UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Discriminação nas Empresas












4 casos de racismo e discriminação nas empresas


Sexismo, racismo e homofobia ainda rondam o mundo dos negócios, apesar dos avanços


São Paulo – Dizer que empresas são feitas, antes de tudo, de pessoas entra na categoria do “óbvio ululante” de Nelson Rodrigues. Mas tão óbvia – ou ululante – é a dificuldade das companhias em mudar comportamentos e cortar maus hábitos de seus funcionários.




É claro que, nem sempre, a alta direção de uma empresa está diretamente envolvida, ou mesmo incentiva, práticas de discriminação contra consumidores e clientes. Mas os casos a seguir, ocorridos neste ano, mostram que este é um assunto no qual as empresas não podem relaxar – sob pena de arranharem sua imagem e sofrerem punições bem concretas.


Sony Music é condenada por música do Tiririca


O palhaço Tiririca, deputado federal mais votado do país, está bem comportado no Congresso Nacional, mas sua carreira artística está rendendo dores de cabeça à Sony Music.


Em fevereiro de 2004, a gravadora foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de 300.000 reais a entidades de luta contra a discriminação. O motivo foi a divulgação da música “Veja os cabelos dela”, de Tiririca, no qual o agora parlamentar compara a cabeleira de uma mulher a palha de aço, entre outras gracinhas. No final de março deste ano, a Justiça determinou a revisão do valor a ser pago – que pode praticamente dobrar.


Metrô é multado por discriminar transexual



No início de maio, a Secretaria de Justiça e Defesa à Cidadania do Estado de São Paulo multou o Metrô paulistano em 87.250 reais por discriminar uma transexual. Em 2010, a mulher requereu um bilhete único especial no Metrô.


Ela apresentou um laudo médico com seu nome social (feminino) e seus documentos civis (com o nome masculino). Pela diferença das nomenclaturas, o funcionário do Metrô negou-se a emitir o bilhete. A Defensoria Pública do Estado entrou no caso, e a estatal foi punida.




Devassa é notificada por racismo em publicidade


Em 30 de maio, a cerveja Devassa foi notificada pelo Procon de Vitória por racismo. Uma de suas peças publicitárias exibia uma mulher negra em trajes sumários, ao lado do slogan: "É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra."


Na ocasião, o Procon afirmou que a peça era “explicitamente desrespeitosa em relação às mulheres”. A cervejaria foi multada e obrigada a lançar uma campanha de contrapropaganda.


Extra, do Pão de Açúcar, indeniza garoto por racismo


Ontem (21/7), O Estado de S.Paulo noticiou que o Extra, uma das bandeiras do Grupo Pão de Açúcar, aceitou pagar uma indenização de 260.000 reais a um garoto de dez anos.


A criança foi abordada por seguranças do hipermercado, no bairro paulistano da Penha, sob a suspeita de que tivesse roubado produtos da loja. Levado a uma “sala reservada”, sofreu ofensas racistas e foi obrigado a ficar nu para ser revistado. O garoto só foi liberado quando os seguranças viram a nota fiscal da compra. Poderiam ter pedido antes, não?


fonte:http://www.memes.com.br/jportal/portal.jsf?post=35103


terça-feira, 9 de agosto de 2011

LENDAS DOS ORIXÁS







Exú


Ele sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.



Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.


Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.


Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.


Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.


Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.


fonte:povodearuanda@povodearuanda.com.br


fabulas da africa






O TAUMATURGO DAS PLANÍCIES


A primeira história é das mais interes-santes entre as que correm, de geração em geração, na tribo banto, que habita os distritos de Lourenço Marques, Gaza e Sofala, em Moçambique, cujos membros têm o nome de Ba-Rongas. Sua língua é o xironga, vulgarmente chamada landim.



A segunda, igualmente passada entre os bantos, mostra que ali, como em toda parte, o ciúme, o arrependimento e o castigo são temas favoritos das histórias populares.



O TAUMATURGO DAS PLANÍCIES


ERA UMA VEZ um homem e uma mulher que tiveram primeiro um filho, depois uma filha. Quando foi pago pela jovem o resgate da esposa, e ela casou-se, os progenitores disseram ao filho:


— Temos um rebanho, do qual poderias dispor. Agora já é tempo de que te cases. Escolheremos para ti uma esposa agradável, que seja filha de gente de bem.


O MACACO E O HIPOPÓTAMO


EM uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucas bananas, existiam numerosos macacos.



Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio.


O macaco Travesso possuia um grupo de bananeiras que lhe proporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe trazia satisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos da região.


No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens.


