UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Origem Mitológica das Profecias: O Homem desde sempre quer saber o Futuro...

Nas antigas lendas teogônicas da mitologia grega, Pontos, ou Fluxo Marinho, nascido sem
intervenção de uma potência masculina, uniu-se a Gaia, a Terra, e desta união nasceu Nereu, um sábio que possuía o conhecimento de todos os segredos e de todas as profecias. Este conhecimento de Nereu, entretanto, não era para ser distribuído, pois que repugnava-lhe revelá-los. Para escapar aos curiosos, ele utilizava-se de sua capacidade de se metamorfosear e passar despercebido. Mas Nereu pertence a um ciclo anterior e ultrapassado, a era dos Titãs.
- "A nova era corresponde ao ciclo dos olimpianos, ou ciclo dos deuses do Olimpo, do qual o deus que preside às adivinhações é Apolo, que possui uma natureza complexa e uma múltipla personalidade. Apolo é Hélios, Febo-Apolo, o Sol; quando veio ao mundo, pediu um arco para matar o dragão ou serpente Píton, que atacara sua mãe antes do nascimento".


O dragão tinha em seu poder o oráculo de Têmis, e ao matá-lo com suas flechas, Apolo apropriou-se deste e o transformou em seu próprio oráculo, com um templo e também uma sacerdotisa (pítia) consagrada para responder às perguntas. Apolo nasceu em uma ilha sideral, Astéria, “a terra flutuante”. Cassandra, filha de Príamo e Hécuba, não cedeu às arremetidas amorosas de Apolo nem depois que este ensinou-lhe a arte da adivinhação. Por despeito, Apolo cuspiu-lhe na boca e com isto privou-a não desta arte, mas de toda e qualquer credibilidade quanto aos seus oráculos.

Deste modo, qualquer profecia que Cassandra fizesse não seria jamais acreditada, mesmo que se mostrasse verdadeira. * Os vaticínios feitos na Grécia antiga eram realizados nos templos dos oráculos, sendo que os mais conhecidos eram os de Delfos, Dodona, Trofônio, Latona e Efora. Nos primeiros, os oráculos eram dados geralmente por uma sacerdotisa. Quanto ao último, que era chamado de “Oráculo dos Mortos”, o oráculo era dado por pessoas mortas.

Nele, o interessado descia uma escadaria que passava por vários corredores e era deixado a esperar, às vezes até por semanas inteiras, em um quarto. Quando era chamado, atravessava um longo corredor que conduzia até uma câmara onde havia um vaso de cobre gigante, cheio de água. A pessoa deveria olhar o líquido até que os seus parentes mortos aparecessem e lhe dessem as visões que ele procurava. A seguir, ele era purificado antes que deixasse o lugar.

O mais famoso dos templos era o de Delfos, dedicado a Apolo. Este templo se localizava na Fócida, no cume do monte Parnaso, supostamente o mesmo lugar onde a serpente Píton havia sido morta e que era considerado o umbigo do mundo. Seus vaticínios eram repletos de metáforas e difíceis de entender. Eram realizados por virgens chamadas Pítias, sacerdotisas que ficavam em transe após beberem da fonte Castália e mascarem folhas de louro.

A sacerdotisa escolhida sentava-se em uma trípode à beira de uma fenda vulcânica, de onde saíam gases vindos das profundezas da terra. A interpretação do seu vaticínio era dúbia e difícil, e muitas vezes somente se tornava clara se a pessoa contemplada com a revelação encontrasse, no momento certo, os elementos adequados para o entendimento do oráculo. Este podia ser tão enigmático que era preciso que outros augúrios ocorressem, para confirmá-lo.

Enéias, filho do mortal Anquises e da deusa Vênus, sobreviveu à destruição de Tróia e teve de vagar durante sete anos, buscando o lugar desconhecido onde deveria erguer uma nova Tróia. O período durante o qual ele erra sem destino é marcado por vários oráculos obscuros, cuja falsa interpretação levam-no sempre para longe do lugar exato para o qual ele deveria dirigir-se. Adrasto, rei de Argos, ficou atônito quando o oráculo o mandou entregar suas filhas em casamento a um leão e a um javali. Algum tempo depois, viu dois jovens, Tideu, que fugira de Calidon, e Polínice, filho de Édipo (que fora recentemente banido de Tebas). Foi quando percebeu que os seus escudos tinham, um, a efígie de um leão, e outro, a efígie de um javali, que pôde compreender o oráculo.

Atamante, rei dos orcômenos, tinha sido banido da Beócia. Ao consultar o oráculo, este mandou que ele fundasse uma cidade no lugar em que os animais selvagens o alimentassem. Muito tempo depois ele chegou à Tessália, onde encontrou alguns lobos devorando um carneiro. Ao vê-lo, os lobos fugiram, deixando sua presa. Lembrando-se do oráculo, Atamante fundou naquele lugar a cidade de Alos. Falanto, que queria conquistar a cidade de Tarento, procurou o oráculo. Este deu-lhe a seguinte resposta: quando percebesse uma chuva que o banhasse vinda de um céu sereno, ele poderia atacar. Falanto não conseguiu compreender o vaticínio. Um dia, ele estava descansando no colo de sua esposa, Etra, quando sentia que as lágrimas dela derramavam-se sobre ele.

Lembrando-se que Etra significava “céu sereno”, levantou-se de imediato e partiu para a vitoriosa conquista. Locro, rei dos léleges, perguntou ao oráculo para onde deveria ir com o seu povo. A resposta foi que ele deveria parar onde fosse mordido por uma cadela de madeira. Locro também não entendeu a mensagem; mesmo assim, partiu. Muito tempo depois, quando atravessava o oeste do Parnaso, ele pisou num espinho de uma roseira, chamada “espinho de cão”, em grego. Foi então que compreendeu o oráculo. Fixou-se então ali, na região que veio a ser conhecida como Lócrida.

Nem sempre, no entanto, a interpretação era feita corretamente. Algumas vezes acontecia de a pessoa interessada entender ao contrário uma advertência que lhe estava sendo feita.

Foi o caso do rei Creso, da Lídia, que tencionava empreender uma campanha militar contra a Pérsia e que dirigiu-se ao oráculo de Delfos para solicitar uma previsão a este respeito. A sacerdotisa lhe falou que, se ele atravessasse o rio Halys, um grande império seria destruído. Creso, confiante que este oráculo lhe era favorável, partiu em campanha. Tudo que ele conseguiu, no entanto, foi destruir o seu próprio grande império.

Desvelar ou interpretar o oráculo não significava necessariamente que ele fosse favorável ao interessado. Muitas vezes, sua realização envolvia verdadeiras tragédias, das quais era impossível escapar. Foi o caso, por exemplo, de Édipo. Ele era filho de Laio, rei de Tebas, e de Jocasta. Um oráculo revelou a Laio que ele teria um filho que o mataria. Quando Édipo nasceu, Laio mandou que o deixassem no monte Citeron para morrer. Foi encontrado pelos pastores e levado ao rei de Corinto, o qual ordenou que ele fosse educado.

Assim que atingiu a maioridade, Édipo foi consultar um oráculo. Este falou que, se voltasse à sua pátria, ele mataria seu pai e desposaria a própria mãe. Édipo, que pensava que seu pai era o rei de Corinto, procurou sair de lá, indo para Tebas. Lá, ele se envolveu em uma pendência com Laio, da qual resultou a morte deste. Por esta época, a região era assolada por um animal misterioso, a Esfinge, que devorava todos aqueles que não conseguissem decifrar seus enigmas. Creon, que sucedera a Laio, prometeu o reino e a mão de Jocasta a quem quer que conseguisse derrotar a Esfinge.

Édipo foi então à procura desta, sendo assim interrogado quando a encontrou: “qual o animal que anda sobre quatro patas de manhã, sobre duas à tarde e sobre três à noite?” Sem hesitar, Édipo respondeu: “é o homem, que engatinha na infância, anda sobre dois pés quando adulto, e anda apoiado em uma bengala na velhice”. Ao ouvir esta resposta, diz-se que a Esfinge atirou-se ao mar. Com isto, Édipo foi aclamado rei e desposou Jocasta, sua mãe.

