UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Representação racial e política :Homens brancos Representam 80% na Câmara...

Homens brancos representam 80%  na Câmara
Entre os eleitos, 15,8% se declararam pardos e apenas 4,1%, pretos. Para especialista da UFRJ, baixa representatividade é reflexo da falta de candidaturas.
A ausência de negros e de seus legítimos representantes no cenário político é perceptível até para os estrangeiros. Angela Davis, filósofa, escritora e ativista negra estadunidense, apresentou a seguinte crítica no Festival Latinidades: Não posso falar com autoridade no Brasil, mas às vezes não é preciso ser especialista para perceber que alguma coisa está errada em um país cuja maioria é negra e a representação é majoritariamente branca. Essa observação foi feita no ano de 2014, mas continua sendo a nossa realidade no presente ano de 2016.

Quem comanda a política é o poder econômico; e, decerto, quem detém esse poder é a elite branca brasileira, que o vem exercendo na forma de legado familiar, perpetuando-se no poder por gerações. Esse aspecto reflete em uma representação legislativa extremamente elitista, formada por homens brancos, cis, que corroboram com retrocessos dos direitos das "minorias", como os das mulheres, dos negros, dos LGBTs e da população pobre. Desse modo, é de suma importância a participação e representação dos interesses da população negra nesse órgão do poder, uma vez que neste tramitam e aprovam-se projetos de leis que, por seus conteúdos, são determinantes para a permanência ou mudança das condições de vida de negras e negros brasileiros.

Muitas" mulheres negras em sua grande maioria" contrárias ao golpe, a Eduardo Cunha e à bancada conservadora cristã evangélica, se manifestaram nas redes sociais em repúdio à tentativa de representatividade das Deputadas. Ademais, em seu discurso antes de apresentar o voto SIM, tratou das políticas públicas e demais programas do governo como "migalha", evidenciando uma fala extremamente equivocada, alheia às lutas, especialmente do povo negro que elas diz representar, e favorável à ideia da meritocracia. Como sabemos, milhares de pessoas negras e pobres conseguiram adentrar espaços universitários através das cotas, uma conquista do movimento negro dentro do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Sendo assim, não há de se falar em migalha, pois se trata de direito reparatório e a Sras. Deputadas, enquanto negras, deveria defender tais projetos, lutar por menos exclusão e mais educação para o nosso população negra...

A bancada federal eleita conservadora é composta por 80% de homens brancos. Entre os eleitos, 15,8% se declararam pardos e apenas 4,1%, pretos. No caso das mulheres, elas representarão quase 10% da Câmara dos Deputados no início de 2015. No conjunto de deputados, as pardas serão 1,6% e as pretas, 0,6%. Nenhum índio foi eleito.

No ano passado (2015), tivemos o debate sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, encabeçado por Eduardo Cunha – presidente da Câmara dos Deputados. Mais uma vez, os parlamentares negros falharam ao votar SIM, ao votar pelo encarceramento a juventude negra.



É preciso PENSAR a relevância de verdadeiros representantes em suas ações “nem toda representatividade é positiva” o número de votos dos políticos negros vieram de eleitores negros, pobres e periféricos.

Acredito que os políticos têm como obrigação atender às demandas de seus eleitores, cuja cor é o pontual fator de identificação para com essas lideranças. Não basta a ocupação de espaços. É necessário quebrar as normas do que é imposto para nós, sendo este o motivo pelo qual foram escolhidos. De alguma forma, os eleitores se identificaram, depositaram uma mínima esperança, e os colocaram para realizar modificações no sistema atual. Não adianta estar lá e não tocar na ferida exposta do racismo, machismo, conservadorismo, da LGBTFobia e das desigualdades socais. Não adianta adentrar nesse lugar e não atender os interesses do povo negro e suas multiplicidades.
Rio de Janeiro – Enquanto no Brasil a proporção de negros na população ultrapassa os 50%, entre pretos e pardos, na Câmara dos Deputados a proporção fica em 8,9%, com 46 dos 513 representantes do povo. Apesar de ruim, o quadro melhorou nas últimas décadas.
Para refletirmos sobre o assunto, de novo  Angela Davis: Devemos lutar não só para trazer pessoas negras para a esfera do poder, mas para garantir que essas pessoas vão romper com os espaços de poder e não simplesmente se encaixar nesses espaços. Podemos
observar explicitamente que somos minoria num espaço amplamente branco. E, nesse número minoritário de negros, boa parte ainda não conseguiu representar o anseio de seu povo. A maioria deles, muitas vezes, ocuparam tais espaços porque prometeram cumprir prioridades negras, mas se associaram e se adequaram aos interesses brancos. Sendo assim, considero de forma urgente uma reflexão do que desejamos: Ter representatividade negra que se omite e ignora as dores do povo negro? Ou Ter Representatividade negra que compreenda o seu papel e interfira na estrutura racista e machista que exclui, agride, tortura e mata pessoas negras diariamente?

