UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dia 27 de novembro - Dia Nacional de Combate ao Câncer

 Oito em cada dez casos de câncer são causados por fatores e comportamentos que poderiam ser evitados: cigarro, hábitos alimentares e conduta sexual. Exames específicos conduzidos regularmente por profissionais de saúde também são importantes quando o assunto é prevenção.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2008 e 2009 ocorrerão mais de 400.000 novos casos de câncer no Brasil. Dentre esses casos, o instituto estima que, entre os homens, o maior número de ocorrências, cerca de 49.000, será de câncer de próstata. Já entre as mulheres a estimativa é de mais de 49.000 novos casos de câncer de mama. No total, devem ser mais de 460.000 casos de câncer na população brasileira.

A seguir, conheceremos um pouco sobre alguns tipos de câncer com grande incidência no Brasil: leucemia, câncer de mama e câncer de próstata.


A Portaria do Ministério da Saúde GM nº 707, de dezembro de 1988, que regulamenta as comemorações, estabelece que a data seja uma oportunidade para "evocar o importante significado histórico das entidades de combate ao câncer, de consagração aos inumeráveis e valiosos serviços prestados ao país e proporcionar importante mobilização popular quanto aos aspectos educativos e sociais na luta contra o câncer”.

O que é Câncer:

O câncer é uma doença que se manifesta através do desenvolvimento de células desordenadas, que invadem os tecidos causando novos focos da doença através da metástase  é o nome dado a mais de 100 doenças que afetam diversos órgãos e tecidos, e que têm em comum a multiplicação celular anormal. Esta divisão descontrolada forma massas celulares chamadas de tumores. As células cancerígenas podem se espalhar do seu local de origem para outras partes do organismo num processo chamado de metástase.

A doença possui características que invadem as células sadias, além de disseminar as células contaminadas, rapidamente, através da corrente sanguínea.
Em razão dos problemas causados pela doença, a partir de 1988 o Brasil estabeleceu um dia de tentativa e luta contra a mesma, o dia 27 de novembro. Nessa data são desenvolvidos projetos educativos, de conscientização da população acerca da doença e dos riscos em adquiri-la. Nesse dia, são distribuídos laços vermelhos para serem afixados nas roupas como broches, como símbolo da campanha.
Várias campanhas são realizadas para combater o câncer, os principais fatores que levam à doença são: fumaça de cigarro (químico), radioatividade (físico), infecções virais (biológicos).
Nos últimos anos, os tumores malignos, como também são chamados, foram responsáveis por 12% das mortes no mundo.
Os tratamentos da doença evoluíram muito e, hoje em dia, diagnósticos feitos precocemente podem auxiliar na cura do paciente em até 100%.
Os casos mais graves de câncer são:

O câncer de pulmão é o pior de todos e o mais fácil de ser encontrado. Nas últimas décadas a doença cresceu, no Brasil, cerca de 57% entre os homens e 134% entre as mulheres, pois muitas delas são fumantes passivas. Esse tipo de câncer leva à morte, pois os recursos não são dos melhores. Os tratamentos se restringem a sessões de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.

De mama, atingindo cerca de 35 mil brasileiras por ano, normalmente aparece em quem tem predisposição genética, havendo outros casos na família. É importante fazer exames de mama e, a partir dos vinte anos de idade, toda mulher deve fazer o autoexame, apalpando os seios logo após o período da menstruação. Mulheres com mais de trinta e cinco anos devem fazer mamografia a cada ano, a fim de assegurar que não estão desenvolvendo a doença.

 A última estimativa mundial apontou o câncer da próstata como sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em homens, cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008. Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados no mundo ocorrem em países desenvolvidos. A taxa de incidência mundial cresceu cerca de 25 vezes, sendo as mais altas observadas na Austrália, Nova Zelândia, Europa Ocidental e América do Norte. Parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA). 

No Brasil, o aumento da expectativa de vida, a melhoria e a evolução dos métodos diagnósticos e da qualidade dos sistemas de informação do país podem explicar o aumento das taxas de incidência ao longo dos anos. 

