Michael Jackson fala sobre o Racismo
O talento inquestionável do rei da música pop, Michael Jackson, nos brindou com obras de arte musicais e mega shows, que arrebataram milhares de multidões pelo mundo afora; além do seu marcante carisma pessoal e dedicação profissional.
No entanto, sua condição de homem negro nascido no berço do capitalismo mundial e as transformações que operou em sua imagem, com certeza incomodaram racistas e não racista. Sua ousadia ou patologia imprimiu em um jovem negro a imagem de um homem caucasiano de nariz fino e pele branca. Algumas questões brotam em nossas cabeças: será que Michael quis embranquecer para negar seu sofrimento como negro ou desejou mudar sua imagem por liberdade para ser feliz ao seu modo. Nunca ouvir dizer de um branco que desejou ter imagem de negro, para além do bronzeado tropical, em nossas terras tão homenageado como sinônimo de saúde e beleza. Mas, é de se supor que Michael sabia que não deixaria de ser tratado como negro, apenas porque mudou sua face, em uma sociedade onde as margens do racismo possui um contorno de hereditariedade. Então, mudou para o seu conforto, para seu olhar no espelho.
Eu sei qual é minha raça. Eu olho no espelho, e sei que sou negro', disse Michael Jackson esta terça-feira durante o 'Encontro pela justiça na indústria fonográfica', liderado pela National Action Network (NAT), no Harlem, em Nova York, segundo a MTV News. Anos depois de um nunca plenamente explicado processo de clareamento da pele - a certa altura, Jackson alegou sofrer de vitiligo - o cantor levantou seu orgulho étnico para reforçar a acusação, feita no sábado, de que Tommy Mottola, o todo-poderoso da gravadora Sony, era racista.
A acusação de Jackson veio em meio a uma série de eventos que configuram a mais feroz briga entre artistas e gravadoras que a indústria já viu, na qual o seu caso é apenas o mais... digamos... bizarro. A NAT, liderada pelo reverendo Al Sharpton, que nos EUA é um importante ativista de direitos civis das minorias, começou há algumas semanas uma campanha por um tratamento justo aos artistas negros, alegando que muitos deles morrem na miséria depois de carreiras que só rendem lucros às gravadoras. Jackson se uniu a Sharpton na luta em meio a uma disputa pessoal com sua gravadora, a Sony.
Jackson acusa a gravadora de não ter promovido a contento seu mais recente álbum, 'Invincible', que vendeu dois milhões de cópias nos EUA - menos do que se esperaria de um álbum de Jackson e, sobretudo, de um disco que custou US$ 50 milhões entre produção e marketing. Já foi anunciado por ambas as partes que o contrato de Jackson com a Sony não será renovado depois do lançamento de uma coletânea de maiores sucessos, mas ambos ainda discordam em detalhes. Segundo informações divulgadas pela imprensa americana nunca confirmadas oficialmente, a Sony quer que Jackson lhes pague uma dívida de adiantamentos que pode remontar a US$ 200 milhões; e o cantor quer retomar os direitos sobre os seus catálogos. Diante disso, Jackson tem sido bombardeado por críticas de que seu apoio à NAT seria, na verdade, movido por interesses pessoais. Sobretudo depois que sua acusação contra o suposto racismo de Mottola foi contestado pelo próprio Sharpton e outros nomes importantes da black music, como o empresário Russel Simmons. Segundo a MTV News, sua participação no encontro de ontem foi uma tentativa de reverter essa impressão.
Jackson se diz vítima de conspiração racista - 'Estou cansado de ser manipulado. A imprensa manipula a verdade. Eles são mentirosos. Os livros de História são uma mentira. Vocês precisam saber que todas as formas de música popular, do jazz ao rock ao hip hop e dance, do jitterbug ao Charleston, são negras. Mas vá à livraria da esquina e você não vai ver um negro na capa dos livros. Você vai ver Elvis Presley. Você vai ver os Rolling Stones. Mas onde estão os verdadeiros pioneiros?', disse Jackson às cerca de 300 pessoas presentes ao encontro, acrescentando que Otis Blackwell, autor de clássicos como 'Al shook up', morreu na miséria.
Jackson alegou ainda que o sistema tentou destruí-lo na medida em que ele se tornava mais poderoso. '
Eu quebrei os recordes de venda de Elvis e dos Beatles. Então, começaram a me chamar de aberração, de homossexual, de pedófilo. Disseram que eu clareei minha pele. Fizeram de tudo para jogar o público contra mim. É uma conspiração', alegou.
Por aqui, alguns negros acreditam que o status social e a ascensão, para além do conforto material, produziriam um certo “salvo conduto” nas relações sociais e no acesso as redes entrelaçadas de poder e privilégio. Diferente da experiência pessoal de Michael, que não lhe retirou a condição de negro, alguns acreditam, entre nos, que o verniz socioeconômico produz mudança na forma de tratamento de uma sociedade conservadora e hierarquizada em seus papeis sociais. A experiência que conhecemos fala em outra direção‘‘É a única coisa que eu odeio. Eu realmente odeio. E é por causa disso que eu tento escrever, colocar nas minhas músicas, na minha dança, na minha arte — para ensinar o mundo’’
“Eu realmente não sou uma pessoa preconceituosa de forma alguma. Eu acredito que as pessoas deveriam pensar mais sobre Deus e a criação porque se você olhar dentre as diversas coisas dentro dos corpos humanos — as diferentes cores dos órgãos… e todas essas cores fazem coisas diferentes ao corpo — por que não podemos fazê-lo como pessoas?
