UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 26 de julho de 2012

"UM VIAGEM AO UNIVERSO DO AXÉ"

 1ºSEMINÁRIO DE RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA E                   AFROBRASILEIRA DA UNEGRO RJ.


A direção estadual de materiz africana da Unegro RJ e a ong. I.A.O, tem o prazer de convidar Unegrinos,  e povo de santo e seus familiares, para um grande mergulho no universo do axé, magia, encantamento e hierarquia.

Estamos realizando o terceiro encontro de religião de matriz africana da Unegro na zona oeste  do RJ´.
O primeiro foi em dezembro de 2007, intitulado o primeiro encontro de negros e negras em Sepetiba, com o tema " Uma tarde na bahia";

O segundo foi em setembro de 2009, intitulado, o 1º seminário zonal  da zona oeste.
O terceiro, será dia 05- 08- 12, às 8:30 hs no clube Reconcavo de Sepetiba, na rua- São Tarcisio 437 Sepetiba RJ, intitulado " Uma viagem ao universo do axé ", tendo como objetivo, apresentar de forma coerente e viável, debates realizados por sarcedotes, sacerdotizas, ogans e estudiosos das religiões africanas, tema de importancia significativa ao povo de axé, como por exemplo:
Mini curso de direitos e deveres das casas de axé, doenças mais comum a população negra, prevenção e proteção do meio ambiente, ancestralidade, folhas intolerância religiosa, ori, ebós, entretenimentos entre outros.

PROGRAMAÇÃO:















 08:30 hs Abertura
1ª mesa:
Patologias  mais comum a população negra.
Sueli Garcia- Yalorixá

Prevenção e não contaminação do meio ambiente
Edson Carvalho- diretor do Sindicato dos Metalúrgicos RJ

Encantaria Cigana do povo do Oriente.
Katia- Sacerdotiza

Catimbó
mameto kanabogi

10:20 intervalo
homenagens
agradecimentos
11:00hs

2º mesa
Midia escrita, falada e virtual das religiões de
Paulo Mendonça- Publicitário, jornalista.

 matriz Africana e afrobrasileira.
Politicas Publicas.
Ana Felippe-Memorial Lelia Gonsales-

Ebó: importancia, tipos, etc,...
Antonio Carlos- Babalorixá

Ori: divisão, individualidade, destino, culto, etc, ...
Nelson de Azanssun- Doté

folhas: ritual, propiedades, importância, correlações.:
Jaçanan- Ogan

13:hs Almoço

14:30 hs
3ª mesa
Intolerancia Religiosa:
Ivanir- Babalawoo.

Mini- curso de direitos e deveres das casas de Axé:
Sandra Garcia- Advogada

Centenário da Umbanda no Brasil:
Joãozinho de Xango- Babalorixá

Ancestralidade: Hierarquia, culto,etc, ...:
  Professor Marcos Penna-Babalorixá.
17:00 hs Termino do Seminário

Entretenimento:
show co Carolla Vidgal
Samba de roda de Afoxée Capoeira

Dia- 05-08-2012
Local: Rua São Tarcísio 437 Sepetiba-RJ
Venda de convites e inscrições:
Contatos:
Cacau do Oxosse: 84195933
Pretinha de Iansã: 99207651

Entretenimento:
show co Carolla Vidgal
Samba de roda de Afoxé.

Dia- 05-08-2012
Local: Rua São Tarcísio 437 Sepetiba-RJ
Venda de convites e inscrições:
Contatos:
Cacau do Oxosse: 84195933
Pretinha de Iansã: 99207651


Dia- 05-08-2012
Local: Rua São Tarcísio 437 Sepetiba-RJ
Venda de convites e inscrições:
Contatos:
Cacau do Oxosse: 84195933
Pretinha de Iansã: 99207651 

















A união faz a força,
da natureza originou-se os orixas,
dos reinos criou-se o axé.

  Meu mojubá.
Fiquem na paz do caçador.
Cacau do oxossi.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

UNEGRO DE LUTO MORRE:Wilson Miranda*



 O JORNALISTA Wilson Miranda*
SUA ULTIMA MATÉRIA PARA UNEGRO

Em assembléia realizada neste último fim de semana, dias 27 e 28, foi aprovada a fundação da Unegro no Distrito Federal, uma proposta de vários profissionais atuantes no movimento negro, como sindicalistas, jornalista.

Houve um consenso, durante a reunião, de que os negros radicados em Brasília devem retomar a lutas, já que o Distrito Federal, que polariza todos os seguimentos, não tem observado as principais questões pertinentes à raça negra.

Na verdade, este grupo responde ao anseio de uma grande parcela da população para organizar a Unegro no DF. Com a iniciativa formal, a entidade pretende aglutinar todos os movimentos negros locais.

