UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Homem trans ???

Sexualidade gênero e combate a homofobia
1. Introdução: sobre a construção dos estigmas sexuais e de gênero.

Os estigmas que envolvem a sexualidade e que alimentam a homofobia se dão por uma
construção histórica ligada aos valores morais de classes dominantes e suas características de relação. Justificando-se como uma estável ordem natural, e principalmente divina, essa construção se deu na limitação da sexualidade em padrão normativo heterossexual e na marginalização de comportamentos que dele fugissem.
A partir das reinvidicações pelo livre manifesto e pela ampla representatividade sexual em meio a sociedade, buscando contestar o padrão e combater o preconceito e a marginalização (opressões) impostas, foi iniciado um processo que tem por essência a ‘desconstrução’ das errôneas conclusões trazidas com as influências fundamentalistas e religiosas. O dialogo sobre a sexualidade está diretamente ligado ao esclarecimento sobre os conceitos de sexo biológico e a sua não delimitação na construção da identidade de gênero e orientação sexual.



2. Desconstruindo estigmas, conceituação: Sexualidade e gênero como construções socioculturais


Para que possamos atuar de forma consciente e precisa na luta contra a homofobia, uma opressão relacionada à orientação sexual mas que parte de um errôneo conjunto sobre o que se trata de identidade de gênero e funções físico-biologicas, precisamos primeiramente nos esclarecer sobre os pilares que regem a construção sociocultural da sexualidade.
A. Sexo biológico  - Sexo: É o que nascemos. Diferenciando os seres humanos entre machos e fêmeas, é definido pelo aparelho genital e outras características fisiológicas. Pesquisas recentes também apontam o código genético a ser considerado nessa constituição, o quê de forma exemplificada pode ser ligada à intersexualidade, que faz o individuo se identificar com ambos os gêneros.

B. Identidade de gênero - Gênero: é o que nos tornamos. Sendo uma construção social, é influenciada pelas regras, padrões de construção corporal e comportamentos que configurem a identidade social das pessoas a partir de seus caracteres fisico-biologico, ou seja, o seu sexo. Distinguindo-nos entre homens e mulheres, a partir das identificações como masculino e feminino, possui inúmeras variantes que desviam da norma, como, por exemplo, o travestismo...
 
C. Orientação sexual - Orientação Sexual: sexualidade. Movidos pelo sentimento de atração e
desejo, se expressando pelas práticas erótico-sexuais nas quais as pessoas têm seus relacionamentos. Esse dado é comumente definido pela identidade de gênero do parceiro (a/s) de determinado individuo, e também comumente classifica as pessoas em “heterossexuais”, “homossexuais”, “bissexuais” e “transexuais”. 
3. A Luta pelo reconhecimento dos direitos e representação dos LGBTT*.
3.1 Indo além do padrão normativo heterossexual. - No mundo ocidental, na década de 70, decorrente a efervescência de movimentos políticos contestatórios, surgem dois grupos em especial sobre o tema. A Segunda Onda do Movimento Feminista, onde as mulheres aprofundaram ainda mais sua atuação pela equidade entre os gêneros, e a organização Movimento Homossexual, sendo esse de maneira simbólica instaurado a partir de 1969 com a Revolta de Stonewall, marcaram a luta pela livre expressão da sexualidade e desconstrução dos estigmas de gênero produzindo um intenso material intelectual e iniciando um diálogo sobre a condição social dos homossexuais e das mulheres.

Incorporando as categorias de gênero, os estudos feministas forneceram um instrumental capaz de questionar os padrões patriarcais e o que define ou não o 'ser mulher', que por consequência gerou o mesmo sobre a definição do papel masculino, tal como é expresso na seguinte afirmação: "A desconstrução a partir destas categorias mostrou que, tanto homens quanto mulheres, aprendem a ser e viver como tal a partir de um complexo aparato de normas e regras de comportamento que definem os papéis de gênero." Porém, tal feito falhou ao intersecionar a questão do gênero ao dialogo sobre a sexualidade, o que foi feito pelo movimento dos gays e lésbicas. Aprofundando os estudos sobre a questão da sexualidade, foi
visto que as classificações 'homossexuais', 'lésbica' e 'gay' são limitadoras demais para representar a diversidade sexual ou a própria relação que dão nome. E aí se aborda a importância de atenuarmos as diferenças que os Trans* passam a ter dentro do movimento que deveria representá-lo quanto socialmente.

3.2 No Brasil e no mundo, a comunidade LGBT vai às ruas. Tendo sua manifestação como um movimento reinvidicatório iniciada a partir da década de 60, época marcada por inúmeros grandes fatos históricos, aqui dando ênfase as grandes revoltas sociais em busca de direitos, o movimento LGBT começou a se posicionar e exigir seus direitos como cidadãs.
Nos Estados Unidos, com a homossexualidade ainda sendo considerada uma desordem mental e sua prática um crime passível de 20 anos à perpetua, ocorreu a Revolta de Stonewall, um marco histórico que desencadeou a luta pelos direitos LGBT’s.

Tendo formado guetos para poderem expressar quanto a sua sexualidade divergente ao padrão, era muito comum que as pessoas que frequentassem esses lugares fossem surpreendidas por violentas invasões policiais ou agredidas pela população. Até que um dia isso mudou.


