UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 21 de setembro de 2013

Osvaldão e as versões sobre a morte dos guerrilheiros do Araguaia nem sempre coincidem. Até hoje não se sabe exatamente quantos tiveram as cabeças cortadas e os corpos abandonados

Eu sei que você talvez  vai dizer que nunca ouviu falar deste cara, que não foi do seu tempo ou que você não acompanhava direito esta história de guerrilha do Araguaia. Mas considere apenas o seguinte: Com esta bagagem histórica aí, como é que uma pessoa ia poder ficar invisível e anônima a este ponto?
Vivemos ainda sob um governo integrado por este mesmo pessoal ligado à chamada ‘esquerda revolucionária’. Há uma penca de ex-guerrilheiros aí, famosíssimos, popularíssimos, indenizadíssimos e o pobre do Oswaldão aí, neste quase ostracismo?

Certo. Dá pra encontrar dados sobre ele na internet como eu achei. Até um livro, objeto da resenha que republico abaixo foi feito, mas não se trata disto. Se trata de entender como – e porque – a memória de figuras gigantes de nossa história como esta, ficam sempre na margem entre a fama e a invisibilidade.

Que parte de nossa memória se quer apagar?
Afinal, Oswaldão não foi apenas mais um guerrilheiro nas selvas do Araguaia. Oswaldão comandou um dos dois batalhões, talvez tenha sido – não se esclarece isto ainda direito – o principal comandante militar daquela guerrilha trágica.

Nascido em 1938, Osvaldo Orlando da Costa, o "Osvaldão" era um negro de 1.98 metro, de altura,100kg e ex-campeão carioca de boxe, que se tornou um mito entre a população local. . Nascido na cidade de Passa Quatro, Minas Gerais, radicou-se no Rio de Janeiro, onde foi campeão de boxe pelo Botafogo e chegou a ser tenente do Exército. Engenheiro formado em Praga, na Checoslováquia, era inteligente, gostava de dançar e tinha um bom humor inconfundível. Em meados dos anos 60, sua aguçada sensibilidade social levou-o ao Partido Comunista do Brasil, PCdoB. Osvaldão foi um dos primeiros militantes comunistas a chegar na região do Araguaia, em 1967, com a missão de implantar uma guerrilha junto com outros companheiros. De acordo com as instruções do Partido, que pregava uma mistura dos militantes com os habitantes da região, estabeleu-se como garimpeiro, caçador e mariscador. Tornou-se, em pouco tempo, o maior conhecedor da área ocupada pelos guerrilheiros e bastante popular entre os camponeses e agricultores do Bico do Papagaio, a região no sul do Pará onde o PCdoB se estabeleceu.


Como comandante do Destacamento B, um dos três do movimento guerrilheiro, ele participou com êxito de vários combates contra as tropas do governo, a partir de 1972. Devido à sua formação militar, adquirida nos tempos em que foi oficial da reserva do CPOR, realizado concomitantemente com o curso de Máquinas e Motores na Escola Técnica Nacional no antigo Estado da Guanabara e de um posterior treinamento militar na China, era um dos
guerrilheiros mais temidos pelo Exército. Considerado mítico e imortal pelo povo morador do Araguaia, que o acreditava ser capaz de transformar-se em pedra, árvore ou animal.

Foi o autor da primeira morte militar durante a guerrilha, quando durante um encontro na mata com uma patrulha do exército matou a tiros o cabo Odílio Cruz Rosa. Osvaldão foi morto com um tiro de carabina quando descansava num barranco, em 4 de fevereiro de 1974, nos estágios finais da ofensiva militar que aniquilou a guerrilha, pelo mateiro Arlindo Vieira 'Piauí', um conhecido seu que na época havia virado guia das patrulhas militares.

A versão mais difundida é de que teria sido morto com um tiro pelo mateiro Arlindo Piauí, guia de uma patrulha de paraquedistas, sua cabeça teria sido decepada e depois exibida ao povo, enquanto os militares festejavam o abate do inimigo. Mas até mesmo essa versão já foi rechaçada por outros camponeses, que afirmam que Piauí assumiu a morte apenas para receber a recompensa do Exército. Segundo essa versão, o corpo de Osvaldão estava com a cabeça quando foi exposto pelos militares.