Texto arquivado em Biblioteca, Literatura, Mitologia


Lenda africana






Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho. - Alô! Que é que você está a fazer estirada na estrada? - Estou a apanhar banhos de sol. Sou uma cobrinha, e você? - Um sapo. Vamos brincar? E eles brincaram a manhã toda no mato. - Vou ensinar você a pular. E eles pularam a tarde toda pela estrada. - Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco. Eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte. - Obrigada por me ensinar a pular. - Obrigado por me ensinar a subir na árvore. Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar. - Quem ensinou isso para você? - A cobra, minha amiga. - Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem. Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular. - Quem ensinou isso para você? - O sapo, meu amigo. - Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso. No dia seguinte, cada um ficou na sua. - Acho que não posso rastejar com você hoje. A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto eu pulo e devoro ele. " Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato. Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas ficavam sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos.



O terrorista viking da extrema-direita

Anders tinha imaginado os atentados há dois anos∙.


O assassino norueguês é cristão fundamentalista, é contra o Islã, o multiculturalismo,∙°°°°∙a mestiçagem, os imigrantes e contra o trabalhismo democrático que governa o país.∙ °°°° °°°°∙Alguns jornais americanos e europeus mais apressados foram logo atribuindo à Al-Qaeda ∙°°°°∙os atentados cometidos em Oslo, na Noruega, no qual morreram 92 pessoas e restam cinco ∙°°°°∙desaparecidas∙∙. ∙°°°° °°°°∙A razão invocada parecia evidente – seria em represália aos soldados noruegueses no Afganistão, ∙°°°°∙à participação nos bombardeios na Líbia ou às caricaturas de Maomé.∙°°°° °°°°∙Mas se enganaram. O autor dos atentados não usa turbante, nem ∙°°°°∙se chama Mohamed ou Mustafá, nem tem barba, nem grita Alá é Grande ∙°°°°∙e nem se suicidou como costumam fazer os kamikases islamitas.∙°°°° °°°°∙um autêntico escandinavo, alto e magro como um manequim, de cabelos loiros, rosto branco ∙°°°°∙longo, bem escanhoado e olhos azuis. Suas fotos estão hoje em todos os jornais, na televisão, na Internet e na memória dos pais que perderam seus filhos queridos. Anders Behring Breivik, legítimo descendente dos vikings, é o que as mulheres chamariam de um homem bonito com cara de anjo, que qualquer pai deixaria sair de noite com sua filha. Engano fatal. Anders Behring Breivik é um assassino, cruel, impiedoso, que, na ilha de Utoya, passou uma hora e meia descarregando seu fuzil-metralhadora nos jovens participantes de um acampamento promovido pelo Partido dos Trabalhadores e teria matado um número maior, se não fosse a chegada de policiais alertados por desesperados twiters. Ex-membro de um partido nacionalista, da direita populista da Noruega, na verdade da extrema- direita. O Partido do Progresso, seu nome, reúne os defensores dos ideais conservadores e quer a proteção da Noruega contra a invasão dos imigrantes estrangeiros, coisa de 10% de trabalhadores,que deixaram seus países ensolarados para terem emprego e bom salário no frio mas rico país exportador de petróleo. Anders Behring Breivik é nacionalista, defende os valores culturais e religiosos do cristianismo fundamentalista, é contra o Islã ou religião muçulmana, contra o multiculturalismo, contra a mestiçagem da sociedade ocidental, contra os imigrantes e contra o socialismo trabalhista democrático que governa o país. Frequentou um clube de tiro ao alvo, donde sua precisão no massacre perpretado, tinha revólver e fuzil-metralhadora em casa e aprendeu a fazer bomba com adubo agrícola. Bombas, diga-se de passagem, mais potentes que as usadas pela Al-Qaeda.


∙O bonito e angelical norueguês lembra um americano também capaz de ∙°°°°∙colocar em prática seu ódio ideológico. Lembra Timothy McVeigh, do atentado também contra um prédio administrativo em Oklahoma City, no qual morreram 168 pessoas, em abril de 1965. Timothy era branco, jovem de 26 anos, e se sentia atraído pelas idéias extremistas dos neonazistas. E igualmente não se suicidou após o massacre cometido.


Talvez se possa dizer que tanto Timothy como Anders sentiram-se satisfeitos por terem concluído seus projetos de ódio ∙E se o autor dos atentados fosse islamita ? Provavelmente, haveria uma represália e se responsabilizaria a coletividade muçulmana. Porém, como . Anders é noruegues, militante de extrema-direita como provam seus escritos sob pseudônimo na Internet e seu plano de massacre datado de 2009, não haverá uma responsabilização do fundamentalismo cristão, nem da ideologia da extrema-direita, que cresce nos países escandinavos. Se não aparecerem cúmplices nos atentados, Anders será considerado simplesmente um louco solitário e ponto final.


