UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Notícias:Chifre da África



Ainda que a África tenha conseguido sobreviver a duros tempos de epidemias e guerra, há várias décadas, outro inimigo, a seca persistente, coloca a sua região nordeste à beira de uma catástrofe. Para compreender os efeitos perniciosos da escassez de chuvas deve-se saber que se vive um momento trágico de deterioração das condições do clima, cujas causas imediatas são imputáveis algumas vezes aos africanos e outras nem tanto.



População da Somália é a mais atingida pela seca e pela fome na África


A cada instante, a natureza confirma sua capacidade de reação diante da agressividade com a qual atua o ser humano, quando, por exemplo, submete grandes zonas arborizadas a um impiedoso desflorestamento. A reposta pode ser uma mudança desfavorável no ciclo de precipitações, com a conseqüente desertificação dos territórios.

A erosão dos solos, até torná-los inférteis, transforma grandes extensões do ecossistema em zonas mortas, o que afeta diretamente os homens, os quais observam como desaparecem seus lugares de assentamento e com eles o seu sentido de pertencimento.

O mais importante impacto climático sofrido na atualidade na zona do Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibouti e Eritréia) é uma seca de grandes proporções que prejudica mais de 12 milhões de pessoas.

O problema repercute também no Quênia, onde chegam a dezenas de milhares os refugiados dos países vizinhos, na pior situação. Ali encontra-se o campo de refugiados de Dadaab, considerado o maior do mundo, mas já lotado de imigrantes.

Este acampamento, construído há 20 anos para abrigar 90 mil pessoas, está por atingir na atualidade os 400 mil habitantes, mais de quatro vezes sua capacidade.

Calcula-se que entre 1.300 e 1.500 pessoas chegam diariamente à região.

No mês passado, fizeram-no mais de 40 mil somalis, a quantidade mensal mais alta na história do acampamento.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Uganda também começou a se ver afetada por essa trágica situação sub-regional, a pior de seu tipo nos últimos 60 anos, que já causou dezenas de milhares de mortos e coloca outros milhares em estado de urgência humanitária.

No atual panorama, com respeito à ameaça de crise alimentar de grande envergadura, recorda-se que "as planícies da Somália e de Djibouti padecem uma aridez extrema e secas freqüentes, apesar de a região do Chifre da África situar-se próxima ao equador terrestre".

O pior é que esses países pobres carecem em sua maioria de infraestrutura para enfrentar tanto a chamada seca meteorológica - períodos de escassas chuvas - como a hidrológica - de longos períodos de tempo sem precipitações - e a sequela extrema, a aridez; faltam técnicas adequadas e a pobreza impede sua aquisição.

Nesse sentido, afloram as mortais armadilhas do subdesenvolvimento, a submissão sócio-econômica e a limitação das aspirações de progresso, dualidade nociva que intensifica a gravidade das regiões afetadas, cada vez mais dependentes de remédios passageiros, efêmeros.

A isso soma-se a incapacidade dos estados correspondentes de se projetarem para conseguir em pouco tempo os meios para neutralizar ou pelo menos contornar a tragédia, assunto medular e diverso que se propõe aos países mais pobres, e com o que se esclarece que o problema não é somente uma disputa com a natureza.

A complexidade do assunto destaca-se pela gravidade de suas sequelas, entre as quais os componentes sociais, políticos, econômicos, psicológicos, éticos e outros, uns mais palpáveis e imediatos e alguns camuflados, mas todos interagindo ao mesmo tempo.

Ainda que a FAO demonstre seu caráter humanitário quando diz "começamos a seguir de perto o que se passa em Uganda, onde há lugares afetados pela insegurança alimentar causada pela seca", seu papel deveria ser reforçado pelo consenso da comunidade internacional e principalmente pelo apoio dos países desenvolvidos.

Diante dos fatos, o chamado Primeiro Mundo deve assumir parte da dívida com a catástrofe anunciada no leste da África, que pode estender sua metástase pelas conhecidas práticas destruidoras dos presentes da natureza, como a camada de ozônio, com grande incidência na configuração climática do mundo.

