UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Denúncia de tráfico de mulheres ao Ligue 180 desbarata quadrilhas no Brasil e na Espanha...

  No período de sete meses, de junho de 2012 a janeiro deste ano, operações Palmera e Planeta, da Polícia Federal, resgataram cerca de 40 mulheres, entre brasileiras e estrangeiras exploradas sexualmente em Ibiza e Salamanca, na Espanha. Ligue 180 Internacional, da SPM, foi criado em novembro de 2011 e está disponível para Espanha, Itália e Portugal.Uma rápida ligação da filha explorada sexualmente, na Espanha, para sua mãe, em Salvador (BA). E a lembrança da mãe sobre as cenas da novela Salve Jorge foram suficientes para que ela percebesse que sua filha é uma das milhões de vítimas de tráfico de pessoas - 85% são mulheres.

A partir daí, se iniciou uma cadeia de fatos que começaram, em 30 de outubro de 2012, com a denúncia da mãe à Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). Imediatamente o serviço acionou a Polícia Federal, que deu continuidade à investigação por meio de tomada de depoimento da mãe. Foi montada a Operação Planeta que tem cooperação com a Embaixada do Brasil em Madri e o Cuerpo Nacional de Polícia. Desde a última quarta-feira (30/01), as polícias do Brasil e da Espanha fazem prisões, nos dois países, e prestam apoio às vítimas.

Em sete meses, as operações Palmera e Planeta, da Polícia Federal, resgataram cerca de 40 pessoas, entre brasileiras e estrangeiras exploradas sexualmente. Tiveram apoio do Ministério das Relações Exteriores.

Para a ministra Eleonora Menicucci, da SPM, o Ligue 180 Internacional está salvando vidas de mulheres no Brasil e no exterior. “São mais de três milhões de atendimentos desde 2006. Esse é um dos resultados dos dez anos de trabalho da SPM, que culmina com a consolidação de parcerias estabelecidas pelo Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Hoje, temos uma rede forte de parceiros nos principais circuitos de tráfico e exploração sexual no exterior – Espanha, Itália e Portugal -, com a segurança pública e o sistema de justiça para enfrentar a impunidade e prender criminosos”, afirma a ministra Eleonora Menicucci.

Ela frisa que a população faz bom uso do serviço, fornecendo informações precisas que ajudam o trabalho da polícia e a localização das pessoas, como verificado nas duas operações – Palmera e Planeta, em junho de 2012 e janeiro de 2013, respectivamente, da Polícia Federal. Ambas tiveram como destino final a Espanha, com o fechamento de estabelecimentos de exploração sexual, em Ibiza e em Salamanca, e resgate das vítimas.

“Podemos dizer que o Brasil tem inteligência, estratégia e capacidade de articulação para enfrentar o crescente tráfico de pessoas, em que as mulheres são alvo principal. A SPM tem orgulho de dizer que o Ligue 180 faz parte dessa rede”, avalia a ministra Eleonora.

Ibiza, junho de 2012 – Uma organização criminosa de aliciadores foi presa em 24 de junho, em Ibiza, numa cooperação entre a Polícia Eivissa (Espanha) e Polícia Federal do Brasil. A investigação se iniciou após registro de denúncia no Ligue 180, da SPM, no início daquele mês. 

De acordo com a Unidade de Repressão ao Tráfico de Pessoas da Polícia Federal do Brasil, na Espanha, foram presas sete pessoas, em sua maioria brasileiros e membros da mesma família. A “Operación Palmera” resultou na prisão da brasileira M.L.F.L., de 52 anos e do cidadão alemão H.G.L., de 70 anos, bem como do filho do casal W.F.L. de 32 anos e a esposa deste. Foram detidas, ainda, três brasileiras que exerciam funções de “encarregadas do negócio”. 

Foram encontradas 28 mulheres de diferentes nacionalidades que viviam confinadas em pequenos quartos superlotados. Os serviços sexuais eram oferecidos aos clientes 24 horas por dia, ficando a organização com 50% do valor cobrado por programa. Segundo a Polícia Federal, elas eram controladas pela organização criminosa por meio de câmeras instaladas por todo o estabelecimento.

Salamanca, janeiro de 2013 - As brasileiras recebiam passagens aéreas, 100 euros para despesas e seguiam para a Europa. Lá, se viam obrigadas a trabalhar como prostitutas e descobriam que haviam contraído uma dívida de 4 mil euros. De acordo com a Polícia Federal, as mulheres faziam programas ao custo de 40 euros cada. Elas eram frequentemente transferidas para outras casas noturnas, para que não estabelecessem vínculos de amizade suficientes para ajudá-las a escapar. 

Na Espanha, as prisões e o fechamento de dois estabelecimentos de exploração sexual, além do resgate das vítimas, foram feitos em cooperação pela Polícia Federal e pelo Cuerpo Nacional de Polícia. A operação tem apoio da Embaixada do Brasil em Madri.

Acesso ao Ligue 180 – As mulheres em situação de violência na Espanha devem ligar para 900 990 055, discar a opção 1 e, em seguida, informar a atendente (em Português) o número 61-3799.0180. 

Em Portugal, devem ligar para 800 800 550, também discar a opção 1 e informar o número 61-3799.0180. E, na Itália, as brasileiras podem ligar para o 800 172 211, fazer a opção 1 e, depois, informar o número 61-3799.0180. 

