UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Conto africano que vem da Guiné Bissau


A Lenda do Tambor Africano: o sonho dos macaquinhos. 

Corre entre os Bijagós da Guiné Bissau, que os macaquinhos de nariz branco tiveram a ideia de viajar até à Lua e trazê-la para a Terra.
Assim, numa bela manhã, depois de buscarem um caminho por onde subir aos céus, o mais pequenino dos macacos teve a ideia de subirem uns nos outros para alcançarem a lua. 

A fila foi crescendo e se erguendo pelo céu até que o pequeno macaquinho acabou por tocar na Lua.
Mas antes que ele pudesse puxá-la para a Terra, a coluna se desmoronou. Todos caíram e somente o macaquinho ficou agarrado à Lua. Ao se dar conta do ocorrido, a Lua o segurou pela mão, olhou-o com espanto e achando a cena engraçada, deu-lhe de presente um tamborzinho.

Não tendo meios de voltar à Terra, o macaquinho aprendeu a tocar o instrumento. Mas com o passar dos anos, a saudade aumentava e a falta de sua gente o fazia sonhar com as palmeiras, mangueiras, acácias, coqueiros e bananeiras que haviam ficado para trás.
Então, foi pedir à Lua que o deixasse voltar!
Intrigada, a lua lhe perguntou: Porque você quer voltar?

Não estas feliz aqui? Não gostas de seu presente?

E com lágrimas nos olhos, o macaquinho explicou-lhe o que lhe fazia falta.
Mais uma vez, com pena do macaquinho, a Lua amarrou o tambor ao macaquinho e disse:
"Macaquinho de nariz branco, vou-te fazer descer, mas ouve bem o que te digo!
Não toques o tamborzinho antes de chegares lá baixo.
E quando puseres os pés na Terra, tocarás então com força para eu ouvir e cortar a corda.
E assim ficarás livre."
O Macaquinho, feliz da vida, prometeu a Lua que só tocaria o tambor ao chegar na Terra e foi descendo sentado no tambor.
Mas a meio da viagem, não resistiu!
Bem de leve, de modo que a Lua não pudesse ouvir, pôs-se a tocar o tambor.
O vento que fazia a corda estremecer, levou o som para Lua que ao ouvir o som, pensou: “O Macaquinho chegou à Terra”. E logo cortou a corda...
Neste momento, o macaquinho foi atirado ao chão, caindo desamparado em sua ilha natal.
Ao ver o macaquinho estendido no chão, uma menina que cantava e dançava ao rítmo de uma cancão, correu a ajudá-lo. Mas a queda tinha sido de muito alto e o macaquinho não resistiu. Porém, antes de morrer, conseguiu dizer à menina que aquele instrumento era um tambor e que ela deveria entregá-lo aos homens do seu país...

Recuperada da surpresa, a menina, correu o mais rápido possivel para contar aos homens da sua terra o que acontecera.
Aos poucos, foram chegando gente e mais gente e foi então, que naquele recanto da terra africana se fez o primeiro batuque ao som do primeiro tambor.
A partir de então, os homens construíram muitos tambores e, desde então, não há terra africana sem este instrumento.
O tambor ficou tão querido entre o povo africano, que em dias de
tristeza ou em dias de alegria, é ele quem melhor exprime a grandeza da sua alma.

Um afro abraço.
fonte:Rede ePORTUGUÊSe OMS 

domingo, 15 de setembro de 2013

Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley...


 Bob Marley foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos. A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafári e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto de suas músicas, por tratar-se da terra sagrada do movimento rastafári.

A infância...
Bob Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945 em Saint Ann, no interior da Jamaica, filho de Norval Sinclair Marley, um militar branco, capitão do exército inglês e Cedella Booker, uma adolescente negra vinda do norte do país. Cedella e Norval estavam de casamento marcado para 9 de julho de 1944. No dia seguinte ao seu casamento, Norval abandonou-a, porém continuou dando apoio financeiro para sua mulher e filho. Raramente os via, pois estava constantemente viajando. Após a morte de Norval em 1955, Cedella Bookercasou-se com
Toddy Livingstone, também de Saint Ann, e mudou-se com Marley para Trenchtown, a maior e mais miserável favela de Kingston, onde o garoto era provocado e rejeitado pelos negros locais por ser mestiço (mulato) e ter baixa estatura. Bob teve uma juventude muito difícil, e isso o ajudou a ter personalidade e um ponto de vista bastante crítico sobre os problemas sociais...

Reconhecimento...

O primeiro sinal da projeção de Bob Marley como astro internacional viria através de um presente de Chris Blackwell, para o proeminente novo artista. Logo após o impacto do álbum "Catch a Fire" no mercado europeu, Blackwell entregou à Marley as chaves da Island House, uma imponente mansão situada na Hope Road Avenue, parte rica de Kingston, inclusive muito próxima à sede do governo, que ficava rua abaixo com seus imensos jardins. Em pouco tempo o novo "yard" de Marley se tornaria um núcleo de criação e uma espécie de comunidade, com livre acesso para toda família, amigos do gueto, rastas, namoradas de uns e outros, músicos, jornalistas estrangeiros, e mais alguns outros que eventualmente apareciam pra jogar o famoso futebol de fim de tarde no estacionamento da casa. Bob Marley, como revelam relatos de amigos e família, dava dinheiro e comida para pessoas que vinham da favela pedir. Era comum formar filas de mulheres com bebês, crianças, jovens e até mesmo homens que queriam começar um pequeno negócio, na porta da casa do músico.
Este clima de euforia de uma nova vida comunitária religiosa e criativa encontraria sua tradução no disco "Burnin", segundo lançamento dos Wailers pela Island Records, no final de 1973. As músicas, com um conteúdo ainda mais politizado e social que as do álbum anterior, atingiam o público branco da Europa e Estados Unidos com clássicos como "Get Up, Stand Up", na qual Bob alerta as pessoas para que lutem por seus direitos , "I Shot the Sheriff", etc. Estava acontecendo uma verdadeira revolução musical e ideológica.
violência eleitoral

