Criada em outubro de 1931 na cidade de São Paulo, a Frente Negra Brasileira (FNB) foi uma das primeiras organizações no século XX a exigir igualdade de direitos e participação dos negros na sociedade brasileira. Sob a liderança de Arlindo Veiga dos Santos, José Correia Leite e outros, a organização desenvolvia diversas atividades de caráter político, cultural e educacional para os seus associados. Realizava palestras, seminários, cursos de alfabetização, oficinas de costura e promovia festivais de musica.
Foi um movimento social que ajudou muito nas lutas pelas posições do negro. Existiam diversas entidades negras. Todas essas entidades cuidavam da parte recreativa e social, mas a Frente veio com um programa de luta para conquistar posições para o negro em todos os setores da vida brasileira. Um dos seus departamentos, inclusive, enveredou pela questão política, porque nós chegamos à conclusão de que, para conquistar o que desejávamos, teríamos de lutar no campo político, teríamos de ter um partido que verdadeiramente nos representasse. A consciência que existia na época eu acho que era muito mais forte que a que existe agora.
Quando o negro sente uma pressão, quando qualquer agrupamento humano sente uma pressão, procura um meio de defesa. A pressão era tão forte que muitos jornais publicavam: “Precisa-se de empregado, mas não queremos de cor". Havia alguns movimentos também no interior, principalmente nos lugares em que os negros não passeavam nos jardins, mas na calçada. Muitas famílias não aceitavam, inclusive, empregadas domésticas negras; começaram a aceitar quando se criou a Frente Negra Brasileira. Chegou-se ao ponto de exigir que essas negras tivessem as carteirinhas da Frente, e dessa forma, muitas entidades
Se liga na historia - Dirigida por afro-brasileiros que tinham superado a barreira do analfabetismo e se tornado professores, a Frente teve de lidar com diversas contradições. Seu primeiro Presidente, Arlindo Veiga dos Santos, era patrianovista, isto é, monarquista, e, embora sempre afirmasse que essa sua posição não interferia em seu papel como frentenegrino, as maiores críticas à Frente e muitas das cisões que surgem derivam dessa postura e da linha autoritária que a diretoria teria imprimido à Frente, com a formação, por exemplo, de uma milícia. Logo no seu início, o grupo do jornal Clarim da Alvorada, de José Correia Leite, rompeu com a Frente Negra. Na Revolução de 1932, ela decidiu por se manter neutra, não aderindo à luta empreendida pelos paulistas. No entanto, houve uma cisão e de dentro da Frente saiu um grupo que formou a Legião Negra para lutar ao lado dos paulistas.
A FNB ganhou adeptos em todo o país, inclusive os jovens Abdias Nascimento e Sebastião Rodrigues Alves. Seguindo o propósito de discutir o racismo, promover melhores condições de vida e a união política e social da “gente negra nacional”.
No campo da atuação política, a FNB ressaltava a importância de o negro superar a condição de cabo eleitoral, uma condição subalternizada que reforçava e ajudava a perpetuar a subalternidade de sua inserção na sociedade como um todo. Assim, a FNB incentivava o lançamento de candidaturas políticas negras. A entidade chegou a se organizar como partido político. Logo em seguida, em 1937, o Estado Novo de Getúlio Vargas fechou todos os partidos e as associações políticas, aplicando um duro golpe na Frente Negra Brasileira, que foi obrigada a encerrar suas atividades.
Para conhecer mais sobre a Frente Negra Brasileira, sugerimos a leitura do livro Negros e Política: 1888-1937, do historiador Flávio Gomes, publicado pela Zahar Editora. Além da dissertação de mestrado da historiadora Maria Claudia Cardoso Ferreira, sob o título Representações Sociais e Práticas Políticas do Movimento Negro Paulistano: as trajetórias
de Correia Leite e Veiga dos Santos (1928-1937)
É importante ressaltar e lembra nossa historia porque quase nunca o protagonismo afro-brasileiro é lembrado de forma positiva ao longo da história. A nós os relatos oficiais geralmente reservam o papel de coadjuvantes nos grandes eventos, especialmente naqueles que ajudam a definir a situação sociopolítica do país.