O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento do câncer da próstata é a idade. Aproximadamente 62% dos casos de câncer da próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos ou mais. Com o crescimento da expectativa de vida mundial, é esperado que o número de casos novos aumente cerca de 60% até o ano de 2015. Além desse, a raça/etnia e a história familiar da doença também são consideradas fatores de risco para esse tipo de neoplasia. O câncer da próstata é aproximadamente 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens brancos. Os americanos, jamaicanos e caribenhos com descendência africana apresentam as mais altas taxas de incidência desse câncer do mundo, o que pode ser atribuído, em parte, à susceptibilidade genética (cerca de 5% a 10%). Todavia, é possível que essa diferença explique-se pela heterogeneidade do acesso, bem como pelos diferentes estilos de vida. 


Outro fator importante na etiologia desse tipo de câncer é a dieta. Dietas com base em gordura animal, carne vermelha, embutidos e cálcio têm sido associadas ao aumento no risco de desenvolver câncer da próstata. Além disso, também contribui como fator de risco a obesidade, em especial para aquelas neoplasias de comportamento mais agressivo. Em contrapartida, dietas ricas em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e Ômega-3 aparecem como fatores protetores. 

Recentemente, a síndrome metabólica, caracterizada pela resistência ao hormônio insulina, vem sendo apontada como potencial fator de risco para o desenvolvimento dessa neoplasia. Em geral, os homens com diabetes mellitus tipo 2 possuem deficiência com relação ao hormônio testosterona. Estudos recentes sugerem que a terapia de reposição hormonal (testosterona) possa inverter alguns aspectos da síndrome metabólica, embora a correlação entre essa reposição e o surgimento do câncer da próstata ainda seja uma pergunta sem resposta. 

A mortalidade por esse tipo de neoplasia apresenta um perfil ascendente semelhante ao da incidência no Brasil, embora sua magnitude seja mais baixa. Pode ser considerado um câncer de bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente. Programas de controle da doença são aplicáveis para a redução da mortalidade, entretanto, os métodos de rastreamentos atuais, como o PSA, não mostraram, até o momento, sucesso na redução da mortalidade. 

PREVENÇÃO:
* "Aspectos sociais e comportamentais também devem ser considerados". 
*"Trata-se de uma população que se apresenta mais vulnerável devido à pressão social".




Se liga:
 1. Não fume. Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2. Uma dieta alimentar saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos 40%. Coma mais frutas, legumes e cereais e menos alimentos de origem animal e gordurosos.
3. Procure limitar a ingestão de bebidas alcoólicas. Além disso, pratique atividades físicas moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.
4. As mulheres com 40 anos ou mais devem realizar exame clínico das mamas anualmente.
5. Todas as mulheres entre 50 e 69 anos devem realizar mamografia, com intervalo máximo de dois anos.
6. A mulher deverá submeter-se anualmente a um exame preventivo do colo do útero (Papanicolau).
7. Homens e mulheres com mais de 50 anos devem realizar um exame para pesquisa de sangramento nas fezes, anualmente, para detecção precoce do câncer de intestino.
8. Os homens com mais de 50 anos devem procurar o médico regularmente para ter seu risco para o câncer da próstata avaliado e receber as devidas orientações.
9. Evite a exposição prolongada ao sol. O protetor solar deve ser usado durante todo o ano, mas o verão exige cuidados redobrados, principalmente com as crianças. As crianças devem usar bonés e bloqueadores solares, com fator de proteção superior a 50 ou 60, devem ser bem hidratadas e nunca deixadas sob o sol após às 10h. Além do risco de câncer no futuro, nas crianças a insolação pode ocorrer de forma rápida e a queimadura de áreas extensas traz risco de vida.
"Dependendo do estágio da doença e de características pessoais do paciente, pode ser realizado um tratamento à base de hormônios, quimioterapia, radioterapia, remoção cirúrgica do tumor, ou, ainda. através da combinação desses tratamentos..."
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:www.inca.gov.br/UNEGRO-SAUDE.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

UNEGRO- RIO DE JANEIRO: Atletas brasileiros negros:

UNEGRO- RIO DE JANEIRO: Atletas brasileiros negros::   Dia Nacional da Consciência Negra.    O mês de novembro já é tradicional com datas que envolvem questões de conscientização racia...

