Sua trajetória:
Nasceu no bairro de São Cristóvão e passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Lá, começou a trabalhar, para ajudar no sustento da família - seu pai havia se separado de sua mãe. Levado por um amigo músico, conheceu a Estação Primeira de Mangueira e se apaixonou pela escola de samba.
Paralelamente à vida de cantor de rádio e boates, Jamelão começou a fazer história na Mangueira, da qual passou a fazer parte aos 14 anos sem quaisquer pretensões artísticas. Ia para a avenida para tocar tamborim e paquerar as meninas. O cantor começou a desfilar na escola em 1933, primeiro na bateria, tocando tamborim e pandeiro num tempo em que ainda não existia samba enredo. Depois, na década de 50, Jamelão assumiu o posto de puxador de samba oficial da Mangueira, que ocupa até que sua saúde permitiu. Naquela época, a Avenida Marquês de Sapucaí ainda não era o palco dos desfiles, que eram realizados na Praça Onze, também no centro do Rio de Janeiro. Sem os microfones e toda a aparelhagem de som dos carnavais contemporâneos, o puxador da escola levava o samba no gogó, às vezes com o auxílio apenas de um megafone.
Segundo ele, lá "paravam os batuqueiros", para fazer um "samba pesado. Samba duro, de roda". Essas rodas de samba, vez por outra, acabavam com a chegada da polícia. A explicação de Jamelão é que nessas rodas sempre aparecia um "Zé Mané querendo fazer o nome. A rapaziada, então, pegava ele na pernada. O sujeito guardava a raiva e voltava no ano seguinte, querendo vingança. Já vinha armado e aconteciam brigas sérias. A polícia sempre intervinha". Passou para o cavaquinho e depois conseguiu trabalhos no rádio e em boates. Foi "corista" do cantor Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins, outra diferença apontada por Jamelão foi a inversão dos papéis do cantor e do compositor com o passar do tempo. “Antigamente, o compositor procurava o cantor para ter suas músicas gravadas”, lembra o intérprete que imortalizou sucessos de Ary Barroso e Lupicínio Rodrigues, entre outros mestres do samba. “Hoje, o cantor é que procura o autor, mas nem sempre consegue a cessão de direitos para a gravação das músicas”, diz. “Os compositores querem cantar suas próprias canções.” O resultado disso, na opinião do cantor, é a falta de renovação na música brasileira. “Até pode ter gente hoje comparável ao pessoal da antiga, como Cartola e Ismael Silva, mas ninguém repara porque tem um monte de gente cantando sempre a mesma coisa. Ninguém quer arriscar, sair do filão.”
Primeiro Interprete de Samba enredo .
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete.
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete.
Ganhou o apelido de Jamelão: um apelido varias versões:
1ª - O apelido ele ganhou por acaso, antes de começar a cantar. Numa gafieira, José Bispo foi vítima de uma brincadeira dos amigos, que pediram ao gerente para chamar o ainda aprendiz de cantor ao palco. Sem saber o nome do futuro intérprete, o gerente o apresentou como Jamelão. O apelido pegou e, a partir daí, o nome José Bispo começou a ser esquecido. Da época áurea do rádio, o cantor guarda boas lembranças. “Você gravava um disco, entregava na rádio, ia embora e eles tocavam”, conta. “Hoje, se você não tiver um bom dinheiro no bolso, isso não acontece.”
2ª -Jamelão, em 1945, participou, sem sucesso, de um programa de calouros na Rádio Ipanema. Talvez tenha sido nesse programa que ele ganhou seu apelido. Segundo o próprio Jamelão, quando ele saiu dos estúdios, ouviu o apresentador "anunciar determinada música a ser interpretada por Jamelão". Quando ouviu isso, ainda se perguntou: "quem seria esse tal de Jamelão?" Para sua surpresa o Jamelão era ele, pois o contínuo da Rádio Ipanema veio afobado e, segundo contou o próprio cantor em depoimento no Museu da Imagem e do Som, no Rio, "ele me chamou, dizendo que era hora de eu entrar em cena para defender a música".
2ª -Jamelão, em 1945, participou, sem sucesso, de um programa de calouros na Rádio Ipanema. Talvez tenha sido nesse programa que ele ganhou seu apelido. Segundo o próprio Jamelão, quando ele saiu dos estúdios, ouviu o apresentador "anunciar determinada música a ser interpretada por Jamelão". Quando ouviu isso, ainda se perguntou: "quem seria esse tal de Jamelão?" Para sua surpresa o Jamelão era ele, pois o contínuo da Rádio Ipanema veio afobado e, segundo contou o próprio cantor em depoimento no Museu da Imagem e do Som, no Rio, "ele me chamou, dizendo que era hora de eu entrar em cena para defender a música".
Mas há uma outra versão para essa mesma história da qual fonte é também o próprio Jamelão. Ao ser perguntado a respeito do apelido, em uma entrevista concedida em 1998 ao "Jornal do Brasil", Jamelão disse: "É coisa de garoto. Minha mãe era doméstica e trabalhava no Colégio Independência, na rua Bela Vista, no Engenho Novo. A gente morava nos fundos do colégio, num barraco. Quando comecei a jogar futebol no Piedade Futebol Clube, a turma costumava sair e ir jantar num restaurante. Um dia me levaram para a gafieira e lá surgiu o nome Jamelão. O pessoal na brincadeira falou para o gerente que eu gostava de cantar. Não é que eu gostasse, eu sabia as músicas da época, a gente cantava junto. O cara não sabia meu nome e foi para o microfone e anunciou Jamelão.
