UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Representação racial e política :Homens brancos Representam 80% na Câmara...

Homens brancos representam 80%  na Câmara
Entre os eleitos, 15,8% se declararam pardos e apenas 4,1%, pretos. Para especialista da UFRJ, baixa representatividade é reflexo da falta de candidaturas.
A ausência de negros e de seus legítimos representantes no cenário político é perceptível até para os estrangeiros. Angela Davis, filósofa, escritora e ativista negra estadunidense, apresentou a seguinte crítica no Festival Latinidades: Não posso falar com autoridade no Brasil, mas às vezes não é preciso ser especialista para perceber que alguma coisa está errada em um país cuja maioria é negra e a representação é majoritariamente branca. Essa observação foi feita no ano de 2014, mas continua sendo a nossa realidade no presente ano de 2016.

Quem comanda a política é o poder econômico; e, decerto, quem detém esse poder é a elite branca brasileira, que o vem exercendo na forma de legado familiar, perpetuando-se no poder por gerações. Esse aspecto reflete em uma representação legislativa extremamente elitista, formada por homens brancos, cis, que corroboram com retrocessos dos direitos das "minorias", como os das mulheres, dos negros, dos LGBTs e da população pobre. Desse modo, é de suma importância a participação e representação dos interesses da população negra nesse órgão do poder, uma vez que neste tramitam e aprovam-se projetos de leis que, por seus conteúdos, são determinantes para a permanência ou mudança das condições de vida de negras e negros brasileiros.

Muitas" mulheres negras em sua grande maioria" contrárias ao golpe, a Eduardo Cunha e à bancada conservadora cristã evangélica, se manifestaram nas redes sociais em repúdio à tentativa de representatividade das Deputadas. Ademais, em seu discurso antes de apresentar o voto SIM, tratou das políticas públicas e demais programas do governo como "migalha", evidenciando uma fala extremamente equivocada, alheia às lutas, especialmente do povo negro que elas diz representar, e favorável à ideia da meritocracia. Como sabemos, milhares de pessoas negras e pobres conseguiram adentrar espaços universitários através das cotas, uma conquista do movimento negro dentro do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Sendo assim, não há de se falar em migalha, pois se trata de direito reparatório e a Sras. Deputadas, enquanto negras, deveria defender tais projetos, lutar por menos exclusão e mais educação para o nosso população negra...

A bancada federal eleita conservadora é composta por 80% de homens brancos. Entre os eleitos, 15,8% se declararam pardos e apenas 4,1%, pretos. No caso das mulheres, elas representarão quase 10% da Câmara dos Deputados no início de 2015. No conjunto de deputados, as pardas serão 1,6% e as pretas, 0,6%. Nenhum índio foi eleito.

No ano passado (2015), tivemos o debate sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, encabeçado por Eduardo Cunha – presidente da Câmara dos Deputados. Mais uma vez, os parlamentares negros falharam ao votar SIM, ao votar pelo encarceramento a juventude negra.



É preciso PENSAR a relevância de verdadeiros representantes em suas ações “nem toda representatividade é positiva” o número de votos dos políticos negros vieram de eleitores negros, pobres e periféricos.

Acredito que os políticos têm como obrigação atender às demandas de seus eleitores, cuja cor é o pontual fator de identificação para com essas lideranças. Não basta a ocupação de espaços. É necessário quebrar as normas do que é imposto para nós, sendo este o motivo pelo qual foram escolhidos. De alguma forma, os eleitores se identificaram, depositaram uma mínima esperança, e os colocaram para realizar modificações no sistema atual. Não adianta estar lá e não tocar na ferida exposta do racismo, machismo, conservadorismo, da LGBTFobia e das desigualdades socais. Não adianta adentrar nesse lugar e não atender os interesses do povo negro e suas multiplicidades.
Rio de Janeiro – Enquanto no Brasil a proporção de negros na população ultrapassa os 50%, entre pretos e pardos, na Câmara dos Deputados a proporção fica em 8,9%, com 46 dos 513 representantes do povo. Apesar de ruim, o quadro melhorou nas últimas décadas.
Para refletirmos sobre o assunto, de novo  Angela Davis: Devemos lutar não só para trazer pessoas negras para a esfera do poder, mas para garantir que essas pessoas vão romper com os espaços de poder e não simplesmente se encaixar nesses espaços. Podemos
observar explicitamente que somos minoria num espaço amplamente branco. E, nesse número minoritário de negros, boa parte ainda não conseguiu representar o anseio de seu povo. A maioria deles, muitas vezes, ocuparam tais espaços porque prometeram cumprir prioridades negras, mas se associaram e se adequaram aos interesses brancos. Sendo assim, considero de forma urgente uma reflexão do que desejamos: Ter representatividade negra que se omite e ignora as dores do povo negro? Ou Ter Representatividade negra que compreenda o seu papel e interfira na estrutura racista e machista que exclui, agride, tortura e mata pessoas negras diariamente?

Segundo o IBGE, as mulheres representam metade da população brasileira. Pelo Censo de 2010, 43% dos brasileiros se declaram pardos e 7,6%, pretos.

Reforma política
Reeleita para a próxima legislatura com mais de 48 mil votos, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) faz parte do 0,6% de mulheres pretas na Câmara em 2015. Ela entende que, sem uma reforma política com financiamento público de campanha, será difícil ampliar a participação da população negra no Legislativo.

Se liga:
1-Deputados Estaduais negros eleitos em 2006:30
2-Deputados Federais negros eleitos em 2006: 25 ou 5% do Congresso
3-Frente Negra nos municípios: duas, Salvador e Belo Horizonte
4-Frente Negra no Congresso Nacional: tem 220 deputados e quatro senadores
5-Vereadores negros eleitos nas capitais em 2008: 52
6-Cidade que mais elege vereadores negros em 2006: 16, Salvador
7-Estado que mais elege deputados estaduais negros em 2008: Rio de Janeiro
8-Estados que possuem Frente negra nas Assembleias Legislativas: 4, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Amapá
.9-Principal Frente negra em Assembleias: Frente Parlamentar de Igualdade Racial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais: tem 42 deputados
10-Partido que mais elege negros: PT
11-Partidos que possuem secretarias de negros:9, PHS,PT, PC do B,PMDB, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO, PSDB
12-Primeiro Deputado negro da história em 1897: Eduardo Gonçalves Ribeiro, pelo Amazonas
13-Primeira negra a ser eleita deputada: Antonieta de Barros, em 1934, para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Partido Liberal catarinense
14-primeiro negro a candidato a Presidência do Brasil: Minervino Oliveira, pelo PCdoB, em 1930
15-Nas eleições de 2010 foram eleitos 39 deputados estaduais negros 16-Nas eleições de 2010 foram eleitos 43 deputados federais negros
17-Nas eleições de 2010 a Bahia foi o estado que mais elegeu deputado federal negro.
18-Atualmente 8,5% dos deputado(a)s do Congresso Nacional são negros 18-Nas eleições de 2010 o PT foi o partido que mais elegeu negros, seguido pelo PRB
19-A maioria dos deputados negros eleitos em 2010 são oriundos de profissões como magistério, advocacia e serviço público.
20-Desde 1983, quando começaram a ser feitos esses tipos de mapeamento, há uma tendência no aumento da representação parlamentar negra no Congresso Nacional.