O serviço do Ligue 180 no exterior conta com a parceria do Ministério da Justiça e suporte de embaixadas do Brasil.
Assessoria de Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR

Um afro abraço.
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
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fonte:http://www.unegro.org.br

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SAMBAS DE ENREDOS NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA...


Sambas-Enredo históricos Muitos historiadores dizem que foi Ismael Silva quem fundou a primeira Escola de Samba, a "Deixa Falar". Já o protótipo da Escola de Samba, assim como ela é hoje, foi criado por Manacéia, baluarte imortal da Velha Guarda da Portela, cuja viúva ainda desfila no carnaval e mora em Madureira. O que todos têm certeza é que o primeiro samba, "Pelo Telefone", foi composto por Donga, na casa da Tia Ciata, na Rua Visconde de Itaúna.
Nos inicio dos desfiles carnavalescos, as escolas traziam para a rua várias composições e até improvisavam em cima dos versos. Só na segunda metade dos anos 40 ficou clara a necessidade de cantar uma única música relacionada ao tema do desfile. Nascia assim o samba de enredo que sempre enfrentou a difícil missão de ser, ao mesmo tempo, fiel ao enredo, melodicamente agradável e de preferência com letras fáceis de decorar. Nesta seleção temos alguns exemplos das diversas vertentes do gênero, que passeia pela história e cultura brasileiras, mas também dá espaço à crítica, à sátira, às homenagens e alguns casos de pura fantasia e poesia carnavalescas.

Enquanto isso, o morro da Mangueira ainda não tinha a mais popular Escola de Samba, a "Verde e Rosa". Tinha apenas alguns blocos, dentre eles o da Tia Tomásia e do Mestre Candinho. Havia, dentre esses, um bloco especial, talvez o berço do Samba, os Arengueiros, formados por mestres, como Zé-Com-fome, Saturnino, Zé Espinguela, Cartola e Carlos Cachaça. Em 1928, fundaram a Estação Primeira de Mangueira. Vivia-se naquele tempo de "pão e poesia" e tudo acabava em samba e harmonia.
Quando o mundo mudou, o morro também mudou e a escola não pode ficar atrás. A classe média branca invadiu a quadra da Mangueira, como já tinha invadido a de todas as outras. O tráfico invadiu o morro, como já tinha invadido todos os outros . A Escola assumiu o que o morro tem de bom e ruim.

Nem mesmo da pior endemia o morro da Mangueira conseguiu escapar: os enredos marketeiros e o luxo novo-rico. Mais apesar de tudo, a Mangueira continua sendo a primeira estação dos subúrbios da Central do Brasil e notável naquilo.. deixou de ser lugar de morador de periferia do Rio mais manteve a sua essência: "o samba."Mas há sempre aqueles sambas que, a cada ano, são lembrados em bailes e pelos foliões em festas e celebrações carnavalescas como os melhores já escritos e entoados desde 1932, quando aconteceu o primeiro desfile das escolas do Rio. Seja por simbolizarem a quebra de barreiras no mundo do samba, ou pela inventividade de seus versos e melodias, eles entraram para a história como clássicos do carnaval.


Abaixo alguns a história de alguns destes sambas enredos inesquecíveis ...

Cântico à Natureza (Mangueira 1955)
A Estação Primeira de Mangueira conquistou o segundo lugar no carnaval do ano de 1955 com um samba de Alfredo Português, Nelson Sargento e Jamelão. A canção narrava as quatro estações do ano, enredo da escola naquele carnaval, culminando numa ode à estação das flores.

Aquarela brasileira (Império Serrano 1964)
"Vejam esta maravilha de cenário", diz a canção, considerada uma das mais bonitas já apresentadas na história do carnaval carioca. Já no primeiro verso, o samba da verde e branco da Serrinha mostra a que veio: apresentar as belezas da natureza, da arquitetura e da cultura brasileiras. A obra foi escrita em homenagem a uma das canções mais populares da mpb: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso (1939). Mesmo passando por dificuldades e enfrentando sucessivos rebaixamentos ao grupo de acesso, em 2004 a Império Serrano reeditou o samba e levantou a Sapucaí.

Chica da Silva (Salgueiro 1963)
No início dos anos 60, a vermelho e branco da Tijuca homenageia personagens negros que marcaram a história do Brasil. Após Zumbi dos Palmares, em 1960, em 63 foi a vez de Xica da Silva ser homenageada pelos salgueirenses. Noel Rosa de Oliveira, em parceria com Anescarzinho, escreveu e interpretou o samba da escola.

Heróis da Liberdade (Império Serrano 1969)

O samba do ano de 1969 da Império Serrano é lembrado até hoje pelo seu caráter provocador. Em plena ditadura, a canção de Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira clamava a liberdade e relembrava passagens de nossa história marcadas pela opressão: a Inconfidência Mineira, a abolição da escravatura, e o período pré-independência. Mais tarde, foi regravado por intérpretes como Martinho da Vila, João Bosco e Maria Rita.

