UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

domingo, 23 de junho de 2013

Os protesto no Brasil e a população negra ,favelados nas lutas diarias

Qual a parte que te cabe neste latifúndio...Os protestos no Brasil em 2013 são os maiores protestos já realizados no Brasil desde o Fora Collor em 1992 com os caras-pintadas, que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
Tiveram como ponto de partida a luta contra o aumento de tarifas de transportes coletivos em várias cidades brasileiras.


As manifestações iniciaram devido ao aumento nos valores do transporte público, se intensificaram devido à agressividade policial, e nas cidades que conseguiram as reduções pedidas, os protestos continuaram com temáticas diversas.
As manifestações tiveram duas fases demarcadas por características distintas, mas ambas organizadas via comunidades online, principalmente o Facebook que já discutia, estre outros temas :CORRUPÇÃO,VIOLÊNCIA POLICIAL EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE NAS FAVELAS ENTRE OUTRO TEMAS,PEC 37 mais principalmente pelo "Movimento Passe Livre "(MPL); e focadas em solucionar o aumento dos preços das taxas de transportes anunciadas.Graças a esta postura, a mídia resolveu noticiar sobre, o que eles classificaram como "vandalismo".

Como resposta e insatisfação, na quinta-feira da mesma semana, dia 13 de junho os protestos espalharam-se para mais cidades chegando a Natal, Porto Alegre, Santarém, Maceió, Rio de Janeiro, Sorocaba. Em S.Paulo, a houve uma represália policial excessiva, que causou muitos feridos, incluindo vários jornalistas, que gradualmente mudaram o discurso, e começaram a atacar a postura policial. Neste protesto, houveram mais de 300 pessoas detidas, mais de 100 delas "detidas para averiguação", prática comum em ditaduras, já que não há flagrante, e muitas delas foram detidas por portarem vinagre, substância legalmente permita no Brasil. Devido a violência, comportamento da mídia, e outros fatores, depois desse dia houve um crescimento exponencial do número de participantes nas manifestações.

Direitos envolvem saúde, educação, transporte, democracia, liberdade, respeito às minorias.A mídia corporativa sempre vai arranjar quem fale em seu nome. Sempre vai encontrar formas de inserir suas pautas vazias às manifestações. Nosso papel é continuar focando nas nossas verdadeiras pautas e denunciar toda e qualquer tentativa de esvaziar o movimento. Não podemos admitir que quem ontem se referia a nós como vândalos desocupados, hoje queira determinar sobre o que protestamos. Não é contra a corrupção, imprensa comercial. É por direitos.
Grupos apartidários e multipartidários
A maioria dos manifestantes considerava a presença de bandeiras de partidos um comportamento oportunista. Há analistas e colunistas que tendem a criticar a evolução das manifestações e alegam que há grupos específicos com o intuito de tomar para si a pauta de demandas. Houve, por exemplo, críticas à mobilização recente de membros da CUT,MST e PT. Os que portavam bandeiras, por outro lado, questionavam a intolerância às bandeiras partidárias.Muitos defendem a presença de partidos em manifestações e criticam o teor anti-partidário existente. No entanto, ainda não está claro se o movimento seria majoritariamente apartidário ou anti-partidário. Também há analistas a alertar que essa mobilização social pode ser tomada por grupos anti-democráticos e fascistas. Por outro lado, há também analistas que explicam que apartidarismo não seria um posicionamento próximo do fascismo. Apesar da presença de grupos fascistas nas manifestações, a grande maioria das pessoas não possuía um posicionamento político claro. Nas palavras de um comentarista, “feministas, negros, gays, lésbicas, sem-teto sempre denunciaram a violação de seus direitos pelos mesmos fascistas que, agora, tentam puxar a multidão para o seu lado”. No entanto, a disputa para a absorção dessa massa insatisfeita já começou e não se sabe se essa massa será facilmente manobrável em direção a determinada ideologia ou se a mesma reivindicará por mudanças fora do espectro partidário. Mas está claro que há um déficit de democracia participativa que vai ter que ser resolvido.

Gente em primeiro lugar, não são apenas protestos que resolvem mais logico repito da o recado para nossos governantes. Infelizmente a corrupção envolve consciência individual e coletiva e boas escolhas nas urnas. Se você vota em corruptos, não adianta ir pra rua depois. Mas independente do seu voto, você pode sim aderir a lutas concretas. Em segundo lugar, as manifestações e necessária e só não uma pessoa totalmente alienada não consegue enxergar o que de fato nos oprime. Estamos falando de anos e anos de direitos cerceados, educação sucateada, transporte público caro e ruim, saúde precária, falta de democracia e centenas de outros pontos que independem da corrupção.

Como noções sobre o espaço urbano brasileiro são influenciadas por concepções hegemônicas de raça? Como concepções hegemônicas de raça matizam a compreensão do espaço urbano? Ás formas injustas como em geral opera em relação a não-brancos e pobres é desafio frontal a representações normalizadas, privilégios e estruturas de poder que definem as desigualdades sociais profundamente racionalizadas em nosso pais.


Quais são as conseqüências políticas do círculo cognitivo que existe entre raça e espaço urbano no contexto brasileiro? Essas três perguntas tentam responder à questão mais óbvia e fundamental.
A indignação vinha, em grande medida, com a forma pela qual os manifestantes estão sendo tratados...por que nos afro descendente somos tratados assim cotidianamente pela forças policiais nas favelas e nas ruas, nos luta por igualdade de direitos freqüentemente reprimidas, embora perfeitamente justas, entre negritude e favela. Em outras palavras, o uso da truculência rompe com a compreensão hegemônica de espaços urbanos radicalizados definidos a partir de atividades ilícitas e de moradores desprovidos de agência política legítima.
Logico que somos contra a usurpação dos cofres públicos, mas a corrupção é o menor dos problemas, o Maracanã não virou o estádio europeu que virou por causa de corrupção, e sim pelas exigências da Fifa e da iniciativa privada. As pessoas não são removidas de suas casas por causa dos super empreendimentos e sim por uma política de higienização e marginalização cada vez maior da nossa população. Os favelados não são alvos de violência diária por culpa da corrupção, mas sim por uma política de criminalização da pobreza por certas partes parte dos governos. Os manifestantes não são reprimidos violentamente por causa da corrupção, e sim por uma cultura policial que nunca foi discutida em nosso país, que é a da repressão.

Finalizando:
Nossa luta é por direito a saúde de qualidade, educação, transporte, democracia, liberdade

aos movimentos sociais, respeito às minorias.A mídia corporativa sempre vai arranjar quem fale em seu nome. "Sempre vai encontrar formas de inserir suas pautas vazias às manifestações. Nosso papel é continuar focando nas nossas verdadeiras pautas e denunciar toda e qualquer tentativa de esvaziar o movimento democrático. Não podemos admitir que quem ontem se referia a nós como vândalos desocupados, hoje queira determinar sobre o que protestamos e que rumo tomara o nosso movimento "(Disse Ilram- coordenador estadual da UNEGRO/RJ)

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Brasil e Moçambique...

Ao longo dos seus quatro séculos de presença em território africano, a primeira vez que Portugal teve que enfrentar guerras de independência, e forças de guerrilha, foi em 1961, na Guerra de Independência de Angola. Em Moçambique, o conflito começou em 1964, resultado da frustração e agitação entre os cidadãos moçambicanos, contra a forma de administração estrangeira, que consideravam ser exploratória e de maus tratos, e que só defendia os interesses econômicos portugueses na região. Muitos moçambicanos ressentiam-se das políticas portuguesas em relação aos nativos, que eram discriminatórias, tradicionais e que limitavam o acesso à educação, ministrada pelos portugueses, e ao emprego qualificado. Influenciados pelos movimentos de autodeterminação africanos do pós-guerra, muitos moçambicanos tornaram-se, progressivamente, nacionalistas e, de forma crescente, frustrados pelo contínuo servilismo da sua nação às regras exteriores. Por outro lado, aqueles moçambicanos mais cultos, e integrados no sistema social português implementado em Moçambique, em particular os que viviam nos centros urbanos, reagiram negativamente à vontade, cada vez maior, de independência. Os portugueses estabelecidos no território, que incluíam a maior parte das autoridades, responderam com um incremento da presença militar e com um aumento de projectos de desenvolvimento...

