UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sexta-feira, 29 de julho de 2011

CONTOS E LENDAS ....



A Roupa do Rei...




Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo.
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O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
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O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
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Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.


O povo esperou lá fora pela presença do rei e quando este apareceu todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando a festa, desapareceram no meio do mundo.
O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou: xxx
- O Rei está de ceroulas!
Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.


Educação X Relações étnico-raciais






Educação e relações étnico-raciais





A diversidade étnico-racial esta presente em nosso cotidiano, a sociedade brasileira por longos anos foi pensada pelos segmentos sociais dominantes a partir de interesses políticos e econômicos de classe, de gênero e de raça. O conceito de raça humana desenvolveu-se de forma equivocada, a partir do desenvolvimento de teorias biológicas de classificação das espécies do reino animal no século XIX. A utilização do conceito de raça humana foi uma construção política que para tanto procurou subsidiar as teorias racialistas que fizeram sucesso no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Tais teorias tiveram adeptos entusiastas no Brasil e subsidiaram a ação do Estado brasileiro na construção de políticas públicas que, mediante diversas formas aprofundaram o caráter excludentes de nossa sociedade.



Em uma sociedade marcada profundamente por relações desiguais nos remete a reflexão da necessidade de repensarmos a qualidade das relações étnico-raciais. A educação das relações étnico-raciais perpassa por diversas relações, ou seja, relações familiares, nos locais de trabalho, nos espaços de lazer, nos espaços religiosos, nas escolas, universidades, etc. Para que possamos melhor compreender as dimensões da importância da reeducação das relações étnico-raciais faz sentido analisar as seguintes orientações:



Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos designando de relações étnico-raciais. Dependem, ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas relações étnico-raciais não se limitam à escola. (Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana/2004).




Os nossos modelos tradicionais de ensino foram organizados para legitimar, uma hegemonia ideológica de determinado segmento social brasileiro. Do Ponto de vista social e político procurou-se legitimar, o interesse da classe social dominante do Brasil, etnicamente procurou-se idealizar relações étnico-raciais baseadas em supostas hierarquias e do ponto de vista de gênero, procurou-se afirmar a supremacia dos Homens. “Homem, Branco e Rico”, foram componentes trabalhados no imaginário social como símbolo de poder, hora de forma explícita, hora de forma indireta, subliminar. A primeira vista pode parecer que essas questões já foram superadas, mas na realidade muito dessas idéias permanecem e foram agravadas por não terem sido enfrentadas de forma adequadas.



Os nossos sistemas de educação, seja público ou privado, têm importantes responsabilidades no trato da diversidade e das relações étnico-raciais. Há que se ter desprendimento, deve haver um contínuo trabalho junto aos profissionais da educação que vise ao seu real engajamento em suas unidades de ensino diante dessas questões, quanto aos alunos devem serem estimulados a reflexões que os possibilitem reeducarem-se continuamente perante a novas relações étnico-raciais e outras questões correlatas. Os desafios são grandes, nesse sentido são apropriadas as seguintes orientações:



O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando às reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros dependem necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. (Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana/2004)


Por: Prof:José Geraldo

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia Internacional da Mulher Negra





25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha



Aconteceu em 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo (República Dominicana) no dia 25 de julho de 1992.



Neste dia foi marcado todo o presente como o Dia internacional da luta e resistência da mulher negra.



Vários setores da sociedade está lutando para dar visibilidade e consolidar esta data procurando combater a falta de oportunidades de direitos, a depreciação, a diminuição da vida apresentadas pelo racismo a brasileira, além da opressão de gênero vivida pelas mulheres negras latino-americanas e caribenhas.



O 25 de Julho é uma tenta romper o mito da mulher universal e evidenciar as etnias, suas especificidades e desigualdades, seja no âmbito da saúde, na educação e mercado de trabalho, assim como em todas as etapas da vida. Foi necessário destacar uma data específica para simbolizar quem somos.




Entre as questões referentes à população negra, tanto em relação à predisposição genética quanto às condições sociais de exclusão impostas pelo sistema capitalista, temos agravos primordiais a considerar:



Falta de profissionais de saúde preparados; uma política de formação de Recursos Humanos inadequada à realidade; ausência de material informativo e educativo voltados para a saúde da população negra; grande intolerância e não reconhecimento das ações de saúde prestadas pelas casa de axé (terreiros de candomblé) controle social frágil; este e apenas um exemplo.



Nós temos um desafio não apenas em relação a uma Política da Saúde adequada, mas políticas específicas para as mulheres negras em todos os campos dos direitos sociais.



Muito além dos desafios apresentados, as lutas e conquistas do movimento negro, através das organização das mulheres negras e movimentos negros em diferentes instâncias e grupos e regiões no nosso pais, abrem aspectos de caminho a um mundo de justiça para todos.