Lendas e Mistérios da Amazônia (Portela 1970)
No primeiro carnaval dos anos 70, a Portela foi campeã com o samba de Catoni, Jabolô e Valtenir, que falava das tradicionais lendas que povoam o imaginário amazônico. Uma onomatopéia que imitava o som dos instrumentos da bateria fez o refrão cair na boca do povo: "Ô esquindô, lá, lá, esquindô lê, lê". Curiosidade: também neste carnaval, a Portela começou a trazer, em seu abre-alas, a figura da águia. A prática, desde então, virou tradição da escola. O enredo e o samba campões foram reeditados e levados à avenida em 2004, e deu à azul e branco o sétimo lugar

Os Sertões (Em Cima da Hora 1976)
O último da seleção, por sua vez, é também considerado por especialistas uma canção carnavalesca memorável, das melhores já criadas na história. Fala da realidade dos sertanejos nordestinos, e das dificuldades da vida na região árida do interior da Bahia. No entanto, no ano em que apresentou o aclamado samba de Edeor de Paula, a escola Em Cima da Hora terminou na penúltima colocação, com o 13º lugar. Mesmo com um samba premiado, a escola foi rebaixada.

Domingo (União da Ilha 1977)
Criado por Waldyr da Vala, Aurinho da Ilha, Ione do Nascimento e Adhemar de A. Vinhaes, o samba apresenta situações emblemáticas de um típico dia de domingo na cidade maravilhosa. O desfile deu à União da Ilha, que nunca foi campeã do Grupo Especial, o terceiro lugar no campeonato de 1977. O samba tornou-se um dos maiores sucessos da escola, sendo regravado por Emílio Santiago.

Ziriguidum (Mocidade 2001)
O enredo que a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a avenida em 1985 foi escolhido como o melhor enredo de todos os tempos da escola carioca! O enredo o compositor Gibi proporcionou um desfile histórico. A materialização deste carnaval fez abalar vários paradigmas estabelecidos até então nos desfiles de escolas de samba, como ver alas clássicas como a das baianas e bateria, travestidos com fantasias fantasmagóricas carregadas de indumentárias esquisitas como capacetes e asas.

Kizomba, Festa de uma Raça (Vila Isabel 1988)

Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila compuseram o samba que daria, em 1988, o primeiro campeonato à Unidos de Vila Isabel. Ao som deste, que foi considerado um dos mais belos sambas da história do carnaval carioca, a Vila levantou a Sapucaí com um bonito desfile. Em meio a plumas e paetês, matérias primas incomuns como a palha e o sisal foram amplamente utilizados para contar a história da influência negra na cultura universal.

Ratos e urubus, larguem a minha fantasia(Beija Flor 1989)
Foi em 1989 que pelas mãos de Joãosinho Trinta o carnaval carioca ouviu o célebre enredo “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia” que a Beija-Flor de Nilópolis levava para a Marquês de Sapucaí. Tempos em que a linguagem de carnaval de escola de samba se pretendia ainda como forma artística de preservação da memória histórica do país e servia até de crítica social. Os mendigos de Joãosinho levados para a avenida naquele desfile denunciavam o abismo entre ricos e pobres, as desigualdades latentes do Brasil recém-democratizado.

1.Cântico à Natureza (Mangueira 1955)
2.Aquarela brasileira (Império Serrano 1964)
3. Império Serrano - Heróis da Liberdade (1969)
4. Em Cima da Hora - Os Sertões (1976)
5. Salgueiro - Chica da Silva (1963)
6. Imperatriz - Liberdade, Liberdade, Abras as Asas Sobre Nós (1989)
7. Império Serrano - Os Cinco Bailes da História do Rio (1965)
8. Mangueira - Cântico à Natureza (1955)
9. Viradouro - Orfeu, o Negro do Carnaval (1998)
10. Portela - Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de uma Noite (1981)
11.Porto da Pedra - No Reino da Folia, Cada Louco com a sua Mania (1997)
12. Portela - O Mundo Melhor de Pixinguinha (1974)
13. Imperatriz - O Teu Cabelo não nega, Só dá Lalá (1981)
14. Beija-Flor - Bidu Sayão e o Canto de Cristal (1995)
15. Estácio de Sá - Langsdorff é Delírio da Sapucaí (1990)
16. Mangueira - Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira têm (1986)
17. Unidos da Tijuca - O Dono da Terra (1999)
18. Beija-Flor - A Criação do Mundo na Tradição Nagô (1978)
19. Salgueiro - Festa para um Rei Negro (1971)
20. Vila Isabel - Kizomba, Festa da Raça (1988)
21. São Clemente - Capitães do Asfalto (1987)
22. Caprichosos de Pilares - Eu Prometo (1987)
23. Caprichosos de Pilares - E Por Falar em Saudade (1985)
24. Mangueira - Brazil com Z é Cabra da Peste...(2002)
25. União da Ilha - Festa Profana (1989)
26. Portela - Gosto que me Enrosco (1995)
27. Império Serrano - Bum Bum Paticumbum Prugurundum (1982)
28. União da Ilha do Governador - É Hoje (1982)
29. Unidos de Lucas - Sublime Pergaminho (1968)
30. Mocidade - Sonhar Não Custa Nada, Ou Quase Nada (1992)
31. Tupy de Brás de Pina - Seca do Nordeste (1961)
32. Salgueiro - Peguei um Ita no Norte (1993)
33. Vila Isabel - Sonho de um Sonho (1980)
34. Mocidade - Tupinicópolis (1987)

1988– Promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil

Todas as Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro entraram na avenida com o mesmo enredo: os cem anos da abolição da escravatura. O que mudou depois que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea?

