UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Preconceito Racial:Desigualdade Racial na Saúde...



Há algumas explicações para a desigualdade racial na saúde. A primeira é o próprio preconceito: a discriminação aos negros, apesar da miscinegação brasileira, não acabou. A desigualdade econômica pesa, visto que a população negra tem menos poder financeiro para pagar um plano de saúde privado do que a branca. Há também o fato de a informalidade no emprego ser maior entre pretos e pardos – mulheres negras que trabalham como domésticas sem carteira assinada não têm direito a plano de saúde, por exemplo. E há a questão geográfica. "A rede do SUS [Sistema Único de Saúde] está mais presente em regiões de classe média, e a população negra por fatores históricos está concentrada em regiões periféricas", afirma Irineu Barreto, analista do Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo (Seade) que se dedica à pesquisa da desigualdade racial. "E mesmo nas regiões mais pobres a população negra tem mais dificuldade do que a branca. A pobreza é mais cruel para os negros".

É difícil concluir a partir de dados se o racismo na saúde tem diminuído ou aumentado no Brasil porque faltam pesquisas. A PNS de 2015 com detalhamento por raça e cor é a primeira a fazê-lo. Mas há um indício disso nos números sobre mortalidade materna do SUS. Em 2004, 62.659 mulheres morreram em decorrência do parto, das quais 47% eram brancas e 43%, negras, a soma de pretas e pardas. Dez anos depois, em 2014, 63.408 mortes foram registradas. Delas, 42% eram brancas, e 53%, negras. Em um período de dez anos, portanto, não só aumentou o número de mulheres que continuam a morrer de complicações de uma gravidez, a condição da parcela negra piorou enquanto a da branca melhorou. Há a ressalva de que, em 2004, o preenchimento dos dados ainda era precário. Havia médicos que assinalavam "branca" em vez de "preta" ou "parda" ao descrever a paciente na ficha. Naquele ano, as investigações sobre as mortes das mães também eram muito menores. Independentemente de melhorar ou piorar, o fato é que o quadro é grave.

E o governo?     - Era 27 de outubro de 2006 quando o então ministro da Saúde, Agenor Álvares, na abertura de um seminário sobre saúde da população negra no Rio de Janeiro, declarou que havia racismo no SUS. Médicos, por meio de entidades de classe, rejeitaram. O argumento usado pelo Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro era de que a discriminação era social, entre ricos e pobres, e não por cor, semelhante aos argumentos usados em áreas como educação para rejeitar cotas para negros em universidades. O ministro se baseava em dados coletados pela Fundação Oswaldo Cruz. Pesquisadoras analisaram 9.633 prontuários de grávidas e perceberam que, a cada 100 pacientes brancas, 16 não recebiam anestesia. Entre 100 negras, o número subia para 23. Entre pessoas mortas por doenças como tuberculose, aids e hipertensão arterial, o padrão se repetia.

 Ela percorreu o país para estudar políticas públicas, negociar com secretarias de saúde de municípios, mobilizar autoridades para o melhor tratamento do negro na saúde. A conclusão dela é que houve avanço no reconhecimento do racismo como um problema na saúde, mas pouco além disso. "A política não foi implementada como deveria", diz ela. "O Agenor Álvares foi o único a enfrentar o problema com seriedade. Depois dele uns e outros ministros disseram, mas não fizeram nada. O atual [Arthur Chioro] nem sequer responde. Faz cinco anos que a saúde do negro virou lei, e ela continua sendo ignorada".

Procurado  "compreende a situação de vulnerabilidade da população negra" e ressaltou o papel do SUS na "promoção da equidade". O órgão citou alguns dados da PNS para defender a atuação do governo: o acesso à Farmácia Popular, maior entre negros (25,3%)

do que entre brancos (22,1%), e a obtenção de medicamentos via SUS, com negros (35,2%) em vantagem sobre brancos (30,2%). Quanto ao sentimento dediscriminação no sistema de saúde, o ministério acrescentou que 53,9% dos discriminados alegaram como razão falta de dinheiro, 52,5% classe social e 13,6% raça e cor.