Diminuir as desigualdades é uma necessidade que não pode ser guetizado faz-se necessário investir em políticas públicas e controle social, em campanhas informativas além da própria formação política de mulheres em seu espaço de atuação.



Nossas Mulheres no Brasil.



Antes da Constituição de 1988 a mulher era legalmente segunda categoria em relação ao homem. Pior ficava a mulher negra, bem mais abaixo do que as brancas. Era pobre, negra e não sabia ler nem escrever.
No Brasil, a nossa história é escrita e marcada pela exploração sexual, violência e não-permissão de exercer sua plena liberdade. Os anos passaram, mas a sua submissão existe e relega seu papel a empregos desvalorizados, altos índices de prostituição e condições precárias de saúde e educação.



Por que a valorização e comemoração desta data de 25 de julho:


Devemos ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras ou onde elas atuam do estado, elaborar estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.

coordenador nacional da Unegro é entrevistado pela Terra Magazine.








Negro ainda vê polícia como inimiga, diz líder da Unegro





Por:Ana Cláudia Barros



"Apesar dos avanços, não podemos negá-los, nós, negros, ainda estamos em desvantagem". A análise é do coordenador nacional da União de Negros Pela Igualdade (Unegro), Jerônimo Silva Júnior, que, em entrevista a Terra Magazine, comentou o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre características Étnico-Raciais da População, divulgado nesta sexta-feira (22).



Segundo a pesquisa, 63,7% dos entrevistados reconheceram a influência da raça e da cor na vida das pessoas. Entre as situações nas quais esses fatores exercem maior interferência, conforme o resultado da sondagem, o trabalho aparece em primeiro lugar, seguido pela relação com a polícia/Justiça, o convívio social e a escola.



Para Jerônimo Silva Júnior, também coordenador da Unegro na Bahia, a pesquisa "só reafirma as reivindicações por políticas públicas de promoção da igualdade racial".



- A UNEGRO defende a tese de que as relações socioeconômicas e políticas no País foram estruturadas numa concepção de hierarquia racial. Isso não só por conta dos 350 anos de escravidão, como também toda negação de políticas específicas voltadas para a busca da igualdade de oportunidades. Hoje podemos dizer que a origem das desigualdades sociais no Brasil é majoritariamente por conta das desigualdades raciais que ainda permanecem, fruto desse processo escravocrata, que foi a base de sustentação da nossa economia durante 300 anos. Isso reflete até então na estrutura social.



Na avaliação dele, há, sim, relação entre a cor da pele e as oportunidades no mercado de trabalho.



- Vou te dar um exemplo. Sou funcionário de um dos maiores bancos do País. Na semana passada, encontrei, pela primeira vez, nos meus 23 anos de banco, um gerente com cabelo dread. Foi tão emocionante que eu o abracei, apertei a mão dele e falei: "Poxa, que felicidade encontrar alguém parecido comigo dentro da agência". Uma pesquisa fez uma avaliação de negros nas 50 maiores empresas brasileiras. Quando chega no corpo gerencial, não existem negros. Fiz um levantamento na própria empresa em que trabalho, um banco com mais de 800 funcionários, e constatei que os negros não chegam a 100. Isso, aqui, em Salvador, onde a população é composta por 90% de afrodescendentes.



"Caçar negros"



De acordo com a pesquisa do IBGE, 68,3% dos entrevistados afirmaram que a cor influencia na relação com a Justiça e com a polícia. O coordenador nacional da Unegro, mais uma vez, recorre à história para explicar a existência de um conflito entre os negros e os aparatos de segurança do Estado.



- A polícia no Brasil nasce para caçar escravos fugidos. Ao ganharmos a liberdade, o direito de sermos enquadrados como cidadãos, foram caracterizados como delinquentes, criminosos, aqueles que tinham o fenótipo dos ex-escravos com a ideologia Lombrosiana (Cesare Lombroso) ou aqueles que praticavam alguma ação que era tida como ato criminal, seja ela praticar religião de matriz africana, considerado contravensão, ou jogar capoeira. Todas as nossas práticas culturais eram vistas como algo criminoso. Então, a polícia sempre foi vista pela população negra como alguém que estava ali para nos reprimir.



Segundo ele, nos dias de hoje, essa concepção ainda se mantém.



- Com a maioria dos centros urbanos vivendo o conflito da violência, isso recai em uma população marginalizada, que, coincidentemente, é de predominância negra. Então, a população negra e a marginalizada, negra ou não, vêm a polícia como inimigo, e não como um instrumento de proteção do Estado. Acredito que com novas experiências, como as Unidades de Polícia Pacificadora, a polícia comunitária, quem sabe, daqui a anos, a gente reverta esse quadro.



Denominada "Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça", a sondagem do IBGE coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil domicílios, nos estados do Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.



Rebele-se contra o racismo!