O caso de Arildo Valadão, cuja morte e decapitação foi descrita detalhadamente pelos ex-guias do Exército Sinésio Martins Ribeiro e Iomar Galego, mostra que também os militares assumiram mortes praticadas por mateiros, provavelmente para ocultar as expedições clandestinas, que ilegalmente envolviam a população civil.
Em seu livro, “Bacaba”, sobre a guerrilha do Araguaia, o tenente José Vargas Gimenez, conhecido como Chico Dólar, afirma: “No dia 24 de novembro, na região de Pau Preto, o guerrilheiro Arildo Airton Valadão (Ari) foi morto e decapitado por um GC, comandado por um segundo sargento”. Esqueceu de dizer que o sargento ficou no helicóptero e que o tal GC (Grupo de Combate) era formado apenas por mateiros, como contam os ex-guias.
As circunstâncias da morte e decapitação de Jaime Petit, contada de forma pungente por seu Sinésio, assim como a de Adriano Fonseca Filho, cuja cabeça foi carregada pelo mateiro Raimundo da Pedrina desde a Grota do Franco, onde foi morto, até a base de Xambioá, são narradas assim por Chico Dólar, no mesmo livro: “Adriano foi morto pelos paraquedistas que atuavam na região de Xambioá. Ambos [ele e Jaime] foram decapitados e tiveram suas mãos cortadas”.

O caso mais polêmico é o de Rosalindo de Souza, o Mundico, que, segundo o diário de Maurício Grabois, foi morto acidentalmente quando limpava a arma.
Já os militares afirmam que teria sido justiçado pelos guerrilheiros. Como observa o livro “Habeas-Corpus, que se apresente o corpo”, da Secretaria de Direitos Humanos, “tal informação, entretanto, poderia representar mais uma tentativa de desmoralizar os militantes mortos, como era prática rotineira dos órgãos de segurança”.

Em depoimento prestado ao Ministério Público em 2001, anexado aos autos, Sinésio afirma ter visto a cabeça de Rosalindo quando estava preso no curral da base de Xambioá, e diz que seu corpo foi enterrado nas terras de João Buraco, frequentadas por guerrilheiros. Buraco, depois de preso, teria apontado a sepultura para os militares.

“O Exército não havia travado combates nesse local, e por isso disse que foram os guerrilheiros que mataram o Mundico. O Exército chegou lá por volta de 4 ou 5 dias após, cavou a sepultura, cortou a cabeça e enterrou novamente o corpo. A cabeça foi levada para a base e mostrada aos presos para reconhecimento. Ela estava meio destruída, o cabelo solto e ficou exposta uns dois dias perto do Barracão do Exército e foi enterrada perto de um pé de jatobá”...

"Um herói negro desconhecido que não fugiu da luta por um país mais justo. Apesar das
inúmeras tentativas de apagar o nome de Osvaldão da história, ele está junto de tantos outros heróis negros que dedicaram suas vidas à uma causa, a da liberdade e justiça..."

Um afro abraço.
fonte:Secretaria de Luta Anti-Racismo do PC do B

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Conto africano que vem da Guiné Bissau


A Lenda do Tambor Africano: o sonho dos macaquinhos. 

Corre entre os Bijagós da Guiné Bissau, que os macaquinhos de nariz branco tiveram a ideia de viajar até à Lua e trazê-la para a Terra.
Assim, numa bela manhã, depois de buscarem um caminho por onde subir aos céus, o mais pequenino dos macacos teve a ideia de subirem uns nos outros para alcançarem a lua. 

A fila foi crescendo e se erguendo pelo céu até que o pequeno macaquinho acabou por tocar na Lua.
Mas antes que ele pudesse puxá-la para a Terra, a coluna se desmoronou. Todos caíram e somente o macaquinho ficou agarrado à Lua. Ao se dar conta do ocorrido, a Lua o segurou pela mão, olhou-o com espanto e achando a cena engraçada, deu-lhe de presente um tamborzinho.

Não tendo meios de voltar à Terra, o macaquinho aprendeu a tocar o instrumento. Mas com o passar dos anos, a saudade aumentava e a falta de sua gente o fazia sonhar com as palmeiras, mangueiras, acácias, coqueiros e bananeiras que haviam ficado para trás.
Então, foi pedir à Lua que o deixasse voltar!
Intrigada, a lua lhe perguntou: Porque você quer voltar?

Não estas feliz aqui? Não gostas de seu presente?