RIO - Os velhos baobás africanos suscitam a impressão de serem testemunhas de tempos imemoriais. Segundo a crença, eles proporcionam bênção. Não à toa os baobás são uma das poucas espécies preservadas em Moçambique e é sob sua sombra que decisões são tomadas, negócios são fechados e pedidos são feitos. A crendice tem ajudado os moçambicanos a superar enormes adversidades. É que o país esbanja riqueza natural, mas convive com indicadores socioeconômicos nada auspiciosos.

Um desafio comum, uma língua em comum e uma solução comum: assim é a cooperação Sul-Sul para aumentar o controle de armas em Moçambique.

Quando a Guerra civil chegou ao fim em 1992, o governo de Moçambique prometeu livrar o país das armas de fogo. Apesar de bem-sucedidas campanhas terem retirado mais de 260 mil armas das mãos dos ex-combatentes, cerca de 1,4 milhão de armas continuam circulando ilegalmente no país.

Em resposta a esse desafio, o governo de Moçambique se comprometeu a aumentar o controle sobre os estoques de armas do Estado e da população civil. Assinada em 2007, a Lei de Controle de Armas moçambicana forneceu as bases legais para acelerar esses esforços. A lei unificou a legislação sobre controle de armas do país refletindo as obrigações do governo com as convenções regionais e internacionais que tratam do tema.

O problema, no entanto, é que só existem 5000 armas de fogo registradas nas bases de dados do governo e, como o acesso e a análise dos dados relativos a armas de fogo no país são limitados, responsabilizar os donos de armas de fogo tem sido difícil.
O país está entre os cinco piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, de 0,47, convive com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de US$ 450, a expectativa de vida é de 52 anos, 66% da população são analfabetos e, para completar o quadro, mais de 10% dela têm o vírus HIV.Foi no século XV que os colonizadores portugueses desbravaram a costa oriental da África — durante viagem de Vasco da Gama rumo à Índia. Recentemente, especialmente nos últimos dez anos, o quadro mudou. Moçambique vem sendo revisitado, só que agora por empresas brasileiras. Com projetos superiores a US$ 770 milhões, o Brasil se tornou, este ano, o maior investidor estrangeiro, superando Portugal

Aos olhos dos moçambicanos, a redescoberta do país pelo Brasil é vista como uma forma de apaziguar a miséria. Os investidores, por sua vez, estão ávidos mesmo é pela real possibilidade de expansão comercial e, sobretudo, esperam que o país seja uma espécie de
trampolim para mercados mais pujantes, como é o caso da China.

A savana moçambicana é vista como ‘sob medida’ para os agricultores brasileiros. A primeira razão é a semelhança climática com o cerrado. A segunda é que o programa de cooperação Pró-Savana, da Embrapa, repete o modelo Brasil-Japão, que mudou o cenário no Centro-Oeste brasileiro com a implantação de monoculturas voltadas à exportação.

— Estão reproduzindo exatamente a mesma fórmula do cerrado brasileiro. Calculamos as mesmas consequências futuras. Este modelo implica uma série de mudanças sociais em relação aos pequenos produtores rurais e cria para o país a dependência em relação ao preço de algumas commodities específicas  como a soja — afirma a cientista política Ana Saggioro Garcia, doutora em relações internacionais pela PUC-Rio, comentando que outro foco de inquietação é a tão esperada geração de emprego. — Não há mão de obra local capacitada, o que faz as multinacionais importarem funcionários. E quem chega ganha salário mais alto do que os moçambicanos, o que gera bastante inquietação.
A mudança na paisagem de Moçambique já está em curso. As machambas — como são conhecidas as roças familiares dos moçambicanos — já estão disputando espaço com grandes plantações de florestas, especialmente eucaliptos e pinus. A previsão do governo do presidente Armando Guebuza é que, já no próximo ano, grandes produções agrícolas passem a mudar definitivamente o cenário do país.
— Nosso papel é desmistificar. Tudo está por ser feito e Moçambique ainda opera com espasmos de economia organizada. É um trabalho de formiguinha, de conhecimento — afirma Shalom Confessor, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Moçambique, com sede no Espírito Santo, para quem as oportunidades se espalham do setor de pedras ornamentais ao da beleza feminina.

Há agricultores brasileiros, porém, que não acham o negócio tão bom assim. Acostumados a serem donos das terras, muitos se sentem pouco à vontade para cultivar áreas que, no fim das contas, não são de sua propriedade, embora possam atuar por um século. Alegam ainda a dificuldade de, sem título da propriedade, obter crédito para tocar lavouras dispendiosas, como a do algodão, que consome toneladas de pesticidas. No fim das contas, resta ainda preocupação com a estabilidade política do país.

Nova fronteira agrícola do mundo, Moçambique tem 36 milhões de hectares de terra arável, dos quais cinco milhões são explorados, sem contar as terras com potencial de irrigação. Nada menos que 80% de sua população, de 23 milhões de habitantes, vivem no campo, mas o modelo é o de agricultura de subsistência. Apenas 3% da produção agrícola é comercializada. O resultado é que o país não produz o suficiente para alimentar sua população. Só de arroz, importa 360 mil toneladas por ano, o equivalente a cerca de 40% do que consome.

— O problema não é somente ambiental, mas também social. O modelo convencional de agricultura, dependente de insumos externos, como adubos e agrotóxicos, endivida pequenos agricultores — avalia a agrônoma paulista Flávia Londres, que esteve em Moçambique, em outubro.
A discussão está causando rebuliço no país. A União Nacional de Camponeses de Moçambique publicou, recentemente, uma carta analisando o Pró-Savana. Os agricultores reclamam de falta de informação e transparência dos governos envolvidos e questionam a expropriação de camponeses que vêm ocorrendo, criando levas de sem-terra que não existiam no país.

Não se pode negar que a chegada de empresas brasileiras e de outras nacionalidades acelera o crescimento econômico. Mas, para o pesquisador moçambicano Marques Rafael, a relação entre os dois países pode se converter num modelo de neocolonialismo:

— Antes, sabíamos quem eram nossos dominadores. Agora, o país está aberto a empresas e ao capital estrangeiro


A história de Moçambique está sendo reescrita e, segundo a Ernst & Young, os novos capítulos dessa história incluem “crescimento econômico, progresso, potencial e rentabilidade”. A presença do Brasil em Moçambique está inserida nesta reviravolta.


Um afro abraço.
fonte:PNUD/ Infoglobo Comunicação e Participações S.A/wikipedia.org/

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Analisando o Movimento Passe Livre


A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de (in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tornam-se cada vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.

O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta forma, estudar os mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.

O ESTOPIM: "A bandeira dos 20 centavos!?!?!?"

Não é mesmo; seria ridículo imaginar toda essa movimentação por causa de 20 centavos...  Nesse caso, forma é conteúdo. Nosso governador(Sergio Cabral) disse que o movimento  é apenas de vândalos que afrontam a noção e a democracia,mais não era quando ele organizou o movimento o petróleo e nosso para encher os cofres do estado do RJ. Também os que são chamados de “pacíficos” entendem que podem violar a Constituição sem dever satisfações a ninguém. Eles se negam até a negociar.

Há um engano central em relação a esse movimento, que ignora a sua origem e a sua história. O Passe Livre, meus caros leitores, não é uma associação que luta por indivíduos mais livres, mais autônomos, mais independentes do estado. Ao contrário: do que dá para perceber de sua concepção de sociedade — e se pode ter uma sem que se tenha clareza disso —, os valentes querem outra coisa. Anseiam por uma democracia tutelada por movimentos sociais organizados, que arrogam para si o direito da representação sem passar pelo ritual das eleições. E, POIS, DEMOCRACIA NÃO É.
Se liga:Mesmo que as reivindicações sejam várias e muitos cartazes exibam anseios mal explicados ou utopias inalcançáveis, há um ponto comum nessas manifestações dos últimos dias: a luta contra a corrupção.
A vontade de que o dinheiro público seja gasto com transparência e que as prioridades dos governos sejam questões que afetam o dia a dia do cidadão, como saúde, educação, transportes, está revelada em cada palavra de ordem, até mesmo nas que parecem nada ter a ver com o fulcro das reivindicações, como no protesto contra a PEC 37.