Nossa gente:"Joaquim Maria Machado de Assis"


 "Nascido no Morro do LivramentoRio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade."

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário , Francisco José de Assis( negro e português), e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.

Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.

Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.

Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) eJornal das Famílias.

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.

Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.

Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.


Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.


Foram morar no  Catete e depois na casa nº 18 da Rua Cosme Velho (a residência mais famosa do casal), onde ficariam até a morte. Do nome da rua surgira o apelido Bruxo do Cosme Velho, dado por conta de um episódio onde Machado queimava suas cartas em um caldeirão, no sobrado da casa, quando a vizinhança certa vez o viu e gritou: "Olha o Bruxo do Cosme Velho!" Essa história acrescida à da cachorra, para alguns biógrafos, não passa de lenda. Machado de Assis e Carolina Augusta teriam vivido uma "vida conjugal perfeita" por longos 35 anos Quando os amigos certa vez desconfiaram de uma traição por parte de Machado, seguiram-no e acabaram por descobrir que ele ia todas as tardes avistar a moça do quadro de A Dama do Livro (1882), de Roberto Fontana. Ao saberem que Machado não podia comprá-lo, deram-lhe de presente, o que o deixou particularmente feliz e grato.
No entanto, talvez a "única nuvem na toldar a sua paz doméstica" tenha sido um possível caso extraconjugal que tivera durante a circulação de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Em 18 de novembro de 1902, reverte a atividade na Secretaria da Indústria do Ministério da Viação, Indústria e Obras Públicas, como diretor-geral de Contabilidade, por decisão do ministro da Viação, Lauro Severiano Müller. Em 20 de outubro de 1904, Carolina morre aos 70 anos de idade. Foi um baque na vida de Machado, que passou uma temporada em Nova Friburgo Segundo o biógrafo Daniel Piza, Carolina comentava com amigas que Machado deveria morrer antes para não sofrer caso ela partisse cedo. Seu casamento com Carolina fez com que ela estimulasse seu lado intelectual deficiente pelos poucos estudos a que tinha realizado na juventude e trouxe-lhe a serenidade emocional que ele tanto precisava por ter saúde frágil. As três heroínas de Memorial de Ayres chamam-se Carmo, Rita e Fidélia, o que estudiosos crêem representar três aspectos da Carolina, a "mãe", "irmã" e "esposa". Machado também lhe dedicou seu último soneto, "A Carolina", em que Manuel Bandeira afirmaria, anos mais tarde, que é uma das peças mais comoventes daliteratura brasileira. De acordo com alguns biógrafos o túmulo de Carolina era visitado todos os domingos por Machado.Sua união foi feliz, mas sem filhos. 
Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872.  Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira.

Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.

Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.
Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira. 

Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data(1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.

É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.

Às 3h20m de 29 de setembro de 1908 na casa de Cosme Velho, Machado de Assis morre aos sessenta e nove anos de idade com uma úlcera canceriosa na boca; sua certidão de óbito relata que morrera de arteriosclerose generalizada, incluindo esclerose cerebral, o que, para alguns, figura questionável pelo motivo de mostrar-se lúcido nas últimas cartas já relatadas Ao geral, teve uma morte tranquila, cercado pelos companheiros mais íntimos que havia feito no Rio de Janeiro

Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.
Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica.  ...  Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."



(...) Assim são as páginas da vida, 

como dizia meu filho quando fazia versos, 
e acrescentava que as páginas vão 
passando umas sobre as outras, 
esquecidas apenas lidas.  
Suje-se Gordo!"

Um afro abraço. 
fonte: www.releituras.com/enciclopédia livre.