E com lágrimas nos olhos, o macaquinho explicou-lhe o que lhe fazia falta.
Mais uma vez, com pena do macaquinho, a Lua amarrou o tambor ao macaquinho e disse:
"Macaquinho de nariz branco, vou-te fazer descer, mas ouve bem o que te digo!
Não toques o tamborzinho antes de chegares lá baixo.
E quando puseres os pés na Terra, tocarás então com força para eu ouvir e cortar a corda.
E assim ficarás livre."
O Macaquinho, feliz da vida, prometeu a Lua que só tocaria o tambor ao chegar na Terra e foi descendo sentado no tambor.
Mas a meio da viagem, não resistiu!
Bem de leve, de modo que a Lua não pudesse ouvir, pôs-se a tocar o tambor.
O vento que fazia a corda estremecer, levou o som para Lua que ao ouvir o som, pensou: “O Macaquinho chegou à Terra”. E logo cortou a corda...
Neste momento, o macaquinho foi atirado ao chão, caindo desamparado em sua ilha natal.
Ao ver o macaquinho estendido no chão, uma menina que cantava e dançava ao rítmo de uma cancão, correu a ajudá-lo. Mas a queda tinha sido de muito alto e o macaquinho não resistiu. Porém, antes de morrer, conseguiu dizer à menina que aquele instrumento era um tambor e que ela deveria entregá-lo aos homens do seu país...

Recuperada da surpresa, a menina, correu o mais rápido possivel para contar aos homens da sua terra o que acontecera.
Aos poucos, foram chegando gente e mais gente e foi então, que naquele recanto da terra africana se fez o primeiro batuque ao som do primeiro tambor.
A partir de então, os homens construíram muitos tambores e, desde então, não há terra africana sem este instrumento.
O tambor ficou tão querido entre o povo africano, que em dias de
tristeza ou em dias de alegria, é ele quem melhor exprime a grandeza da sua alma.

Um afro abraço.
fonte:Rede ePORTUGUÊSe OMS 

domingo, 15 de setembro de 2013

Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley...


 Bob Marley foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos. A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafári e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto de suas músicas, por tratar-se da terra sagrada do movimento rastafári.

A infância...
Bob Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945 em Saint Ann, no interior da Jamaica, filho de Norval Sinclair Marley, um militar branco, capitão do exército inglês e Cedella Booker, uma adolescente negra vinda do norte do país. Cedella e Norval estavam de casamento marcado para 9 de julho de 1944. No dia seguinte ao seu casamento, Norval abandonou-a, porém continuou dando apoio financeiro para sua mulher e filho. Raramente os via, pois estava constantemente viajando. Após a morte de Norval em 1955, Cedella Bookercasou-se com
Toddy Livingstone, também de Saint Ann, e mudou-se com Marley para Trenchtown, a maior e mais miserável favela de Kingston, onde o garoto era provocado e rejeitado pelos negros locais por ser mestiço (mulato) e ter baixa estatura. Bob teve uma juventude muito difícil, e isso o ajudou a ter personalidade e um ponto de vista bastante crítico sobre os problemas sociais...

Reconhecimento...

O primeiro sinal da projeção de Bob Marley como astro internacional viria através de um presente de Chris Blackwell, para o proeminente novo artista. Logo após o impacto do álbum "Catch a Fire" no mercado europeu, Blackwell entregou à Marley as chaves da Island House, uma imponente mansão situada na Hope Road Avenue, parte rica de Kingston, inclusive muito próxima à sede do governo, que ficava rua abaixo com seus imensos jardins. Em pouco tempo o novo "yard" de Marley se tornaria um núcleo de criação e uma espécie de comunidade, com livre acesso para toda família, amigos do gueto, rastas, namoradas de uns e outros, músicos, jornalistas estrangeiros, e mais alguns outros que eventualmente apareciam pra jogar o famoso futebol de fim de tarde no estacionamento da casa. Bob Marley, como revelam relatos de amigos e família, dava dinheiro e comida para pessoas que vinham da favela pedir. Era comum formar filas de mulheres com bebês, crianças, jovens e até mesmo homens que queriam começar um pequeno negócio, na porta da casa do músico.
Este clima de euforia de uma nova vida comunitária religiosa e criativa encontraria sua tradução no disco "Burnin", segundo lançamento dos Wailers pela Island Records, no final de 1973. As músicas, com um conteúdo ainda mais politizado e social que as do álbum anterior, atingiam o público branco da Europa e Estados Unidos com clássicos como "Get Up, Stand Up", na qual Bob alerta as pessoas para que lutem por seus direitos , "I Shot the Sheriff", etc. Estava acontecendo uma verdadeira revolução musical e ideológica.
violência eleitoral

