UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 21 de novembro de 2015

Sou um Heroi brasileiro,sou João Cândido Felisberto o Almirante...


"Almirante negro" (Encruzilhada do Sul, 24 de junho de 1880 — Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1969) foi um militar brasileiro da Marinha de Guerra do Brasil, líder da Revolta da Chibata (1910).

Introdução
Em 22 de novembro de 1910, um grupo de marinheiros do Rio de Janeiro promoveu uma das mais importantes rebeliões da história do Brasil: a Revolta da Chibata.

Liderados pelo marinheiro negro João Cândido Felisberto, os marujos tomaram três encouraçados na Baía de Guanabara e ameaçaram disparar os canhões contra a então capital da República. O que eles queriam? O fim dos castigos corporais na Marinha do Brasil e melhores condições de alimentação e de trabalho. Foi um ato de coragem contra as Forças Armadas, que naquele momento contavam com uma das mais modernas frotas navais do planeta.

Causas da revolta
Planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, na ocasião, rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade.

Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Geraes, João Batista das Neves.

Na manhã do dia 23, o emissário do governo, o deputado federal e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo do encouraçado São Paulo, onde lhe foi determinado que se dirigisse ao Minas Geraes para falar com o líder da revolta, João Cândido, dando-se assim início às negociações entre o governo e os revoltosos.

José Carlos de Carvalho levou para o Congresso a impressão que teve da força dos marinheiros e um Manifesto com exigências, sendo a principal o fim da chibata. O Manifesto, que tinha sido escrito durante as reuniões preparatórias, citava todos os oficiais

presos nos navios e relacionava todos os navios sob o controle dos marinheiros. Isso demonstra que os revoltosos acreditavam que poderiam fazer a revolta sem mortes, e que a adesão à revolta seria total, quando a realidade era diferente disso.

Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão para torpedear os revoltosos. No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha, almirante Joaquim Marques Batista de Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios." No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional aprovou a anistia para os revoltosos. Há versões de que o encouraçado Deodoro chegou a receber tiros dos contratorpedeiros, que logo cessaram fogo e voltaram para a orla.

Quatro dias depois do motim, a 26, o governo do presidente Marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, foi feito um novo decreto, que permitia que fossem expulsos da Marinha aqueles elementos "inconvenientes à disciplina".

Reivindicações
"O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil)."

Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta". Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros, atos amparados pelo estado de sítio que a "segunda revolta" fez o Congresso Brasileiro aprovar.

No Congresso, parlamentares levantaram a possibilidade de esta "segunda revolta" ter sido encomendada, ou no mínimo fomentada pelo Governo Federal (Presidente, Marinha, Exército e simpatizantes no Congresso), pois foi o Governo o maior beneficiado, com o

estado de sítio, que não somente lhe permitiu excluir 2.000 marinheiros (eram 2379 os revoltados) e matar um número incerto mas estimado em duas centenas de marinheiros, como também afastar os adversários políticos, que ficaram a favor da Anistia dos marinheiros rebeldes, como o candidato à presidência derrotado, Rui Barbosa, isolando-o em São Paulo.

Segunda revolta

Apesar de se declarar contra a "segunda revolta", e até mesmo ter atirado (graças a uma culatrinha de canhão que um dos marinheiros havia escondido dos oficiais) contra os fuzileiros, companheiros seus da Marinha, para provar lealdade ao Governo Federal que havia dado a Anistia e garantido o fim da chibata, João Cândido também foi preso e expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os fuzileiros rebeldes. Entre os detidos na Ilha das Cobras, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva.

Ali foi atirada cal virgem, na véspera de Natal, 24 de Dezembro de 1910. Após vinte e quatro horas, estavam mortos asfixados 16 homens; apenas João Cândido e o soldado naval João Avelino, conhecido como "Pau de Lira" sobreviveram na cela 5. Numa outra cela morreram mais dois.

Mais vindita aconteceu: cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sido onze destes fuzilados nesse trânsito . Além disso, testemunhas, entre elas João Cândido e Marcelino Rodrigues(o chicoteado na véspera da revolta), demonstram que vários marinheiros foram mortos nos quartéis e nas ruas. Sem contar o massacre da Ilha das Cobras do dia 10, à qual não foi permitido o acesso da Imprensa a partir do dia 10.

Estima-se que havia na Ilha 300 presos (somando anteriores à Revolta e após 26 de Novembro, fim da revolta e do decreto da anistia) e 300 fuzileiros navais. Quando estalou a

"segunda revolta", 350 fugiram entre a noite do dia 9 e a manhã do dia 10. Destes 250 marinheiros e fuzileiros restantes, houve notícia de 60 sobreviventes encontrados após o cessar-fogo. Os números reais das mortes comandadas pelo governo, exército e marinha, nas dependências do Estado nacional, rendidos, nunca foram oficialmente divulgados.

