UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Um olhar para Religiosidade Negra ...

Nada mais delicado que as mudanças históricas de percepção e interpretação relacionadas a
religião africana e seu processo complexo de continuidades e descontinuidades no Novo Mundo. Uma leitura atenta e detalhada dos títulos que surgiram cronologicamente na literatura a respeito nos permitiria levantar dados para uma história instrutiva do prejuízo racial ou, melhor ainda, das relações inter-étnicas e interculturais na América Latina, marcadas por forte etnocentrismo cultural por parte das elites detentoras do domínio institucional oficial, que não podem ser atribuídas apenas a contextos locais, reflexo e conseqüência, por sua vez, dos interesses e situações internacionais que vem sucedendo desde a implantação da escravidão, por assim dizer, produto do mercantilismo europeu.

A questão da religião africana nas Américas - suas origens, áreas de influência, dogma, doutrina, liturgia, sacerdócio, mutilações, perseguições, transformações, diversidade de estilos e unidade epistemológica latente - apesar de ser aparentemente a parte mais

estudada, é a que mais precisa de um exame re-interpretativo. Esta revisão, que envolve a reformulação terminológica e conceitual quase total, deve ser de uma amplitude de perspectiva tal que permita, além de um estudo profundo da própria estrutura e conteúdos filosóficos, místicos e simbólicos da religião e da diversidade de suas manifestações, incluir seu significado histórico e contemporâneo como elemento fundamental que permitiu o processo dramático pela integridade psíquica e a preservação de um ethos latente específico que sobreviveu a todas as pressões do poder político-institucional.

Desde bruxaria, magia, sistema de superstições,ditos fetichismo, animismo, sincretismo, até as mais puras classificações de cultos afro-americanos, toda a ampla gama de designações que retrata simultaneamente o quadro do relacionamento intercultural, levaria a negar o caráter de religião ao sistema místico deixado pelos africanos e alterado pelos seus descendentes.Essa negação não somente tira os valores transcendentes da cultura trazida pelos escravos (justificando assim a arrogância lucrativa da submissão - forçada ou indireta - dos outros seres humanos), sendo que fundamentalmente desvia e encobre a unidade subjacente, o caráter transnacional das manifestações religiosas de raízes africanas e encobre, sobretudo, o fato de que a religião, condutora da continuidade institucional, permitiu os agrupamentos e comunidades que se constituíram em centros organizadores da resistência cultural. Mais que qualquer outra manifestação, a religião e as atividades que dela se derivam, nos proporciona os elementos que permitem recompor essa "comunalidade" que fala Mintz para o Caribe, ou "foco cultural", como prefere falar Brathwaite, falando precisamente sobre a religião africana.

-Assim como a civilização greco-romana expadiu-se pelas diversas formas do cristianismo, a civilização negro-africana expandiu-se e veiculou-se na diáspora através
das diversas acomodações e re-elaborações da religião tradicional africana.


O fato de que não puderam ser absorvidas pela Igreja do setor dominante, indicam claramente uma incompatibilidade institucional entre ambas as religiões. As variávies da religião negro-americana, com maior ou menor re-elaboração que deu significado e permitiu
a sobrevivência física e espiritual de importantes setores da população negra nas Américas.“Só um sacerdote do culto, em cargo elevado dentro da hierarquia da mesma, poderia produzir a classe do texto que esperava.“.

Não cabe dúvida de que a religão afro-americana - assim como o cristianismo - é o resultado
de um grande processo de seleções, associações, sínteses, re-interpretações de elementos arcaicos, absorção e re-elaboração de outros novos, cujas variações se foram estruturando de acordo com as bagagens culturais das etnias locais e de seu inter-relacionamento sócio-econômico, mas todas elas formando e delineando um sistema central básico.
A perspectiva do todo nos permitiria uma compreensão coerente da diversidade de modelos e situações, fragmentos de uma continuidade neoafricana, de um sistema místico e simbólico, distinto e específico, que participa dialeticamente do povo latino-americano e coloca uma parte do continente na órbita de uma comunidade transatlântica, todavia a ser conscientizada.

A sociedade branca, que está pronta para aceitar o Candomblé como folclore ou espetáculo
artístico, sente ameaçada sua segurança intelectual pela competição, em bases iguais, de uma filosofia que não é dela própria, uma filosofia que se chamará negritude, significando a verdadeira negritude, não aquela que não é mais que uma ideologia política. Mas por hora, só queremos destacar o conceito de negritude, da "verdadeira negritude", que Bastide caracteriza como "afirmação existencial" e não como ideologia política. Nesse sentido, negritude expressaria, por assim dizer, a latência africana, esse ethos, essa "comunalidade" que de uma maneira mais ou menos manifesta reúne as diversas expressões da religião afro-americana.

A religião foi e é o mais poderoso transmissor dos valores essenciais dessa negritude afro-americana. Valores que em nenhum caso permaneceram congelados; muito ao contrário, se conseguiram sobreviver com tanta pujança no meio de tantas pressões poderosas, foi devido fundamentalmente a essa extraordinária plasticidade e vitalidade, a esse processo dialético de resistência-acomodação que deu origem às diversidades: descontinuidade na continuidade, como preferem alguns especialistas.

A manutenção dessa estrutura básica, permitiu a esses cultos acomodar-se sem "embranquecer", interpretando o novo em termos de uma filosofia em que são renovados os valores de um passado, fonte de continuidade e estabilidade, ligados com uma história.

Essa renovação na estabilidade, essa mobilidade particular, é condutora como poucas da negritude.

Para dar um exemplo extremo, poderíamos examinar o fenômeno Jazz. É evidente que a música urbana negra dos Estados Unidos - assim como o samba no Brasil - revela sua profunda negritude apesar dos elementos externos que incorporou e re-elaborou, começando pelos próprios instrumentos que utiliza. Virgil Thompson classifica de jazz como "a referência
sobre-entendida", a expressão do negro. E acrescenta: "composição clássica européia, folclore anglo-saxão, dança hispânica, hinos, bateria, o lied alemão, ragtime, ópera italiana, todos são alimentos para a insaciável fome negra, provisões a serem trituradas, como se por dentro de todos os negros norte-americanos houvesse, ou talvez haja, alguma enzima antiga africana disposta a digerir vorazmente o que encontra em seu caminho na matéria sonora".

É conhecido o processo de encobrimento com o qual os africanos se acomodaram à conversão forçada exigida por seus donos. Suas próprias entidades sobrenaturais foram associadas a determinados santos e festividades católicos, com a idéia de enganar o branco, continuando com o seu próprio sistema, mas até onde isto foi possível é difícil de se determinar. Todas umas gamas de delicados mecanismos, de atuações falsas e verdadeiras, criaram uma ampla faixa de indeterminações e influências mútuas. Vários autores se dedicaram a confeccionar quadros nos quais são anotadas as várias associações entre entidades africanas e cristãs, e não insistiremos a respeito.

-Entretanto, vale chamar a atenção de que essas indeterminações e associações não são suficientes, no estado atual de seu processamento, para caracterizar a aparição de um novo sistema religioso.


Os sincretismos como mecanismos de contatos inter-étnicos e intelectuais foram e continuam sendo indiscutíveis. Mas, no que diz respeito à influência cristã, eles não se re-elaboraram homogeneamente para criar uma nova e única instituição que sincretizasse em um dogma e uma liturgia, as contribuições das instituições que se revelam alternativas e incompatíveis.
Inversamente, devido a sua compatibilidade, os sincretismos referentes às várias aproximações étnicas de origem africana foram acontecendo naturalmente; constituíram,

com diversidade formal, a unidade básica das variáveis homogêneas e o veículo condutor do "negrismo" nas variáveis heterogêneas.

Os sincretismos afro-cristão na América Latina são mais evidentes no plano individual, ainda que estaríamos tentados a preferir falar da soma de padrões. É bem sabido que quase todos, para não dizer todos, os negros da América Latina pertencem à religião cristã, católica em sua
maioria. Pelo menos são batizadas as cerimônias.