Atletas brasileiros negros:


 O mês de novembro já é tradicional com datas que envolvem questões de conscientização racial. Luta por legitimação: Quase sete anos depois da edição da lei que torna obrigatórios os conteúdos de história e cultura africanas e afro-brasileiras, os negros continuam lutando pelo reconhecimento de suas contribuições culturais e por aceitação no espaço escolar.
Famoso atleta saltador brasileiro e ex-recordista mundial do salto triplo. João do Pulo brilhou nas competições, mas, infelizmente, teve sua carreira interrompida de forma trágica, em 1981, quando sofreu um acidente automobilístico. Sua perna direita foi amputada e, assim, seu desempenho atlético ficou comprometido.


A 28 de maio de 1954, nascia em Pindamonhangaba João Carlos de Oliveira. Negro, franzino e de família pobre, entrou no exército, aos quinze anos de idade. Dois anos depois, começou a treinar atletismo, ainda no exército. A idade é considerada avançada para o início da carreira de um atleta, mas o talento e a determinação de João o fizeram superar esse obstáculo. Quando contava dezenove aniversários, começou a espantar o mundo. O ano era 1973, e o rapaz começou a contabilizar glória atrás de glória. No mesmo ano, foi campeão paulista, do Troféu Brasil e do Sul-Americano juvenil (em Assunção, no Paraguai). Sua especialidade era o salto triplo. Seu salto na capital paraguaia foi de incríveis 14,75 metros: tratava-se do recorde mundial júnior. Nessa época, ele treinava no São Paulo Futebol Clube e no Esporte Clube Pinheiros (foi o primeiro atleta negro da história do Pinheiros).

Em 1975, já na categoria adulta, João assombrou o mundo com um salto espetacular no Pan-Americano da Cidade do México. Escrevi "salto" mas já me corrijo: foi um autêntico vôo. Ao aterrissar na caixa de areia, ele consumou o milagre: 17 metros e 89 centímetros! "Tão espantoso quanto correr os 100 metros em 9 segundos", disse um especialista na época. Naquela saudosa tarde de 15 de outubro, João Carlos de Oliveira ganhou o apelido histórico: João do Pulo. O recorde anterior pertencia ao então bicampeão olímpico, o mítico atleta soviético Viktor Danilovich Saneyev, e foi superado em espetaculares 45 centímetros. Vale ressaltar que João do Pulo também conquistou o ouro no salto em distância, nesse mesmo Pan.

No ano seguinte, João do Pulo foi ao Canadá para tentar ser campeão olímpico. Mas não alcançou o feito: ficou com o bronze de Montreal, pois seu salto de 16,90m foi superado por Saneyev (que conquistou o tri) e pelo americano James Butts. Porém, seu recorde mundial continuou intacto. Em 1979, veio o duplo bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico: ouro no salto triplo e no salto em distância.

Em 1980, vieram as Olimpíadas de Moscou. João do Pulo vivia o auge de sua carreira, e era o grande favorito ao ouro do salto triplo. Seus principais concorrentes seriam dois soviéticos: o já citado Saneyev e Jaak Uudmäe. Os Jogos Olímpicos desse ano ficaram marcados pelo boicote norte-americano, e também por arbitragens suspeitas, que sempre favoreciam os donos da casa. Os fiscais do salto triplo não fugiram à regra: anularam nove dos onze saltos de João do Pulo. Um deles, mal anulado, seria o novo recorde mundial, e garantiria a medalha de ouro ao atleta brasileiro. Uudmäe conquistou o ouro, Saneyev a prata, e João do Pulo ficou de novo com o bronze. Sua merecida conquista olímpica teve que ser adiada para 1984, em Los Angeles. 

Porém, em 22/12/1981 aconteceu a tragédia: gravíssimo acidente de carro na Via Anhangüera, em São Paulo. Onze meses de batalha no hospital, e a amputação da perna direita do recordista, 10 centímetros abaixo do joelho. O mundo chorava o fim da carreira de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Em 16/06/1985, o americano Willie Banks bateu o recorde mundial de João do Pulo, saltando 8 centímetros a mais que o brasileiro (17,97m).  