Se liga:   A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), instituída em 2009, a "Campanha SUS Sem Racismo", lançada em 2014 com cursos à distância para 5 mil profissionais da saúde em todo o país, e a abertura do segundo edital de pesquisa em saúde da população negra, que vai destinar R$ 2 milhões a pesquisadores, para que descubram maneiras de ajustar o sistema público de saúde para coibir a discriminação. O resultado das ações mencionadas pelo governo poderá ser medido, de modo concreto, só depois de 2018, para quando a próxima rodada da PNS está agendada...

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

Claudia Vitalino.
fonte:www.ceert.org.br/racismo/

sábado, 22 de outubro de 2016

Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra.

SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA   -Na sociedade brasileira, brancos, negros – pretos e pardos – e indígenas ocupam espaços
sociais diferentes, que se refletem nos indicadores sociais: negros e indígenas possuem os piores indicadores de escolaridade, estão inseridos nos piores postos de trabalho e têm menos acesso a bens e serviços sociais. Estas desigualdades levam à miséria material, isolamento espacial e social, e restrições à participação política. Este processo, denominado racismo, enraizou-se na cultura, no tecido social e nos comportamentos da sociedade brasileira (MUNANGA, 2006).

Há uma morte branca que tem como causa as doenças, as quais, embora de diferentes tipos, não são mais que doenças, essas coisas que se opõem à saúde até um dia sobrepujá-la num fim inexorável: a morte que encerra a vida. A morte branca é uma "morte morrida". Há uma morte negra que não tem causa em doenças; decorre de infortúnio. É uma morte insensata, que bule com as coisas da vida, como a gravidez e o parto. É uma morte insana, que aliena a existência em transtornos mentais. É uma morte de vítima, em agressões de doenças infecciosas ou de violência de causas externas. É uma morte que não é morte, é mal definida. A morte negra não é um fim de vida, é uma vida desfeita, é uma Átropos ensandecida que corta o fio da vida sem que Cloto o teça ou que Láquesis o meça. A morte negra é uma morte desgraçada. BATISTA; ESCUDER; PEREIRA, 2004, p.635).

Começamos com uma pergunta
Por que o negro tem menos acesso à saúde do que o branco no Brasil?
A discriminação no sistema público de saúde é mais sentida por negros do que brancos, segundo números da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) revelada em maio, e isso mostra que ela tem caráter racial. De toda a população branca atendida, 9,5% saem da unidade hospitalar com o sentimento de discriminação. O percentual é maior entre pretos (11,9%) e pardos (11,4%), ambas nomenclaturas adotadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cuja soma representa a população negra. Menos pretos e pardos saem com avaliação "boa" ou "muito boa" do atendimento, 70,6% e 69,4%, em relação aos brancos, 73,5% deles satisfeitos. E esses são só os dados menos "objetivos",negros têm desvantagem em todos os quesitos pesquisados pela PNS: consultam menos médicos e dentistas, têm menos acesso a remédios receitados no atendimento, tiveram mais dengue, têm mais problemas de saúde que impedem alimentação, têm menos planos de saúde (exceto quando o empregador paga a conta, outro sinal de desigualdade), usam menos escova, pasta e fio dental.

Há algumas explicações para a desigualdade racial na saúde. A primeira é o próprio preconceito: a discriminação aos negros, apesar da miscinegação brasileira, não acabou.

 A desigualdade econômicapesa, visto que a população negra tem menos poder financeiro para pagar um plano de saúde privado do que a branca. Há também o fato de a informalidade no emprego ser maior entre pretos e pardos – mulheres negras que trabalham como domésticas sem carteira assinada não têm direito a plano de saúde, por exemplo. E há a questão geográfica. "A rede do SUS [Sistema Único de Saúde] está mais presente em regiões de classe média, e a população negra por fatores históricos está concentrada em regiões periféricas", afirma Irineu Barreto, analista do Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo (Seade) que se dedica à pesquisa da desigualdade racial. "E mesmo nas regiões mais pobres a população negra tem mais dificuldade do que a branca. A pobreza é mais cruel para os negros".