Racismo






Segue para conhecimento e divulgação, garoto negro de 10 anos é indenizado em R$ 250 mil por Hipermercado Extra da Penha, zona Leste de SP, por ter sido chamado de negrinho sujo e fedido além de ter sido obrigado a tirar a roupa.








O garoto negro T., de 10 anos, que acusa seguranças do Hipermercado Extra da Penha, na zona leste da capital, de tê-lo chamado de 'negrinho sujo e fedido' e de ter sido obrigado a tirar a roupa, foi indenizado em R$ 260 mil pela empresa. Os seguranças suspeitavam de furto. A criança não havia levado nada.


Sexta-feira, 22 de julho de 2011.



Criança que sofreu racismo é indenizada .


O caso ocorreu em 13 de janeiro. Segundo depoimento da criança no 10.º Distrito Policial (Penha), ele foi abordado por três seguranças e levado para uma 'sala reservada' com outros dois garotos, de 12 e 13 anos. Após as ofensas raciais, um segurança 'japonês' (com feições orientais) o ameaçou com uma 'faquinha de cabo azul', com um tubo de papelão - dizia que 'era bom para bater' - e afirmou que ia 'pegar um chicote'.
O garoto foi obrigado a tirar a roupa e, só depois, os seguranças verificaram que T. levava nota fiscal de R$ 14,65, que comprovava a compra de dois pacotes de biscoito, dois pacotes de salgadinhos e um refrigerante. O documento foi anexado ao inquérito e é uma das principais provas contra os seguranças.
Apesar da indenização, o Grupo Pão de Açúcar afirma 'não reconhecer' as alegações. Segundo o texto do acordo, a indenização foi concedida 'por mera liberalidade e sem qualquer assunção de culpa nas esferas cível ou criminal'.
Com o acordo extrajudicial, a família de T. abre mão de representação por injúria racial. Mas os seguranças do supermercado ainda podem responder por crimes como constrangimento ilegal (por terem submetido a criança a tirar a roupa) e privação de liberdade (por manter menores dentro de sala reservada).
'A investigação criminal não pode parar. Nesse tipo de caso, as punições têm de ser exemplares. São crimes muito graves, que podem marcar a pessoa para a vida toda. Especialmente quando a vítima é uma criança', disse o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, que acompanhou o caso.
Os seguranças envolvidos, segundo a empresa, foram demitidos.
O Grupo Pão de Açúcar ainda afirmou que 'repudia qualquer ato discriminatório, pauta suas ações no respeito aos direitos humanos e esclarece que o assunto foi resolvido entre as partes'.
Investigação. No mês passado, os dois outros garotos envolvidos no caso compareceram ao 10.º Distrito Policial para denunciar o crime. Segundo o delegado do Marcos Aníbal Andrade, responsável pelo caso, os depoimentos serão confrontados antes do indiciamento dos possíveis acusados. 'As informações serão úteis para sabermos exatamente quais funcionários serão responsabilizados, uma vez que todas as supostas agressões teriam ocorrido em um mesmo momento, num mesmo local', afirmou o delegado.
O Grupo Pão de Açúcar afirmou desconhecer'qualquer outra intimação' relacionada ao caso. A estimativa da Polícia Civil é de que o inquérito seja finalizado dentro de dois meses.
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/supermercado-paga-rdollar-260-mil-a-crian%c3%a7a-que-sofreu-racismo-

Nossa cultura; nossos história... lendas de Orixas









Orixás da Nação Ijexá











No período da escravidão, os escravistas eram interessados exclusivamente na força de trabalho do africano, mas nos porões dos navios negreiros, além de músculos, vinham ideias, sentimentos, tradições, mentalidades, hábitos alimentares, rituais, canções, crenças religiosas, formas de ver a vida, e o que é mais incrível, o africano levava tudo dentro de sua alma, pois não lhe era permitido carregar seus pertences.



Da Nigéria e do Benin vieram as principais raízes dos cultos afro-brasileiros, o Candomblé da Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Tambor de Mina do Maranhão e o Batuque do Rio Grande do Sul, os quais possuem fortes vínculos de origem com as crenças religiosas dos povos de língua iorubá e fon.



Em Ouida, onde ficava um dos grandes portos de embarque de escravos, os negros percorriam um caminho de cinco quilômetros da cidade até o porto. Neste percurso todo escravo que era embarcado, eram obrigados a dar voltas em torno de uma árvore. A árvore do esquecimento.



Os escravos homens deviam dar nove voltas em torno dela. As mulheres sete voltas. Depois disso supunha-se que os escravos perdiam a memória e esqueciam seu passado, suas origens e sua identidade cultural, para se tornarem seres sem nenhuma vontade de reagir ou se rebelar.