Nele está contido o receio da sociedade de que, com o Ministério Público impedido de investigar, o combate à corrupção seja prejudicado. Todas as questões giram em torno do dinheiro público gasto sem controle, como nos estádios da Copa do Mundo, todos com acusações de superfaturamento.

O dinheiro que sobra para construção de “elefantes brancos” falta na construção de hospitais ou sistemas de transportes ,melhor na rede de ensino...bem medidas que realmente facilitem a vida do cidadão.

À diferença do que se diz por aí, a crise está menos na democracia brasileira, na classe política ou nos Poderes — como se tornou hábito repetir bovinamente, na imprensa inclusive — do que nos instrumentos de análise e de percepção da realidade. Se existe uma crise, ela é de natureza intelectual, isto sim!, de parâmetros.O movimento contra o aumento das passagens de ônibus poderia não ter a amplitude que ganhou se não houvesse uma reação nas redes sociais à atitude da polícia, como se todos sentissem a opressão do Estado na sua pele, e de repente liberassem os diversos pleitos que estavam latentes na sociedade.

Uma reivindicação justa como a da redução das tarifas de ônibus estava sendo tratada simplesmente como um pretexto para arruaças e vandalismos que a sociedade passou a se mobilizar para ampliar suas reivindicações.Isso nada tem a ver com comparações entre as mobilizações que ganham as principais cidades do país e a Primavera Árabe, pois estamos em uma democracia e "não se trata de derrubar governos",  muito pelo contrario e nosso voto não da carta branca a desmando de nenhum governo mais  deseja apontar o caminho  e mudar a maneira de gerir a política .
O ambiente econômico também esta contribuído para quebrar aquela falsa sensação de bem-estar. E é impressionante que o imenso aparato de informações de que cada governo dispõe, especialmente a Presidência da República, e as pesquisas de opinião não detectaram a indignação que explodiu nas ruas.

Bem gente eu acredito que os abusos policiais impedem  de reprimir a parte radicalizada das manifestações, que vandaliza cidades ou tenta invadir prédios públicos ou residências das autoridades.

Esse mal-estar, prefiro chamá-lo assim, contamina hoje a academia — o pensamento propriamente — e a imprensa. Perderam-se referenciais e valores do que sejam sociedade livre e representação. Essa conversa de que a redução da tarifa é apenas a face visível de um mal mais profundo onde se esconderiam repúdio à corrupção, aos desmandos, à gastança irresponsável dos governantes, nos estamos dando o recado  que é traduzido mais  que uma esperança  um fato. "
Ou é o contrario?!?!?"
Bem é o que eu penso...

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:blog.jornalpequeno.com.br/johncutrim‎/

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Renda da população negra cresce mais rápido:“A maldição da classe média”


Inclusão social e a classe que vive do trabalho
Está em disputa um projeto de Brasil que, a depender não apenas do Estado, mas fundamentalmente da mobilização dos movimentos sociais e políticos, dos sindicatos, dos operadores públicos e da iniciativa privada com efetivo compromisso e responsabilidade social, poderá permitir o adensamento dos processos democráticos a partir da valorização da classe que vive do trabalho em sua nova conformação.
O crescimento econômico do País tem beneficiado, de maneira particular, a população negra. É o que revela o estudo A Nova Classe Média, recém-divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o levantamento, a quantidade de afrodescendentes na classe média aumentou de 39,24% em 2002, para os atuais 50,87%, um avanço de 11 pontos percentuais. No mesmo período, a quantidade de brasileiros na classe média saltou de 43,64% para 51,57%, ou seja, um avanço mais tímido, de aproximadamente oito pontos percentuais.
Apesar do crescimento, a quantidade de negros na classe C (média) está ligeiramente abaixo da média geral da população.

De acordo com o economista Marcelo Neri, coordenador da pesquisa, o avanço do poder aquisitivo dos negros surpreendeu a equipe, tendo em vista que, anteriormente, não havia dados positivos relacionados à ascensão social da população preta e parda. Um dos principais critérios usados pela FGV para definir alguém como “classe média”, é a renda familiar mensal compreendida entre R$ 1.064 e R$ 4.561.

A melhoria das perspectivas da população negra também foi percebida com a redução da quantidade de afrodescendentes na classe D, uma queda de 29,61% para 26,29%, e na classe E, de 38,84% para 36,26%, seguindo a mesma base.
Na última década, para além das políticas específicas de cotas (raciais, étnicas, de gênero e outras), o governo brasileiro passou a desenvolver ações de inclusão destinadas a reduzir a desigualdade estrutural social – que contém em si as demais formas de discriminação – a partir da elaboração de programas e metas de combate à pobreza e de transferência de renda que, por sua vez, alcançaram resultados históricos inéditos valorizados interna e internacionalmente. Essa nova forma de conceber a inclusão, menos compartimentalizada, mais sistêmica e generalizada, tem sido identificada como uma nova etapa da estruturação do capitalismo brasileiro tendente à transformação do modelo de distribuição de riqueza neste início do século XXI.
A sociedade brasileira nunca aceitou com facilidade trabalhar temas e ações de combate à discriminação e há diversos estudos que procuram explicar sociológica e antropologicamente a reação de negação ao reconhecimento da estrutura racial e social excludente, e que afeta de modo particular às mulheres. Sendo o último país das Américas a abolir a escravidão, desenvolveu, ao longo de mais de quinhentos anos, um sistema econômico e educacional predominantemente monocultural e eurocêntrico, produtor das chamadas overlapping opressions, nomenclatura usada pelas feministas norte-americanas para descrever situações de discriminação superpostas.


“Um dos fatores que determinam o crescimento econômico do País é o aumento do poder de compra da população”, observa.
Ele ainda acrescenta que, o avanço do poder aquisitivo dos afrodescendentes pode ser medido pela maior quantidade de produtos voltados para este segmento populacional, como publicações editoriais, ou mesmo cosméticos.
E aqui entra a polêmica a respeito do Brasil do século XXI, o Brasil dos BRICS e o projeto de superpotência. O fenômeno da ascensão econômica do Brasil permite muitas leituras e os dados proporcionados por institutos de pesquisa como IBGE, MTE/Rais, bem como os estudos do IPEA/PNAD, ou de outros institutos como FGV e tantos outros, permitem muitas interpretações – em disputa – a respeito das causas e consequências da ascensão econômica do país e do crescimento da renda dos brasileiros.

Indiscutível constatar a elevação da renda per capita, dos rendimentos advindos do trabalho, os quais possibilitaram uma melhora geral na condição de vida e de consumo dos trabalhadores e trabalhadoras, refletindo na queda do desemprego, na aumento dos índices de formalização do trabalho e na redução da pobreza absoluta. Essa é a constatação fr Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na obra Nova classe média? (Boitempo Editorial, 2012). No entanto, o autor alerta ser um equívoco identificar o adicional de ocupados na base da pirâmide social brasileira como “uma nova classe média”, bem como considera não ser um mero equívoco conceitual, mas expressão da disputa que se instala em torno da concepção e condução das políticas públicas atuais, com forte apelo para reorientá-las a uma concepção predominantemente mercantil.

Apesar do avanço, o economista afirma que há uma grande distância nas condições socioeconômicas das populações negra e branca. Esta diferença se mostra, inclusive, no mercado de trabalho, no qual a população branca ainda ocupa os cargos de chefia. Está em disputa, portanto, um projeto de Brasil que, a depender não apenas do Estado, mas fundamentalmente da mobilização dos movimentos sociais e políticos, dos sindicatos, dos operadores públicos e da iniciativa privada com efetivo compromisso e responsabilidade social, poderá permitir o adensamento dos processos democráticos a partir da valorização da classe que vive do trabalho.