É difícil concluir a partir de dados se o racismo na saúde tem diminuído ou aumentado no Brasil porque faltam pesquisas. A PNS de 2015 com detalhamento por raça e cor é a primeira a fazê-lo. Mas há um indício disso nos números sobre mortalidade materna do SUS. Em 2004, 62.659 mulheres morreram em decorrência do parto, das quais 47% eram brancas e 43%, negras, a soma de pretas e pardas. Dez anos depois, em 2014, 63.408 mortes foram registradas. Delas, 42% eram brancas, e 53%, negras. Em um período de dez anos, portanto, não só aumentou o número de mulheres que continuam a morrer de complicações de uma gravidez, a condição da parcela negra piorou enquanto a da branca melhorou. Há a ressalva de que, em 2004, o preenchimento dos dados ainda era precário. Havia médicos que assinalavam "branca" em vez de "preta" ou "parda" ao descrever a paciente na ficha. Naquele ano, as investigações sobre as mortes das mães também eram muito menores. Independentemente de melhorar ou piorar, o fato é que o quadro é grave.

"A redução das desigualdades sociais, considerando como causas determinantes e condicionantes de saúde: modos de vida, trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais, entre outros, podem estar associados ao racismo e a discriminação social"(BRASIL, 2009)

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, ao reconhecer o racismo, as desigualdades étnico-raciais e o racismo institucional como determinantes sociais das condições de saúde da população, elencou os seguintes objetivos específicos:

• Aprimorar os sistemas de informação em saúde pela inclusão do quesito cor em todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS);

• Desenvolver ações para reduzir indicadores de morbimortalidade materna e infantil, doença falciforme, hipertensão arterial, diabetes mellitus, HIV/AIDS, tuberculose, hanseníase, cânceres de colo uterino e de mama, miomas, transtornos mentais na população negra;

• Garantir e ampliar o acesso da população negra do campo e da floresta e, em particular, das populações quilombolas, às ações e aos serviços de saúde; e

• Garantir o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra.

Claudia Vitalino.

fonte:epoca.globo.com\www.opas.org.br

domingo, 16 de outubro de 2016

Haiti.. Caetano Veloso e Gilberto Gil





O território que atualmente corresponde ao Haiti era ocupado por índios arauaques, quando, em 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha. Os espanhóis batizaram o lugar de Hispaniola, ocupando, primeiramente, a porção oriental do território. Escravizaram os índios que ali vivam, e até o final do século XVI, a população nativa foi reduzida em quase toda sua totalidade.

Em 1697, através da assinatura do Tratado de Ryswick envolvendo Espanha e França, a parte ocidental da ilha, onde atualmente fica o Haiti, foi cedida à França, recebendo o nome de Saint Domingue, sendo a mais importante possessão francesa nas Américas, onde ocorreu o cultivo de açúcar com a utilização de mão de obra escrava africana. Porém, os escravos africanos, influenciados pela Revolução Francesa, rebelaram-se em 1791, liderados pelo ex-escravo Toussaint L’Ouverture.

A abolição da escravidão ocorreu no ano de 1794, Toussaint foi nomeado governador vitalício em 1801. No entanto, uma expedição francesa encarregada de reconquistar a ilha prendeu Toussaint, que fora enviado para França, onde morreu em 1803.
Jean-Jacques Dessalines, antigo escravo, deu continuidade ao movimento de resistência, o resultado foi positivo, pois o país obteve sua independência no dia 1° de janeiro de 1804 e passou a se chamar Haiti, sendo a primeira República Negra das Américas e o primeiro país latino-americano a se declarar independente.

A elite, composta por mestiços, ficou insatisfeita com a nova política instalada no país, e, em 1806, tomou o poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti teve sua administração fragmentada, o norte ficou sob domínio de Henri Christophe, o sul foi governado por Alexandre Pétion. Somente em 1820, sob o governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.

Um dos períodos mais conturbados da história do Haiti teve início em 1957. Naquele ano, o médico François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente da nação, instalando um regime ditatorial baseado na repressão militar que perseguiu muitos opositores – inclusive a Igreja Católica –, sua guarda pessoal, os tontons macoutes (bichos papões) eram os responsáveis pelos massacres.

O Papa Doc foi assassinado em 1971, no entanto, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, assumiu a presidência do Haiti, dando continuidade às perseguições. Os protestos populares contra o regime ditatorial se intensificaram, e Baby Doc fugiu para a França em 1986, deixando no poder uma junta chefiada pelo general Henri Namphy.

Sob nova Constituição, realizaram eleições presidenciais livres em 1990, a maioria dos eleitores (67%) optou pelo padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Porém, no mesmo ano, Aristides foi deposto por um novo golpe militar e a ditadura foi novamente imposta no país. A Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Haiti para forçar a volta de Aristides. Somente em 1994, Aristide retornou ao cargo de presidente do Haiti.