Foi um movimento social que ajudou muito nas lutas pelas posições do negro. Existiam diversas entidades negras. Todas essas entidades cuidavam da parte recreativa e social, mas a Frente veio com um programa de luta para conquistar posições para o negro em todos os setores da vida brasileira. Um dos seus departamentos, inclusive, enveredou pela questão política, porque nós chegamos à conclusão de que, para conquistar o que desejávamos, teríamos de lutar no campo político, teríamos de ter um partido que verdadeiramente nos representasse. A consciência que existia na época eu acho que era muito mais forte que a que existe agora.
Quando o negro sente uma pressão, quando qualquer agrupamento humano sente uma pressão, procura um meio de defesa. A pressão era tão forte que muitos jornais publicavam: “Precisa-se de empregado, mas não queremos de cor". Havia alguns movimentos também no interior, principalmente nos lugares em que os negros não passeavam nos jardins, mas na calçada. Muitas famílias não aceitavam, inclusive, empregadas domésticas negras; começaram a aceitar quando se criou a Frente Negra Brasileira. Chegou-se ao ponto de exigir que essas negras tivessem as carteirinhas da Frente, e dessa forma, muitas entidades
de negros que cuidavam de recreação filiaram-se à Frente Negra. E existiam diversas sociedades em São Paulo e pelo interior afora. Por isso a Frente cresceu muito, cresceu de uma tal maneira que tinha delegação no Rio de Janeiro, na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais , chegado a aproximadamente cem mil integrantes em todo o país. Em sua sede na rua da Liberdade, n. 196, funcionava o jornal O Menelik, órgão oficial e principal porta-voz da entidade, sucedido pelo O Clarim d’Alvorada, sob a direção de José Correia Leite e Jayme de Aguiar.
Se liga na historia - Dirigida por afro-brasileiros que tinham superado a barreira do analfabetismo e se tornado professores, a Frente teve de lidar com diversas contradições. Seu primeiro Presidente, Arlindo Veiga dos Santos, era patrianovista, isto é, monarquista, e, embora sempre afirmasse que essa sua posição não interferia em seu papel como frentenegrino, as maiores críticas à Frente e muitas das cisões que surgem derivam dessa postura e da linha autoritária que a diretoria teria imprimido à Frente, com a formação, por exemplo, de uma milícia. Logo no seu início, o grupo do jornal Clarim da Alvorada, de José Correia Leite, rompeu com a Frente Negra. Na Revolução de 1932, ela decidiu por se manter neutra, não aderindo à luta empreendida pelos paulistas. No entanto, houve uma cisão e de dentro da Frente saiu um grupo que formou a Legião Negra para lutar ao lado dos paulistas.
A FNB ganhou adeptos em todo o país, inclusive os jovens Abdias Nascimento e Sebastião Rodrigues Alves. Seguindo o propósito de discutir o racismo, promover melhores condições de vida e a união política e social da “gente negra nacional”.
No campo da atuação política, a FNB ressaltava a importância de o negro superar a condição de cabo eleitoral, uma condição subalternizada que reforçava e ajudava a perpetuar a subalternidade de sua inserção na sociedade como um todo. Assim, a FNB incentivava o lançamento de candidaturas políticas negras. A entidade chegou a se organizar como partido político. Logo em seguida, em 1937, o Estado Novo de Getúlio Vargas fechou todos os partidos e as associações políticas, aplicando um duro golpe na Frente Negra Brasileira, que foi obrigada a encerrar suas atividades.
Para conhecer mais sobre a Frente Negra Brasileira, sugerimos a leitura do livro Negros e Política: 1888-1937, do historiador Flávio Gomes, publicado pela Zahar Editora. Além da dissertação de mestrado da historiadora Maria Claudia Cardoso Ferreira, sob o título Representações Sociais e Práticas Políticas do Movimento Negro Paulistano: as trajetórias
de Correia Leite e Veiga dos Santos (1928-1937)
Quando não nos dão esse papel, tentam desqualificar nossa luta rotulando-a de diversas maneiras negativas.-Mais lembre-se o protagonismo do negro ao longo da história foi e é muito intenso, grandioso e corajoso em suas diversas formas.
Um afro abraço.
fonte: historiadora claudia vitalino/unegro formação
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
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