Durante a assembléia, o designer gráfico Sérgio Pedro, conhecido pela sua militância no movimento sindical, foi eleito para ser o coordenador geral; Francisco Gilvan, coordenador de Administração e Finanças; Wilson Miranda (Brother), coordenador de Comunicação e Imprensa; Santa Alves, coordenadora de Assuntos de Gênero; Eliane Pereira, coordenadora de Relações Institucionais e Jurídicas; José Raimundo, coordenador de Assuntos Culturais, Religiosos e Comunitários; César Romero, coordenador de Assuntos Educacionais e Esportivos. Suplentes: Zeneide Alves; Rogério Pereira; Marcos Antonio. Conselho Fiscal: José dos Reis (Zezito); Maria de Jesus; Rodrigo de Paula; Eduardo Pitombo; Robson Câmara e Ana Paula.
* WILSON MIRANDA 
Coordenador de Comunicação e Imprensa UNEGRO/DF.

"A UNEGRO reverencia e aplaude um daqueles que ajudaram a contruir a nossa entidade e a transformaram num instrumento de luta supra partidario para a valorização e emancipação de negras e negros na sociedade brasileira, Estamos triste mais acalentados com a certeza que voce travou uma boa batalha e foi vitórioso POIS cada unegrin@ tem um pouco de seu legado;sendo assim: 
VOCE ESTARÁ SEMPRE PRESENTE!"
Um afro abraço.
Claudia Vitalino- Presidente da UNEGRO/RJ.

fonte:vermelho/UNEGRO/DF.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha


25 de julho .

Em julho de 1992, mulheres negras de 70 países participaram do 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, em Santo Domingo, na República Dominicana. O último dia do evento, 25 de julho, foi marcado como o "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe", para celebrar e refletir sobre o papel das mulheres negras nestes continentes. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, sociedade civil e governo têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem estas mulheres, explícita em muitas situações cotidianas.


O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer às organizações de mulheres negras do estado, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.


A ausência da História Africana é uma das lacunas de grande importância nos sistemas educacionais brasileiros. Esta ausência tem quatro conseqüências sobre a população brasileira. Tomando o ambiente brasileiro como de exclusões étnicas, os quais denominamos de racismos, existe um processo de criação de credos sobre a inferioridade do negro, do africano e dos afrodescendentes. Desta forma a ausência de uma história Africana, em primeiro lugar, retira a oportunidade dos Afrodescendentes em construírem uma identidade positiva sobre as nossas origens. Segundo, a ausência abre espaço para hipóteses preconceituosas, desinformadas ou racistas sobre as nossas origens, criando assim terreno fértil para produção e difusão de idéias erradas e racistas sobre as origens da população negra. Alimenta um universo do Africano e Afrodescendente como ignorante, inculto, incivilizado. Os seres vindos da tribo dos homens nus. É o eixo central determinante dos conceitos inferiorizantes sobre nós negros no país. Em terceiro lugar a ausência da história Africana coloca a apresentação dos continentes e das diversas culturas a nível mundial, em desigualdade de informação sobre os conteúdos apresentados pela educação. Visto termos uma ampla abordagem da história européia, a ausência da história africana nos currículos, induz a idéia de que ela não existe. Que ela não faz parte do conhecimento a ser transmitido.

A Quarta conseqüência direta está sobre o entendimento da história brasileira e da formação do povo brasileiro. A História do Brasil, após 1500, é uma conseqüência das histórias Indígenas, Africanas e Européias. As tecnologias, costumes, culturas, propostas políticas trazidas pelos Africanos ficam difíceis de serem reconhecidas e integradas devidamente na história nacional pelo desconhecimento da base Africana. Muitas das realizações do povo africano no Brasil, ficam sub-dimensionadas ou não reconhecidas, dado o tamanho da ignorância reinante no país sobre as nossas origens africanas. Não é possível uma história brasileira justa e honesta sem o conhecimento da história Africana.
Neste texto vamos discutir alguns elementos da introdução à história africana na educação brasileira, tendo como pano de fundo a existência recente dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS).