Em 1976, ano de eleições parlamentares na Jamaica, a ilha vivia um de seus períodos mais sangrentos da história. Havia, praticamente, uma guerra civil entre jovens militantes que
defendiam partidos distintos. Bob Marley quis dar um show gratuito pela paz e pela união da juventude. O então primeiro-ministro, líder do partido PNP, Michael Manley, apoiou e deu força à ideia do concerto pela paz, para supostamente apaziguar as tensões antes das eleições, marcadas para dali uns dias. Dois dias antes do show, porém, a casa de Bob Marley na Hope Road Avenue foi invadida por um grupo de pistoleiros defensores do candidato opositor a Michael Manley, que adentrou a sala onde Marley estava ensaiando, e disparou tiros em todas as direções, com o intuito de matá-lo. Miraculosamente, ninguém foi morto no ataque noturno. Don Taylor, empresário de Marley, estava se aproximando dele no exato momento em que os homens começaram a disparar, levando vários tiros e tendo, como legado deste fato, uma vida sobre a cadeira de rodas. Rita Marley levou um tiro de raspão na cabeça. O projétil ficou alojado em seu couro cabeludo. Marley recebeu um tiro que raspou seu peito logo abaixo do coração e penetrou profundamente em seu braço esquerdo. O caso de Marley foi o menos grave entre os atingidos, sendo o primeiro a sair do hospital. No dia 5 de Dezembro, Bob, depois de muitos alertas, resolveu subir ao palco do festival mesmo baleado. Ainda com os curativos, Marley se apresentou no concerto "Smile Jamaica", pela paz, e depois mostrou para o público seus ferimentos. Nesta ocasião, ao ser questionado sobre o fato de comparecer ao show mesmo baleado, o músico disse uma de suas mais conhecidas frases: "As pessoas que fazem de tudo para piorar o mundo não descansam. Por que eu, que quero melhorar, tenho que descansar?"
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A doença
Após a turnê européia, com uma vasta agenda marcada, Bob Marley e a banda partiram para os Estados Unidos, quando fizeram dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, Bob passou mal no palco e começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob, embora com problemas de saúde, chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, no dia 23 de setembro de 1980 (último show de Bob Marley), mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que o astro do Reggae estava com câncer. A doença teria sido decorrente de um ferimento infeccionado no dedão do pé, que ele teria sofrido em 1977, durante uma partida de futebol em Londres. A ferida, quando feita, não havia cicatrizado, e sua unha posteriormente havia caído; foi então que o diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma
maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos aconselharam-no a amputar o dedo, porém Marley recusou-se a fazê-lo devido à sua filosofia rastafári, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar (motivo pelos quais os rastas deixam crescer a barba e os dreadlocks). Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge.

 A morte no auge da carreira...
Em maio de 1981, quando o Dr. Joseph Issels anuncia que nada mais poderia ser feito, Bob Marley já abatido pela doença, resolveu retornar para sua casa na Jamaica para passar seus últimos dias junto à família e amigos. Ele não conseguiu completar a viagem, tendo que ser internado em um hospital de Miami. Sua mãe segurava sua mão aos prantos enquanto Marley a consolava pedindo que secasse as lágrimas. (Mãezinha não chora. Vou na frente pra preparar um lugar.) Faleceu pouco antes do meio-dia de 11 de maio de 1981. Menos de 40 horas depois de deixar a Alemanha.

Convicções políticas,polemicas e religiosidade...
Bob Marley era adepto do movimento político-religioso rastafári, que proclama Haile Selassie (imperador da Etiópia falecido em 1975) como a representação divina na Terra e que defende o retorno do homem negro pelo mundo para a África. Bob Marley, altamente influenciado pela filosofia rastafári, expressava espiritualidade e defendia a liberdade, paz, igualdade social e de direitos, o amor universal e a irmandade para toda humanidade em suas músicas, fazendo com que o movimento rastafári fosse conhecido pelo mundo inteiro. Mortimer Planno foi um ancião rasta que deu-lhe ensinamentos sobre o movimento.