Mas, o escravo não esquecia nada, porque quando chegou aqui recriou suas divindades. Conseguiu refazer tudo aquilo que ficou para traz. Hoje, nos diversos estados brasileiros se tem verdadeiras ilhas de África, pois se mantém muito vivas as tradições religiosas iorubá e jêje. Devido à multiplicidade nas origens, a estruturação e a prática dos rituais tomaram formas diferentes em cada região do país.



No Batuque do Rio Grande do Sul, também, os religiosos pertencem a nações diversas, portanto, possuem tradições diferentes. Todavia, a influência da nação Ijexá é grande no conjunto dos rituais africanos executados nos terreiros de origem Jêje, Oyó e Cabinda.



Orixás



Orixás, regentes do mundo terrestre com várias definições a seu respeito, mas em princípio os Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremo, Olorum, e o mundo terrestre. Foram encarregados de administrar a criação e a continuidade da vida na terra.



Os Orixás se comunicam com os seres humanos através de vistosos e complexos rituais. As estórias de cada um são conhecidas através das rezas (cânticos), suas comidas, no ritmo de seus toques, nas suas cores e seu domínio em determinadas forças da natureza.



Os Orixás estão subordinados a um Deus Supremo chamado Olorum ou Olodumare, mas não há nenhum culto ou altar dirigido diretamente à ele, o contato é feito através dos Orixás, seus intermediários.



Nossa tradição guarda o axé (força) de cada Orixá em um Okutá (pedra) que é colocada em uma vasilha junto a outras “ferramentas”, que ficam sob a guarda do babalorixá ou Yalorixá; mas a força maior está solta na natureza, apenas parte dela, simbolicamente fica no Okutá.



Nas cerimônias para convocar os Orixás, tradicionalmente, é através de cantos acompanhados com o toque dos tambores, com ritmos identificados para cada divindade.



As cerimônias são diversas, são ofertados presentes, comidas diferentes para cada um e sacrifícios que envolvem animais de quatro pés e aves; tirando a parte dos Orixás toda carne é consumida pelos participantes e membros da comunidade. Aos orixás rogam-se proteção, saúde, paz, em fim, pedidos específicos às necessidades de cada um em particular.



Os Orixás intercedem de acordo com o domínio que cada um exerce sua influência no aspecto da vida, como por exemplo, Bará para abrir os caminhos, Xangô para justiça, Oxum para fertilidade e assim por diante.



É magnífico poder escrever sobre a religião africana, mas há rituais muito particulares, nos quais alguns praticantes, não estão se preocupando em guardar o segredo, alguns estão colocando em público, rituais que os antigos levariam anos, até passarem para aqueles que mostravam sigilo absoluto, e que guardariam para confidenciar apenas aos seguidores de merecimento. Todas as religiões importantes do mundo doutrinam e ensinam, mas os maiores segredos um mestre só passa para outro mestre.



Existem aspectos cerimoniais que regulam o relacionamento dos serem humanos com as divindades. As regras são muitas, numa espécie de quebra cabeças, com começo, meio e fim, montado com interpretações simbólicas dos mitos que envolvem os orixás, e constituem uma grande rede interligada de deveres e direitos, obrigações e possibilidades, extremamente complexa e cheia de nuanças, inclusive possibilitando diversas variações que só quem é do meio pode saber e executar. A forma organizada na África deve ser perpetuada. Não temos o direito de mudar algo estabelecido a séculos, mesmo que queiram rotular nossos rituais de primitivos e ultrapassados, temos que procurar manter a força espiritual que envolve nossa religião, esta poderosa raiz deixada por nossos ancestrais.



Um caminho que nos faz ter contato com os orixás é através da incorporação; este é o processo pelo qual a entidade se manifesta em seu filho(a) que passou pelos mais diversos rituais de iniciação. Contudo há casos de incorporação de não iniciados. É possível uma pessoa estar assistindo um ritual pela primeira vez e se identificar com as forças espirituais energéticas referentes ao seu orixá, e ter esta manifestação espontânea.



Na maior parte, a manifestação dos orixás acontece em dias de festas. No batuque, nestas ocasiões, podemos falar; pedir auxílio, consultar, abraçar e ser abraçado por eles; em fim pode-se ter um contato direto com os orixás. Uma característica específica que diferencia o batuque das demais religiões afro-brasileiras é o fato do iniciado não saber, em hipótese alguma, que é incorporado pelo orixá. Esta peculiaridade provém de longínquas aldeias do interior da África, e faz parte dos rituais desde o início da estruturação da religião no Estado do Rio Grande do Sul a mais de duzentos anos.



Outro caminho que nos leva aos Orixás são os Búzios. A cerimônia do jogo dos Búzios é o instrumento usado no dia a dia para consulta aos Orixás. Através dele podemos receber orientações, conselhos e advertências.



Os Orixás cultuados no Batuque do Rio Grande do Sul são: Bará, Ogum, Oyá ou Iansã, Xangô, Ibêji, Odé, Otim, Obá, Ossãe, Xapanã, Oxum, Yemanjá e Oxalá.