Etnia e Raça
No interior dos Movimentos Sociais e Sindicais tem surgido um debate sobre a natureza dos enfoques. Debate que me parece de um grande retrocesso e construído por força de conservadorismos rearticulados. Hoje parecem presos à necessidade de definirmos se as questões tratadas são de etnia ou de raça. Avançamos nos Movimentos Negros, por quase duas décadas, com um enfoque amplo no campo da etnia e agora grupos se rearticulam em torno da idéia de raça. Contrariando assim a amplitude do enfoque dado pelos Movimentos Negros, onde a definição de negro foi flexível ao ponto de dar opção aos indivíduos sobre o critério da auto identificação, portanto uma opção nitidamente étnica.
As idéias de raça, construídas sobre fenótipos produziram grandes catástrofes sociais, traduziram-se no fortalecimento de sistema autoritários, como o nazismo alemão ou o aparthaid na África do Sul. As idéias sobre raça são simplificadoras da complexidade humana e social, a simplicidade dos fenótipos.
As idéias de raça eliminam o sustentáculo da história dos indivíduos e das populações que são as culturas produzidas. Os enfoques no campo da raça, pelos movimentos sociais, vão eliminar a amplitude necessária para o trato das questões sociais gerais. Produzem um debate de ações limitadas apenas no campo do combate aos racismos. Eliminando as necessidades de uma percepção dos processos históricos e culturais contidos nas Africanidades e nas Afro-descendências.
Com base no conceito de raça teremos uma estratégia limitada ás alusões dos fenótipos, do combate às manifestações no campo limitado dos racismos, entendidos estes racismos na sua forma mais estreita e menos genérica.
O enfoque amplo , apropriado e necessário é o da etnia. Neste articulam-se as lutas de classe , as particularidades de gênero, os processos da cultura e da história. Reafirmo o que tenho dito em outras ocasiões e que não tem sido compreendido, que racismos não tem nada a ver com raça, que são processos amplos e combinados de dominação. Sendo assim, a palavra racismo não é a mais adequada mas tem sido a utilizada. Atualmente estou utilizando o conceito de etnocontroles excludentes para a generalização das ações que são denominadas de racismos.


A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir  para o resgate da cidadania do negro.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida a mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da  ascensão social. Bernardo (1998), em seu trabalho sobre a memória de velhas negras na cidade de São Paulo, mostra como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalhava na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido. A questão de gênero é, em si, um complicador, mas, quando somada à da raça, significa as maiores dificuldades para os seus agentes.
Paul Singer (1998) afirma que, à medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso e é nesse campo que se encontra o maior número delas. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente para a mulher negra.
Conforme o Censo Demográfico de 2000, somos 169,5 milhões de brasileiros, dos quais 50,79% do sexo feminino. Os negros já perfaziam 45,3% do total da população. As mulheres negras equivalem a 49% da população negra, correspondendo a 37.602.461 habitantes. “Esses índices populacionais revelam que ao tratar da população afro-descendente não podemos falar de” minorias

As mulheres negras contribuíram de forma inquestionável para a construção socioeconômica e cultural de nosso país e foram decisivas para as conquistas de direitos das brasileiras. Sua luta contra o racismo e o desmascaramento do mito da democracia racial tem conquistado o envolvimento e o comprometimento de outros setores da sociedade civil organizada. A mulher negra está exposta à miséria, à pobreza, à violência, ao analfabetismo, à precariedade de atendimento nos serviços assistenciais, educacionais e de saúde.
 
Trata-se de uma maioria sem acesso aos bens e serviços existentes em nossa sociedade e, em muito, exposta à violência de gênero e racial. Entre as conseqüências extremas desta situação está o seu aniquilamento físico, político e social, que chega a atingir, profundamente, as novas gerações. “A situação de máxima exclusão pode ser percebida quando analisamos a inserção da população feminina em diferentes campos: social, político e econômico”

Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
Um afro abraço.

fonte:ww.espacoacademico.com.br/022/22csilva.htm/ww.generoracaetnia.org.br/.../257-25-de-julho-–-dia-internacional-...


"Solano Trindade “poeta, ator, pintor, teatrólogo, militante político, militante do movimento negro"


De todos os escritores negros ligados à coletividade negra brasileira, o que deixou presença mais forte foi Solano Trindade. Foi o primeiro, naquele tempo, a escrever com especificidade, para negros.






“Solano Trindade nasceu no Recife, em 1908, e morreu em São Paulo, em 1974. Foi poeta, ativista político e homem de teatro. Participou dos históricos congressos afro-brasileiros realizados em 1934 e em 1937, respectivamente, em Recife e em Salvador.


Criador da Frente Negra de Pernambuco e do Centro de Cultura Afro-Brasileira, estruturou em Pelotas, RS, um grupo de arte popular já existente, transformando-o, em 1943, no Teatro Popular Brasileiro. No Rio de Janeiro, participou da fundação do TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO. Ao mesmo tempo, destacou-se como grande nome da poesia de temática e vivência negras no Brasil.

Além disso, fundou em Embu, SP, um importante centro de arte popular. Segundo Souza, 2004, sua produção, elogiada por intelectuais estabelecidos, como Otto Maria Carpeaux, Roger Bastide e Sérgio Milliet, reconfigurou a história e a memória dos afro-brasileiros.