Se liga:

A estimativa de duas centenas é bastante conservadora. Duzentos mortos e dois mil expulsos após a revolta. Barbaridade que não se compara às 6 mortes de marinheiros e 6 mortes de oficiais em situação de combate no dia 22 de Novembro e no dia 09 de Dezembro. Matar homens amarrados, rendidos, por vingança, realmente uma mancha na imagem da Marinha de 1910. Uma época felizmente superada.

O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e nove companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.

João Cândido, o Almirante Negro, apelido dado pela imprensa da época. Desde a infância

numa fazenda na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, passando pela liderança da Revolta da Chibata até internação como louco, ele enfrentou muitas dificuldades, que se seguiram até o fim da sua vida, em 1969. 

 - 'Herói pouco conhecido, morreu na miséria e no esquecimento."

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre

Refletindo ainda o 20 de Novembro já no seculo XXI por que o racismo ainda persiste...

História do Dia Nacional da Consciência Negra
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi

, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Introdução:
No Brasil, África do Sul e Estados Unidos têm mais de 125 milhões de cidadãos identificados como afro-descendentes pela ascendência e/ou cor que há muito tempo têm sido submetidos ao racismo, à discriminação racial e a outras formas de tratamento desumano. Seus esforços no sentido de se livrarem, e de livrarem seus países, do racismo representam uma das histórias de direitos humanos mais transcendentais e esperançosas do século XX.


O racismo, do modo como o conhecemos hoje, é uma construção social relativamente recente na história do homem. Até a Idade Média, antes do período das Grandes Navegações, as principais formas de discriminação se davam por diferenças religiosas e políticas ou em relação à nacionalidade e à língua falada pelos indivíduos. Com a descoberta da África e, principalmente, a partir do tráfico negreiro para a América, os europeus usaram a ciência a favor do colonialismo exploratório para desenvolverem teorias de superioridade racial, baseadas em diferenças biológicas, que endossavam seus interesses comerciais e de dominação.

Historia:   
Foi nesse momento que surgiu a diferenciação pela cor - o racismo -, que não resistiu aos avanços nos campos biológico e antropológico da ciência, mas deixou marcas indeléveis nas sociedades que fizeram uso das teorias raciais para justificar a escravidão, como o Brasil. Isto porque “[...] o ‘racismo’ se constrói junto com a noção de ‘raça’. Mas, pior, o ‘racismo’ pode sobreviver à dissolução científica da noção de ‘raça’2” (p. 211), já que ele, assim como os demais preconceitos, é um produto da cultura na qual está inserido. Dessa forma, o racismo “transformou-se em arma ideológica para legitimar e justificar a dominação de uns sobre os outros4” (p. 18).   Sendo assim, ele se adapta perspicaz mente às condições de aceitabilidade exigidas pelos costumes e convenções sociais,
manifestando-se às claras ou de maneira cortinada e simbólica, sendo parte constituinte da psique coletiva do conjunto da sociedade. Essa cultura de discriminação racial, embora tenha reflexos mais contundentes nas classes vulneráveis economicamente, “abarca indistintamente pobres, classe média e ricos em todas as sociedades racistas” (p. 39). Dessa maneira, é o próprio “racismo que opera o processo social e cultural de racionalização” (p.220).

A construção social da cor’ deu-se e dá-se de modo tão particularmente intenso no mundo moderno que todos – ‘negros’ e ‘brancos’, ou outras cores que se queira acrescentar - aprendem de um modo ou de outro a enxergar o mundo a partir desta e de outras diferenciações, as quais acabam se tornando, por isto mesmo, socialmente significativas em detrimento de diferenças que só aparecem como relevantes no âmbito individual (cor dos olhos, altura, desenho do rosto, espessura do corpo). [...] Tirando as diferenças sexuais e etárias, que se impõem naturalmente,existem dezenas de especialidades biológicas que não são percebidas ou valoradas socialmente, e outras que podem sê-lo. Por que as diferenças de pigmentação da pele são selecionadas socialmente como diferenças, inclusive motivando preconceitos e formação de identidades, e não as diferenças de tipos sanguíneos, por exemplo?2 (p 51 e 52)

Preconceito em Harvard; no Brasil racismo “velado”...

Eleita a melhor instituição de ensino superior do mundo no top 100 da THE (Times Higher Education) a Universidade de Harvard está sendo alvo de críticas de seus alunos negros, que lançaram uma campanha chamada Eu Também Sou de Harvard esta semana.

A ação traz fotos que foram publicadas nas redes sociais, nas quais os estudantes seguram cartazes que mostram frases consideradas preconceituosas, que eles ouviram de colegas da universidade.