No carnaval de 1990, Jamelão anunciou o fim da sua carreira de intérprete de escola de samba. Durante o que seria seu último desfile, Jamelão -que havia chegado ao sambódromo com febre alta- passa mal, mas consegue terminar o desfile. Na praça da apoteose, ele anunciou, pelo microfone do carro de som, sua decisão de parar de cantar em desfiles, dizendo: "Queria agradecer a toda a escola, à bateria, maravilhosa. Estou encerrando aqui meu trabalho como intérprete de samba-enredo."
Nessa época, Jamelão começava a enfrentar problemas com a pressão e, segundo sua mulher, Delice, "estava cansado". Mas, no ano seguinte, ele voltou a ativa e não para mais. Continua, até hoje, sendo o intérprete dos samba-enredo da verde e rosa. Aliás, Jamelão não é puxador de samba. Segundo ele, "puxador é quem fuma maconha ou rouba carro". Ele é intérprete.
Em 1997, a gravadora Continental lançou a coletânea "Jamelão - A Voz do Samba", em 3 CDs, com a compilação de 33 anos de sua carreira do cantor. Nesse ano Jamelão também participou junto com Alcione, Carlinhos Vergueiro, Chico Buarque, Christina, João Nogueira, Lecy Brandão, Nelson Sargento e Velha Guarda da Mangueira da gravação do CD "Chico Buarque da Mangueira".
Jamelão continuou apostando no samba canção, gênero que nunca abandonou desde o início da carreira. No novo disco, ele canta doze músicas de um autor desconhecido, Alberto Gino, além de uma dele próprio em parceria com Luís Antônio Xavier, e outra de Anselmo Mazzoni com Victor Hugo. “Procurei gravar um disco novo. Quero que as pessoas ouçam e analisem.” O cantor só não vai conseguir se apresentar como gostaria, acompanhado da orquestra de 20 músicas que participou da gravação do disco. “O que lhe custaou muito caro se apresentar com orquestra. Antigamente era mais fácil” dizia...
Para muitos críticos, essa faceta de Jamelão o coloca como um dos maiores cantores de músicas de "dor de cotovelo", enquanto que para o próprio Jamelão elas são todas músicas de "cantor romântico".
Em 1994, pela primeira vez na história da Mangueira, Jamelão dividiu a interpretação de um samba-enredo, ao gravar com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia a música de sua Escola no disco com os sambas das escolas do Grupo Especial daquele carnaval. A idéia de juntar Jamelão e os baianos homenageados pela escola foi de Ivo Meirelles, então vice-presidente da Mangueira. O samba gravado é "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu", de Davi Corrêa, Carlinhos Sena, Bira do Ponto e Paulinho Carvalho.
De 1949 até 2006, Jamelão foi intérprete de samba-enredo na Mangueira, sendo voz principal a partir de 1952, quando sucedeu Xangô da Mangueira. Em janeiro de 2001, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Diabético e hipertenso, Jamelão teve problemas pulmonares e, desde 2006, sofreu dois derrames. Afastado da Mangueira, declarou em entrevista: "Não sei quando volto, mas não estou triste."
Casado com Delice , Jamelão continua morando no apartamento de Vila Isabel e, por enquanto, nem cogita da possibilidade de se aposentar. “Enquanto eu puder cantar e continuarem me chamando, eu canto”, afirma. “Tem outros que perderam a voz, mas felizmente Deus ainda me permite cantar.”
Jamelão morreu às 4hs do dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em sua cidade natal, por falência múltipla dos órgãos. O enterro foi no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.
Se liga:
Essa gênio forte, que para muitos é fruto apenas de um mau humor crônico, talvez venha da vida dura de garoto pobre nos subúrbios do Rio, ou dos problemas enfrentados por Jamelão em sua carreira, tais como o preconceito racial, pois o próprio cantor já disse que:
Casado com Delice , Jamelão continua morando no apartamento de Vila Isabel e, por enquanto, nem cogita da possibilidade de se aposentar. “Enquanto eu puder cantar e continuarem me chamando, eu canto”, afirma. “Tem outros que perderam a voz, mas felizmente Deus ainda me permite cantar.”
Jamelão morreu às 4hs do dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em sua cidade natal, por falência múltipla dos órgãos. O enterro foi no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.
Se liga:
Essa gênio forte, que para muitos é fruto apenas de um mau humor crônico, talvez venha da vida dura de garoto pobre nos subúrbios do Rio, ou dos problemas enfrentados por Jamelão em sua carreira, tais como o preconceito racial, pois o próprio cantor já disse que:
"O artista negro sempre encontra uma barra mais pesada. No meio musical todo mundo quer o crioulo, mas para fazer figuração, para tocar pandeiro e agogô e as negras para sambar. Para ser estrela não serve, tem de ser branco e de preferência boa pinta. Não grito contra isso porque sei que as pessoas que hoje me desprezam amanhã vão me amar. Mas já fui deixado de lado em função de outros caras só porque eles eram brancos".
Um afro abraço.
UNEGRO 25 ANOS DE LUTA...
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.terra.com.br/istoegente/wikipedia.org/almanaque.folha.uol.com.br