Em 1976, ano de eleições parlamentares na Jamaica, a ilha vivia um de seus períodos mais sangrentos da história. Havia, praticamente, uma guerra civil entre jovens militantes que
defendiam partidos distintos. Bob Marley quis dar um show gratuito pela paz e pela união da juventude. O então primeiro-ministro, líder do partido PNP, Michael Manley, apoiou e deu força à ideia do concerto pela paz, para supostamente apaziguar as tensões antes das eleições, marcadas para dali uns dias. Dois dias antes do show, porém, a casa de Bob Marley na Hope Road Avenue foi invadida por um grupo de pistoleiros defensores do candidato opositor a Michael Manley, que adentrou a sala onde Marley estava ensaiando, e disparou tiros em todas as direções, com o intuito de matá-lo. Miraculosamente, ninguém foi morto no ataque noturno. Don Taylor, empresário de Marley, estava se aproximando dele no exato momento em que os homens começaram a disparar, levando vários tiros e tendo, como legado deste fato, uma vida sobre a cadeira de rodas. Rita Marley levou um tiro de raspão na cabeça. O projétil ficou alojado em seu couro cabeludo. Marley recebeu um tiro que raspou seu peito logo abaixo do coração e penetrou profundamente em seu braço esquerdo. O caso de Marley foi o menos grave entre os atingidos, sendo o primeiro a sair do hospital. No dia 5 de Dezembro, Bob, depois de muitos alertas, resolveu subir ao palco do festival mesmo baleado. Ainda com os curativos, Marley se apresentou no concerto "Smile Jamaica", pela paz, e depois mostrou para o público seus ferimentos. Nesta ocasião, ao ser questionado sobre o fato de comparecer ao show mesmo baleado, o músico disse uma de suas mais conhecidas frases: "As pessoas que fazem de tudo para piorar o mundo não descansam. Por que eu, que quero melhorar, tenho que descansar?"
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A doença
Após a turnê européia, com uma vasta agenda marcada, Bob Marley e a banda partiram para os Estados Unidos, quando fizeram dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, Bob passou mal no palco e começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob, embora com problemas de saúde, chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, no dia 23 de setembro de 1980 (último show de Bob Marley), mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que o astro do Reggae estava com câncer. A doença teria sido decorrente de um ferimento infeccionado no dedão do pé, que ele teria sofrido em 1977, durante uma partida de futebol em Londres. A ferida, quando feita, não havia cicatrizado, e sua unha posteriormente havia caído; foi então que o diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma
maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos aconselharam-no a amputar o dedo, porém Marley recusou-se a fazê-lo devido à sua filosofia rastafári, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar (motivo pelos quais os rastas deixam crescer a barba e os dreadlocks). Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge.

 A morte no auge da carreira...
Em maio de 1981, quando o Dr. Joseph Issels anuncia que nada mais poderia ser feito, Bob Marley já abatido pela doença, resolveu retornar para sua casa na Jamaica para passar seus últimos dias junto à família e amigos. Ele não conseguiu completar a viagem, tendo que ser internado em um hospital de Miami. Sua mãe segurava sua mão aos prantos enquanto Marley a consolava pedindo que secasse as lágrimas. (Mãezinha não chora. Vou na frente pra preparar um lugar.) Faleceu pouco antes do meio-dia de 11 de maio de 1981. Menos de 40 horas depois de deixar a Alemanha.

Convicções políticas,polemicas e religiosidade...
Bob Marley era adepto do movimento político-religioso rastafári, que proclama Haile Selassie (imperador da Etiópia falecido em 1975) como a representação divina na Terra e que defende o retorno do homem negro pelo mundo para a África. Bob Marley, altamente influenciado pela filosofia rastafári, expressava espiritualidade e defendia a liberdade, paz, igualdade social e de direitos, o amor universal e a irmandade para toda humanidade em suas músicas, fazendo com que o movimento rastafári fosse conhecido pelo mundo inteiro. Mortimer Planno foi um ancião rasta que deu-lhe ensinamentos sobre o movimento.

Se todos nos unirmos e dermos as mãos, quem sacará as armas? - Eu só tenho uma ambição: que a humanidade viva unida. Negros, brancos, orientais, todos juntos. - Eu não estou do lado dos negros nem dos brancos. Eu estou do lado de Deus, quem me fez vir do homem branco e do negro.

Marley era um grande defensor da maconha, usada por ele no sentido da comunhão. Na capa de Catch a Fire, inclusive, ele é visto fumando um cigarro de maconha, e o uso espiritual da cannabis, característico do movimento rastafári, é mencionado em muitas de suas músicas. No movimento rasta, os dreadlocks representam a força espiritual, as raízes (assemelham-se, literalmente, a raìzes) que une o homem à Mãe África.

O mito...A música, a mensagem e a lenda de Bob Marley ganharam mais e mais força desde sua morte. Também deu a ele um status mítico, similar ao de Elvis Presley e John Lennon. Marley é enormemente popular e bastante conhecido ao redor do mundo inteiro. É considerado o rei do Reggae e é visto como uma das maiores vozes do povo pobre e oprimido, e um dos maiores defensores da paz, da liberdade e da igualdade social e de direitos. Após a sua morte, a data de seu aniversário, o dia 6 de fevereiro, foi decretado feriado nacional na Jamaica.
Atualmente Bob pode ser considerado o primeiro e maior astro musical do Terceiro Mundo e a maior voz deste. Suas músicas mais conhecidas são " I Shot the Sheriff "," No Woman, No Cry"," Could You Be Loved "," Stir It Up "," Get Up, Stand Up "," Jamming "," Redemption Song "," One Love/People Get Ready"e," Three Little Birds ", e tambem lançamentos póstumos como " Buffalo Soldier "e" Iron Lion Zion ". A coletânea Legend, lançada três anos após sua morte e que reúne algumas músicas de álbuns do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história. Bob foi casado com Rita Marley de 1966 até a morte, uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Kymani MarleyJulian Marley e Damian
Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiram carreira musical. Foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre

Macunaíma de Mario Andrade


Macunaíma é um romance de 1928 do escritor brasileiro Mário de Andrade, considerado um dos grandes romances modernistas do Brasil.
A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como na língua indígena o som "aique" significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."

A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica maior à linguagem culta já vista no Brasil.
Em Macunaíma, Andrade tenta escrever um romance que represente o multi-culturalismo brasileiro. A obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao modo de falar paulistano. Mário de Andrade tinha uma ideia de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, o que, segundo ele, vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Ao longo da obra são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe", dentre outras.



No episódio "Carta pras Icamiabas", Andrade satiriza ainda mais o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam. Aproveitando-se do artifício de uma carta escrita, Macunaíma escreve conforme a grafia arcaica de Portugal, explicitando a diferença das regras normativas arcaicas e da língua falada: "Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra...Mário Raul de Morais Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador, crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos.Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, Andrade esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em São Paulo, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Andrade foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922 que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil, tendo sido um dos integrantes do "Grupo dos Cinco". As idéias por trás da Semana seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas.

Depois de trabalhar como professor de música e colunista de jornal ele publicou seu maior romance, Macunaíma, em 1928. Andrade continuou a publicar obras sobre música popular brasileira, poesia e outros temas de forma desigual, sendo interrompido várias vezes devido a seu relacionamento instável com o governo brasileiro. No fim de sua vida, se tornou o diretor-fundador do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo formalizando o papel que ele havia desempenhado durante muito tempo como catalisador da modernidade artística na cidade—e no país.

