UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sou Ernesto Joaquim Maria dos Santos o Donga...

Donga (1890-1974) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1890
Filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, casal que teve ao todo nove filhos.

Seu nome de batismo era Ernesto Joaquim Maria, mas gostava de assinar Ernesto dos Santos. O pai era pedreiro construtor, e tocava bombardino nas horas vagas. A mãe, a famosa Tia Amélia do grupo das baianas do grupo da Cidade Nova, gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas e grandes reuniões de samba.

Seu primeiro instrumento foi o cavaquinho, que começou a aprender aos 14 anos de idade, ouvindo as músicas de Mário Cavaquinho, de quem era grande admirador. Pouco depois passou a tocar violão.
Das cordas do violão de Donga nasceu o samba como o conhecemos hoje. Prece, na raiz da palavra africana, o gênero musical estava ainda preso à tradição das religiões afro-brasileiras que o compositor conheceu na infância, no Rio de Janeiro, quando freqüentava rodas de samba e candomblé nos terreiros das "tias" baianas, cantadeiras, festeiras e mães-de-santo. Ernesto Joaquim Maria dos Santos sempre foi Donga, apelido familiar desde menino. Exceto por um curto período, em 1914, quando usou o nome Zé Vicente para participar do Grupo de Caxangá.
Donga, influenciado pelo ambiente musical, com 14 anos aprendeu a tocar cavaquinho,

violão, e banjo, além de dançar um partido alto. Assíduo frequentador da casa das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros. Grande fã de Mário Cavaquinho, começou a tocar este instrumento de ouvido, aos 14 anos de idade. Pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com o grande Quincas Laranjeiras.
Em 1917 consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história.na rua Visconde de Itaúna, foi ali que Donga, em 1916 compôs um trecho do samba "Pelo Telefone", depois terminada pelo jornalista Mauro de Almeida. Compôs também valsas, marchinhas, toadas e emboladas.

Em 1922, Pixinguinha monta o grupo "Os Oito Batutas" onde Donga tocava violão. Com suas marchas rancho, chorinhos e sambas, conquistam público e crítica, mudando o nome depois para "Os Batutas". Participa ainda da "Orquestra Típica Pixinguinha Donga" e em 1932 do "Grupo da Velha Guarda" e dos "Diabos do Céu".
Casou em 1932, com a cantora Zaira Cavalcanti, com quem teve uma filha, Lígia. Dois anos depois ficou viúvo. Casou ainda mais quatro vezes.

Em 1940 Donga gravou nove composições, no disco Native Brazilian Music, organizado pelos músicos Vila Lobos e o americano Leopold Stokows, que foi lançado nos Estados Unidos pela gravadora Colúmbia.

Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos), aposentado como oficial de justiça, pobre, doente e quase cego, morava na Casa dos Artistas, no Rio de Janeiro. Faleceu no dia 25 de setembro de 1974.

As canções mais conhecidas


Passarinho Bateu Asas
Bambo-Bamba
Cantiga de Festa
Macumba de Oxóssi
Macumba de Iansã
Seu Mané Luís
Ranchinho Desfeito
Patrão Prenda seu gado

Um afro abraço.

fonte:www.mangione.com.br/samba.afropop.org/

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Nossa Historia:A Conjuração Baiana

Surgiu na Bahia, em 1798, um movimento social denominado A Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana ou Inconfidência Baiana), que tinha como objetivo o rompimento dos laços coloniais com Portugal. Os participantes desse levante se inspiraram nos ideais de liberdade vindos da Europa, decorrentes da Revolução Francesa, e contaram com a participação da elite baiana, marcada na figura do jornalista e médico Cipriano Barata e do padre Agostinho Gomes, que eram adeptos do pensamento francês e críticos ferrenhos do sistema colonial português em vigor.

A aspiração pelos ideais libertários não veio só da elite: os setores populares também desejavam condições melhores de vida e o fim do descaso e da situação de extrema miserabilidade que haviam tomado as classes populares desde que a Coroa transferira a sede do governo colonial para o Rio de Janeiro, em 1763.