Apesar de não existir estatísticas a respeito, é possível perceber empiricamente que uma alta porcentagem dessa população freqüenta ou pertence a algum grupo ou comunidade, ou pratica alguma variação da religião afro-americana. Se a prática paralela de duas religiões cria em seus adeptos mecanismos sincréticos, estes não se deixam traduzir na organização institucionalizada de ambas, que mantém claramente separadas suas estruturas básicas, a não ser por rasgos mais ou menos complexos que, em um e outro sentido, transpassam os limites classe-grupo cultural sem alterá-los realmente.

Não existe uma nova religião, um resultado diferenciado das religiões que a deram origem; há uma alteração ou soma de crenças. Na Diáspora, a prática religiosa foi o fator preponderante que permitiu o reagrupamento institucionalizado dos africanos e seus descendentes.

Isto é de importância capital. A religião como elemento de coesão deu lugar a formação de grupos e associações cujos sistemas de crenças - resultante de referências étnicas e acomodações sócio-históricas - vinculam maneiras particulares de inter-relacionamento, normas, ações e valores que convertem os agrupamentos em verdadeiras comunidades com características peculiares.

Na Diáspora, o espaço geográfico que apresentava a África nativa e seus conteúdos, foi transferido para os sítios onde foram levantados casas, templos ou quartos em cujos recintos
se "plantaram", junto com os elementos e símbolos materiais nos lugares de adoração, os poderes dos antepassados e das entidades sobrenaturais que garantiriam não só a continuidade da existência, mas também uma forma de viver.

Foi através da prática contínua da religião que o negro conservou um sentido profundo de comunidade. A América Latina viu transportar, implantar e reformular em seu solo, um complexo cultural que se expressa através de associações religiosas, nas quais se mantém e renova o mais específico de seus sistemas de origem.

Dizer que nestas comunidades a religião é um elemento de coesão de formas particulares de
cultura, pareceria óbvio. Mas, é comum percebê-las somente como grupos religiosos.

Erro que desdibuja o significado profundo das comunidades como instrumentos institucionalizados de continuidade e re-elaboração e um sistema de cultura básico que insiste tenaz e dinamicamente em participar com seus valores próprios e diversidade de formas nas sociedades nacionais.


No Brasil....
A religião afro integra o folclore do país como bem material. Os escravizados vindos da África trouseram consigo o candomblé. Proibidos de praticar sua religião, os africanos associaram a cada orixá um ou mais santos católicos, conforme cada religião do, para exercerem sua religião sem serem perseguidos. Dos orixás de origem africana, se tornaram mais populares os seguintes: oxalá, xangô, yansã, oxún, ogun, oxósse, omolu, yemanjá, ibejis e exu.

As religiões chamadas afro-brasileiras surgiram durante o processo de colonização do Brasil, com a chegada dos escravos africanos. Em diferentes momentos da história, aos poucos, as religiões afro-brasileiras foram se formando nas mais diversas regiões e estados. É justamente por isso que elas adotam diferentes formas e rituais, diferentes versões de cultos.

Na realidade, os cultos afro-brasileiros vêm da prática religiosa das tribos africanas. Por isso, cada uma tem a sua forma peculiar de chamar o nome de Deus, promover seus cultos, estruturar sua organização, celebrar seus rituais, contar sua história e expressar as suas concepções através dos símbolos.

Na tentativa de catequizar os negros, os europeus promoveram uma grande mistura que

resultou nas hoje chamadas de religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, fruto da inter-relação de culturas.Alguns povos bantos eram adeptos do candomblé e foram seus introdutores no país. Atualmente, existem poucas casas de candomblé puro no Brasil, concentradas principalmente na Bahia. Por outro lado, o candomblé de caboclo e a cabula, outra variante do candomblé, tornaram-se as raízes remotas da umbanda, o mais difundido culto afro-brasileiro  na cidade do Rio de Janeiro.
 Porém, a religião oficial no Brasil é o catolicismo, trazido pelos brancos, de origem portuguesa. O candomblé - culto africano que se tornou afro-brasileiro - era encarado como bruxaria. Por isso era proibido e sua prática reprimida pelas autoridades policiais. Assim, os negros passaram a cultuar suas divindades e seguir seus costumes religiosos secretamente. Para disfarçar, identificavam seus deuses com os santos da religião católica. Por exemplo, quando rezavam em sua língua para Santa Bárbara, estavam cultuando Iansã. Quando se dirigiam a Nossa Senhora da Conceição, estavam falando com Iemanjá. Esse processo foi chamado de sincretismo religioso... 
Que e outro assunto e já temos alguns textos aqui no nosso blog...

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte:www.paperini.net/antigo.acordacultura.org.br/https://www.mundonegro.inf.br/comisão de povos tradicionais da unegro

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Dia 3 de Agosto comemora-se o Dia do Capoeirista

O dia do capoeirista é celebrado hoje, 3 de agosto, uma data que se popularizou por
todo o Brasil. Esta data ainda não é nacionalizada, apesar de existirem Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional. Alguns estados e municípios têm leis semelhantes que instituem, em datas distintas, o dia do capoeirista, o dia da capoeira ou a semana municipal da capoeira, como é o caso do Rio de Janeiro, do Ceará, de Fortaleza, de Florianópolis e de Porto Alegre.

Origem-Capoeira - No século XVII, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação dos jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" em quimbundo).[carece de fontes] Durante a cerimônia, os homens competiam numa luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário.[carece de fontes] O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta.[carece de fontes] Com a chegada dos invasores portugueses e a escravização dos povos africanos, a capoeira foi introduzida no Brasil..

No Brasil, assim como no restante da América, os escravos africanos eram submetidos a um regime de trabalho forçado. Eram também forçados a adotar a língua portuguesa e a religião católica. Como expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para plantações dos índios) .
"
A partir do século XVI, Portugal começou a enviar escravos para o Brasil, provenientes primariamente da África Ocidental. Os povos mais frequentemente vendidos no Brasil faziam parte dos povos Iorubá e Daomé, guineo-sudanês, dos povos Malesi e hauçá e do grupo banto (incluindo os congos, os quimbundos e os Kasanjes), provenientes dos territórios localizados atualmente em Angola e Congo.[carece de fontes]A capoeira ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática.No século XVI, Portugal tinha um dos maiores impérios coloniais da Europa, mas carecia de mão de obra para efetivamente colonizá-lo. Para suprir este déficit, os colonos portugueses, no Brasil, tentaram, no início, capturar e escravizar os povos indígenas, algo que logo se demonstrou impraticável. A solução foi o tráfico de escravos africanos.

A principal atividade econômica colonial do período era o cultivo da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses estabeleciam grandes fazendas, cuja mão de obra era primariamente escrava. O escravo, vivendo em condições humilhantes e desumanas, era forçado a trabalhar
à exaustão, frequentemente sofrendo castigos e punições físicas.Mesmo sendo em maior número, a falta de armas, a lei vigente, a discordância entre escravos de etnias rivais e o completo desconhecimento da terra em que se encontravam desencorajavam os escravos a rebelar-se. Neste meio, começou a nascer a capoeira. Mais do que uma técnica de combate, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães do mato, sempre armados e montados a cavalo.Quilombos - Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes.. A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar.

O maior dos quilombos, o Quilombo dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e, geralmente, combatendo em menor número, resistiram a pelo menos 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores holandeses

O inicio no Brasil - Desde um início de sua formação até os dias de hoje, a capoeira
diferenciou-se em diferentes "estilos", cada um marcado por suas visões próprias, hábitos específicos e interações com a cultura local de cada região. Atualmente, essas diferentes leituras acerca da capoeira estão manifestas através da prática dos diferentes grupos e declaradas em duas principais vertentes: a capoeira de Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.

Se liga: No fim do século XIX, a escravidão no Brasil era basicamente impraticável por diversos motivos, entre eles o sempre crescente número das fugas dos escravos e os incessantes ataques das milícias quilombolas às propriedades escravocratas. O império Brasileiro tentou amenizar os diversos problemas com medidas como a lei dos Sexagenários e a lei do Ventre Livre, mas o Brasil inevitavelmente reconheceria o fim da escravidão em 13 de maio de 1888 com a lei Áurea, sancionada pelo parlamento e assinada pela princesa Isabel.