A MILITÂNCIA POLÍTICA.






Tem gente com fome
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piiiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bonsucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar  
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
Mas o freio de ar
todo autoritário
manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuuun

Movimento negro...
No Recife do início do século 20, iluminado por lampiões a gás, vendedores perambulavam pelas ruas do bairro de São José, cantando pregões que seriam a primeira referência poética popular do menino Solano, como este: "Pitomba, tomba não tomba/ chora menino por um vintém/ pede a papai que mamãe não tem".
O contato com o folclore se deu pelas mãos do pai, exímio dançarino das danças populares pernambucanas, e por isso mesmo apelidado de "menino de ouro". Vem do berço, portanto, além do apurado sentido rítmico de sua poesia, a máxima que Solano usava para resumir seu método de criação: "Pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte".
No Liceu de Artes e Ofícios da capital pernambucana, Solano cursou o propedêutico, equivalente ao atual ensino médio. Daí por diante, é como autodidata que ele constrói sua trajetória intelectual, com um curioso ponto de partida: uma breve atuação como diácono da Igreja Presbiteriana. Nessa época, suas primeiras poesias, publicadas por uma revista escolar de Garanhuns (PE), falavam do Gólgota e dos apóstolos, impregnadas de misticismo. Decepcionado, porém, com o distanciamento que a religião na época guardava dos problemas sociais, incluindo a discriminação contra os negros, ele logo a abandona, justificando sua saída com um versículo da própria Bíblia: "Se não amas a teu irmão, a quem vês, como podes amar a Deus, a quem não vês?"
Na década de 1930, ele abraça a causa de sua raça e funda no Recife, com o escritor José Vicente Lima e o pintor Barros Mulato, o Centro de Cultura Afro-Brasileiro, que tinha por finalidade divulgar o trabalho de intelectuais e artistas negros, e a Frente Negra Pernambucana, cujo manifesto de fundação resume o que seria, durante toda a sua vida, a postura de Solano perante a questão: "Não faremos lutas de raça, porém ensinaremos aos irmãos negros que não há raça superior nem inferior, e o que faz distinguir uns dos outros é o desenvolvimento cultural. São anseios legítimos a que ninguém de boa-fé poderá recusar cooperação".

Surgem então os seus "Poemas Negros", que exaltam Zumbi e a resistência negra, mas também deixam clara uma postura que não admite xenofobia, nem um racismo às avessas, expresso na visão maniqueísta que transforma os negros em "bons" e os brancos, indistintamente, em "maus". No poema "Negros", Solano adverte: "Negros que escravizam e vendem negros na África não são meus irmãos/ Negros senhores na América a serviço do capital não são meus irmãos/ Negros opressores em qualquer parte do mundo não são meus irmãos/ Só os negros oprimidos, escravizados, em luta por liberdade, são meus irmãos./ Para estes tenho um poema grande como o Nilo".
Após participar do 1º e do 2º Congresso Afro-Brasileiro, no Recife e em Salvador, e depois de breve estada em Belo Horizonte, em 1940 Solano aceita o desafio proposto pelo poeta Balduíno de Oliveira, de criar um Grupo de Arte Popular em Pelotas (RS). Essa primeira tentativa de dar forma a um teatro do povo, num estado embranquecido e europeizado pela imigração, fracassa por causa de uma enchente, que carregou instrumentos e figurinos.

Militancia Politica...

O Vermelhinho era um local onde se reuniam jovens artistas, poetas, intelectuais e jornalistas de esquerda. Ali era amigo de pessoas como o Barão de Itararé e Santa Rosa, Aníbal Machado, a escritora Eneida ... Raquel lembra que discutiam sobre a Segunda Guerra, sobre a União Soviética, sobre Stálin, sobre Trotski.
Na década de 40, Solano Trindade ingressou no Partido Comunista. Pouco depois ele e a família mudam-se para a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Pertencia à célula Tiradentes, que funcionava em sua própria casa, onde se reuniam camponeses, intelectuais e operários. Sobre esse período da sua militância quem se lembra é Raquel:
— Ele tinha tarefas que o partido passava. Muita coisa a gente não podia saber. Tinha as festas do aniversário de Prestes. Tinha os comícios, teve a época do "O petróleo é nosso", eu até fui ajudar a colher assinatura, teve uma época depois contra a bomba atômica. Muita coisa eu não sabia, mas eu era mocinha e ainda não estava ligada.
Solano foi preso duas vezes, uma em Niterói e outra durante a perseguição comunista do governo Dutra, quando morava em Duque de Caxias. Raquel conta que a polícia chegou, e seu irmão, Liberto, estava adoentado, com sarampo. Os policiais viraram o colchão com o menino e tudo para ver se tinha armas, Disseram que tinha uma denúncia.
— Levaram ele preso. Primeiro nós pensávamos que era por causa do poema (Tem gente com fome), mas agora com um levantamento no Dops que eu descobri que foi denúncia, de uma pessoa que convivia no vermelhinho — conta Raquel. Mãe e filha percorreram todas as prisões para achar o pai na preocupação com as torturas. Acharam e ele não foi torturado.
Solano saiu do partido porque acreditava que o problema dos negros não era apenas econômico, era racial também. Acreditava que o povo pobre precisava também ter mais acesso à cultura e às artes para ter igualdade "Não faremos lutas de raças, porém ensinaremos aos irmãos negros que não há raça superior nem inferior e o que faz distinguir um dos outros é o desenvolvimento cultural. São anseios legítimos a que ninguém de boa fé poderá recusar cooperação" , disse Solano.