O samba-enredo da Mangueira trazia o refrão:
"livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela." A Portela, Escola com o maior número de títulos da história do carnaval carioca (21, apesar de nunca ter ganhado nenhum após a inauguração do sambódromo, em 1984), defendeu osamba-enredo "Memórias do Vice-Rei": "Briga! Eu quero Briga! Hoje venho reclamar! O que tem o que há? Essa praça ainda é minha, eu também estou fominha"...A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel se consagrou campeão do carnaval Carioca naquele ano, com o enredo Kizomba – a festa da raça: "essa kizomba é nossa constituição."

A forte repercussão do desfile de1988 tornou-se um ícone e um marco na cultura brasileira, refletindo no fortalecimento do movimento negro, na criação de Leis específicas de inclusão social e na repercussão nacional da tipificação do crime de racismo. Segundo a CF deste ano, imprescritível e inafiançável.

Em 1989, A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel defende o enredo "Direito é Direito", alcançando o 4º lugar na apuração final do grupo especial. A comissão de frente, formada por mulheres grávidas, representavam o bem jurídico mais tutelado pelo direito: o direito à vida. A fantasia da primeira ala, formada por crianças da comunidade, traziam a espada e a balança, os símbolos da justiça e do direito.

O Samba enredo trazia o refrão:
"Direito é direito
Está na declaração
A humanidade
É quem tem razão."
A composição trazia
as seguintes ressalvas:
"A Declaração Universal
Não é um sonho,
temos que fazer cumprir
A justiça é cega,
mas enxerga quando quer

Já está na hora de
assumir"

Um afro abraço
.
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
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fonte:www.territorioeldorado.limao.com.br/Wikipédia, a enciclopédia livre.

SAMBA 5ª parte: 'As Bahiana..."

As "baianas" atuais descendentes de africanos (das tribos ioruba, nagô, mina, fula, haussá) são as que mais se esmeram no trajar. As nagô, cuja presença maior se nota nos candomblés, são baixas e gordas. Usam cores vivas, berrantes. Saia ampla toda estampada.  A abaiana-mulçumana (do Sudão da África), alta e esguia, usa o traje branco imaculado. Às vezes, no ombro um "pano da Costa" preto (pano vindo da Costa da África).
 O traje típico é assim: saia rodada, com muitas anáguas rendadas, engomadas. Bata (blusa de rendas) solta. Pano da Costa, como um xale, sobre o ombro  ou turbante. Chinelas ou sapatos de salto baixo. 
E o que mais? Muitos e muitos enfeites: pulseiras, brincos de ouro, prata, coral. Algumas nos dias de festa,usam uma penca de balangandãs na cintura. Imagine tudo isso e ainda todo o encanto que a baiana tem... 

 - Ala de Baianas: A ala de baianas é a mais importante ala de uma escola de samba, composta, preferencialmente, por senhoras vestidas com roupas que lembram as antigas tias baianas dos primeiros grupos de samba, no início do século XX, Rio de Janeiro.
A roupa clássica das baianas compõe-se de torso, bata, pano da costa e saia rodada. Entretanto, a inventividade dos carnavalescos não tem limites e freqüentemente podemos ver baianas com as mais inusitadas fantasias, tais como noivas, estátuas da liberdade, seres espaciais, globo terrestre ou poços de petróleo.
• A ala das baianas é composta por senhoras, sendo algumas bem idosas que, apaixonadas por sua escola, sustentam o peso de, aproximadamente, quinze quilos em suas fantasias; 

- Pano da costa: O pano da costa é parte integrante da indumentária de baiana característica das ruas de Salvador e do Rio de Janeiro no século XIX.
Usado sobre os ombros o pano da costa teria como principal função, de acordo com o pesquisador Lodi (2003), distinguir o posicionamento feminino nas comunidades afro-brasileiras.
Geralmente retangular, o pano da costa é tradicionalmente branco ou bicolor (listrado ou em madras) podendo ser bordado ou com aplicações em rendas.
O nome pode ter derivado de sua origem (a Costa do Marfim, na África) ou do fato dele ser usado preferencialmente jogado sobre os ombros e costas.
As fantasias da ala de baianas das escolas de samba freqüentemente exibem panos da costa. Muitas vezes esses elementos são transfigurados de para se adaptarem aos temas da roupa. 

- O Tabuleiro da Baiana: Um pedaço da África se mudou para o Brasil com os escravos. É fácil encontra-lo nos quitutes que as baianas preparam, na comida mais "quente" do Brasil. A "quentura" é dada pela pimenta de cheiro ou malagueta. 
Da África chegou o azeite de dendê, o quiabo, o inhame, o amendoim, o gengibre. E surgiram os célebres pratos baianos: acarajé, abará, acaçá, efó, ximxim de galinha... Com muitos segredos que só as baianas sabem... 

