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terça-feira, 13 de maio de 2014

Analisando e inrritabilidade que Michael Jackson como homem negro para os militantes do movimento negro e a questão racial

Michael Jackson: um homem aprisionado por uma máscara
As palavras da música Young, Gifted and Black (algo como "jovem, talentoso e negro"), de Nina Simone, poderiam ter sido escritas especialmente ao Jackson Five. Quando a primeira canção do grupo, I Want You Back, alcançou as paradas de sucesso em 1969, os irmãos pareciam resumir o anseio de orgulho negro que surgia do movimento por direitos civis.

O Jackson Five combinava a experiência de vida – derivada da sua criação em bairros operários e populares de Indiana – com uma respeitabilidade considerável. Eles vestiam-se de forma original, mas não de forma tão diferente que não pudessem ser copiados, e deixavam seu cabelo no estilo afro de forma natural.

Historia:
Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 — Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um famoso cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário, arranjador vocal, filantrópico, pacifista e ativista americano. Segundo a revista Rolling Stone faturou em vida cerca de sete bilhões de dólares, fazendo dele o artista mais rico de toda a história, e um ano após sua morte faturou cerca de um bilhão de dólares.
Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Reconhecido nos anos seguintes como Rei do Pop (King Of Pop), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos.



Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido e popular da história, Thriller. Jackson é frequentemente citado como "O maior ícone negro de todos os tempos", e com grande importância para a quebra de barreiras raciais, abrindo portas para a dominação da música negra na música popular, e pessoas como Oprah Winfrey e Barack Obama conseguirem o status que tem hoje em dia.

No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música popular e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do videoclipe em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White", "Scream", "Earth Song", entre outros, mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot, o "The Lean" (inclinação de 45º), o famoso "Moonwalk". Seu estilo diferente e único de cantar e dançar, bem como a sonoridade de suas canções influenciaram umasérie de artistas nos ramos do hip hop, pop, R&B e rock.

Jackson também foi um notável filantropo e humanitário, doando milhões de dólares durante toda sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades, através de sua própria
fundação. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao vitiligo geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso infantil, mas a investigação foi arquivada devido a falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil. Enquanto se preparava para uma nova turnê intitulada This Is It, Jackson morreu de intoxicação aguda do anestésico propofo em 25 de junho de 2009, após sofrer uma parada cardíaca. O Tribunal de Justiça de Los Angeles considerou sua morte um homicídio, e seu médico pessoal Dr. Conrad Murray foi condenado por homicídio culposo. Sua morte teve uma repercussão internacional instantânea, sendo motivo de comoção por parte dos fãs em muitas partes do mundo, estima-se que até dois bilhões de pessoas tenham assistido ao funeral pela televisão, já que emissoras do mundo todo transmitiram o evento ao vivo. Em março de 2010, a Sony Music Entertainment assinou um contrato de US$ 250 milhões com o espólio de Jackson para reter os direitos autorais de distribuição para suas gravações até 2017, e lançando cerca de sete álbuns póstumos na década seguinte a sua morte.

Um dos poucos artistas a entrar duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prêmios incluem vários recordes certificados pelo Guinness World Records, incluindo "O maior artista de todos os tempos" e um para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - 15 Grammys e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 350 milhões de unidades mundialmente,
Jackson recebeu centenas de prêmios, que fizeram dele o artista mais premiado da história da música popular. Alguns empresários da Sony já registram a incrível marca de mais de 400 milhões, . Sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como popstar fez dele parte da história da cultura popular mundial. Nos últimos anos, foi citado como "a pessoa mais famosa e conhecida do mundo"


Seus passos minuciosamente coreografados tinham a intenção de encantar mais com o jeito inocente infanto-juvenil do que com a sensualidade. E desde o início, Michael, um garoto de 10 anos, era a estrela do grupo.
Dois anos depois, o Jackson Five tinha um desenho animado e uma série de revistas adolescentes dedicadas à banda e todo disco que a banda lançava vendia aos milhões.
Era uma "banda-família" que atingia milhões de pessoas que até então raramente tinham visto negros também fazendo sucesso e em ascensão econômica graças a isso.

Fenômeno.
Na década seguinte, Michael estava no auge de sua carreira.Thriller, seu álbum produzido em 1982, foi o álbum mais vendido de todos os tempos e transformou a música popular e, em particular, os videoclipes musicais.

Em todos os lugares, as crianças rapidamente começaram a imitar seu estilo. Sua renovada popularidade transcendeu as linhas da questão racial, algo que o Jackson Five não conseguiu cruzar.
Mas embora o novo visual de Michael fosse teatralmente mais estranho que o anterior, sua popular associação com o "orgulho negro" passou por uma transformação.
Em uma época que as conquistas do movimento por direitos civis estavam ameaçadas e o slogan sobre a beleza negra, "black is beautiful", em refluxo, as repetidas transformações na pele e cirurgias plásticas de Michael pareciam representar, na visão de muitos, um homem desesperado para se tornar branco.
Alguns comentaristas associam esta automutilação à sua distorcida personalidade. Eles dizem que a fama precoce fez com que ele se rejeitasse e fosse à busca de uma beleza inalcançável.
Outros insistem na idéia que as cirurgias representavam nada mais que uma extensão de suas mudanças de estilo.