Solano Trindade foi militante comunista, poeta, pintor, teatrólogo. Foi contra a injustiça social e racial e amante das artes. 



Obras publicadas:
Poemas d’uma vida simples (1944)
Seis tempos de poesia (1958)
Cantares ao meu povo (1961) inveredas, revista de letras da Universidade de São Paulo, nº 1, setembro de 1979.”





Recuperando eventos e trajetórias que negam os estereótipos de passividade e submissão, esforçou-se em contribuir, com sua poesia, para a difusão de fatos históricos ou já esquecidos, ou mostrados através de outra perspectiva nos livros de História do Brasil.







Solano Trindade faleceu de pneumonia em uma clínica em Santa Teresa, no Rio de janeiro, em 19 de fevereiro de 1974.

UNEGRO 24 ANOS DE LUTA!
Um afro abraço.

fonte:ww.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=14088/ww.sescsp.org.br › sesc são paulo  revistas/negritudepernambucana.blogspot.com/.../edvaldo-ramos-e-historia-d.

domingo, 22 de julho de 2012

Mulheres Negras no Brasil pensando anos frente a nossa história

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Mortalidade materna
 
A cada minuto uma mulher morre no mundo em decorrência do trabalho de parto ou complicações da gravidez. A mortalidade materna configura-se no Brasil como um problema de saúde pública, atingindo desigualmente as várias regiões brasileiras. É consenso que a mulheres acometidas pela morte materna são as de menor renda e escolaridade. Juntamente com as questões sócio-econômicas, emerge a questão racial. A análise é difícil de ser realizada em virtude da dificuldade de entendimento da classificação raça/cor que muitas vezes impede o registro dessa informação. Vários Comitês de Morte Materna estão utilizando o quesito cor e revisando seus dados. Este artigo analisa vários relatórios, mostrando que o risco de mortalidade materna é maior entre as mulheres negras, o que inclui as pretas e pardas, configurando-se em importante expressão de desigualdade social. 

Crime do Estado

Mulher grávida não recebe atendimento em hospital público. O Estado prende mulheres que se recusam a ter um filho, no entanto deixa os hospitais públicos caindo aos pedaços e cria condições para a morte do bebê e da mãe.

10 de julho de 2009 
 
Um caso ocorrido no Rio de Janeiro ilustra a situação criminosa a que estão sujeitas às mulheres. 
 
Depois de ter sido atendida no Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul, uma jovem, Manoela dos Santos, que perdeu o bebê .
Esta mulher perdeu o bebê após ser atendida no Hospital Miguel Couto na quinta-feira, dia 2 de julho por um médico que está sendo investigado pela polícia e pela administração municipal.
 
Com um descolamento prematuro da placenta, ela chegou ao hospital Miguel Couto com dores e sangramento. 
O médico a atendeu, escreveu em seu braço o nome da maternidade Fernando de Magalhães, na Zona Norte, e os números das linhas de ônibus para chegar até lá. 
 
Na última segunda-feira, 6 de julho, a jovem teve que ser transferida para a UTI e foi submetida a uma transfusão de sangue, recebendo alta na terça. 
A mulher sofreu aborto espontâneo na tarde do mesmo dia em que ela foi atendida no hospital.
O Estado condena mulheres a morte, a sangrarem em hospitais sem atendimento, e ainda a serem presas caso não queriam levar à frente uma gravidez.

Em cada 100 mil nascidos vivos média de 76 mães morrem a cada ano. Mulher com braço rabiscado que perdeu bebê é exemplo de precariedade.
 
O grito de três mulheres grávidas, que acusaram um médico de descaso por ter escrito em seus braços o nome da maternidade que elas deveriam procurar, trouxe à tona uma realidade preocupante. 
  