Estudantes negros de Harvard protestam contra preconceito USP cai, mas é a única brasileira entre as melhores universidades do mundo.

No Brasil, especialistas apontam que apesar dos avanços promovidos por ações afirmativas como a lei de cotas que determina que 20% das vagas das universidades federais devem ser ocupadas por negros, pardos, índios e alunos de escolas públicas, a desigualdade racial ainda persiste.

O último levantamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgado em outubro do ano passado mostrou que o número total de estudantes universitários do Brasil passou de 6,739 milhões em 2011 para 7,037 milhões em 2012. Fazendo recorte dos negros de pardos, houve um avanço. O número de universitários passou de 807.199 (11,9% do total) para 933.685 (13,2%).

Conferência Mundial contra o Racismo (WCAR) é o título de vários eventos internacionais organizados pela UNESCO para combater o racismo em suas várias formas. Desde então, quatro conferências foram realizadas: em 1978,1983, 2001 e 2009.

Fundada após a o Segunda Guerra Mundial como um órgão dependente das Nações Unidas, a UNESCO começou, logo após a sua criação, a realizar e publicar estudos sobre grupos étnicos, visando dissipar racionalizações pseudocientíficas sobre o racismo

. Dentre os primeiros trabalhos publicados está declaração sobre A Questão da Raça, de 1950, assinada por renomados acadêmicos da época.

Desde 1948, o combate à discriminação racial e à violência étnica tem sido objeto de várias convenções, declarações e conferências das Nações Unidas, destacando-se os seguintes:
Convenção para a prevenção e a sanção do crime de genocídio -
Declaração sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial - 1963
Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial - 1965
21 de março designado Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial - 1966
Convenção internacional para a supressão e castigo do crime de Apartheid - 1973
Primeira década do combate ao racismo e à discriminação racial: 1973-1982
Primeira Conferência Mundial para Combate ao Racismo e à Discriminação Racial. Genebra, 1978
Segunda Conferência Mundial para Combate ao Racismo e à Discriminação Racial. Genebra, 1983
Segunda década do combate ao racismo e à discriminação racial: l983-l992
Terceira década do combate ao racismo e à discriminação racial: 1993-2002
Conferência Mundial contra o Racismo é legal pratique a Discriminação Racial e Xenofobia foder ate o talo Conexas de Intolerância. Durban, 2001
Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância. Durban, 2009.

Paz e reconciliação
O racismo sempre teve o rápido poder de criar conflitos mortíferos. Na medida que as distâncias globais encolhem, áreas urbanas crescem e imigração internacional aumenta,

muitas nações enfrentarão novos perigos. Suas cidades e periferias receberão populações novas ou pouco conhecidas, frequentemente sobrepostas pela primeira vez, com culturas, idiomas e hábitos diferentes, aparentemente incompatíveis ou até hostis. Tais desdobramentos ameaçam escalar agudamente os conflitos entre diversos grupos no mundo.

A única constante é a mudança
A mudança e o progresso no combate ao racismo e aos seus efeitos insidiosos são possíveis.
Certa vez o sociólogo internacional Gunnar Myrdal usou a metáfora de um "círculo vicioso" declinante para descrever de que maneira os fatores como raça, pobreza e analfabetismo interagem para oprimir os afro-descendentes. Mas também falou de um "círculo virtuoso" pelo qual a transformação rende bons resultados. Quando muitos fatores se interligam, a mudança pode desencadear uma mudança para o bem ou para o mal.

Certa vez Nelson Mandela escreveu:

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."

 Se liga:
Nos últimos anos, foram aprovadas diversas leis no Brasil com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos afrodescendentes e de valorizar a contribuição do negro à sociedade brasileira. Dentre as quais, a Lei nº 10.639 de 2003, que tornou obrigatório o ensino da História da África e da cultura afro-brasileira nas escolas,a Lei nº 12.288 de 2010, que
instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei nº 12.519 de 2011, que instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra , a Lei nº 12.711 de 2012, que tornou obrigatória a reserva de cotas raciais no Ensino Superior e a Lei nº 12.990 de 2014, que também tornou obrigatória a reserva de cotas para negros nos concursos públicos.

Um afro abraço.

fonte:https://pt.wikipedia.org.

sábado, 14 de novembro de 2015

O racismo de ontem e de hoje: A africana Saartjie


Saartjie "Sarah" Baartman (1789-1815) foi a mais famosa de, pelo menos, duas mulheres hotentotes usadas como atrações secundárias de circo na Europa do século XIX sob o nome de Vénus Hotentote.

Saartjie Baartman nasceu no seio de uma família khoisan no vale do rio Gamtoos, na atual província do Cabo Oriental, na África do Sul. Esta é a forma africânder do seu nome, cujo original é desconhecido. Saartjie (que se pronuncia «Sarqui») pode ser considerado equivalente ao português «Sarazinha».