Essas suposições superficiais esquecem que o racismo continua formando as idéias de beleza nas quais tons de pele mais claros ainda são apresentados como ideais e omitem a possibilidade de Michael querer se transformar em um homem que era tanto negro como branco.

E caso seja este o caso, existe mais do que influência em relação à história de Tamla Motown, a gravadora que ajudou a lançá-lo ao estrelato.

Fundada em Detroit em 1959, a Motown estava localizada em um distrito habitado pela classe trabalhadora negra no norte da cidade e durante uma série de anos atraiu centenas de jovens talentos locais e lançou vários deles ao estrelato.

Smokey Robinson and The Miracles, Diana Ross and The Supremes, Marvin Gaye e Tammi Terrell, Martha Reeves and The Vandellas, The Isley Brothers e The Four Tops são alguns exemplos, juntos conseguiram se tornar um fenômeno musical que abalou os EUA e contribuiu para a ruptura das barreiras raciais na música.

Quase tudo sobre a Motown envolvia a questão negra " é logicamente que para um artista submeter-se a esta exigência ou controle deve sofrer um processo de negação de quem você tremenda, visto que nenhum outro artista foi tão longe neste processo como ele"...
 O dono da gravadora, Berry Gordy, é negro, assim como era a maioria de seus artistas. Os principais compositores da gravadora eram negros, as bandas de apoio eram negras e até os funcionários e contadores da Motown eram negros.

A única coisa que não era exclusivamente negra era o público da Motown e isso era algo que Gordy sabia muito bem.


Ele decidiu que o slogan da Motown deveria ser "o som da América jovem" e para alcançar o máximo impacto e bastante dinheiro, era muito importante que seus atos e projetos "atravessassem" os limites e vendessem álbuns aos jovens, tanto negros como brancos.

Para este objetivo, todo artista tinha um acompanhamento rigoroso para garantir que ele levasse a mensagem de que os negros eram respeitáveis e, assim, conquistar a maior audiência possível.

Se liga:
Era comum que as capas de álbuns tivessem grupos masculinos com camisas da moda e ternos, enquanto as mulheres vestiam roupas elegantes e mudavam seu cabelo para um "estilo europeu".
Gordy até marcou aulas de dicção para seus principais artistas para garantir que qualquer traço de sotaque dos guetos fosse trocado por uma pronúncia mais aceitável às televisões controladas por brancos.
Em resumo, a Motown queria que seus artistas fossem negros, mas não de um jeito que pudesse "amedrontar" os brancos. Para Gordy, o racismo na indústria da música tornava isto uma necessidade: ao invés de desafiá-lo, antes de tudo você deveria evitá-lo.
Gordy sabia que havia achado ouro quando contratou os irmãos Jackson para a Motown e rapidamente começou a criar uma estratégia de marketing para eles.

A história começou quando Diana Ross, a artista mais bem aceita pelo público e mais bem-sucedida da gravadora, descobriu os garotos e estava determinada a vê-los prosperarem.

Com o crescimento do incipiente movimento de black power e oposição à Guerra do Vietnã, muitos na Motown não viam a hora de ir além e exigiam gravar músicas que refletiam os anseios populares. Alguns, como Marvin Gaye, puderam fazer isso.
Mas, através do Jackson Five, o sempre conservador Gordy via a chance de algo bem mais seguro. Os irmãos poderiam ser divulgados com fins lucrativos como extrovertidos, mas respeitáveis – eles poderiam tocar um bubble-gum soul (com letras românticas e mais pop, sem tratar de problemas sociais e políticos).

Acompanhando a época, eles eram autorizados a serem "negros", mas apenas dentro de certos limites. Uma das tragédias desta história é que depois que Michael saiu da Motown na metade dos anos 70, uma época em que ele tinha a maior parte do controle de sua carreira e sua imagem, o movimento que celebrava o orgulho negro estava em declínio terminal.

Portanto, o racismo e as respostas aparentemente contraditórias a ele acompanham Michael desde sua infância. É realmente tão surpreendente que isso viria a se refletir em sua vida e essência?

A discussão gira em torno do questionamento se Michael Jackson teve ou não teve vitiligo, se ele negou a sua “raça”, identificação racial com o artista até chegar na crise de identidades do Brasil. Eu li comentário por comentário, e fiquei assustada com a falta de compreensão ou negação das relações raciais sustentadas pelo imaginário racista em que vivemos.

E o que isso tem a ver com o Michael Jackson? Ele é filho de negros? Sim! Logo descendentes de africanos? Sim! Logo faz parte de todo esse processo histórico que se mostra violento? Sim! Logo foi violentado fisicamente, simbolicamente, e psicologicamente enquanto individuo negro. Nasceu pouco mais de cem anos após a abolição nos Estados Unidos, e em um período onde ainda havia legalmente o apartheid no país.