Em 20/05/2007, mais de trinta anos após a marca de João do Pulo, seu recorde brasileiro e sul-americano foi superado em 1 centímetro por Jadel Gregório (17,90m). A marca de 17,89m obtida em 1975 é tão espetacular que, até hoje, somente sete atletas a superaram na história. Dentre os recordes mundiais do atletismo, o do salto triplo é o que menos evoluiu de 1975 até hoje. Este fato demonstra o quão fantástica foi a marca de João do Pulo.

Aldir Blanc e João Bosco, dois craques da música brasileira, o homenagearam com a canção "João do Pulo". João do Pulo mereceu. Ou melhor: João do Pulo merece, porque João do Pulo é eterno.



A 28 de maio de 1954, nascia em Pindamonhangaba João Carlos de Oliveira. Negro, franzino e de família pobre, o menino se viu obrigado a entrar no exército, aos quinze anos de idade. Dois anos depois, começou a treinar atletismo, ainda no exército. A idade é considerada avançada para o início da carreira de um atleta, mas o talento e a determinação de João o fizeram superar esse obstáculo. Quando contava dezenove aniversários, começou a espantar o mundo. O ano era 1973, e o rapaz começou a contabilizar glória atrás de glória. No mesmo ano, foi campeão paulista, do Troféu Brasil e do Sul-Americano juvenil (em Assunção, no Paraguai). Sua especialidade era o salto triplo. Seu salto na capital paraguaia foi de incríveis 14,75 metros: tratava-se do recorde mundial júnior. Nessa época, ele treinava no São Paulo Futebol Clube e no Esporte Clube Pinheiros (foi o primeiro atleta negro da história do Pinheiros).

Em 1975, já na categoria adulta, João assombrou o mundo com um salto espetacular no Pan-Americano da Cidade do México. Escrevi "salto" mas já me corrijo: foi um autêntico vôo. Ao aterrissar na caixa de areia, ele consumou o milagre: 17 metros e 89 centímetros! "Tão espantoso quanto correr os 100 metros em 9 segundos", disse um especialista na época. Naquela saudosa tarde de 15 de outubro, João Carlos de Oliveira ganhou o apelido histórico: João do Pulo. O recorde anterior pertencia ao então bicampeão olímpico, o mítico atleta soviético Viktor Danilovich Saneyev, e foi superado em espetaculares 45 centímetros. Vale ressaltar que João do Pulo também conquistou o ouro no salto em distância, nesse mesmo Pan.

No ano seguinte, João do Pulo foi ao Canadá para tentar ser campeão olímpico. Mas não alcançou o feito: ficou com o bronze de Montreal, pois seu salto de 16,90m foi superado por Saneyev (que conquistou o tri) e pelo americano James Butts. Porém, seu recorde mundial continuou intacto. Em 1979, veio o duplo bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico: ouro no salto triplo e no salto em distância.

Em 1980, vieram as Olimpíadas de Moscou. João do Pulo vivia o auge de sua carreira, e era o grande favorito ao ouro do salto triplo. Seus principais concorrentes seriam dois soviéticos: o já citado Saneyev e Jaak Uudmäe. Os Jogos Olímpicos desse ano ficaram marcados pelo boicote norte-americano, e também por arbitragens suspeitas, que sempre favoreciam os donos da casa. Os fiscais do salto triplo não fugiram à regra: anularam nove dos onze saltos de João do Pulo. Um deles, mal anulado, seria o novo recorde mundial, e garantiria a medalha de ouro ao atleta brasileiro. Uudmäe conquistou o ouro, Saneyev a prata, e João do Pulo ficou de novo com o bronze. Sua merecida conquista olímpica teve que ser adiada para 1984, em Los Angeles. 

Porém, em 22/12/1981 aconteceu a tragédia: gravíssimo acidente de carro na Via Anhangüera, em São Paulo. Onze meses de batalha no hospital, e a amputação da perna direita do recordista, 10 centímetros abaixo do joelho. O mundo chorava o fim da carreira de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Em 16/06/1985, o americano Willie Banks bateu o recorde mundial de João do Pulo, saltando 8 centímetros a mais que o brasileiro (17,97m).  