Livres, os negros viram-se abandonados à própria sorte. Em sua grande maioria, não tinham onde viver, onde trabalhar e eram desprezados pela sociedade, que os via como vagabundos. O aumento da oferta de mão de obra europeia e asiática do período diminuía ainda mais as oportunidades. e logo grande parte dos negros foi marginalizada e, naturalmente, com eles a capoeira.

Foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional , vista a situação caótica da capital brasileira e a notável vantagem que um capoeirista levava no confronto corporal contra um policial...

Devido à proibição, qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. A capoeira, após um breve período de liberdade, via-se mais uma vez malvista e perseguida. Expressões culturais como a roda de capoeira eram praticadas em locais afastados ou escondidos e, geralmente, os capoeiristas deixavam alguém de sentinela para avisar de uma eventual chegada da polícia.


Angola e Regionais - A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.

A designação “Angola” aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de “Negros de Angola”, vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeiragem Angola, a exemplo dos Mestres: João Pequeno, João Grande, Valdomiro Malvadeza, Albertino da Hora, Raimundo Natividade, Gaguinho Moreno, 45, Pessoa Bá-Bá-Bá, Trovoada, Bola Sete, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros, como Mestre Morais.

É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por ter uma sistemática estruturada em rituais de aprendizado completamente diferentes da

Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.
Regional

A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba (em Manuel dos Reis Machado, (1900-1974)
Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de “Luta regional baiana”, de onde surgiu o nome regional.

Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.

Há muita discussão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua capoeira Regional. Entre os velhos mestres, essa é a opinião vigente, mas, apesar disso, eles não acham que este fato seja negativo ou descaracterizador.

A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as “sequências de ensino” que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.

Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de “Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia”.

Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: “A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional.”

Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: “calouro”, “formado” e “formado especializado”. Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.

A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.

Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio – a famosa mandinga – e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.

Tipos de capoeira existem apenas dois a capoeira angola (que é composta pelo jogo de angola, são bento pequeno de angola e são bento grande de angola) e a capoeira regional (que é composta pela benguela a regional e a iuna), o que muda não é o tipo de capoeira, mas sim o jeito de se expressar.

Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros
e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender alíngua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contra-mestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.

O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

fonte:www.kimcapoeira.com\www.suapesquisa.com/educacaoesportes\fotos net


domingo, 31 de julho de 2016

MENELIK II Rei dos Reis da Abissínia (1844 – 1913)

-"Descendente da lendária Rainha de Sheba (ou Sabá) e do Rei Salomão, Menelik foi a figura principal naqueles tempos na África. Ele converteu um grupo de reinos independentes em um império forte e estável conhecido como os Estados Unidos de
Abissínia (a Etiópia). O feito dele em reunir vários reinos que freqüentemente se opuseram fortemente uns aos outros, lhe deu um lugar como um dos grandes estadistas de história africana. As realizações adicionais dele na cena internacional lidando com os poderes mundiais, culminou com a vitória atordoante da Etiópia em cima da Itália em 1896 na Batalha de Adwa (uma tentativa para invadir o país) o colocou entre os grandes líderes da história mundial e manteve a independência do país até 1935".
Menelik II foi a figura principal da virada do século XIX, na África.
Estabeleceu sua capital em Addis Abeba, conseguindo unificar as províncias de Tigre e Amhara em seu reino de Shoa.

 
-Converteu um grupo de reinos independentes em um império forte e estável conhecido como os Estados Unidos de Abissínia, atual Etiópia.
 

Outras realizações na cena internacional e sua maneira de lidar com os poderes mundiais, provaram sua competência de estadista, culminando com a vitória da Etiópia sobre a Itália em 1896 na Batalha de Adwa (uma tentativa de invadir o país) garantiram-lhe um lugar em meio aos grandes estadistas de história africana. 

Menelik manteve a independência do país até 1935 -Curiosidades
No final de seu reinado, Sua Majestade, o rei Menelik II, enviou de presente uma girafa ao presidente da República Francesa, a qual chegou ao Zoológico de Paris, em 1918. A girafa ficou conhecida como "La Girafe Ménélik".

Quando se utilizou pela primeira vez a cadeira elétrica nos Estados Unidos, o imperador Menelik II da Abissínia (atual Etiópia) ficou tão encantado com o invento que mandou comprar três unidades. Só depois percebeu que não poderia utilizá-las: no seu país não havia eletricidade.
Acreditando no poder da Bíblia de curar doenças, Menelik comeu "O livro dos reis" para se salvar de um derrame cerebral e morreu de obstrução intestinal.

Menelik I - Acredita-se que seu antecessor, o homônimo Menelik I, foi o filho do bíblico Rei Salomão de Israel e Makeda, a Rainha de Sabá.
De acordo com lendas etíopes, ele nasceu na província de Hamasien em Eritreia.
A tradição credita o fato de ele ter sido o rei que trouxe a Arca da Aliança para a Etiópia, quando ao alcançar maioridade, fora visitar Jerusalém a fim de conhecer o pai.
De acordo com o Kebra Nagast, Rei Salomão tinha a intenção de enviar para o filho alguns

nobres, sacerdotes do templo e guerreiros junto com Menelik no retorno dele para o reino de Sabá.
Supõe-se que ele tenha tido uma réplica da Arca, mas conta a lenda que o filho de Zadok o sumo-sacerdote, trocou a réplica secretamente com a real Arca, permanecendo na Etiópia até os dias de hoje, mais exatamente na antiga cidade de Axum.

Na morte da Rainha Makeda, Menelik assumiu o trono com o título "novo de Imperador" e "Rei dos Reis de Etiópia'.
Ele fundou a Dinastia "Salomônica" da Etiópia que governou o país com poucas interrupções durante aproximadamente três mil anos e 225 gerações, depois terminadas com o Imperador Haile Selassie em 1974.

Etiópia, Pais de mistérios - 
A República Federal Democrática da Etiópia é um país cheio de mistérios, desde seu nome (Ityjopya).
O nome do país tem origem na palavra grega "aethiops" que significa cujo significado é "rosto queimado" por designar à África negra.
Já o antigo nome em árabe, Abissínia, significa povos misturados, por referir-se ao reino da que no passado abrangia a Etiópia atual, a Eritréia, a Somália e se estendia até a Núbia - o atual Sudão.
Pois, os mistérios apenas começaram.
Esta terra contém restos paleontológicos de origens da humanidade, monolitos que chegam atingir 34 metros de altitude belamente decorados, restos do magnífico Palácio da Rainha de Sabá ou o Arca da Aliança guardada pelos muros da Igreja de Santa Maria de Sião em Axum, a qual conta a lenda foi trazida a este país por Melenik I, filho da rainha de Sabá e o sábio Salomão.
A estes fascinantes atrativos acrescenta-se uma maravilhosa natureza com lagos, montanhas, cascatas e a garganta do Nilo Azul.

-"Esses mistérios estão bem guardados pelas etnias que habitam o país: abissínios compostos por tigreses, amharas e shoas; hamitas com os galhas e somalis e as minorias pretas; nilóticos e nantues assim como os falaschas, judeus negros que têm continuado com suas tradições como se o tempo não tivesse passado".

A Etiópia fica no nordeste do continente africano, numa região de planaltos conhecida por Chifre da África.
Secas periódicas assolam o país, que tem a região (Dabol) com maior temperatura média (34°C) em todo o mundo.
Dois terços das terras são férteis e a agricultura é dinâmica, predominando as culturas de cereais e café.

Se liga:É uma das duas únicas nações africanas (a outra é a Libéria) que não foram colonizadas pelos europeus, cuja presença na região se restringe ao curto período da ocupação italiana (1936 a 1941).
Também não foi conquistada pelo Império Árabe, conservando até hoje uma forte tradição cristã.
O Estado ainda sofre as consequências da longa guerra civil iniciada nos anos 60, que só termina no início da década de 90. Com a independência da província da Eritréia, a Etiópia perde o estratégico acesso ao mar Vermelho.

