monocultura da cana-de-açúcar e café) baseava-se no trabalho escravo. O latifúndio monocultor no Brasil exigia uma mão-de-obra permanente. Era inviável a utilização de portugueses assalariados, já que a intenção não era vir para trabalhar, mas para enriquecer. Na fase inicial da lavoura canavieira ainda predominava o trabalho escravo indígena. Caem por terra argumentos amplamente utilizados, como a inaptidão do índio ao trabalho agrícola e sua indolência. Após a captura, os índios eram forçados a executar um duro trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, onde eram supervisionados,explorados e maltratados.Estudos mais recentes mostram quea reação do nativo foi tão marcante que se tornou uma ameaça perigosa para certas capitanias, como Espírito Santo e Maranhão. Além da luta armada, os indígenas reagiram de outras maneiras, com fugas, alcoolismo e homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo escravismo colonial. Destaca-se também a posição dos jesuítas que, voltados para a catequese do índio, opunham-se à sua escravidão.
Logico que a escravidão contemporânea é diferente daquela que existia até o final do século 19, quando o Estado garantia que comprar, vender e usar gente era uma atividade legal. Mas é tão perversa quanto, por roubar do ser humano sua liberdade e dignidade. E ela não se resume à terra de ninguém que é a região de expansão agrícola amazônica, mas está presente nas carvoarias do cerrado, nos laranjais e canaviais do interior paulista, em fazendas de frutas e algodão do Nordeste, nas pequenas tecelagens do Brás e Bom Retiro, da cidade de São Paulo.
A nova escravidão é mais vantajosa para os empresários que a da época do Brasil-Colônia e do Império, pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional.
O fim da escravidão foi a necessidade de substituir o trabalhador negro escravo, diante da crise do sistema escravista e da abolição da escravatura. A vaga imigratória foi impulsionada pelas transformações socioeconômicas que estavam ocorrendo em alguns países da Europa e pela maior facilidade dos transportes, advinda da generalização da navegação a vapor e do barateamento das passagens. Mesmo assim, a exploração do trabalho escravo tornou possível a produção de grandes excedentes e uma enorme acumulação de riquezas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e cultural que a humanidade conheceu em determinados espaços e momentos.
Se liga:
Nosso país serviu como base para o enriquecimento das nações colonizadoras e atualmente serve de mercado consumidor e fornecedor de matéria-prima aos países que estão no topo da produção capitalista. Os ciclos de exploração das riquezas brasileiras necessitaram de trabalhadores eficientes e o capitalismo alia este fator à questão do custo. A pobreza e o desemprego são fatores que desencadeiam um excedente de mão-de-obra barata que serve de subsídio para que o sistema capitalista continue ativo. Vale salientar que a antiga escravidão tinha como peculiaridade a relevância das diferenças étnicas. Atualmente o indivíduo, a despeito de cor ou raça, pode se tornar escravo, levando-se em conta somente o seu nível econômico.
Infelizmente, a assinatura da Lei Áurea, em 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, colocando fim à possibilidade de possuir legalmente um escravo. No entanto persistem situações que mantêm o trabalhador sem possibilidade de se desligar de seus patrões. Há fazendeiros que, para realizarem derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias e extrativistas, contratam mão-de-obra utilizando os famigerados gatos.
Enquanto de no passado, a propriedade legal era permitida, hoje não. Mas era muito mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. O negro africano era um investimento
dispendioso que poucas pessoas podiam ter. Hoje, o custo é quase zero - paga-se apenas o transporte e, no máximo, a dívida que o sujeito tinha em algum comércio ou hotel. Além do fato de que, se o trabalhador fica doente, é só largá-lo na estrada mais próxima e aliciar outra pessoa. O desemprego é gigantesco no país, e a mão-de-obra, farta.
Na escravidão contemporânea, não faz diferença se a pessoa é negra, amarela ou branca. Os escravos são miseráveis, independentemente de raça. Porém, tanto na escravidão imperial quanto na do Brasil de hoje, mantém-se a ordem por meio de ameaças, terror psicológico, coerção física, punições e assassinatos.
Infelizmente, a assinatura da Lei Áurea, em 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, colocando fim à possibilidade de possuir legalmente um escravo. No entanto persistem situações que mantêm o trabalhador sem possibilidade de se desligar de seus patrões. Há fazendeiros que, para realizarem derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias e extrativistas, contratam mão-de-obra utilizando os famigerados gatos.
Enquanto de no passado, a propriedade legal era permitida, hoje não. Mas era muito mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. O negro africano era um investimento
dispendioso que poucas pessoas podiam ter. Hoje, o custo é quase zero - paga-se apenas o transporte e, no máximo, a dívida que o sujeito tinha em algum comércio ou hotel. Além do fato de que, se o trabalhador fica doente, é só largá-lo na estrada mais próxima e aliciar outra pessoa. O desemprego é gigantesco no país, e a mão-de-obra, farta.
Na escravidão contemporânea, não faz diferença se a pessoa é negra, amarela ou branca. Os escravos são miseráveis, independentemente de raça. Porém, tanto na escravidão imperial quanto na do Brasil de hoje, mantém-se a ordem por meio de ameaças, terror psicológico, coerção física, punições e assassinatos.
Compare a baixo:
Brasil
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Antiga escravidão
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Nova escravidão
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propriedade legal
| Permitida | Proibida |
custo de aquisição de mão-de-obra
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alto. a riqueza de uma pessoa podia ser medida pela quantidade de escravos
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muito baixo. não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas o transporte
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lucros
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baixos. havia custos com a manutenção dos escravos
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altos. se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito
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mão-de-obra
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escassa. dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou reprodução. bales afirma que, em 1850, um escravo era vendido por uma quantia equivalente a r$ 120 mil
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descartável. um grande contingente de trabalhadores desempregados. um homem foi levado por um gato por r$ 150,00 em eldorado dos carajás, sul do Pará
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relacionamento
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longo período. a vida inteira do escravo e até de seus descendentes
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curto período. terminado o serviço, não é mais necessário prover o sustento
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diferenças étnicas
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relevantes para a escravização
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pouco relevantes. qualquer pessoa pobre e miserável são os que se tornam escravos, independente da cor da pele
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manutenção da ordem
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ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos
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ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos
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A participação da sociedade é importantíssima para abolir de vez essa que é uma das maiores violações dos direitos humanos. O site da ONG Repórter Brasil traz a lista suja (empregadores flagrados com trabalho escravo), notícias sobre escravidão e informações para conscientizar trabalhadores e a população em geral. Acesse: www.reporterbrasil.org.br
Outra forma de participar é assinar o abaixo-assinado pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 438/2001), pela qual seriam confiscadas as terras de quem utiliza trabalho escravo.
Acesse: www.trabalhoescravo.org.br/abaixo-assinado
Um afro abraço.fonte:www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos/www.mundojovem.com.br/www.ambito-juridico.com.br/reporterbrasil.org.br
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