Por:Rui Martins∙


fonte:jornalista, escritor, líder emigrante, correspondente em Genebra∙Correio do Brasil


Quem bate à porta? E’ você passado?

Quem bate à porta? E’ você passado?











O passado tem sempre a tendência de bater em nossas portas quanto menos esperamos, e’ o ancentral que muitos de nós decidimos ignorar.


A foto: Trabalhadores das plantações de borracha, punidos por não cumprir quotas, tiveram as suas mãos cortadas. Congo Belga, 1905, foto de Soliloquy.


Por ordem do Rei da Belgica Leopold II.


Normalmente nao perco tempo com fuleiragens e nem com racistas de baixa qualidade, mas sobre os genocídios em África que tantos procuram culpar o meu povo, aprendi um pouco.


Posso afirmar que a história do genocídio em África é atribuída à época colonial, quando os colonizadores belgas massacraram mais de dez milhões de pessoas durante a ocupação colonial do Congo.


Ja' ouviu falar do Rei Leopoldo II? Foi ele quem ordenava que cortassem as mãos de africanos, crianças inclusivo.


O período colonial foi um genocídio!


Genocídio foi um aspecto central da missão chamada de "civilizadora" dos colonos!


Um dos meu avós foi decapitado por não ter dado a sua terra mais fertil aos portugueses.


Os mesmos colonialistas que praticavam assassinatos de africanos em massa, implantaram a idéia de que os problemas na região eram apenas de hostilidade tribal.


Este é e sempre sera' um dos elementos mais fortes do racismo na história colonial. Potências coloniais a praticar genocídio em África!


Um dos primeiros genocídios, se não o primeiro do século vinte aconteceu em África... Namíbia precisamente.


Ainda hoje e’ considerado por muitos de nós africanos como um ensaio para o Holocausto nazista.


A última vez que verifiquei, as Nações Unidas comprovou que 80% da população total do povo Herero (cerca de 65 mil), e 50% da população total de Nama (10.000) foram mortos por alemães entre 1904 e 1907.


Massacres de homens, mulheres e criancas!



Foto: Rei Leopoldo II da Belgica (1835-1909)O regime da colônia africana de Leopoldo II, o Estado Livre do Congo, tornou-se um dos escândalos internacionais mais infames da virada do século XIX para o XX. O relatório de 1904, escrito pelo cônsul britânico Roger Casement, levou à prisão e à punição de oficiais brancos que tinham sido responsáveis por matanças a sangue frio durante uma expedição de coleta de borracha em 1903 (incluindo um indivíduo belga que matou a tiros pelo menos 122 congoleses).(Histórico)


Se o passado bater na sua porta hoje, deixe entrar...


Por:Aristóteles Kandimba


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Beleza fricana...

Mulher Africana











Mulher de Benguela, Angola


Que sejas o símbolo eterno da nossa negritude...


Os nossos sorrisos, lamentos, saberes e rituais.


Que sejas a fé esculturada em nossas almas, essências e sentidos.


Que sejas a faculdade da memória,


que os nossos irmãos e irmãs são aqueles que nos respeitam,


que nos consideram e que se recusam a nos humiliar.


Que sejas a fruta seduzida, provada pelo diabo e seus demônios,


para que seus estômagos se arrebentem de uma vez por todas,


Libertando-nos das crueldades e desigualdades.


Que sejas o emblema e o braço mais robusto de um povo martirizado durante cinco séculos.


foto de Eric L.


Por:Aristóteles Kandimba


domingo, 7 de agosto de 2011

Contos e Lendas da África








CONTO POPULAR DA GUINÉ-BISSAU –




Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.

Fonte: http://pt.shvoong.com/books/children-and-youth/1624914-lenda-tambor-africano-contos-tradicionais/#ixzz1UMvSODLY

Educação X étnico-raciais






Educação e relações étnico-raciais

A diversidade étnico-racial esta presente em nosso cotidiano, a sociedade brasileira por longos anos foi pensada pelos segmentos sociais dominantes a partir de interesses políticos e econômicos de classe, de gênero e de raça. O conceito de raça humana desenvolveu-se de forma equivocada, a partir do desenvolvimento de teorias biológicas de classificação das espécies do reino animal no século XIX. A utilização do conceito de raça humana foi uma construção política que para tanto procurou subsidiar as teorias racialistas que fizeram sucesso no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Tais teorias tiveram adeptos entusiastas no Brasil e subsidiaram a ação do Estado brasileiro na construção de políticas públicas que, mediante diversas formas aprofundaram o caráter excludentes de nossa sociedade.