Barqueiros: No rio São Francisco, limite natural entre Sergipe e Alagoas, há navios de alto mar que chegam até a cidade de Penedo. Da foz até Piranhas, o rio milionário é singrado por taparicas (canoas), chatas, barcaças e as canoas de tolda. 
Fonte: Brasil, Histórias, Costumes e Lendas / Alceu Maynard Araújo - São Paulo: Editora Três, 2000 

Tia Ciata um capitulo a Parte:


Tia Ciata nasceu em Salvador em 1854 e aos 22 anos levou o samba da Bahia para o Rio de Janeiro . Foi a mais famosa das tias baianas (na maioria iyalorixás do Candomblé que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais) do início do século, eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século 19 e na primeira do século 20 para morar na região da Cidade Nova, do Catumbi, Gamboa, Santo Cristo e arredores. Logo na chegada ao Rio de Janeiro, conheceu Noberto da Rocha Guimarães, envolvendo-se com ele, então, e acabou ficando grávida de sua primeira filha lhe dando o nome de Isabel. O caso dos dois não foi adiante. Ela acabou se separando de Noberto e, para sustentar a filha, começou a trabalhar como quituteira na Rua Sete de Setembro, sempre paramentada com suas vestes de baiana. Era na comida que ela expressava suas convicções religiosas, ou seja, a sua fé no candomblé. Religião proibida e perseguida naqueles tempos. Ia para o ponto de venda com sua roupa de baianauma saia rodada e bem engomada, turbante e diversos colares (guias ou fio-de-contas) e pulseiras sempre na cor do orixá que iria homenagear. O tabuleiro era famoso e farto, repleto de bolos e manjares que faziam a alegria dos transeuntes de todas as classes sociais.
Mais tarde, Tia Ciata casou-se com João Batista da Silva, que para aquela época era um negro bem-sucedido na vida. Deste casamento resultaram 14 filhos, uma relação fundamental para a sua afirmação na Pequena África, como era conhecida a área da Praça Onze nesta época. Recebia todos os finais de semana em sua casa, nos pagodes, que eram festas dançantes, regadas a música da melhor qualidade e claro seus quitutes. Partideira reconhecida, cantava com autoridade respondendo aos refrões das festas, que se arrastavam por dias. Tia Ciata cuidava para que a comida estivesse sempre quente e saborosa e o samba nunca parasse.
Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros, como Donga, Sinhô e João da Baiana, para saraus. A hospitalidade dessas baianas fornecia a base para que os compositores pudessem desenvolver no Rio de Janeiro. A casa da Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca, tanto que nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, era "obrigatório" passar diante de sua casa.
Normalmente, a polícia perseguia estes encontros, mas Tia Ciata era famosa por seu lado curandeiro e foi justamente um investigador e chofer de polícia, conhecido como Bispo que proporcionou a ela uma interessante história envolvendo o presidente da República, Wenceslau Brás. O presidente estava adoentado em virtude de uma ferida na perna que os médicos não conseguiam curar e este investigador então disse ao Presidente que Tia Ciata poderia curá-lo. Feito isto, foi falar com ela, dizendo:
- "Ele é um homem, um senhor do bem. Ele é o criador desse negócio da Lei de um dia não trabalha..."
E ela respondeu:
- "Quem precisa de caridade que venha cá."
Ela então incorporou um Orixá que disse aos presentes haver cura para a tal ferida e recomendou a Wenceslau Brás que fizesse uma pasta feita de ervas que deveria ser colocada por três dias seguidos. O Presidente ficou bom e em troca ofereceu a realização de qualquer pedido. Tia Ciata respondeu que não precisava de nada, mas que seu marido sim, pedindo para o Presidente um trabalho no serviço público, "pois minha família é numerosa", explicou ela.
Além dos doces, Tia Ciata alugava as roupas de baiana para os teatros para que fossem usados como figurinos de peça e para o Carnaval dos clubes. Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. Com este comércio, muita gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, ia à casa da baiana e passando assim a freqüentar as suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas com seus orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.
Em 1910, morre seu marido João Batista da Silva, mas ela já havia conquistado o seu lugar de estrela no universo do samba carioca. Era respeitada na cidade, coisa de cidadão, muito longe da realidade comum dos negros de sua época. Todo o ano, durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo desde trabalhadores até a fina flor da malandragem. Na barraca eram lançadas as músicas, as conhecidas marchinhas, que ficariam famosas no Carnaval do Rio de Janeiro. Tia Ciata morreu em 1924, mas até hoje é parte fundamental da memória do samba. Curiosamente, existem pouquíssimas imagens de Tia Ciata. Tia Ciata era uma mulher muito respeitada.
Importante:
- Criação da ala das baianas: Foi na gestão  de Roberto Paulino, biênio 60/62, na Mangueira, que foi criada a Ala das Baianas com as características atuais. Eram 125 baianas coordenadas por  D. Neuma. Foi no desfile das campeãs em 1970, quando o Presidente era Juvenal Lopes que a mais famosa baiana da Mangueira Nair Pequena, morreu em plena avenida, quando a escola cantava o samba de enredo "Um Cântico a Natureza".
 - Ala das Baianas era formada por homens: A ala de baianas na década de 30 era formada, quase exclusivamente, por homens que saíam nas laterais das Escolas portando navalhas presas às pernas para defenderem as agremiações em caso de brigas.