A Unegro/rj tinham como um de suas prioridades a atuação no movimento social e não na dimensão institucional. Por isto temos como norma a não ocupação de cargos institucionais e tendo como norma   ser obrigados a se afastarem de cargos de direção da entidade para mantiver a nossa "independência". Esta postura trás problemas de auto-sustentação permanentes para a entidade... Nos militantes da unegro somos  tod@s trabalhadores e que militavam de forma voluntária nas suas horas de folga, batalhavam tenazmente  para boa parte de nossa grande militância e entendemos através de vários e inflamados debates que precisamos que precisamos dar um passo alem, precisamos entrar na maquina para tentar construir a mudança e mais teremos candidatos negros em varias cidades do estado do Rio de Janeiro.

 
“Os quadros existem, noss@s negr@s estão aí,  mesmo  que não haja condições financeiras de fazer em pé de igualdade a campanha que os outros fazem... Pois para quem

levanta nossas bandeiras nunca fácil e não sera agora você não tem quem se interesse em contribuir esse tipo de campanha ??? - Tem gente que pode achar muito linda essas  histórias de vida, pode achar que é importante ter negros e negras, mas e o financiamento financiar... -Ele (os empresario) vai procurar dar recursos àqueles que o representa...
- Mais estamos aqui com a nossa cara preta, das favelas,periferias que foram forjados na  dor e na luta!

Rebele-se Contra o Racismo!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.
fonte:UNEGRO

sábado, 13 de agosto de 2016

Amina, a rainha Hauçá de Zaria - Nigéria

"Histórias de rainhas africanas, guerreiras onde cada uma em seu tempo comandaram
impérios mostrando ao mundo durante todos esses quase 10 mil anos de existência da humanidade a força, a garra e a beleza da Mulher Negra".
É sempre incrível estudar sobre o continente africano e toda sua riqueza histórica e cultural. Infelizmente, este local que faz parte da ancestralidade brasileira, não é alvo de muita atenção fora dos meios acadêmicos. O que além de ser absurdo é muito triste. Em todo modo, para nós, amantes da História de Gênero, estudar a mãe Africa e as mulheres incríveis que viveram por lá, é de um prazer enorme. Aqui selecionamos duas grandes mulheres e rainhas, que deixaram sua marca na História da Africa e do mundo, como duas das mulheres mais poderosas, africanas do século XVI.

Enquanto Elizabeth mantinha-se no trono inglês, na Africa, mais precisamente Nigéria, outra mulher lutava e muito por seu lugar ao sol, seu nome era Amina, a rainha guerreira.
A cidade Hauçá de Zaria, tradicionalmente encarregada da defesa dos outros estados hauça contra as incursões militares provenientes do sul se distinguiu pelo reinado de duas rainhas famosas cujos feitos estão ligados a expansão de Zaria:
 A rainha Bakwa Turunku, que mudou a capital para o sul da localização atual em 1536, e sua filha primogênita, a rainha Amina, famosa pela proeza militar e por haver expandido o domínio de Zaria na vasta região contida entre os rios Níger e Bênue.
Essa rainha de Zazzua, uma província da Nigeria conhecida atualmente por Zaria, nasceu por volta de 1533, durante o reinado do Sarkin Zazzau Nohir.


Sarkin é um titulo real. Ela foi a sua neta.
Zazzua foi uma das cidades Hauçá que dominaram o comercio trans-sahariano após o colapso do império Songhai a oeste. Sua riqueza deveu-se ao comercio de artigos de couro, tecidos, kola (obi), sal, cavalos e metais importados.

Aos dezesseis anos, Amina como é conhecida, pois seu verdadeiro nome era Aminatu, tornou-se a futura herdeira (Magajiya) de sua mãe, Bakwa de Turunku, a regente de Zazzua.
Com o titulo veio a responsabilidade pela guarda da cidade e assembleias diárias com outros oficiais.
Apesar do reinado de sua mãe ser conhecido pela paz e prosperidade, Amina decidiu aprender a arte militar dos guerreiros.

A rainha Bakwa morreu por volta de 1566 e o reino de Zazzua passou para seu irmão mais jovem, o príncipe regente Karama.
Por essa época, Amina tornou-se a chefe guerreira da cavalaria. Suas conquistas militares lhe trouxeram riqueza e poder.
Quando Karama  também morreu, após um reinado de dez anos, Amina foi coroada
rainha.
Três meses após assumir o poder ela iniciou sua primeira expedição militar e continuou lutando até a sua morte.

Se liga:No trigésimo quarto ano de seu reinado, ela já havia conseguido expandir os domínios de Zazzua para um tamanho nunca antes alcançado.
Seu alvo principal, todavia, não foi a anexação das terras vizinhas, mas forçar os governantes

locais a aceitar a condição de subjugados e assegurarem aos comerciantes Hauçás uma passagem livre pelas suas terras.
Deve-se a ela o credito pela popularização das cidades fortificadas em argila (artigo postado em algumas paginas atrás, quando falo de arquitetura africana), que se tornaram características das cidades-estados Hauçá desde então.
-"Cada cidade conquistada por ela foi murada e fortificada".
Posteriormente, cidades foram crescendo dentro dessas muralhas e algumas delas ainda existem. 
São conhecidas como "ganuwar Amina", ou as muralhas de Amina.
Seu nome "Amina, Yar Bakwa ta san rana," significa Amina, filha de Nikatau, "uma mulher

com capacidade de qualquer grande homem".

-AMINA FOI UMA RAINHA NIGERIANA É LENDA ATÉ HOJE EM SEU PAÍS.GOVERNOU E LUTOU PELO SEU PAÍS.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte:https://en.wikipedia.org/wiki/Amina

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Religiões de matriz africana são o principal alvo de intolerância no Brasil

Relatório e dados
Os entrevistados destacam que, pela primeira vez, a CCIR, criada em 2008, aliou os dados estaduais a números nacionais, informações de outros institutos e relatos de três diferentes pesquisas acadêmicas.

Os afro-brasileiros são discriminados, tratados com preconceito, para não dizer demonizados, por sermos de uma tradição africana/afrodescendente. Logo, estamos afirmando que o racismo é causa fundamental do preconceito ao candomblé e demais religiões afro-brasileiras"

Assassinatos: 
 Um pai de santo foi morto a tiros na esquina de casa no início desta quinta-feira (07/01/2016 12h30 ) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a Polícia Militar, a vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. A ocorrência foi encaminhada à 59ª DP (Duque de Caxias).

Pai de santo é morto com tiros na cabeça dentro do centro de Umbanda em Simões Filho-Mais um caso de violência é registrado em Simões Filho, desta vez a vítima foi um pai de santo. Ele foi morto a tiros, na noite deste sábado (11/09/2015), dentro do centro de Umbanda, localizado na Rua L, no bairro de Simões Filho 1, em Simões Filho, cidade da Região Metropolitana de Salvador. Informações preliminares dão conta de que ele foi vítima

de um latrocínio (roubo seguido de morte).

O religioso Identificado apenas como “Aílton Gomes” foi atingido por vários disparos de arma de fogo em várias partes do corpo, inclusive na cabeça.

Papel do Estado
Um dos objetivos de aumentar o escopo do relatório da CCIR é chamar a atenção para o problema e nacionalizar o debate, além de pressionar Estados e o governo federal para a implementação de políticas públicas mais efetivas. Outra meta é cobrar a execução da legislação já existente, que tipifica o crime de intolerância religiosa.