Uma História de opressão e resistência -
A Etiópia é um país com um imenso histórico de opressão, tanto interna quanto externa.
Em 1869, o imperador Menelik II assumiu o trono e se aliou à Inglaterra e à Itália para organizar a administração local (reino de Choa).
Em 1895, os ex-aliados italianos invadiram o país, alegando falta de cumprimento de compromissos.
Em 1896, na batalha de Adua, morreram 4 mil dos 10 mil soldados italianos. Foi a derrota mais esmagadora sofrida por europeus na África, até a guerra da Argélia.
Mesmo derrotado, o país europeu conseguiu por meio da diplomacia os territórios atuais da Eritréia e o sul da costa somaliana.
Em 1936, no entanto, Benito Mussolini invadiu novamente o país africano, tirando vantagem da luta interna entre candidatos à sucessão de Menelik II.
A então Liga das Nações, apesar de solicitada pelo novo herdeiro do trono, não deu apoio concreto.
Entre outras realizações, em cinco anos de ocupação, a Itália estabeleceu um sistema de discriminação racial semelhante ao apartheid sul-africano.
Com a queda de Mussolini, o Reino Unido assumiu a administração da Etiópia. Os etíopes conquistaram sua independência em 1948, reassumindo então o herdeiro do trono, Hailé Seilassié.
Após ter conseguido escapar, ele voltou à sua terra natal, que se encontrava cheia de revoltas para todos os lados, contra o poder imperial, representado na ocasião por Bezebeh, governador imposto ao povo de Choa em nome de Tewodros II.
Então, com apenas 21 anos de idade, ele reúne suas forças e depões Bezebeh, se tornado Negus (Rei) de Choa. 

Depois de três anos, o Imperador Tewodros morre e Sahle Mariam aspira ao seu lugar, mas quem assume o trono é Yohannes IV, um Ras proveniente da família real de Tigre.
Subiu ao trono em 1872 e prosseguiu a obra de seu antecessor, equipando o império com Forças Armadas e estabelecendo a paz interna, principalmente com seu maior rival Sahle Mariam, o Ras de Choa
.
Para isso, realizou a união dinástica de seu filho com a filha de Sahle, o que garantiu uma sucessão pacífica ao trono.
 
Extremamente voltado para as questões religiosas, Yohannes IV expandiu bastante o cristianismo ortodoxo, catequizando pagãos e até muçulmanos.

Lutou bravamente contra os italianos contra os sudaneses fundamentalistas islâmicos,

chegando a morrer na batalha de Metemma (1889), quando os Exércitos Imperiais invadiram o Sudão.
No mesmo ano, Sahle Mariam foi coroado sob o nome de Menelik II. Em seu período de rivalidade com Yohannes IV (antes do casamento de seus filhos), se aproximou dos italianos que interpretavam o artigo XVII do Tratado de Uccialli (concluído em 1889), como o estabelecimento de um protetorado italiano sobre a Etiópia.
Mas, logo que assumiu o poder, tomando consciência da interpretação errônea dos italianos, Menelik renuncia ao tratado, o que provocaria uma guerra.
Em 1o de Março de 1893, os italianos rendem-se aos etíopes na Batalha de Ádua, a mais famosa da África contemporânea. 
 Menelik II foi muito importante para o desenvolvimento da Etiópia: ele criou ministérios governamentais, fundou escolas e centros de estudos, mandou instalar sistemas de correios e telégrafos e construiu inúmeras estradas e ferrovias, a principal delas ligando o Djibouti à nova capital por ele erguida: Addis Abeba. 
Esta cidade, que em amárico significa “Nova Flor”, foi construída nos planaltos de Choa e inaugurada em 1887. 

O Palácio Imperial, as Academias Militares e as Igrejas deram magnificência à sua obra,

que chegou a ser considerada a capital da África.
Foi por essa razão que durante o século XX Adis Abeba foi escolhida para sediar vários organismos internacionais da África.
Tendo adoecido gravemente em 1906, Menelik conseguiu assegurar ao seu neto Lij Iyasu, a herança do trono.
Iyasu, apesar de ser herdeiro por linha materna (sua mãe era filha de Menelik), era também filho do governador de Welo, do povo Oromo, que era muçulmano antes da conversão por Yohannes IV, o que gerou certa antipatia na nobreza, no clero e no povo etíope.
Para piorar a situação, Iyasu se declarou um seguidor de Maomé e filho de Alá.
Os nobres de Choa instalaram no trono, a princesa Zauditu (filha de Menelik) e colocaram Ras Tafari Makonnen, como Regente e Herdeiro à Coroa.
Tafari Makonnen pertencia à nobreza reinante de Choa: era bisneto do grande Ras Sahle Selassie e sobrinho do imperador Menelik.
Foi um governante dinâmico e objetivo e como regente, aboliu a escravidão, levou a Etiópia à Liga das Nações e foi o primeiro monarca etíope a visitar as capitais da França, Itália e Inglaterra.
Em 02 de Abril de 1930, a Imperatriz Zauditu morre e Ras Tafari é proclamado imperador.
Foi coroado em 02 de Novembro do mesmo ano, com o título de Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judá, Eleito de Deus e Luz do Mundo.
Sua coroação atraiu a atenção do mundo ao seu país, contando com a presença de inúmeros chefes de estado, altos dignitários e jornalistas do exterior, que espalharam seu nome aos quatro cantos da Terra.
Seu nome, Haile Selassie, significa “Poder da Santíssima Trindade” e representou para seu povo a esperança de um futuro promissor.
Em 1931 foi aprovada a constituição que limitava seus poderes e estabelecia um parlamento.
Após a invasão do império pela Itália em 1936 e do exílio da Família Imperial em Londres, durante cinco anos a Etiópia formou com a Somália e a Eritréia a chama África Oriental Italiana.
Em 1941, com auxílio britânico, a Etiópia liberta-se da tutela italiana e Haile Selassie volta triunfante ao poder. Iniciam-se amplas reformas políticas e sociais: o sistema judiciário é organizado e hierarquizado e o Código Penal, reconstituído.
Com a criação da ONU em 1945, a Etiópia passa ser um dos países membros. Em 1960,
enquanto estava de visita oficial n Brasil, há uma tentativa de golpe de estado que é rapidamente esvaziada pelos militares leais à monarquia.
Ele retorna a Adis Abeba aclamado pelo seu povo. Em 1975, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, desaparece dos olhos da Babilônia, um ano após ser deposto por um golpe.
A independência absoluta e a soberania do Império Etíope são reconhecidas oficialmente, o que torna a Etiópia a única nação africana que não foi colonizada.

A Lendária Etiópia - No curso da História, houve três reinos, independentes e distintos entre si, os quais, em épocas próprias, foram denominados Etiópia: Napata, Méroe e Aksun (ou Axum).
Ao exame dos textos históricos, parece ressaltar que a denominação de Etiópia aplicava-se, mais apropriadamente, ao reino de Aksun (Axum), enquanto para Méroe e Napata representava apenas uma designação greco-romana.
O termo Etiópia (Ethiopia) parece ter resultado do esforço dos escritores gregos antigos para designar essa região da África Oriental, cujo nome originário, indígena, era ininteligível para eles. Seu significado é, aproximadamente, “país das gentes de rostos queimados”, ou seja, genericamente, a raça negra.
A designação indistinta de Etiópia para designar, genericamente, todos os países antigos situados ao sul do Egito, praticada por escritores antigos, dificulta a compreensão exata da localização geográfica de eventos registrados pela história, ocorridos naquela parte do mundo.
Observe-se a narrativa bíblica (Atos dos Apóstolos, cap.VIII, 27/39) onde um dos personagens seria um “alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia”.
Um rápido exame dos mapas da região nos convence que, em época tão remota, longe das conquistas dos atuais meios de transporte, seria improvável que um alto funcionário ousasse ausentar-se de suas funções para cumprir tal viagem, dada a enorme distância entre o local do encontro com Felipe (Jerusalém) e o reino da Etiópia (atual).
O termo Candace, comum aos textos bíblicos e de História, originário do grego Kandakê é a forma latina, com influência francesa, de Kantakai.
Representava o título real comum às rainhas do império etíope. Os gregos e os romanos usavam essa denominação como nome próprio das soberanas com as quais mantinham relações políticas.
O império abissínio teve início mil anos antes da era cristã, e terminou em 1974, com a deposição do último imperador.