O número é quase quatro vezes maior do que o tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre as causas apontadas pelo relatório, as mortes são provocadas, em sua maioria, por hemorragias, descuidos com a diabetes, hipertensão arterial, falta de sangue em CTI’s (Centro de Tratamento Intensivo) e de acompanhamento médico para realizações de consultas periódicas, o chamado pré-natal. 

Observa -se “uma falta de laços de solidariedade” entre os profissionais e as pessoas que necessitam de atendimento dos serviços públicos. “É o professor que foge do aluno e o médico que foge do paciente”, exemplifica. 

“É muito dinheiro para pouca gestão. É como se os filhos dessas mães, a maioria moradoras de comunidades carentes, não tivessem o direito de nascer. É uma coisa escandalosa. Esse índice de mortalidade de grávidas é o pior indicador de justiça social”, conclui. 
 
Te pergunto : Qual a Cor destas Mulheres?
Um afro abraço.
fonte:carta carioca/Claudia Vitalino-UNEGRO/RJ.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O líder Nelson Mandela



Nossos olhos se voltam para lembrar e conhecer um pouco mais sobre Nelson Rolihlahla Mandela. É um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.Até 2009 havia dedicado 67 anos de sua vida a serviço da humanidade - como advogado dos direitos humanos e prisioneiro de consciência, até tornar-se o primeiro presidente da África do Sul livre, razão pela qual em sua homenagem a ONU instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.

Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, abandonou este destino aos 23 anos ao seguir para a capital Joanesburgo e iniciar atuação política. Passando do interior rural para uma vida rebelde na faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência não-violenta da juventude em luta, acabando como réu em um infame julgamento por traição, foragido da polícia e o prisioneiro mais famoso do mundo, após o qual veio a se tornar o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação de seu país - em moldes de aceitar uma sociedade multiétnica.

Trajetória política: luta pela liberdadeDepois da eleição de 1948 dar a vitória aos africâners Partido Nacional apoiantes da política de segregação racial, Mandela tornou-se activo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid.Comprometido de início apenas com actos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville (março de 1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180 - e a subsequente ilegalidade do CNA e outros grupos antiapartheid.Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros.Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, fazendo também planos para uma possível guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em coleta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e atuação paramilitar do grupo.Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.

 FamíliaNelson Mandela casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano e aliado do CNA.Viver Nelson MandelaOrganizador do livro Mandela: Retrato Autorizado, o professor e político sul-africano Mac Maharaj destacou, em recente visita ao Brasil, quando palestrou no Seminário Diversidade Cultural, em junho último em Brasília, destacou em entrevista ao boletim eletrônico Informe Palmares o que representou para ele conviver com Nelson Mandela.Para Mac Maharaj, "Mandela lhe deu a liberdade e lhe incentivou a buscá-la. Foi um grande privilégio viver por 12 anos na prisão com Mandela e aprender com ele, tê-lo como mentor e aprender as verdadeiras qualidades de um líder, que podem ser resumidas em uma palavra: um verdadeiro líder é um servidor do povo".Frases de Nelson MandelaSinto-me como um jovem de 50 anos.Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram.Eu faço tudo isso em nome dos principios morais, segundo os quais nao podemos abandonar aqueles que nos ajudaram nos momentos mais sombrios da historia do nosso pais. Criticado muitas vezes por ser um pouco egocêntrico e por seu governo ter sido amigo de ditadores que foram simpáticos ao Congresso Nacional Africano, a figura do ser humano que enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao mister de conduzir seu país suprimiu todos os aspectos negativos.

Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo".o aniversário de 94 anos de Nelson Mandela com bolos gigantes, cantorias em massa de "Parabéns a Você" e 67 minutos de boas ações, uma para cada ano de luta do líder anti-Apartheid contra o governo de minoria branca.

Mas, além dos tributos para o primeiro presidente negro da África do Sul, o dia revelou a disputa inconveniente entre empresas, políticos e instituições de caridade por uma fatia da glória de "Madiba", o nome do clã pelo qual ele é carinhosamente conhecido.
O Congresso Nacional Africano (CNA) divulgou um louvor de 1.450 palavras ao seu ex-líder totêmico, exortando as 50 milhões de pessoas do país a "continuar a construir a África do Sul dos sonhos de Madiba".


No entanto, apenas semana passada, a heroína anti-Apartheid e ex-mulher de Mandela Winnie Madikizela-Mandela estava acusando o CNA em uma carta que vazou de "tratamento pobre" da família e de querer mencioná-los somente "quando temos de ser usados para alguma pauta".
Os "67 minutos" de caridade pelo Dia de Mandela também reabriram velhas feridas em meio a críticas de que esse é meramente um veículo para os brancos e a nova elite rica negra amenizar a culpa de estar no topo do que continua a ser uma das sociedades mais desiguais, mesmo 18 anos após o fim do Apartheid.
Liderando a acusação estava Luther Lebelo, chefe de um braço do CNA em Johanesburgo, que escreveu um artigo no jornal Sowetan sugerindo que o dia era sobre "pequenas atividades de caridade cosméticas" que só serviam para perpetuar as divisões de classe.
O Centro de Memória Nelson Mandela, conhecido guardião oficial da sua imagem, revidou no mesmo jornal, com particular exceção à referência de Lebelo à "chamada Fundação Mandela".