Os dados do Disque 100, criado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, apontam 697 casos de intolerância religiosa entre 2011 e dezembro de 2015, a maioria registrada nos

Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Estado do Rio, o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir), criado em 2012, registrou 1.014 casos entre julho de 2012 e agosto de 2015, sendo 71% contra adeptos de religiões de matrizes africanas, 7,7% contra evangélicos, 3,8% contra católicos, 3,8% contra judeus e sem religião e 3,8% de ataques contra a liberdade religiosa de forma geral.

Dentre as pesquisas citadas, um estudo da PUC-Rio sugere que há subnotificação no tema. Foram ouvidas lideranças de 847 terreiros, que revelaram 430 relatos de intolerância, sendo que apenas 160 foram legalizados com notificação. Do total, somente 58 levaram a algum tipo de ação judicial.

O trabalho também aponta que 70% das agressões são verbais e incluem ofensas como "macumbeiro e filho do demônio", mas as manifestações também incluem pichações em muros, postagens na internet e redes sociais, além das mais graves que chegam a invasões de terreiros, furtos, quebra de símbolos sagrados, incêndios e agressões físicas.

-"Embora existam também atritos entre algumas religiões cristãs, eles acabam não sendo tão violentos porque essas religiões têm uma origem comum e compartilham os mesmos valores. No caso das religiões de matriz africana, a intolerância recebe uma outra dimensão e resulta em violência, como no depredamento de casas, espancamento de pessoas e até mesmo assassinatos. "

Entre 2000 e 2010 o segmento religioso dos evangélicos foi o que mais cresceu no país, passando de 15,4% da população para 22,2%, segundo o IBGE. Isso equivale a um aumento de 16 milhões no número de adeptos, que chegou a 42,3 milhões em todo o Brasil, o que refletiu na política.
A bancada evangélica conta hoje com 78 parlamentares e tem representação na presidência da Câmara, com Eduardo Cunha (PMDB). Se a frente parlamentar fosse um partido, seria o
mais numeroso da Câmara Federal. Nas eleições de 2014, o PT elegeu 70 parlamentares, seguido do PMDB com 66 e PSDB, com 54

Durante investigação realizada entre 2010 e 2011, a Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação constatou vulnerabilidade de crianças e professores adeptos a religiões d matriz africanas escolas publicas brasileira. Violência física, exclusão social e humilhação, além do afastamento de profissionais da educação adeptos ao candomblé ou umbanda, ainda tem a proibição da pratica da capoeira e danças afro-brasileiras foram registrados pela relatoria... Intolerância e aprendida como racismo...

Mercado religioso
O professor de ciências da religião Frank Usarski, da PUC-SP, afirma que a tensão mais visível é entre algumas igrejas pentecostais e as religiões afro-brasileiras, apesar de existirem também atritos entre religiões que tenham a mesma raiz.

"Isso tem muito a ver com a lógica do mercado religioso. Hoje em dia não é mais uma convivência idealista, mas uma luta de segmentos, da necessidade de conquistar uma certa parcela da população. Dessa forma, o outro é estigmatizado, desvalorizado e inferiorizado", acrescenta, dizendo que a briga entre as religiões se orienta por uma lógica capitalista.

Ele cita, como exemplo, a briga entre vertentes da religião budista no Brasil, em que houve briga jurídica para impedir a entrada de líderes religiosos no país. Além disso, um grupo

reivindica um templo para si e o outro não quer devolvê-lo. "Não são só brigas simbólicas, mas também jurídicas."

As religiões de matriz africana chegaram ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, trazidas pelos escravos, alguns deles sacerdotes, que eram traficados para cá. Como, naquela época, a única
religião aceita no País era o catolicismo, os devotos dos orixás tiveram que se comportar como cristãos, frequentando ritos e cultuando santos católicos. Dessa mistura entre tradição africana e influência europeia nasceu o candomblé – que une a devoção aos orixás com conceitos da religião católica –e posteriormente a umbanda, misto de culto aos orixás, com preceitos kardecistas e crenças indígenas.

Se liga: Ao mesmo tempo, o estudo aponta para o crescimento de educadores, tanto católicos como neopentecostais conversadores, que utilizam as escolas públicas e creches brasileiras para proselitismo religioso.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:www.bbc.com/portuguese/noticias/www.cartacapital.com.br/

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

"Caminhada até aqui foi dura de Rafaela Silva para superar o racismo e vencer!!!

-"Quem foi chamada de Macaca e que deveria estar na jaula é É OURO"! 

o Brasil dando show:-Judoca belga diz que foi vítima de preconceito em aeroporto de São Paulo: 'Vou à Justiça'Muitas mulheres negras, originárias de famílias pobres, encontram nele um forma de romper a barreira das dificuldades econômicas, tornando-se profissionais, atuando nas competições de alto rendimento. Algumas conseguiram uma performance reconhecida pelo mercado esportivo por meio de muito sacrifício, dedicação, vontade de vencer e um pouco de sorte porque no Brasil ainda é muito precária a situação do esporte dito amador.

Apesar do crescimento da participação dos negr@s nas diversas modalidades esportivas o número ainda é pequeno em relação à demanda. Com a crise econômica, um fantasma sempre presente em nossa sociedade, também esta via de trabalho fica cada vez mais complicada para quem é negra e pobre. Transformar a situação exige ações políticas governamentais e empresas privadas visando o desenvolvimento do esporte. É urgente a criação de mais clubes e espaços esportivos nas periferias para a formação de novos atletas.

Essa também é a historia de Rafaela - "A caminhada até aqui foi dura, mas valeu a pena. Muito obrigada pelas mensagens de apoio e pela torcida", explode Rafaela nas redes sociais logo após a conquista da primeira medalha de ouro dos Jogos do Rio de Janeiro. Junto com ela, milhares de fãs que acompanharam o triste episódio de racismo que quase fez a judoca desistir do esporte em 2012, durante a Olimpíada de Londres.

Desclassificada, na época, por uma catada de perna ilegal sobre a húngara Hedvig Karakas, ela foi obrigada a ler xingamentos preconceituosos a ser respeito como "macaca", entre outros bem criminosos.

Além de muito treino, foi preciso uma espécie de força-tarefa da comissão técnica e da família para levantar sua autoestima tão duramente golpeada, relatam aqueles que a seguem de perto. Mas o esforço valeu a pena. A resposta da judoca foi como a que se espera da campeã que ela é.

A principal atleta negra do judô é Rafaela Silva, primeira mulher brasileira campeã mundial da modalidade. Carioca da cidade de Deus , Rafaela é atleta da Ong Reação. Como todas as atletas negras, encontrou no esporte uma forma de combater a pobreza, a discriminação racial e reencontrar a cidadania.
Apesar da situação das mulheres negras praticantes de esporte ter melhorado em relação às dificuldades enfrentadas pelas pioneiras, os problemas ainda são relevantes. Primeiro e principal deles é a falta de patrocínio o que é muito desestimulante para aquelas que almejam seguir carreira na área.

O escasso incentivo financeiro impede o surgimento de novos clubes e torna inviável o desenvolvimento dos existentes. Com isto, muitas atletas seguem para o exterior onde os salários são melhores e o futebol feminino valorizado. A maioria das atletas negras continuam originárias das classes de menor renda e bons salários são fundamentais para o progresso pessoal e de suas famílias.