Saartjie era criada de servir numa fazenda de holandeses perto da Cidade do Cabo. Hendrick Cezar, irmão do seu patrão, sugeriu que ela se exibisse na Inglaterra, prometendo que isso a tornaria rica. Lord Caledon, governador do Cabo, permitiu a viagem, embora tenha lamentado tal decisão após saber o seu verdadeiro propósito.

Saartjie foi para Londres em 1810 e viajou por toda a Inglaterra exibindo as suas dimensões corporais «inusitadas» (segundo a perspetiva europeia), o que levou à opinião generalizada de que estas eram típicas entre os hotentotes.

Mediante um pagamento extra, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar-lhe as nádegas, cujo invulgar volume (esteatopigia) parecia estranho e perturbador ao europeu da época.

Por outro lado, Saartjie tinha sinus pudoris, também conhecido por «avental», «cortina da vergonha» ou «bandeja», em referência aos longos lábios da genitália de algumas Khoisan. Segundo Stephen Jay

A sua exibição em Londres causou escândalo, tendo a sociedade filantrópica African Association criticado a iniciativa e lançado um processo em tribunal. Durante o seu depoimento, Sarah Baartman declarou, em holandês, não se considerar vítima de coação e ser seu perfeito entendimento que lhe
cabia metade da receita das exibições. O tribunal decidiu arquivar o caso, mas o acórdão não foi satisfatório, devido a contradições com outras investigações, pelo que a continuação do espetáculo em Londres tornou-se impossível.

No final de 1814, Saartjie foi vendida a um francês, domador de animais, que viu nela uma oportunidade de enriquecimento fácil. Considerando que a adquirira como prostituta ou escrava, o novo dono mantinha-a em condições muito mais duras. Foi exposta em Paris, tendo de aceitar exibir-se completamente nua, o que contrariava o seu voto de jamais exibir os órgãos genitais. As celebrações da reentronização de Napoleão Bonaparte no início de 1815 incluíram festas noturnas. A exposição manteve-se aberta durante toda a noite e os muitos visitantes bêbados divertiram-se apalpando o corpo da indefesa mulher.

Foi depois exposta a multidões, que zombavam dela. Era alvo de caricaturas, mas chamou também o interesse de cientistas e pintores. O anatomista francês Georges Cuvier e outros naturalistas visitaram-na, tendo sido objeto de numerosas ilustrações científicas no Jardin du Roi.

Gould, «os pequenos lábios ou lábios internos dos genitais da mulher comum são extremamente

longos nas mulheres khoi-san e podem sobressair da vagina entre 7,5 e mais de 10 cm quando a mulher está de pé, dando a impressão de uma cortina de pele distinta e envolvente» (Gould, 1985). Em vida, Saartjie nunca permitiu que este seu derradeiro traço fosse exibido.
O corpo foi totalmente investigado e medido, com registo do tamanho das nádegas, do clitóris, dos lábios e dos mamilos para museus e institutos zoológicos e científicos.

Com a nova derrota de Napoleão, o fim do seu governo e a ocupação da França pelas tropas aliadas em junho de 1815, as exposições tornaram-se impossíveis. Saartje foi levada a prostituir-se e tornou-se alcoólica. Morreu em dezembro de 1815, ao cabo de 15 meses em França. Como causa da morte, foram aventadas várias hipóteses: varíola, sífilis ou pneumonia.Se liga:    Saartjie Baartman morreu a 29 de Dezembro de 1815 de uma doença inflamatória. Para não ter de pagar o enterramento, o domador de animais vendeu o cadáver ao Musée de l'Homme (Museu do Homem), em Paris, onde foi feito um molde em gesso do corpo. Os resultados da autópsia foram publicados por Henri de Blainville em 1816 e por Cuvier emMémoires du Museum d'Histoire Naturelle em 1817. Cuvier anotou, nessa monografia, que Saartjie era uma mulher «inteligente, com excelente memória e fluente em holandês». Além do molde em gesso, o esqueleto, os órgãos genitais e o cérebro, conservados em formol, estiveram em exibição até 1974.
A construção do corpo exótico de Saartjie Baartman em Vénus Noire
"A atribuição de valores aos dados corporais construídos a partir da colonização européia no continente africano informa-nos como as mulheres negras são representadas na Diáspora, através dos discursos literários e científicos e nas práticas sociais. O uso exploratório do corpo das mulheres negras escravizadas no sistema patriarcal-racista, seja no trabalho braçal, seja como objeto sexual, é legitimado pelo racismo científico predominante no século XIX, destituindo-as da condição de humana. A construção do corpo “exótico” naturalizou a subalternização das mulheres negras em diferentes dimensões da sociedade na contemporaneidade, fenômeno que pode ser apreendido através do conceito de interseccionalidade em que gênero, raça, classe e outras formas".
de desigualdade sustentam as relações de poder

"Os restos mortais de Sarah Baartman foram inumados na sua terra natal, Gamtoos Valley, a 3 de Maio de 2002.'

