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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Jovem imigrante africano morre na Espanha

Um jovem de 21 anos da Guiné-Conakry faleceu na passada madrugada no centro de internamiento de estrangeiros da Zona Franca de Barcelona.



Morreu, ao que parece, por um enfarte de miocárdio, sem que as unidades de emergência que o atenderam conseguissem reanimá-lo, segundo fontes próximas ao caso.


O jovem, que foi transferido a Barcelona no passado 22 de dezembro desde o centro de estrangeiros de Melilha, no norte de África, encontrava-se, passada a meia-noite, na cela com outros cinco internos também africanos, que alertaram os vigilantes de que o garoto estava tendo problemas respiratórios.

A Polícia informou de que, segundo os primeiros dados, o falecido não dava sinais prévios de se encontrar doente. A versão é oposta às denúncias de outras pessoas recluìdas no chamado CIE de Barcelona.

Posteriormente, as equipes médicas que foram ao local também não puderam fazer nada por sua vida e o médico forense unicamente pôde certificar uma morte súbita não violenta, por possíveis causas cerebrais ou coronarias.

À espera dos resultados da autópsia, tudo faz indicar que se trata de um enfarte de miocárdio.


O acontecimento originou que um grupo de internos manifeste seu mal-estar por considerar que o incidente se tem devido à falta de atenção e de intérpretes, e inclusive um terço das pessoas recluídas no centro iniciou uma greve de fome.

Em previsão desta possível tensão, reforçou-se a presença de agentes da polícia no centro da Zona Franca de Barcelona.

Cabe recordar que neste CIE de Zona Franca já morreram outros imigrantes em circunstâncias estranhas. Os dois últimos foram um jovem do Equador e um outro marroquino.

Os CIE

São conhecidos como os "guantánamo espanhóis", em referência à base estadunidense localizada ilegalmente em Cuba, onde os prisioneiros são submetidos a torturas e detenções indefenidas sem direito a julgamento.

Os Centros de Internamento de Estrangeiros (CIE) são espaços à margem dos direitos humanos onde se amontoam imigrantes não desejados pelas autoridades espanholas.


Diferentes ONG de apoio aos imigrantes qualificam os CIE como os "Guantánamos espanhóis", pelas vulneraciones de direitos humanos que ali ocorrem e o fato de que se negue o acesso tanto a jornalistas como a muitas organizações sociais. Neste sentido, Javier Ramírez, coordenador de SOS Racismo Madri assinala "uma total falta de transparência do que ali acontece". Para este advogado, nos CIE "negam-se ou dificultam direitos básicos como o acesso à Justiça", o que permite que as possíveis agressões policiais fiquem impunes.

Por sua vez, Ignacio Trillo, advogado da associação Ferrovia, denuncia que a realidade dos CIE "corresponde-se perfeitamente" à definição de tortura que especifica a lei espanhola. "Nos CIE sim há tortura, trata-se de uma violência sistemática, um sistema de medo que começa nas razzias na rua", acrescenta. Um medo que Jérôme ainda tem, e que parece contagiar-se entre todos os estrangeiros que não conseguem a permissão para viver no Estado espanhol.

[Tradução do Diário Liberdade]

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