A brincadeira reflete uma visão amplamente aceita entre a maioria esmagadora negra da África do Sul de que os brancos conseguiram cooptar Mandela e sua imagem desde as primeiras eleições de todas as raças, em 1994.
O centro de Mandela também se envolveu em uma batalha comercial com os membros da sua família sobre a venda de roupas com a marca Mandela sob a etiqueta "46664", em homenagem ao número que ele recebeu durante seus 27 anos de prisão.
A linha de roupas, que inclui jeans de US$ 100 fabricados na China, foi lançada em Nova York com uma cerimônia glamourosa no consulado da África do Sul na quarta-feira, apenas uma semana depois de duas das netas de Mandela estrearem uma linha de camisetas, tops e bonés sob a marca "Long Walk to Freedom" (Longa Caminhada até a Liberdade), mesmo nome da autobiografia de Mandela.
Enquanto isso, longe de toda a gritaria, um Mandela cada vez mais frágil passou o dia com a família e amigos mais próximos - o ex-presidente dos EUA Bill Clinton - em sua antiga aldeia de Qunu, na remota província do Cabo Oriental.
A jornada de aniversário de Mandela com uma canção de aniversário a Madiba entoada por 20 milhões de pessoas em diversas localidades do país. Estudantes em suas escolas e empregados em seus ambientes de trabalho se somaram a esta iniciativa para desejar-lhe um dia feliz.


Mandela se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul após vencer as primeiras eleições multirraciais do país, em 1994, ano em que chegou ao fim o regime segregacionista do apartheid, imposto pela minoria branca sul-africana.
Sua mensagem de reconciliação e convivência entre as diferentes raças, que possibilitou a transição rumo a uma África do Sul democrática, lhe valeu o Nobel da Paz em 1993, prêmio que recebeu junto ao então presidente, Frederik Willem de Klerk.


Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre/.www.mundonegro.com.br/terra.




quarta-feira, 18 de julho de 2012

Cultura Negra: Nossa gente e nossa história


Cada população, cada raça, cada cultura tem identidade própria, e específica que resistem à globalização da economia e da comunicação na comunidade. A construção de uma sociedade mais justa e igualitária acontece no cotidiano de todas as pessoas ou cidadãos através de atitudes positivas ou não, em todas as relações humanas, sejam elas familiares profissionais ou comunitárias.

De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial dacapoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas manifestações de origem folclórica, como as congadas, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas como forma de controle desta população escrava( sequestrada) por isso, a cultura desse continente exerce grande influência, principalmente na região nordeste do Brasil. Hoje, a cultura afro-brasileira é resultado também das influências dos portugueses e indígenas, que se manifestam na música, religião e culinárias…

Bem, começando do início…

Todas as manifestações culturais afro-brasileiras eram proibidas, desprezadas, desestimuladas e perseguidas porque não eram parte do universo cultural europeu, não representavam civilidade, mas sim, uma cultura selvagem e atrasada em contraponto à Europa em desenvolvimento.

Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras começaram a ser gradualmente aceitas, admiradas e celebradas pelas elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. A partir do momento que a população negra chegava no Brasil, além de não poder praticar a própria religião, eram proibidos de realizar festas e rituais de origem africana. Eram obrigados a seguir a doutrina. Entretanto, mesmo com todas as imposições e restrições, os africanos não deixaram a cultura ser esquecida. Escondidos, mantiveram representações artísticas, culturais e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

Nos meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras começaram a ser aos poucos aceitas e admiradas por parte das elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Mas, como citado, nem todas as manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, no início do século XX.

O samba que no inicio era “semba” foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular. Por exemplo, os desfiles de escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil. Outras

expressões culturais seguiram o mesmo caminho.

Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934.

A capoeira, que era considerada forma de briga de bandidos e marginais. foi apresentada, em 1953, pormestre Bimba ao presidente Getúlio Vargas que o chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”.

No inicio de 1950 as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida por parte da classe média carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela elite intelectual branca.

Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.
Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje de varias formas na cultura brasileira, como amúsica popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares.

Os estados do Maranhão,Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sulforam os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar naregião Nordeste.

Influência na Culinária

Outra grande contribuição da cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são iguarias da cozinha brasileira e admirada em todo o mundo.