Entretanto, os problemas no Haiti persistiram, fazendo com que Aristides fugisse para a África em fevereiro de 2004 e, atualmente, o país sofre intervenção internacional pela ONU.

Além de todos esses entraves políticos, a população haitiana enfrenta vários problemas de ordem socioeconômica. O Haiti é o país economicamente mais pobre das Américas, cerca de 60% da população é subnutrida e mais da metade vive com menos de 1 dólar por dia.
Em janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes. Estima-se que mais de 120 mil pessoas morreram em consequência desse terremoto.

Seis anos após o terremoto, chefe da ONU pede ao mundo que ‘continue ao lado do Haiti’
Na véspera do aniversário de seis anos do terremoto que devastou o Haiti, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon prestou homenagem as mais de 200 mil vítimas que faleceram durante a tragédia, incluindo 102 integrantes da ONU, e pediu nesta segunda-feira (11) que a comunidade internacional continue “ao lado do Haiti” em seu caminho rumo à reconstrução

“Unidos e em solidariedade com todos os haitianos que perderam entes queridos nesta catástrofe, honramos a memória de nossos colegas”, disse Ban, em uma declaração publicada por seu porta-voz.

O chefe da ONU reconheceu que o caminho para a recuperação e o desenvolvimento a longo prazo não é fácil e lembrou dos múltiplos desafios que os haitianos ainda vivenciam, como o deslocamento, a insegurança alimentar e a falta de acesso à água e saneamento. Para isso, pediu a comunidade internacional para continuar a apoiar esses esforços no país.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:www.actionaid.org.br

Racismo é burrice






Racismo É Burrice 

Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos
Do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar
Porque o sangue é mais forte que a água do mar"

Racismo, preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá
Para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente, infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente
Esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão
Na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O que que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil
Porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raíz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse: racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final
Faça uma lavagem cerebral

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Mãe África (Paulo César Pinheiro & Sivuca)

Carta A Mãe África -Compositor: Genival Oliveira Gonçalves


É preciso ter pés firmes no chão
Sentir as forças vindas dos céus, da missão...
Dos seios da mãe África e do coração
É hora de escrever entre a razão e a emoção
Mãe! Aqui crescemos subnutridos de amor
A distância de ti, o doloroso chicote do feitor...
Nos tornou! Algo nunca imaginavel, imprevisível
E isso nos trouxe um desconforto horrível
As trancas, as correntes, a prisão do corpo outrora...
Evoluiram para a prisão da mente agora
Ser preto é moda, concorda? Mas só no visual
Continua caso raro ascensão social
Tudo igual, só que de maneira diferente
A trapaça mudou de cara, segue impunemente
As senzalas são as anti-salas das delegacias
Corredores lotados por seus filhos e filhas...
Hum! Verdadeiras ilhas, grandes naufrágios
A falsa abolição fez vários estragos
Fez acreditarem em racismo ao contrário
Num cenário de estações rumo ao calvário
Heróis brancos, destruidores de quilombos
Usurpadores de sonhos, seguem reinando...
Mesmo separado de ti pelo Atlântico
Minha trilha são seis românticos cantos
Mãe! Me imagino arrancado dos seus braços
Que não me viu nascer, nem meus primeiros passos
O esboço! É o que tenho na mente do teu rosto
Por aqui de ti falam muito pouco
E penso... Qual foi o erro cometido?
Por que fizeram com agente isso?
O plano fica claro... É o nosso sumiço
O que querem os partidários, os visionários disso
Eis a questão...
A maioria da população tem gueto fobia
Anormalia sem vacinação.
E o pior, a triste constatação:
Muitos irmãos, patrocinam o vilão...
De várias formas, oportunistas, sem perceber
Pelo alimento, fome, sede de poder
E o que menos querem ser e parecer...
Alguém que lembre, no visual você.