Um afro abraço.

fonte:www.estadao.com.br/www.cartamaio

domingo, 16 de junho de 2013

Novamente o tema a violência no Brasil e novamente às favelas

As favelas no Brasil são consideradas como uma conseqüência da má distribuição de renda e do déficit habitacional no país. A migração da população rural para o espaço urbano em busca de trabalho, nem sempre bem remunerado, aliada à histórica dificuldade do poder público em criar políticas habitacionais adequadas, são fatores que têm levado ao crescimento dos domicílios em favelas. Bem final do século XVIII, os primeiros assentamentos eram chamados de "bairros africanos". Estes eram os lugares onde ex-escravos sem terras e sem opções de trabalho ia morar. Mesmo antes da primeira "favela" passar a existir, os cidadãos pobres eram afastados do centro da cidade e forçado a viver em distantes subúrbios. No entanto, as favelas mais modernas apareceram na década de 1970, devido ao êxodo rural, quando muitas pessoas deixaram as áreas rurais do Brasil e mudaram-se para as cidades. Sem encontrar um lugar para viver, muitas pessoas acabaram morando nas favelas. A cultura da violência existe e cresce a violência em nossas sociedades : Os fatores que geram a violência no nosso pais , e em várias nações mundiais, são dos mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o racismo, o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade social. “Vivemos numa sociedade consumista, “imoral e avançada”, onde o virtú, como dizia Maquiavel sobre os valores, tem perdido na escala de prioridades para a fortuna” (bens materiais) “Traficantes que nasceram nas favelas são vítimas, mais do que responsáveis, pelo tráfico no Brasil”. O mercado sem limites institucionais e morais é importante no comércio de drogas e armas. Estão imbricados com os fluxos de dinheiro para paraísos fiscais, como outras formas de comércio ilegal e corrupção. Impossível, portanto, que para movimentar as toneladas de drogas e os milhares de armas que aqui circulam, não haja redes interconectadas de “negociantes” que envolvem vários personagens da economia legal e ilegal do país. Se os tráficos são males que aumentam a desigualdade, empobrecem ainda mais o povo e pioram o bem-estar social, então é preciso encontrar as formas de controlá-los e combatê-los. Não há como continuar a silenciar a respeito dos feitos de traficantes simplesmente porque são marginais e a origem humilde de alguns deles explica, justifica e faz perdoar seus atos. A luta por uma nova ordem mundial deve incorporar esses argumentos que estão por trás da tragédia do povo afegão, mas também do paquistanês e de vários países do sudeste asiático. Novas formas de investigação e intervenção são indispensáveis para que se possa falar de uma nova polícia. Não é com prédios novos, computadores ou viaturas apenas que isso será alcançável. A DESIGUALDADE SOCIAL é um câncer que está piorando há séculos, quanto mais se fala sobre esse problema, mais as autoridades fecham os olhos, ou as janelas nos sinais de trânsito. A desigualdade social, identificada por mim como o fator que mais gera violência, é resultado da AMBIÇÃO dessa sociedade burguesa. Sendo que a maior parte da população não tendo outro meio de obter sua subsistência entra na vida do crime, e consequentemente na violência. Fator gerador da desigualdade social é o DESEMPREGO, como fora mostrado a preocupação, pelo menos aparente, de abranger este assunto nas últimas eleições presidenciais. Pois não há meio de obter um padrão de vida aceitável sem um emprego, e tendo procura demasiada e ofertas escassas muitas vezes trazem abusos nos assalariados, parecendo voltar a épocas anteriores a Revolução Industrial. Esses abusos muitas vezes trazem conseqüências assustadoras, como a marginalização do assalariado, que por não aceitar situações
deploráveis tenta ‘vida mais fácil’ no tráfico de DROGAS. Efeito posterior é seu vínculo ‘eterno’ com o morro e a dependência da droga, sendo um criminoso inconsequente em muitas vezes por não estar no seu estado normal. Partindo para uma visão mais ampla da situação achamos causas mais subjetivas, como o RACISMO que é parte integrante da desigualdade social. Como mostra estatísticas recentes onde negros ganham significativamente menos que brancos, ou que negros são mais de 50% da população brasileira, sendo que o número destes na universidade mesmo com as cotas chega a pouco mais de 5%. ACERCA DA VIOLÊNCIA POLICIAL No Brasil, a violência policial é um tipo relativamente incomum no universo dos casos de violência e um acontecimento raro na área das interações entre policiais e não-policiais. Mas é um tipo de violência que afeta um grande número de pessoas e que tem causado grande impacto na sociedade. Á uma contradição quanto á esse mito que se desfaz facilmente quando, ao analisamos a conduta de um policial que busca a elucidação de um crime, que prende o réu, e o submete a cruéis métodos, tais como a tortura, representados por choques nos órgão genitais, pauladas nos pés, surras com toalhas molhadas para não deixar marcas externas, que embora deixem seqüelas internas, perfurações sob as unhas com agulhas, asfixia mento com álcool ou sacos plásticos, tudo com uma única finalidade obter a confissão do marginal ou ainda que sua veracidade possa ser contestada em juízo. Os policiais têm a função de manter a ordem, assim prevenindo e reprimindo crimes, mas eles devem atuar de acordo com a lei, respeitando os direitos fundamentais do cidadão – como o direito à vida e integridade física. Atualmente a prática da violência policial já é vista e aceita pela sociedade como uma solução dos crimes contra o patrimônio e na repressão às classes perigosas. Esta prática deve ser vista como graves violações aos direitos humanos e à cidadania, o que contraria o texto constitucional ao disciplinar que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Assim a violência fardada que acontece nos bastidores policiais, embrutece a sua vítima, infundi-lhe o ódio e distorce o seu conceito de ética e moral, por não compreender como a sua integridade física pode ser violada por aquele a quem a cumpre preservar. O homem contemporâneo tornou-se cada vez mais consciente de seus direitos, e cada vez em maior número, reivindicam a capacidade de agir segundo a própria convicção e com liberdade responsável, não forçado por coação, mas levados pela consciência do dever. Requerem também que o poder público seja delimitado juridicamente, a fim de que a honesta liberdade das pessoas e das associações não seja restringida mais do que é devido. Todavia, esses direitos podem ser por diversas maneiras violadas, entre estas, através da qualidade de vida desumana, de medidas como a tortura que, sob todas as modalidades, são inibidoras do desenvolvimento humano. Enquanto ao homem cabe dar sentido à sua própria vida, ao Estado cabe facilitar-lhe o exercício da liberdade. Neste sentido, a liberdade e a dignidade elevam-se ao patamar dos direitos fundamentais, pois dizer que à pessoa, como titular de direitos, significa que ao ser humano corresponde a condição de sujeito e não de objeto manipulável. ”O policial em busca de promoção é facilmente conduzido ao raciocínio de que o seu dever está acima de tudo, ou seja, o cumprimento da missão é o que importa. Se precisar bater, ferir, ou até mesmo matar, para obter a confissão, dispersar os agitadores, prender o assaltante, agirá sem remorsos, contanto que dê cumprimento imediato à missão, mesmo porque outras missões o esperam, o trabalho é muito e os policiais são poucos” (SARAIVA, 1989, p. 159). A segurança pública não pode ser a preocupação central dos que atentam para a consolidação da democracia no país. Ao contrário, este é o ponto nevrálgico para continuar o processo que se interrompeu por causa das indefinições e oscilações das políticas públicas no Brasil. Refazer os circuitos da reciprocidade positiva significa integrar a população nas próprias atividades da segurança pública. Uma estratégia que não negue o conflito, e sim socialize os jovens na forma mais civilizada de lidar com ele, o que inclui os jovens que aderem às forças policiais. É preciso mais atenção à pedagogia e à formação oferecida nas escolas e quartéis no que diz respeito à socialização para uma sociedade em que a civilidade, a confiança mútua e a previsibilidade dão as condições básicas para novos arranjos e práticas sociais. A participação é importante na medida em que não há segurança sem que as pessoas compreendam os perigos e riscos que correm e façam, elas mesmas, o que podem para controlá-los ou evitá-los.

 A participação é igualmente importante, pois é o que permite passar da normatividade burocrática e autoritária para uma normalização melhor aceita pelos que devem internalizar e praticar suas regras. Bairrismos só atrapalham. Preparar cidadãos e policiais para a cooperação que se faz mais que imprescindível é condição sine qua non. O modelo da polícia comunitária não funciona onde os traficantes controlam militarmente o território e impõem medo aos moradores. O alcance do trabalho policial é pequeno e ainda se expõe a acusações de conluio com os criminosos. Antes, faz-se preciso tirar as pessoas de seus refúgios privados, onde se aprisionam naquilo que N. Elias chamou homo clausus e H. Arendt, a solidão organizada, base do totalitarismo moderno. Esse é o grande desafio e o grande passo a ser dado no Brasil, em todos os seus estados, em todos os seus pequenos, médios e grandes

. Um afro abraço

  Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre/CHAUÍ, Marilena. Ética e Violência, Colóquio e Interlocuções com Marilena Chauí. Londrina, 1998/MESQUITA NETO, Paulo. Violência policial no Brasil: abordagens teóricas e práticas de controle. Rio de Janeiro: Revista, Cidadania, Justiça e Violência, Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999/METODOLOGIA CIENTÍFICA. Itumbiara. Instituto de Ensino Superior de Itumbiara – ILES/ULBRA. Conceitos e normas para trabalhos acadêmicos. Itumbiara,2007. 96p/ www.ambito-juridico.com.br

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Estamos tod@s torcendo por Mandela!