Um afro abraço.
fonte:enciclopédia livre.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

14 de Setembro: Fundado o jornal O Homem de Cor, o primeiro periódico dedicado à causa negra da imprensa brasileira (1833)

Os Homens de Cor... 

A questão dos negros no Brasil é um processo que ainda precisa ser debatido. Ora, foram cerca de 300 anos de duro preconceito, de hostilização do ser humano. Visto isso, criou-se essa cultura de inferiorização dos negros – uma grande falácia. A Constituição Federal nos considera iguais, sem distinção de raça, sexo, religião e etc. Os direitos humanos nos tratam da mesma forma; porém, é mais difícil ver isso na sociedade, ou seja, a teoria está aí.

Com o objetivo de unir os homens de cor por meio da Educação e de outros meios, jornais e revistas ergueram, através dos tempos, a bandeira dos direitos que eles mesmos deveriam ter como cidadãos integrantes da sociedade brasileira.

Nesse período, várias entidades foram criadas, bem como a imprensa negra. Os jornais O Homem de Cor, O Mulato, O Brasileiro Pardo, O Cabrito e o Meia Cara foram publicados no período entre 1833 e 1867; todos eles, jornais cariocas.
Rio de Janeiro, dia 4 de novembro de 1833. Em plena capital do Império, um pasquim liberal denominado O Mulato, ou O Homem de Cor assinalava em tom de preocupação: "Não sabemos o motivo por que os brancos moderados nos hão declarado guerra. Há pouco lemos uma circular em que se declara que as listas dos Cidadãos Brasileiros devem conter a diferença de cor - e isto entre homens livres!". O pasquim criticava os brancos por quererem obrigar os "cidadãos brasileiros" a serem classificados pelo critério da cor. Nesse sentido, O Mulato, ou O Homem de Cor não foi uma voz isolada. Nos primeiros anos do período regencial (que se iniciou em 1831 e se estendeu até 1840), vários outros pasquins (como O Brasileiro Pardo, O Crioulinho, O Cabrito, O Meia Cara) foram publicados com o intuito de proclamar a igualdade de direitos entre os cidadãos brasileiros independentemente da cor.

É bom lembrar que o Brasil se tornou soberano, o povo chegou ao poder, a democracia se estabeleceu, mas a situação dos negros não mudou, deu continuidade a prática da
marginalização deles.
A partir dessa rejeição da sociedade, criaram-se novos movimentos de mobilização racial dos negros, tais como: Clube 13 de maio dos Homens Pretos, Sociedade União Cívica dos Homens de Cor. Integrava, também, a mais antiga das manifestações: o Clube 28 de setembro, de 1897.
Esses veículos de comunicação abordavam questões destinadas ao público negro; as principais abordagens eram de combate à discriminação racial. Entre outros aspectos, as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores negros, como também, as coisas que afetavam a habitação, saúde, educação: direitos básicos estipulados pela Constituição Federal.


Dos editores desses pasquins, Francisco de Paula Brito foi o que mais se notabilizou. "Mulato", de origem humilde, filho de um carpinteiro, alfabetizado por sua irmã, conseguiu, por meio de muito esforço e talento, fazer uma carreira ascendente a partir das três maiores tipografias de então: a Nacional, Ogier e Plancher. Com o tempo, adquiriu a sua própria tipografia, a Fluminense, a partir da qual editor e comercializou livros, revelou novos escritores - como Machado de Assis - e publicou O Homem de Cor, pasquim que trazia em sua epígrafe a reivindicação do direito de todo cidadão poder ser admitido em cargos públicos civis e militares, sem outra distinção que não fosse suas virtudes.

IMPRENSA NEGRA
O Homem de Cor, que a partir de sua terceira edição passou a denomina-se O Mulato, ou O Homem de Cor, teve vida efêmera e circulação restrita, mas nem por isso deve ser esquecido. Sua importância histórica reside no fato de ele ter sido o embrião do que mais tarde foi designado de "imprensa negra" - jornais criados e mantidos por afro-brasileiros e voltados para tratar de suas questões.

Com o fim da escravidão e o advento da República, foram publicadas dezenas de jornais da imprensa negra no Brasil. Em São Paulo surgiram, entre outros, os periódicos A Pátria (1889), O Alfinete (1918), O Kosmos (1922), Tribuna Negra (1928) e Progresso (1928). No Rio Grande do Sul apareceram O Exemplo (1892), na cidade de Porto Alegre; A Cruzada (1905), em Pelotas, e A Revolta (1925), em Bagé, entre outros. Só nesses dois estados existiam pelo menos 43 jornais da imprensa negra entre 1889 e 1930. Mas há indícios da produção de mais jornais desse tipo nesses e em outros estados. 


U m afro abraço.
fonte:www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/lei-10639

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa

Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador.

Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.

Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto).


Antônio Francisco era pardo-escuro, tinha voz forte, a fala arrebatada, a estatura era baixa, o corpo cheio e mal configurado, o rosto e a cabeça volumosa e redonda, o cabelo preto e anelado, barba cerrada e basta, a testa larga, o nariz regular e um tanto pontiagudo, os lábios grossos, as orelhas grandes, e o pescoço curto. Sabia ler e escrever, e não consta que tivesse freqüentado alguma outra escola além daquela das primeiras letras, embora se julgue provável que tivesse freqüentado uma escola de Latim.

O conhecimento que tinha de desenho, de arquitetura e escultura fora obtido na escola prática de seu pai e talvez na do desenhista pintor João Gomes Batista, que na corte do Rio de Janeiro recebera as lições do acreditado artista Vieira e era empregado como abridor de cunhos na casa da fundição de ouro desta capital.

Depois de muitos anos de trabalho, tanto nesta cidade, como fora dela, sob as vistas e risco de seu pai, que então era tido na província como o primeiro arquiteto, encetou Antônio Francisco a sua carreira de mestre de arquitetura e escultura, e nesta qualidade excedeu a todos os artistas deste gênero, que existiram em seu tempo. Até a idade de 47 anos, em que teve um filho natural, ao qual deu o mesmo nome de seu pai, passou a vida no exercício de sua arte, cuidando sempre em ter boa mesa, e no gozo de perfeita saúde; e tanto foi assim que era visto muitas vezes tomando parte em danças populares.