Se todos nos unirmos e dermos as mãos, quem sacará as armas? - Eu só tenho uma ambição: que a humanidade viva unida. Negros, brancos, orientais, todos juntos. - Eu não estou do lado dos negros nem dos brancos. Eu estou do lado de Deus, quem me fez vir do homem branco e do negro.

Marley era um grande defensor da maconha, usada por ele no sentido da comunhão. Na capa de Catch a Fire, inclusive, ele é visto fumando um cigarro de maconha, e o uso espiritual da cannabis, característico do movimento rastafári, é mencionado em muitas de suas músicas. No movimento rasta, os dreadlocks representam a força espiritual, as raízes (assemelham-se, literalmente, a raìzes) que une o homem à Mãe África.

O mito...A música, a mensagem e a lenda de Bob Marley ganharam mais e mais força desde sua morte. Também deu a ele um status mítico, similar ao de Elvis Presley e John Lennon. Marley é enormemente popular e bastante conhecido ao redor do mundo inteiro. É considerado o rei do Reggae e é visto como uma das maiores vozes do povo pobre e oprimido, e um dos maiores defensores da paz, da liberdade e da igualdade social e de direitos. Após a sua morte, a data de seu aniversário, o dia 6 de fevereiro, foi decretado feriado nacional na Jamaica.
Atualmente Bob pode ser considerado o primeiro e maior astro musical do Terceiro Mundo e a maior voz deste. Suas músicas mais conhecidas são " I Shot the Sheriff "," No Woman, No Cry"," Could You Be Loved "," Stir It Up "," Get Up, Stand Up "," Jamming "," Redemption Song "," One Love/People Get Ready"e," Three Little Birds ", e tambem lançamentos póstumos como " Buffalo Soldier "e" Iron Lion Zion ". A coletânea Legend, lançada três anos após sua morte e que reúne algumas músicas de álbuns do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história. Bob foi casado com Rita Marley de 1966 até a morte, uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Kymani MarleyJulian Marley e Damian
Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiram carreira musical. Foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre

Macunaíma de Mario Andrade


Macunaíma é um romance de 1928 do escritor brasileiro Mário de Andrade, considerado um dos grandes romances modernistas do Brasil.
A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como na língua indígena o som "aique" significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."

A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica maior à linguagem culta já vista no Brasil.
Em Macunaíma, Andrade tenta escrever um romance que represente o multi-culturalismo brasileiro. A obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao modo de falar paulistano. Mário de Andrade tinha uma ideia de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, o que, segundo ele, vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Ao longo da obra são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe", dentre outras.



No episódio "Carta pras Icamiabas", Andrade satiriza ainda mais o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam. Aproveitando-se do artifício de uma carta escrita, Macunaíma escreve conforme a grafia arcaica de Portugal, explicitando a diferença das regras normativas arcaicas e da língua falada: "Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra...Mário Raul de Morais Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos.Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, Andrade esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em São Paulo, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Andrade foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922 que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil, tendo sido um dos integrantes do "Grupo dos Cinco". As idéias por trás da Semana seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas.

Depois de trabalhar como professor de música e colunista de jornal ele publicou seu maior romance, Macunaíma, em 1928. Andrade continuou a publicar obras sobre música popular brasileira, poesia e outros temas de forma desigual, sendo interrompido várias vezes devido a seu relacionamento instável com o governo brasileiro. No fim de sua vida, se tornou o diretor-fundador do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo formalizando o papel que ele havia desempenhado durante muito tempo como catalisador da modernidade artística na cidade—e no país.

Um afro abraço.
fonte:enciclopédia livre.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

14 de Setembro: Fundado o jornal O Homem de Cor, o primeiro periódico dedicado à causa negra da imprensa brasileira (1833)

Os Homens de Cor... 

A questão dos negros no Brasil é um processo que ainda precisa ser debatido. Ora, foram cerca de 300 anos de duro preconceito, de hostilização do ser humano. Visto isso, criou-se essa cultura de inferiorização dos negros – uma grande falácia. A Constituição Federal nos considera iguais, sem distinção de raça, sexo, religião e etc. Os direitos humanos nos tratam da mesma forma; porém, é mais difícil ver isso na sociedade, ou seja, a teoria está aí.

Com o objetivo de unir os homens de cor por meio da Educação e de outros meios, jornais e revistas ergueram, através dos tempos, a bandeira dos direitos que eles mesmos deveriam ter como cidadãos integrantes da sociedade brasileira.