( Refrão 2x ) (Colagem: A Carne - Ellen Oléria)
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra

Os tiros ouvidos aqui vêm de todos os lados
Mas não se pode seguir aqui agachado
É por instinto que levanto o sangue Banto-Nagô...
E em meio ao bombardeio
Reconheço quem sou, e vou...
Mesmo ferido, ao fronte, ao combate
E em meio a fumaça, sigo sem nenhum disfarce


Pois minha face delata ao mundo o que quero:
Voltar para casa, viver meus dias sem terno
Eterno! É o tempo atual, na moral
No mural vedem uma democracia racial
E os pretos, os negros, afro-descendentes...
Passaram a ser obedientes, afro-convenientes.
Nos jornais, entrevistas nas revistas
Alguns de nós, quando expõem seus pontos de vista
Tentam ser pacíficos, cordiais, amorosos
E eu penso como os dias tem sido dolorosos
E rancorosos, maldosos muitos são,
Quando falamos numa mínima reparação:
-Ações afirmativas, inclusão, cotas?!
-O opressor ameaça recalçar as botas..
Nos mergulharam numa grande confusão
Racismo não existe e sim uma social exclusão
Mas sei fazer bem a diferenciação
Sofro pela cor, o patrão e o padrão
E a miscigenação, tema polêmico no gueto
Relação do branco, do índio com preto
Fator que atrasou ainda mais a auto-estima:
-Tem cabelo liso, mas olha o nariz da menina
O espelho na favela após a novela é o divã
Onde o parceiro sonha em ser galã
Onde a garota viaja...
Quer ser atriz em vez de meretriz
Onde a lágrima corre como num chafariz
Quem diz! Que este povo foi um dia unido
E que um plano o trouxe para um lugar desconhecido
Hoje amado (Ah! muito amado..), são mais de quinhentos anos
Criamos nossos laços, reescrevemos sonhos
Mãe! Sou fruto do seu sangue, das suas entranhas
O sistema me marcou, mas não me arrebanha
O predador errou quando pensou que o amor estanca
Amo e sou amado no exílio por uma mãe branca

( Refrão 2x )
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra


REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O outubro rosa: Câncer de mama: risco de mulheres negras é maior antes dos 40 anos...

O outubro rosa é uma campanha que acontece no mundo inteiro e tem o objetivo de
alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Esta campanha acontece desde 1997 e  tem como simbolo o laço cor de rosa.



Para além de monumentos iluminados com luz rosa (e o uso comercial que algumas empresas fazem, óbvio), existe um pano de fundo muito importante: o câncer de mama é a segunda maior forma de morte da mulher brasileira, são mais 12 mil mulheres mortas por ano a cada ano, além de quase 60 mil novos casos (Dados do Instituto Brasileiro de Câncer). 

Recentemente, descobri que o índice de mortalidade de mulheres negras vítimas de câncer de mama é maior, ainda que este tipo de câncer atinja em maior número as mulheres brancas. De acordo com TheLedger.com, a taxa de mortalidade para as mulheres negras com câncer de mama é 60% maior. São cerca de 56,8 mortes por 100 mil, enquanto entre as mulheres brancas média 35,6.

Logo pensei que este índice tinha relação apenas com as maiores dificuldades de acesso que às mulheres negras têm aos serviços de saúde, devido às condições socioeconômicas que somos submetidas: nossos salários são menores, nossa carga horária de trabalho é maior, o índice de escolaridade é menor.

Entre 5% e 10% das mulheres têm câncer de mama por conta do fator hereditariedade.

São genes anormais que passam de mãe para filha, sendo formados por DNA (ácido desoxirribonucleico) – material que contém instruções para a síntese de proteínas e sua replicação.
As proteínas, por sua vez, controlam a estrutura e o funcionamento de todas as células que formam o corpo humano. Sendo assim, qualquer anormalidade no DNA leva a um crescimento desordenado das células.

Estudo publicado no jornal Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention revela uma mutação genética que acomete famílias afrodescendentes. Especificamente, mulheres negras têm mais chances de serem diagnosticadas com câncer de mama do que mulheres brancas antes dos 40 anos.
Cientistas supõem haver mais genes anormais associados ao câncer de mama do que os conhecidos BRCA1 e BRCA2. Esses genes são considerados supressores de tumor. Em células normais, contribuem para a estabilidade do material genético.

Quando sofrem mutações, aumentam os riscos de a paciente desenvolver câncer de mama e

de ovário. Através de um exame de sangue periférico (comum) e do preenchimento de um questionário para testes genéticos, a paciente saberá se carrega ou não uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2.