De 1777 em diante, as moléstias, provocadas talvez em grande parte por excessos sexuais, começaram a atacá-lo fortemente. Dizem alguns que ele havia sofrido um mal epidêmico, sob o nome de zamparina, que pouco antes havia atacado a província, cujos resíduos, quando o doente não falecia, eram quase infalíveis deformidades e paralisias; e outros que nele se havia complicado. O certo é que, ou por ter negligenciado a cura do mal no seu começo, ou pela força do mesmo, Antônio Francisco perdeu todos os dedos dos pés, do que resultou não poder andar senão de joelhos; os das mãos atrofiaram-se e curvaram, e mesmo chegaram a cair, restando-lhe somente, e ainda assim quase sem movimento, os polegares e os índices.
Nossa Senhora das Dores, obra de Aleijadinho
As fortíssimas e contínuas dores que sofria nos dedos, e o seu humor colérico o levaram por vezes a cortar os seus próprios dedos, usando o formão, com que trabalhava! As pálpebras infeccionaram; perdeu quase todos os dentes, e a boca entortou-se; o queixo e o lábio inferior abateram-se um pouco; assim, o olhar do infeliz adquiriu certa expressão sinistra e de ferocidade, o que chegava mesmo a assustar a quem quer que o encarasse repentinamente. Esta circunstância, e a tortura da boca, o tornavam de um aspecto asqueroso e medonho.

Quando em Antônio Francisco se manifestaram os efeitos de tão terrível enfermidade, consta que certa mulher de nome Helena, moradora na Rua do Areião ou Carrapicho, em sua cidade, dissera que ele havia tomado uma grande dose de cardina (assim denominou a substância a que se referia) com o fim de aperfeiçoar seus conhecimentos artísticos, e que isso havia lhe causado tão grande mal.

A consciência que tinha Antônio Francisco da desagradável impressão que causava sua fisionomia o tornava intolerante, e mesmo irodo para com os que lhe parecia que olhavam-no de propósito; entretanto, era ele alegre e jovial entre as pessoas de sua intimidade.

Sua prevenção contra todos era tal, que, ainda com as maneiras agradáveis de tratá-lo e com os próprios louvores tributados à sua habilidade de artista, ele se aborrecia, julgando escárnios todas as palavras que neste sentido lhe eram dirigidas. Nestas circunstâncias costumava trabalhar às ocultas debaixo de uma tolda, ainda mesmo que houvesse de fazê-lo dentro dos templos. Conta-se que um general (talvez D. Bernardo José de Lorena), achando-se certo dia observando de perto o seu trabalho, fora obrigado a retirar-se pelo incômodo que lhe causavam os granitos de pedra em que esculpia Antonio Francisco e que este, propositalmente, fazia cair sobre o importuno espectador.

Possuía um escravo africano de nome Maurício, que trabalhava como entalhador, e o acompanhava por toda a parte; era ele quem adaptava os ferros e o macete às mãos imperfeitas do grande escultor, que desde esse tempo ficou sendo conhecido pelo apelido de Aleijadinho. Tinha um certo aparelho de couro, ou madeira, continuamente aplicado aos joelhos, e neste estado admirava-se a coragem e agilidade com que ousava subir pelas mais altas escadas de carpinteiro.

Maurício era sempre meeiro com o Aleijadinho nos salários que este recebia por seu trabalho. Era notável neste escravo tanta fidelidade a seus deveres, sendo que entretanto tinha por senhor um indivíduo até certo ponto fraco e que muitas vezes o castigava rigorosamente com o mesmo macete que lhe havia atado às mãos. Além de Maurício, tinha ainda o Aleijadinho dois escravos de nomes Agostinho que era também entalhador, e Januário que lhe guiava o burro em que andava e nele o colocava.

Ia à missa sentado em uma cadeira tirada de um modo particular pelos dois escravos, mas quando tinha de ir à matriz de Antônio Dias, a que estava vizinha da casa em que residia, era levado às costas de Januário. Depois da enfermidade que o acometeu, trajava uma sobrecasaca de pano grosso azul que lhe descia até abaixo dos joelhos, calça e colete de qualquer tecido, calçava sapatos pretos de forma diferente dos pés, e trazia, quando a cavalo, um capote também de pano preto com mangas, golas em pé, e um chapéu de lã parda, cujas largas abas estavam presas à copa por dois colchetes.

O cuidado de evitar os olhares de pessoas estranhas dera-lhe o hábito de ir de madrugada para o lugar em que tinha de trabalhar e voltar à casa depois de fechada a noite; e, quando devia fazê-lo antes, notava-se lhe algum esforço para que a marcha do animal fosse apressada e assim frustaria qualquer empenho de alguém que quisesse demorar seu olhar

sobre ele.
A obra de Aleijadinho
A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista.

Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.

Principais obras de Aleijadinho:
Talha
- Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei
- Retábulo da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto
- Retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto

Arquitetura- Projetos de fachadas de duas igrejas (Igreja de São Francisco em São João del-Rei e Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto).

Escultura
- Conjunto de esculturas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (incluíndo as mais conhecidas: "Os Doze Profetas").

Um afro abraço.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Marcha sobre Washington dia 28 de agosto de 1963 acontecia na capital norte-americana a maior manifestação política que o movimento negro já realizou até hoje, a famosa Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade

 O Movimento dos Direitos Civis é historicamente um período de tempo compreendido entre 1954 e1980, ocorrido de maneiras diversas e marcado por rebeliões populares e convulsões na sociedade civil em países de todos os continentes.
O processo de conseguir a igualdade perante a Lei para todas as camadas da população independente de cor, raça ou religião, foi longo e extenuante em diversos países e a maioria destes movimentos não conseguiu atingir seu objetivo. Em seus últimos dias, alguns deles acabaram se voltando para uma conotação política de esquerda.

Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, oito entre dez deles negros, chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.

Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.

Mais de 250 mil pessoas vindas de todo o País ocuparam as ruas de Washington para exigir seus direitos democráticos e acabar com a Lei de Segregação Racial. A manifestação era formada pela esmagadora maioria de negros, no qual muitos partiram de suas casas a pé. A própria burguesia, apesar da oposição dos setores racistas do Sul, teve que liquidar o que restava do regime de segregação para não dar lugar à sua liquidação revolucionária, que levaria a uma crise do regime político de conjunto e um movimento com reivindicações sociais mais de findas e revolucionárias.



Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas as partes do mundo: “Eu tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.
Entre líderes civis, políticos, personalidades e artistas que discursaram, cantaram ou apenas manifestaram apoio com sua presença neste dia, estavam diversos líderes de sindicatos, congressistas, o Arcebispo de Washington, Cardeal Patrick O’Boyle, líderes civis como Gordon Parks, o escritor James Baldwin, astros de cinemacomo Marlon Brando, Harry Belafonte,Sidney Poitier e Charlton Heston, estrelas de musicais como Josephine Baker, e cantores como Joan Baez, Mahalia Jackson e Bob Dylan, o último a se apresentar ao povo após o discurso de Luther King.

