"Eu sou a negra mais formosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão, não olhe para mim porque eu sou negra, o sol me queima mais." (Trecho do Cântico dos Cânticos).
Civilização Egípcia
O antigo Egito é uma das civilizações mais conhecidas do mundo atual.
Talvez pelo espetacular achado da tumba intacta do faraó Tutancâmon, talvez pelas imponentes pirâmides, talvez por todas as lendas que se desenvolveram no imaginário popular.
É fato que graças ao clima do deserto, aos arquitetos geniais e à religião que professavam, os egípcios nos deixaram de presente um testemunho de sua brilhante civilização.
Nos tempos mais antigos, quem se estabeleceu às margens do rio Nilo foram tribos esparsas, satisfeitas por encontrar um local abençoado, onde não dependiam das chuvas porque havia um rio (que era visto como um deus) para fertilizar as terras e prover de água.
Com o decorrer do tempo as tribos foram se organizando em Nomos. Já possuíam noções de aritmética, movimento das estrelas, usavam um calendário e escreviam em hieróglifos. Mas, as terras ainda eram divididas em alto e baixo Egito.
O alto Egito era o sul, onde as terras férteis são apenas as margens do Nilo e o deserto fica muito perto, assustando e maltratando o povo e os animais com seu vento cruel.
O baixo Egito era o norte, onde no delta do rio a vegetação era luxuriante e a caça e a pesca abundantes.
Quem juntou as duas terras do Egito sob um mesmo governo foi Menés ou Narmer. O nome é motivo ainda de discussões. O fato é que a partir dessa união de nomos sob o mesmo governo, começa a real história de um grande império e começa o reinado dos faraós, que eram os reis do país unido.
Embora a maior parte da história negra seja suprimida, distorcida ou ignorada por um mundo moderno e ingrato, algumas tradições africanas são tão persistentes que todo o poder e engano do estabelecimento acadêmico ocidental não conseguiram eliminá-las. Uma dessas histórias mais fortes é a de Makeda, que pertencia a dinastia das Candaces de Meróe (Rainhas do Império Etíope) a Rainha de Sabá e Salomão, rei de Israel. As mulheres negras da antiguidade eram lendárias por sua beleza e poder. Especialmente as grandes rainhas da Etiópia. Esta nação foi também conhecida como Núbia, Kush, Axum e Sheba (Sabá). Mil anos antes de Cristo, a Etiópia era governada por uma dinastia de rainhas virgens. E aquela cuja história tem sobrevivido ao tempo era conhecida como Makeda, "a Rainha de Sabá". Sua tradição notável foi registrada no Nagast Kebar ou na glória dos reis e na Bíblia. A Bíblia nos diz que durante o seu reinado, o rei Salomão de Israel decidiu construir um magnífico templo. Para anunciar este empreendimento, o rei enviou mensageiros a vários países estrangeiros para convidar os comerciantes de fora do país a chegar a Jerusalém com as suas caravanas para que eles pudessem se dedicar ao comércio lá. Neste momento, a Etiópia era apenas o segundo em poder e fama. Assim, o rei Salomão ficou fascinado com a beleza dos etíopes, que possuíam rica história, tradição espiritual profunda e riqueza. Ele estava muito interessado em se envolver no comércio com uma pessoa em especial, a Rainha Makeda, que enviou um comerciante importante chamado Tamrin. Salomão recebeu Tamrin que levou recipientes com objetos de valor, incluindo ébano, safiras e ouro vermelho, para vender ao rei.
Acontece que esta visita de Tamrin foi muito importante. Embora acostumado com a grandeza e luxo do Egito e da Etiópia, Tamrin ainda estava impressionado com o rei Salomão e sua jovem nação. Durante esta estadia prolongada em Israel, Tamrin observou os magníficos edifícios existentes ali e ficou admirado com povo judeu e sua cultura. Mas, acima de tudo, ficou profundamente comovido com a sabedoria de Salomão e compaixão para com seus súditos. Ao retornar ao seu país, Tamrin contou detalhes elaborados sobre sua viagem à Rainha Makeda. Ela ficou tão impressionada com a história emocionante que a grande rainha decidiu visitar o Rei Salomão.