"A origem lendária do império remonta ao filho de Salomão, rei dos judeus, com Balkis, rainha de Sabá. Esse filho é chamado, por alguns autores, por Menelik, e por outros, de David, e é apontado como origem dos negus da Abissínia."

Ainda segundo a tradição abissínia, durante sua permanência em Jerusalém, a rainha de

Sabá tornou-se mulher do rei Salomão.
Teria retornado ao seu país grávida, e teve um filho, que foi educado em Sabá durante a infância.
Na adolescência, foi enviado a Jerusalém, para aprimorar seus estudos e conviver com seu pai, por alguns anos, procurando absorver sua proverbial sabedoria.
Nessa ocasião, teria sido ungido e sagrado no Templo, com o nome de David, em homenagem ao seu avô, retornando, após, para junto de sua mãe.

Finalmente estabeleceu-se na Abissínia, tendo subido ao trono e introduzido à religião judaica em seu país, originando as cerimônias que os abissínios ainda conservam.
Salomão (do hebraico Chélômôh), filho do rei David e de Bethsabá, viveu entre 1032 e 975 a.C.
Sabá foi uma cidade da Arábia antiga (Arabia Felix), junto as costa ocidental do Mar Vermelho, capital do reino do mesmo nome, que os gregos chamaram de Miriaba. Esse país, posteriormente, passou a chamar-se Yemen.

- A tradição árabe conta que a rainha Balkis (Belkis), atraída pela fama de riqueza e sabedoria que adornavam o rei dos judeus, resolveu visitá-lo, tendo sido sua hóspede e mantido o relacionamento que resultou no nascimento de um filho, do qual descendem os reis da antiga Abissínia.
O episódio é confirmado (parcialmente) pela narrativa bíblica (Reis, cap. 10, vers.1 a 13, e Crônicas, cap. 9, vers. 1 a 12), exceto no que se refere ao nascimento do filho mencionado nas tradições árabes e etíopes.
"Os autores árabes atribuem à rainha de Sabá dessa narrativa, o nome de Balkis ou Belkis. Outros autores a denominam de Makeda, ou Makida."

A Abissínia teve origem no antigo reino de Aksum (Axum). Em 1941, reivindicou o nome do antigo território, e passou a denominar-se Etiópia.
Os soberanos da milenar Abissínia, desde a antiguidade, usavam o título de Negus, pretendendo descenderem do rei bíblico Salomão, e da lendária rainha de Sabá.
O último negus etíope, Hailé Selassié, que reinou de 1930 a 1974, usava os títulos da tradição bíblica de “O Eleito de Deus”, “Rei dos Reis”, “O Leão de Judá”, e timbrava os documentos oficiais com o “selo de Salomão”.

Selassié nasceu em 1891, e tinha o nome civil de Tafari Makonen. Seu pai, o rás Makonnen, era um dos filhos do imperador Menelik II. Exerceu o cargo de rás (governador civil e militar) do Choá, uma importante unidade política e administrativa do país.
Foi regente da coroa, durante a menoridade da princesa Zauditu, elevada ao trono durante a primeira guerra mundial. 
Com o falecimento desta, assumiu o poder e foi sagrado imperador, em 1930, com o nome de trono de Hailé Selassié. Como monarca poderoso, introduziu a primeira constituição no
país, criou um Parlamento, modernizou o exército e aboliu a hereditariedade dos cargos de rás das províncias.
Em 1935, a Itália, contaminada pelos ímpetos expansionistas de Mussolini, invadiu a Abissínia e forçou o negus ao exílio.
 
Nessa ocasião, no ano de 1936, proferiu corajoso discurso, junto a Liga das Nações, protestando contra a omissão dos Chefes de Estados das demais nações, face ao perigo nazista iminente. Foram suas palavras:
”Eu jamais acreditaria que todas as nações do mundo, entre as quais as mais poderosas da terra, pudessem acovardar-se diante de um único inimigo.
Mas, diante de Deus, nenhuma nação é melhor do que outra”. 

E profetizou: “Hoje fomos nós, amanhã serão vocês”.
- Em 1974, um golpe militar aboliu o regime monárquico e depôs o imperador, já velho e doente, que faleceu (há indícios de que foi assassinado) em 1975, um ano após ter sido despojado do milenar trono abissínio.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org/UNEGRO FORMAÇÃO30ealguns.com.br/grandes-reis-e-rainhas-da-africa/\

terça-feira, 26 de julho de 2016

31 de Julho a " Marcha de Mulheres Negras terá o tamanho da nossa força".

A Marcha das Mulheres Negras 2015, que tem como lema “Contra o Racismo, a Violência
e pelo Bem Viver”, fez sua marcha nacional em 18 de novembro. a caminhada em Brasília vai simbolizou a resistência e a luta de mulheres negras contra diversas formas de opressão, entre elas, gênero, raça e classe. Também foi o momento de dar visibilidade e reivindicar pautas específicas destas mulheres, que representam 25% da população brasileira.
Enganou-se quem pensou que o evento acontece apenas dia 18, em Brasília foi o fim. As mulheres negras já estão marchando em seus estados, em suas cidades e comunidades novamente. Por isso, aproveitando o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, os comitês estaduais impulsores da Marcha, organizações e grupos feministas e de mulheres organizadas em suas instituições,sindicatos ou não articuladas para comemorações relativas à data que também serviram como atividades para reforçar as nossas pautas e denuncias agora em 2016 nos Mulheres Negras somos as maiores vítimas de homicídio de mulheres no País...

Os números constam do estudo "Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil", realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da ONU Mulheres. "Em 2013, morreram assassinadas, proporcionalmente ao tamanho das respectivas populações, 66,7% mais meninas e mulheres negras do que brancas", alerta o documento.

A vitimização de mulheres negras - a violência contra elas, que pode não ter se concretizado como homicídio -, cresceu 190,9% na década analisada. A vitimização desse grupo era de 22,9%, em 2003, e saltou 66,7% no ano passado(2015).

"Alguns estados chegam a limites absurdos de vitimização de mulheres negras, como Amapá, Paraíba, Pernambuco e Distrito Federal, em que os índices passam de 300%", observa a pesquisa.

O documento observa a existência de escalada na violência contra mulheres a partir de 1980, como uma “tendência histórica que evidência um lento, mas contínuo, aumento do flagelo” vivido por elas.

Agressores-  As mortes ocorrem em todos os estados e o Distrito Federal indistintamente, de acordo com o estudo, como um traço “cultural do patriarcalismo” que, supostamente,

“autoriza que o homem pratique essa violência”.

No ano passado, 1.583 homicídios de mulheres foram praticados por pessoas identificadas como parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Esses casos representaram 33,2% de mortes em 2013. Já 50,3% (ou 2.393) das mortes por assassinato tiveram familiares no papel do agressor.

"Como essas mulheres foram vitimadas de forma dispersa ao longo do território nacional, reina a indiferença, como se não existisse um problema", assinala o documento.

Embora a pesquisa encerre o recorte sobre os homicídios em 2013, quando ainda não existia a Lei do Feminicídio, o documento reúne dados do Sistema Único de Saúde (SUS) relativos a 2014. O SUS registrou 85,9 mil atendimentos a mulheres e meninas "vítimas de violência exercida por pais, parceiros e ex-parceiros, filhos, irmãos".

Feminicídio- O período analisado pelo estudo não contabiliza os crimes contra as mulheres depois da criação da Lei do Feminicídio, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2015. A legislação pode atenuar o movimento crescente de assassinatos contra as mulheres ao tipificar o crime hediondo.

O levantamento da ONU aponta uma desaceleração no ritmo de mortes de mulheres após a criação da Lei Maria da Penha, em 2006. A partir daquele ano, a pesquisa da ONU aponta que o homicídio contra mulheres negras, por exemplo, crescesse 35% entre 2006 e 2013. A diferença foi de 19,2 pontos porcentuais na comparação com a alta de 54,2% no período 2003-2013.

No recorte geral, incluindo mulheres brancas e negras, a taxa de homicídio foi de 4,2 casos para 100 mil habitantes de 2006 a 2013, contra 4,8 casos entre 2003 e 2013.