No estudo Jewels in Our Genes, pesquisadores investigaram o DNA de mais de cem famílias afrodescendentes que desconheciam qualquer anormalidade nos genes BRCA1 e BRCA2. Entre as participantes havia 179 mulheres que tinham sido diagnosticadas com câncer de mama e 76 de suas irmãs, que nunca tinham sido diagnosticadas.


Os pesquisadores encontraram três regiões anormais do DNA. De acordo com Heather
Ochs-Balcom, coordenadora do estudo na Universidade de Buffalo (Estados Unidos), a descoberta dessas regiões levanta a possibilidade de haver genes de câncer de mama ainda não descobertos e que estão relacionados à raça.

Como as pessoas não podem mudar a genética, mulheres negras devem estar mais atentas à prevenção do câncer de mama, que inclui – além dos exames preventivos – manter um peso saudável, se exercitar regularmente, limitar o consumo de álcool, evitar gordura trans, alimentos processados, muito sal e açúcar na dieta, e não fumar.

Prevenção é Tudo...
De acordo com a American Cancer Society, cerca de 80% das alterações submetidas à biópsia por agulha (mamotomia) são consideradas benignas. Na opinião da doutora Vivian Schivartche, especialista em diagnósticos de câncer de mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, o rastreamento mamográfico deve começar aos 40 anos. Entretanto, é importante estar sempre alerta porque há mulheres que notam o aparecimento de um nódulo no seio antes disso.

"Hoje em dia, as pacientes contam com recursos diagnósticos de ponta. A tomossíntese, ou mamografia tomográfica, proporciona aumento de sensibilidade (maior detecção de câncer) e especificidade (menos falso-positivos e imagens que simulam tumores, mas são apenas tecido normal superposto).

Como esse exame permite distinguir entre as imagens verdadeiramente suspeitas e aquelas provocadas apenas por superposição de estruturas normais, uma importante vantagem é a redução do número de biópsias. Esse dado é bastante relevante, haja vista que mais e mais pacientes têm sido poupadas de procedimentos complexos que acabam gerando estresse e desgaste emocional”, diz a médica.

De acordo com a especialista, além de aumentar a detecção do câncer da mama, a tomossíntese possibilita a detecção de tumores menores, fato que tem implicação direta
tanto na sobrevida quanto na qualidade de vida das pacientes. "Tumores menores permitem a realização de cirurgias menos mutilantes e a um custo consideravelmente mais baixo de tratamento.


Se liga meninas:
Os seios das mulheres negras são mais densos- O significado prático disso é que a detecção do câncer na mamografia é mais difícil. Os seios mais densos também aumentam o risco de desenvolvimento de câncer.

Triplo negativo- Um tipo de câncer chamado “triplo negativo” é 2 vezes mais comum em mulheres negras. Este tipo específico de câncer cresce e se espalha rapidamente e não é tratável por hormônios como o estrogênio, progesterona. A questão é que estes são os hormônios geralmente utilizados na terapia hormonal para tratar o câncer de mama.

Mulheres Negras ter câncer de mama em idades mais precoces- As mulheres negras podem apresentar diagnóstico de câncer antes dos 30 anos. O problema é que as diretrizes de prevenção e detecção precoce no Brasil, um país em que a maioria das mulheres são negras, indica que a mamografia de rotina para mulheres entre 50 e 69 anos.

Ou seja, não há um recorte racial nas ações educacionais e preventivas. Mesmo para mulheres negras que tem acesso à informação este dado não é conhecido.

É fundamental que o SUS adote uma ação preventiva com recorte racial e as mulheres negras possam ter exames adequados ainda mais cedo.

- "Tudo isso tem impacto na qualidade de vida da paciente e deve ser priorizado sempre

que possível. Com esse exame, há melhor definição das bordas das lesões, proporcionando melhor caracterização de seu aspecto benigno ou maligno. Também é possível obter melhor detecção de lesões sutis e saber exatamente onde, na mama, a lesão está.”

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

Fonte: Portal Segs/UNEGRO SAUDE

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Manoel Bonfim:Pensadores da Pátria convenientimente esquecido...

Ao desembarcarem na América, os espanhóis encontraram aí dois impérios [Inca e
Asteca], cujo estado de civilização era superior ao da Europa central no século IV, ou no V. [...] se estes povos puderam [...] alcançar o grau de organização social em que estavam, poderiam muito bem avançar até chegar ao mesmo estado de civilização e cultura de que se orgulham os europeus. 