 A revolta liderada pelos alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos e pelos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga teve início no dia 12 de agosto de 1798. Naquele dia, através de cartazes afixados em Salvador, que continham a finalidade da revolta e as propostas pleiteadas pelo movimento, os revoltosos esperavam a participação da população baiana, mas antes de a população compreender o ocorrido eles foram delatados e o governo

controlou o movimento. No dia 25 de agosto do mesmo ano todos os envolvidos na conspiração foram presos. Os soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino foram enforcados. Os pertencentes à elite, como Cipriano Barata, foram inocentados.

 
Tanto a Inconfidência Mineira como a Revolta dos Alfaiates pleitearam a emancipação política e possuíam ideais republicanos. Desejavam uma estrutura política representativa que fomentaria o sistema educacional e a industrialização do país. Entretanto, somente o movimento baiano contou com expressiva participação popular e de caráter abolicionista. Os inconfidentes pertenciam à elite da sociedade colonial mineira. Tiradentes, o único que foi executado, foi uma exceção, pois tinha raízes populares. Os líderes do movimento baiano, ao contrário, pertenciam às camadas menos favorecidas, por isso foram executados.

 Se liga:
Podemos dizer que a participação dos Cavaleiros da Luz foi relativamente limitada. Muitos de seus integrantes não concordavam nas discussões de cunho social, como no caso da abolição da escravidão. Paralelamente, seus participantes distribuíam panfletos convocando a população a se posicionar contra o domínio de Portugal. Com a delação do movimento, seus representantes foram presos pelas autoridades coloniais...

Os membros da elite que estavam envolvidos no movimento foram condenados a penas mais leves ou tiveram suas acusações retiradas. Em contrapartida, os populares que encabeçaram


o movimento conspiratório foram presos, torturados e, ainda outros, mortos e esquartejados. Buscando reprimir outras revoltas, o governo português expôs os restos mortais de alguns dos revoltosos espalhados pela cidade de Salvador.
 Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

 fonte:
www.historiabrasileira.com


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Um dialogo introdutivo sobre: Homossexualidade Negra

Olá gente ainda que parte da sociedade brasileira negue qualquer preconceito ou
intolerância em um país miscigenado como o Brasil. Como ainda não admitimos abertamente a existência do racismo (embora nem todos nós) mas identificamos a discriminação racial em suas inúmeras formas, boa parte delas já arraigadas em nossa cultura. Preconceitos que se manifestam tanto na imposição de um estereótipo midiático de beleza, quanto em piadas que se proliferam “inocentemente” tendo a cor da pele como principal mote.

Se liga; Movimentos civis LGBT no Brasil são uma série de manifestações sócio-político-culturais em favor do reconhecimento dadiversidade sexual e pela promoção dos interesses dos homossexuais diante da sociedade brasileira.

O movimento em si não tem uma data de início específica mas as manifestações contra o preconceito que se exercia contra as pessoas homossexuais pode ser sentida desde a década de 1960, com especial ênfase a partir da década de 1970, depois daabertura política.

A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco, segundo uma pesquisa divulgada em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea). Pelo levantamento, a expectativa de vida de um homem brasileiro negro é menos que a metade a de um branco.

Preconceito mata – e muito – e aqui no Brasil. A discriminação por cor, gênero e orientação sexual ainda é um problema endêmico do país com dados que proporcionam um panorama triste. Ela atingi sem distinção a sociedade dominaram, formaram seu grupo “nós” e relegaram as mulheres aos “os outros”. Segundo Simone de Beavior, em o Segundo Sexo: “A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial.

"O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro”. Obviamente a dominação a
masculina não foi regra em todos os grupamentos humanos. Em algumas exceções, um tanto raras, a dominação feminina foi a regra".