A marcha foi a culminação da mobilização dos negros norte-americanos contra a exploração e a discriminação racial, sendo um golpe fulminante contra o governo, que no ano seguinte aprovou a lei contra a segregação racial.

Embora a Lei de Segregação Racial tenha sido extinta, até hoje os negros não só nos EUA, mas em todo o mundo continuam sofrendo discriminação em todos os setores da sociedade capitalista. Sua situação somente poderia evoluir como uma luta aberta contra o capitalismo e pelo poder da classe operária. A reforma dos direitos civis foi, nesse sentido, uma medida concreta de freio através de concessões legais.

Um afro abraço.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

29 de Agosto - Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

Em nossa sociedade, historicamente, o patriarcado tem se configurado como um sistema opressor, manifestando-se em práticas de machismo, lemofobia homofonia e sexismo. Baseado na lógica de subordinação das mulheres, este sistema prescreve normas e comportamentos a serem desempenhados por homens e mulheres, estabelecendo privilégios aos homens e conformando uma estrutura de subalternidade do comportamento feminino.
O 29 de agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. É uma data que surgiu em 1996 no
I Seminário Nacional de Lésbicas do Brasil - SENALE. É um dia muito importante do ponto de vista simbólico e uma data para ser lembrada. É um dia de festa - pelas conquistas alcançadas - mas é sobretudo um dia de luta, considerando que vivemos em um país que ainda tem muito preconceito em relação aos homossexuais, às lésbicas e às trans. A palavra lésbica vem do latim e originalmente eram as pessoas que viviam na Ilha de Lesbos, na Grécia. 
"Nessa ilha vivia a poetisa grega –Safo bastante respeitada e admirada por seus poemas sobre amor e beleza, geralmente dirigido às mulheres. "
Daí a origem do nome lésbico para as mulheres que se relacionam com mulheres. Ainda existe muito preconceito, estigma e discriminação em relação à homo e bissexualidade feminina, o que leva ao que chamamos invisibilidade da própria sexualidade feminina, como constata o Dossiê da Rede Feminista de Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos: Saúde da Mulher Lésbica..

Essa invisibilidade ocorre porque vivemos numa sociedade marcada pela heteronormatividade, que considera marginal e diferente as relações sexuais e o amor entre pessoas do mesmo sexo. O documentário do canal por assinatura GNT "Sou Gay e daí?" fala sobre a origem da homossexualidade e mostra que em todas as famílias há homossexuais, só não se fala sobre o assunto. Em maio de 2011 no Brasil, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo, que dá aos casais homossexuais os mesmos direitos patrimoniais dos casais heterossexuais e que representou uma importante conquista para a luta dos movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros - LGBT.
Uma esmagadora maioria de juízes do Supremo Tribunal Federal reconheceu a união civil entre homossexuais. Foi emocionante. Segundo a reportagem:


"O artigo 226 da Constituição Federal e o artigo 1.723 do Código Civil reconhecem a união estável entre homem e mulher, dando a eles direitos como herança, pensão por morte ou separação, declaração compartilhada do Imposto de renda (IR), entre outros. Nada falam sobre casais homossexuais. No entanto, a Constituição tem, entre seus princípios fundamentais, a dignidade da pessoa humana, o direito à liberdade, à igualdade e o veto ao preconceito.
A reportagem do Portal G1 (05/05/2011), destaca que "De acordo com o Censo Demográfico 2010, o país tem mais de 60 mil casais homossexuais, que podem ter assegurados seus direitos como herança, comunhão parcial de bens, pensão alimentícia e previdenciária, licença médica, inclusão do companheiro como dependente em planos de saúde, entre outros beneficiários."

Violência contra lésbicas. Lesbofobia é o sentimento de aversão, repulsa ou ódio por lésbicas. Em alguns países esse ódio é tanto que lésbicas sofrem o chamado estupro "corretivo", como na reportagem Mulheres homossexuais sofrem corretivo na África do Sul ..os homens que atacam essas mulheres alegam que estão "ensinando uma lição". Mas é importante registrar que isso acontece em muitos lugares e não somente em países da África.
A lesbofobia pode aparecer de diversas formas, com frases que discriminam, gestos que segregam as pessoas, com a violência física como no caso do estupro corretivo, com o abandono sofrido por lésbicas por parte de seus familiares, enfim, são inúmeros os exemplos pra falar sobre lesbofobia e a luta dos movimentos LGBT é para que um dia isso seja considerado crime, previsto em Lei.
Como podemos ver, são muitas as razões para seguir lutando.
Para terminar, deixo o trailer do filme "Como Esquecer" (2010, direção Malu de Martino), baseado no livro homônimo de Myrian Capello, que conta a história de Júlia (Ana Paula Arósio), uma mulher angustiada e desiludida com um amor que se acaba. Vale a pena assistir.

São exploradas e oprimidas pela desigualdade de gênero, de orientação sexual e identidade sexual e de gênero. São invisíveis na constituição da família, no acesso à saúde pública especializada e na previdência social. São rotuladas e estigmatizadas pelo preconceito que se expressa na lesbofobia e no machismo, sendo caracterizadas como “sapatão”. São vítimas no cotidiano do estupro “corretivo”, agressões físicas e psicológicas.

De acordo com “o Dossiê Saúde das Mulheres Lésbicas – Promoção da Equidade e da Integralidade (2006), publicado pela Rede Feminista de Saúde, dados evidenciam as desigualdades de acesso aos serviços de saúde pelas lésbicas e mulheres bissexuais”. Com relação às mulheres que procuram atendimento de saúde, cerca de 40% não revelam sua orientação sexual. Entre as mulheres que revelaram, 28% referem maior rapidez do atendimento do médico e 17% afirmam que estes deixaram de solicitar exames considerados por elas como necessários. Com relação ao exame preventivo de câncer cérvico uterino (Papanicolau), o referido dossiê cita dados da pesquisa realizada em 2002 pela Coordenação DST/AIDS do Ministério da Saúde que demonstram que entre as mulheres heterossexuais a cobertura na realização deste exame nos últimos três anos é de 89,7%. Já entre as lésbicas e mulheres bissexuais a cobertura cai para 66,7%, mesmo entre pessoas com maior escolaridade e renda.

Um afro abraço.
fonte:UNEGRO/LGBTT"S/Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mãe Menininha do Gantois

Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986) , conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Iyálorixá (mãe-de-santo) brasileira, filha de Oxum.

Escolástica Maria da Conceição Nazaré foi o nome de batismo de Mãe Meninha do Gantois. Neta de escravos, ela nasceu em 10 de fevereiro de 1894, na cidade de Salvador. O Terreiro do Gantois foi fundado por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, em 1849. O popular nome do terreiro veio do francês (belga?) que era proprietário do terreno onde o templo foi construído.