Um afro Abraço.
Claudia Vitalino
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
fonte:UOL/FUNARTE, 1983 Cartilha Mulher Negra tem História/Wikipédia, a enciclopédia livre.

A história do carnaval brasileiro 4ª parte:"Porta-Bandeira e Mestre-Sala"


Sabe-se que essa tradição foi herdada dos antigos ranchos, que possuíam os famosos balizas e porta-estandartes, encarregados de defenderem o símbolo da associação. Nas primeiras escolas, que muitas influências receberam das manifestações populares que as antecederam, como os ranchos, grandes sociedades, cordões etc., a dança dos balizas evoluiu para o gingado ímpar dos mestres-salas, e os rodopios das porta-estandartes se transformaram no gracioso bailar das porta-bandeiras.

Mas como essa tradição se formou nos antigos ranchos? Muitos estudiosos e pesquisadores chegaram às mais diversas respostas. Estudar as transformações dos elementos da cultura popular é sempre uma tarefa árdua e complexa.

Hiram Araújo, em "Carnaval, seis milênios de história", apresenta-nos alguns dos estudos que procuraram buscar a origem da dança. Segundo Ilclemar Nunes, em "Mestre-sala e Porta-bandeira, meneios e mesuras", as origens da dança remontam ao ritual das meninas-moças africanas, que se preparavam para o casamento, e dos rapazes-guerreiros, que as cortejavam dançando. Outras pesquisas apontam que a origem se encontra no Brasil Colônia, nas festas populares ou no sepultamento de negros importantes. Nessas ocasiões especiais, as tribos africanas eram identificadas por panos coloridos presos na ponta de paus, formando uma espécie de bandeira.

A figura dos antigos balizas se tornou importante para defender as antigas porta-estandartes. Era comum o "roubo" do símbolo máximo do grupo por membros de outras associações. Alguns buscam a origem da dança dos mestres-salas no gingado dos capoeiras, escondendo em seus tradicionais leques uma afiada navalha, para auxiliar na proteção do pavilhão, que não poderia ser violado sob hipótese alguma.

Também por motivos de segurança, no início do século cabia aos homens carregar os estandartes dos ranchos, com um comportamento semelhante ao dos guardas de honra militares. Talvez por isso, os pesquisadores apontam que, curiosamente, a primeira porta-bandeira das escolas de samba foi, na verdade, um homem. Tudo indica que o pioneirismo coube a Ubaldo, da Portela.

Se pode parecer estranho que muitas das primeiras porta-bandeiras tenham sido homens, o que podemos dizer quando J. Efegê, considerado o maior cronista de todos os tempos do carnaval carioca, e Hiram Araújo, maior autoridade sobre história das escolas de samba, destacam que um dos mais famosos mestres-salas, ou balizas, dos antigos ranchos chamava-se Maria Adamastor? Isso mesmo, uma mulher.

O casal de porta-bandeira e mestre-sala apresenta-se usando trajes que representam a nobreza do século XVIII, porém com o exagero dos enfeites.

Historicamente falando, o casal surgiu no período da colonização, quando a corte portuguesa realizava o entrudo nas casas grandes, as sedes das fazendas.

Registros mostram que durante as brincadeiras realizadas no entrudo, um casal de escravos, encantado com a festa, passou a acompanhar o movimento andando atrás do festejo, observando-o de longe.
Os casais dançavam elegantemente com roupas de gala, o que chamava a atenção dos escravos que os observavam e com o passar dos anos, os negros adotaram o entrudo como festa e, durante ela, o casal imitava seus senhores, os barões e baronesas, como motivo de gozação. A brincadeira agradava a todos, tornando-se uma tradição da festa, sendo mais tarde batizados como Porta-Bandeira e Mestre-Sala.
Quando os primeiros concursos de escolas de samba começaram, porém, homens e mulheres já tinham seus lugares bem definidos. Enquanto elas carregavam o pavilhão, eles as cortejavam com elegância e postura. A dança nas escolas ganhou características próprias, tendo os grandes nomes do nosso carnaval, muitos deles da Portela, deixado suas marcas no estilo e nas formas de rodar, sorrir e apresentar a bandeira.

Regras:
 Durante os desfiles das escolas de sambas, os casais de Porta-Bandeira e Mestre-Sala fazem uma apresentação especial para os jurados, com o objetivo de atingir a nota máxima.
A avaliação é feita conforme a exibição do casal, que deve bailar suavemente ao ritmo do samba, fazendo os passos considerados obrigatórios, como meneios, giros, meias-voltas, mesuras e torneados. Além desses, o casal é avaliado pela harmonia entre ambos, a integração dos passos, o cortejo do homem, a proteção e cortesia que dá à sua dama e à bandeira da agremiação – que representa todo o pavilhão da escola de samba.