Quais fatores podem ter levado ao surgimento de sociedades patriarcais ou de sociedades matriarcais é um assunto bem interessante e um tanto complexo sobre o qual podemos nos debruçar em outra oportunidade. Com o passar dos anos e com a dominação de um grupamento humano por outro, as organizações sociais foram aos poucos se padronizando e se tornando mais homogêneas devido à imposição da estrutura social do dominador sobre a dos dominados. As sociedades patriarcais, que provavelmente já eram mais numerosas,
dominaram as matriarcais e, com o decorrer da história de dominação mundial, se tornaram a regra.


O corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo; prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negros...


Homossexualidade e outras conversas...
Homens gays foram chamados de sodomitas, bestas, anormais e invertidos durante toda a História em que se fala sobre a homofobia. Mulheres sequer foram nominadas. Negros eram propriedades. Deduz-se que todos esses qualificativos se referiam a homens brancos de padrões ocidentais. Portanto, faltam traços que possam também destacar de que forma
outros sujeitos foram sendo levados da ocultação à invisibilidade. É o caso de homens negros gays.

"Podemos falar de gays negros, como podemos falar de negros portadores de deficiência, como de mulheres homossexuais e temos outros quadros de duplo preconceito. Não sendo menos comum o triplo preconceito e por aí adiante. Uma mulher negra homossexual por exemplo pode ser alvo de tribo preconceito, o facto de ser negra, mulher e homossexual".


Se o pluralismo é próprio da vida em sociedade, é preciso trazer à tona temas centrais que compõem essas várias ideias: a existência de homens e mulheres gays, negros e pobres. Escamotear isso é negar a diversidade (que muitas vezes oculta e invisibiliza) e asseverar a política da homogeneização ou padronização dos corpos e sujeitos.


O corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo; prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negros. Saindo do campo do fetiche, o que cabe é o ocultamento e a constante adjetivação com a justificativa “...não tenho nada contra, mas...”. Combater a homofobia é também combater o racismo e o sexismo, são lutas indissociáveis. Ser negro impõe barreira, ser negro e homo ou transexual é o fim. É uma sentença!

Se liga:
Não podemos comparar o preconceito do cidadão gay com o preconceito do cidadão negro. As causas para o preconceito contra o negro são denunciadas pela cor de sua pele, pelos seus traços faciais avantajados, e pela sua cultura importada para a sociedade branca por navios negreiros. Já o cidadão gay sofre preconceito por conta de uma orientação sexual diferente do que a sociedade fundamentalista estabelece como padrão, mas, ao contrário do negro, o gay não tem a sua orientação sexual estampada em seu rosto, denunciada pela sua
pele. O gay tem a opção de contar sobre a sua orientação sexual ou não, mas é obvio que existem casos de gays que não precisam se pronunciar a respeito, os seus atos, o seu jeito de se vestir, falar e andar dispensa gaydar.Logico que não podemos fechar os olhos para o preconceito duplo vivido pelo negro gay, cidadão que enfrenta preconceitos por parte algumas vezes de seus irmãos negros, pelo fato...

Para o negro gay é comum ouvir dentro e fora de casa: “não bastar ser negro, tem que ser viado!” Imagino que para lésbicas, bissexuais e pessoas trans não seja diferente, com os respectivos ajustes. Essa lógica perversa, que trata duas das tantas condições humanas como soma negativa, precisa ser superada – e, para essa superação, é necessário trazer a crítica e a problematização para dentro do movimento LGBT.

Os históricos da luta negra e de como e sofrido, ser desincriminado seja por qualquer motivo . A luta negra tem que ser solidária com a luta gay. Por outro lado, esse mesmo negro gay chega a sofrer preconceito por parte da comunidade homossexual, esquecendo-se do histórico da nossa luta, que começou em Stonewall.

É urgente que as pautas se unifiquem e que o necessário recorte de classe seja feito de fato feito. Se queremos um movimento LGBT com todas as transversalidades possíveis , devemos começar repensando nossas reproduções do sistema.

Um afro abraço.

fonte:www.brasilpost.com.br/unegro- lgbts

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A justificativa da construção da escravização negra...

A História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade
Clássica. O homem passou a estar presente na África durante os primeiros anos da era quaternária ou os últimos anos da era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram, australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico e o neolítico são iguais às das demais áreas dos continentes europeu e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em 10.000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.