No período anterior à Lei (1980 a 2006), o crescimento do número de homicídios de mulheres foi de 7,6% ao ano. Com a vigência da Lei, o crescimento no número de homicídios cai de 2,6% ao ano”, afirma o documento.

"A Nossa carta e pautas de revindicações ainda e a mesmo porque infelizmente de 2015 para 2016 piorou e por isso continuaremos em marcha!

Declaramos que a construção desse processo se inicia aqui e agora.
Por tudo isso, nós Mulheres Negras estamos em Marcha para exigir o fim do racismo e da violência que se manifestam no genocídio dos jovens negros; na saúde, onde a mortalidade materna entre mulheres negras está relacionada à dificuldade do acesso a esses serviços, à baixa qualidade do atendimento aliada à falta de ações e de capacitação de profissionais de saúde voltadas especificamente para os riscos a que as mulheres negras estão expostas; da segurança pública cujos operadores e operadoras decidem quem deve viver e quem deve morrer mediante a omissão do Estado e da sociedade para com as nossas vidas negras.

Marchamos pelo direito à vida, pelo direito à humanidade, pelo direito a ter direitos e
pelo reconhecimento e valorização das diferenças. Marchamos por justiça, equidade, solidariedade e bem-estar que são valores inegociáveis, diante da pluralidade de vozes que coabitam o planeta e reivindicam o Bem Viver.

Convocamos a sociedade brasileira para a construção deste novo pacto civilizatório, para uma sociedade onde todas e todos possam viver plenamente a igualdade de direitos e oportunidades.

Para a consolidação desse Pacto de consenso, é necessário que Estado e Sociedade acolham as seguintes reivindicações:

DIREITO À VIDA E À LIBERDADE
Garantir o direito à vida da população negra, em geral, e da mulher negra, em particular, como um direito fundamental que não pode ser violado sob nenhuma hipótese. Tal garantia deve ser acompanhada de condições sociais, políticas, econômicas, ambientais culturais, civis e políticas, para que possamos viver com dignidade, liberdade, livres do racismo patriarcal e de todas as formas de discriminação;

Assegurar o direito à liberdade garantindo o direito de ir e vir, de emitir opinião, de se expressar, de criar vínculos associativos sem a interpelação do Estado, tomando como referência os princípios éticos e dos Direitos Humanos preconizados em nossa Constituição;

 Garantir a laicidade do Estado face a quaisquer fundamentalismos religiosos;

Erradicar as desigualdades, considerando que possuem severo fundamento nas discriminações raciais e de gênero, tomando como parâmetro essencial a promoção de políticas públicas que possam garantir a dignidade das mulheres negras;

PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
Garantir o acesso às riquezas, aos bens comuns de forma igualitária, sustentável e coletiva, resguardando o ambiente da exploração predatória;
Reconhecimento e visibilidade da trajetória coletiva e das nossas múltiplas realidades, que permanecem ocultas sob o peso de narrativas que nos associam à carência, ao atraso e à incapacidade intelectual e política.
Fomentar a participação na política nos espaços de decisão e nos órgãos públicos, garantindo a paridade e as condições materiais e simbólicas para o empoderamento e o fortalecimento da participação das mulheres negras nas quadras do poder;
Promover a reforma do sistema político brasileiro visando a constituição de novos parâmetros para a democracia brasileira, para o exercício do poder, suscitando a participação dos grupos excluídos do processo de decisão e reorganizando as formas de representação e de expressão dos interesses dos diferentes grupos e do controle social do Estado;
Ratificar e assegurar o cumprimento das deliberações dos protocolos, pactos, declarações, convenções, planos de ações regionais (OEA) e internacionais (ONU), ratificando e referendando esses compromissos. Tomar como parâmetros indicadores nacionais e internacionais para o monitoramento do cumprimento dessas medidas, que também poderão levar em conta outros indicadores tais como, o bem-estar psicológico, a saúde, o uso do tempo, a vitalidade comunitária, a educação, a cultura, o meio ambiente, a governança e o padrão de vida.Implantar as políticas preconizadas no Estatuto da Igualdade racial (Lei no. 12288 de 20/07/2010), bem como o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), incentivando a organização do Sistema nas esferas estaduais e municipais, a partir de suporte financeiro e técnico;Exigir do poder público, nas três esferas de governo, orçamento adequado para a implementação das políticas de promoção da igualdade racial contra o racismo, a violência e pelo bem viver;

DIREITO AO TRABALHO, AO EMPREGO E À PROTEÇÃO DAS TRABALHADORAS NEGRAS EM TODAS AS ATIVIDADES
Garantir a oportunidade e acesso a postos de trabalho e emprego, com remuneração justa e adequada, tendo como parâmetro a equidade racial, étnica, de gênero, orientação sexual, identidade de gênero, geração, deficiências, de condição física e mental para o acesso e permanência nos postos de trabalho. Deve-se também assegurar legalmente a participação em atividades comunitárias e de organização sindical;
Assegurar o exercício do trabalho em condições plenas de segurança, assentado na proteção à saúde das(os) trabalhadoras(es) e nos direitos previdenciários previstos em lei, no campo e na cidade;
Erradicar definitivamente o trabalho análogo ao trabalho escravo e infantil em todo território nacional, garantindo a proteção e o desenvolvimento da(o) trabalhador(a) na área rural;
Oferecer trabalho decente para migrantes negros oriundos de países latino-americanos e africanos;
Demandar ao poder público o cumprimento da Lei Complementar no 150 de 01/06/15 que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico que garante a seguridade social e todos os direitos trabalhistas para todas as trabalhadoras domésticas;
Promover a valorização do trabalho das mulheres negras, coibindo práticas discriminatórias no mercado de trabalho, tais como salários desiguais para funções e cargos iguais, entre outras;
Garantir o exercício do trabalho em condições de segurança com proteção à saúde das(os) catadoras(es) de materiais recicláveis, assegurando também todos os direitos trabalhistas e de seguridades social;
Implementar políticas de ações afirmativas para o enfrentamento das desigualdades raciais e de gênero no mercado de trabalho (nas administrações centralizadas, autarquias, fundações, empresas públicas, privadas, nacionais, multinacionais e cooperativas);
Assegurar o cumprimento pleno das Convenções 100, 111 e da agenda do Trabalho Descente da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

DIREITO À TERRA, TERRITÓRIO E MORADIA/DIREITO À CIDADE
Garantir a preservação, proteção, demarcação, homologação e registro incondicional das terras quilombolas, indígenas e de outros povos tradicionais. Necessário se faz também assegurar recursos orçamentários da União para a titulação das terras e para o desenvolvimento de políticas sociais econômicas voltados para o desenvolvimento sustentável dessas comunidades, com participação das(os) interessadas(os) nos processos de decisão;
Criar condições para permanência e retorno da população negra ao campo, especialmente a juventude e promoção de políticas e leis que protejam, preservem e recuperem as sementes nativas e crioulas. Deve- se salientar que os mecanismos governamentais de compra e distribuição de sementes devem respeitar as formas tradicionais de organização local da agricultura familiar, camponesa e dos povos tradicionais e estimular a formação de estoques de sementes;
Implementar a reforma agrária e oferecer recursos para o dinamismo da agroecologia;
Apoiar, com recursos financeiros e técnicos, as práticas tradicionais de troca, seleção e venda pelas(os) agricultoras(es) familiares e pelas comunidades tradicionais;
 Exigir o reconhecimento e a garantia dos direitos de trabalhadoras(es) do campo, valorizando a remuneração justa e equitativa e o fim da violência e da discriminação contra as mulheres.
Garantir o Direito a Cidade por meio do reconhecimento da função social da propriedade, para assegurar moradias e acesso a serviços na cidade; contribuindo assim para o fortalecimento dos interesses coletivos sociais, culturais e ambientais em detrimento dos
interesses individuais e econômicos.
Assegurar as mulheres negras o acesso à serviços sociais básicos, referentes à mobilidade, ao esporte e lazer, ao patrimônio natural e cultural;
Assegurar moradia digna para todas(os), priorizando a segurança da posse e impedindo os despejos forçados, remoções e o monopólio sobre a terra;
Promover a urbanização de favelas e prevenção de riscos, priorizando a segurança da posse e o respeito de todos os direitos humanos.