Nesse período, várias entidades foram criadas, bem como a imprensa negra. Os jornais O Homem de Cor, O Mulato, O Brasileiro Pardo, O Cabrito e o Meia Cara foram publicados no período entre 1833 e 1867; todos eles, jornais cariocas.
Rio de Janeiro, dia 4 de novembro de 1833. Em plena capital do Império, um pasquim liberal denominado O Mulato, ou O Homem de Cor assinalava em tom de preocupação: "Não sabemos o motivo por que os brancos moderados nos hão declarado guerra. Há pouco lemos uma circular em que se declara que as listas dos Cidadãos Brasileiros devem conter a diferença de cor - e isto entre homens livres!". O pasquim criticava os brancos por quererem obrigar os "cidadãos brasileiros" a serem classificados pelo critério da cor. Nesse sentido, O Mulato, ou O Homem de Cor não foi uma voz isolada. Nos primeiros anos do período regencial (que se iniciou em 1831 e se estendeu até 1840), vários outros pasquins (como O Brasileiro Pardo, O Crioulinho, O Cabrito, O Meia Cara) foram publicados com o intuito de proclamar a igualdade de direitos entre os cidadãos brasileiros independentemente da cor.

É bom lembrar que o Brasil se tornou soberano, o povo chegou ao poder, a democracia se estabeleceu, mas a situação dos negros não mudou, deu continuidade a prática da
marginalização deles.
A partir dessa rejeição da sociedade, criaram-se novos movimentos de mobilização racial dos negros, tais como: Clube 13 de maio dos Homens Pretos, Sociedade União Cívica dos Homens de Cor. Integrava, também, a mais antiga das manifestações: o Clube 28 de setembro, de 1897.
Esses veículos de comunicação abordavam questões destinadas ao público negro; as principais abordagens eram de combate à discriminação racial. Entre outros aspectos, as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores negros, como também, as coisas que afetavam a habitação, saúde, educação: direitos básicos estipulados pela Constituição Federal.


Dos editores desses pasquins, Francisco de Paula Brito foi o que mais se notabilizou. "Mulato", de origem humilde, filho de um carpinteiro, alfabetizado por sua irmã, conseguiu, por meio de muito esforço e talento, fazer uma carreira ascendente a partir das três maiores tipografias de então: a Nacional, Ogier e Plancher. Com o tempo, adquiriu a sua própria tipografia, a Fluminense, a partir da qual editor e comercializou livros, revelou novos escritores - como Machado de Assis - e publicou O Homem de Cor, pasquim que trazia em sua epígrafe a reivindicação do direito de todo cidadão poder ser admitido em cargos públicos civis e militares, sem outra distinção que não fosse suas virtudes.

IMPRENSA NEGRA
O Homem de Cor, que a partir de sua terceira edição passou a denomina-se O Mulato, ou O Homem de Cor, teve vida efêmera e circulação restrita, mas nem por isso deve ser esquecido. Sua importância histórica reside no fato de ele ter sido o embrião do que mais tarde foi designado de "imprensa negra" - jornais criados e mantidos por afro-brasileiros e voltados para tratar de suas questões.

Com o fim da escravidão e o advento da República, foram publicadas dezenas de jornais da imprensa negra no Brasil. Em São Paulo surgiram, entre outros, os periódicos A Pátria (1889), O Alfinete (1918), O Kosmos (1922), Tribuna Negra (1928) e Progresso (1928). No Rio Grande do Sul apareceram O Exemplo (1892), na cidade de Porto Alegre; A Cruzada (1905), em Pelotas, e A Revolta (1925), em Bagé, entre outros. Só nesses dois estados existiam pelo menos 43 jornais da imprensa negra entre 1889 e 1930. Mas há indícios da produção de mais jornais desse tipo nesses e em outros estados. 


U m afro abraço.
fonte:www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/lei-10639

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa

Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador.

Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.

Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto).


Antônio Francisco era pardo-escuro, tinha voz forte, a fala arrebatada, a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça volumosa e redonda, o cabelo preto e anelado, barba cerrada e basta, a testa larga, o nariz regular e um tanto pontiagudo, os lábios grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto. Sabia ler e escrever, e não consta que tivesse freqüentado alguma outra escola além daquela das primeiras letras, embora se julgue provável que tivesse freqüentado uma escola de Latim.