Antiguidade -O Império de Kanem-Bornu, próximo ao Lago Chade, dominou a parte norte da --- Nigéria por mais de 600 anos, prosperando como rota de comércio entre os bárbaros norte-africanos e o povo da floresta.

No começo do século XIX, Usman dan Fodio reuniu a maior parte das áreas do norte sob o controle de um império islâmico tendo como centro Sokoto. Ambos os reinos de Oyo, no sudoeste, e Benim, no sudeste, desenvolveram sistemas elaborados de organização política nos séculos XV, XVI e XVII.
Colonização europeia.

Até 1471, navios portugueses haviam descido o litoral africano até o delta do Rio Níger. Em 1481 emissários do rei de Portugal visitaram a corte do oba de Benim, com o qual mantiveram por um tempo laços estreitos, usufruindo de monopólio comercial até o fim do século XVI.

Chegada dos conquistadores portugueses à África
Quando ocorreram os primeiros contactos entre conquistadores portugueses e africanos, no século XV, não houve atritos de origem racial. Os negros e outros povos da África entraram em acordos comerciais com os europeus, que incluíam o comércio de escravos que, naquela época, era aceito como uma forma de aumentar o número de trabalhadores numa sociedade.Para a gente entender melhor- Na antiguidade, entre diversos povos, as relações eram sempre de vencedor e cativo. Estas existiam independentemente da raça, pois muitas vezes povos de mesma matriz racial guerreavam entre si e o perdedor passava a ser cativo do vencedor, neste caso o racismo se aproximava da xenofobia.
- Por muito tempo o racismo permaneceu de uma forma mais xenofóbica do que racial propriamente dita, permanecendo latente até a época de expansão das nações europeias.

Se liga: Com o avançar das conquistas territoriais e culturais dos povos europeus, ainda na Idade Média não havia necessariamente o racismo da forma como manifestado futuramente, o que havia era o sentimento de superioridade xenofóbico de origem religiosa. Isto ocorria devido ao poder político da igreja cristã que justificava submissão de povos conquistados de

forma incorporá-los à cristandade. Porém, àqueles que não se submetiam era aplicado o genocídio, que gerava sentimentos racistas por parte dos vencedores e dos submetidos.

Entre os séculos XVII e XIX, comerciantes europeus estabeleceram portos costeiros para o aumento do tráfico de escravos (prisioneiros de guerra das tribos africanas mais fortes e dominadoras regionais) para as Américas, concorrendo fortemente com os árabes neste comércio. O comércio de commodities substituiu o de escravos no século XIX.

A Companhia Real do Níger foi criada pelo governo britânico em 1886 e, em 1900, criou os protetorados britânicos do Norte da Nigéria e do Sul da Nigéria. Estes protetorados foram fundidos em 1914, para formar a colônia da Nigéria.

Ameríndios e negros- Foi durante a expansão espanhola e portuguesa na América que surgiu a ideia de se buscar uma sustentação ideológica influenciada pela religião de que os índios não eram seres humanos. Estes eram animais e portanto era justificada por Deus a sua exploração para o trabalho, desta forma eram socialmente aceitos os suplícios a que eram submetidos, estendendo-se logo esta crença para a raça negra.

No Brasil os negros foram trazidos para serem escravos nos engenhos de cana de açúcar, devido às dificuldades da escravização dos ameríndios, os primeiro habitantes brasileiros do qual se tem relato. A Igreja Católica nunca se opôs à escravidão negra, e acreditava-se que os negros não tinham almas[carece de fontes]. Com o passar dos anos, o Vaticano tentou esconder o erro histórico da igreja que nunca foi devidamente explicado. O Papa João Paulo chegou a pedir desculpas pelos erros históricos da igreja católica.Nos últimos anos a igreja afirmou que sempre existiram inúmeros santos negros, mesmo tendo os canonizados só após a Lei Áurea. O convívio com as doenças dos brancos e de seus animais, por terem contatos há séculos com os povos brancos e com os animais por eles domesticados, e juntamente com a motivação financeira, decorrentes do fato do tráfico negreiro ter sido a maior fonte de renda do período colonial, foram usados como justificativas para a escravização negra.