A avaliação vai também para a apresentação da porta-bandeira, que deve carregar o estandarte da escola sem deixá-lo enrolar ou bater em seu próprio corpo, com leveza, gracejo e correspondendo aos cortejos do mestre-sala.
As roupas do casal devem estar nas cores da escola, mas também adequadas para a apresentação, com acabamentos bem feitos e extremamente luxuosos. Devem também estar adequadas à apresentação, não impedindo os movimentos do casal.
As penalidades ou perda de pontos ficam a critério da apresentação feita, onde o casal não pode ficar de costas um para o outro, no mesmo momento, deixar cair ou perder qualquer elemento da composição de suas roupas e adereços (chapéus, sapato, esplendor, bandeira), mesmo que acidentalmente.
Além do primeiro casal de porta-bandeira e mestre-sala, existem outros casais que se apresentam nos desfiles com a mesma função. Eles servem para treinar outros componentes da escola, caso haja algum imprevisto, além de garantir o preparo das gerações futuras, garantindo a beleza e a qualidade da apresentação.
Muitos deles também cobrem as agendas do primeiro casal, quando são solicitados em festas e apresentações dentro ou fora do país, marcadas na mesma data.

O julgamento de mestre-sala e porta-bandeira começou a fazer parte do regulamento a partir de 1938, quando era levada em consideração apenas a fantasia (a dança começou a ser julgada somente em 1958), e hoje se constitui num dos principais quesitos, fundamental para a conquista do tão sonhado campeonato.

Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
fonte:ARAUJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro. Gryphus, 2000/www.brasilescola.com/carnaval/

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Samba Cantado Parte 3ª: Primeiro Interprete Jamelão

José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido como Jamelão (Rio de Janeiro12 de maio de 1913 – Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008), foi um cantor brasileiro, tradicional intérprete dos sambas-enredo da escola de samba Mangueira.
Sua trajetória:
Nasceu no bairro de São Cristóvão e passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Lá, começou a trabalhar, para ajudar no sustento da família - seu pai havia se separado de sua mãe. Levado por um amigo músico, conheceu a Estação Primeira de Mangueira e se apaixonou pela escola de samba.
Paralelamente à vida de cantor de rádio e boates, Jamelão começou a fazer história na Mangueira, da qual passou a fazer parte aos 14 anos sem  quaisquer pretensões artísticas. Ia para a avenida para tocar tamborim e paquerar as meninas. O cantor começou a desfilar na escola em 1933, primeiro na bateria, tocando tamborim e pandeiro num tempo em que ainda não existia samba enredo. Depois, na década de 50, Jamelão assumiu o posto de puxador de samba oficial da Mangueira, que ocupa até que sua saúde permitiu. Naquela época, a Avenida Marquês de Sapucaí ainda não era o palco dos desfiles, que eram realizados na Praça Onze, também no centro do Rio de Janeiro. Sem os microfones e toda a aparelhagem de som dos carnavais contemporâneos, o puxador da escola levava o samba no gogó, às vezes com o auxílio apenas de um megafone.
Segundo ele, lá "paravam os batuqueiros", para fazer um "samba pesado. Samba duro, de roda". Essas rodas de samba, vez por outra, acabavam com a chegada da polícia. A explicação de Jamelão é que nessas rodas sempre aparecia um "Zé Mané querendo fazer o nome. A rapaziada, então, pegava ele na pernada. O sujeito guardava a raiva e voltava no ano seguinte, querendo vingança. Já vinha armado e aconteciam brigas sérias. A polícia sempre intervinha".  Passou para o cavaquinho e depois conseguiu trabalhos no rádio e em boates. Foi "corista" do cantor Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins, outra diferença apontada por Jamelão foi a inversão dos papéis do cantor e do compositor com o passar do tempo. “Antigamente, o compositor procurava o cantor para ter suas músicas gravadas”, lembra o intérprete que imortalizou sucessos de Ary Barroso e Lupicínio Rodrigues, entre outros mestres do samba. “Hoje, o cantor é que procura o autor, mas nem sempre consegue a cessão de direitos para a gravação das músicas”, diz. “Os compositores querem cantar suas próprias canções.” O resultado disso, na opinião do cantor, é a falta de renovação na música brasileira. “Até pode ter gente hoje comparável ao pessoal da antiga, como Cartola e Ismael Silva, mas ninguém repara porque tem um monte de gente cantando sempre a mesma coisa. Ninguém quer arriscar, sair do filão.”