O conhecimento que tinha de desenho, de arquitetura e escultura fora obtido na escola prática de seu pai e talvez na do desenhista pintor João Gomes Batista, que na corte do Rio de Janeiro recebera as lições do acreditado artista Vieira e era empregado como abridor de cunhos na casa da fundição de ouro desta capital.

Depois de muitos anos de trabalho, tanto nesta cidade, como fora dela, sob as vistas e risco de seu pai, que então era tido na província como o primeiro arquiteto, encetou Antônio Francisco a sua carreira de mestre de arquitetura e escultura, e nesta qualidade excedeu a todos os artistas deste gênero, que existiram em seu tempo. Até a idade de 47 anos, em que teve um filho natural, ao qual deu o mesmo nome de seu pai, passou a vida no exercício de sua arte, cuidando sempre em ter boa mesa, e no gozo de perfeita saúde; e tanto foi assim que era visto muitas vezes tomando parte em danças populares.

De 1777 em diante, as moléstias, provocadas talvez em grande parte por excessos sexuais, começaram a atacá-lo fortemente. Dizem alguns que ele havia sofrido um mal epidêmico, sob o nome de zamparina, que pouco antes havia atacado a província, cujos resíduos, quando o doente não falecia, eram quase infalíveis deformidades e paralisias; e outros que nele se havia complicado. O certo é que, ou por ter negligenciado a cura do mal no seu começo, ou pela força do mesmo, Antônio Francisco perdeu todos os dedos dos pés, do que resultou não poder andar senão de joelhos; os das mãos atrofiaram-se e curvaram, e mesmo chegaram a cair, restando-lhe somente, e ainda assim quase sem movimento, os polegares e os índices.
Nossa Senhora das Dores, obra de Aleijadinho
As fortíssimas e contínuas dores que sofria nos dedos, e o seu humor colérico o levaram por vezes a cortar os seus próprios dedos, usando o formão, com que trabalhava! As pálpebras infeccionaram; perdeu quase todos os dentes, e a boca entortou-se; o queixo e o lábio inferior abateram-se um pouco; assim, o olhar do infeliz adquiriu certa expressão sinistra e de ferocidade, o que chegava mesmo a assustar a quem quer que o encarasse repentinamente. Esta circunstância, e a tortura da boca, o tornavam de um aspecto asqueroso e medonho.

Quando em Antônio Francisco se manifestaram os efeitos de tão terrível enfermidade, consta que certa mulher de nome Helena, moradora na Rua do Areião ou Carrapicho, em sua cidade, dissera que ele havia tomado uma grande dose de cardina (assim denominou a substância a que se referia) com o fim de aperfeiçoar seus conhecimentos artísticos, e que isso havia lhe causado tão grande mal.

A consciência que tinha Antônio Francisco da desagradável impressão que causava sua fisionomia o tornava intolerante, e mesmo irodo para com os que lhe parecia que olhavam-no de propósito; entretanto, era ele alegre e jovial entre as pessoas de sua intimidade.

Sua prevenção contra todos era tal, que, ainda com as maneiras agradáveis de tratá-lo e com os próprios louvores tributados à sua habilidade de artista, ele se aborrecia, julgando escárnios todas as palavras que neste sentido lhe eram dirigidas. Nestas circunstâncias costumava trabalhar às ocultas debaixo de uma tolda, ainda mesmo que houvesse de fazê-lo dentro dos templos. Conta-se que um general (talvez D. Bernardo José de Lorena), achando-se certo dia observando de perto o seu trabalho, fora obrigado a retirar-se pelo incômodo que lhe causavam os granitos de pedra em que esculpia Antonio Francisco e que este, propositalmente, fazia cair sobre o importuno espectador.

Possuía um escravo africano de nome Maurício, que trabalhava como entalhador, e o acompanhava por toda a parte; era ele quem adaptava os ferros e o macete às mãos imperfeitas do grande escultor, que desde esse tempo ficou sendo conhecido pelo apelido de Aleijadinho. Tinha um certo aparelho de couro, ou madeira, continuamente aplicado aos joelhos, e neste estado admirava-se a coragem e agilidade com que ousava subir pelas mais altas escadas de carpinteiro.