Para entender o significado desta visita de um Chefe de Estado na antiguidade em contraste com os dias de hoje, devemos deletar completamente da mete o tempo em que vivemos. Nos tempos antigos, visitas reais eram muito significativas, eram assuntos cerimoniais. O regente convidado era esperado para oferecer ao anfitrião presentes elaborados, essa diplomacia da visita de Chefes de Estado poderia durar semanas ou até meses. Mesmo nos padrões antigos, neste contexto, a visita da Rainha Makeda ao Rei Salomão foi extraordinária. Em I Reis 10:1-2, a Bíblia nos diz: " E quando a Rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão, acerca do nome do Senhor, veio testá-lo com perguntas difíceis." Ela chegou a Jerusalém com uma grande comitiva, com camelos que levavam especiarias e muito ouro e pedras preciosas. E assim que encontrou o Rei Salomão, ela disse-lhe tudo o que ouviu sobre ele e seu encanto pelo Rei, "I Reis 10:10 acrescenta:". Ela deu ao rei 120 talentos de ouro, e especiarias de grande qualidade e pedras preciosas; nunca viu-se abundância de especiarias como a que a Rainha de Sabá deu ao rei Salomão. "
Devemos considerar e tentar visualizar a impressionante imagem desta linda mulher da pele preta e sua vasta gama de assistentes resplandecentes viajando sobre o deserto do Saara em Israel com mais de 797 camelos, mais burros e mulas, resultando em um número espantoso que facilmente perderia-se a conta. Somete o valor do ouro que ela ofereceu ao Rei Salomão era muito obscena que hoje tem valor muito maior que na antiguidade. O Rei Salomão e sem dúvida, os judeus, ficaram boquiabertos com esta grande mulher e seu povo. Ele fez um grande esforço para solucionar a cada uma de suas necessidades. Um aposento especial foi construído para ela se alojar enquanto ela permanecesse neste país. Ela também foi abastecida com as melhores comidas, mais 11 mudas de roupa diárias. Como tantos líderes africanos antes dela, esta jovem donzela, embora impressionada com a beleza do templo de Salomão e seu domínio próspero, assim que chegou a Israel quis saber da verdade sobre o Deus do povo judeu. O Rei no intuito de suprir sua busca pelo conhecimento, mandou fazer um trono para que a Rainha sentasse ao lado dele. "Ele estava coberto com tapetes de seda, adornado com franjas de ouro e prata, e cravejado de diamantes e pérolas. A partir disso, ela passou a observar a forma como ele se dirigia a ela mesma e também como se acompanhava Salomão sempre que ele sentava-se em seu trono. Ela observou que governante sábio, compassivo e espiritual ele era, como ele interagia com seus súditos em assuntos cotidianos. Assim sendo, sentiu-se tentada a falar do valor de sua visita ao Rei e sua administração, a Rainha Makeda afirmou: "Meu Senhor, como estou feliz, será que eu poderia ficar aqui para sempre como o mais humilde dos seus trabalhadores, para que eu pudesse sempre ouvir suas palavras e obedecê-lo. Como fico feliz quando te faço perguntas, como fico feliz quando você me responde. Todo o meu ser é movido com prazer.Minha alma está cheia; meus pés já não tropeçam, eu me emociono com prazer com sua sabedoria e bondade, elas estão acima de qualquer excelência e sob sua influência eu estou aderindo a novos valores de vida. Vejo a luz na escuridão... O vaga-lume no jardim revela-se em sua resplandente beleza. Descobri o real valor do brilho de uma pérola, a grandeza da luminosidade da estrela da manhã, a suave harmonia do luar, Bendito seja o Deus que me trouxe aqui, bendito seja Ele que permitiu que sua mente majestosa me recebesse e se manifestasse a mim, bendito seja o Aquele que me trouxe em sua casa para ouvir a sua voz."
Salomão tinha um harém de 700 esposas e concubinas, mas ainda assim ele apaixonou-se pela jovem virgem negra da Etiópia. Ele realizou um banquetes elaborado em sua honra e grandeza, jantou e passou enamorá-la durante o período de sua visita, ambos sabiam que, de acordo com tradição etíope, a Rainha deveria permanecer casta. No entanto, o monarca judeu desejava plantar sua semente em Makeda, de modo que ele poderia ter um filho de sua linhagem real africana. Para tal, o rei astuto elaborou um plano para conquistar a afeição da jovem Rainha por quem havia se apaixonado.