Se liga: No futebol feminino brasileiro a falta de incentivo aliada ao preconceito contra a mulher que o pratica afastam os anunciantes que acreditam que o futebol é esporte de homens. Além do mais, o esporte agrega muitas jogadoras negras e a publicidade é um dos segmentos mais racistas do país.

A melhor jogadora de futebol feminino nacional é Marta da Silva Vieira, ou somente Marta.
Eleita cinco anos seguidos como a melhor do mundo pelo FIFA, recebeu o prêmio Bola de Ouro da entidade. Natural de Dois Riachos/LA, mudou-se para o Rio de Janeiro, com 14 anos. Jogou pelo IK da Suécia onde foi eleita artilheira do campeonato por quatro anos e melhor atacante em 2007 e 2008. Possui artilharia em Copas do Mundo e nos jogos Pan-Americanos e duas medalhas olímpicas de prata e carreira de sucesso na Europa.

Marta é a primeira mulher a jogar uma partida internacional de futebol masculino e foi eleita pela ONU embaixadora da Boa Vontade.

Pretinha, Delma Gonçalves é outra jogadora de destaque. É a mais veterana da Seleção Brasileira. Está no time desde 1991. Iniciou sua carreira no Clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de janeiro. Foi vice-campeã em Atenas 2004, logo depois foi jogar no Japão, onde está até hoje.

A varias formas de Rebela-se Contra o Racismo!

Um afro abraço.

.Claudia Vitalino.

fonte:euhistory.com/hoje-na-historia/www.mg.superesportes.com.br/

Um olhar para Religiosidade Negra ...

Nada mais delicado que as mudanças históricas de percepção e interpretação relacionadas a
religião africana e seu processo complexo de continuidades e descontinuidades no Novo Mundo. Uma leitura atenta e detalhada dos títulos que surgiram cronologicamente na literatura a respeito nos permitiria levantar dados para uma história instrutiva do prejuízo racial ou, melhor ainda, das relações inter-étnicas e interculturais na América Latina, marcadas por forte etnocentrismo cultural por parte das elites detentoras do domínio institucional oficial, que não podem ser atribuídas apenas a contextos locais, reflexo e conseqüência, por sua vez, dos interesses e situações internacionais que vem sucedendo desde a implantação da escravidão, por assim dizer, produto do mercantilismo europeu.

A questão da religião africana nas Américas - suas origens, áreas de influência, dogma, doutrina, liturgia, sacerdócio, mutilações, perseguições, transformações, diversidade de estilos e unidade epistemológica latente - apesar de ser aparentemente a parte mais

estudada, é a que mais precisa de um exame re-interpretativo. Esta revisão, que envolve a reformulação terminológica e conceitual quase total, deve ser de uma amplitude de perspectiva tal que permita, além de um estudo profundo da própria estrutura e conteúdos filosóficos, místicos e simbólicos da religião e da diversidade de suas manifestações, incluir seu significado histórico e contemporâneo como elemento fundamental que permitiu o processo dramático pela integridade psíquica e a preservação de um ethos latente específico que sobreviveu a todas as pressões do poder político-institucional.

Desde bruxaria, magia, sistema de superstições,ditos fetichismo, animismo, sincretismo, até as mais puras classificações de cultos afro-americanos, toda a ampla gama de designações que retrata simultaneamente o quadro do relacionamento intercultural, levaria a negar o caráter de religião ao sistema místico deixado pelos africanos e alterado pelos seus descendentes.Essa negação não somente tira os valores transcendentes da cultura trazida pelos escravos (justificando assim a arrogância lucrativa da submissão - forçada ou indireta - dos outros seres humanos), sendo que fundamentalmente desvia e encobre a unidade subjacente, o caráter transnacional das manifestações religiosas de raízes africanas e encobre, sobretudo, o fato de que a religião, condutora da continuidade institucional, permitiu os agrupamentos e comunidades que se constituíram em centros organizadores da resistência cultural. Mais que qualquer outra manifestação, a religião e as atividades que dela se derivam, nos proporciona os elementos que permitem recompor essa "comunalidade" que fala Mintz para o Caribe, ou "foco cultural", como prefere falar Brathwaite, falando precisamente sobre a religião africana.

-Assim como a civilização greco-romana expadiu-se pelas diversas formas do cristianismo, a civilização negro-africana expandiu-se e veiculou-se na diáspora através
das diversas acomodações e re-elaborações da religião tradicional africana.


O fato de que não puderam ser absorvidas pela Igreja do setor dominante, indicam claramente uma incompatibilidade institucional entre ambas as religiões. As variávies da religião negro-americana, com maior ou menor re-elaboração que deu significado e permitiu
a sobrevivência física e espiritual de importantes setores da população negra nas Américas.“Só um sacerdote do culto, em cargo elevado dentro da hierarquia da mesma, poderia produzir a classe do texto que esperava.“.

Não cabe dúvida de que a religão afro-americana - assim como o cristianismo - é o resultado
de um grande processo de seleções, associações, sínteses, re-interpretações de elementos arcaicos, absorção e re-elaboração de outros novos, cujas variações se foram estruturando de acordo com as bagagens culturais das etnias locais e de seu inter-relacionamento sócio-econômico, mas todas elas formando e delineando um sistema central básico.
A perspectiva do todo nos permitiria uma compreensão coerente da diversidade de modelos e situações, fragmentos de uma continuidade neoafricana, de um sistema místico e simbólico, distinto e específico, que participa dialeticamente do povo latino-americano e coloca uma parte do continente na órbita de uma comunidade transatlântica, todavia a ser conscientizada.

A sociedade branca, que está pronta para aceitar o Candomblé como folclore ou espetáculo
artístico, sente ameaçada sua segurança intelectual pela competição, em bases iguais, de uma filosofia que não é dela própria, uma filosofia que se chamará negritude, significando a verdadeira negritude, não aquela que não é mais que uma ideologia política. Mas por hora, só queremos destacar o conceito de negritude, da "verdadeira negritude", que Bastide caracteriza como "afirmação existencial" e não como ideologia política. Nesse sentido, negritude expressaria, por assim dizer, a latência africana, esse ethos, essa "comunalidade" que de uma maneira mais ou menos manifesta reúne as diversas expressões da religião afro-americana.

A religião foi e é o mais poderoso transmissor dos valores essenciais dessa negritude afro-americana. Valores que em nenhum caso permaneceram congelados; muito ao contrário, se conseguiram sobreviver com tanta pujança no meio de tantas pressões poderosas, foi devido fundamentalmente a essa extraordinária plasticidade e vitalidade, a esse processo dialético de resistência-acomodação que deu origem às diversidades: descontinuidade na continuidade, como preferem alguns especialistas.

A manutenção dessa estrutura básica, permitiu a esses cultos acomodar-se sem "embranquecer", interpretando o novo em termos de uma filosofia em que são renovados os valores de um passado, fonte de continuidade e estabilidade, ligados com uma história.

Essa renovação na estabilidade, essa mobilidade particular, é condutora como poucas da negritude.

Para dar um exemplo extremo, poderíamos examinar o fenômeno Jazz. É evidente que a música urbana negra dos Estados Unidos - assim como o samba no Brasil - revela sua profunda negritude apesar dos elementos externos que incorporou e re-elaborou, começando pelos próprios instrumentos que utiliza. Virgil Thompson classifica de jazz como "a referência
sobre-entendida", a expressão do negro. E acrescenta: "composição clássica européia, folclore anglo-saxão, dança hispânica, hinos, bateria, o lied alemão, ragtime, ópera italiana, todos são alimentos para a insaciável fome negra, provisões a serem trituradas, como se por dentro de todos os negros norte-americanos houvesse, ou talvez haja, alguma enzima antiga africana disposta a digerir vorazmente o que encontra em seu caminho na matéria sonora".