Esta, posteriormente, teve conhecimento de todos os detalhes da história através de outro oráculo. Horrorizada, Jocasta enforcou-se. Édipo, por sua vez, ao tomar ciência de sua tragédia, arrancou os próprios olhos. Partiu em seguida de Tebas, acompanhado de sua filha Antígona. Não eram apenas os oráculos que podiam ver o futuro.


 "O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo".


 Muitas pessoas podiam também eventualmente profetizar ou adivinhar o futuro. Diógenes Laércio conta a respeito de Ferécides, que era discípulo de Pitágoras, o qual podia ver fatos futuros muito claramente. Certa vez, por exemplo, ele caminhava pela praia de Samos quando avistou um navio que surgiu no horizonte. Ele predisse que o navio iria afundar, e passados alguns momentos, o navio realmente afundou. Entre outras coisas, ele previu também um terremoto, bem como a vitória que viria do cerco de Messênia.

- Aristóteles faz um relato a respeito de um seu amigo, Eudemo, o qual tivera um sonho enquanto estava doente, quando ia da cidade de Feras para a Macedônia. No sonho, ele viu uma jovem que lhe disse que sua doença não era grave, e que sua morte viria somente quando ele tentasse retornar ao lar. Eudemo morreu cinco anos depois, quando tentava voltar a Chipre, através da Sicília. *

Se liga:        As profecias, quando analisadas sob o aspecto estrutural, apresentam características bastante regulares. Existe sempre uma estrutura básica subjacente aos eventos que rodeiam os personagens envolvidos com os oráculos, aqueles descritos sob uma forma mitológica. Assim como com Édipo, uma lenda parece dar o contorno, ou um eixo de desenvolvimento aos fatos, quase sempre recorrentes, de suas vidas individuais. Otto Rank, em sua obra O Mito do Nascimento do Herói delineia o que ele chamou de “lenda média” dos heróis, apontando elementos característicos sempre presentes no que parece ser o itinerário simbólico de uma iniciação. O herói, de modo geral, descende de pais nobres, tem um nascimento difícil ou obstaculado, é abandonado para morrer em razão de um oráculo desfavorável, é encontrado e criado em circunstâncias excepcionais. Quando se torna adulto, descobre sua verdadeira origem, o que, por sua vez, dá origem à realização de feitos heróicos ou então, a alguma tragédia. Basta citar os nomes de Moisés, libertador do povo judeu, ou de Rômulo e Remo, fundadores da cidade de Roma, como exemplos mais conhecidos destes arquétipos de iniciação.

h "A linguagem dos símbolos acerca de Cristo consiste sobretudo nos atributos que caracterizam a vida do herói tais como: origem improvável, pai divino, nascimento ameaçado de perigo, pronta salvação, amadurecimento precoce (crescimento do herói), superação da própria mãe e da morte, milagres, fim trágico e prematuro, tipo de morte 

simbolicamente significativos, efeitos póstumos (aparições), sinais miraculosos” (Carl G. Jung, Interpretação Psicológica do Dogma da Trindade)."

Analisados sob um aspecto funcional, os eventos ou fatos relativos às profecias mostram que, sempre que se trata de revelar o futuro, os deuses revelam-se reticentes e ciumentos de seu conhecimento profético, e quando chegam a responder às perguntas, suas respostas são sempre vazadas em uma linguagem ininteligível, com características sibilinas e obscuras.

- Esta relutância em revelar o futuro, próximo ou distante, traspassa em todas as profecias, augúrios, adivinhas, charadas e enigmas que os deuses ou personagens mitológicos transmitem.

Deste modo, em todas as profecias, antigas e modernas, o sentido é velado de modo a torná-las quase inacessíveis, e o interessado muitas vezes deve empenhar até a própria vida para que o oráculo se desvele. * As profecias não têm a finalidade precípua de informar ao homem o seu futuro, seja este qual for, ou mesmo permitir que ele escape aos desígnios do destino, pelo conhecimento das coisas que irão acontecer. Como já se viu, as profecias anunciadas podem lhe ser favoráveis ou desfavoráveis. Somente através do seu entendimento poderia ele aproveitá-las, mas já vimos a dificuldade em fazê-lo.

Assim, o simples fato de conhecê-las muitas vezes não significa poder evitar o pior. Entretanto, de um modo paradoxal, as profecias pessimistas, ainda que não entendidas, podem ajudar a modificar um futuro sombrio, pela simples mudança da atitude humana. Trabalhar pelo melhor, pelo receio do pior: talvez seja este, afinal, o segredo e o objetivo de todas as profecias.

A adivinhação do futuro pode envolver a leitura do presente com consequências futuras;puro e simples engano visando o lucro fácil...
A baixo algumas formas de previsões:

Horóscopo chinês - Origens na antiga China
Os chineses acreditavam que sua história estava relacionada com os céus. Chamavam sua terra de o Reino do Meio, que representava o Reino do meio celeste, onde as estrelas nunca se punham. O imperador, ou o Filho dos Céus como era chamado, era um mediador entre o Céu e a Terra. Conhecia, graças ao seu astrólogo imperial, os dias da mudança das estações e podia prever e interpretar todos os sinais celestes. Acreditava-se que, caso o imperador cometesse algum erro em suas previsões, ele perderia todos os poderes que lhe eram conferidos pela natureza. Portanto, era muito importante que seus conselheiros observassem e calculassem com a máxima precisão todos os movimentos do céu. Os deslizes eram punidos com a decapitação.

Tão marcante era a influência da astrologia na China antiga, que mesmo os palácios eram construídos de forma a se adequarem à simbologia astrológica. Havia um palácio para cada estação do ano e eram a representação terrena dos palácios ou setores do reino celeste. As portas do palácio de verão estavam voltadas para o Sul as da primavera, para o Leste; as do outono, para o Oeste e as do inverno, para o Norte. Durante a dinastia Shang, por exemplo, o imperador era obrigado não só a residir nesses palácios de acordo com a estação do ano, como também a voltar-se para o Sul durante as audiências. O sul representava o centro do seu reino, a Estrela Pola.



Runas- A Origem das Runas
Para os povos de língua germânica e celta, a palavra Runa pode significar tanto "segredo" como "sussurro" ou "mistério". Também "uma das letras do alfabeto usado pelos povos germânicos mais antigos", o Fuþark, que recebe este nome exatamente por causa das suas 6 primeiras letras (Fehu, Uruz, Þorn, Ansuz, Raiðo e Kenaz).

E embora outros alfabetos antigos também tenham em sua origem um forte contexto mágico (como é o caso do hebraico e do ogham, só para citar dois exemplos), vários estudos afirmam que o sistema rúnico é o mais desenvolvido entre eles, certamente pelo fato destes atributos místicos e mitológicos acabarem por prevalecer sobre os atributos lingüísticos, hoje em desuso.

Do ponto de vista histórico, a origem das runas é ainda um tema discutível com, no mínimo, quatro teorias, cada qual atribuindo a outras civilizações a responsabilidade por sua criação. São elas a Teoria Latina ou Romana (L.F.A. Wimmer, 1874), a Grega (Sophus Bugge, 1899), a Etrusca ou Norte-Itálica (C.J.S. Marstrander, 1928) e a Indígena (R.M. Meyer, 1896), única a defender a origem puramente germânica.

Contam as lendas vikings que os deuses moravam em Asgard, um lugar localizado no topo de Yggdrasil, a Árvore que sustenta os nove mundos. Nesta árvore, o deus Odin conheceu a sua maior provação e descobriu o mistério da sabedoria: as Runas. Alguns versos do Edda Maior, um livro de poemas compostos entre os séculos IX e XIII.

Numerologia- A Origem da Numerologia


Desde a Antiguidade a humanidade tem usado os números como um meio de fazer previsões através do significado de seu valor simbólico. Cada povo desenvolveu um sistema próprio sempre relacionando as letras, isoladamente ou em sequências sonoras, aos algarismos. Assim podiam relacionar significados aos nomes, avaliar nomes e fazer previsões para o futuro das pessoas. Egípcios, chineses, gregos e romanos os utilizaram.

Quando ainda não se conheciam os algarismos no formato arábico que se popularizou em todo mundo civilizado, ainda assim a Numerologia já existia, mas fazia parte do ensino dos Grandes Mistérios.

A origem da Numerologia vai ainda mais além, remontando aos templos de Ísis, à Atlântida e à Lemúria. Muito antes que o alfabeto fosse inventado, antigos eruditos estudaram a Numerologia para se orientarem na vida cotidiana.