Isto (racismo) é a única coisa que eu odeio. Eu realmente odeio. E é por causa disso que eu tento escrever, colocar nas minhas músicas, na minha dança, na minha arte — para ensinar o mundo.
Se políticos não podem fazê-lo, poetas deveriam o colocar na poesia e escritores deveriam o colocar em livros. É o que nós temos que fazer e eu acho que é tão importante salvar o mundo.”
A acusação de Jackson veio em meio a uma série de eventos que configuram a mais feroz briga entre artistas e gravadoras que a indústria já viu, na qual o seu caso é apenas o mais... digamos... bizarro. A NAT, liderada pelo reverendo Al Sharpton, que nos EUA é um importante ativista de direitos civis das minorias, começou há algumas semanas uma campanha por um tratamento justo aos artistas negros, alegando que muitos deles morrem na miséria depois de carreiras que só rendem lucros às gravadoras. Jackson se uniu a Sharpton na luta em meio a uma disputa pessoal com sua gravadora, a Sony.
Jackson acusa a gravadora de não ter promovido a contento seu mais recente álbum, 'Invincible', que vendeu dois milhões de cópias nos EUA - menos do que se esperaria de um álbum de Jackson e, sobretudo, de um disco que custou US$ 50 milhões entre produção e marketing. Já foi anunciado por ambas as partes que o contrato de Jackson com a Sony não será renovado depois do lançamento de uma coletânea de maiores sucessos, mas ambos ainda discordam em detalhes. Segundo informações divulgadas pela imprensa americana nunca confirmadas oficialmente, a Sony quer que Jackson lhes pague uma dívida de adiantamentos que pode remontar a US$ 200 milhões; e o cantor quer retomar os direitos sobre os seus catálogos. Diante disso, Jackson tem sido bombardeado por críticas de que seu apoio à NAT seria, na verdade, movido por interesses pessoais. Sobretudo depois que sua acusação contra o suposto racismo de Mottola foi contestado pelo próprio Sharpton e outros nomes importantes da black music, como o empresário Russel Simmons. Segundo a MTV News, sua participação no encontro de ontem foi uma tentativa de reverter essa impressão.
Jackson se diz vítima de conspiração racista - 'Estou cansado de ser manipulado. A imprensa manipula a verdade. Eles são mentirosos. Os livros de História são uma mentira. Vocês precisam saber que todas as formas de música popular, do jazz ao rock ao hip hop e dance, do jitterbug ao Charleston, são negras. Mas vá à livraria da esquina e você não vai ver um negro na capa dos livros. Você vai ver Elvis Presley. Você vai ver os Rolling Stones. Mas onde estão os verdadeiros pioneiros?', disse Jackson às cerca de 300 pessoas presentes ao encontro, acrescentando que Otis Blackwell, autor de clássicos como 'Al shook up', morreu na miséria.
Jackson alegou ainda que o sistema tentou destruí-lo na medida em que ele se tornava mais poderoso. '
Eu quebrei os recordes de venda de Elvis e dos Beatles. Então, começaram a me chamar de aberração, de homossexual, de pedófilo. Disseram que eu clareei minha pele. Fizeram de tudo para jogar o público contra mim. É uma conspiração', alegou.
Por aqui, alguns negros acreditam que o status social e a ascensão, para além do conforto material, produziriam um certo “salvo conduto” nas relações sociais e no acesso as redes entrelaçadas de poder e privilégio. Diferente da experiência pessoal de Michael, que não lhe retirou a condição de negro, alguns acreditam, entre nos, que o verniz socioeconômico produz mudança na forma de tratamento de uma sociedade conservadora e hierarquizada em seus papeis sociais. A experiência que conhecemos fala em outra direção‘‘É a única coisa que eu odeio. Eu realmente odeio. E é por causa disso que eu tento escrever, colocar nas minhas músicas, na minha dança, na minha arte — para ensinar o mundo’’
“Eu realmente não sou uma pessoa preconceituosa de forma alguma. Eu acredito que as pessoas deveriam pensar mais sobre Deus e a criação porque se você olhar dentre as diversas coisas dentro dos corpos humanos — as diferentes cores dos órgãos… e todas essas cores fazem coisas diferentes ao corpo — por que não podemos fazê-lo como pessoas?
Isto (racismo) é a única coisa que eu odeio. Eu realmente odeio. E é por causa disso que eu tento escrever, colocar nas minhas músicas, na minha dança, na minha arte — para ensinar o mundo.
Se políticos não podem fazê-lo, poetas deveriam o colocar na poesia e escritores deveriam o colocar em livros. É o que nós temos que fazer e eu acho que é tão importante salvar o mundo.”
Michael Jackson
Um Afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:https://mjbeats.com.br