Mas nenhuma receita se iguala em popularidade à feijoada. Originada das senzalas, era feita das sobras de carnes que os senhores de engenhos não comiam. Enquanto as partes mais nobres iam para a mesa dos seus donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e outras partes dos porcos, que misturadas com feijão preto e cozidas em um grande caldeirão, deram origem a um dos pratos mais saborosos e degustados da culinária nacional.

Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje.

Solano Trindade um capítulo acentro e a parte:

Ele foi operário, comerciário, funcionário público, jornalista, poeta, cineasta, pintor, homem de teatro e um dos maiores animadores culturais brasileiros do seu tempo. Foi premiado no exterior e elogiado por celebridades como Carlos Drummond, Darcy Ribeiro, Otto Maria Carpeaux, Sérgio Milliet e tantos outros. Esse negro (e pobre) escritor recifense está hoje esquecido nos círculos culturais, apesar de tudo o que fez pela cultura brasileira, pelo resgate da arte popular e pela independência da cultura negra. Esquecido justamente porque fez dos seus versos, como de toda sua arte, “uma arma, um toque de clarim, que desperta as energias, levanta os corações, combate por um mundo melhor.”, nas palavras do sociólogo francês Roger Bastides. Este artista simples e contundente, genial e pobre, crítico e negro ainda não foi digerido por nossa inteligência. Nós, brancos, porque na universidade somos todos brancos, reverenciamos agora este negro poeta negro.

Durante a perseguição aos comunistas, empreendida pelo governo Dutra, entram na casa de Solano. Seu filho, Liberto, está deitado, doente. A polícia vira o colchão, à procura de armas, Exemplares de seus livros são apreendidos. A filha Raquel lembra: “Papai jamais esconderia armas. Sua luta era feita com ideias”. Preso, ele não se abala. Raquel e a mãe, Margarida, percorrem as cadeias até encontrá-lo. Quando sai, Solano parece fortalecido. Embora tenha olhos tristonhos, seu otimismo é contagiante, nasce do seu amor pela arte e pela vida.

Continua escrevendo, fazendo teatro e espalhando sonhos e esperanças por onde passa. O interesse de Solano pela cultura popular ia além da teoria: não se cansou de fundar grupos teatrais. Preocupava-se com o que chamava de folclore, com as danças populares.
Dizia sempre que era necessário pesquisar nas fontes de origem e devolver ao povo em forma de arte. Sua experiência mais bem sucedida neste sentido foi o Teatro Popular Brasileiro, criado por ele, por sua esposa Margarida Trindade e pelo sociólogo Édison Carneiro em 1950.

O TPB fazia uma leitura séria de danças como maracatu e bumba meu boi. Também promovia cursos de interpretação e dicção. Era formada por operários, estudantes, gente do povo. Convidado a ir à Europa, o TPB mostrou seu trabalho em vários países. De volta ao Brasil, Solano vem a São Paulo e é convidado pelo escultor Assis para apresentar-se no Embu. Leva todo o seu grupo. Dormem no barracão de Assis nos finais de semana, quando mostram sua arte para um número cada vez maior de pessoas. Participam da peça “Gimba”, de Gianfrancesco Guarnieri e, em 1967, apresentam-se para um dos criadores da Negritude: Leopold Senghor. Solano apaixona-se pelo Embu, muda-se para lá e sua casa torna-se um núcleo artístico. Embora na cidade já houvesse um movimento com artistas como Sakai e Azteca, é a atividade de Solano e Assis que faz surgir à feira de artesanato e revoluciona o local, aumentando o fluxo turístico. Solano chegou a ser conhecido como “o patriarca do Embu”. A casa e o coração de Solano estavam sempre prontos para receber as pessoas. Na panela, havia comida para quem chegasse fora de hora. Ironicamente, no final de sua vida, vários desses amigos se afastaram, mas talvez este seja o cruel destino de alguns grandes criadores, de profetas e poetas assinalados. A poesia de Solano o marcou.
Orgulhava-se ser chamado de “poeta negro”. Foi comparado a importantes escritores como o cubano Nicolas Guilhén – de quem foi amigo – e o americano Langston Hughes. Na poesia afirma sua descendência, mostra orgulho:

Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh’alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Luanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh’alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação…

Solano Trindade.

Bob Marley enfatizou: ‘Um povo sem memória é como uma árvore sem raízes’. A Perda da Memória, talvez este seja o maior crime cometido pelo racismo contra nosso povo. O não saber sobre quem somos de onde realmente viemos e o que deixamos de obter por herança faz de nós um povo totalmente apascentado pelas ideologias de um sistema segregacionista, que tem muito medo de nossa evolução.

Um afro abraço.
fonte:Claudia Vitalino/UNEGRO/RJ.

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