Mas a verdadeira origem da Numerologia está perdida na história. Suas raízes vem de 10000 anos, do Egito e da Babilônia. A ciência dos números com seu conteúdo místico e esotérico foi ensinada nos templos do Egito e da Ásia e serviu como base espiritual para diversas sociedades e fraternidades secretas e até hoje é um método de auto-ajuda muito popular.

Há registros e avaliação da Numerologia desde as civilizações mais antigas, como a dos sumérios da Baixa Mesopotâmia e entre os fenícios, caldeus e árabes. Mas foram os gregos que trouxeram a Numerologia do Oriente para ao Ocidente, posteriormente disseminada pelos romanos. Os gregos consideravam os números “eternos e universais”, e acreditavam que os números eram os únicos elementos que conhecemos bem, fazendo-nos entender o propósito da própria existência.

As tradições hindu e árabe afirmam que os números são os únicos elementos do Universo que sempre permanecem inalterados. Segundo essa teoria, os números não regem, mas influenciam e guiam nossas vidas, podendo influenciar sobre nosso caráter e Destino.

Astrologia -A Origem da Astrologia
Praticada há milênios, a Astrologia possivelmente tem origem na antiga Caldéia. Com seus

assombrosos conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os eclipses. Foram eles que, traçando os limites na elíptica, dividiram-na em doze porções, que se tornaram os doze signos do zodíaco. Os caldeus perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia.

No início, a Astrologia era bastante utilizada para prever catástrofes, períodos de bonança,

dificuldades, épocas para se realizar grandes eventos e coroações. Aos poucos, os astrólogos começaram a traçar os mapas de seus reis – tendo alguns, inclusive, previsto mortes, fracassos e consagrações. Com o tempo, a Astrologia passou a ser aplicada a pessoas comuns, a fim de se estudar a sua personalidade, história e potenciais. Nesse final de milênio, o interesse pela Astrologia é grande, mas grandes também são as dúvidas e os mitos – a maioria falsos – que a envolvem.

Pode-se definir Astrologia como um impressionante sistema simbólico, que observa a relação entre o macrocosmo (os planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).

Quando um indivíduo nasce, o céu reflete determinadas características que são únicas naquele momento. Essas características irão compor a base da personalidade do indivíduo. Essa será a sua carta astral, repleta de potencialidades.

Existe um forte mito de que a astrologia é um sistema de adivinhação ou de sorte, e que ela revelaria um destino completamente traçado. Nada mais falso do que isto. A astrologia sempre deixa um grande espaço em aberto para o indivíduo. Na verdade, ela mostra tendências, mas cabe ao indivíduo mesclá-las ou direcioná-las. Existe uma antiga frase em latim que define bem isso ‘Astra inclinant, sed non cogunt’, traduzida como ‘os astros inclinam, mas não determinam’.

De fato, uma pessoa é seu mapa astral, mas ela também tem livre arbítrio para utilizar todas as características embutidas nele. Somente pelo mapa de alguém você não pode saber se a pessoa será famosa, rica, triste ou alegre. Isso são coisas que vão depender dela, e não do mapa que ela tem. Mas você pode encontrar ‘tendências’, talentos e possibilidades. É de todo esse potencial que o astrólogo se ocupa.

Tarô - O Tarot ou Tarô
É um jogo de cartas jogado na França e em outros países francófonos, composto por um baralho de 78 cartas. A Federação Francesa de Tarot publicou as regras oficiais do jogo. Jogos da mesma família com diferentes nomes são também jogados em outros países da Europa central — na região da Floresta Negra no sul da Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria e no norte da Itália. Desde o século XVIII as cartas passaram a ser usadas para a previsão do futuro e desde fins do século XIX elas integram o cerne do esoterismo moderno juntamente com a Cabala, a astrologia e a alquimia medieval.As cartas de tarô surgiram entre os séculos XV e XVI no norte da Itália, e foram criadas para um jogo de mesmo

nome, que era jogado pelos nobres e pelos senhores das casas mais tradicionais da Europa continental. O tarô (também conhecido como tarot, tarocchi, tarock e outros nomes

semelhantes) é caracteristicamente um conjunto de setenta e oito cartas composto por vinte e um trunfos, um Curinga e quatro conjuntos de naipes com quatorze cartas cada — dez cartas numeradas e quatro figuras (uma a mais por naipe que o baralho lusófono).

As cartas de tarô são muito usadas na Europa em jogos de cartas, como o Tarocchini italiano e o Tarô francês. Nos países lusófonos, onde esse jogo é bastante desconhecido, as cartas de tarô são usadas principalmente para uso divinatórios, para o qual os trunfos e o curinga são conhecidos como arcanos maiores e as cinquenta e seis cartas de naipe são arcanos menores. Os significados divinatórios são derivados principalmente da Cabala — vertente mística do judaísmo — e da alquimia medieval.
Atualmente, o Tarot obtém expressão nas mais diversas áreas, sendo um instrumento de estudo e uso até pela Psicologia. Carl Gustav Jung, renomado psicólogo do século XX, falou em Arquétipo (imagens arcaicas), imagens da memória coletiva ancestral que estão dentro de nossos inconscientes e que podem ser ativadas por determinado Símbolo, que revigora e traz à tona toda a carga emocional que a imagem possui em si e que nos toca profundamente. As cartas do Tarot são vistas então como ilustrações sobre os anseios da alma humana, uma espécie de história em quadrinhos sobre os nossos dramas.


Surgimento do Jogo de Buzios
Para sabermos sobre o surgimento do jogo de buzios, temos que conhecer a verdadeira história do surgimento da religião do candomblé (Ixexe Ibile).

Lendas sobre o jogo de buzios
Quanto ao jogo de búzios, existem diversas estórias, onde iremos relatar algumas lendas, mas o que devemos ter consciência que esta arte divinatória esta interligada aos oráculos de Ifá,
Orúnmilá (Ifá) é a divindade do oráculo e veio ao mundo, por determinação de OLODUMARÉ (Olorum) “Deus”, para aconselhar ÒRÌSÀ’NLÁ (Oxalá) na organização da Terra.

Para Oxalá, foi delegada a função da criação da Terra. A Òrúnmilá denominado (ÒRÚ-I-O-MO–A-TI-LA, “Somente ele que está em todas as dimensões e planos, pode nos orientar”) foram delegados assuntos pertinentes ao destino, consciência e sabedoria.

O culto a Ifá está totalmente ligado a forma da “Manifestação divina em forma de palavra”, pois conta um Itan que “Ifá, quando olha com bons olhos para um homem ele se torna uma pessoa prospera em todas as direções”

- "Os ensinamentos são passados oralmente e os oráculos do culto de Ifá dispõem de diversos instrumentos ritualísticos usados na adivinhação, onde destacamos principalmente OPON-ÌFÁ(campo sagrado), ÌROKE-IFÁ (Bastão de madeira ou marfim), IKÍN IFÁ( coquinho de dendê) e Opele IFÁ (corrente mística que une o Òrún (Céu) ao Wayè (Terra)".

Merindilogun ou Merindelogun – vem da palavra Erindinlogun e a tradução é dezesseis a
interpretação das caídas dos búzios por odù e (cada odù indica diversas passagens) de acordo com a mitologia yorubá, os Odu são determinados conforme a quantidade de búzios abertos e fechados resultante de cada jogada, esse odù deve ser interpretado, transmitindo-se ao consulente tanto o significado da caída, quanto o que deve ser feito para solucionar o problema.

Em 1830 em Salvador, Bahia, eram raros os que tinham a função do jogo de búzios por odu, que era consultado apenas para os desígnios do plano divino, diferente do tempo atual que é procurado para resolução de vários tipos de problemas inerentes aos conflitos existenciais, e que encanta não só ao povo do santo.

O jogo de búzios instituído no Brasil contribuiu para a organização do candomblé, sofrendo
transformação para ser utilizado pelas mulheres e no futuro, por todos os dirigentes de candomblés que vieram a ser formados. Esta nova modalidade foi feita por Ìya Nàsò e Bàbá Asikan que depois de libertos da escravidão, viajaram para a África e voltaram depois de sete anos. Esta simplificação tornou-se menos complexa, promovendo uma mudança radical de status religiosos.Na Nigéria, o jogo de búzios recebe o nome de Merindilogún, ou seja, o “JOGO DOS DEZESSEIS”. O processo do jogo de búzios consiste no seguinte: Os búzios são lançados sobre uma toalha ou peneira conforme a nação daquele Babalorixá ou Yalorixá que está jogando. A posição em que os búzios caem é que dará as indicações necessárias solicitadas pelos consulentes. Portanto, cabe ao Babalorixá ou Yalorixá interpretar as caídas e passar para os consulentes as mensagens do jogo.