Xangô, Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.



Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.África



Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.



Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.



Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.





  • Sacerdote de Sango - Magba


  • Sacerdotisa de Sango - Iya Magba


  • Atabaque de Sango - Ilu bata


  • Toque favorito - Alujá


  • Fruto favorito - Orogbo


  • Bichos - Akunko, Agutan, Ajapá


  • Comida - Amalá


Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos EgunsXangô criador de Culto a Egungun



Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:



"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.



Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."



Brasil



Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os Raios, as Tempestades e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes.


Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempestades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns



Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.



Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô.Reza a lenda que Ayra era muito próximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá, percebendo ali a sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos ou mantidos na mesma casa.



As qualidades de Xangô são estas:





  • Afonjá - Afonjá, o Balé (governante)da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.


  • Obá Kosso - Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.


  • Obá Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.


  • Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida , adentrando na terra.


  • Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.


  • Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.


  • Obá Orungã - Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra. Ver mais abaixo.


  • Obá Ogodô - Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.


  • Jakutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.


  • Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em sua forma humana.


  • Olookê - Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.


Elementos do culto





  • Saudação: Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas são reverenciados;


  • Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;


  • Dia da Semana: Quarta-Feira;


  • Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;


  • Elemento Livro: os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;


  • Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;


  • Pedra: Meteorito;


  • Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;


  • Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;


  • Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.


  • Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.


Cuba



Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com S.António





Resumo


Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yoruba. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.



Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paxão, a inteligência e as riquezas





O Orisha


Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedras) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.





Família


Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemaya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi



fonte:Cantiga de Xangô 14 - Oba Sarewa





  • Reginaldo Prandi - Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras.


  • Gisele Cossard - Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas.


  • VERGER, Pierre Fatumbi, Orixás, 6.ed., Corrupio, 2009.

Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher





Mulheres acham que violência doméstica cresceu. E a proteção legal também



Pesquisa nacional do DataSenado, concluída no final de fevereiro, revela que 66% das mulheres acham que aumentou a violência doméstica e familiar contra o gênero feminino, ao mesmo tempo em que a maioria (60%) entende que a proteção está melhor, após a criação da Lei Maria da Penha.


O levantamento sobre violência doméstica contra a mulher já tem tradição no programa de trabalho do DataSenado, que fez a primeira pesquisa sobre o tema em 2005. A cada dois anos o estudo se repete. Em sua quarta versão, os resultados de 2011 indicam que o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha cresceu nos dois últimos anos: 98% disseram já ter ouvido falar na lei, contra 83% em 2009. Foram feitas 1.352 entrevistas, apenas com mulheres, em 119 municípios, incluídas todas as Capitais e o DF.


Para as mulheres entrevistadas, conhecer a lei não faz com que as vítimas de agressão denunciem o fato às autoridades. O medo continua sendo a razão principal para evitar a exposição dos agressores, com 68% das respostas. Para 64% das mulheres ouvidas pelo DataSenado, o fato da vítima não poder mais retirar a queixa na delegacia faz com que a maioria das mulheres deixe de denunciar o agressor.


Do total de entrevistadas, 57% declararam conhecer mulheres que já sofreram algum tipo de violência doméstica. A que mais se destaca é a violência física, citada por 78% das pessoas ouvidas pela pesquisa. Em segundo lugar aparece a violência moral, com 28%, praticamente empatada com a violência psicológica (27%).


Álcool e ciúmes são as causas principais


Entre as mulheres que afirmaram já ter sofrido algum tipo de violência e que citaram, espontaneamente, o motivo da agressão, os mais citados foram o uso de álcool e ciúmes, ambos com 27% cada. Os principais responsáveis pelas agressões, segundo as vítimas, foram os maridos ou companheiros (66% dos casos). Quase a totalidade das entrevistadas, 96%, entende que a Lei Maria da Penha deve valer também para ex-namorado, ex-marido ou ex-companheiro.


A maioria das mulheres agredidas, 67%, afirma não conviver mais com o agressor. Mas uma parte significativa, 32%, ainda convive. E destas, segundo a pesquisa, 18% continuam a sofrer agressões. Dentre aquelas que disseram ainda viver com o agressor e ainda serem vítimas de violência doméstica, 40% afirmaram ser agredidas raramente, mas 20% revelaram sofrer ataques diários.


Medo e rigor da lei seguram denúncias .



O levantamento, finalmente, buscou saber o que pensam as mulheres sobre a nova interpretação da Lei Maria da Penha, estabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro último. A corte entendeu que a lei é compatível com a dos Juizados Especiais, permitindo a suspensão da pena nos casos em que a condenação for inferior a um ano. Quando isto ocorrer, o juiz pode trocar a pena de prisão por uma pena alternativa ou, ainda, suspender o processo. A pesquisa apurou que a maioria das entrevistadas ficou insatisfeita. Para 79%, a decisão enfraquece a lei.