Mais tarde, quando os europeus começaram a colonizar a África no século XIX, eles começaram a apresentar justificativas piores para a implementação da cultura e modo de vida europeus às sociedades negras; uma dessa justificativas foi a ideia errônea de que os negros eram uma raça inferior. Assim, passaram a aplicar a discriminação com base racial nas suas colônias, para assegurar determinados "direitos" aos colonos europeus. O caso mais extremo foi a instituição do apartheid na África do Sul, em que essa discriminação foi suportada por leis decretadas pelo Estado.
O racismo como fenômeno social

O racismo, como fenômeno comportamental e social, procura afirmar que existem raças puras, e que estas são superiores às demais; desta forma, procura justificar a hegemonia política, histórica e econômica.

Do ponto de vista racial, os grupos humanos atuais em sua maioria são produto de mestiçagens. 
A evolução das espécies incluindo a humana e o sexo facilitaram a mistura racial durante as eras. Afirmar que existe raça pura torna ilusória qualquer definição fundada em dados étnicos e genéticos estáveis. Portanto, quando se aplica ao ser humano o conceito de pureza biológica, o que ocorre é uma confusão entre grupo biológico e grupo linguístico ou nacional.

As raças, nós as inventamos e nós as levamos a sério por séculos, mas já sabemos o bastante para largar mão delas. Hoje em dia sabemos que somos todos parentes e todos diferentes, de acordo com o feliz slogan criado pelo geneticista francês André Longaney, e não é preciso ter feito estudos aprofundados para convencer-se disso.

Finalizando- A abolição da escravatura brasileira foi um processo lento que passou por várias etapas antes sua concretização. Criaram-se leis com o intuito de retardar esse processo de abolição como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários entre outras, as quais pouco favoreciam os escravos.

Quando finalmente foi decretada a abolição da escravatura, não se realizaram projetos de assistência ou leis para a facilitação da inclusão dos negros à sociedade, fazendo com que continuassem a ser tratados como inferiores e tendo traços de sua cultura e religião marginalizados, criando danos aos afrodescendentes até os dias atuais.

Durante o século XX, os negros brasileiros ainda enfrentaram muitas dificuldades para superarem as discriminações no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Mesmo com o reconhecimento da igualdade formal perante a lei, na prática os negros não conseguiam facilmente as mesmas posições que os brancos, principalmente no plano econômico.

Diferentemente dos Estados Unidos onde o sentimento de ódio e de discriminação sempre foram mais latentes, no Brasil os negros foram vítimas do ''apartheid social" que sempre sufocou o país, estabelecendo um grande distanciamento entre ricos e pobres.

Para além disso, o racismo no Brasil continuou ocorrendo de maneira velada no meio social nas últimas décadas do século XX. Mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, que

considera o racismo como "crime inafiançável e imprescritível", ainda se liam anúncios de empregos em jornais procurando pessoas de "boa aparência" o que, na realidade, significa uma recusa quanto à contratação de negros.
Embora nos ultimo anos o movimento negro organizados conseguirem importantes conquistas do governo brasileiro tomou medidas inéditas a fim de reduzir as desigualdades sociais entre brancos e negros, tendo estabelecido um sistema de cotas para afrodescendentes e estudantes provenientes de escolas públicas nos vestibulares das universidades federais, mais atualmente (2016) o governo federal esta voltando atrás e revendo numa tentativa de revogar as mesmas.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org/wikião\ Companhia das Letras, 2003. Páginas 101-102\www.suapesquisa.com/historiad

sábado, 10 de dezembro de 2016

RITMO, IDENTIDADE E NEGRITUDE: A IMPORTÂNCIA DO BLOCO AFRO NA TRANSMISSÃO DA CULTURA

Desde meados do século XIX as ruas da cidade do Rio de Janeiro eram invadidas, nos dias de carnaval, por grupos de pessoas dispostas a se divertir.
Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro, datam de 1889: Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani,Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete,Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família (Rua Paulino Figueiredo)