É conhecido o processo de encobrimento com o qual os africanos se acomodaram à conversão forçada exigida por seus donos. Suas próprias entidades sobrenaturais foram associadas a determinados santos e festividades católicos, com a idéia de enganar o branco, continuando com o seu próprio sistema, mas até onde isto foi possível é difícil de se determinar. Todas umas gamas de delicados mecanismos, de atuações falsas e verdadeiras, criaram uma ampla faixa de indeterminações e influências mútuas. Vários autores se dedicaram a confeccionar quadros nos quais são anotadas as várias associações entre entidades africanas e cristãs, e não insistiremos a respeito.

-Entretanto, vale chamar a atenção de que essas indeterminações e associações não são suficientes, no estado atual de seu processamento, para caracterizar a aparição de um novo sistema religioso.


Os sincretismos como mecanismos de contatos inter-étnicos e intelectuais foram e continuam sendo indiscutíveis. Mas, no que diz respeito à influência cristã, eles não se re-elaboraram homogeneamente para criar uma nova e única instituição que sincretizasse em um dogma e uma liturgia, as contribuições das instituições que se revelam alternativas e incompatíveis.
Inversamente, devido a sua compatibilidade, os sincretismos referentes às várias aproximações étnicas de origem africana foram acontecendo naturalmente; constituíram,

com diversidade formal, a unidade básica das variáveis homogêneas e o veículo condutor do "negrismo" nas variáveis heterogêneas.

Os sincretismos afro-cristão na América Latina são mais evidentes no plano individual, ainda que estaríamos tentados a preferir falar da soma de padrões. É bem sabido que quase todos, para não dizer todos, os negros da América Latina pertencem à religião cristã, católica em sua
maioria. Pelo menos são batizadas as cerimônias.

Apesar de não existir estatísticas a respeito, é possível perceber empiricamente que uma alta porcentagem dessa população freqüenta ou pertence a algum grupo ou comunidade, ou pratica alguma variação da religião afro-americana. Se a prática paralela de duas religiões cria em seus adeptos mecanismos sincréticos, estes não se deixam traduzir na organização institucionalizada de ambas, que mantém claramente separadas suas estruturas básicas, a não ser por rasgos mais ou menos complexos que, em um e outro sentido, transpassam os limites classe-grupo cultural sem alterá-los realmente.

Não existe uma nova religião, um resultado diferenciado das religiões que a deram origem; há uma alteração ou soma de crenças. Na Diáspora, a prática religiosa foi o fator preponderante que permitiu o reagrupamento institucionalizado dos africanos e seus descendentes.

Isto é de importância capital. A religião como elemento de coesão deu lugar a formação de grupos e associações cujos sistemas de crenças - resultante de referências étnicas e acomodações sócio-históricas - vinculam maneiras particulares de inter-relacionamento, normas, ações e valores que convertem os agrupamentos em verdadeiras comunidades com características peculiares.

Na Diáspora, o espaço geográfico que apresentava a África nativa e seus conteúdos, foi transferido para os sítios onde foram levantados casas, templos ou quartos em cujos recintos
se "plantaram", junto com os elementos e símbolos materiais nos lugares de adoração, os poderes dos antepassados e das entidades sobrenaturais que garantiriam não só a continuidade da existência, mas também uma forma de viver.

Foi através da prática contínua da religião que o negro conservou um sentido profundo de comunidade. A América Latina viu transportar, implantar e reformular em seu solo, um complexo cultural que se expressa através de associações religiosas, nas quais se mantém e renova o mais específico de seus sistemas de origem.

Dizer que nestas comunidades a religião é um elemento de coesão de formas particulares de
cultura, pareceria óbvio. Mas, é comum percebê-las somente como grupos religiosos.

Erro que desdibuja o significado profundo das comunidades como instrumentos institucionalizados de continuidade e re-elaboração e um sistema de cultura básico que insiste tenaz e dinamicamente em participar com seus valores próprios e diversidade de formas nas sociedades nacionais.


No Brasil....
A religião afro integra o folclore do país como bem material. Os escravizados vindos da África trouseram consigo o candomblé. Proibidos de praticar sua religião, os africanos associaram a cada orixá um ou mais santos católicos, conforme cada religião do, para exercerem sua religião sem serem perseguidos. Dos orixás de origem africana, se tornaram mais populares os seguintes: oxalá, xangô, yansã, oxún, ogun, oxósse, omolu, yemanjá, ibejis e exu.

As religiões chamadas afro-brasileiras surgiram durante o processo de colonização do Brasil, com a chegada dos escravos africanos. Em diferentes momentos da história, aos poucos, as religiões afro-brasileiras foram se formando nas mais diversas regiões e estados. É justamente por isso que elas adotam diferentes formas e rituais, diferentes versões de cultos.

Na realidade, os cultos afro-brasileiros vêm da prática religiosa das tribos africanas. Por isso, cada uma tem a sua forma peculiar de chamar o nome de Deus, promover seus cultos, estruturar sua organização, celebrar seus rituais, contar sua história e expressar as suas concepções através dos símbolos.

Na tentativa de catequizar os negros, os europeus promoveram uma grande mistura que

resultou nas hoje chamadas de religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, fruto da inter-relação de culturas.Alguns povos bantos eram adeptos do candomblé e foram seus introdutores no país. Atualmente, existem poucas casas de candomblé puro no Brasil, concentradas principalmente na Bahia. Por outro lado, o candomblé de caboclo e a cabula, outra variante do candomblé, tornaram-se as raízes remotas da umbanda, o mais difundido culto afro-brasileiro  na cidade do Rio de Janeiro.
 Porém, a religião oficial no Brasil é o catolicismo, trazido pelos brancos, de origem portuguesa. O candomblé - culto africano que se tornou afro-brasileiro - era encarado como bruxaria. Por isso era proibido e sua prática reprimida pelas autoridades policiais. Assim, os negros passaram a cultuar suas divindades e seguir seus costumes religiosos secretamente. Para disfarçar, identificavam seus deuses com os santos da religião católica. Por exemplo, quando rezavam em sua língua para Santa Bárbara, estavam cultuando Iansã. Quando se dirigiam a Nossa Senhora da Conceição, estavam falando com Iemanjá. Esse processo foi chamado de sincretismo religioso... 
Que e outro assunto e já temos alguns textos aqui no nosso blog...

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte:www.paperini.net/antigo.acordacultura.org.br/https://www.mundonegro.inf.br/comisão de povos tradicionais da unegro

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Dia 3 de Agosto comemora-se o Dia do Capoeirista

O dia do capoeirista é celebrado hoje, 3 de agosto, uma data que se popularizou por
todo o Brasil. Esta data ainda não é nacionalizada, apesar de existirem Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional. Alguns estados e municípios têm leis semelhantes que instituem, em datas distintas, o dia do capoeirista, o dia da capoeira ou a semana municipal da capoeira, como é o caso do Rio de Janeiro, do Ceará, de Fortaleza, de Florianópolis e de Porto Alegre.

Origem-Capoeira - No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" em quimbundo).[carece de fontes] Durante a cerimônia, os homens competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário.[carece de fontes] O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta.[carece de fontes] Com a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, a capoeira foi introduzida no Brasil..