Aumenta informação da mulher e disposição para denunciar violência


O nível de conhecimento das mulheres sobre a Lei Maria da Penha cresceu 15% nos dois últimos anos e alcançou 98%. O levantamento também constatou que a esmagadora maioria das entrevistadas (81%) não pensaria duas vezes para denunciar um ato de agressão cometido contra uma mulher. Desse montante, 63% ainda procurariam uma delegacia de polícia comum, enquanto 24% dariam preferência à delegacia da mulher. Quem usou os serviços da delegacia especializada gostou do atendimento (54% acharam ótimo/bom; 24% regular).


Embora seja muito alto o nível de conhecimento da lei (98%), 63% das mulheres ouvidas consideram que apenas uma minoria denuncia as agressões às autoridades e 41% acha que a mulher não é tratada com respeito no país. O percentual de mulheres que declararam já ter sido vítimas de algum tipo de violência permaneceu igual ao número obtido em 2009: a cada 5 mulheres pesquisadas, uma declara já ter sofrido algum tipo de violência doméstica e familiar.


Quase um terço ainda sofre calada


A pesquisa também procurou avaliar o limite da mulher agredida. As entrevistadas que disseram já ter sofrido algum tipo de violência, foram questionadas: após quantas agressões elas procuraram ajuda? Os resultados: 36% disseram ter procurado ajuda na primeira agressão, mas 29% confessaram não ter procurado qualquer ajuda; 24% pediram ajuda após a terceira agressão, 5% na segunda e 5% preferiram não responder.


Quando questionadas sobre o que fizeram após a última agressão, nada menos que 23% das mulheres ouvidas disseram não ter feito nada. As razões para essa atitude, segundo elas: 31% decidiram não fazer nada preocupadas com a criação dos filhos, 20% por medo de vingança do agressor, 12% por vergonha da violência sofrida, 12% por achar que seria a última vez, 5% por dependência financeira, 3% por acharem que não haveria punição e 17% citaram outros motivos.


As pesquisas do DataSenado são feitas por meio de entrevistas telefônicas, usando levantamentos por amostragem. A população considerada é a população de mulheres com 16 anos ou mais residentes no Brasil e com acesso a telefone fixo, que pode ser residencial ou comercial.


O método de amostragem é por 2 etapas, sendo que a primeira etapa é a seleção de municípios e a segunda é a seleção de telefones fixos. O primeiro estágio é probabilístico, onde os municípios são sorteados com probabilidade proporcional à sua população. São tomados 119 municípios, de todas as regiões, sendo que as capitais são selecionadas com probabilidade um. Como não há cadastro de telefones fixos disponível, o segundo estágio é feito pelo método de cotas, em que os números de telefones são gerados aleatoriamente.


A margem de erro admitida é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança utilizado nos resultados da pesquisa é de 95%. Isso significa que se forem realizados outros 100 levantamentos com a mesma metodologia, aproximadamente 95 terão os resultados dentro da margem de erro estipulada.


Os dados foram coletados no período de 08 a 28 de fevereiro de 2011, totalizando 1.352 entrevistas. Durante a aplicação dos questionários, foi feita a checagem e fiscalização em 20% das entrevistas, realizadas por uma equipe de entrevistadores do Alô Senado, devidamente treinados para esse fim.


OUTRAS religiões: durante a aplicação dos questionários, a pergunta sobre a religião da entrevistada considerou, além de "Católica" e "Evangélica", as respostas "Espírita", "Sem religião ou Ateu" e "Umbanda ou Candomblé", que obtiveram 47 (3,5%), 42 (3,1%) e 3 (0,2%) respostas, respectivamente. Portanto, essas categorias foram agrupadas em "Outras religiões" por não permitiram análises estatísticas devido ao baixo número de respondentes.


Esta pesquisa apenas com estes dados ñ presenta um mapa completo da nossa realidade, visto que o quesito raça cor ñ esta explicito nesta pesquisa...mais não deixa de ser dado preocupante.


fonte:www.senado.gov.br/noticias/opinião publica

domingo, 24 de julho de 2011

UNEGRO DA ADEUS A VERA MENDES ” VERA DO AGBARA




Todos os Blocos Afros do Brasil estão de luto!