Quando, depois de seis meses em Israel, a Rainha Makeda anunciou ao rei Salomão que estava pronta para voltar para a Etiópia, ele a convidou para um jantar de despedida magnífico em seu palácio. A refeição durou várias horas e contou com alimentos quentes, picantes preparados para fazer com que todos os que comessem, ficassem com sede e sono (como o Rei Salomão tinha planejado.) Uma vez que a refeição terminou muito tarde, o rei convidou a Rainha Makeda para pernoitar no palácio em seus aposentos. Ela concordou, desde que dormissem em camas separadas e o rei prometesse não tirar vantagem dela. Ele prometeu honrar a sua castidade, mas também pediu para que ela não levasse nada do palácio. Indignada com tal sugestão, a Rainha protestou, dizendo que ela não era uma ladra e, em seguida, prometeu, conforme solicitado. Não muito tempo depois do encontro, a Rainha, morrendo de sede, procurou por água no palácio, até que ela encontrou uma grande jarra de água e passou a beber, o Rei a surpreendeu a afirmar: "Você quebrou o juramento que não pegaria nada de dentro do meu palácio". A Rainha protestou, pois ela apenas bebeu água, algo tão abundante e que não pertencia única e exclusivamente ao palácio do Rei, para para ele, ela havia quebrado a promessa, Salomão argumentou que não havia nada no mundo mais valioso do que a água, pois sem ela nada poderia viver. Makeda relutantemente admitiu a verdade deste e pediu desculpas por seu erro, implorando por água para sua garganta ressecada. Salomão, agora libertado-a de sua promessa, mata sua própria sede, levando imediatamente a Rainha como sua amante.
No dia seguinte, quando a rainha e sua comitiva se preparavam para deixar Israel, o Rei colocou um anel em sua mão e declarou: "Se você tiver um filho, dar-lhe isso e enviá-o a mim". Depois de voltar para a terra de Sabá, a Rainha Makeda, de fato, teve um filho, a quem chamou Menelik (Filho do homem sábio), foi criado como um príncipe e era o herdeiro do trono. Ao atingir a idade adulta, o jovem queria visitar seu pai, então a rainha preparou uma outra comitiva, desta vez dirigida por Tamrin. Ela enviou uma mensagem a Salomão para ungir seu filho como rei da Etiópia e decretar que a partir daí apenas os homens descendentes de seu filho deveriam governar Sheba.
Salomão e o povo judeu se alegraram quando seu filho chegou a Israel. O ungiu rei como a rainha havia solicitado e rebatizou-o. Embora Salomão tivesse muitas esposas, apenas uma havia tido um filho, Roboão, um menino de sete anos. Então o rei pediu Menelik para permanecer, mas o jovem príncipe não aceitou. Salomão, portanto chamou seus líderes e nobres e anunciou que uma vez que ele estava enviando o seu primeiro filho de volta para a Etiópia, ele queria todos eles para enviassem seus filhos primogênitos para serem conselheiros e diretores de Menelik e eles concordaram em fazê-lo.
Menelik pediu a seu pai uma relíquia, A Arca da Aliança para que ele levasse com ele para as terras de Sabá. Diz-se que enquanto Salomão decidiu presentear seu filho com a Arca, os filhos dos conselheiros irritaram-se por ter de deixar suas casas e irem para Sheba com Menelik, que realmente levou a Arca real para a Etiópia. Menelik retornou ao Sabá e, segundo a tradição, governou sabiamente e bem. E a sua famosa linha continuou até o século 20, quando, mesmo agora, o governante da Etiópia é o "leão conquistador de Judá" descende diretamente do Rei Salomão e a Rainha de Sabá.
*Na tradição Islâmica, Makeda também era conhecida com BALKIS ou BILKIS.
*Entre o grupo étnico Luhya era conhecida como NAKUTI
*Em hebraico era chamada de MALKAT SEBA OU MALKAT SH'VA
*No idioma etíope Ge'ez era conhecida como NEGISTE SABA
*Em árabe MALIKAT SABA
P.S: Existem várias especulações sobre a vida de Makeda, há relatos de que sua pele não era negra, fala-se em pele morena queimada de sol, também que ela enganou o Rei Salomão forjando sua identidade, dizem que na verdade Menelike não era filho legitimo de Salomão (será ?), assim como qualquer história antiga estamos propensos a especulações de todos os tipos...seja lá qual for a verdade,o fato é que MAKEDA existiu e foi uma lider nata, senão era negra, também não há registro de caucasianos naquela região, mas isso também não importa, fala-se de sua real origem e que Makeda não era africana de fato, especula-se o Iemem como sua terra natal..
.Enfim,o destaque aqui é para uma RAINHA QUE GOVERNOU NA ÁFRICA que reinou com sabedoria e amor.
Um afro abraço.
Fonte:pt.wikibooks.org/wik.
Nenhum comentário:
Postar um comentário