No Brasil, assim como no restante da América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de trabalho forçado. Eram também forçados a adotar a língua portuguesa e a religião católica. Como expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para plantações dos índios) .
"
A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental. Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos Iorubá e Daomé, guineo-sudanês, dos povos Malesi e hauçá e do grupo banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo.[carece de fontes]A capoeira ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática.No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos.

A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar
à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas.Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a cavalo.Quilombos - Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes.. A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar.

O maior dos quilombos, o Quilombo dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e, geralmente, combatendo em menor número, resistiram a pelo menos 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores holandeses

O inicio no Brasil - Desde um início de sua formação até os dias de hoje, a capoeira
diferenciou-se em diferentes "estilos", cada um marcado por suas visões próprias, hábitos específicos e interações com a cultura local de cada região. Atualmente, essas diferentes leituras acerca da capoeira estão manifestas através da prática dos diferentes grupos e declaradas em duas principais vertentes: a capoeira de Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.

Se liga: No fim do século XIX, a escravidão no Brasil era basicamente impraticável por diversos motivos, entre eles o sempre crescente número das fugas dos escravos e os incessantes ataques das milícias quilombolas às propriedades escravocratas. O império Brasileiro tentou amenizar os diversos problemas com medidas como a lei dos Sexagenários e a lei do Ventre Livre, mas o Brasil inevitavelmente reconheceria o fim da escravidão em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, sancionada pelo parlamento e assinada pela princesa Isabel.

Livres, os negros viram-se abandonados à própria sorte. Em sua grande maioria, não tinham onde viver, onde trabalhar e eram desprezados pela sociedade, que os via como vagabundos. O aumento da oferta de mão de obra europeia e asiática do período diminuía ainda mais as oportunidades. e logo grande parte dos negros foi marginalizada e, naturalmente, com eles a capoeira.

Foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional , vista a situação caótica da capital brasileira e a notável vantagem que um capoeirista levava no confronto corporal contra um policial...

Devido à proibição, qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. A capoeira, após um breve período de liberdade, via-se mais uma vez malvista e perseguida. Expressões culturais como a roda de capoeira eram praticadas em locais afastados ou escondidos e, geralmente, os capoeiristas deixavam alguém de sentinela para avisar de uma eventual chegada da polícia.


Angola e Regionais - A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.

A designação “Angola” aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de “Negros de Angola”, vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeiragem Angola, a exemplo dos Mestres: João Pequeno, João Grande, Valdomiro Malvadeza, Albertino da Hora, Raimundo Natividade, Gaguinho Moreno, 45, Pessoa Bá-Bá-Bá, Trovoada, Bola Sete, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros, como Mestre Morais.

É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por ter uma sistemática estruturada em rituais de aprendizado completamente diferentes da

Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.
Regional

A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba (em Manuel dos Reis Machado, (1900-1974)
Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de “Luta regional baiana”, de onde surgiu o nome regional.

Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.

Há muita discussão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua capoeira Regional. Entre os velhos mestres, essa é a opinião vigente, mas, apesar disso, eles não acham que este fato seja negativo ou descaracterizador.

A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as “sequências de ensino” que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.

Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de “Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia”.

Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: “A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional.”

Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: “calouro”, “formado” e “formado especializado”. Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.

A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.

Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio – a famosa mandinga – e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.

Tipos de capoeira existem apenas dois a capoeira angola (que é composta pelo jogo de angola, são bento pequeno de angola e são bento grande de angola) e a capoeira regional (que é composta pela benguela a regional e a iuna), o que muda não é o tipo de capoeira, mas sim o jeito de se expressar.

Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros
e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender alíngua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.

O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:www.kimcapoeira.com\www.suapesquisa.com/educacaoesportes\fotos net


domingo, 31 de julho de 2016

MENELIK II Rei dos Reis da Abissínia (1844 – 1913)

-"Descendente da lendária Rainha de Sheba (ou Sabá) e do Rei Salomão, Menelik foi a figura principal naqueles tempos na África. Ele converteu um grupo de reinos independentes em um império forte e estável conhecido como os Estados Unidos de
Abissínia (a Etiópia). O feito dele em reunir vários reinos que freqüentemente se opuseram fortemente uns aos outros, lhe deu um lugar como um dos grandes estadistas de história africana. As realizações adicionais dele na cena internacional lidando com os poderes mundiais, culminou com a vitória atordoante da Etiópia em cima da Itália em 1896 na Batalha de Adwa (uma tentativa para invadir o país) o colocou entre os grandes líderes da história mundial e manteve a independência do país até 1935".
Menelik II foi a figura principal da virada do século XIX, na África.
Estabeleceu sua capital em Addis Abeba, conseguindo unificar as províncias de Tigre e Amhara em seu reino de Shoa.

 
-Converteu um grupo de reinos independentes em um império forte e estável conhecido como os Estados Unidos de Abissínia, atual Etiópia.
 

Outras realizações na cena internacional e sua maneira de lidar com os poderes mundiais, provaram sua competência de estadista, culminando com a vitória da Etiópia sobre a Itália em 1896 na Batalha de Adwa (uma tentativa de invadir o país) garantiram-lhe um lugar em meio aos grandes estadistas de história africana. 

Menelik manteve a independência do país até 1935 -Curiosidades
No final de seu reinado, Sua Majestade, o rei Menelik II, enviou de presente uma girafa ao presidente da República Francesa, a qual chegou ao Zoológico de Paris, em 1918. A girafa ficou conhecida como "La Girafe Ménélik".

Quando se utilizou pela primeira vez a cadeira elétrica nos Estados Unidos, o imperador Menelik II da Abissínia (atual Etiópia) ficou tão encantado com o invento que mandou comprar três unidades. Só depois percebeu que não poderia utilizá-las: no seu país não havia eletricidade.
Acreditando no poder da Bíblia de curar doenças, Menelik comeu "O livro dos reis" para se salvar de um derrame cerebral e morreu de obstrução intestinal.

Menelik I - Acredita-se que seu antecessor, o homônimo Menelik I, foi o filho do bíblico Rei Salomão de Israel e Makeda, a Rainha de Sabá.
De acordo com lendas etíopes, ele nasceu na província de Hamasien em Eritreia.
A tradição credita o fato de ele ter sido o rei que trouxe a Arca da Aliança para a Etiópia, quando ao alcançar maioridade, fora visitar Jerusalém a fim de conhecer o pai.
De acordo com o Kebra Nagast, Rei Salomão tinha a intenção de enviar para o filho alguns

nobres, sacerdotes do templo e guerreiros junto com Menelik no retorno dele para o reino de Sabá.
Supõe-se que ele tenha tido uma réplica da Arca, mas conta a lenda que o filho de Zadok o sumo-sacerdote, trocou a réplica secretamente com a real Arca, permanecendo na Etiópia até os dias de hoje, mais exatamente na antiga cidade de Axum.

Na morte da Rainha Makeda, Menelik assumiu o trono com o título "novo de Imperador" e "Rei dos Reis de Etiópia'.
Ele fundou a Dinastia "Salomônica" da Etiópia que governou o país com poucas interrupções durante aproximadamente três mil anos e 225 gerações, depois terminadas com o Imperador Haile Selassie em 1974.