Bloco afro fundado no bairro de Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro em 4 de abril de 1982. O nome Agbara Dudu significa em yorubá "Força negra". Considerado o primeiro bloco afro do Rio de Janeiro, ainda que existissem três anteriormente: Afoxé Os Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro (fundado por trabalhadores da zona do Cais do Porto do Rio de Janeiro), Dudu Éwe, do Morro da Mangueira, fundado em 1980 e o Afoxé Terê Babá (fundado no Largo das Neves, em Santa Tereza), todos com características de afoxé, isto é, saiam no carnaval cantando temas de blocos baianos (Afreketê, Olori, Oju-Obá, Muzenza, Malê-Debalê, Badauê e Ijexá Filhos de Gandhi) e músicas ligadas à religião africana, não mantendo trabalhos comunitários ou ações que os fizessem perdurar fora do carnaval. O Bloco Afro Agbara Dudu surgiu com a característica de mantenedor das tradições, mesmo fora do período de carnaval, assim como alguns blocos de Salvador o fazem, entre eles, Olodum, Ilê Aiyê e Araketu. Entre seus fundadores, diretores, compositores e colaboradores diretos estão Reginaldo da Portela, empossado 1º presidente, Vera Mendes (Vera Agbara, 2º presidente), Ednaldo Lima (3º presidente), Zezé Guimarães (presidente), Hélio de Assis (diretor), Luiz Rei, Alcinéia F. Martins, Gabriel Lopes Neto, Rubinho Afro, José Luis, Sérgio Canda, Edejô Eware, Luiz Eduardo, Teresa Lírio, Jaciara, Tia Maria, Hugo Tobias, Mestre Corvo, Darcy do Jongo da Serinha, Tia Ambrosina, Tia Tereza e Tio Nozinho, entre outros. A idéia da fundação do bloco teve início durante a visita da missão cultural da Fundação Leopold Sédar Senghor, na inauguração do Museu do Negro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Tendo como padrinho o bloco baiano Ilê Aiyê, representado por Jetinha e Vovô, os fundadores reuniam-se no Bar do Nozinho, na Estrada do Portela, em Madureira, e entre dois nomes: Omodé (Os filhos do caçador) e Agbara Dudu (A força negra), escolheram o segundo. Sua bandeira traz as cores amarela, vermelha, preta e verde, as mesmas cores da bandeira da unidade africana (sonho de reunir a diáspora africana em uma só nação). A primeira sede foi inicialmente na Portelinha (antiga sede do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela). Os ensaios às sextas-feiras eram transformados em verdadeiros encontros de cultura negra (comida, bebida, roupas, instrumentos, ritmos, ogãs, dançarinas etc) denominado "Terreirão senzala". Nesta primeira sede o grupo deu início aos "Encontros das Entidades Negras", no qual reuniam-se agremiações, artistas e entidades ligadas às artes e à política. Voltado para a comunidade, o grupo passou a desenvolver cursos, oficinas de dança e capoeira, além de debates, encontros e seminários sobre temas negros e afins. Outros eventos importantes desenvolvidos pelo grupo são: "Festiafro" (festival de músicas para a escolha da representante no desfile de cada ano) e "São João rastafari", em junho. Em 1983, foi organizado a "2ª Noite da Beleza Negra", no Clube Renascença, evento homônimo baseado na experiência do bloco padrinho Ilê Aiyê, culminando na escolha da "Rainha negra". Por essa época, o grupo se apresentava em vários eventos dentro e fora do Estado do Rio de Janeiro, destacando-se: "Natal Comunitário no Morro da Serrinha", em Madureira, na Favela da Galinha, em Inhaúma, apresentações nos presídios Milton Dias Moreira, Talavera, Bruce, e Associação dos Ex-alunos da Funabem. O primeiro desfile do bloco aconteceu na Avenida Rio Branco, com o tema "Amor e negritude", apresentando-se ao lado do afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro e do Afoxé Terê Babá. Nos anos posteriores o grupo apresentou vários temas: "Cem anos de abolição", "O negro clama por justiça" e "Yabás - mulher brasileira". Mais tarde o grupo transferiu-se para a sede na Rua Ernesto Lobão, 44, onde continuou o trabalho com as comunidades do em torno. No ano de 1988 o grupo participou da "Caminhada Zumbi dos Palmares", considerada a maior manifestação da comunidade negra contra a farsa da abolição. Em 1992, juntamente com três outros grupo: Lemi Ayó (de São Cristóvão), Òrúnmilá (do Morro da Mineira, no Catumbi) e Dudu Éwe (do Morro da Mangueira) gravou a coletânea Terreiros e quilombos, com o apoio do CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas). Neste LP foram incluídas quatro músicas de compositores do Agbara Dudu: "Mulher negra Yabá" (Alcinéia F. Martins e Gabriel Lopes Neto), "Nação vertente" (Walmir Aragão e Alcinéia F. Martins), "Negritude consciência" e "Arerê", ambas de autoria de Júlio Mendes. Em 1996, em parceria e com o apoio da UERJ, o grupo mudou-se para a nova sede na Rua Carolina Machado, 467, em Madureira, dando prosseguimento às suas atividades de cursos, simpósios, etc. No ano de 2002 o grupo desfilou na Avenida Rio Branco com o tema Agbara-Dudu - 20 anos de resistência.