O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela continua a se recuperar de uma infecção pulmonar, mas sua condição permanece "séria", disse nesta quinta-feira (13) o governo da África do Sul.
A internação do ex-presidente Nelson Mandela, 94, os jornais da África do Sul destaca a preocupação do país com a saúde do líder negro. Um deles disse, inclusive, que se aproximava a "hora de descansar", em referência à morte.O sul-africano foi internado na madrugada de sábado após complicações causadas por uma infecção pulmonar recorrente, que o fez ser internado em três ocasiões desde outubro. Ainda não há informações atualizadas sobre o estado de saúde de Mandela, que no sábado (8) era "grave, mas estável". O "Sunday Times" publicou, em sua capa, a frase "É hora de deixá-lo partir", com uma foto sorridente de Mandela. Em entrevista, um dos amigos do líder negro, Andrew Mlangeni, disse que é preciso deixar que Deus atue.

"Diremos 'obrigado, Deus, nos deu este homem' e também o deixaremos partir", completou Mlangeni.

No Twitter, a opinião dos sul-africanos é parecida. "Temos que rezar para que Tata Madiba fique bem ou para que Deus o libere de seus sofrimentos? Acredito que é o momento para que o deixemos partir", escreveu o usuário @_Porchez.

Tata (pai) e Madiba (o nome de seu clã) são duas maneiras respeitosas e carinhosas de fazer referência a Mandela na África do Sul. O jornal "City Press" destaca o pedido do presidente Jacob Zuma de orações pela saúde do líder negro, enquanto o popular "Sunday Sun" diz que "Mandela luta pela vida".

INTERNAÇÕES

O líder negro teve mais uma infecção pulmonar em 2011 e frequentemente é internado com problemas respiratórios causados por uma tuberculose que sofreu quando estava preso na ilha de Robben Island, perto da Cidade do Cabo, onde passou 18 dos 27 anos de detenção durante o regime do Apartheid.


Criticado muitas vezes  por seu governo ter sido amigo de ditadores que foram simpáticos ao Congresso Nacional Africano, a figura do ser humano que enfrentou dramas pessoais e permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país...

Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo"

As últimas duas foram em novembro, quando passou duas semanas no hospital, e em março, durante um período de dez dias. Em abril, a Presidência sul-africana divulgou fotos em que mostravam Mandela bastante frágil por causa da doença.

Principal figura da luta contra a discriminação racial, ele foi solto em 1990 e em 1993 recebeu, ao lado do último presidente do regime do apartheid, Frederik de Klerk, o Prêmio Nobel da Paz por seu papel nas negociações para instaurar uma democracia multirracial na África do Sul.

Um ano depois, foi eleito para um mandato de cinco anos como presidente da África do Sul, sendo o primeiro mandatário negro.
Desde 2010, quando foi visto durante a última Copa do Mundo de futebol, está afastado da vida pública por problemas de saúde e é atendido por uma equipe médica em suas casas de Johannesburgo e Qunu, sua cidade natal.
Um afro abraço.

fonte:UNEGRO BRASIL

A DITADURA MILITAR DE 1964 E A CULTURA...