Etiópia, Pais de mistérios - 
A República Federal Democrática da Etiópia é um país cheio de mistérios, desde seu nome (Ityjopya).
O nome do país tem origem na palavra grega "aethiops" que significa cujo significado é "rosto queimado" por designar à África negra.
Já o antigo nome em árabe, Abissínia, significa povos misturados, por referir-se ao reino da que no passado abrangia a Etiópia atual, a Eritréia, a Somália e se estendia até a Núbia - o atual Sudão.
Pois, os mistérios apenas começaram.
Esta terra contém restos paleontológicos de origens da humanidade, monolitos que chegam atingir 34 metros de altitude belamente decorados, restos do magnífico Palácio da Rainha de Sabá ou o Arca da Aliança guardada pelos muros da Igreja de Santa Maria de Sião em Axum, a qual conta a lenda foi trazida a este país por Melenik I, filho da rainha de Sabá e o sábio Salomão.
A estes fascinantes atrativos acrescenta-se uma maravilhosa natureza com lagos, montanhas, cascatas e a garganta do Nilo Azul.

-"Esses mistérios estão bem guardados pelas etnias que habitam o país: abissínios compostos por tigreses, amharas e shoas; hamitas com os galhas e somalis e as minorias pretas; nilóticos e nantues assim como os falaschas, judeus negros que têm continuado com suas tradições como se o tempo não tivesse passado".

A Etiópia fica no nordeste do continente africano, numa região de planaltos conhecida por Chifre da África.
Secas periódicas assolam o país, que tem a região (Dabol) com maior temperatura média (34°C) em todo o mundo.
Dois terços das terras são férteis e a agricultura é dinâmica, predominando as culturas de cereais e café.

Se liga:É uma das duas únicas nações africanas (a outra é a Libéria) que não foram colonizadas pelos europeus, cuja presença na região se restringe ao curto período da ocupação italiana (1936 a 1941).
Também não foi conquistada pelo Império Árabe, conservando até hoje uma forte tradição cristã.
O Estado ainda sofre as consequências da longa guerra civil iniciada nos anos 60, que só termina no início da década de 90. Com a independência da província da Eritréia, a Etiópia perde o estratégico acesso ao mar Vermelho.

Uma História de opressão e resistência -
A Etiópia é um país com um imenso histórico de opressão, tanto interna quanto externa.
Em 1869, o imperador Menelik II assumiu o trono e se aliou à Inglaterra e à Itália para organizar a administração local (reino de Choa).
Em 1895, os ex-aliados italianos invadiram o país, alegando falta de cumprimento de compromissos.
Em 1896, na batalha de Adua, morreram 4 mil dos 10 mil soldados italianos. Foi a derrota mais esmagadora sofrida por europeus na África, até a guerra da Argélia.
Mesmo derrotado, o país europeu conseguiu por meio da diplomacia os territórios atuais da Eritréia e o sul da costa somaliana.
Em 1936, no entanto, Benito Mussolini invadiu novamente o país africano, tirando vantagem da luta interna entre candidatos à sucessão de Menelik II.
A então Liga das Nações, apesar de solicitada pelo novo herdeiro do trono, não deu apoio concreto.
Entre outras realizações, em cinco anos de ocupação, a Itália estabeleceu um sistema de discriminação racial semelhante ao apartheid sul-africano.
Com a queda de Mussolini, o Reino Unido assumiu a administração da Etiópia. Os etíopes conquistaram sua independência em 1948, reassumindo então o herdeiro do trono, Hailé Seilassié.
Após ter conseguido escapar, ele voltou à sua terra natal, que se encontrava cheia de revoltas para todos os lados, contra o poder imperial, representado na ocasião por Bezebeh, governador imposto ao povo de Choa em nome de Tewodros II.
Então, com apenas 21 anos de idade, ele reúne suas forças e depões Bezebeh, se tornado Negus (Rei) de Choa. 

Depois de três anos, o Imperador Tewodros morre e Sahle Mariam aspira ao seu lugar, mas quem assume o trono é Yohannes IV, um Ras proveniente da família real de Tigre.
Subiu ao trono em 1872 e prosseguiu a obra de seu antecessor, equipando o império com Forças Armadas e estabelecendo a paz interna, principalmente com seu maior rival Sahle Mariam, o Ras de Choa
.
Para isso, realizou a união dinástica de seu filho com a filha de Sahle, o que garantiu uma sucessão pacífica ao trono.
 
Extremamente voltado para as questões religiosas, Yohannes IV expandiu bastante o cristianismo ortodoxo, catequizando pagãos e até muçulmanos.

Lutou bravamente contra os italianos contra os sudaneses fundamentalistas islâmicos,

chegando a morrer na batalha de Metemma (1889), quando os Exércitos Imperiais invadiram o Sudão.
No mesmo ano, Sahle Mariam foi coroado sob o nome de Menelik II. Em seu período de rivalidade com Yohannes IV (antes do casamento de seus filhos), se aproximou dos italianos que interpretavam o artigo XVII do Tratado de Uccialli (concluído em 1889), como o estabelecimento de um protetorado italiano sobre a Etiópia.
Mas, logo que assumiu o poder, tomando consciência da interpretação errônea dos italianos, Menelik renuncia ao tratado, o que provocaria uma guerra.
Em 1o de Março de 1893, os italianos rendem-se aos etíopes na Batalha de Ádua, a mais famosa da África contemporânea. 
 Menelik II foi muito importante para o desenvolvimento da Etiópia: ele criou ministérios governamentais, fundou escolas e centros de estudos, mandou instalar sistemas de correios e telégrafos e construiu inúmeras estradas e ferrovias, a principal delas ligando o Djibouti à nova capital por ele erguida: Addis Abeba. 
Esta cidade, que em amárico significa “Nova Flor”, foi construída nos planaltos de Choa e inaugurada em 1887. 

O Palácio Imperial, as Academias Militares e as Igrejas deram magnificência à sua obra,

que chegou a ser considerada a capital da África.
Foi por essa razão que durante o século XX Adis Abeba foi escolhida para sediar vários organismos internacionais da África.
Tendo adoecido gravemente em 1906, Menelik conseguiu assegurar ao seu neto Lij Iyasu, a herança do trono.
Iyasu, apesar de ser herdeiro por linha materna (sua mãe era filha de Menelik), era também filho do governador de Welo, do povo Oromo, que era muçulmano antes da conversão por Yohannes IV, o que gerou certa antipatia na nobreza, no clero e no povo etíope.
Para piorar a situação, Iyasu se declarou um seguidor de Maomé e filho de Alá.
Os nobres de Choa instalaram no trono, a princesa Zauditu (filha de Menelik) e colocaram Ras Tafari Makonnen, como Regente e Herdeiro à Coroa.
Tafari Makonnen pertencia à nobreza reinante de Choa: era bisneto do grande Ras Sahle Selassie e sobrinho do imperador Menelik.
Foi um governante dinâmico e objetivo e como regente, aboliu a escravidão, levou a Etiópia à Liga das Nações e foi o primeiro monarca etíope a visitar as capitais da França, Itália e Inglaterra.
Em 02 de Abril de 1930, a Imperatriz Zauditu morre e Ras Tafari é proclamado imperador.
Foi coroado em 02 de Novembro do mesmo ano, com o título de Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá, Eleito de Deus e Luz do Mundo.
Sua coroação atraiu a atenção do mundo ao seu país, contando com a presença de inúmeros chefes de estado, altos dignitários e jornalistas do exterior, que espalharam seu nome aos quatro cantos da Terra.
Seu nome, Haile Selassie, significa “Poder da Santíssima Trindade” e representou para seu povo a esperança de um futuro promissor.
Em 1931 foi aprovada a constituição que limitava seus poderes e estabelecia um parlamento.
Após a invasão do império pela Itália em 1936 e do exílio da Família Imperial em Londres, durante cinco anos a Etiópia formou com a Somália e a Eritréia a chama África Oriental Italiana.
Em 1941, com auxílio britânico, a Etiópia liberta-se da tutela italiana e Haile Selassie volta triunfante ao poder. Iniciam-se amplas reformas políticas e sociais: o sistema judiciário é organizado e hierarquizado e o Código Penal, reconstituído.
Com a criação da ONU em 1945, a Etiópia passa ser um dos países membros. Em 1960,
enquanto estava de visita oficial n Brasil, há uma tentativa de golpe de estado que é rapidamente esvaziada pelos militares leais à monarquia.
Ele retorna a Adis Abeba aclamado pelo seu povo. Em 1975, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, desaparece dos olhos da Babilônia, um ano após ser deposto por um golpe.
A independência absoluta e a soberania do Império Etíope são reconhecidas oficialmente, o que torna a Etiópia a única nação africana que não foi colonizada.