Manoel Bonfim.

Esquecido pela historiografia oficial brasileira, mais de 100 anos depois o pensamento de Manoel Bonfim em “A América Latina – Males de origem” é tanto atual quanto pertinente. Um homem à frente de sua época, no início do século passado seus estudos já apontavam para a consciência ambiental, o homem cordial brasileiro, a defesa do miscigenamento contra o então arianismo na moda e criticava o surgimento do imperialismo norteamericano. Ele é pioneiro nos estudos latinoamericanos no Brasil, além de antecipar várias ideias depois defendidas por renomados intelectuais. Não foi à toa que ninguém menos que o gênio de Darcy Ribeiro, que o chamou de grande intérprete do processo de formação do povo brasileiro, prefaciou em seu clássico: “… nossos males não vêm do povo. São, isto sim, produto da mediocridade do projeto das classes dominantes que aqui organizaram nossa sociedade em proveito próprio, com o maior descaso pelo povo trabalhador, visto como uma mera fonte de energia produtiva, que ele podia desgastar como bem quisesse”, diz Darcy, reforçando as teses de Bonfim.

Manoel Bonfim defende os índios, contra o extermínio dos nativos que têm todo o “conhecimento de uma perfeita adaptação à natureza americana”. Os defende devido à “necessidade orgânica” a “um amor violento à liberdade” indígena, e complementa afirmando que não os falta nenhuma das qualidades susceptíveis de cultura – “nem atividade intelectual, nem inclinação social”. Caracteriza o povo brasileiro com uma grande plasticidade intelectual e sociabilidade muito desenvolvida, “qualidades preciosas para o

progresso”. E já alfineta o neoliberalismo naquele período, ao dizer que a fórmula liberdade de comércio nada mais é que as nações mais fortes mascarando seus privilégios exploradores.
A integração dos países de nosso continente, primeiro tentada por Simon Bolívar e depois por Che Guevara, também é dada como solução contra a opressão que os sulamericanos sofrem desde antes do nascimento de suas nações. “Os americanos do Sul não se conhecem uns aos outros, como não conhecem aos próprios compatriotas. É noção que ainda não entrou no ânimo das gentes letradas deste continente – que é possível aprender fora dos livros”. “É preciso considerar que há entre essas nacionalidades sul-americanas uma certa homogeneidade de sentimentos, ou que, pelo menos, não existe nenhuma incompatibilidade de raça ou de tradições, que as impeça de se unirem e se acordarem para a resistência”, reclama o antropólogo.


[...] é preciso considerar que há entre estas nacionalidades sul-americanas uma certa homogeneidade de sentimentos, ou que, pelo menos, não existe nenhuma incompatibilidade [...] que as impeça de se unirem e se acordarem para a resistência.”
Manoel Bonfim.

Seus estudos, que recorrem a diversos campos do conhecimento, buscam as raízes dos problemas e não os sintomas. Nepostismo e clientelismo não fogem à sua vista, ao apontá-los como vícios enraizados nos nossos costumes por meio das relações sociais durante a colonização. “Tradição tirânica e espoliadora do estado brasileiro”, com privilégios que se opõem ao progresso, também não passam despercebidos, assim como as oligarquias. Como deixa claro na introdução de seu livro, o escritor assume suas opiniões ao criticar as “hipócritas imparcilidades do meio acadêmico”.

Suas críticas são ácidas em relação às análises feitas por estrangeiros sobre a América Latina, pois, segundo ele, são firmadas nas mais ligeiras aparências sem fundamentos nas raízes históricas, pegando uma série de sintomas de atraso e os apresentando como causas. Isso pode ser visto hoje na tendência editorial de todos os meios de comunicação tradicionais em nossa região, quando a pauta é relacionada aos países da América Latina. Nesse sentido, ele volta à história da Espanha e Portugal, passando pela Inqusição, escravidão, e outras instiuições que fizeram parte da construção de nossos países, e atribui a origem de nossos problemas como reflexo das atitudes dos colonizadores. É na história que ele desenvolve sua principal tese, associada à biologia, ao definir a degeneração das colônias luso-espanholas como “parasitismo depredador”.

