O reino de Axum se localizava na atual Etiópia. Segundo a lenda, esse reino teria sido
fundado por Menelik, filho do rei Salomão com a rainha de Sabá (o que nos remete à história contada no Livro dos Reis, no Antigo Testamento. Apesar de tal lenda não ter ainda nenhum fundamento comprovado, manteve-se por muitos séculos).
A cidade de Axum se localizava às margens do rio Atbara. Sua população era formada por povos locais (a Etiópia é considerada um dos mais antigos berços da humanidade) e por migrantes vindos da Arábia antes do século 6 a.C.
Em torno do século 3 a.C., os kushitas (ou meroítas) mantinham comércio com Axum. Em torno do século 2 a.C., o porto de Adulis, no mar Vermelho (que ficava a oito dias de viagem até Axum), era um dos maiores centros comerciais entre a África e a Arábia.
No século 1 d.C., o comércio transformou Axum num dos centros mais ricos da África. Entre os séculos 2 e 4 d.C., os axumitas controlavam grande parte da navegação, tanto mercante quanto de guerra, no mar Vermelho. Embaixadores axumitas viajavam pelos grandes reinos do Oriente Médio e da África, impondo os interesses comerciais de Axum.
Como os axumitas desenvolveram a escrita (chamada de gueze ou geês), escavações arqueológicas ainda hoje revelam muitos textos axumitas talhados em argila e pedra. E devido à grande atividade política de Axum, vários desses textos trazem uma versão em grego (a língua diplomática da época), o que facilita muito a compreensão da história desse povo.
Em 335 d.C., os axumitas invadiram, saquearam e incendiaram a capital kushita, Meroé, pondo fim ao reino de Kush, que representava um centro comercial concorrente. Acredita-se que a elite kushita tenha fugido em direção do oeste, chegando até o Chade, e difundindo assim a cultura kushita.
O império axumita se cristianizou a partir da influência egípcia, e se tornou um importante centro de difusão dessa nova religião no leste da África.
Com a expansão árabe muçulmana, a partir do século 7, o reino axumita cristão perdeu sua força, tanto econômica quanto cultural. Mesmo assim, séculos mais tarde, durante a expansão marítima e comercial de Portugal (século 15), muitos navegadores tinham como meta encontrar o reino lendário de Prestes João, um reino cristão africano que, provavelmente, seria o antigo reino de Axum.
E vale lembrar: muito tempo depois, enquanto toda a África era repartida e dominada pelas potências imperialistas europeias (no século 19), a Etiópia foi um dos poucos reinos que conseguiu manter sua independência. Ainda hoje, portanto, conhecer e valorizar a cultura etíope pode ser um caminho interessante para se compreender parte da história da humanidade.
Um afro abraço.
A cidade de Axum se localizava às margens do rio Atbara. Sua população era formada por povos locais (a Etiópia é considerada um dos mais antigos berços da humanidade) e por migrantes vindos da Arábia antes do século 6 a.C.
Em torno do século 3 a.C., os kushitas (ou meroítas) mantinham comércio com Axum. Em torno do século 2 a.C., o porto de Adulis, no mar Vermelho (que ficava a oito dias de viagem até Axum), era um dos maiores centros comerciais entre a África e a Arábia.
No século 1 d.C., o comércio transformou Axum num dos centros mais ricos da África. Entre os séculos 2 e 4 d.C., os axumitas controlavam grande parte da navegação, tanto mercante quanto de guerra, no mar Vermelho. Embaixadores axumitas viajavam pelos grandes reinos do Oriente Médio e da África, impondo os interesses comerciais de Axum.
Como os axumitas desenvolveram a escrita (chamada de gueze ou geês), escavações arqueológicas ainda hoje revelam muitos textos axumitas talhados em argila e pedra. E devido à grande atividade política de Axum, vários desses textos trazem uma versão em grego (a língua diplomática da época), o que facilita muito a compreensão da história desse povo.
Em 335 d.C., os axumitas invadiram, saquearam e incendiaram a capital kushita, Meroé, pondo fim ao reino de Kush, que representava um centro comercial concorrente. Acredita-se que a elite kushita tenha fugido em direção do oeste, chegando até o Chade, e difundindo assim a cultura kushita.
O império axumita se cristianizou a partir da influência egípcia, e se tornou um importante centro de difusão dessa nova religião no leste da África.
Com a expansão árabe muçulmana, a partir do século 7, o reino axumita cristão perdeu sua força, tanto econômica quanto cultural. Mesmo assim, séculos mais tarde, durante a expansão marítima e comercial de Portugal (século 15), muitos navegadores tinham como meta encontrar o reino lendário de Prestes João, um reino cristão africano que, provavelmente, seria o antigo reino de Axum.
E vale lembrar: muito tempo depois, enquanto toda a África era repartida e dominada pelas potências imperialistas europeias (no século 19), a Etiópia foi um dos poucos reinos que conseguiu manter sua independência. Ainda hoje, portanto, conhecer e valorizar a cultura etíope pode ser um caminho interessante para se compreender parte da história da humanidade.
Um afro abraço.
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