Agora a Somália, o Quênia, a Etiópia e Djibouti estão submetidos aos efeitos negativos da seca e Uganda pode ser o próximo país afetado por uma situação alarmante de desnutrição causada pela falta de precipitações.

Segundo a organização não-governamental Oxfam, "os próximos quatro meses piorarão a situação na Etiópia, Quênia e partes do sul da Somália". A circunstância seguirá sendo classificada como emergência até o final do ano, enquanto na região meridional somali provavelmente se declare a fome.

Somália, o epicentro

Apesar do consenso quanto à urgência da convocação para salvar o oriente africano, persistem obstáculos para que flua o envio e distribuição das milhares de toneladas de víveres necessários, um deles é a rejeição da organização somali Al Chabab à distribuição da ajuda nas zonas que controla e outras são as objeções burocráticas. A Somália é um país que se classifica entre os chamados Estados falidos, pois, de fato, ali não existe autoridade central desde a derrubada do ex-presidente Mohamed Siad Barre em 1991 e os grupos armados impõem sua lei mediante a violência.

Al Chabab rechaça a existência de uma desesperada situação humanitária e nega a aceitação da ajuda alimentar, a qual ameaçou queimar. Ainda que essa postura negativa não seja geral entre todos os componentes da formação, aparece como danosa ante os olhos do mundo.

Outro aspecto que entorpece o processo é a lentidão com que operam os mecanismos burocráticos, os quais entranham formalismos que interrompem o acesso dos emigrantes aos campos. Eles permanecem longo tempo sem acesso aos benefícios dos acampamentos por falta de classificação e da documentação requerida.

A velocidade do fluxo migratório ultrapassa a capacidade de assimilação dos encarregados de tramitar essa entrada e prestar outros serviços de primeira necessidade aos refugiados.

Um aspecto central de grande importância é a reticência dos estados desenvolvidos de contribuir ao financiamento da causa. Segundo estimativas, são necessários 2,4 bilhões de dólares para enfrentar esta crise. Até finais de julho as agências da ONU e outros sócios só tinham recebido 1 bilhão dos doadores.

Da Redação África e Oriente Médio da Prensa Latina.

fonte:
www.unegro.org.br/www.vermelho.org.br


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Contos africanos...








NOZ-DE-COLA


Em toda a África Ocidental, os jovens, os velhos, os homens, as mulheres, todo mundo gosta de lambiscar noz-de-cola, uma frutinha muito por lá. Os velhos, especialmente, têm sempre uma, duas ou três no fundo do bolso...


De manhã, a gente o que tem de saber de manhã. De noite, a gente sabe o que tem de saber de noite. Quem cultiva a terra conhece a paciência.


Naquele dia, Noz-de-Cola cultivava o pedaço de terra que ele havia limpado. Preparava o solo para plantar inhame, afogando com sua daba. Não muito longe dali, havia uns gênios dos campos. Mal ouviram o barulho da daba revolvendo o solo, perguntaram:




- Quem está trabalhando este roçado?


Noz-de-cola respondeu:


- Sou eu! Desmatei, limpei e agora estou preparando a terra para plantar inhame.


Os gênios chamaram imediatamente seus filhos e foram ajudar Noz-de-Cola. Antes tinha terminado. Era meio-dia em ponto quando Noz-de-Cola, feliz da vida, voltou para a aldeia.


Depois, quando Noz-de-Cola foi plantar seu inhame, a mesma coisa aconteceu: os gênios dos campos e seus filhos vieram acudi-lo.


Depois, quando Noz-de-Cola votou à sua roça para capinar em torno dos pés de inhame, os gênios, que continuavam por lá, perguntaram:


- Quem está trabalhando este roçado?


- Sou eu, Noz-de-Cola, capinando em torno dos meus pés de inhame.


No mesmo instante, os gênios vieram ajudar Noz-de-Cola e capinaram rapidinho em torno dos inhames.


Agora Noz-de-Cola podia esperar o tempo passar até que chegasse a hora de colher seus inhames. Por isso, ele viajou ao sul e ao leste para visitar o povo da água e o povo da floresta, deixando a roça aos cuidados da sua mulher.


