 fonte:armenKemolyhttp://correionago.ning.com/profile/CarmenKemoly/ttp://correionago.ning.com/xn/detail/4512587%3ABlogPost%3A279036

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