Em uma sociedade marcada profundamente por relações desiguais nos remete a reflexão da necessidade de repensarmos a qualidade das relações étnico-raciais. A educação das relações étnico-raciais perpassa por diversas relações, ou seja, relações familiares, nos locais de trabalho, nos espaços de lazer, nos espaços religiosos, nas escolas, universidades, etc. Para que possamos melhor compreender as dimensões da importância da reeducação das relações étnico-raciais faz sentido analisar as seguintes orientações:




Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos designando de relações étnico-raciais. Dependem, ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas relações étnico-raciais não se limitam à escola. (Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana/2004).




Os nossos modelos tradicionais de ensino foram organizados para legitimar, uma hegemonia ideológica de determinado segmento social brasileiro. Do Ponto de vista social e político procurou-se legitimar, o interesse da classe social dominante do Brasil, etnicamente procurou-se idealizar relações étnico-raciais baseadas em supostas hierarquias e do ponto de vista de gênero, procurou-se afirmar a supremacia dos Homens. “Homem, Branco e Rico”, foram componentes trabalhados no imaginário social como símbolo de poder, hora de forma explícita, hora de forma indireta, subliminar. A primeira vista pode parecer que essas questões já foram superadas, mas na realidade muito dessas idéias permanecem e foram agravadas por não terem sido enfrentadas de forma adequadas.




Os nossos sistemas de educação, seja público ou privado, têm importantes responsabilidades no trato da diversidade e das relações étnico-raciais. Há que se ter desprendimento, deve haver um contínuo trabalho junto aos profissionais da educação que vise ao seu real engajamento em suas unidades de ensino diante dessas questões, quanto aos alunos devem serem estimulados a reflexões que os possibilitem reeducarem-se continuamente perante a novas relações étnico-raciais e outras questões correlatas. Os desafios são grandes, nesse sentido são apropriadas as seguintes orientações:



O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando às reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros dependem necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. (Conselho Nacional de Educação - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana/2004)


Por: Prof: Jose Geraldo.

Solano Trindade



CANTO À AMADA



Eu tenho uns versos bonitos
pra cantar pra minha amada
sempre sempre desdobrada
em beleza e formosura


Ontem minha amada estava
dentro da cara da Lua
numa garota da rua
no palhaço da folia



Um dia vi minha amada
nas águas do grande mar
outra vez a encontrei
num belo maracatu



Numa canção ela estava
num samba estava também
estava numa boa pinga
sempre está no meu amor



Eu tenho uns versos bonitos
pra cantar pra minha amada
sempre sempre desdobrada
em beleza e formosura

sábado, 6 de agosto de 2011

Uma corrida inglória




Após ofensa racista, ciclista italiano é expulso do Tour do Rio


Luta contra o racismo: Uma corrida inglória
Para o filósofo e cientista político francês, apesar de todos os esforços para combater o mito das raças, a ciência está fadada a chegar eternamente em segundo lugar na corrida contra o preconceito.



Entre os cientistas, ganha mais força, a cada dia, a tese de que a humanidade tem uma origem única e o conceito de raça simplesmente não existe. Mas o racismo, teimosamente, insiste em sobreviver. Pierre-André Taguieff, filósofo e cientista político do CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas), é considerado um dos homens mais habilitados atualmente, na França, a falar sobre esse fenômeno. Aos 45 anos, cinco livros publicados sobre o assunto, ele trabalha em Paris, no próprio apartamento, totalmente tomado por livros, recortes, jornais e revistas. “Gosto de trabalhar à moda antiga”, responde a qualquer um que tenta, em vão, descobrir onde se esconde seu computador. Da sala, o mar de papéis acabou transbordando, literalmente, para os demais cômodos. Até mesmo a cozinha, onde mesa e cadeiras são apenas silhuetas por trás das pilhas de documentos. A aparente desorganização, no entanto, não interfere na lucidez de suas análises. O problema do preconceito é infinitamente mais complicado do que se imagina, como se aprende em seu livro Face ao Racismo, de 1989. “Lutar contra o racismo, para citar uma alegoria do filósofo americano Rudolf Carnap (1891-1970), é como tentar consertar um barco que navega no oceano agitado por uma tempestade.” Nesta entrevista, Taguieff mostra de que maneira mudaram as manifestações racistas através do tempo, e explica por que é tão difícil banir o preconceito.