Um dia, quando ela vigiava a roça como filhinho nas costas e apanhava lenha, o menino começou a chorar. Para acalmá-lo, ela quis catar um pequeno inhame, um inhame miudinho que ainda não tinha tido tempo de crescer.


Quando desenterrava esse pequeno inhame para dar ao neném, os gênios dos campos perguntaram:


- Quem está cavando aí?


Ela respondeu:


- Sou eu, a mulher de Noz-de-Cola. Estou desenterrando um inhamezinho para acalmar meu bebê.


No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar a mulher de Noz-de-Cola e logo tiraram do chão todos os inhames miúdos, amontoando-os na beira do campo.


A mulher de Noz-de-Cola, ao ver aquele desastre, pôs-se a chorar. E ainda chorava quando Noz-de-Cola voltou da viagem. Ele perguntou:


- Está chorando por quê?


Ela explicou. Fulo da vida, ele lhe deu uma bofetada. Os gênios dos campos, que continuavam por lá, ouviram o barulho da bofetada e perguntaram:


- Quem está batendo assim?


- Sou eu, Noz-de-Cola, esbofeteando minha mulher.


No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar Noz-de-Cola. Eles bateram tanto, que mataram a mulher.


Noz-de-Cola nem precisou interrogar o cadáver para entender de que ela tinha morrido! Desatou a chorar. Foi então que um mosquito veio picá-lo no braço. Para defender-se, ele deu um tapa com toda a força no lugar da picada, mas sem acertar o inseto. Os gênios dos campos, que continuavam pó lá, perguntaram:


- Quem está batendo assim?


- Sou eu, Noz-de-Cola, tentando matar um mosquito que veio me picar.


No mesmo instante, os gênios e seus filhos vieram ajudar Noz-de-Cola, desferindo-lhe uma saraivada de tapas.


Ainda bem que Noz-de-Cola era rápido na corrida. Conseguiu chegar à aldeia em disparada e refugiar-se no bolso de um velho. É por isso que, desde então, sempre tem uma noz-de-cola no bolso dos velhos.


OLIVEIRA, A. A criança na literatura tradicional angolana. Tese de doutoradoapresentada à Universidade Nova de Lisboa. Leiria: Ed. Magno, 2000.PINGUILLY, Y. Contos e lendas da África. São Paulo: Companhia das Letras,2005.REPÚBLICA DE ANGOLA. Angola: O futuro começa agora. Paris: Éditions Hervas,É assim que acaba meu conto.


(Yves Pinguilly, 2005 p.41-48)FONTE:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/contato.html


Discriminação nas Empresas












4 casos de racismo e discriminação nas empresas


Sexismo, racismo e homofobia ainda rondam o mundo dos negócios, apesar dos avanços


São Paulo – Dizer que empresas são feitas, antes de tudo, de pessoas entra na categoria do “óbvio ululante” de Nelson Rodrigues. Mas tão óbvia – ou ululante – é a dificuldade das companhias em mudar comportamentos e cortar maus hábitos de seus funcionários.




É claro que, nem sempre, a alta direção de uma empresa está diretamente envolvida, ou mesmo incentiva, práticas de discriminação contra consumidores e clientes. Mas os casos a seguir, ocorridos neste ano, mostram que este é um assunto no qual as empresas não podem relaxar – sob pena de arranharem sua imagem e sofrerem punições bem concretas.


Sony Music é condenada por música do Tiririca


O palhaço Tiririca, deputado federal mais votado do país, está bem comportado no Congresso Nacional, mas sua carreira artística está rendendo dores de cabeça à Sony Music.


Em fevereiro de 2004, a gravadora foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de 300.000 reais a entidades de luta contra a discriminação. O motivo foi a divulgação da música “Veja os cabelos dela”, de Tiririca, no qual o agora parlamentar compara a cabeleira de uma mulher a palha de aço, entre outras gracinhas. No final de março deste ano, a Justiça determinou a revisão do valor a ser pago – que pode praticamente dobrar.