Primeiro Interprete de Samba enredo .
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete. 
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete. 
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete. No carnaval de 98, Jamelão conquistou seu sexto estandarte de ouro como intérprete de samba enredo no carnaval carioca. Em 1999, foi eleito o intérprete do século do carnaval carioca por 80 jurados do Rio e de São Paulo, em um prêmio oferecido a profissionais, enredos e sambas.
Ganhou o apelido de Jamelão: um apelido varias versões:
1ª - O apelido ele ganhou por acaso, antes de começar a cantar. Numa gafieira, José Bispo foi vítima de uma brincadeira dos amigos, que pediram ao gerente para chamar o ainda aprendiz de cantor ao palco. Sem saber o nome do futuro intérprete, o gerente o apresentou como Jamelão. O apelido pegou e, a partir daí, o nome José Bispo começou a ser esquecido. Da época áurea do rádio, o cantor guarda boas lembranças. “Você gravava um disco, entregava na rádio, ia embora e eles tocavam”, conta. “Hoje, se você não tiver um bom dinheiro no bolso, isso não acontece.”
2ª -Jamelão, em 1945, participou, sem sucesso, de um programa de calouros na Rádio Ipanema. Talvez tenha sido nesse programa que ele ganhou seu apelido. Segundo o próprio Jamelão, quando ele saiu dos estúdios, ouviu o apresentador "anunciar determinada música a ser interpretada por Jamelão". Quando ouviu isso, ainda se perguntou: "quem seria esse tal de Jamelão?" Para sua surpresa o Jamelão era ele, pois o contínuo da Rádio Ipanema veio afobado e, segundo contou o próprio cantor em depoimento no Museu da Imagem e do Som, no Rio, "ele me chamou, dizendo que era hora de eu entrar em cena para defender a música".  
Mas há uma outra versão para essa mesma história da qual fonte é também o próprio Jamelão. Ao ser perguntado a respeito do apelido, em uma entrevista concedida em 1998 ao "Jornal do Brasil", Jamelão disse: "É coisa de garoto. Minha mãe era doméstica e trabalhava no Colégio Independência, na rua Bela Vista, no Engenho Novo. A gente morava nos fundos do colégio, num barraco. Quando comecei a jogar futebol no Piedade Futebol Clube, a turma costumava sair e ir jantar num restaurante. Um dia me levaram para a gafieira e lá surgiu o nome Jamelão. O pessoal na brincadeira falou para o gerente que eu gostava de cantar. Não é que eu gostasse, eu sabia as músicas da época, a gente cantava junto. O cara não sabia meu nome e foi para o microfone e anunciou Jamelão. 
No carnaval de 1990, Jamelão anunciou o fim da sua carreira de intérprete de escola de samba. Durante o que seria seu último desfile, Jamelão -que havia chegado ao sambódromo com febre alta- passa mal, mas consegue terminar o desfile. 
Na praça da apoteose, ele anunciou, pelo microfone do carro de som, sua decisão de parar de cantar em desfiles, dizendo: "Queria agradecer a toda a escola, à bateria, maravilhosa. Estou encerrando aqui meu trabalho como intérprete de samba-enredo." 
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete. 
Em 1997, a gravadora Continental lançou a coletânea "Jamelão - A Voz do Samba", em 3 CDs, com a compilação de 33 anos de sua carreira do cantor. Nesse ano Jamelão também participou junto com Alcione, Carlinhos Vergueiro, Chico Buarque, Christina, João Nogueira, Lecy Brandão, Nelson Sargento e Velha Guarda da Mangueira da gravação do CD "Chico Buarque da Mangueira". 
 Jamelão continuou apostando no samba canção, gênero que nunca abandonou desde o início da carreira. No novo disco, ele canta doze músicas de um autor desconhecido, Alberto Gino, além de uma dele próprio em parceria com Luís Antônio Xavier, e outra de Anselmo Mazzoni com Victor Hugo. “Procurei gravar um disco novo. Quero que as pessoas ouçam e analisem.” O cantor só não vai conseguir se apresentar como gostaria, acompanhado da orquestra de 20 músicas que participou da gravação do disco. “O que lhe custaou muito caro se apresentar com orquestra. Antigamente era mais fácil” dizia...
Para muitos críticos, essa faceta de Jamelão o coloca como um dos maiores cantores de músicas de "dor de cotovelo", enquanto que para o próprio Jamelão elas são todas músicas de "cantor romântico". 
Em 1994, pela primeira vez na história da Mangueira, Jamelão dividiu a interpretação de um samba-enredo, ao gravar com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia a música de sua Escola no disco com os sambas das escolas do Grupo Especial daquele carnaval. A idéia de juntar Jamelão e os baianos homenageados pela escola foi de Ivo Meirelles, então vice-presidente da Mangueira. O samba gravado é "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu", de Davi Corrêa, Carlinhos Sena, Bira do Ponto e Paulinho Carvalho. 
De 1949 até 2006, Jamelão foi intérprete de samba-enredo na Mangueira, sendo voz principal a partir de 1952, quando sucedeu Xangô da Mangueira. Em janeiro de 2001, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Diabético e hipertenso, Jamelão teve problemas pulmonares e, desde 2006, sofreu dois derrames. Afastado da Mangueira, declarou em entrevista: "Não sei quando volto, mas não estou triste."
Casado com Delice , Jamelão continua morando no apartamento de Vila Isabel e, por enquanto, nem cogita da possibilidade de se aposentar. “Enquanto eu puder cantar e continuarem me chamando, eu canto”, afirma. “Tem outros que perderam a voz, mas felizmente Deus ainda me permite cantar.”
Jamelão morreu às 4hs do dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em sua cidade natal, por falência múltipla dos órgãos. O enterro foi no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.

Se liga:
Essa gênio forte, que para muitos é fruto apenas de um mau humor crônico, talvez venha da vida dura de garoto pobre nos subúrbios do Rio, ou dos problemas enfrentados por Jamelão em sua carreira, tais como o preconceito racial, pois o próprio cantor já disse que:
"O artista negro sempre encontra uma barra mais pesada. No meio musical todo mundo quer o crioulo, mas para fazer figuração, para tocar pandeiro e agogô e as negras para sambar. Para ser estrela não serve, tem de ser branco e de preferência boa pinta. Não grito contra isso porque sei que as pessoas que hoje me desprezam amanhã vão me amar. Mas já fui deixado de lado em função de outros caras só porque eles eram brancos". 
Um afro abraço.

UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.terra.com.br/istoegente/wikipedia.org/almanaque.folha.uol.com.br

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