De 1986 a 1993, João do Pulo foi deputado estadual, defendendo com garra os interesses dos atletas e dos deficientes físicos. Como empresário, não obteve muito sucesso, com uma transportadora e uma padaria. Sofreu crises de depressão, e em abril de 1999 foi internado com problemas no fígado. Há exatos dez anos, em 29 de maio de 1999, faleceu, devido a uma infecção generalizada, para o pranto eterno dos deuses do esporte. O mito deixou dois filhos.

Em 20/05/2007, mais de trinta anos após a marca de João do Pulo, seu recorde brasileiro e sul-americano foi superado em 1 centímetro por Jadel Gregório (17,90m). A marca de 17,89m obtida em 1975 é tão espetacular que, até hoje, somente sete atletas a superaram na história. Dentre os recordes mundiais do atletismo, o do salto triplo é o que menos evoluiu de 1975 até hoje. Este fato demonstra o quão fantástica foi a marca de João do Pulo.

Aldir Blanc e João Bosco, dois craques da música brasileira, o homenagearam com a canção "João do Pulo". João do Pulo mereceu. Ou melhor: João do Pulo merece, porque João do Pulo é eterno.



Daiane dos Santos -

Daiane Garcia dos Santos (Porto Alegre, 10 de fevereiro de 1983) é uma ginasta brasileira, que compete em provas de ginástica artística.
Daiane foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial. Dos Santos fez parte da primeira seleção brasileira completa a disputar uma edição olímpica – nos Jogos de Atenas -, repetindo a presença na edição seguinte, nas Olimpíadas de Pequim.
Daiane possui ainda dois movimentos nomeados após suas primeiras execuções: Dos Santos I e Dos Santos II.


Daiane iniciou-se tardiamente na modalidade. Descoberta pela professora Cleusa de Paula, aos onze anos – quando a média é aos seis -, começou a treinar na AACETE (Associação dos Amigos do Centro Estadual de Treinamento Esportivo), passando depois ao Grêmio Náutico União.

Em 1999, conquistou suas primeiras medalhas, na categoria sênior, ao competir no Pan-americano de Winnipeg: Prata no salto e bronze por equipes. Dois anos mais tarde, disputou seu primeiro Mundial, o Campeonato de Gante, na Bélgica. Nele, encerrou em quinto lugar na final do solo.
Em 2003, aos vinte anos, mudou-se para a cidade de Curitiba e tornou-se novamente a medalhista de bronze por equipes no Pan-americano de Santo Domingo. Na sequência, competindo no Mundial de Anhaheim, na Califórnia, conquistou a primeira medalha de ouro brasileira desta competição: Na final do solo, performando ao som da música “Brasileirinho”, superou a romena Catalina Ponor e a espanhola Elena Gómez, executando, pela primeira vez, o movimento que recebeu seu nome – o duplo twist carpado ou Dos Santos , desenvolvido com o auxílio do técnico Oleg Ostapenko, seu treinador até então. No ano seguinte conquistou medalhas em etapas da Copa da Mundo e, lesionada, disputou as Olimpíadas de Atenas, na qual compareceu à final do solo e encerrou na quinta colocação. Apesar de não conquistar medalha, performou seu segundo movimento, intitulado Dos Santos II, a variação esticada do primeiro