Vera do Agbara Dudu, grande amiga de militancias e ícone da resistiencia das Artes da Cultura Negra no Rio de Janeiro e de varias gerações; Vera deixou sua marcar, á UNEGRO esta de luto em reverncia a estrela negra que deixou de brilhar entre nos.


http://www.dicionariompb.com.br/abocalivre.wordpress.com


quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Diáspora Músical Negra



Essa breve reflexão tem como intuito abordar, a herança musical africana na diáspora. O Brasil, um país que se frojou a partir do trabalho escravizado foi amplamente influenciado pela cultura negro africana em todoas as suas vertentes. No tocante as diferentes manifestações musicais aqui desenvolvidas, o samba é um dos gêneros musicais mais evidentes, porém, em sua origem esteve o jongo, as tradições ritmicas da religiosidade negra, etc...


Nos EUA, O blues e o jazz são dois bons exemplos de como a musicalidade africana fez raízes em solo norte-americano. Em suas raízes estiveram semelhantemente como aqui no Brasil, as tradições musicais e religiosas africanas. O grito, a voz, o improviso, a dissimulação, etc...foram amplamente utilizados para dar-lhes uma estética musical.




Os ritmos afro-caribenhos, igualmente são outros importantes exemplos dos demais citados. Os jamaicanos fojaram o reggae, popularizando esse país mundialmente. Entre as canções de Marley, Peter Tosh, entre outros estvam mensagens de questionamentos a opressão racial a que eram submetidos, os negros em seu país e no mundo.



De gêneros musicais mal vistos e perseguidos tornaram-se importantes patrimônios culturuais de seus respectivos países. De manifestações musicais marginalizadas e demonizadas, resistiram, ampliaram-se e hoje são importantes referências musicais em todo planeta. Mas é bom não perdermos de vista que todo fruto tem a semente que o originou.

Por: Prof. Jose Geraldo da Costa.

Saravá Terra que eu piso!






Vamos Sarava Terra que eu Piso, aprendi com, os jongueiros de Pinheiral, que é uma das cantigas para iniciarmos o nosso jongo. Sarava-se a terra primeiro, posto que ela tem dono, nela primeiro pisaram nossos ancestrais e é um lugar de retorno. Todo respeito é bom, é uma tradição que vem de longe. O jongo de Pinheiral tem suas origens na tradição jongueira do Vale do Paraíba e dos escravizados da fazenda São José dos Pinheiros, que deu origem ao nome da Cidade de Pinheiral/RJ.

Deparo-me, porém, com indagações do tipo, “O que é o Jongo?”, Aprendi com os mais velhos de Pinheiral a não ser afoito em querer responder indagações como essa. O jongo tem seus encantos, e uma coisa é certa, "Jongo não é Brincadeira e nem é de Caçoada". No jongo dança-se com os ancestrais, reverenciam-se as memórias comunitárias, pois, o jongo esta inserido na sua comunidade de origem. As comunidades jongueiras têm suas particularidades, um olhar atento permite perceber esse aspecto.

“O jongo é um formidável exemplo da capacidade do negro que diante de uma situação adversa teve para resistir e se organizar em todos os aspectos. Nas antigas rodas de jongo, de forma dissimulada, articulavam-se revoltas, fugas, coberturas para negro que tivesse sendo procurado, etc... Resistia-se cantando, dançando, agregando,...No jongo fala-se de fazendas, carreiro, matas, rios, terreiros de café, combinam-se palavras de origens bantu, fala-se de saudades, regozijo, prazeres, encantamento, etc.O universo do jongo é amplo e tudo tem um sentido, não se canta uma cantiga de jongo como quem canta uma música comum, suas canções trazem mensagens que devem ser entendidas pelos jongueiros e isso não é brincadeira, e quase sempre são feitas, sob , a forma de perguntas e respostas".

Os seus frutos são muitos, o samba, em suas origens tem como um de seus pilares, o jongo, muitos jongueiros, cuja origem é do Vale do Paraíba, estiveram entre aqueles patriarcas do samba. Clementina de Jesus, Vovó Maria Joana, Mano Elói,... e muitos outros são bons exemplos. Em uma entrevista do saudoso João do Vale, ele se referiu ao Jongo, com uma expressão cujo significado é "Osso duro de roer", pois é, como diz uma cantiga, “Bota Pó no Coador pra coar Café, ..., Fazenda tão pequenina, terreiro sem fim, to no meio de tanto jongueiro, o que será de mim”..., Vida longa ao jongo.

Negu véi já vai prangola, vou caminhando devaga...



Por: Prof:Jose Geraldo da Costa

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias








Homens brancos são maioria dos transplantados. Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias, segundo Ipea

2011-07-08

Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.

Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.

De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.

Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.

“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.

Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”

“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.

Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.

O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.

De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).

Por: Jose Carlos dos Santos Silva.(rede unegro)




Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...