Mãe Menininha foi iniciada nos rituais pela tia Pulquéria, sua antecessora. Quando assumiu a liderança do terreiro, escolhida pelos orixás, ainda não tinha 30 anos completos e, inicialmente, sua juventude não foi bem vista pelos adeptos mais antigos. Porém, com sua doçura, carisma e diplomacia, Mãe Menininha mudou esta situação. Nos mais de 60 anos em que liderou o Terreiro do Gantois, como relações públicas de sua religião, sempre se mostrou disponível para explicar o candomblé a quem se interessasse. Além disso, sempre teve um ótimo relacionamento com governantes, artistas e intelectuais e também conquistou o respeito de líderes de outros terreiros e até de sacerdotes católicos.

Como ialorixá, ela enfrentou o preconceito que a sociedade tinha em relação aos adeptos do candomblé. Não havia liberdade de culto e os terreiros eram freqüentemente invadidos pela polícia, sofrendo muitas perseguições e violência. Na década de 30, a Lei de Jogos e Costumes era mais tolerante ao candomblé, mas ainda assim as festas só podiam ser realizadas em determinados horários e mediante autorização por escrito. A situação só mudaria em 1976, quando o então governador da Bahia, Roberto Santos, sancionou um decreto liberando as casas de candomblé da obtenção de licença e do pagamento de taxas à delegacia de Jogos e Costumes.


Mãe Menininha do Gantois foi a ialorixá mais famosa do país. Sob seu comando, o Terreiro do Gantois logo se tornou um dos mais procurados e respeitados da Bahia. Para muitos pesquisadores, a popularidade e o reconhecimento que Mãe Menininha alcançou foram de fundamental importância para aumentar a aceitação do candomblé na sociedade.Casou-se com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses, e com ele teve duas filhas, Carmem e Cleusa, que a sucedeu no terreiro.

Mãe Menininha recebeu muitos títulos, homenagens e medalhas. Uma das que mais gostava era a dos Filhos de Gandhy, que a nomearam madrinha do afoxé. Em 1972, Dorival Caymmi compôs a famosa música Oração a Mãe Menininha, que trazia os versos: "A beleza do mundo, hein? Tá no Gantois./ E a mão da doçura, hein? Tá no Gantois./ O consolo da gente, ai. Tá no Gantois.../ Ai, minha mãe. Minha Mãe Menininha".

Além dele, Jorge Amado, Antônio Carlos Magalhães, Vinícius de Moraes, Maria Bethânia e Caetano Veloso eram algumas das inúmeras personalidades que se aconselhavam com Mãe Menininha. Em 1994, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo para marcar o centenário de seu nascimento.

Mãe Menininha morreu em 13 de agosto de 1986, aos 92 anos, na cidade de Salvador.

Um afro abraço.


fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Whitney Houston:: Sucesso e Tragédia de uma Estrela Negra...


Whitney Elizabeth Houston nasceu em Newark, Nova Jérsei, em 9 de agosto de 1963. É uma famosa cantora, compositora, produtora músical e teatral e atriz norte-americana, uma das mais populares e famosas artistas das décadas de 1980 e 1990, recebendo vários Grammys, American Music Awards, Billboard Music Awards, Emmys, um MTV Video Music Award, um MTV Movie Award, um MTV Europe Music Award, o prêmio de Artist of the Decade (artista da década) e o especial Legend Award. Influenciou a carreira de várias artistas como Kelly Price, Mariah Carey, Christina Aguilera, Beyoncé Knowles, Jessica Simpson, Alicia Keys, Leona Lewis e outras cantoras da música Pop e R&B. Em 22 anos de carreira Whitney Houston já vendeu mais de 175 milhões de discos em todo o mundo, sendo 75 milhões somente nos Estados Unidos e 70 milhões de singles de acordo com a RIAA, totalizando mais de 245 milhões de cópias em todo o mundo. Em toda a sua carreira, Whitney Houston já recebeu mais de 400 prêmios, sendo a cantora mais premiada da história, certificada pelo Livro Guinness dos Recordes (Guinness World Record) em 2006. É reconhecida em todo mundo por ter uma das vozes mais lindas de todos os tempos, além de uma grande habilidade vocal que incluem uma imensa potência, melismas e vibratos, sendo considerada como uma voz única e lendária. A mãe (Cissy Houston), uma prima em primeiro grau (Dionne Warwick) e a madrinha (Aretha Franklin) eram reconhecidas cantoras de gospel/R&B/soul, o que resultou na constante presença da música na vida da jovem Whitney. Aos 11 anos de idade, Whitney começou a cantar no coro gospel de uma igreja batista em Newark e mais tarde acompanharia sua mãe em alguns concertos. Mesmo sendo batista, Whitney se formou numa escola católica. Depois de aparecer no álbum de 1978 da mãe, Think It Over, ela começou a cantar como apoio vocal para muitos cantores famosos, entre eles: Chaka Khan e Jermaine Jackson. No mesmo ano, com apenas 16 anos de idade, ela fez um dueto com Michael Zager no single "Life is a Party". No começo da década de 1980, ela começou a aparecer como modelo em várias revistas e chegou até a ser capa da "Seventeen" e "Glamour"

Estreia no cinema 
Em 1992, Whitney fez seu primeiro filme, O Guarda-Costas, o qual protagonizou junto com Kevin Costner. Sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 500 milhões de dólares no mundo todo, o filme teve uma trilha-sonora caprichada e Whitney gravou seis novas canções para a trilha-sonora do filme, incluindo uma versão do clássico de Dolly Parton, "I Will Always Love You" A canção"I Have Nothing" foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original. Outros "hits" lançados como single da trilha-sonora de O Guarda-Costas: "I am Every Woman" (regravação de uma canção Chaka Khan), "Run to You" e "Queen of the Night" (escritas pela própria Whitney). O álbum vendeu mais de quarenta milhões de cópias em todo o mundo, com 18 milhões só nos Estados Unidos, tornando-se o álbum mais vendido por uma cantora solo, a trilha-sonora mais vendida da história e o mais vendido da década de noventa. Em março de 2005, após 13 anos de lançado, o álbum voltou as paradas de sucesso na Espanha
ocupando #25.