O intermediário do Merindilogún, ou seja, desta forma de jogo, não é Ifá; e sim, Exu. Ifá tem
a sua modalidade particular de jogo. Diz uma lenda que apenas Exu tinha o dom da adivinhação. Mas, a pedido de Orunmilá, Exu transmitiu seus conhecimentos a Ifá e em troca Exu recebeu o privilégio de receber sempre em primeiro lugar as oferendas e sacrifícios antes de qualquer outro orixá.



Oxum e Ifá o segredo do jogo de buzios
Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16 (dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu, portanto esta Divindade voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum.

Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através deste oráculo que consultas as Divindades e interpreta a caída do Odu, posteriormente sua tomada de decisões ajuda a orientar diversas situações dentro da casa do orixá.
Devemos observar que a palavra Odu, deve ser pronunciada sempre no singular e que todo Babalorixá ou Yalorixá, deveria consultar um Babalawo, mas no Brasil é freqüente que acumulem ambos os cargos.
Na Nigéria os Babalawos são hierarquicamente superiores aos Babalorixas, bem como os Ogans e Ekedis, estão em posições diferentes na hierarquia que usualmente acontece nas casas de Candomblé no Brasil.

Um afro abraço.

fonte: Comissão de Combate a Intolerancia Religiosa da UNEGRO RJ- http://bit.ly/fxzulu

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A Bíblia: Cristianismo e uma conversa sobre sua afro descendência...

"MUITOS líderes religiosos respondem que “Sim”. Os clérigos Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, em seu comentário bíblico, asseveram: “Maldito seja Canaã [Gênesis 9:25] — esta maldição se tem cumprido na escravização dos africanos, os descendentes de

Cão.” — Comentary, Critical and Explanatory, on theWhole Bible (Comentário, Crítico e Explicativo, de Toda a Bíblia).

Afirma-se que não só a escravização dos negros cumpria tal maldição bíblica, mas que sua cor preta também. Assim, muitos brancos foram levados a presumir que os negros são inferiores, e que Deus propôs que fossem servos dos brancos. Muitos negros ficaram amargurados pelo tratamento recebido, em resultado desta interpretação religiosa.

Uma delas observa: - "Ao longo dos séculos algumas pessoas tentaram provar que a raça negra está destinada a ser subserviente por causa das palavras de Noé sobre o seu filho Cam que foi o pai dos povos africanos. Observemos o próprio texto da Escritura, e então eu darei três razões de porque isso não determina como os povos da África devem ser vistos e tratados. Lembre-se que Noé tinha três filhos: Sem, Cam e Jafé."


Mas, primeiro de tudo, queira notar que nada se diz neste relato bíblico sobre alguém ser amaldiçoado com a negritude de pele. E, observe, também, que foiCanaã, e não seu pai Cã, que foi amaldiçoado. Canaã não tinha pele negra, nem seus descendentes, que se fixaram na terra que se tornou conhecida como Palestina. (Gên. 10:15-19) Os cananeus, com o tempo, foram subjugados pelos israelitas, descendentes de Sem, e, mais tarde, pela Medo-Pérsia, Grécia e Roma, descendentes de Jafé. Tal subjugação dos cananeus cumpriu a maldição profética sobre seu ancestral, Canaã. A maldição, assim, nada teve que ver com a raça negra.

Gênesis 9.21–25:

Bebendo do vinho, embriagou-se [Noé] e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço. Então disse: “Maldito seja [ou “será”] Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos”.

Agora observe três coisas: A Maldição de Noé Cai sobre Canaã...


Primeiro, Noé toma essa ocasião do pecado de seu filho Cam e a usa para fazer uma predição sobre a prosperidade do filho mais novo de Cam, Canaã. Basicamente a predição é que os cananitas eventualmente seriam subjugados pelos descendentes de Sem e Jafé.

Ora, há muitas perguntas a se fazer aqui. Mas eu só tenho tempo para apontar algumas poucas relevantes ao nosso ponto principal. Cam tinha quatro filhos de acordo com Gênesis 10.6. “Os filhos de [eram] Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã”. Ora, em termos gerais, Cuxe é provavelmente o ancestral dos povos da Etiópia; Mizraim é o ancestral dos egípcios; e Pute é o ancestral dos povos do norte da África, os líbios. Mas Canaã é o único dos quatro filhos que não é ancestral de povos africanos. Gênesis 10.15–18 cita os descendentes de Canaã:

“Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, e aos jebuseus, aos amorreus, aos girgaseus, aos heveus, aos arqueus, aos sineus, aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus”. Todos esses povos eram habitantes de Canaã e proximidades, não da África. E a predição de Noé se tornou verdade quando as nações cananitas foram expulsas pelos israelitas por causa de sua perversidade (Deuteronômio 9.4–5). Então a maldição não recai sobre os povos africanos, mas sobre os cananitas.

A Historia contado no livro o caminho ( a Biblia)...

O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é historicamente  africana. No mundo do Velho Testamento as raízes bíblicas da fé judaica tem uma relação em separável dos etíopes.


Que no contexto da época não significava um morador da Etiópia. O termo “etíope”não somente se referia aos habitantes daquela terra antiga, mas também aos povos de pele escura ao redor de todo o globo. Essa relação continuou por muito tempo resultando os judeus falasha etíopes. A maior parte dos etíopes traçam as suas raízes à rainha de Sabá e ao rei Salomão. José se casou com uma mulher etíope (Gênesis 41:50-52), e os seus dois filhos (Manassés e Efraim) se tornaram líderes de tribos judaicas. Jetro, um etíope, foi o principal conselheiro de Moisés (Êxodo 18:1-12). Moisés se casou com uma mulher etíope (Números 12:1). Os israelitas não foram proibidos de se casarem com mulheres cusitas/etíopes (Êxodo 34:11,16). Jeudi (Jeudi significa judeu), um secretário na corte do rei durante o tempo de Jeremias, era um descendente de Cusi/Etiópia (Jeremias 36:14, 21, 23).
 O nome do avô de Jeudi (Cusi) literalmente significa “preto”. “Cusi” se refere a uma pessoa de descendência africana. Sofonias, o profeta, era também um descendente de Cusi (Sofonias 1:1). Há diversas passagens no Velho Testamento que traça um relacionamento único entre Deus e o povo etíope o povo negro.

No Novo Testamento, há ampla informação que nos ajuda a pensar na matriz africana do cristianismo. Desde os magos que vieram adorar o menino Jesus que são apresentados como etíopes (Mateus 2:1-12), a Simão o Zelote como um apóstolo negro, os cananitas eram descendentes de Cam ( Mateus 10:4). Simão de Cirene ajudou Jesus a carregar a sua cruz (Mateus 15:21). Cirene era um país da África do Norte.


Os cirênios repartiram o evangelho
com os gregos, filhos de Jafé (Atos 11:20). O eunuco etíope estava lendo uma Bíblia judaica em uma província romana quando o Espírito do Senhor guiou um homem grego a pregar Jesus para ele (Atos 8:26-39). Apolo (Atos 18:24), um nativo da terra de Cam, foi um eloqüente pregador e líder na igreja de Éfeso e em Corinto. Os países dos descendentes de Cam foram representados no Pentecostes (Atos 2:10,11). Simeão o Negro e Lúcio de Cirene foram líderes na igreja de Antioquia (Atos 13:1). Onde os crentes foram, pela primeira vez, chamados cristãos. (Atos 11:26). Os Sírios eram negros. Foi na Antioquia da Síria que Lúcio e Simeão ordenaram e comissionaram o apóstolo Paulo para o ministério do evangelho (Atos 13:2,3). A tarefa de Paulo era levar o evangelho para a Europa.