JUSTIÇA AMBIENTAL, DEFESA DOS BENS COMUNS E A NÃO-MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA
Erradicar o racismo ambiental, promovendo políticas ambientais que:
(a) Impeçam a remoção e a desocupação para a extração do patrimônio ambiental e de outras riquezas, o uso de agrotóxicos e outros venenos na agricultura e nas outras culturas de criação de animais e o despejo de detritos e lixos em áreas onde a população negrahabita;
(b) Destroem o ambiente e a cultura das comunidades tradicionais,quilombolas e indígenas;
Promover fontes alternativas de energia limpa, bem como a democratização, descentralização e gestão pública da energia de maneira a garantir o direito das comunidades tradicionais e das populações do meio rural ao seu acesso;
Reparar e indenizar as populações, especialmente das mulheres negras, afetadas por megaprojetos e processos industriais e de mineração atingidos por barragens e por desastres naturais;
Ampliar o acesso universal a água potável, limpeza urbana e ao saneamento básico;
Promover a soberania alimentar e o acesso a alimentação saudável, adequada e com qualidade, livre de agrotóxicos e não transgênicos.

DIREITO À SEGURIDADE SOCIAL (SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL)
Assegurar às mulheres negras as políticas de seguridade social, por meio do acesso a serviços essenciais de saúde, assistência e previdência social;
Erradicar o racismo institucional nas organizações públicas e privadas e em suas diferentes políticas, planos e programas de ação;
Implantar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra no Sistema Único de Saúde;
Ampliar a Política Nacional de Atenção Integral à pessoa com Doença Falciforme para todo o território nacional, a partir de um conjunto de medidas, como o fomento a pesquisas e técnicas de atenção e assistência;
Descriminalizar o aborto e garantir o atendimento ao aborto legal na rede pública, bem como os procedimentos de profilaxia às mulheres em situação de violência, incluindo também o acesso a pílula do dia seguinte;
Assegurar a estruturação e o aparelhamento dos equipamentos de saúde da rede pública, especialmente daqueles voltados para o atendimento à saúde da mulher, incluindo recursos humanos especializados e outros insumos necessários;
Erradicar a mortalidade materna de mulheres negras, aprimorando as políticas em curso e incluindo o quesito cor na avaliação de risco;
Implantar políticas de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos nas áreas da educação, da saúde e da segurança, garantindo o respeito à livre orientação sexual, as identidades de gênero, a autonomia do corpo da mulher o direito ao aborto, bem como promover ações voltadas para a saúde sexual e saúde reprodutiva.

DIREITO À EDUCAÇÃODemandar ao Ministério da Educação (MEC) e das Universidades a efetivação e ampliação dos programas e das políticas de assistência voltados para a permanência dos alunos que ingressaram nas universidades por meio do sistema de cotas e de outras políticas de inclusão;
Garantir a efetivação de mecanismo de implantação das diretrizes curriculares sobre a história da África e das culturas afro-brasileira e indígena previstas no artigo (26.A da LDB, Leis 10.639 e 11.645), com aprimoramento dos currículos formação continuada, bem como elaborar e difundir materiais didáticos, paradidáticos e pedagógicos sobre a temática, direcionados aos profissionais da educação;
Fortalecer políticas públicas voltadas para a redução da evasão escolar, defasagem idade-série dos alunos pertencentes aos grupos étnicos e raciais discriminados.

DIREITO À JUSTIÇAPromover a proteção contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata assegurando que todas as pessoas tenham acesso aos remédios eficazes e usufruam do direito ao acesso ao sistema de justiça e de outras instituições para solicitarem reparação ou satisfação justas e adequadas pelos danos ocasionados por tais formas de discriminação.
Adotar as medidas necessárias, como previsto na legislação nacional, para assegurarem o direito das vítimas em obterem reparação e satisfação justas e adequadas relativas aos atos de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e a formularem medidas efetivas para prevenção da repetição de tais atos;
Promover políticas de enfrentamento à violência contra a população negra, em especial, aquela que acomete as mulheres negras, visando assegurar a vida, a segurança e a paz;
Erradicar o racismo institucional em todas as instâncias do sistema de justiça.
Assegurar políticas de prevenção e enfrentamento ao encarceramento da população negra, em especial das mulheres negras;
Assegurar ações de enfrentamento às violações do direito de culto e crença, com vistas a combater a discriminação contra as religiões de matriz africana;
Retirar de todos os órgãos do sistema de justiça símbolos de qualquer religião, considerando a laicidade do estado brasileiro;
Apoiar a criação de varas especializadas para tratar as questões raciais no poder judiciário;
Incentivar a criação de um núcleo de atendimento de questões raciais na defensoria pública;
Incentivar a geração de dados sobre o sistema de justiça para que possa ser criada jurisprudência em casos de racismo;
Promover campanhas contra a violência e os homicídios que ceifam a vida da juventude negra, bem como promover ações de reparação dos danos causados às famílias.

DIREITO À CULTURA, INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃOAmpliar e efetivar ações afirmativas para as culturas negras nas políticas e programas de incentivo à produção cultural em todos os níveis.
Implementar e consolidar as ações para inventariar, restaurar e proteger o patrimônio cultural material e imaterial das culturas afro-brasileiras, especialmente das comunidades quilombolas e de matrizes africanas, promovendo a valorização dos conhecimentos e culturas destes segmentos;
Garantir e promover ações de enfrentamento à intolerância às religiões de matriz africana que afetam os terreiros e os adeptos dessas religiões.
Promover campanhas que eliminem a veiculação de estereótipos de gênero, raça/etnia, geracional, orientação sexual nos meios de comunicação (públicos e privados) e nas produções, conteúdos, programas e materiais didáticos;
Criar novos/outros regimes de visibilidade da população negra, em particular das mulheres negras, apoiado em outro imaginário capaz de romper com os códigos racistas e sexistas que compõem os discursos circulantes;
Estimular maior participação de profissionais negros, especialmente das mulheres negras, na estrutura ocupacional da mídia e dos sistemas de entretenimento;
Inserir nas discussões relativas à democratização da mídia no Brasil, o tópico da pluralidade com vistas a contemplar as múltiplas vozes, estéticas e perspectivas dos grupos etnicorraciais que compõem a nação brasileira;
Fortalecer as mídias populares e comunitárias; garantira participação e a representatividade da mulher negra nos meios; proibir o repasse de verbas públicas para veículos de comunicação que induzem ao racismo, sexismo, lesbofobia e transfobia.
Garantir a todas as pessoas, independentemente da condição socioeconômica ou da localidade, acesso a um serviço de banda larga de qualidade, barato e rápido.
Exigimos o fim dos oligopólios e monopólios de mídia, a transparência nas concessões de canais de rádio e televisão, o fortalecimento da comunicação pública e comunitária, e a diversidade e a pluralidade de conteúdo nos meios de comunicação do Brasil.

SEGURANÇA PÚBLICAErradicar o racismo institucional das políticas de segurança, coibindo o uso da violência racial que produz altos índices de homicídios contra a população negra, por meio de políticas de segurança pública, baseadas em Direitos Humanos;
Promover a participação, o delineamento e o controle social das políticas de segurança pública, considerando, fundamentalmente, a participação da população negra nos conselhos deliberativos dessas políticas;
Promover ações de enfrentamento ao genocídio da juventude negra, com a participação ativa dos grupos envolvidos;
Promover campanhas articuladas entre os órgãos púbicos e privados contra a violência racial, levando as demandas da população negra, em especial, das mulheres negras;
Ampliar o número de serviços para a atenção às mulheres negras vítimas de violência sexual e intrafamiliar, bem como, para os crimes raciais .


Marcha de Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e o Bem Viver!
ESTAMOS EM MARCHA !
Uma Sobe e Pucha a Outra!!!
Dia 31 de Julho de 2016 na Orla de Copacabana no posto "6" a partir das 10:00h da manhã

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Claudia Vitalino.