“Não há na história da América Latina um só fato provando que os mestiços houvessem degenerado de caráter, relativamente às qualidades essenciais das raças progenitoras. Os defeitos e virtudes que possuem vêm da herança que sobre eles pesa, da educação recebida e

da adaptação às condições de vida que lhes são oferecidas”. E complementa: “Enquanto houve riqueza acumulada, ele foi depredador, guerreiro, conquistador. Esgotaram-se as riquezas, ele fez-se imediatamente sedentário. Colheu os restos de populações índias sobreviventes às matanças, escravizou-as e fê-las produzir riquezas para ele – cavando a mina ou lavando a terra”, afirma o intelectual.

Desde então o parasitismo normalizou-se, entrou nos costumes, como a coisa mais natural da vida, dizia. Séculos depois, pode-se dizer que a burguesia continua parasitando nos monopólios e comércios privilegiados, vide o caso Palocci, que expõe toda uma engrenagem promíscua. Do que ele chama de “tirania e autoritarismo egoístico-conservador, – essencial e característico das classes parasitárias, para reduzir a massa popular à ignorância e abjeção” – Bonfim pula para a educação popular como remédio para os nossos povos. Com uma clarividência notável, após apontar as mazelas históricas que realimentam a desigualdade em nossa região, ele aponta a educação popular como indispensável em nosso esforço de autosuperação. Segundo ele, em nossa cultura, principalmente por meio da educação, sempre houve “um conservantismo essencial, mais afetivo que intelectual”. O bacharelismo, nesse sentido, se impõe por força da tradição como um dos problemas principais.

“São nações, estas, em que tudo está por fazer, a começar pela educação política e social das populações”, diz em seu livro. “Não se gasta nem um vintém para fomentar a instrução da massa popular, cuja ignorância é indiscutível, e é ao mesmo tempo a causa primeira dessas desordens, e de males certos, fatais, mais graves ainda que esses males problemáticos”, complementa o escritor. Trazendo para hoje sua reflexão, vale observar que no Rio de Janeiro o orçamento principal é direcionado para a pasta de segurança pública enquanto a educação, que inclusive seus professores estão realizando manifestações para denunciar o descaso das autoridades e a falta de recursos, fica a segundo plano. Ele clama pela redenção social contra o monopólio do saber, a emancipação pela crítica, em combate a um “mal orgânico” da herança da nossa educação social e política imposta pela opressão parasitária.

“Obstinam em curar os sintomas, desprezando as causas dos males sociais. Pretendem a conciliar antagonismos: república, democracia e liberdade – e ignorância”. Em outra passagem ele observa: “O progresso há de ser da própria sociedade, no seu todo; e isto só se obtém pela educação e cultura de cada elemento social. Não se eleva o meio sem melhorar os indivíduos; não há progresso para quem seja incapaz de compreendê-lo e desejá-lo, prevê-lo e buscá-lo”. Instruir, para ele, é fazer pensar.

Um dos caminhos apontado para a conquista de avanços seria uma espécie de auto consciência oligarquica, com a classe dirigente se esforçando sobre si mesma para vencer a influência do passado que nelas revive “adotando um programa inteiramente oposto ao que, consciente ou inconscientemente, vêm seguindo até hoje”. Pois, na sua opinião, vivendo parasitariamente as classes dominantes perderam todas as qualidades de caráter, moralidade e inteligência: “quanto mais se corrompiam mais conservadoras se faziam”. Na sua concepção, o dever supremo das posições dominantes é suprimir a injustiça, quanto possível, defender a liberdade e estabelecer a igualdade. Bonfim já pensava no socialismo, antes da revolução russa.

Na conclusão do clássico “América Latina – males de origem”, ele sustenta que na economia social de nossa época, dizer país de analfabetismo é dizer país de miséria, pobreza e degradação. Por isso, defende o intelectual, é preciso oferecer uma instrução que “eles

desconhecem e os reerguerá, e começar pelo princípio: difusão do ensino primário”. Ele menciona também a imprensa e principalmente a criação de universidades populares – “verdadeiramente populares,e não arremedos de academias, de onde o povo foge, e com razão” – para contribuírem na construção do progresso social.
“Da própria obra virá auxiliar aqueles que a conduzem; da cooperação das ideias nascerá a cooperação das vontades. A sociedade que pretende durar deve não só organizar o presente como também preparar o futuro”, esclarece o pensador esquecido.


Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:www.insular.com.br/loja3/product_info.php/

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