A Maldição de Noé Não Trata de Indivíduos.
Segundo, a nação predita de Noé não dita como o povo de Deus deve tratar cananitas individuais. Por exemplo, cinco capítulos depois, em Gênesis 14.18, Abraão, descendente de Sete, encontra um cananita nativo chamado Melquisedeque, que era homem justo e “sacerdote do Deus Altíssimo”, e que abençoou Abraão. Abraão deu a ele o dízimo dos seus espólios. Então nem mesmo o fato de que Deus ordena julgamento sobre nações perversas dita a nós como devemos tratar indivíduos nas mesmas nações.
Deus Planeja Redenção para Todas as Nações:

Terceiro, em Gênesis 12, Deus coloca em ação um grande plano de redenção para todas as nações, para resgatá-las dessa e de qualquer outra maldição de pecado e julgamento. Ele chama a Abrão para todas as nações e faz uma aliança com ele e promete: Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”. “Todas as famílias da terra” inclui as famílias cananitas.

Então o que vemos é que, com Abraão, Deus está colocando em ação um plano de redenção que derruba cada maldição sobre qualquer pessoa que recebe a bênção de Abraão, a saber, o perdão e a aceitação de Deus que vem através de Jesus Cristo, a semente de Abraão (Gálatas 3.13–14).

"O apóstolo Paulo, em um caso de erro de identidade, foi classificado de egípcio (Atos 21:38). As raízes de Paulo podem ser traçadas à tribo de Benjamim (Filipenses 3:5). A ancestralidade de Benjamim a Quis (Ester 2:5)"

Sendo um descendente de um benjamita implica em que ele era da posteridade do povo negro. Enfim, os dias de Jesus Cristo foram totalmente em um contexto africano desde a sua ida ao Egito logo após o seu nascimento, a sua vida na Palestina que fazia parte da África. Essa raiz africana do cristianismo e o fato da Etiópia ser o país cristão mais velho do mundo é indiscutível não pensar em um cristianismo de matriz africana. Mesmo pós Novo Testamento as igrejas do Norte da África e da Etiópia foram as igrejas líderes. Pelo menos nove dos dezoito líderes mais proeminentes no cristianismo pós Novo Testamento eram africanos. Eles incluíam Clemente, Orígenes, Tertuliano, Cipriano, Dionísio, Atanásio, Dídimo, Agostinho e Cirilo. Agostinho é reconhecido como o pai da teologia. O povo do Norte da África, e Egito eram, indiscutivelmente, de pele escura, antes da conquista dos árabes.

Mas quando o mesmo Domiciano comandou que todos os descendentes de David fossem assassinados, uma antiga tradição afirma que alguns dos heréticos acusaram os descendentes de Judas (dito irmão do Senhor pela carne), com base em sua linhagem vinda de Davi e sua relação com o próprio Cristo. Hegésipo relata esses fatos usando as seguintes palavras.
História Eclesiástica

"Jogamos apenas alguns observações para que posamos repensar alguns conceitos ou pelo menos repensar nosso discurso ' ...

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.

fonte:pt.wikipedia.org/www.pragmatismopolitico.com.br/

O Natal Começa em cada um de nós... : Feliz Natal Kwanzaa !!!

É meio cliché -  O verdadeiro espírito de natal começa em cada um de nós, depende da nossa vontade de fazer felizes quem nos rodeia, depende do nosso empenho para ajudar quem mais precisa e depende da nossa criatividade para mudar o mundo! Acredito que não devemos ter limites, que devemos sonhar ao máximo e dar o nosso melhor em tudo e, claro, partilhar com todos os que estão à nossa volta. Por isso, hoje quero mostrar-vos uma iniciativa que me chamou a atenção.

Se liga: Nem todas as pessoas comemoram o Natal no dia 25 de dezembro. 

Algumas culturas, nem sequer comemoram o Natal, como referência ao nascimento de Jesus Cristo (ou Jesus de Nazaré).

- Natal é um feriado e festival religioso cristão originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno e adaptado pela Igreja Católica, no terceiro século d.C., pelo imperador Constantino para comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.

Porém, nem todas as culturas absorveram a tradição de celebrar o dia 25 de dezembro, seja como uma homenagem ao nascimento de Jesus, ou, pela adoração da passagem do sol ao redor da Terra.

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Algumas culturas que não comemoram o Natal como uma data primordial em seu calendário:

Islamismo
Ao contrário das religiões cristãs - para as quais Jesus é o Messias, o enviado de Deus - o islamismo dá maior relevância aos ensinamentos de Mohamad, profeta posterior a Jesus (que teria vivido entre os anos 570 e 632 d.C.), pois este teria vindo ao mundo completar a mensagem de Jesus e dos demais profetas.

Em relação à celebração do Natal, os muçulmanos mantêm uma relação de respeito, apesar de a data não ser considerada sagrado para o seu credo.

Para os muçulmanos, existem apenas duas festas religiosas: o Eid El Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadan) e o Eid Al Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.

Judaísmo
Os judeus não comemorem o Natal e o Ano Novo na mesma época que a grande maioria dos povos, mas para eles, o mês de dezembro também é de festa. Apesar de acreditarem que Jesus existiu, os judeus não mantêm uma relação de divindade com ele.

Na noite do mesmo dia 24 de dezembro os judeus comemoram o Hanukah, que do hebraico significa festa das luzes. Esta data marca a vitória do povo judeus sobre os gregos conquistada, há dois mil anos, em uma batalha pela liberdade de poder seguir sua religião.

Apesar de não ser tão famosa no Brasil, a festa de Hanukah, que, tradicionalmente, dura 8 dias, em outros países é tão "pop" como o Natal. Em Nova Iorque, por exemplo, as lojas que vendem enfeites de Natal também vendem o menorah (candelabro de 8 velas considerado o símbolo da festividade judaica). "Para cada um dos 8 dias acendemos uma vela até que o candelabro todo esteja aceso no último dia de festa", explica o rabino.

O peru e bacalhau típicos do Natal católico são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulharem presentes à meia-noite, as crianças recebem habitualmente dinheiro.

Budismo
Não há envolvimento do budista com a característica particular da comemoração do Natal do mundo ocidental, ou seja, da comemoração do nascimento de Jesus Cristo. Mas, os budistas admiraram as qualidades daqueles que lutam pela humanidade e, por isso, respeitam a tradição já estabelecida, respeitando a figura de Jesus Cristo, que para eles é considerado um “Bodhisattva” – um santo ou aquele que ama a humanidade a ponto de se sacrificar por ela. Para os budistas ocidentais, o dia 25 de Dezembro tem um cunho não cristão, mas sim, espiritual.

Protestantismo
Embora seja uma religião cristã, é subdividida em diversas “visões” da Bíblia. Algumas comemoram o Natal como os católicos, outros buscam na Bíblia e no histórico religioso, cuja data de nascimento de Cristo é discutida, um fundamento para não comemorar a data tal como é comemorada no catolicismo. É o caso das testemunhas de Jeová, por exemplo. Já a Assembleia de Deus e a Presbiteriana comemoram o Natal com o simbolismo da presença de Cristo entre os homens, onde a finalidade é levar a uma instância reflexiva a respeito de Cristo. Festejar condignamente o Natal é uma bênção e inspiração para todos quantos nasceram do Espírito ao tornarem-se filhos de Deus pela fé em Cristo, para os evangélicos.

Afro-Brasileiras (Candomblé e Umbanda)
Yemanjá, Yansã e Oxum e outros deuses são entidades comemoradas ao longo do ano nas religiões afro-brasileiras, que têm no mês de dezembro um simbolismo todo especial. Mas para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo mais natural, porque a maioria dos seus seguidores e médiuns praticantes veio da religião cristã. A umbanda encontrou um lugar para Cristo no rol de suas divindades – ele é associado a Oxalá, considerado o maior Orixá de todos. No dia 25 de dezembro, os umbandistas agradecem à entidade que, segundo a sua crença, comanda todas as forças da natureza.

Alguns terreiros de Candomblé também oferecem algum ritual especial à data, mas a prática não configura uma passagem obrigatória em todos os centros.

Hinduísmo
As mais importantes celebrações do hinduísmo são ocorridas na Índia, por meio da Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. O Durga Puja é a festa da energia divina. Já o festival de Ganesh é celebrado nos estados do sul da Índia, com danças alegres e cantos. O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares e milhares de luzes, acesas toda a noite. O significado destas festas é adorar a Energia Divina.

Taoísmo
O taoismo, religião majoritariamente vista na China, não tem qualquer celebração no Natal.
No entanto, a religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou sua ascensão. O Ano Novo Chinês, assim como no budismo, é a data mais comemorada para os taoístas. Nesse dia se celebra o Senhor do Princípio Inicial.