Sem Mais...

fonte: enciclopédia livre.

Dinastia Africana: Amanirenas é o nome de uma rainha africana que viveu em Napata...

O termo Candaces é originário do Grego, Kandakê, provêm do Latim com influência francesa de Kandakai. Este nome os gregos e romanos denominavam as rainhas – mães, do impérioetíope, com as quais tinham relações políticas ...

Amanirenas é o nome de uma rainha africana que viveu em Napata, na África antiga onde hoje se situa a Núbia e o Sudão. Pensa-se ser a mais antiga civilização negra da África. Por eu ser negra pensei em buscar alguma história dos meus ancestrais. Esta rainha foi importante para a história do seu país e da sua família. Foi uma das "rainhas-mães" e se destacou por proteger e cuidar do que era seu. Alguém já ouviu falar dela? Acho que quase ninguém. Por isso identifiquei-me com ela: importante no presente e insignificante no futuro. (Depois vcs pesquisam o que é rainha-mãe no Google, porque meu objetivo não é falar de história da antiguidade aqui não, tá?). Pois é, impero no meu território, não no sentido tirano, mas quero dizer que cuido da minha vida e não da sua. Sou Rainha da Felicidade, como diria Daissaku Ikeda, filósofo e humanista da atualidade ( o André meu marido tbm me chama assim, rsrsr) porque tento construí-la e não fico lamentando na vida. Choro quando é pra chorar e dou gargalhadas quando é pra gargalhar ( as vezes dou risada em hora imprópria tbm..) Apenas gosto de usufruir do que conquisto. Tenho noção do meu lugar no mundo. Não fico sofrendo pelo que nunca vou ser e ter. Como diz meu pai: " a vida é feita de coisas simples. A gente que complica"


"Formadoras das civilizações, as mulheres africanas representaram as primeiras deusas, mães, educadoras, sacerdotisas, médicas, cientistas, comerciantes, diplomatas e governantes do mundo".
Introdução:
O reino de Kush ou Cusi (como a Etiópia era chamada por historiadores clássicos), entre o III século A.C. e II século D.C., particularmente durante o período Meroe, as mulheres desempenharam um papel de destaque nos assuntos do Estado, ocupando posições de poder e prestígio.

A consequência natural disso foi o desenvolvimento de uma linhagem de rainhas meroe, que, acabaram entrando para a histórica africana como mulheres poderosas, sábias e guerreiras, e

sendo administradoras do reinado daquele país.

Ao contrário das antigas rainhas do Egito, cujos poderes derivavam dos maridos, chamados de faraós, as rainhas da Etiópia eram governantes independentes, na medida em que os Meroe nunca tiveram um rei clássico, de acordo com alguns autores norte-americanos.

Quatro destas rainhas etíopes se tornaram conhecidas como Candaces, uma corruptela da palavra Kentake.
A palavra é uma transcrição do ktke Meroitic, que significa "rainha-mãe".

A rainha-mãe desempenhou duas funções importantes na Etiópia antiga, ou seja, garantiu sua linha de sucessória e também consolidou seu poder entre os súditos.
O que pouco se sabe sobre as Candaces foi aprendido, principalmente, a partir de fontes romanas e, mais recentemente, de escavações, iconografia e inscrições em monumentos de antigos territórios etíopes.

Se liga:
Escritores clássicos atestaram a força e liderança das Candaces.
Elas aparecem repetidamente nos escritos de autores clássicos.
São citadas também na Bíblia.

É como o fato narrado mais atrás envolvendo Alexandre, o Grande, que tentou conquistar a Etiópia, sob comando de uma rainha de Meroe.

Outras informações sobre este episódio histórico:

Dizem que ela avisou-o para não menosprezá-la, porque, elas, as Candaces, um titulo de rainha passada pelas ancestrais, eram diferentes das mulheres que ele tinha encontrado pela vida, pois, "somos mais brancas e brilhantes em nossas almas do que o branco de você."

Sabemos que, por um período de 1.250 anos (que termina em 350 dC), o reino de Kush das Candaces floresceu como uma civilização única, e que, o título de Candace existiria há mais de

500 anos.

Os historiadores no mundo greco-romano acreditavam que os etíopes foram os primeiros seres humanos na terra.

Em seus primeiros dias, a Etiópia também abraçou regiões a leste do Mar Vermelho, e incluiu alguns dos territórios representados hoje pela Arábia Saudita e Iêmen.