Bloco afro
O primeiro bloco afro criado no Brasil foi o Ilê Aiyê, no ano de 1974 por Vovô, inaugurando assim uma mudança do carnaval de Salvador com a inserção da musicalidade africana.São blocos que utilizam em sua indumentária, ritmo e letra aspectos das culturas africanas, utilizando um conjunto percussivo à frente do trio elétrico, somado a vestimentas cuja temática das estampas estabelecem ligação com a África.Na sua primeira apresentação, no carnaval de 1975, o Ilê Aiyê apresentou a música "Que Bloco é Esse", de Paulinho Camafeu...

O surgimento do grupo desvelou a repulsa, antes sob as vestes da democracia racial. Inicialmente, os formadores do bloco pretendiam nomeá-lo "Poder Negro". Entretanto, a Polícia Federal da Bahia impediu o registro do bloco com este nome alegando que possuia conotações negativas e "alienígenas". Além disso, à época, a imprensa baiana apoiou e incentivou a proibição acusando o movimento de formação do bloco de ter "inconcebíveis

intenções subversivas" por pretender vincular a situação do negro brasileiro à do negro americano. (Nêgo - Boletim Informativo do MNU-Ba, n.3, p.2 e n.14, p.7) O Jornal A Tarde, de 12 de fevereiro de 1975, tinha como manchete: "Bloco Racista, Nota Destoante"O Movimento Negro teve várias fases passando por muitos períodos históricos, por muitas vezes sendo calados, mas resurgindo mais forte e unido na luta contra o racismo, preconceito e desigualdade racial.

Na educação, a partir de posturas preconceituosas presentes nos livros didáticos, se consolidou a Lei nº9.394/96, sendo alterada em 2003 pela Lei nº10.639/03, que instituiu as Diretrizes Curriculares para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira Africana no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

Movimentos Sociais
Os movimentos sociais são considerados como uma fonte da formação de política e teve um papel de destaque nas lutas contra o regime militar, onde as ações do estado eram questionadas.Os movimentos contestavam diversas formas de segregação que a ditadura impunha a muitos setores da sociedade, mas foi nos anos 80 que os movimentos foram fortalecidos graças a intensa organização civil em torno dessas questões.

São ações coletivas que agem como resistência a exclusão e lutam pela inclusão social. Segundo Gohn "movimentos sociais são ações sociais coletivas de caráter sócio – político e cultural que viabilizam distintas formas da população de se organizar e expressar suas demandas" (2001; p.13). Essas organizações partem de uma simples denúncia e são expressas a partir de ações como mobilizações coletivas.

Movimento Negro

Com o passar do tempo, os movimentos sociais ganharam novas identidades, dentre elas as questões étnico – raciais, como por exemplo, o movimento afro-brasileiro que deixou de ser
predominantemente movimento de manifestações culturais para ser também de luta de construção de identidade e de luta contra a discriminação racial e todas as formas de preconceito. (GOHN;2001)

Warren (apud Petrônio Dominguês; 2007,p.101) define: (...)Movimento negro é a luta dos negros na perspectiva de resolver seus problemas na sociedade abrangente, em particular os provenientes dos preconceitos e das discriminações raciais, que os marginalizam no mercado de trabalho, no sistema educacional, político, social e cultural. Para o movimento negro, a questão racial, é por conseguinte uma questão de identidade racial, é utilizada não só como elemento de mobilização, mas também de mediação das reivindicações políticas.Em outras palavras para o movimento negro, a "raça" é o fator determinante de organização dos negros em torno de um projeto comum de ação.