 "NATAL, CULTURAS QUE NÃO COMEMORAM O NATAL,
 QUEM NÃO COMEMORA O NATAL, HINDUÍSMO, BUDISMO, CATOLICISMO, PAGÃO,
COMEMORAÇÃO DO NATAL, 
PORQUE COMEMORAR O NATAL, 25 DE DEZEMBRO, FESTAS NO 25 DE DEZEMBRO, PARTICULARIDADES DO NATAL, ISLAMISMO, JUDAÍSMO, PROTESTANTISMO, AFRO-BRASILEIRAS, CANDOMBLÉ,UMBANDA, TAOISMO."



Natal afro americano....
O natal de muitos Afro-americanos é comemorado em 26 de dezembro, nesta data muitos comemoram o Kwanzaa, uma festa que se originou na época do movimento pelos direitos civis na década de 1960. Uma comemoração do patrimônio da Afrohumanidade. Kwanzaa uma palavra africana da língua suaíli idioma banto com o número maior de falantes. Na África tradicional Kwanzaarepresenta as primeiras colheitas; na América do Norte e Caribe os participantes dessa festa são afrodescendentes.

Esta celebração está a espalhar-se lentamente pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Caribe e já se podem enviar postais a desejar “Feliz Kwanzaa”. Toda a celebração e os rituais da Kwanzaa foram concebidos após as famosas e terríveis revoltas de Watts, em 1966. Ele buscou em remotas tradições africanas valores que fossem cultivados pelos afro-americanos naqueles terríveis dias de lutas pelos direitos civis, de assassinatos de seus principais líderes e que, não sendo religiosos, pudessem atrair - como atraíram - todas as Igrejas Negras em todo o país e, no futuro, pelo mundo afora. O Kwanzaa foi idealizado por Maulana Karenga, que organizou a Kwanzaa em torno de 5 atividades fundamentais, comuns às celebrações africanas da colheita das primeiras frutas:
a reunião da família, de amigos, e da comunidade;
a reverência ao criador e à criação, destacadamente a ação de graças e a reafirmação dos compromissos de respeitar o ambiente e "curar" o mundo;
a comemoração do passado honrando os antepassados, pelo aprendizado de suas lições e seguindo os exemplos das realizações da história;
a renovação dos compromissos com os ideais culturais mais altos da comunidade como a verdade, justiça, respeito às pessoas e à natureza, o cuidado com os vulneráveis e respeito aos anciões; a celebração do "Bem da Vida" que é um conjunto de luta, realização, família, comunidade e cultura. Karenga, diz que, "a Kwanzaa é celebrada através de rituais, diálogos, narrativas, poesia dança, canto, batucada e outras festividades".

 O Kwanzaa envolve a reflexão sobre a valorização da comunidade, das crianças e da
Vida. Estas atividades devem demonstrar os sete princípios, Nguzo Saba em suaíli
:
1.umoja (unidade)
2.kujichagulia (autodeterminação)
3.ujima (trabalho coletivo e responsabilidade)
4.ujamaa (economia cooperativa)
5.nia (propósito)
6.kuumba (criatividade)
7.imani (fé)


A cada dia uma vela de cor diferente deve ser acesa num altar onde são colocadas frutas frescas, uma espiga de milho por cada criança que houver na casa. Depois de acesa a vela, todos bebem de uma taça comum em reverência aos antepassados, e saúdam com a exclamação “Harambee”, que tanto significa "reúnam todas as coisas" como "vamos fazer juntos". A grande festa é a de 1 de janeiro, quando há muita comida, muita alegria e onde cada criança deve ganhar três presentes que devem ser modestos: um livro, um objeto simbólico e um brinquedo.

Criado como um ritual para a época da colheita e usando a língua suaíli, Kwanzaa dura uma semana, durante o qual os participantes se reúnem com a família e amigos para trocar presentes à luz de uma série de velas pretas, vermelhas e verdes que simbolizam os sete valores básicos dos Afro-americanos vida familiar que é a unidade, autodeterminação trabalho coletivo e responsabilidade, economia cooperativa, propósito criatividade e fé.

Os dias que antecederam a Kwanzaa são para decorar a casa com enfeites de papel preto, vermelho e verde. Nesta festa se ensina a criança sobre sua cultura e historia. Eles colocam fotografias da atual geração da família. A celebração dura sete dias e termina com

uma festa que tem alimentos africanos, e muita música. No final da festa, quando todos tiverem terminado de comer, eles todos se levantam, se comprometam com os sete princípios do Kwanzaa. 

Um afro abraço e  Feliz Kwanzaa !!!


fonte:KWANZAA.COM-www.ebc.com.br/cultura-Portal EBC

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Votos que Zumbi Renasça em nos e que nunca percamos de vista a luta por uma sociedade justa.Boas Festas Gente Linda!!!

FIM : Hora de Recomeço...
O mês de dezembro representa um fim, de um ciclo mas também anuncia um recomeço ou um novo ano.

A vocês, que TOD@S contribuíram de uma forma ou de outra, direta- ou indiretamente, para tornar a UNEGRO este ano mais forte, mais cheio de vida, o meu muito obrigado!

Uns, podem achar que contribuíram com que uns  chamam de "besteiras", mas toda contribuição e valiosa, e nos proporcionaram no minimo muitos momentos de risadas alegres, descontraídas. - Valeu!!!

Aos que travaram, as batalhas - Valeu mais ainda!!!   - Os enfrentamentos que nos  fazem ser quem somos ...

 Obrigado!       Pela construção de lutar por uma sociedade mais justa onde negr@s e não negr@s possam ter oportunidades iguais...

O fim do ano nos aproxima do fim de parte de nossa caminhada na terra, mas nos aproxima também do começo de nossa vida definitiva. Se o corpo amadurece, a alma não envelhece; é dotada de juventude perene; se na velhice do corpo ela não se manifesta, isto se deve a deterioração do corpo, e não a insuficiência da alma humana, que tem o corpo como seu instrumento.

Nesse contexto pode-se crer que três sentimentos movem a tod@s :
1) Gratidão ao pelo dom da vida. O tempo é a primeira dádiva dada ao homem;
Junto com a gratidão vai um ato de arrependimento pelo possível descaso do tempo que foi confiado.

2) Mais maturidade... A vida é uma escola, em que vamos aprendendo a escalonar sempre

melhor os nossos valores, de modo a viver sempre mais acertadamente na demanda do Absoluto e Definitivo. - O começo de novo ano é um convite a mais seriedade e profundidade.

3) Alegria... Se, de um lado, o corpo vai-se fragilizando e com o tempo não nos faça renunciar a nenhum dos valores legítimos.


 - Vai chegando ao fim o ano como um barco que navega, é mais e mais penetrado pela luz da vida definitiva emitida pelo porto ao qual tende.  

- A vida não pode deixar de ser marcada por uma vida alegria interior, pois deve ser um progresso que, deixando para trás infantilismo e imaturidade, vai sendo invadida pelos valores eternos que lhe serão cada vez mais próximos.

É com estas ponderações que desejamos a tod@s unegrin@s e amigos um Natal e Fim de

Ano e Abençoado na Fé seja ela qual for ,que seja um passo largo em demanda da Eternidade.

"E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro: 
"(Martin Luther King)


Na hora do brinde, vamos tentar lembrar uns dos outros, cada um pensando nos outros, e quem sabe lá em cima, em algum lugar do espaço, a gente não se encontra?

AMIGOS SEMPRE SE ENCONTRAM!!!

Um beijo individual no coração de cada um de vocês, com todo o meu carinho e respeito.
Um afro abraço.


 Claudia Vitalino

sábado, 19 de dezembro de 2015

Lenda das quedas de água do Dala (Lunda) – Angola

Na margem esquerda da cascata do Dala, foi habitar o soba Cahibo, um autêntico Nero de raça negra, cuja memória aterrorizante ficou escravizada na tristíssima lembrança dos povos da Lunda, sempre prontos a recordar os seus crimes, tão bárbaros como estranhos, levados a termos com requintes da máxima selvajaria – manifestção doentia e miseranda de seu génio bárbaro, sedento de grandes emoções, que fizessem vibrar até o delírios, sua sensibilidade desumana !
Corre de memória em memória, que um dia, dominado pelo prazer extra-humano, possuído de uma vertigem de sangue, esse soba cruel mandou matar duas crianças virgens, das mais belas flores negras do seu enorme sobado.
Revestido de grande solenidade, como se estivesse a assistir à sua própria coroação, fazendo brilhar sua loucura, o soba Cahibo, impassível, assistiu ao acto de tortura das tristes virgens, mortas lentamente ante o deslumbramento selvagem da turba ignara.