Em geral, os etíopes eram chamados na Bíblia de “povo do rosto queimado”.

Historiadores sugerem que a Etiópia é mais velha nação que o Egito faraônico.

Em Axum, cidade etíope, o obelisco tem 37,5 metros de altura.-É mais alto do que o maior obelisco egípcio.

Os sabeus, no Iêmen e na Arábia, foram as extensões do sabeus na Etiópia. O Sul da Arábia fazia parte do reino de Axum, da antiga Etiópia.
Neste sentido, o que sabemos é que as rainhas etíopes foram edificadas para alta estima, ou seja, o cidadão comum nem podia sequer tocá-las, nem poderia mesmo se referir a elas tradicionalmente.
Isso deixou as Candaces em posição de poder/prestígio em relação ao masculino e a população em geral da época.

Na verdade, nos textos antigos, conta-se que essas mulheres foram consideradas esposas dos deuses ou o Deus vivo, porque os Reis que eram filhos dessas mulheres, foram pensados como filhos do Deus Amon.

Então, a mãe do governante era o poder.
Por outro lado, essas rainhas eram estrategistas militares inteligentes, mulheres guerreiras. Todas as rainhas eram fortes, tinha grande estatura, e sempre vestidas em melhores trajes.

Estas mulheres foram fortemente respeitadas e reverenciadas em sua terra e em todo o mundo antigo.
Assim, cada rainha da Etiópia para esse período foi chamada de Imperatriz Candace ou Imperatriz Kandake.

A Rainha, de 332 A.C., por exemplo seu nome verdadeiro era Amanirenas.


A civilização kushita já havia desenvolvido o parlamentarismo milhares de anos antes dos

europeus. O matriarcado não impedia em alguns momentos que homens participassem do
governo como reis ou esposos das Kandaces, sendo escolhido pelo parlamento, podendo se tornar governante ou consorte da rainha, conforme as leis da matrilinearidade. Uma das mais poderosas Kandaces foi Amanirenas, que serviu como chefe de Estado, Comandante-chefe do exército, e Sumo Sacerdotisa de Isis.Amanirenas comandou a aliança do exército Kushita-Kemita à ocupação romana de Kemet, e a invasão do resto da África no tempo do Imperador Augusto César. 

" - Amanirenas apesar do poder exercido era considerada humilde e amável, detentora de um porte atlético. Com cerca de 50 anos de idade empreendeu as mais violentas batalhas contra os romanos."

O conflito entre os romanos e os Kushitas originou-se da invasão feita pelos romanos a Kemet (Egito), levando o exército kushita a invadi-lo sob o comando de Amanirenas e do seu filho Akinidad, atacando a fortaleza de Assuam, resultando na captura de tropas romanas que haviam incendiando cidades e templos, entre elas o templo de Karnak, o exército kushita derrubou a estátua do imperador Augusto levando a cabeça para a cidade de Meroé como prêmio de guerra. Na realidade o domínio dessa poderosa rainha ainda é um enigma para os historiadores porque nesse período foram encontradas tropas fieis a Amanirenas espalhadas em diversas regiões da África, indicando que o Kushitas possuíam exércitos em todas a África. Heliodurus escreveu que os exércitos kushitas estavam espalhados em todas as regiões da África e apesar de Roma ter enviado uma força de 10.000 infantes, 800 cavaleiros e milhares de auxiliares, num total de cerca de 30.000 militares, no final seriam derrotados pelo poderoso exército de Amanirenas.

 No final, o imperador romano Cesar Augusto e o general Gaius Petronius forma obrigados a negociar a paz, recebendo mensageiros kushitas na ilha de Samos, no mar Egeu, com flechas de ouro enviadas pela Kandace Amanirenas com a seguinte mensagem: “Trata-se de um presente da kandace. Se você quer guerra, as mantenha porque vai precisar delas. Se você quer paz, aceita-as como um símbolo de minha cordialidade e amizade". Augusto César aceitou o presente e terminou a guerra.Entre as concessões feitas por Augusto foi a permissão que os Kushitas seguidores de Isis prosseguissem a sua adoração em Elefantina, cidade egípcia controlada pelos romanos, e o pagamento indenizatório para construção de templos em Kush, uma vez que alguns tinham sido destruídos pelos romanos. "

Um afro abraço.

fonte:https://books.google.com.br/books


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Nossa historia: Reino Zimbábue...


A Ruínas do Império Grande Zimbábue.
O Zimbabwe, Zimbábue, Zimbabué ou Zimbaué (do xona Zimbabwe, "Casa de Pedra") é um país da África Austral, anteriormente designado Rodésia do Sul e depois simplesmente Rodésia. É limitado a norte pela Zâmbia, a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África
do Sul e a sul e oeste pelo Botswana. Sua capital é Harare.