A Lendária Etiópia - No curso da História, houve três reinos, independentes e distintos entre si, os quais, em épocas próprias, foram denominados Etiópia: Napata, Méroe e Aksun (ou Axum).
Ao exame dos textos históricos, parece ressaltar que a denominação de Etiópia aplicava-se, mais apropriadamente, ao reino de Aksun (Axum), enquanto para Méroe e Napata representava apenas uma designação greco-romana.
O termo Etiópia (Ethiopia) parece ter resultado do esforço dos escritores gregos antigos para designar essa região da África Oriental, cujo nome originário, indígena, era ininteligível para eles. Seu significado é, aproximadamente, “país das gentes de rostos queimados”, ou seja, genericamente, a raça negra.
A designação indistinta de Etiópia para designar, genericamente, todos os países antigos situados ao sul do Egito, praticada por escritores antigos, dificulta a compreensão exata da localização geográfica de eventos registrados pela história, ocorridos naquela parte do mundo.
Observe-se a narrativa bíblica (Atos dos Apóstolos, cap.VIII, 27/39) onde um dos personagens seria um “alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia”.
Um rápido exame dos mapas da região nos convence que, em época tão remota, longe das conquistas dos atuais meios de transporte, seria improvável que um alto funcionário ousasse ausentar-se de suas funções para cumprir tal viagem, dada a enorme distância entre o local do encontro com Felipe (Jerusalém) e o reino da Etiópia (atual).
O termo Candace, comum aos textos bíblicos e de História, originário do grego Kandakê é a forma latina, com influência francesa, de Kantakai.
Representava o título real comum às rainhas do império etíope. Os gregos e os romanos usavam essa denominação como nome próprio das soberanas com as quais mantinham relações políticas.
O império abissínio teve início mil anos antes da era cristã, e terminou em 1974, com a deposição do último imperador.

"A origem lendária do império remonta ao filho de Salomão, rei dos judeus, com Balkis, rainha de Sabá. Esse filho é chamado, por alguns autores, por Menelik, e por outros, de David, e é apontado como origem dos negus da Abissínia."

Ainda segundo a tradição abissínia, durante sua permanência em Jerusalém, a rainha de

Sabá tornou-se mulher do rei Salomão.
Teria retornado ao seu país grávida, e teve um filho, que foi educado em Sabá durante a infância.
Na adolescência, foi enviado a Jerusalém, para aprimorar seus estudos e conviver com seu pai, por alguns anos, procurando absorver sua proverbial sabedoria.
Nessa ocasião, teria sido ungido e sagrado no Templo, com o nome de David, em homenagem ao seu avô, retornando, após, para junto de sua mãe.

Finalmente estabeleceu-se na Abissínia, tendo subido ao trono e introduzido à religião judaica em seu país, originando as cerimônias que os abissínios ainda conservam.
Salomão (do hebraico Chélômôh), filho do rei David e de Bethsabá, viveu entre 1032 e 975 a.C.
Sabá foi uma cidade da Arábia antiga (Arabia Felix), junto as costa ocidental do Mar Vermelho, capital do reino do mesmo nome, que os gregos chamaram de Miriaba. Esse país, posteriormente, passou a chamar-se Yemen.

- A tradição árabe conta que a rainha Balkis (Belkis), atraída pela fama de riqueza e sabedoria que adornavam o rei dos judeus, resolveu visitá-lo, tendo sido sua hóspede e mantido o relacionamento que resultou no nascimento de um filho, do qual descendem os reis da antiga Abissínia.
O episódio é confirmado (parcialmente) pela narrativa bíblica (Reis, cap. 10, vers.1 a 13, e Crônicas, cap. 9, vers. 1 a 12), exceto no que se refere ao nascimento do filho mencionado nas tradições árabes e etíopes.
"Os autores árabes atribuem à rainha de Sabá dessa narrativa, o nome de Balkis ou Belkis. Outros autores a denominam de Makeda, ou Makida."

A Abissínia teve origem no antigo reino de Aksum (Axum). Em 1941, reivindicou o nome do antigo território, e passou a denominar-se Etiópia.
Os soberanos da milenar Abissínia, desde a antiguidade, usavam o título de Negus, pretendendo descenderem do rei bíblico Salomão, e da lendária rainha de Sabá.
O último negus etíope, Hailé Selassié, que reinou de 1930 a 1974, usava os títulos da tradição bíblica de “O Eleito de Deus”, “Rei dos Reis”, “O Leão de Judá”, e timbrava os documentos oficiais com o “selo de Salomão”.

Selassié nasceu em 1891, e tinha o nome civil de Tafari Makonen. Seu pai, o rás Makonnen, era um dos filhos do imperador Menelik II. Exerceu o cargo de rás (governador civil e militar) do Choá, uma importante unidade política e administrativa do país.
Foi regente da coroa, durante a menoridade da princesa Zauditu, elevada ao trono durante a primeira guerra mundial. 
Com o falecimento desta, assumiu o poder e foi sagrado imperador, em 1930, com o nome de trono de Hailé Selassié. Como monarca poderoso, introduziu a primeira constituição no
país, criou um Parlamento, modernizou o exército e aboliu a hereditariedade dos cargos de rás das províncias.
Em 1935, a Itália, contaminada pelos ímpetos expansionistas de Mussolini, invadiu a Abissínia e forçou o negus ao exílio.
 
Nessa ocasião, no ano de 1936, proferiu corajoso discurso, junto a Liga das Nações, protestando contra a omissão dos Chefes de Estados das demais nações, face ao perigo nazista iminente. Foram suas palavras:
”Eu jamais acreditaria que todas as nações do mundo, entre as quais as mais poderosas da terra, pudessem acovardar-se diante de um único inimigo.
Mas, diante de Deus, nenhuma nação é melhor do que outra”. 

E profetizou: “Hoje fomos nós, amanhã serão vocês”.
- Em 1974, um golpe militar aboliu o regime monárquico e depôs o imperador, já velho e doente, que faleceu (há indícios de que foi assassinado) em 1975, um ano após ter sido despojado do milenar trono abissínio.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org/UNEGRO FORMAÇÃO30ealguns.com.br/grandes-reis-e-rainhas-da-africa/\

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