Poucos dias depois de consumado o crime hediondo – pobre lembrança no recordar das gentes – apareceu na embala do soba Cahibo, sem se saber qual a sua origem, um lindo casal de aves, de penas brancas e muito setinosas.

Todos os dias ao pôr do sol, alegres e no ar bailando, as aves iam banhar-se nas revoltosas e frias águas da cascata da Dala.

Dizem os descendentes do antigo e poderoso sobado do sanguinário rei Cahibo que logo após a entrada das aves nas águas da cascata, um barulho ensurdecedor – dir-se-ia infernal batuque executado por uma enorme tribu aguerrida – se fazia ouvir durante algum tempo, amedontrando os habitantes da embala…
Depois de muito se banharem, esvoaçando envolvidas no pó da água, deixando cair aqui e ali, leves gotas de líquido cristalino, as aves felizes, regressavam, rompendo a nuvem húmida, ao sobado, ainda e sempre aterrorizado.
Aconselharam o soba a mandar matar as aves brancas.Receoso, julgando cair no desagrado dos mortos, o soba ordenou que não lhes tocassem, porque dizia – eram almas do céu vindas à terra !…

Uma tarde, já o sol ia a morrer no seu engano de todos os dias, as aves soltaram vôo, e lá foram, como de costume, banhar-se na cascata.

Nesse morrer do dia, o barulho foi tão grande, tão grande, que o medo, elevado à demência, endoidou a pobre gente do sobado.

Cahibo, agora mísero farrapo humano, juntou-se aos seus e, tremente, semi-louco, abalou de suas terras para não mais voltar.
E, no dia seguinte, as aves lá foram no cumprimento de sua estranha missão.



Mergulharam nas cristalinas águas da cascata do Dala e jamais voltaram do seu banho eterno…
É da crença – crença de ontem, de hoje e que irá pelos séculos fora – dos moradores da região do Dala, junto do rio Chiumbe, que essas aves brancas eram as almas das pobres virgens sacrificadas, miserandamente, pela crueldade do soba Cahibo, morto pouco tempo depois de abandonar suas terras, pelo desígnio dos deuses !

Um afro abraço.
fonte:casadecha.wordpress.com/category\

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

NEGRAS LÉSBICAS:O estereótipo sapatão: visibilidade, lesbofobia e f​eminilidade

"​SER UMA MULHER NEGRA LÉSBICA ME GARANTE PRESENCIAR LESBOFOBIA E RACISMO EM ESPAÇOS DE LUTA. ALGUMAS MUITAS VEZES ISSO ACONTECE DE FORMA NÃO PENSADA POR QUEM PRATICA E OUTRAS TANTAS DE FORMA BASTANTE DESLEGITIMADORA.”
​ ((REBECA NASCIMENTO )​

Estas colocações são a base da linha de pensamento aqui apresentada. Qual a representação das mulheres lésbicas na mídia? Qual o estereótipo de sapatão a que estamos acostumadas e acostumados? Quem são as lésbicas que sofrem diretamente com a lesbofobia e o que a feminilidade tem relação com isso?
Carol Ferza coloca muito bem qual a representação das mulheres lésbicas na televisão brasileira. Lésbicas brancas seguem o padrão de beleza imposto que já sabemos muito bem. Além de pertencerem a uma classe social financeiramente perfeita, suas vidas profissionais e pessoais não são afetadas pela orientação sexual. Lésbicas negras, por outro lado, são representadas de uma forma geral como a maioria dos homens negros são representados: atuando com trabalhos braçais, em péssima situação financeira, com interesses prioritariamente sexuais em relação a outras mulheres e sem acesso à educação.
“MEU DESEJO POR REPRESENTATIVIDADE NÃO VISA SIMPLESMENTE UMA VONTADE DE NUTRIR MINHA AUTOESTIMA. NÃO! TRATA-SE DE EDUCAR AS PESSOAS, MOSTRAR LÉSBICAS NEGRAS (E AS DEMAIS COLORIDAS) NA SUA ESSÊNCIA COMO PESSOAS, COMO CIDADÃS, COMO SERES HUMANOS DOTADOS DE SUAS VIRTUDES E MAZELAS COMO QUALQUER OUTRA, INDEPENDENTE DE SUA SEXUALIDADE.” (CAROL FERZA)

Essa representação difere sensivelmente da representação de mulheres lésbicas das grandes produções dos EUA, onde existem mulheres lésbicas brancas e negras, em suas variadas trajetórias, corpos, vivências e preferências, tanto em Orange Is The New Black quanto em The L Word – onde nenhuma das séries colocam mulheres brancas e negras em pé de igualdade – e outras séries e programas existentes, atuais ou não. Lembrando que isso não significa que são representações boas, muito pelo contrário, mas algo a ser tratado em outro texto, não apenas pela representação, mas também por todas as possíveis críticas a se fazer nas duas séries.

Rebeca aponta os impasses de militar sendo uma lésbica negra. O movimento negro ainda não está preparado para falar sobre lesbofobia e todas as agressões recorrentes às lésbicas negras, e o movimento lésbico ainda não está preparado para falar e discutir sobre racismo e todas as agressões recorrentes às lésbicas negras. Um ano se passou e poucas

mudanças ocorreram. Coletivos do movimento negro ainda não conseguem fazer o recorte para dialogar conosco e coletivos feministas prioritariamente lésbicos não avançam na desconstrução do racismo enraizado nos discursos, reações e pensamentos. As ações coletivas nos espaços feministas, quando não são prioritariamente lésbicos, abrangem pautas que possuem relação com mulheres lésbicas mas desconsideram estas mulheres, como Agnes Aguiar aponta e questiona.

A falta de representação e representatividade acarretam em formas de expressão que diferem a convivência, o discurso e a compreensão de tudo o que está em nossa volta. Como já mencionei, mesmo sem saber muito bem o que procurava, nunca me senti representada direta ou indiretamente na mídia, o que me fez absorver alguns padrões e demorar bastante tempo para me desprender dos mesmos. Um deles foi a feminilidade.

É bastante complicado, para mim, falar ou escrever sobre feminilidade. Não discordo de reflexões acerca da feminilidade que apontam que é uma imposição social extremamente agressora que fomenta o capitalismo patriarcal, mas não deixo de pensar, ainda assim, que mulheres negras tiveram suas feminilidades negadas desde que seus corpos começaram a desenvolver-se. A feminilidade está, atualmente, conectada com a beleza, delicadeza e sutileza feminina, no coração de mãe, na grande conquista que é dar vida a outro ser. Que
mulher negra é considerada delicada? Que mulher negra é considerada bela pelos padrões de beleza? Que mulher negra é sutil? Que mulher negra considera uma conquista dar vida a outro ser?

Na descoberta da minha lesbianidade, equivocadamente achei que precisaria me parecer ao máximo com um garoto para poder me aproximar de mulheres lésbicas, mas ao longo dos anos, percebi que resistir à feminilidade, para muitas mulheres, é algo que as protegem do assédio sexual – como consequência, as tornam uma sapatão visível e, automaticamente, as deixam mais vulneráveis às agressões lesbofóbicas da sociedade, por não serem “lésbica padrão da televisão” que atrai os olhares masculinos e fetichizam a relação lésbica.

O estereótipo sapatão é, muitas vezes, diretamente associado com a não aceitação da feminilidade. Ou seja, lésbicas masculinas ou a butch, estão muito mais vulneráveis às agressões lesbofóbicas da sociedade do que, por exemplo, lésbicas femininas, que estão mais vulneráveis a terem suas relações afetivas e sexuais extremamente fetichizadas pelo olhar masculino e a mídia num todo.