A Censura no Brasil ocorreu por praticamente todo o período posterior à colonização do país, seja ela cultural, seja ela política. De certa maneira, mas sob um aspecto diferenciado, o Brasil ainda possui formas de censura desde a redemocratização. Havia as distorções. Em 1964, o jornal que usasse a palavra “revolução” estava indicando, na verdade, sua posição favorável ao regime militar. A idéia de revolução é sempre boa, positiva, pois denota movimento e mudança para melhor. A História é marcada por revoluções e nós temos a tendência a acreditar que elas têm como resultado uma mudança para melhor. Isso está no imaginário das pessoas. Um dos usos do discurso é a formação de mentalidade. Durante a luta armada, havia duas guerras paralelas: uma era militar – com as forças armadas e os órgãos de segurança de um lado e os grupos clandestinos de outro – e a outra uma guerra de sentido, levada a cabo pelos jornais. Era uma guerra para conquistar a população civil. Nesse confronto, as vítimas eram os leitores desinformados, compelidos a acreditarem em determinadas coisas que o jornal “recorta”. Quando a finalidade política é descaracterizada e o enfoque passa a ser o caráter policial da ação, o resultado é que a ação é criminalizada através da edição. Se eu tenho uma matéria de um crime passional, jogo ao lado de uma matéria sobre um roubo de carro e publico juntamente com uma terceira reportagem sobre a invasão de um apartamento onde foram apreendidos livros da doutrina comunista e presas pessoas que eram procuradas, eu estou colocando essas três ações em um mesmo universo de sentido. A RESISTÊNCIA ARTÍSTICA Durante o período da ditadura militar que assolou o país, e principalmente após a publicação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) que dava totais poderes ao governo e retirava dos cidadãos todos os direitos, muitos cantores, compositores, atores e jornalistas foram “convidados” a deixar o Brasil. A repressão a produção cultural perseguia qualquer idéia que pudesse ser interpretada como contrária aos militares, mesmo que não tivesse conteúdo diretamente político. Por conta disso os militares foram capazes de prender, sequestrar, torturar e exilar artistas e intelectuais. A resistência artística, assim como a censura, tiveram diferentes fases durante o regime militar. Os primeiros anos depois do golpe foram de relativa liberdade de expressão. A censura tinha seus limites, refletindo a linha do ambíguo e moderado marechal Castello Branco. Com o endurecimento do regime, após 1968, a resistência cultural passou a viver maus momentos. Funcionários da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal se instalaram nas redações dos principais jornais e revistas, controlando tudo o que estava para ser publicado. Vira e mexe o espaço de notícias acabava preenchido por receitas culinárias e versos de Camões em sinal de protesto. A fúria do aparato repressivo resultou em teatros destruídos, no sequestro e interrogatório de compositores e escritores. Nessa fase, a produção cultural de contestação ao regime era "engajada", com atenção aos grandes temas ideológicos da esquerda, como a luta pela Reforma Agrária e pela justiça social. Mas o sucesso nas rádios e nas lojas ficava para a música mais popular, que ressaltava as qualidades do país, como a ufanista "País Tropical", de Jorje Ben Jor, que cantava o Brasil como "pais tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza". TERRORISMO CULTURAL Quando o regime endureceu, a censura e a repressão à produção cultural se intensificaram, foi gerado o que o escritor Alceu Amoroso de Lima classificava como “terrorismo cultural”, já que qualquer tipo de expressão cultural, seja recitada, cantada, escrita ou representada, era motivo para perseguição por parte do governo militar. Quase nada passava desapercebido. Pior, a ameaça a artistas e intelectuais passou a ser também física. Em 1968, durante uma das apresentações da peça Roda Viva, de Chico Buarque, dirigida por José Celso Martinez, o espetáculo foi atacado pelo terrorismo paramilitar do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). A peça que contava a história da ascensão e a queda de um ídolo, preenchido com paródias bíblicas e com cenas antropofágicas, resultou em atores espancados e cenários destruídos pelos integrantes do CCC. Não fosse o lado rígido e trágico, o saldo do período poderia ser considerado cômico, tantas foram as trapalhadas da censura na hora de lidar com a liberdade de expressão. O regime vetou uma apresentação do Balé Bolshoi, companhia de dança estatal da União Soviética comunista. Filmes de Kung-fu foram proibidos por serem acusadas de conter mensagem maoista. O poeta Ferreira Gullar uma vez teve uma pasta com artigos apreendida em sua casa e acredita que a inscrição na capa "Do cubismo à Arte Concreta", foi interpretada pelo oficial do exército como uma referência a Cuba. Até a dupla Dom e Ravel que havia feito sucesso com a música "Eu Te Amo meu Brasil", hino ufanista que mereceu cumprimentos pessoais do presidente Médice, teve de se explicar aos censores. O USO DE METÁFORAS Para conseguirem divulgar seus trabalhos a arma era o uso de metáforas e mensagens disfarçadas nas músicas e peças teatrais. Foi à maneira que os compositores encontraram nos “anos de chumbo” para dar seu recado contornando a censura. Bom exemplo disso e a música Apesar de Você, de Chico Buarque. Lançada em 1970, a composição, que trata aparentemente de uma briga de namorados, pode ser interpretada como uma mensagem ao presidente Médici: “Você vai pagar e é dobrado / cada lágrima rolada /nesse meu penar / apesar de você / amanhã há de ser / outro dia / você vai se dar mal”. Mensagem que os sensores só entenderam após o compacto ter vendido mais de cem mil cópias. A verdade é que essa estratégia teve sucesso limitado. Pois logo veio o período em que os militares deixaram a sutileza de lado. Os "fardados" desconfiaram e encarregaram alguns censores para lidar com as sutilezas e interpretações. Os censores com frequência metiam os pés pelas mãos, já que não conseguiam vencer a inteligência dos artistas, "atacavam cegamente", muitas vezes censurando músicas que não tinham nada do que eles pensavam, mas o poder estava com eles. CHICO E CAETANO Chico Buarque adotou o nome de "Julinho de Adelaide" para ter suas composições liberadas. A estratégia deu certo e as canções de Julinho de Adelaide tornaram-se sucesso. Entre elas, "Jorge Maravilha", que traz os versos "você não gosta de mim, mas sua filha gosta". A canção surgiu após um agente da Polícia Federal abordar Chico Buarque e lhe pedir um autógrafo, justificando: "É para minha filha". Outra que a censura não entendeu e liberou foi "Festa Imodesta", de Caetano Veloso, gravada por Chico Buarque no disco Sinal Fechado de 1974. A canção em um típico uso de linguagem de metáforas, traz nos versos críticas a própria censura: "Tudo aquilo que malandro pronúncia/ e que otário silência/ toda festa que se dá/ passa pela fresta da cesta e resta a vida". (fresta era como eles chamavam as metáforas que enganavam da censura).
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES O cantor e compositor Geraldo Vandré participou do III Festival Internacional da Canção, com a música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, que na letra constava frases como: “Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão.” Consagrada pelo público, que a adotou como um hino contra a ditadura, ela despertou a fúria imediata do militares. Logo após a decretação do AI-5, um dos primeiros artistas que a ditadura procurava era Geraldo Vandré. O compositor ficou escondido na fazenda de Guimarães Rosa, no sertão mineiro, sob abrigo da viúva do escritor, até o momento de partir para o auto-exílio. CHICO BUARQUE, CAETANO VELOSO E GILBERTO GIL - PRESOS Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque receberam visita dos militares logo após a decretação do AI-5. Caetano e Gil foram presos depois do Natal de 1968. Os cantores de “Soy Loco por Ti América”, na qual prestavam homenagem a Che Guevara, foram presos para prestar esclarecimentos sobre a participação deles na Passeata dos Cem Mil. Durante dois meses, foram transferidos de quartel para quartel. Após o carnaval de 1969, os dois passaram a viver sob as ordens do chefe da Policia Federal. A seguir, foram “convidados” deixar o país e iniciaram o exílio em Londres. Chico Buarque foi preso alguns dias antes de Gil e Caetano. Após passar o dia depondo no Ministério do Exército, foi informado que não poderia deixar a cidade do Rio de Janeiro. No início do ano de 1969, recebeu autorização para se apresentar em um festival de música em Cannes, na França. De lá seguiu para a Itália, onde foi convencido por Vinícius de Morais a permanecer em auto-exílio, que acabou durando pouco mais de um ano.
PATRULHA IDEOLÓGICA Era realmente dura a vida do artista nos tempos da ditadura. Resistir significava enfrentar não só a censura e o aparato repressivo do governo militar, mas também a "patrulha ideológica" da esquerda nacionalista. A prática da censura e da intolerância não era exclusividade da direita ou do regime. Universitários, jornalistas e artistas engajados, vigiavam toda a produção cultural no pais e não poupavam ataques contra aqueles que consideravam "alienados". Durante a Era dos Festivais (1960-1972) setores alinhados à esquerda iniciaram uma campanha para combater a música produzida pela Jovem Guarda, por considerá-la alienante e fruto do "imperialismo cultural" Norte Americano. Em 1967, medida da Ordem dos Músicos do Brasil, claramente protecionista em favor da MPB, dificultaram a participação dos grupos e artistas da Jovem Guarda nos festivais. Nesse mesmo ano, a "passeata contra a guitarra elétrica", liderada por Elis Regina, Gilberto Gil, Edu Lobo, MPB-4 e Jair Rodrigues, transformou-se numa manifestação ideológica contra a turma da Jovem Guarda. Um dos mais famosos episódios de "patrulha ideológica" atingiu o compositor e cantor Caetano Veloso. Sua apresentação ao lado do grupo OS Mutantes, no Festival Internacional da Canção de 1968, no Tuca em São Paulo foi marcado pelo conflito. A platéia universitária vaiava a canção É Proibido Proibir, inspirada no lema dos estudantes franceses do histórico maio de 1976, quando Caetano interrompeu a apresentação e inicia um discurso contra os jurados e o público. O jornal O Pasquim também tinha seus "patrulheiros", a exemplo do cartunista Henfil. Na charge Cemitério dos Mortos Vivos, publicada em 1972, aparecem nos túmulos os nomes de Dom e Ravel, Wilson Simonal, Bibi Ferreira, Zagalo, Jece Valadão e outras personalidades que ele considerava "alinhados" ao regime militar. A CONTRACULTURA No período Geisel, a cultura e a resistência sofrem influência das idéias da contracultura. Era um movimento que pregava uma ação social e política de oposição à violência e aos valores da sociedade e defendia a liberdade sexual e a vida em comunidades. No Brasil, afetou especialmente o teatro e a música, então as principais frentes de contestação ao autoritarismo. Gilberto Gil, Caetano Veloso e os Novos Baianos - grupo que vivia em comunidade e reunia Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby Consuelo - transformaram a busca pela prazer no tema principal de suas canções. O lançamento do disco Bicho, de Caetano Veloso, é um marco da influência da contracultura. A faixa "Odara" que traz os versos "deixa eu dançar/ pro meu corpo ficar odara" (palavra africana que significa "sentir-se feliz", levou a esquerda engajada a acusar a postura "bicho-grilo" de Caetano e dos Novos Baianos de ser alienada e alienante. Além dessa turma pós-tropicalista, a postura mais radical da contracultura influenciou a vertente roqueira nacional, representada pela debochada Rita Lee e pelo maluco beleza Raul Seixas. A CENSURA NO TEATRO E CINEMA No teatro, Chico Buarque se baseou em um clássico para escrever com Paulo Pontes a peça Gota d'Água. Os autores transportaram o enredo da tragédia grega Medéia para uma favela em processo de reurbanização com a construção de um conjunto habitacional. A peça tinha como pano de fundo uma crítica ao "Milagre Econômico", a partir da mobilização da população do morro contra os preços extorsivos das unidades postas à venda. Passou na censura. Para algumas obras, a censura significava anos de espera por liberação. O Abajur Lilás, de Plínio Marcos, que fazia uma crítica irônica à repressão, foi proibida duas vezes, em 1970 e em 1975, sob a alegação que atentava contra a moral e os bons costumes. A peça que mostrava o conflito entre prostitutas, um homossexual cafetão e seu guarda-costas, incluindo tortura e assassinato, só foi liberada em 1980. No cinema a produção nacional de resistência à ditadura praticamente deixou de existir nos anos da distensão. Nesse período, alguns dos diretores do contestador Cinema Novo, como Cacá Diegues, irônicamente tem suas obras apoiadas pelo orgão oficial de fomento ao cinema do governo militar, a Embrafilme. "O cinema de resistência" que restava explorava o erotismo, como as pornochanchadas produzidas na Boca do Lixo, em São Paulo, que afrontavam os padrões morais vigentes. Para burlar a Censura Federal, os cineastas da "Boca" inseriam cenas propositadamente censuráveis nos filmes. Os censores cortavam esses trechos e deixavam passar o resto. O VALENTE PASQUIM A "Imprensa Nanica", feita de revistas e jornais alternativos, formou outra trincheira contra o regime militar. Eram publicações produzidas por grupos independentes ou ligados a movimentos políticos e sociais. O tablóide O Pasquim, lançado em 1969, no Rio de janeiro, era um dos destaques dos "nanicos". Durante cinco anos e meio sofreu censura prévia. para sobreviver a "tesoura" da censura o tablóide evitava confronto direto com o regime, mas abusava do humor negro para ironizar o "milagre econômico". Também usava e abusava de metáforas e adotou uma linguagem coloquial, voltada para o público jovem. Com cartuns criados por Henfil, Ziraldo e Fortuna e textos de Millôr Fernandes, Paulo Francis, Jaguar, Ferreira Gullar (sob o pseudônimo de Frederico Marques) e Tarso de Castro, O Pasquim tornou-se um sucesso, com vendas semanais de até 200 mil exemplares. GERAÇÃO COCA-COLA No período final do regime ditatorial a cultura musical foi influenciada por idéias antagônicas ao "paz e amor" do hippies. Com o desmantelamento de boa parte do aparato censor e repressor no governo Figueiredo, parte do pop rock nacional dos anos 80 virou trilha sonora da redemocratização do pais - basta lembrar "Inútil", da banda Ultraje a Rigor, que no tempo das Diretas Já, reclamava: "A gente não sabemos escolher presidente / A gente somos inútil".
Essa canção de consumo em larga escala foi mais um protesto e lamentação contra nossa inoperância como cidadãos sem direto a voto. Titãs, Plebe Rude e Ira, por exemplo, incentivavam em suas canções uma ação imediata pela mudança. Em 1985, ano que marcou o fim da ditadura militar e a posse do primeiro presidente civil após 21 anos, a banda Legião Urbana lançou seu primeiro disco e, ressoando no melhor estilo punk, mandou um recado contra os anos de autoritarismo nos versos da canção "Geração Coca-Cola": "Desde pequenos nós comemos lixo/ Comercial e industrial/ mas agora chegou a nossa vez/ vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês". "RANÇO" DITATORIAL Mesmo com o retorno da democracia, devemos continuar atentos, porque vez por outra surge alguém querendo censurar notícias e outras expressões de comunicação. É o que pode ser chamado de "ranço" ditatorial, coisa que só morrerá com o tempo... e muito tempo. Um afro abraço. FONTE: REVISTA AVENTURAS NA HISTÓRIA www.cefetsp.br