Uma cultura que difere dos "padrões da normalidade2" que é imposto pela sociedade legitimada por preconceitos o negro é "inferiorizado" ( em vários aspectos, dentre eles destaca-se a cor da pele que muitas vezes é motivo de risos e piadas. Possuem um patrimônio cultural diversificado, saberes que dizem respeito à religião,culinária, música e dança etc. A enorme dificuldade em ingressar no mercado de trabalho e nas Universidades marcam essa luta.
A participação do povo negro na construção da sociedade brasileira, nos ajuda na superação de mitos, na discussão sobre a áfrica escravizada com uma visão de caráter selvagem, incivilizado ou inferiores pela cor da pele (JARDIM;2012). Precisa-se romper com esses preconceitos arraigados em nosso imaginário social que tendem a tratar a cultura negra e africana como sofrimento, miséria ou pessoas menos favorecidas(GOHN;2001).

Os movimentos negros visam resgatar e garantir a construção de oportunidades iguais que primam pelo conhecimento garantindo os direitos e a valorização da história, da cultura e da identidade dos mesmos, direcionando a população negra quanto às reivindicações, para que os negros fossem integrados de fato à sociedade, usufruindo os mesmos direitos enquanto cidadãos (DOMINGUÊS;2007). Lutam juntos por uma sociedade anti-racista e igualitária, alcançando a equidade entre raças e classes, como forma de eliminar as desigualdades sociais, presentes em nosso país desde a colonização, explorando os que são "desiguais" em classe e cor.

-A luta dos negros vem tentando resolver seus problemas na sociedade que é composta por indivíduos preconceituosos e racistas, que os marginalizam,oprimem e os humilham em diversos segmentos como educação, política, mercado de trabalho entre outros. Lutam para garantir o fortalecimento e manutenção de suas culturas e valores e, sobretudo sua
identidade enfrentando toda e qualquer forma de exclusão racial (ARAÚJO Jr;2005)
.

Nas décadas de 60 e 70 a juventude brasileira ligada aos movimentos sociais negros, reforça sua identidade através da música, por meio do Soul Music e da moda através do estilo Black Power, essas formas de representação social que até hoje está ligada ao negro, se iniciaram nos Estados Unidos juntamente como o movimento pelos direitos civis em que Martin Luther King lutava pela igualdade entre negros e brancos. (MERLO;2011)


Se liga:
Dentre as lutas e representações de resistência do povo negro lembramos os grandes marcos como Zumbi dos Palmares, reconhecido como um dos principais representantes da resistência negra a escravidão no período do Brasil colonial,Revolta dos Malês e Chibata, manifestações decorrentes de um processo histórico de insatisfações individuais e coletivas.
Sabemos que os negros foram trazidos da África para o Brasil, tiveram que lidar com o novo o desconhecido e arbitrário nesse contexto essa população teve que se reinventar, sendo obrigados a deixarem de praticar seus costumes adotando práticas europeias. Viam em embarcações chamadas de navio negreiro, em péssimas condições sem nenhum respeito eram maltratados e humilhados, ao chegarem no Brasil eram vendidos para os donos de terra (MEDEIROS;2008).
Alguns negros resistiam, fugiam e formavam os quilombos, que eram comunidades grandes de negros, escondidos na mata fechada. Diante dessa junção em pequenos grupos foram nascendo os primeiros movimentos organizados.

-Após a abolição da escravidão, os primeiros anos foi marcada por uma longa luta para efetivação de uma verdadeira liberdade á população negra. Apesar do pequeno contingente de escravos libertos em 13 de maio de 1888, a grande parcela da população brasileira definida étnica e racialmente como negra foi tomada pelas autoridades como um problema para o desenvolvimento da nação.
(MORAES,2010).

Finalizando:
Ao longo do artigo buscamos analisar a realidade dos Movimentos Sociais Afrodescendente inserido em uma sociedade economicamente e socialmente desigual. Como e o que

podemos fazer para mudar essas concepções que estão internalizadas desde o tempo colonial, que até hoje reina na sociedade.Dando extrema importância as manifestações e lutas para mudar essa realidade, as e sobretudo as pessoas que foram sacrificadas em busca de igualdade de direitos, respeito, dignidade e liberdade.

Claudia Vitalino.

Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

fonte:https://pt.wikipedia.org/videos.bol.uol.com.br/www.palmares.gov.br/

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...