O Zimbabwe, Zimbábue, Zimbabué ou Zimbaué (do xona Zimbabwe, "Casa de Pedra") é um país da África Austral, anteriormente designado Rodésia do Sul e depois simplesmente Rodésia. É limitado a norte pela Zâmbia, a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África 
do Sul e a sul e oeste pelo Botswana. Sua capital é Harare.

Introdução
O continente africano sempre foi um dos locais favoritos do imaginário ocidental manifestar diversos simbolismos e fantasias. Um dos mais persistentes estereótipos vinculados ao território da África seria que suas terras sempre desenvolveram culturas nativas selvagens e perigosas – os famosos pigmeus, canibais e gigantescos negróides – ou etnias primitivas, quase semelhantes ao tipo de vida que nossos antepassados mais remotos.

A origem do imaginário geográfico e arqueológico sobre a África Para a cultura ocidental, a África banhada pelo Mediterrâneo sempre constituiu o local onde floresceram civilizações “sofisticadas”, como a egípcia, a cartaginesa e algumas colônias gregas. Para dentro do continente, só esperava-se o encontro do incógnito e de perigos inimagináveis. Um famoso relato da Antiguidade, o Périplo de Hanão (séc. V a.C.), por exemplo, descrevia uma viagem feita da cidade de Cartago para além das colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar) até o

Golfo da Guiné. Entre os diversos perigos que enfrentaram os marinheiros, destaca-se o encontro de selvagens vestidos em roupas de pele (próximo ao rio Senegal) e seres humanos peludos – que denominaram de gorilas – próximo ao monte Camarões. Esse relato tornou-se famoso até a Idade Média, perpetuando a imagem das regiões africanas como sendo repletas de perigosos animais..

A civilização:
As ruínas da Civilização do Grande Zimbábue, datadas dos séculos XI e XII E.C. (Era Comum) nos mostram o quanto estávamos errados com essa visão.Construída por volta do século XI, esta vila murada com paredes de pedra, chamada de "As Ruínas do Grande Zimbábue", localiza-se próxima ao lago Mutirikwe, na atual nação do Zimbábue.
Espalhando-se por mais de 1,780 acres, o Grande Zimbábue foi, talvez, a maior cidade subsaariana africana de que se tem notícias. Depois de estudos minuciosos no terreno dentro e entorno dos muros, estudiosos estimam que o Grande Zimbábue era a casa de 10.000 a 20.000 pessoas.Essa cidade leva o nome de "Grande" Zimbábue porque é a maior de 200 outras comunidades (ou "zimbabwes" na liguagem Shona, uma das principais línguas faladas

no Zimbábue até hoje) já encontradas e que formavam o Reino do Zimbábue. que tem as
mesmas origens de outros povos do sul da África, como os Zulus. Ambos derivam da cultura Banta.


-Talvez por ser a maior cidade dentro desse grupo de 200 outras, pode-se supor que o "Grande Zimbábue" foi a capital do reino do Zimbábue durante os Séculos Xi e XII, onde os monarcas desse povo moraram.

"Hoje o que restou da cidade foi apenas uma grande muralha branca, feita de tijolos e pedras, chamada de "O Grande Cercado", o que servia como palácio real, complexo de templos, e centro da cidade." 


A estrutura da cidade contada com 2 linhas de muralhas, Uma muralha interna e outra externa, esta última com posto de vigia e balcões onde soldados vigiavam quase 360 graus em torno da cidade. entre essas 2 muralhas ficava uma grande torre de vigia, de quase 10 metros de altura. Dentro da cidade murada existiam muitas estrutura e casas, e os arqueólogos acreditam que essas estruturas faziam parte tanto do complexo de templos quanto do palácio do monarca do Zimbábue. 


Foram encontrados, também, uma imensa quantidade de artefatos arqueológicos dentro e fora das muralhas. Esses artefatos ajudaram os estudiosos a montar teorias de como eram e como viviam as pessoas do "Grande Zimbábue". Era uma sociedade muito complexa, com artesanato muito bem desenvolvido (artesãos fabricavam várias coisas usando lã, pedra-sabão, madeira, marfim, couro e argila) e um comércio vívido entre as outras comunidades e até outros povos da região. Outra coisa que espantou os cientistas foi o imenso conhecimento de Metalurgia que esse povo tinha. Além de fazer trabalhos muito elaborados em ouro e cobre, foram encontrados utensílios e armas de bronze e até mesmo em ferro, o que era raro para muitas tribos subsaarianas.
Por volta do século XV, a cidade foi abandonada devido à escassez de alimento nas redondezas, que já não conseguia mais manter a população. Há evidências de que a região estava sofrendo de um desflorestamento agudo, o que auxiliou no colapso alimentício e comercial.