No ano seguinte, conquistou medalhas em novas etapas da Copa do Mundo, embora não tenha conseguido tornar-se bicampeã do solo, na final realizada em Melbourne. Em 2006, adotou uma nova rotina e uma nova música – "Isto aqui o que é?", de Ari Barroso. Com ela conquistou medalhas em outras etapas da Copa. No Mundial de Aarhus, na Dinamarca, seguiu à final do solo e encerrou na quarta colocação. No fim do ano, em mais uma final de Copa do Mundo, a ginasta competiu novamente no solo e conquistou seu segundo ouro desta competição, ao superar ginastas como Cheng Fei e Elena Zamolodchikova. Em 2007, lesionada no tornozelo, disputou os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e terminou como medalhista de prata, superada pela equipe norte-americana.
Ainda em 2007, a ginasta participou do projeto Raízes Afro-brasileiras - que revela a porcentagem da ancestralidade de um indivíduo – e descobriu ter uma porcentagem de ascendência europeia maior que a africana. Na ocasião, a atleta declarou que o importante era a brasilidade de todos. No ano seguinte, disputou os Jogos de Pequim – o segundo da carreira -, no qual foi à duas finais. Por equipes, a atleta, junto a suas companheiras, foi à primeira final coletiva na história da modalidade do Brasil, e encerrou a competição na oitava posição. Individualmente, foi a sexta colocada na final do solo. Em outubro, submeteu-se a uma cirurgia no joelho direito para alinhar a perna, desviada engularmente em dez graus. Em 2009, afastada das competições, tornou a fazer uma cirurgia. Agora, para a retirada da placa de titânio posta na cirurgia anterior. Em 30 de outubro do mesmo ano, a Federação Internacional de Ginástica divulgou o resultado positivo do exame antidoping realizado em julho passado. Na amostra de urina da atleta, foi encontrado a substância furosemida, um diurético da alça, que consta na lista das drogas proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA). Punida com cinco meses de suspensão, a ginasta manteve-se afastada das competições até julho de 2010..Após, disputou o Campeonato Paulista, no qual conquistou quatro medalhas de ouro, ao competir em todos os aparelhos após seis anos. Fora da equipe principal do país desde as Olimpíadas de 2008, foi reintegrada a seleção em maio de 2011.
Um dia após ser eliminada dos Jogos Olímpicos e anunciar a aposentadoria da ginástica artística,Daiane dos Santos  , uma das maiores ginastas brasileiras da história, relembrou a sua carreira e todas as conquistas que conseguiu na vida. Para o futuro, Daiane ainda não sabe o que fará, mas o que ela já sabe é que seu nome está para sempre gravado na história  da ginástica brasileira. 



Daiane foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial. Além disso, a atleta fez parte da primeira seleção brasileira completa a disputar uma edição olímpica!

Perguntada sobre o grande segredo para se chegar ao topo neste esporte e Dai é taxativa: "esforço e dedicação!". E deixa seu recado para os novos ginastas: "...sejam persistentes e se dediquem ao máximo, porque só conseguimos as coisas com muito esforço!".
Um afro abraço.

fonte:www.cartacapital.com.br/enciclopédia livre.

domingo, 18 de novembro de 2012

Lendas Africanas: Ananse, ou Anansi, é uma lenda africana. Conta um caso interessante, no qual no mundo antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito triste.


As histórias que constituem a literatura oral das diversas nações africanas, guardadas no imaginário dos homens e mulheres, percorrem as diferentes paisagens que formam o continente. 

 São histórias de caçadores e agricultores, bruxas e feiticeiros, reis e princesas, de heróis que atravessam a mata para cumprir seus destinos, e de fundações míticas de cidades. São também histórias de pequenas ou grandes disputas entre marido e mulher, histórias de amor e de morte, lendas de comunhão com os segredos da natureza e da terra. 
Houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu. Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de Nyame, o Deus do Céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e por ela subiu.
Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: - O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis; Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.
Ele pensava que com isso, faria Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu: - Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Novamente o Deus do Céu riu muito e falou: - Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço?
Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia. Ele correu por toda a selva até que encontrou Osebo, leopardo de dentes terríveis. - Aha, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço. - O que tiver de ser será - disse Ananse - Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar? O leopardo que adorava jogos, logo se interessou: - Como se joga este jogo? - Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse. - Muito bem, rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.
Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo: - Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, Ananse cortou uma folha de bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo: - Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas? - Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.
O Homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo: - Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame, o Deus do Céu.
Depois, ele esculpiu uma boneca de madeira, cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do cipó e esperou. Minutos depois chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame. - Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia dar-me um pouco de seu inhame?
Ananse puxou a sua ponta do cipó para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então, comeu tudo, depois agradeceu: - Muito obrigada bebê de borracha.
Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou: - Bebê de borracha, se você não me responder, eu vou te bater.