* Marco Coledan teria chamado o brasileiro Renato Santos, o Centenário, de ‘negro sujo'



Um bate-boca entre um italiano e um brasileiro no sábado (30) terminou em expulsão no Tour do Rio de ciclismo. O italiano Marco Coledan, da equipe Trevidiani, foi acusado de fazer insultos racistas contra o brasileiro Renato Santos, o Centenário, que corre pela DataRo. Durante uma discussão na etapa Teresópolis-Rio das Ostras, Coledan teria chamado Renato de “negro sujo". A organização do evento decidiu excluir o italiano da disputa.


Murilo Ferraz, que também é da DataRo, morou na Itália durante oito meses e entendeu a ofensa proferida por Coledan. Ele contou para Renato Santos, e a equipe levou a reclamação à organização do Tour, que termina neste domingo.

"Isso é inadmissível. A briga pode acontecer com qualquer um, mas não com palavras racistas. O Coledan me ofendeu com palavras racistas, falou “nero” e uma outra palavra que eu não consegui entender, e o Murilo me contou que era algo como “negro sujo”. Denunciei aos comissários, e isso desfez a equipe principal deles. Não vou levar o caso à polícia. O fato de ele não estar competindo já é uma punição", afirmou Renato.

Técnico de Coledan na Trevidiani, Mirko Rossato minimizou a discussão. "Houve uma briga como em qualquer outra corrida. Na Itália essa situação é comum, mas foi uma decisão da organização, e a gente aceita. Renato ofendeu o Marco, e o Marco respondeu com uma palavra que na Itália não tem o menor significado racista", disse Rossato, sem entrar em detalhes sobre qual palavra foi usada.

Murilo Ferraz discorda de Rossato e garante que houve racismo. "Foi racismo mesmo. Na Itália existe rivalidade, um esbarra no outro durante a prova, mas não a ponto de xingar e magoar outro ciclista.


O Racismo...


O racismo foi redefinido sem que se tenham usado noções biológicas ou mesmo de desigualdade, comuns principalmente durante o apogeu do nazismo. Hoje, existe o que eu chamo de racismo cultural ou diferencialista. Cultural porque não se fala em termos de Biologia ou Genética, e sim, de etnias e culturas. Diferencialista porque não coloca estas culturas numa escala hierárquica, como era o caso para as raças “branca”, “negra” e “amarela”. Diz-se somente “existem culturas, homens que fazem parte dessas culturas e que não podem viver fora delas. Cada indivíduo é de uma cultura e de uma só — ele está limitado a ela”. Esse tipo de idéia está mais próximo da essência do racismo do que a própria teoria da desigualdade das raças, que é, paradoxalmente, menos radical. O racismo biológico supõe que existe um termo comum entre as diferentes raças, pois elas podem ser comparadas. Os que eu chamo de diferencialistas nem sequer aceitam comparação. Não existe nem porta ou ponte entre as diferenças culturais. Elas são entidades voltadas para si mesmas, uma fatalidade à qual não se pode fugir.


Pode-se, sem dúvida, lutar contra a pseudociência com a ciência. Sem problemas. Mas as teorias anti-racistas não estão funcionando porque elas utilizaram argumentos da “sabedoria”. Estes argumentos são levados em consideração unicamente no mundo em que eles são considerados sérios. Cada um vive, no entanto, em vários mundos: um científico, outro da experiência vivida, etc. No mundo da razão, cada um pode estar de acordo com o anti-racismo científico. Mas no mundo da experiência vivida, existe sempre aquele “mas”: “Você tem razão, mas você não o conhece. Sou eu que vivo lado a lado com alguém diferente, que come outra comida, ouve música exótica ou cheira mal”. Pode-se também lutar contra um mito com outro mito, como aconteceu a partir da década passada. A tática anti-racista foi fazer a apologia do mestiço: ele é mais bonito e mais “rico” que os outros, pois tem várias origens raciais e culturais. Um absurdo, pois voltamos ingenuamente ao racismo biológico. A crise anti-racista, a meu ver, se deve a estes dois fatores: quando o discurso é científico, ele passa ao largo do problema; quando é simbólico, faz parte do mesmo campo de idéias.O racismo tem duas fontes: uma instintiva e outra histórica. A origem daquilo que chamamos racismo encontra-se enraizada no comportamento instintivo de preservação do território, da defesa deste território. É um comportamento primário, original. Mas não foi esta fonte que fomentou o racismo elaborado que conhecemos hoje. Este fenômeno data da modernidade ocidental, é histórico. O racismo elaborado não é instintivo, e sim, o fruto da sociedade em que vivemos, fruto da nossa história.


fonte:super.abril.com.br/ciencia-www.ibahia.com/...

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...