UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 23 de junho de 2012

MERCADO DE TRABALHO E O RACISMO III...

O fato de o Brasil ser o segundo país com a maior população negra no mundo não pode ser facilmente compreendido se considerarmos a situação do mercado de trabalho atual. Em todos os estados, especialmente nas regiões metropolitanas do país, existe uma baixa quantidade de negros em setores elitizados. O problema acontece também no ingresso nas universidades. Mesmo com a implementação das cotas, o mecanismo não é o bastante para superar as desigualdades raciais. Apenas 2% das vagas das universidades públicas são ocupadas por afro-descendentes, distribuídas em sua maioria em três cursos: letras, pedagogia e enfermagem. No Brasil o racismo é bastante visível, tanto na vida escolar, como no mercado de trabalho, na religião, enfim, na sociedade em geral. No mercado de trabalho, as oportunidades são bastante reduzida e as maiores ofertas, no caso dos negros, são para serviços braçais e pouco remunerados. Na grande mídia, por exemplo nas TVs reporteres,apresentadores negros são a minoria. Diante dessas informações,concluiu que as profissões de destaque no Brasil são na maioria das vezes exclusivas para brancos, prejudicando assim a inserção do negro em profissões qualificadas. Trabalho e Racismo pra relembrar... Falar sobre o mercado de trabalho no Brasil, a partir da Segunda metade do século XIX, é antes de mais nada nos reportarmos ao longo processo de constituição da ideologia racial implementado por intelectuais e pelas classes dominantes a partir deste período. Isso significa que, esgotada a possibilidade de continuar com o trabalho escravo, tratava-se de “branquear” o país visando o advento de uma sociedade nos moldes ocidentais. Aqui, civilização era tomada como sinônimo de branco e europeu. Esse rumo fica evidenciado através da intervenção do Estado no sentido de financiar a importação de mão-de-obra da Europa para trabalhar nos cafezais e na nascente indústria no Sudeste, especialmente em São Paulo. A marginalização dos negros ocorre dentro de um contexto histórico, processo de abolição da escravidão e formação econômica moderna, onde a estrutura de classes da sociedade nacional está se constituindo e como conseqüência teremos o posicionamento desfavorável dos negros, devido a forma de inserção desigual na estrutura de classes, no que se refere a renda, escolaridade e ocupação. Em outros termos, poderíamos dizer que o Estado a partir da segunda metade do século XIX, pós-1850, e, principalmente, início do século XX, até meados dos anos 40, foi o veículo primordial da formação de um mercado de trabalho fundado na exclusão dos negros e descendentes. Esse mercado de trabalho, estruturado de cima para baixo pelo poder estatal, privilegiava os indivíduos brancos e dificultava o acesso de outros grupos raciais tendo em vista a crença, então em voga por aqui, a respeito da superioridade dos brancos. Essa ideologia racial irá, evidentemente, dificultar a inserção dos negros no nascente mercado de trabalho tendo em vista sua suposta inferioridade e a discriminação racial será, então, uma das marcas visíveis que o negro encontrará na busca por trabalho. Podemos, com certeza, afirmar a existência de uma reserva de mercado em determinadas profissões que privilegia alguns indivíduos em função da cor da pele. Ë o que podemos constatar em amplos setores profissionais na sociedade capitalista brasileira. Enquanto algumas ocupações são deliberadamente preenchidas por brancos, onde estão situados os maiores rendimentos e as melhores oportunidades, outras abrigam aqueles indivíduos com menores possibilidades escolares e profissionais, como é o caso dos negros, auferindo rendimentos inferiores. Estas desigualdades, que se prolongam até o trabalho, estão presentes, também, no interior do processo educacional e observamos isto na baixa escolaridade alcançada por negros em comparação com os brancos; basta conferirmos as estatísticas atuais da FIBGE, Ipea/Ministério do Trabalho ou do Ministério da Educação. De acordo com os dados do Provão/2000- Inep/Mec, dos formandos que fizeram o provão em 2000 nos cursos de Administração, Direito, Medicina Veterinária, Odontologia, Medicina, Jornalismo e Psicologia, dentre outros, mais de 80% é constituído por brancos (respectivamente, 83,3%, 84,1%, 84,9%, 85,8%, 81,6%, 81,5% e 83,3%). Por sua vez, para os mesmos cursos, os negros aparecem nos seguintes percentuais: 1,6%, 2,0%, 1,1%, 0,7%, 1,0%, 2,9% e 1,6%.Esta pesquisa revela, também, a baixa freqüência dos negros nas universidades brasileiras. Enquanto 80% dos universitários são brancos, somente 2,2% são negros (“Provão revela barreira racial no ensino”. Folha de São Paulo, Cotidiano. 14/01/2001) As conseqüências de tudo isso são bem conhecidas: miséria, favelas, violência, perseguição policial... como marcas que registram os estereótipos e preconceitos. Segundo a Folha de São Paulo, no Rio de Janeiro, “70,2% dos mortos são de cor preta ou parda; brancos somam 29,8% das vítimas”, o que leva a conclusão que a “polícia do Rio mata mais negros e pardos” (Folha de São Paulo. Cotidiano. 15/05/2000). A inclusão do negro: Para debater esse assunto, onde foi abordado a inclusão do negro no mercado de trabalho, e consequentemente os desafios de aceitação na sociedade, é necessário um estudo aprofundado desde o resgate histórico até a atualidade. E tratando-se desse tema, encontra-se um dilema, devido ao preconceito racial e cultura discriminatória em nosso País. a inclusão do negro no mercado de trabalho, e consequentemente os desafios de aceitação na sociedade, é necessário um estudo aprofundado desde o resgate histórico até a atualidade. E tratando-se desse tema, encontra-se um dilema, devido ao preconceito racial e cultura discriminatória em nosso País. Motivados pela oportunidade de expor uma provável situação e discriminação no mercado de trabalho, decidimos trabalhar sobre o tema, justamente em virtude dessa possibilidade, que se analisar o processo de admissão do negro. Práticas discriminatórias presentes no cotidiano indicam a permanência do racismo. A sociedade brasileira preserva profundas desigualdades raciais, de rendimentos, educacionais e ocupacionais. O racismo, a discriminação racial tem seus efeitos sobre homens e mulheres negras, sendo que estas sofrem duplamente o preconceito e a discriminação raciais, que procuram “caminhos” para burlar as portas fechadas no mercado de trabalho. A forma como isso ocorre pode ser notada na crescente formação de grupos anti-racistas e pela valorização da cultura negra, bem como pelo surgimento de movimentos negros voltados para a tentativa de exigir do Estado determinadas políticas públicas que venham a beneficiar as populações historicamente discriminadas. Um afro abraço. fonte:http://www.espacoacademico.com.br /www.administradores.com.br/...do-negro-no-mercado-de-trabalho

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