Fonte: ONU Mulheres e Flacso\marcha nacional das mulheres negras\\ Comite Impusor da Marcha de mulheres negras\unegro-mulher

26 de Julho - Dia dos Avós -Discriminação na terceira idade

Tradição Cristã:Os Padroeiros dos Avós- Comemora-se o Dia dos Avós em 26 de julho,
e esse dia foi escolhido para a comemoração porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.

Século I a.C. - Conta a história que Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Santa Ana morreu quando a menina tinha apenas 3 anos. Devido a sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser Mãe de Seu Filho. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avós.

O papel dos avós na família vai muito além dos mimos dados aos netos, e muitas vezes eles são o suporte afetivo e financeiro de pais e filhos. Por isso, se diz que os avós são pais duas vezes.
As avós são também chamadas de "segunda mãe", e os avôs, de "segundo pai", e muitas vezes estão ao lado e mesmo à frente da educação de seus netos, com sua sabedoria, experiência e com certeza um sentimento maravilhoso de estar vivenciando os frutos de seu fruto, ou seja, a continuidade das gerações.

Celebrar o Dia dos Avós significa celebrar a experiência de vida, reconhecer o valor da sabedoria adquirida, não apenas nos livros, nem nas escolas, mas no convívio com as pessoas e com a própria natureza.

Aproveite esta data para mandar uma mensagem de carinho aos queridos vovô e vovó e dizer o quanto você lembra deles.
Gente teve uma propaganda de vodka dos anos 80, onde uma pessoa se deparava com ela mesma, no futuro, e “ela” do futuro dizia “Sabe quem eu sou? Eu sou você, amanhã!”?
Pois bem, essa frase, que é muito usada por quem viveu essa época, como eu, reflete o que acontece com os jovens por não entenderem, por questões culturais ou simplesmente por falta de informação, que nós hoje somos fortes, cheios de vigor, enfim, na “flor da idade” como dizem, e nem sequer pensamos como será a nossa vida após os 60.

A questão aqui não está no fato de sabermos que vamos morrer um dia, mas como vamos viver durante a nossa trajetória curta aqui no planeta. Gostaria de enfocar aqui a relação
entre os jovens e os idosos, que muitas vezes é desgastada, ou por falta de paciência, respeito e visão de futuro, ou pela “cegueira” e insensibilidade que a vida moderna às vezes nos impõe.
O lado cômico disso é que o tempo passa tão rapidamente que, quando vamos ver, já estamos na terceira idade. E logo nos vêm à cabeça essas reflexões sobre o que somos, o nosso papel e porque o ser humano é um dos animais que renegam a própria natureza e é capaz de tratar o seu semelhante idoso com desdém e desinteresse. 

Em alguns países mais desenvolvidos, isso ocorre ao contrário. O idoso é um símbolo de sabedoria e é tratado como um “rei”, pois só ele, idoso, é capaz de transmitir conhecimento adquirido aos mais jovens.

Aqui no Brasil o idoso é tratado como um “estorvo”, desde a relação familiar, a comunidade e principalmente pelo Estado, que recolhe impostos do cidadão por toda uma vida e, depois, lhe devolve muito pouco na sua aposentadoria, sem falar na assistência de saúde e outras coisas importantes como direito ao lazer, moradia digna, e por aí vai.

Por isso tudo é que a frase “Eu sou você, amanhã!” é pertinente e deve sempre ser lembrada, pois a nossa passagem aqui na Terra é muito rápida, frágil e cheia de surpresas.

Maus tratos na terceira idade- 
Os maus-tratos na terceira idade podem ser definidos como ato único ou repetido, ou ainda, ausência de ação apropriada que cause dano, sofrimento ou angústia e que ocorram dentro de um relacionamento de confiança (Organização Mundial de Saúde11).

Na literatura especializada, os maus-tratos são usualmente classificados em: físico, verbal, psicológico ou emocional, sexual, econômico, negligência e autonegligência.

Observa-se também que a violência contra a criança, o adolescente e a mulher são temas mais freqüentemente pesquisados do que a violência contra o idoso. Manthorpe & Watson8 alertam que existe interesse e urgência desproporcional no campo da proteção da criança. O mesmo não ocorre com relação aos maus-tratos contra idosos, possivelmente pelo fato de a criança trazer uma imagem mais desprotegida do que os idosos.
Do ponto de vista da saúde global, as diferentes formas de violência contra o idoso comprometem sua qualidade de vida, acarretando somatizações, transtornos psiquiátricos e morte prematura. Além disso, geram gastos com os setores da saúde, seja pelo aumento do número de atendimentos ambulatoriais, seja por internações hospitalares.


"Seis estudos abordaram diferenças na prevalência de maus-tratos entre os sexos."
Os estudos foram desenvolvidos nos EUA, China,Inglaterra, Dinamarca e Suécia, simultaneamente,Holanda, Canadá, Finlândia,Chile e Cuba.

Nove estudos avaliaram mais de um tipo de abuso, sendo o abuso verbal e o psicológico os mais recorrentes, com prevalências variando de 1,1% a 26,8% e 29,6% a 47%, respectivamente. No que concerne ao abuso físico, as prevalências variaram entre 1,2% e 16,5%. O abuso financeiro foi abordado em cinco estudos,2,5,10,16,18 com freqüência variando de 1,4% a 8,5%. A negligência foi estudada em cinco artigos, com prevalências de 0% a 24,6%.2,5,14,16,18 O abuso sexual não foi relatado.

Segundo a avaliação de qualidade dos estudos, seis foram classificados na categoria B e cinco na A.
Os estudos da categoria A2,7,10,14,15 foram conduzidos na Holanda, Inglaterra, EUA e Canadá. Neles, as prevalências de violência variaram entre 1% e 5% para as diferentes manifestações de abuso. Por outro lado, as investigações classificadas na categoria B,5,16,18,20,22,23 reportam coeficientes mais elevados, com prevalências que chegam a quase 50%, como no caso da violência psicológica contra idosos na Finlândia.5 Esse país apresentou elevado número de maus-tratos. Uma observação deve ser feita também com relação ao estudo realizado na Suécia e Dinamarca, com prevalência de abuso geral de 8%.20
A China destacou-se por apresentar baixa prevalência de abuso físico, em torno de 2%,22 em contraposição à alta prevalência de abuso verbal, com coeficientes superiores a 20%.


Apesar disso ainda á"A escassez de informações quanto aos agredidos e agressores é uma temática delicada, de difícil estudo e identificação, principalmente porque os idosos geralmente não denunciam abusos e as agressões sofridas. O fazem por constrangimento ou por temerem punições e retaliações de seus cuidadores que são, freqüentemente, os próprios agressores. Há ainda aqueles que sofrem maus-tratos mascarados e nem se dão conta que estão sendo vítimas de violência"...

Se liga:"A pirâmide social do país aponta para o envelhecimento da população brasileira".
O preconceito contra o idoso está presente nessa sociedade e, com freqüência, é manifestado pela falta de sensibilidade e de solidariedade, numa atitude em que torna depreciativo o destino inevitável de todos nós: sermos testemunhas do tempo. Envelhecer
é o exercício de viver, tanto que nas sociedades orientais é entendido como sabedoria. De forma oposta, no ocidente, é notado pela alteração de algumas funções orgânicas. O próprio adjetivo “velho” nos dicionários figura como: obsoleto, antiquado e gasto pelo uso, mas esquecemos que na linguagem coloquial “meu velho” traduz camaradagem, confiança, amizade e companheirismo – este é o real significado do envelhecimento. Ver o idoso como problema é ter uma visão míope do próprio futuro.

Concluindo- Você já presenciou algum tipo de preconceito contra idosos? Se não, quais seriam os mais comuns? Poderíamos citar alguns?
Quais os motivos que levam as pessoas a terem preconceito com os mais velhos?
Quantos idosos existem na sua família? Bairro? Comunidade? Você já parou para pensar na importância dessas pessoas

-O Estatuto do idoso representa um avanço no que diz respeito á garantia de direitos das pessoas mais velhas, mas por outro lado demonstra o grande preconceito de nossa sociedade por esta população, já que, se esses direitos fossem naturalmente respeitados, não haveria necessidade da criação de um estatuto. Já parou para pensar nisso?

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:www.bnb.gov.br/projwebren\www.scielo.br/scielo.php\unegro saude

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