Mulheres lésbicas negras, “femininas ou masculinas”, estão suscetíveis às agressões lesbofóbicas e racistas e, independentemente de suas aparências e comportamentos, é impossível separar lesbianidade e negritude, mesmo quando essa mulher não corresponde aos esteriótipos de mulher negra e mulher lésbica. Sempre teremos dificuldade em encontrar espaços onde nossa saúde, não apenas corporal mas mental também, nossa vivência, nossas necessidades, nossa segurança, nossa representação, nossa participação e autonomia sejam inseridas em discussões, estejam representadas de uma forma séria e relevante. Sempre será extremamente difícil ter que dizer para as pessoas que existem lésbicas negras e existem negras lésbicas. Enquanto nossa representatividade for inexistente, enquanto formos pessoas invisíveis na sociedade, teremos a necessidade de nos colocarmos à frente de coletivos e espaços (públicos ou não), cobrando representação, pautando nossas próprias necessidades, mas não passando por cima das necessidades e pautas de outras mulheres, com diferentes sexualidades.

NÓS EXISTIMOS E RESISTIMOS.
 Que toda mulher negra e lésbica se afirme por mim, por
ela e por todas:Somos negras e lésbicas.

Afro abraços!

Por:Marisa Justino
UnegroNova Iguaçu / RJ
​Diretoria Plena - pasta LGBT

sábado, 12 de dezembro de 2015

Carolina Maria de Jesus - a voz dos que não têm a palavra...

Semi-analfabeta, negra e favelada, Carolina foi mãe de três filhos e nunca se casou.
Apesar de tais condições, a paixão dela pela escrita e leitura foi tamanha que passou a dividir seu tempo entre cata papel, cuidar dos filhos e escrever.Lançado pela Livraria Francisco Alves em agosto de 1960,

Historiografia:
Carolina Maria de Jesus (Sacramento MG, ca.1914 - São Paulo SP, 13 de fevereiro de 1977). Autora de diários e romance e também poeta. De família pobre, composta por mais sete irmãos, trabalha desde a infância. Sua escolaridade se resume aos dois anos que frequenta o Colégio Allan Kardec, provavelmente em 1923 e 1924. Neste ano, muda-se com a família para uma fazenda em Lageado, Minas Gerais, onde trabalham como lavradores. Retorna a Sacramento, em 1927, e, por causa das dificuldades econômicas, migra para Franca, São Paulo, em 1930, passando o primeiro ano na fazenda Santa Cruz e, depois, na cidade, onde trabalha como ajudante na Santa Casa de Franca, auxiliar de cozinha e doméstica. Com a morte da mãe em 1937, vai para São Paulo em busca de melhores condições de vida. De 1948 a 1961, reside na favela Canindé, sobrevivendo como catadora de papel e ferro velho. Em 1958, o jornalista Audálio Dantas, numa reportagem sobre a inauguração de um playground no Canindé, conhece Carolina e se interessa pelos seus 35 cadernos de anotações em forma de diário, e publica um artigo na Folha da Noite. Em 1959, trabalhando na revista O Cruzeiro, o jornalista divulga trechos dos relatos escritos pela autora e, posteriormente, empenha-se na publicação que reúne esses relatos, Quarto de

Despejo: Diário de uma Favelada, lançado em 1960, com notável sucesso editorial. Carolina muda-se para uma casa que consegue comprar no bairro de Santana e mantém o diário com registros do que lhe acontece ali, depois editados em Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-favelada, em 1961. Em 1963, publica Pedaços da Fome, seu único romance, que tem pouca repercussão. Em função dos contínuos desentendimentos com seus editores, bem como das dificuldades enfrentadas para manter-se em evidência e adaptar-se à vida no bairro de classe média, muda-se para um sítio no bairro de Parelheiros, São Paulo, em 1969, onde é praticamente esquecida pelo mercado editorial, apesar de algumas tentativas de voltar à cena literária. Após sua morte, são editadas obras escritas entre 1963 a 1977, das quais a mais significativa é Diário de Bitita, com suas memórias de infância e juventude, inicialmente lançado na França.

"O livro... me fascina. Eu fui criada no mundo. Sem orientação materna. Mas os livros guiou os meus pensamentos. Evitando os abismos que encontramos na vida. Bendita as
horas que passei lendo. Cheguei a conclusão que é o pobre quem deve ler.
Porque o livro, é a bussola que ha de orientar o homem no porvir (...)

-Em Quarto de Despejo, a mulher negra e favelada, com pouca escolaridade, registra o cotidiano de pobreza que rege seus dias, bem como a humilhação social e moral a que estão sujeitos os habitantes da favela do Canindé. As anotações de Quarto de Despejo, embora com descontinuidades cronológicas, não apresentam quebras na estrutura narrativa: cada dia é igual a todos os outros, e o que conduz o fluxo da vida é a fome e a luta contra ela. Nelas se pode constatar que o trabalho, precário, não traz mais do que a condição mínima da sobrevida e a reprodução da pobreza.


Nos apontamentos de seu dia-a-dia, Carolina Maria de Jesus oscila entre desânimo e alegria, sentimentos norteados pela carência de condições materiais para manter-se e a seus filhos em situação digna. Ao tratar dos outros moradores da favela, Carolina Maria de Jesus busca diferenciar-se e deixa documentada, em tom de denúncia ou de moralização, a perda da honra daqueles que, excluídos, estão no "quarto de despejo" da cidade. Escrever sobre a favela não é apenas uma forma de tentar dar sentido à própria vida, mas também de revelar a miserabilidade implicada na modernização dos anos 1950.
O relato do cotidiano da favela é direto e cru, sem que se temam os temas-tabus, como a ocorrência de incestos e de relações promíscuas, bem como o horror que a fome pode produzir. Estilisticamente, os recursos da repetição e das frases feitas indicam, no plano do sentido, o fechamento e a imobilidade do mundo social ali representado; a cada entrada no diário, a autora anota o horário em que acorda, os gastos que terá se quiser se alimentar e vestir os filhos e o que poderá, ou não, acumular em dinheiro, o qual tem valor concreto e imediato, quase como um objeto. Os momentos de lirismo aparecem em anotações sobre a

natureza, que surge como contraponto ao estado da miserabilidade a que são confinados os pobres.

Fugindo aos cânones do que se considera "literatura" em meios acadêmicos, Quarto de Despejo é mais do que um simples depoimento; trata-se de uma obra em que, a despeito das condições materiais e culturais de sua autora, constrói-se uma forte e única representação da dinâmica social urbana, vista pelo ângulo dos que são lançados à margem. Carolina Maria de Jesus escreve para denunciar a favela e para sair dela; escreve também para, diferenciando-se dos outros moradores, lutar contra o rebaixamento a que estão sujeitos os miseráveis, num momento em que se anuncia novo salto modernizador de São Paulo e do Brasil.

"A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago."

- Carolina Maria de Jesus, em "Quarto de despejo", 1960.


Em Casa de Alvenaria, notam-se mais explicitamente as contradições da autora quanto ao que deseja para si mesma e para sua família. Também ficam patentes suas hesitações com relação aos anseios por reconhecimento público ou ao repúdio pelos mecanismos sociais que dificultam o trajeto profissional como escritora. Essa conjunção, por vezes discrepante, ajuda a entender as razões pelas quais essa obra é considerada pouco significativa e muito voltada para o trajeto instável de um indivíduo. Confinada à forma do diário, Carolina Maria de Jesus parece se sentir compelida a repetir uma fórmula, cujo efeito não tem a força de revelação de Quarto de Despejo. A figura da ex-favelada não desperta interesse, porque ela e sua obra são objeto de atenção apenas enquanto revelam a face negativa do desenvolvimentismo; já as oscilações ideológicas da mulher que, famosa, busca a atenção da imprensa e do público não
trazem à época elementos que se julguem significativos.

Diário de Bitita, publicado após a morte da autora, resgata a força literária da produção de Carolina Maria de Jesus. Trata-se de memórias da infância e da adolescência, em Sacramento e nas fazendas onde trabalha como colona, bem como de seus primeiros tempos em Franca. Nesta obra, os temas da injustiça social, da opressão, do preconceito contra os negros, dos abusos dos poderosos são apresentados a partir da perspectiva daquela que os viveu. Apesar de suas condições materiais, Carolina Maria de Jesus lutou para conquistar dignidade e para se constituir como alguém que resiste à exploração e à desumanização. A obra testemunha a história dessa luta e da opressão a que estão confinados os pobres no Brasil das primeiras cinco décadas do século XX.

Um afro abraço.

Fonte: Enciclopédia de Literatura

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