Hoje em dia a cidade do "Grande Zimbábue" é um monumento nacional do atual Zimbábue e um Patrimônio da Humanidade declarado pela ONU.

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.

Fontes: Wikipédia

Salgueiro 2009 1/12 - Tambor

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A expressão da escravidão moderna persiste apesar de diversos acordos e tratados internacionais

Passados 127 anos da abolição da escravatura, as relações de trabalho no Brasil apresentam,
ainda, características do período escravista. O regime de trabalho brasileiro é baseado na remuneração e no respeito aos direitos civis. Entretanto, a desigualdade socioeconômica, os limites de fiscalização e a impunidade favorecem a violação das regras jurídicas e a precarização das condições de trabalho. A escravidão mancha as relações de trabalho desde a antiguidade e se mostra atual e presente nas mais diversas economias mundiais, assim como no Brasil.

O trabalho escravo, característico de períodos colonizadores, era marcado pela captura e venda de pessoas para a realização de trabalho; o escravo era uma mercadoria, e o tráfico de pessoas, um mercado. Hoje, enquadram-se no regime de escravidão, para além da relação de compra e venda de pessoas, trabalhos exercidos sob coação, pressão, restrição de direitos e aplicação de punições, caso a atividade não seja realizada.

Apesar da escravidão está extinta, porém, em muitos países, principalmente onde a democracia é frágil, há alguns tipos de escravidão, em que mulheres e meninas são capturadas para serem escravas domésticas ou ajudantes para diversos trabalhos. Há ainda o tráfico de mulheres para prostituição forçada, principalmente em regiões pobres da Rússia, Filipinas e Tailândia, dentre outros países.

A expressão escravidão moderna possui sentido metafórico, pois não se trata mais de compra ou venda de pessoas. No entanto, os meios de comunicação em geral utilizam a expressão para designar aquelas relações de trabalho nas quais as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob ameaça, violência física e psicológica ou outras formas de intimidações. Muitas dessas formas de trabalho são acobertadas pela expressão trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência.

Atualmente, há diversos acordos e tratados internacionais que abordam a questão do trabalho escravo, como as convenções internacionais de 1926 e a de 1956, que proíbem a servidão por dívida. No Brasil, foi somente em 1966 que essas convenções entraram em vigor e foram incorporadas à legislação nacional. A Organização Internacional do Trabalho (OIT)



trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e 105, de 1957. Há também a declaração de Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento, de 1998.

De acordo com o relatório da OIT de 2001, o trabalho forçado no mundo tem duas características em comum: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de liberdade. Além de o trabalhador ficar atrelado a uma dívida, tem seus documentos retidos e, nas áreas rurais, normalmente fica em local geograficamente isolado. Nota-se que o conceito de trabalho escravo é universal e todo mundo sabe o que é escravidão.

"Situações de abusos e descaso frente aos direitos trabalhistas aparecem em diversos espaços e setores econômicos brasileiros. Entretanto, é preciso destacar que essas situações tornam-se ainda mais graves e intensas nas relações de trabalho no campo, muitas vezes marcadas pela violência. Esses abusos são geradores de perseguições e conflitos envolvendo trabalhadores, capangas, militares, proprietários e órgãos políticos."

Brasil
Brasília, a capital do país, está localizada sob as coordenadas 15° 46’ 48’’ S e 47° 55’ 45’’ O. De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra, 25 mil pessoas, no Brasil, são submetidas a trabalhos forçados, concentrados no setor de agronegócio e na área urbana, imigrantes ilegais, principalmente latino-americanos, na produção têxtil na cidade de São Paulo. O Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (2003) apresenta uma política pública permanente de combate ao trabalho escravo. As atividades de fiscalização e apuração de denúncias são realizas por Grupos Móveis de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.


Se liga no ranking lamentável:
O ranking foi feito respeitando a proporção sobre a população geral dos países. Se apenas o número absoluto de escravos fosse considerado, ele ficaria bastante diferente, com países mais populosos do mundo tomando a liderança, mas ainda forte presença de nações africanas:

Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, Congo, Mianmar e Bangladesh. 

"Na lista de 162 países, o Brasil aparece em 94º lugar, com um número estimado de 209.622 escravos. Confira os países que têm o maior número de escravos (em relação a sua população total)".


O trabalho escravo só tem a prejudicar a imagem do Brasil no exterior, sendo que as restrições comerciais são severas caso o país continue a utilizar de mão de obra análoga à escravidão. Como é público e notório que o Brasil usa trabalho escravo, sua erradicação é urgente, sobretudo para os trabalhadores, mas também para um bom relacionamento comercial internacional.

Um afro abraço.


Claudia Vitalino.

fonte:www.brasilescola.com\unegro formação

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