Maurício era sempre meeiro com o Aleijadinho nos salários que este recebia por seu trabalho. Era notável neste escravo tanta fidelidade a seus deveres, sendo que entretanto tinha por senhor um indivíduo até certo ponto fraco e que muitas vezes o castigava rigorosamente com o mesmo macete que lhe havia atado às mãos. Além de Maurício, tinha ainda o Aleijadinho dois escravos de nomes Agostinho que era também entalhador, e Januário que lhe guiava o burro em que andava e nele o colocava.

Ia à missa sentado em uma cadeira tirada de um modo particular pelos dois escravos, mas quando tinha de ir à matriz de Antônio Dias, a que estava vizinha da casa em que residia, era levado às costas de Januário. Depois da enfermidade que o acometeu, trajava uma sobrecasaca de pano grosso azul que lhe descia até abaixo dos joelhos, calça e colete de qualquer tecido, calçava sapatos pretos de forma diferente dos pés, e trazia, quando a cavalo, um capote também de pano preto com mangas, golas em pé, e um chapéu de lã parda, cujas largas abas estavam presas à copa por dois colchetes.

O cuidado de evitar os olhares de pessoas estranhas dera-lhe o hábito de ir de madrugada para o lugar em que tinha de trabalhar e voltar à casa depois de fechada a noite; e, quando devia fazê-lo antes, notava-se lhe algum esforço para que a marcha do animal fosse apressada e assim frustaria qualquer empenho de alguém que quisesse demorar seu olhar

sobre ele.
A obra de Aleijadinho
A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista.

Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.

Principais obras de Aleijadinho:
Talha
- Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei
- Retábulo da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto
- Retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto

Arquitetura- Projetos de fachadas de duas igrejas (Igreja de São Francisco em São João del-Rei e Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto).

Escultura
- Conjunto de esculturas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (incluíndo as mais conhecidas: "Os Doze Profetas").

Um afro abraço.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Marcha sobre Washington dia 28 de agosto de 1963 acontecia na capital norte-americana a maior manifestação política que o movimento negro já realizou até hoje, a famosa Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade

 O Movimento dos Direitos Civis é historicamente um período de tempo compreendido entre 1954 e1980, ocorrido de maneiras diversas e marcado por rebeliões populares e convulsões na sociedade civil em países de todos os continentes.
O processo de conseguir a igualdade perante a Lei para todas as camadas da população independente de cor, raça ou religião, foi longo e extenuante em diversos países e a maioria destes movimentos não conseguiu atingir seu objetivo. Em seus últimos dias, alguns deles acabaram se voltando para uma conotação política de esquerda.

Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, oito entre dez deles negros, chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.

Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.

Mais de 250 mil pessoas vindas de todo o País ocuparam as ruas de Washington para exigir seus direitos democráticos e acabar com a Lei de Segregação Racial. A manifestação era formada pela esmagadora maioria de negros, no qual muitos partiram de suas casas a pé. A própria burguesia, apesar da oposição dos setores racistas do Sul, teve que liquidar o que restava do regime de segregação para não dar lugar à sua liquidação revolucionária, que levaria a uma crise do regime político de conjunto e um movimento com reivindicações sociais mais de findas e revolucionárias.



Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas as partes do mundo: “Eu tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.
Entre líderes civis, políticos, personalidades e artistas que discursaram, cantaram ou apenas manifestaram apoio com sua presença neste dia, estavam diversos líderes de sindicatos, congressistas, o Arcebispo de Washington, Cardeal Patrick O’Boyle, líderes civis como Gordon Parks, o escritor James Baldwin, astros de cinemacomo Marlon Brando, Harry Belafonte,Sidney Poitier e Charlton Heston, estrelas de musicais como Josephine Baker, e cantores como Joan Baez, Mahalia Jackson e Bob Dylan, o último a se apresentar ao povo após o discurso de Luther King.

A marcha foi a culminação da mobilização dos negros norte-americanos contra a exploração e a discriminação racial, sendo um golpe fulminante contra o governo, que no ano seguinte aprovou a lei contra a segregação racial.

Embora a Lei de Segregação Racial tenha sido extinta, até hoje os negros não só nos EUA, mas em todo o mundo continuam sofrendo discriminação em todos os setores da sociedade capitalista. Sua situação somente poderia evoluir como uma luta aberta contra o capitalismo e pelo poder da classe operária. A reforma dos direitos civis foi, nesse sentido, uma medida concreta de freio através de concessões legais.

Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

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