Em 18 de julho de 1992, Whitney se casou com o cantor Bobby Brown em Nova Jersey. Em março de 1993, deu à luz uma menina, chamada Bobbi Kristina, que canta com a mãe nas canções "My Love is Your Love" e "Little Drummer Boy". Em 1994 com a turnê mundial “The Bodyguard”, Whitney fez sua primeira apresentação no Brasil, no Rio de Janeiro, levando os fãs ao delirio quando interpretou ao vivo “I Will Always Love You” o maior sucesso de sua carreira e também cantou na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo. Em 1995 Whitney atuou em outro filme, Waiting to Exhale (Falando de Amor), baseado num livro de Terry McMillans sobre as vidas de quatro mulheres afro-americanas. As outras personagens são interpretadas por Angela Bassett, Loretta Devine e Lela Rochon. O diretor do filme foi Forest Whitaker. Foi rodado na primavera de 1995 e estreou nos cinemas em dezembro do mesmo ano. Arrecadou uma estimativa de 80 milhões de dólares nas bilheterias do mundo todo. A trilha-sonora de “Waiting to Exhale” incluia três novas canções de Whitney: "Exhale (Shoop, Shoop)", "Count on Me" (dueto com CeCe Winans) e "Why Does It Hurt So Bad". O single "Exhale (Shoop, Shoop)" estreou na primeira posição dos mais vendidos tornando-se seu décimo primeiro número #1 nos EUA e o segundo single da história a estrear nessa posição. O álbum vendeu dezoito milhões de cópias no mundo todo, sendo mais de sete milhões só nos EUA.

Seu filme seguinte, The Preacher is Wife (Um Anjo em Minha Vida), foi um remake em que protagonizou ao lado de Denzel Washington. O filme começou a ser rodado em janeiro de 1996 e estreou nos cinemas em 13 de dezembro do memo ano. Whitney estava planejando por muito tempo lançar um álbum gospel e a trilha-sonora deste filme foi a oportunidade única para fazê-lo. A trilha-sonora de “The Preacher is Wife” foi lançada um mês antes do filme e se converteu no álbum gospel mais vendido da história. Whitney canta catorze das quinze faixas do álbum, incluindo os "hits" "I Believe in You and Me" e "Step by Step".

Vida turbulenta 
Em meio a ampla cobertura da mídia de sua turbulência pessoal e profissional, Houston terminou seu casamento de 14 anos com o cantor Bobby Brown, em 2006.
Os dois tiveram uma filha, Bobbi Kristina e viveram um romance turbulento, com direito a manchetes sobre consumo de drogas e bebida. Ele chegou a ser preso em dezembro de 2003. Whitney, inclusive, o acusou de ter sido agredida por ele...

Em 2009, Houston lançou seu sétimo álbum de estúdio, I Look to You. Whitney era frequentemente comparada a grandes artistas do passado, como Frank Sinatra, Aretha Franklin e Elvis Presley e também está entre os 500 Maiores artistas de todos os tempos da Revista Rolling Stone

Saudades:
Em setembro de 2011, o The Hollywood Reporter anunciou que Whitney iria produzir e estrelar um remake do filme Sparkle ao lado de Jordin Sparks e Mike Epps. Sparkle marcaria o retorno de Whitney aos cinemas após 15 anos, desde o lançamento do The Preachers Wife em 1996. No filme, Whitney interpreta Emma, mãe de Sparkle.
As filmagens ocorreram entre 10 de outubro e 18 de novembro de 2011 e teve um orçamento estimado em US$ 17 milhões. A trilha sonora do filme foi lançada em 31 de julho de 2012. O Primeiro single, Celebrate, dueto com Jordin Sparks, foi a última gravação de Whitney em estúdio, realizada no dia 7 de fevereiro. Foi lançado oficialmente no dia 5 de junho de 2012. O vídeo clipe foi filmado em 30 de maio e lançado oficialmente em 30 de junho de 2012.

Whitney foi reconhecida internacionalmente como uma das maiores artistas de todos os tempos, devido ao seu talento, legado e, principalmente, à sua voz marcante e lendária. Graças a esse talento vocal marcante, Whitney foi frequentemente chamada de The Voice (A Voz). Whitney é frequentemente comparada a grandes artistas do passado, como Frank Sinatra, Aretha Franklin eElvis Presley e também está entre os 500 Maiores artistas de todos os tempos da Revista Rolling Stone. Whitney faleceu em 11 de fevereiro de 2012. O laudo do Instituto de Criminalística de Los Angeles disse que a morte de Whitney Houston foi acidental. A cantora se afogou na banheira, mas, segundo os peritos, outros dois fatores contribuíram para a morte dela: uma doença nas artérias do coração e traços de cocaína que foram encontrados durante a autópsia

Whitney foi enterrada no domingo, 19 de fevereiro, no cemitério Fairview, no Westfield, Nova Jersey, ao lado de seu pai, John Russell Houston, que morreu em 2003.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Martin Luther King

Líder da população negra norte-americana, nasceu em 1929, em Atlanta, e morreu assassinado em 1968, em Memphis. O seu protagonismo foi decisivo para a declaração de inconstitucionalidade da segregação racial dos negros. Eloquente ministro baptista, liderou o movimento a favor dos direitos civis da América Negra nos anos 50 até ao seu assassinato em 1968.

Casou com Coretta Scott, em 1953, e tiveram quatro filhos. Em 1955 uma mulher negra tinha-se recusado a ceder o seu lugar sentado no autocarro a um passageiro branco, pelo que fora presa por violar a lei da segregação racial. Os activistas negros formaram em Montgomery uma associação com o objectivo de boicotar o trânsito e escolheram Luther King para seu líder. O boicote durou 381 dias e em 1956, o Supremo Tribunal declarou inconstitucional a lei de segregação nos meios de transporte. Entre 1960 e 1965, ainfluência de King atingiu o auge. Em 1960 foi preso e o caso assumiu proporções nacionais. A estratégia de liderar um movimento activo mas não violento levou à adesão de muitos negros e de brancos liberais em todas as partes do país, tendo estas acções contado com o apoio da administração Kennedy. Em 1963, mostrou ao mundo a importância de resolver os problemas raciais através de uma marcha pacífica em Washington pelos direitos humanos, em que participaram mais de 200 000 pessoas. Nesse dia proferiu a célebre frase "I have a dream" num discurso em que fez uso de frases bíblicas, no qual proferiu o seu sonho de um dia ver brancos e negros juntos. Em 1964 foi aprovada a lei que acabaria com a segregação racial. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1964. A 4 de Abril de 1968 foi morto por um atirador quando estava na varanda de um hotel com alguns acompanhantes. Em 1969 a acusação recairia sobre o branco James Earl Ray, que foi condenado a 99 anos de prisão. O Congresso americano votou a favor de um feriado nacional em sua honra, que começou a ser celebrado a partir de 1986 na terceira segunda-feira de Janeiro.

Formação e início de vida
King nasceu em Atlanta, Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929. Entrou para o Morehouse College aos 15 anos e foi ordenado pastor batista aos 18 anos de idade. Depois de se formar no Seminário Teológico de Crozer como presidente da turma em 1951, fez pós-graduação na Universidade de Boston. Lá conheceu Coretta Scott, nascida em Marion, Alabama, com quem se casou em junho de 1953.


