Mulher lutadora
Nós, brasileiros, passamos vários anos na escola aprendendo sobre todos os detalhes das vidas de Dom Pedro I e II, seus familiares, seus casos sexuais e viagens. Na televisão, os imperadores viram protagonistas de minisséries, enquanto os atores e atrizes negros são reduzidos a papéis de escravos sem profundidade. Grandes lutadores como Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar e José Luiz Napoleão, são pouco mencionados. Aliás, eles são lembrados apenas no mês de novembro, em razão do Dia da Consciência Negra; mas as mulheres negras, que contribuíram de tantas formas na luta contra a escravidão e nas conquistas sociais do Brasil, nem sequer são mencionadas.
Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres não negras.
O significado do nome Dandara é desconhecido, mas de acordo com a história do Brasil Colonial, esta teria sido uma negra escravizada guerreira, esposa da emblemática figura do Zumbi dos Palmares, e mãe de três filhos dele.
- "Por este fato, este nome acabou sendo associado a figura de uma mulher guerreira e protetora dos escravos".
Pouco se sabe sobre Dandara, e muito do que se conta, como seu suicídio em 1694, para evitar voltar a ser escrava, são especulações e lendas.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:prosalivre.com/compartilhando-o-que-eu-li-na-semana
Nós, brasileiros, passamos vários anos na escola aprendendo sobre todos os detalhes das vidas de Dom Pedro I e II, seus familiares, seus casos sexuais e viagens. Na televisão, os imperadores viram protagonistas de minisséries, enquanto os atores e atrizes negros são reduzidos a papéis de escravos sem profundidade. Grandes lutadores como Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar e José Luiz Napoleão, são pouco mencionados. Aliás, eles são lembrados apenas no mês de novembro, em razão do Dia da Consciência Negra; mas as mulheres negras, que contribuíram de tantas formas na luta contra a escravidão e nas conquistas sociais do Brasil, nem sequer são mencionadas.
A historiografia brasileira pouco recupera a combatividade e o histórico de lutas do povo negro, como se este não tivesse sido um sujeito fundamental para as tensões políticas e sociais na História do Brasil. Mas a realidade é o melhor critério para a verdade. Estudando um pouco mais a fundo a história de nosso povo podemos descobrir os verdadeiros heróis e heroínas que tivemos e que deram suas vidas, lutando por liberdade, igualdade e pelo fim da escravidão. As mulheres negras escravizadas foram parte ativa e fundamental dessas lutas e aqui iremos recuperar a história dessas destemidas combatentes.
Uma das primeiras mulheres negras a ser um grande exemplo de luta para nossa história é Dandara, do quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Pernambuco. Este foi o maior quilombo existente no Brasil Colonial do século XVII e ficou famoso por ser um símbolo da resistência negra por mais de um século, em pleno regime escravocrata no brasil. Todos nós já ouvimos falar de Zumbi dos Palmares. Porém, pouco se conhece sobre a história de
Dandara, uma das principais líderes desse quilombo e também companheira de Zumbi. No pouco que se sabe sobre sua história, ela fora ainda jovem para o Quilombo dos Palmares e quando adulta também fez parte do exército palmarino. Para isso aprendeu a lutar capoeira, a pegar em armas, e se tornou uma das principais líderes desse quilombo, dirigindo as falanges femininas nesse exército.
Uma das primeiras mulheres negras a ser um grande exemplo de luta para nossa história é Dandara, do quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Pernambuco. Este foi o maior quilombo existente no Brasil Colonial do século XVII e ficou famoso por ser um símbolo da resistência negra por mais de um século, em pleno regime escravocrata no brasil. Todos nós já ouvimos falar de Zumbi dos Palmares. Porém, pouco se conhece sobre a história de
Dandara, uma das principais líderes desse quilombo e também companheira de Zumbi. No pouco que se sabe sobre sua história, ela fora ainda jovem para o Quilombo dos Palmares e quando adulta também fez parte do exército palmarino. Para isso aprendeu a lutar capoeira, a pegar em armas, e se tornou uma das principais líderes desse quilombo, dirigindo as falanges femininas nesse exército.
Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres não negras.
O significado do nome Dandara é desconhecido, mas de acordo com a história do Brasil Colonial, esta teria sido uma negra escravizada guerreira, esposa da emblemática figura do Zumbi dos Palmares, e mãe de três filhos dele.
- "Por este fato, este nome acabou sendo associado a figura de uma mulher guerreira e protetora dos escravos".
Pouco se sabe sobre Dandara, e muito do que se conta, como seu suicídio em 1694, para evitar voltar a ser escrava, são especulações e lendas.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
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