Metrô é multado por discriminar transexual



No início de maio, a Secretaria de Justiça e Defesa à Cidadania do Estado de São Paulo multou o Metrô paulistano em 87.250 reais por discriminar uma transexual. Em 2010, a mulher requereu um bilhete único especial no Metrô.


Ela apresentou um laudo médico com seu nome social (feminino) e seus documentos civis (com o nome masculino). Pela diferença das nomenclaturas, o funcionário do Metrô negou-se a emitir o bilhete. A Defensoria Pública do Estado entrou no caso, e a estatal foi punida.




Devassa é notificada por racismo em publicidade


Em 30 de maio, a cerveja Devassa foi notificada pelo Procon de Vitória por racismo. Uma de suas peças publicitárias exibia uma mulher negra em trajes sumários, ao lado do slogan: "É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra."


Na ocasião, o Procon afirmou que a peça era “explicitamente desrespeitosa em relação às mulheres”. A cervejaria foi multada e obrigada a lançar uma campanha de contrapropaganda.


Extra, do Pão de Açúcar, indeniza garoto por racismo


Ontem (21/7), O Estado de S.Paulo noticiou que o Extra, uma das bandeiras do Grupo Pão de Açúcar, aceitou pagar uma indenização de 260.000 reais a um garoto de dez anos.


A criança foi abordada por seguranças do hipermercado, no bairro paulistano da Penha, sob a suspeita de que tivesse roubado produtos da loja. Levado a uma “sala reservada”, sofreu ofensas racistas e foi obrigado a ficar nu para ser revistado. O garoto só foi liberado quando os seguranças viram a nota fiscal da compra. Poderiam ter pedido antes, não?


fonte:http://www.memes.com.br/jportal/portal.jsf?post=35103


terça-feira, 9 de agosto de 2011

LENDAS DOS ORIXÁS







Exú


Ele sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.
Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.
Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.



Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.


Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.


Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida.


Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.


Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.


fonte:povodearuanda@povodearuanda.com.br


fabulas da africa






O TAUMATURGO DAS PLANÍCIES


A primeira história é das mais interes-santes entre as que correm, de geração em geração, na tribo banto, que habita os distritos de Lourenço Marques, Gaza e Sofala, em Moçambique, cujos membros têm o nome de Ba-Rongas. Sua língua é o xironga, vulgarmente chamada landim.



A segunda, igualmente passada entre os bantos, mostra que ali, como em toda parte, o ciúme, o arrependimento e o castigo são temas favoritos das histórias populares.



O TAUMATURGO DAS PLANÍCIES


ERA UMA VEZ um homem e uma mulher que tiveram primeiro um filho, depois uma filha. Quando foi pago pela jovem o resgate da esposa, e ela casou-se, os progenitores disseram ao filho:


— Temos um rebanho, do qual poderias dispor. Agora já é tempo de que te cases. Escolheremos para ti uma esposa agradável, que seja filha de gente de bem.


O MACACO E O HIPOPÓTAMO


EM uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucas bananas, existiam numerosos macacos.



Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio.


O macaco Travesso possuia um grupo de bananeiras que lhe proporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe trazia satisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos da região.


No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens.


Texto arquivado em Biblioteca, Literatura, Mitologia


Lenda africana






Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho. - Alô! Que é que você está a fazer estirada na estrada? - Estou a apanhar banhos de sol. Sou uma cobrinha, e você? - Um sapo. Vamos brincar? E eles brincaram a manhã toda no mato. - Vou ensinar você a pular. E eles pularam a tarde toda pela estrada. - Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco. Eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte. - Obrigada por me ensinar a pular. - Obrigado por me ensinar a subir na árvore. Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar. - Quem ensinou isso para você? - A cobra, minha amiga. - Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem. Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular. - Quem ensinou isso para você? - O sapo, meu amigo. - Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso. No dia seguinte, cada um ficou na sua. - Acho que não posso rastejar com você hoje. A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto eu pulo e devoro ele. " Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho. Suspirou e deslizou para o mato. Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas ficavam sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos.



O terrorista viking da extrema-direita

Anders tinha imaginado os atentados há dois anos∙.