quarta-feira, 12 de junho de 2013

10 DE JUNHO: Dia da Raça





Vários nomes têm sido atribuídos à data de 10 de Junho, tais como, Dia da Raça, Dia de Portugal, Dia de Camões, Dia das Comunidades. Qualquer dessas designações, para mim, tem cabimento.   O certo, porém, é que alguns fundamentalistas de esquerda logo se insurgiram contra o Presidente da República pelo facto de ele, descontraidamente, numa interpelação feita por um jornalista, na rua, se ter referido ao Dia da Raça, pretendendo aqueles atribuir a essa designação um sentido pejorativo (casta, etnia…), que não estava na mente daquele. Ao contrário, estava, sim, um sentido de capacidade, ambição…
“Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”
Na verdade, foi a “raça” dos portugueses de antanho que deram novos mundos ao mundo. Se esses portugueses tivessem sido da “raça” dos actuais contestatários àquela designação, certamente que Portugal já não existia há muito. Talvez fossemos hoje uma província de Espanha.     Felizmente, porém, que muitos portugueses há que nem sequer se dão ao trabalho de se preocuparem com esse tipo de atitudes de uns tantos que se encontram bem instalados no ar condicionado de S. Bento onde a “bica” é baratinha.
A palavra "raça" com várias conotações, que vão da mais inequivocamente positiva - que é a idéia de gana, vontade e determinação - até conotações que a ciência e os próprios afrodescendentes sabem que são equivocadas - quando o termo é usado para descrever diferenças inatas por causa de diferenças aparentes: a cor da pele e os traços do rosto seriam indicadores de habilidades e competências diferentes.
Nota a genética que tais diferenças são tão superficiais que desapareceriam totalmente em cinco gerações caso as pessoas se casassem aleatoriamente mundo afora. A idéia de raça - como sabem os editores da revista, é um equívoco do Século 19 que acabou por gerar o racismo - é uma das piores pragas sociais dos últimos cem anos. Raça negra vem sendo colocada como sinônimo de tudo o que é afrodescendência. Isso, a meu ver, é racializar e simplificar uma situação de cor como a brasileira, na qual, sabemos bem, a discriminação opera com base em múltiplos fatores, entre eles os indicadores visíveis de classe social e a pele escura, na qual se inclui - e em igual força em se tratando do Norte e do Nordeste - o fenótipo indígena, também escuro e também de traços distintos

A raça brasileira teve sua origem na miscigenação de índios, negros e brancos e, posteriormente, no entrelaçamento destes com todos os imigrantes alemães, italianos, japoneses, libaneses, holandeses, turcos, sírios, chineses, poloneses, coreanos etc. - que fincaram suas raízes, no solo brasileiro, enriquecendo-o em todos os sentidos.  A identidade cultural brasileira, formou da raça brasileira que teve-se inicio com a colonização do Brasil,com os escravizados e bandeirantes que ajudaram o formar o povo brasileiro,o sentido de nacionalidade na luta histórica contra os franceses,holandeses e outros invasores; na inconfidência mineira,a luta pela liberdade dos negras cativos,proclamação da republica;diretas já mais recentemente por exemplo...

No Brasil há pessoas de todas as cores: branca, amarela, negra… Quantas raças existem aqui? Você acertou se disse UMA, a Raça Humana!

"Considero-me estrangeiro em qualquer país, alheio a qualquer raça. Pois a terra é minha pátria e a humanidade toda é meu povo." (khalil Gibran)

Um afro abraço.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Lena Baker (8 de Junho ) foi uma afro-americana executada no estado da Georgia em 1945 pelo assassinato de Ernest Knight, seu patrão de 67 anos. Foi a única mulher a ser executada na cadeira elétrica na Georgia. Em 2005 foi oficialmente perdoada, pois na verdade agiu em legítima defesa...

 
Lena Baker foi uma afro-americana que viveu no Estado da Geórgia e foi executada aos 42 anos de idade , pelo assassinato do seu patrão , Ernest Knight ( 67 anos ) . Lena foi a única mulher a ser executada na cadeira elétrica do Estado da Geórgia , vítima de um atroz erro judiciário.

Ernest Knight era um homem branco e proprietário da fazenda onde Lena trabalhava . Segundo o depoimento da acusada, ele a teria mantido em cárcere privado impedindo-a de ir embora , dizendo que a amava e que ela lhe devia obediência , pois era um homem branco e seu patrão. Os dois chegaram a travar uma luta corporal , ocasião em que Knight empunhou uma arma ameaçando Baker de morte caso ela fosse embora. No momento da luta a arma disparou atingindo Ernest Knight , ocasionando sua morte.

O julgamento de Baker foi presidido pelo juiz William " Duas Pistolas " Worrill, que passou a ser alcunhado assim ( Duas Pistolas ) , pois durante todo julgamento manteve duas pistolas à vista . Apesar da acusada declarar ter agido em legítima defesa, o júri composto somente de homens brancos, desconsiderou a tese da defesa , considerando Lena autora do assassinato de Ernest Knigth na forma dolosa. Foi dado à condenada pelo governador da Geórgia , o prazo de sessenta dias para um pedido de perdão judicial, que foi negado .
Suas últimas palavras foram: "O que eu fiz, eu fiz em legítima defesa, ou eu teria me matado ... Estou pronto para cumprir o meu Deus." Testemunhas afirmaram que ela levou seis minutos e vários choques antes do médico da prisão pronunciada morta. Embora a morte de Ernest B. Cavaleiro não tinha feito as manchetes no Cuthbert tempos , Lena fez. O papel crassly relatou, "Baker Burns."