Os estudos de King em Crozer e em Boston levaram-no a analisar os trabalhos do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, cujas idéias se tornaram o núcleo da sua própria filosofia sobre o protesto não violento. Em 1954, King aceitou a designação para ser pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama.
O boicote aos ônibus de Montgomery

Naquele mesmo ano, a Corte Suprema dos Estados Unidos proibiu qualquer tipo de educação pública segregadora, e no rastro daquela decisão, o Sul segregado logo foi desafiado em todas as áreas da administração pública.

Em 1955, King, que havia acabado de terminar o doutorado, foi indicado para coordenar um boicote aos ônibus de Montgomery. Os líderes negros da cidade haviam organizado o boicote para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte público após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que havia se recusado a ceder o seu lugar a uma passageira branca.

Durante a ação, que durou 381 dias, King foi preso, a sua casa foi atacada e muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. O boicote foi encerrado mediante um mandado da Suprema Corte proibindo qualquer transporte público segregador.

O boicote de Montgomery foi uma vitória do protesto pacifista, e King emergiu como líder altamente respeitado. Como conseqüência os clérigos negros de todo o Sul organizaram a Conferência de Lideranças Cristãs do Sul (SCLC), tendo King como presidente.
Liderança quanto aos direitos civis

Em uma visita à Índia em 1959, King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social.

Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor dos direitos civis em Birmingham, Alabama, a realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul. Dirigiu a histórica ”marcha” para Washington, em 28 de agosto de 1963, onde pronunciou o famoso discurso I have a dream (Tenho um sonho). Em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.


Ampliação das preocupações
À medida em que o tempo foi passando, King foi ficando cada vez mais sensível às diferentes formas que a violência poderia assumir. Também havia ficado claro que inúmeras cidades do Norte que haviam enviado participantes aos protestos do Sul estavam apáticas em relação aos acertos necessários quanto à estratégia a ser seguida contra a discriminação racial.

As lideranças negras, que estavam passando por uma transformação radical, começaram a desafiar as orientações de King. Após terem apoiado o litígio e a reconciliação, exigiam uma mudança “de qualquer maneira que fosse possível”.

Em Chicago, onde foi lançada a primeira grande campanha no Norte, ele recebeu a oposição pública dos batistas negros. Lá os manifestantes negros encontraram brancos, armados, liderados por neonazistas e apoiados por membros da Ku Klux Klan.

Quanto à guerra no Vietnã, a maioria dos negros sentia que os seus próprios problemas mereciam prioridade e que as lideranças negras deveriam se concentrar na luta contra a injustiça racial em casa. No início de 1967, entretanto, King se associou ao movimento contra a guerra e às suas lideranças nacionais brancas.
Assassinato

Em abril de 1968 foi assassinado em Memphis, Tenessee, por um branco que havia escapado da prisão. Em 1986, o terceiro domingo de cada mês foi escolhido como a data para a comemoração dos direitos civis dos negros.

"Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver".
(Martin Luter King Jr.)



Um afro abraço.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Nossa história :Causas e consequências da revolta dos alfaiates

A Revolta dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana, foi um movimento ocorrido em 1798, que contou com o apoio da elite, mas sobretudo das camadas populares, como os negros e mulatos, artesãos, pequenos comerciantes, escravos, alfaiates e libertos. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.

Desde a mudança da capital de Salvador para Rio de Janeiro, a Bahia perdeu seu papel de destaque na participação histórica e política do Brasil. Os baianos sofriam cada vez mais com uma situação secundária que lhes era imposta pela coroa portuguesa, encaravam grande aumento do preço das mercadorias e produtos essenciais, gerando escassez de alimentos. Ameaçados com a situação, os habitantes da Bahia saqueavam açougues e mercearias em busca de carnes e alimentos.

Diante do quadro grave em que viviam, um grupo de intelectuais, influenciados pelo exemplo do que acontecera nas Treze Colônias Inglesas, no Haiti, e por ideologias iluministas e republicanas, começou a propagar as idéias emancipacionistas. Esses intelectuais, quase em sua totalidade, eram provenientes da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz.



O principal líder da Conjuração Baiana, também chamada Revolta dos Alfaiates, foi Cipriano Barata. O movimento se caracterizou por ser o mais amplo e democrático que existiu no Brasil colonial, junto com Cipriano estavam pessoas dos mais diversos setores sociais, com a participação inclusive de mulheres negras.

O projeto emancipacionista da Conjuração pregava uma sociedade democrática e igualitária. Defendiam a diminuição dos impostos, a proclamação da República, a abertura dos portos, o fim do preconceito e o aumento salarial. No decorrer do mês de agosto de 1798, os líderes do movimento começaram a pregar e espalhar panfletos pelas vilas e porta das igrejas. A movimentação tomava as ruas e incendiava as pessoas com as radicais propostas apresentadas contra a coroa. Não tardou muito para que a metrópole ordenasse o esmagamento da revolta, fazendo com que muitos fossem presos logo em seguida. Assim como na Inconfidência Mineira, centenas de pessoas foram denunciadas por aqueles que já haviam sido detidos.


Objetivos

- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal;- Defendiam a implantação da República;
- Liberdade comercial no mercado interno e também com o exterior;
- Liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto eram favoráveis à abolição dos privilégios sociais e também da escravidão;
- Aumento de salários para os soldados.

Quem participou
- O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e ex-escravos.

A punição da coroa portuguesa foi rígida, ordenou que alguns envolvidos fossem enforcados e esquartejados para que seus restos, espalhados pela Bahia, servissem de exemplo. Os quatro que sofreram a pena capital, no dia 8 de novembro de 1799, foram:Lucas Dantas do Amorim Torres (soldado), Manuel Faustino dos Santos Lira (aprendiz de alfaiate), Luís Gonzaga das Virgens(soldado) João de Deus Nascimento (mestre alfaiate).

Os demais envolvidos sofreram punições diferenciadas. Cipriano Barata foi preso no dia 19 de setembro de 1798, mas foi julgado, absolvido e então liberto em janeiro de 1800. Todos os outros que eram membros da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz foram também absolvidos. Enquanto os revoltosos pregavam uma sociedade mais democrática e igualitária, a coroa deixou claro através do julgamento o quanto se mantinha conservadora. Todos os punidos com pena de morte ocupavam uma posição social e econômica pouco significativa ou mesmo eram de origem racial indesejada. Já os absolvidos eram privilegiados por condições sócio-econômicas de destaque na sociedade.


Um afro abraço.
fonte:www.historiadobrasil.net/conjuracao_baiana

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...