O assassino norueguês é cristão fundamentalista, é contra o Islã, o multiculturalismo,∙°°°°∙a mestiçagem, os imigrantes e contra o trabalhismo democrático que governa o país.∙ °°°° °°°°∙Alguns jornais americanos e europeus mais apressados foram logo atribuindo à Al-Qaeda ∙°°°°∙os atentados cometidos em Oslo, na Noruega, no qual morreram 92 pessoas e restam cinco ∙°°°°∙desaparecidas∙∙. ∙°°°° °°°°∙A razão invocada parecia evidente – seria em represália aos soldados noruegueses no Afganistão, ∙°°°°∙à participação nos bombardeios na Líbia ou às caricaturas de Maomé.∙°°°° °°°°∙Mas se enganaram. O autor dos atentados não usa turbante, nem ∙°°°°∙se chama Mohamed ou Mustafá, nem tem barba, nem grita Alá é Grande ∙°°°°∙e nem se suicidou como costumam fazer os kamikases islamitas.∙°°°° °°°°∙um autêntico escandinavo, alto e magro como um manequim, de cabelos loiros, rosto branco ∙°°°°∙longo, bem escanhoado e olhos azuis. Suas fotos estão hoje em todos os jornais, na televisão, na Internet e na memória dos pais que perderam seus filhos queridos. Anders Behring Breivik, legítimo descendente dos vikings, é o que as mulheres chamariam de um homem bonito com cara de anjo, que qualquer pai deixaria sair de noite com sua filha. Engano fatal. Anders Behring Breivik é um assassino, cruel, impiedoso, que, na ilha de Utoya, passou uma hora e meia descarregando seu fuzil-metralhadora nos jovens participantes de um acampamento promovido pelo Partido dos Trabalhadores e teria matado um número maior, se não fosse a chegada de policiais alertados por desesperados twiters. Ex-membro de um partido nacionalista, da direita populista da Noruega, na verdade da extrema- direita. O Partido do Progresso, seu nome, reúne os defensores dos ideais conservadores e quer a proteção da Noruega contra a invasão dos imigrantes estrangeiros, coisa de 10% de trabalhadores,que deixaram seus países ensolarados para terem emprego e bom salário no frio mas rico país exportador de petróleo. Anders Behring Breivik é nacionalista, defende os valores culturais e religiosos do cristianismo fundamentalista, é contra o Islã ou religião muçulmana, contra o multiculturalismo, contra a mestiçagem da sociedade ocidental, contra os imigrantes e contra o socialismo trabalhista democrático que governa o país. Frequentou um clube de tiro ao alvo, donde sua precisão no massacre perpretado, tinha revólver e fuzil-metralhadora em casa e aprendeu a fazer bomba com adubo agrícola. Bombas, diga-se de passagem, mais potentes que as usadas pela Al-Qaeda.


∙O bonito e angelical norueguês lembra um americano também capaz de ∙°°°°∙colocar em prática seu ódio ideológico. Lembra Timothy McVeigh, do atentado também contra um prédio administrativo em Oklahoma City, no qual morreram 168 pessoas, em abril de 1965. Timothy era branco, jovem de 26 anos, e se sentia atraído pelas idéias extremistas dos neonazistas. E igualmente não se suicidou após o massacre cometido.


Talvez se possa dizer que tanto Timothy como Anders sentiram-se satisfeitos por terem concluído seus projetos de ódio ∙E se o autor dos atentados fosse islamita ? Provavelmente, haveria uma represália e se responsabilizaria a coletividade muçulmana. Porém, como . Anders é noruegues, militante de extrema-direita como provam seus escritos sob pseudônimo na Internet e seu plano de massacre datado de 2009, não haverá uma responsabilização do fundamentalismo cristão, nem da ideologia da extrema-direita, que cresce nos países escandinavos. Se não aparecerem cúmplices nos atentados, Anders será considerado simplesmente um louco solitário e ponto final.


Por:Rui Martins∙


fonte:jornalista, escritor, líder emigrante, correspondente em Genebra∙Correio do Brasil


Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...