Segundo o IBGE, as mulheres representam metade da população brasileira. Pelo Censo de 2010, 43% dos brasileiros se declaram pardos e 7,6%, pretos.

Reforma política
Reeleita para a próxima legislatura com mais de 48 mil votos, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) faz parte do 0,6% de mulheres pretas na Câmara em 2015. Ela entende que, sem uma reforma política com financiamento público de campanha, será difícil ampliar a participação da população negra no Legislativo.

Se liga:
1-Deputados Estaduais negros eleitos em 2006:30
2-Deputados Federais negros eleitos em 2006: 25 ou 5% do Congresso
3-Frente Negra nos municípios: duas, Salvador e Belo Horizonte
4-Frente Negra no Congresso Nacional: tem 220 deputados e quatro senadores
5-Vereadores negros eleitos nas capitais em 2008: 52
6-Cidade que mais elege vereadores negros em 2006: 16, Salvador
7-Estado que mais elege deputados estaduais negros em 2008: Rio de Janeiro
8-Estados que possuem Frente negra nas Assembleias Legislativas: 4, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Amapá
.9-Principal Frente negra em Assembleias: Frente Parlamentar de Igualdade Racial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais: tem 42 deputados
10-Partido que mais elege negros: PT
11-Partidos que possuem secretarias de negros:9, PHS,PT, PC do B,PMDB, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO, PSDB
12-Primeiro Deputado negro da história em 1897: Eduardo Gonçalves Ribeiro, pelo Amazonas
13-Primeira negra a ser eleita deputada: Antonieta de Barros, em 1934, para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Partido Liberal catarinense
14-primeiro negro a candidato a Presidência do Brasil: Minervino Oliveira, pelo PCdoB, em 1930
15-Nas eleições de 2010 foram eleitos 39 deputados estaduais negros 16-Nas eleições de 2010 foram eleitos 43 deputados federais negros
17-Nas eleições de 2010 a Bahia foi o estado que mais elegeu deputado federal negro.
18-Atualmente 8,5% dos deputado(a)s do Congresso Nacional são negros 18-Nas eleições de 2010 o PT foi o partido que mais elegeu negros, seguido pelo PRB
19-A maioria dos deputados negros eleitos em 2010 são oriundos de profissões como magistério, advocacia e serviço público.
20-Desde 1983, quando começaram a ser feitos esses tipos de mapeamento, há uma tendência no aumento da representação parlamentar negra no Congresso Nacional.

A Unegro/rj tinham como um de suas prioridades a atuação no movimento social e não na dimensão institucional. Por isto temos como norma a não ocupação de cargos institucionais e tendo como norma   ser obrigados a se afastarem de cargos de direção da entidade para mantiver a nossa "independência". Esta postura trás problemas de auto-sustentação permanentes para a entidade... Nos militantes da unegro somos  tod@s trabalhadores e que militavam de forma voluntária nas suas horas de folga, batalhavam tenazmente  para boa parte de nossa grande militância e entendemos através de vários e inflamados debates que precisamos que precisamos dar um passo alem, precisamos entrar na maquina para tentar construir a mudança e mais teremos candidatos negros em varias cidades do estado do Rio de Janeiro.

 
“Os quadros existem, noss@s negr@s estão aí,  mesmo  que não haja condições financeiras de fazer em pé de igualdade a campanha que os outros fazem... Pois para quem

levanta nossas bandeiras nunca fácil e não sera agora você não tem quem se interesse em contribuir esse tipo de campanha ??? - Tem gente que pode achar muito linda essas  histórias de vida, pode achar que é importante ter negros e negras, mas e o financiamento financiar... -Ele (os empresario) vai procurar dar recursos àqueles que o representa...
- Mais estamos aqui com a nossa cara preta, das favelas,periferias que foram forjados na  dor e na luta!

Rebele-se Contra o Racismo!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.
fonte:UNEGRO

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