'Eu sei qual é minha raça. Eu olho no espelho, e sei que sou negro', disse Michael Jackson , durante o 'Encontro pela justiça na indústria fonográfica', liderado pela National Action Network (NAT), no Harlem, em Nova York, segundo a MTV News. Anos depois de um nunca plenamente explicado processo de clareamento da pele - a certa altura, Jackson alegou sofrer de vitiligo - o cantor levantou seu orgulho étnico para reforçar a acusação, feita no sábado, de que Tommy Mottola, o todo-poderoso da gravadora Sony, era racista.

A acusação de Jackson veio em meio a uma série de eventos que configuram a mais feroz briga entre artistas e gravadoras que a indústria já viu, na qual o seu caso é apenas o mais... digamos... bizarro. A NAT, liderada pelo reverendo Al Sharpton, que nos EUA é um importante ativista de direitos civis das minorias, começou há algumas semanas uma campanha por um tratamento justo aos artistas negros, alegando que muitos deles morrem na miséria depois de carreiras que só rendem lucros às gravadoras. Jackson se uniu a Sharpton na luta em meio a uma disputa pessoal com sua gravadora, a Sony.

Jackson acusa a gravadora de não ter promovido a contento seu mais recente álbum, 'Invincible', que vendeu dois milhões de cópias nos EUA - menos do que se esperaria de um álbum de Jackson e, sobretudo, de um disco que custou US$ 50 milhões entre produção e marketing. Já foi anunciado por ambas as partes que o contrato de Jackson com a Sony não será renovado depois do lançamento de uma coletânea de maiores sucessos, mas ambos ainda discordam em detalhes. Segundo informações divulgadas pela imprensa americana nunca confirmadas oficialmente, a Sony quer que Jackson lhes pague uma dívida de
adiantamentos que pode remontar a US$ 200 milhões; e o cantor quer retomar os direitos sobre os seus catálogos. Diante disso, Jackson tem sido bombardeado por críticas de que seu apoio à NAT seria, na verdade, movido por interesses pessoais. Sobretudo depois que sua acusação contra o suposto racismo de Mottola foi contestado pelo próprio Sharpton e outros nomes importantes da black music, como o empresário Russel Simmons. Segundo a MTV News, sua participação no encontro de ontem foi uma tentativa de reverter essa impressão.

Jackson se disse vítima de conspiração racista - 'Estou cansado de ser manipulado. A imprensa manipula a verdade. Eles são mentirosos. Os livros de História são uma mentira. Vocês precisam saber que todas as formas de música popular, do jazz ao rock ao hip hop e dance, do jitterbug ao Charleston, são negras. Mas vá à livraria da esquina e você não vai ver um negro na capa dos livros. Você vai ver Elvis Presley. Você vai ver os Rolling Stones. Mas onde estão os verdadeiros pioneiros?', disse Jackson às cerca de 300 pessoas presentes ao encontro, acrescentando que Otis Blackwell, autor de clássicos como 'Al shook up', morreu na miséria.
Jackson alegou ainda que o sistema tentou destruí-lo na medida em que ele se tornava mais poderoso. 'Eu quebrei os recordes de venda de Elvis e dos Beatles. Então, começaram a me chamar de aberração, de homossexual, de pedófilo. Disseram que eu clareei minha pele. Fizeram de tudo para jogar o público contra mim. É uma conspiração', alegou.

Polemicas a parte:
Entendo por racismo uma forma de estabelecer relações de poder a partir da crença de superioridade de um povo sobre o outro. Esse poder seria o de ocupar os espaços de direção, poder de incluir e excluir, poder de estabelecer uma ideologia dominante. E que tipo de poder o negro tem mesmo com Obama sendo o presidente da maior potência mundial? Só se for o poder simbólico de dizer: “O negro pode chegar lá”, mas não o poder de mudar o imaginário racial, as relações raciais, pois o negro continua como base da pirâmide, excluído, marginalizado e violentado em todo o mundo. Por esse motivo negro não pode ser racista, ele não tem o poder de poder incluir ou excluir um grupo “racial” na sociedade das “raças”, e muito menos de criar um estereótipo negativo do branco, pois os meios de comunicação estão nas mãos dos não negros, e eles fazem isso que nós conhecemos com a imagem do negro. Os negros podem no máximo ser vítima do racismo, e logo reprodutor dele, assim como o pai de Michael Jackson o foi, a não ser que ele se depare com algum movimento
negro que estimule seu processo de libertação, como aconteceu comigo. Tenho certeza de que quando o negro estiver no poder e não somente representar um poder ainda branco, as relações raciais não se pautarão por superioridade/inferioridade, mas pelo respeito e entendimento das diferenças. A mudança virá daqueles que fazem parte dos excluídos nas fragmentações sociais de raça, classe e gênero.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre

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