E como a boneca continuava parada, deu-lhe um tapa ficando com sua mão presa na sua bochecha cheia de cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo: - Bebê de borracha, se você não me responder, eu vou lhe dar outro tapa."
E como a boneca continuava parada, deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo: - Agora Moatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, ele foi a casa de Ianysiá sua velha mãe, sexta filha de sua avó e disse: - Ianysiá venha comigo vou dá-la a Nyame em troca de suas histórias.
Depois, ele teceu uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e da fada, e uma outra que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame. - Ave Nyame! - disse ele -Aqui está o preço que você pede por suas histórias: Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Nyame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo: - O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!

Ananse, maravilhado, desceu por sua teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundo vindo chegar até aqui.
Um afro abraço.
fonte: enciclopédia livre.

FEIJOADA DO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA


UNEGRO: NOTA DE AGRADECIMENTO
   Difícil esquecer que no dia 27 de novembro de 2011, quando comemorávamos nossa "Feijoada de Zumbi" nossas lideranças CONCEIÇÃO "LISSÁ E CLAUDIA VITALINO, assim como o KWE CEJÀ GBÈ, sede da UNEGRO em Duque de Caxias, foram alvo de disparos que não conseguiram calar nossos tambores e nem nossa voz na propagação de nossa fé e de nossas tradições. Porém, não poderemos também esquecer de pessoas que foram fundamentais, que demonstraram a força de um Estado laico, onde a democracia e o repeito ao direito adquirido deve ser preservado. Onde a Intolerância Religiosa, o Racismo, a Homofobia, a Lesbofobia e todas as formas de Preconceito devem ser combatidas por todos.
   Neste momento em que nos reuniremos para outra comemoração, a 
"Feijoada de Zumbi" gostaríamos de contar com a presença de tod@s e agradecer a pessoas especiais e mom ntos especiais,  pelo respeito e solidariedade demonstrados :
Claudio Nascimento- Superintendente de Direitos Humanos e Difusos
Rodrigo Neves- Secretário de Direitos Humanos
Deputada Estadual Enfermeira Rejane - PC do B
Deputada Federal Jandhira Fegali - PC do B
Márcio Klang - Procurador de Justiça /Coordenador de Direitos Humanos 
Marta Rocha - Delegada Chefe da Polícia Civil do RJ
Henrique Pessoa - Delegado responsável pelos casos de Intolerância Religiosa  da Polícia Civil do Rio de Janeiro
Hilton Pinho Alonso - Delegado da 62ª DP/Imbariê
Babalawô Ivanir dos Santos - Comissão de Combate à Intolerância religiosa
Claudia Caetano da Silva - Inspetora da Secretaria de Ensino  e Programas de Proteção da Secretaria de Segurança Pública do RJ
Marcelo Dias - Superintendente Estadual de Promoção da Igualdade Racial
Tito Mineiro da Silva - Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ 
Cesar Brasil - Inspetor de Polícia da 62ªDP
Caique Tibiriçá - PC do B
Alcimar Targino - Presidente Municipal do PC do B de Duque de Caxias
Monica Custódio - Coordenação Nacional da UNEGRO
João Carlos - Secretaria de Movimentos Sociais do PC do B/RJ
Luciana Marina - Secretaria de Mulheres da UNEGRO/DC
Gean Carlos - MR AFRO 

Entre outros, nossos mais sinceros agradecimentos e o convite para que no dia 25 de novembro de 2012, no KWE CEJÁ GBÉ às 14:00h, estejamos mais uma vez na "Feijoada de Zumbi" demonstrando que nossos tambores e  nossas vozes não se calaram na luta pela preservação aos nossos direitos, à nossa cultura e à nossa  fé. 
KWE CEJÀ GBÈ: Rua G lote 9 Qd Q (Próximo ao Depósito da Casas Bahia na Avenida Automóvel Clube) Taquara / Duque de Caxias 
Tel: 21-36617597/92401631/96293923

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

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