Em 1998, a congregação da igreja Lena participou como uma jovem mulher levantou US $ 250 para uma laje e marcador para a sua sepultura. Seus parentes, agora espalhados de New Jersey para a Flórida, conheci este ano, o 58 º aniversário da sua morte, para colocar uma coroa de flores no seu túmulo. Eles estão começando a se reconectar e planejar uma reunião no dia das mães, 11 de maio. Eles pediram aos Perdões estaduais e conselho de liberdade condicional para limpar a do crime. Talvez, se isso acontecer, um processo de cura pode começar. A única resposta, até agora, do Conselho é que ele não concede normalmente perdões desse tipo.
Em menos de meia hora o júri voltou com um veredicto de culpado e Worrill Baker condenado à morte na cadeira elétrica da Geórgia, apelidado de "Old Sparky". Seu advogado pediu imediatamente para um novo julgamento a ser agendada, porque "a sentença foi contrária à prova e sem evidência para apoiá-lo ... eo veredicto foi contrário à lei e aos princípios de justiça e equidade". Ele, então, tão imediatamente renunciou ao cargo de seu advogado. Mais tarde, Lena foi concedida uma prorrogação de sessenta dias pelo então governador Arnall, mas a Junta de Indultos e Liberdade Condicional negou clemência quando ouviram o caso. Data de assinatura do Lena foi marcada para 05 de marco de 1945. Em 23 de fevereiro, ela foi assinado em uma das piores prisões nos Estados Unidos, Reidsville State Prison, onde foi abrigado na seção dos homens até poucos dias antes de sua execução, quando ela foi transferida para uma cela solitária a poucos metros de a execução própria Câmara.Em 2002 a Família Baker formulou um novo pedido de perdão judicial , que foi concedido parcialmente pelo Conselho da Geórgia do Perdão e Paroles, o qual considerou a sentença condenatória de Lena Baker como racista . O Conselho considerou que Baker poderia ter sido condenada a uma pena de , no máximo, quinze anos . Sessenta anos após sua morte, em 2005, foi concedido o perdão total e incondiconal a Lena Baker, com o reconhecimento que ela agiu em legítima defesa.

Em 2009 a história de Lena Backer foi tema do filme dirigido por Ralph Wilcox , com o título original " The Lena Baker Story "
Este não é o único caso de erro judiciário nos EUA . Há outras condenações de inocentes - ou que agiram em legítima defesa - à cadeira elétrica . Eu sou radicalmetne contra a pena de morte . Muitas pessoas criticam o sistema judiciário brasileiro, mas prefiro mil vezes a lentidão da justiça do Brasil, à rapidez excessiva do sistema penal norte-americano , cujos processos tramitam de forma apressada , sem o tempo necessário para que o acusado possa exercer com eficiência o direito de defesa. É evidente que a execução de Lena Paker tem caráter ideológico e não foi ditada apenas pelo pouco tempo que a acusada teve para promover sua defesa. Mas em muitos casos , a pressa em punir o acusado faz com que sejam cometidas inúmeras injustiças.
A sabedoria popular ensina que " a pressa é inimiga da perfeição " . Dizem também que "a justiça tarda , mas não falha " . Pena que no caso de Lena Backer a justiça veio após 60 anos da sua execução . "Antes tarde do que nunca ", diz ainda a sabedoria popular . E o perdão judicial de Lena Backer, apesar de tardio, veio para resgatar sua honra e , por consequência , de sua família . E para servir de exemplo a outros casos semelhantes , que jamais seja cometida tamanha injustiça ! Que o legal ( a lei ) e o justo ( a justiça ) sempre andem de mãos dadas...

Um afro abraço.

fonte:Autor Lela James Bond Phillips é professor de Inglês na Andrew College, em Cuthbert, Geórgia. The
Lena Baker Story , Asas Press.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A NALISANDO O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS

O Dia Mundial do Ambiente é celebrado a 5 de junho, foi criado pela Assembléia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de15 de dezembro de 1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano. Este início de século exibe diferentes possibilidades de mediações, como em nenhum outro momento. Em meio a este mosaico contemporâneo de informação, em que se escreve a história do presente, atualizam-se memórias, recriam-se e se repetem antigos discursos. As sociedades amazônicas são parte integrante deste novo cenário internacional, inseridas nesta nova forma de globalização. A criação dessa ilusão de “unidade” do sentido é um recurso discursivo que fica evidente nos textos da mídia. Como o próprio nome parece indicar, asmídias desempenham o papel de mediação entre seus leitores e a realidade. O que os textos da mídia oferecem não é a realidade, mas uma construção que permite ao leitor produzir formas simbólicas de representação da sua relação com a realidade concreta. Pensando assim a noção de pertencimento a um lugar agrupa tanto os povos indígenas de uma área imemorial quanto os grupos que surgiram historicamente numa área através de processos de etnogênese e, portanto, contam que esse lugar representa seu verdadeiro e único homeland. Ser de um lugar não requer uma relação necessária com etnicidade ou com raça, que tendem a ser avaliadas em termos de pureza, mas sim uma relação com um espaço físico determinado a questão dos direitos dos povos tradicionais passa pelo reconhecimento das respectivas leis consuetudinárias que esses povos mantêm, particularmente no que se refere a seus regimes de propriedade. Essa situação conduz ao reconhecimento da noção de „pluralismo legal‟, conceito que vem sendo trabalhado tanto dentro da antropologia quanto no âmbito do direito. Na Constituição Federal de 1988, os direitos indígenas estão previstos em capítulo específico, nos artigos 231 e 232, e abrangem a sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições.Os direitos sobre as terras tradicionalmente ocupadas são originários, o que implica precedência ligada às raízes históricas da presença indígena no Brasil. São terras utilizadas para atividades imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais para o bem-estar dos indígenas e necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Destinamse à posse permanente dos indígenas, com usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Bem gente a demarcação das terras indígenas é descrita no Decreto nº 1.775/96. O processo administrativo inicia-se com estudos antropológicos de identificação e delimitação; a demarcação é instituída por portaria do Ministro da Justiça e homologada por decreto presidencial. As populações quilombolas também têm direitos territoriais garantidos, nos termos do art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Aos quilombolas, é reconhecido o direito de propriedade das terras que ocupam, em caráter definitivo, cujo título é assegurado pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária e Colonização (Incra), bem como por órgãos dos Estados ou dos Municípios com essa competência. O Decreto nº 4.887/03 regulamenta o rito de demarcação e titulação das terras quilombolas. O processo envolve a identificação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades de quilombos. Além dos direitos territoriais de indígenas e quilombolas, os direitos territoriais de outras populações tradicionais também são assegurados no Brasil, pois a Política Nacional de Povos e Populações Tradicionais, instituída pelo Decreto nº 6.040/07, trouxe a figura dos “Territórios Tradicionais”. O decreto ainda previu o conceito de “populações tradicionais”, mas a abrangência dessa noção está a cargo da Comissão Nacional de Povos e Populações Tradicionais, também criada pelo Decreto n° 6.040/07. O meio ambiente, em termos amplos, ao contrário do que se pensa freqüentemente, não é aquele conjunto de bens formado pela água, pelo ar, pelo solo, pela fauna, pela flora. Diversamente, o meio ambiente, inclusive para a nossa legislação (art. 3º, inc. I, da Lei 6.938/81), é, na verdade, um conjunto de condições, leis, influências e interações, de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. É, portanto, um bem essencialmente incorpóreo e imaterial. E é esse bem imaterial que se considera insuscetível de apropriação. Ninguém ignora hoje em dia que uma das características marcantes da problemática ambiental é a relação de interdependência existente entre os diversos elementos que compõem o meio ambiente e que, em função dessa peculiaridade, os sistemas ambientais - naturais, sobretudo -, não se enquadram perfeitamente nos limites territoriais fixados pelas fronteiras artificiais criadas pelo homem entre as cidades e os países. Um afro abraço Fonte de pesquisa: VIANNA, Fernando L. B. Razão indigenista e razão conservacionista desafiadas no sul da Bahia. In: Terras indígenas & Unidades de Conservação da natureza: o desafio das sobreposições. Fany Ricardo (org.). São Paulo: Instituto Socioambiental, 2004. TIMMERS, Jean-François. Respeitar a vida e o ser humano: a preservação do meio ambiente com e pelos índios evita a definitiva condenação da biodiversidade. In: Terras indígenas & Unidades de Conservação da natureza: o desafio das sobreposições. Fany Ricardo (org.). São Paulo: Instituto Socioambiental, 2004.

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...