No Brasil, nos anos 80, as batidas policiais também eram costumeiras, com gays e lésbicas sendo presos só por serem homossexuais. Também reclusos a guetos, marginalizados socialmente e sendo assassinados à sangue-frio, as organizações contra a homofobia, pela livre expressão e representação começaram a surgir e em 13 de junho de 1980, em São Paulo, um protesto realizado contra o Delegado Richetti, com uma pauta contra a violência cometida às mulheres, homossexuais e a causa negra, foi realizada a primeira passeata homossexual do Brasil.
Posteriormente se propaga em todo o mundo o “dia do orgulho gay”, ou simplesmente Parada Gay. Embora seja um marco na busca por reconhecimento e autoafirmação, a Parada Gay sofre várias críticas, incluindo dentro do próprio movimento LGBT. Os motivos seriam o caráter festivo e pouco combativo, mais se parecendo a uma “micareta” do que há um ato político de resistência. Os meios empregados neste caso terminam contribuindo para a despolitização da causa, e para o não entendimento de como combater a raiz de toda a opressão lhes é imposta. Neste sentido, a Unidade Vermelha, enquanto Organização, não participará das paradas gays ou manifestará apoio a elas, sobretudo pelo caráter diluído e pouco político delas, embora seus militantes sejam livres para participarem enquanto indivíduos. 

3.3 A Opressão sexual e seu caráter classista - Uma análise de uma Organização Revolucionária, da questão da sexualidade enquanto sujeita à opressão, não deve escapar à análise do papel da religião na nossa sociedade, além dos já conhecidos efeitos primários do capitalismo.
F. Engels já abordou o tema de forma aprofundada em “A Origem da Família...” onde mostra, através da dialética e do materialismo, como a religião, além da propriedade privada, desempenha papel fundamental nessa questão.

Pois bem, entendemos que a opressão que começa através da mulher e pelo homem de forma abrangente, por sua vez influencia diretamente na sexualidade feminina (ou na repressão da mesma), é seguida, num ciclo vicioso de opressões, passando pela opressão da homossexualidade, da bissexualidade e pela opressão dos transexuais.

4. Práticas revolucionárias na luta pela representação aos LGBT*’s e no combate à homofobia


Tendo em vista a compreensão e conhecimento adquiridos sobre as necessidades e particularidades referentes à causa LGBTT, aqui vão os seguintes preceitos que devem ser defendidos em nome de sua luta e representação destes:

1 – Por entendermos que a luta contra as opressões deve se dar de forma ampla e concreta, sendo preenchida por nossos princípios revolucionários: Nós nos posicionamos contra qualquer indicação de ódio à diversidade sexual e lutamos pela garantia de direitos e representações aos homossexuais, trans*, bissexuais, etc.!

2- Por termos consciência da situação de risco e calamidade que os crimes alimentados pelo ódio à diversidade sexual causam, sendo reafirmados por um sentimento fascista e reacionário: Nós defendemos a luta pela criminalização da homofobia e suas expressões!

3- Por estarmos cientes da omissão do Estado para com políticas publicas em diversos setores sociais que representem a população LGBTT*: Nós posicionaremos a favor de propostas que englobem os reais anseios e necessidades destes!

4- Estando ciente da conjuntura necessária para avançarmos nessa luta, e sempre buscando levar nossos princípios revolucionários: o apoio crítico aos movimentos LGBTT*, incluindo os pequeno-burgueses, como forma de estabelecer nossos vínculos propagando nosso programa de forma a atrair os envolvidos para a revolução patriótica!

5- Por entendermos que os homossexuais, bissexuais e transexuais, através de si mesmos, unindo-se a si mesmos, levantar-se-ão contra a opressão das minorias sexuais: Protagonismo dos movimentos LGBTTs!

6- Devido ao pouco contingente das minorias sexuais em lutas emancipatórias: Incessante busca pela inserção das minorias na luta revolucionária, bem como exaustiva formação dos mesmos como quadros dirigentes para ocuparem espaços de liderança na luta!

7- Por entendermos o caráter preconceituoso e reacionário do mito em torno do qual são as minorias sexuais que transmitem doenças sexualmente transmissíveis como o HIV, combateremos sem trégua tais preconceitos que só servem para semear a discriminação dentro da sociedade!

8- Por entendermos que o casamento é um direito civil, independente do sexo ou gêneros de
s
eus participantes: Lutamos pela legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo!
9- Combatendo as noções pequeno-burguesas em relação à libertação da diversidade sexual, levaremos para a luta os princípios revolucionários e não deixaremos sucumbir a superficialidade festiva ou à parcialidades dessa luta!
10- Por entendermos que as amarras sexuais à valores reacionários são extremamente nocivas e levam à marginalização da diversidade sexual, lutemos pelo esclarecimento do conceit
o de construção sexual e pela não imposição de um caráter heterossexual opressor!
11- As relações homoafetivas, como composição familiar, é uma realidade social, que assim como a união estável, se realiza e prospera, ainda que à margem da lei. Nesse contexto, nos colocamos a favor pelo ordenamento político brasileiro, do reconhecimento, expresso, da adoção homoparental!

12- Por entendermos que os gays, trans e lésbicas são vitimas em potenciais de bandos nazifascistas: defendemos o inalienável direito de autodefesa, e que os gays possam se proteger com qualquer meio necessário diante das agressões a que estão sujeitos!


Enfim e precisamos mesmo é organizar nosso seguimento politizando o debate e apontando as estratégias de mobilização e controle social exigindo dos poderes públicos executivo, legislativo e judiciários o combate às diversas formas de violência e outras intolerâncias bem como a criminalização da homofobia, lesbofobia e transfobia e um sistema educacional que promova cultura de paz e o respeito às diferenças nos bancos escolares como em toda a sociedade.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte: unidadevermelha.blogspot.com/...


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Nenhum direito a menos, democracia se faz com diálogo e participação...

HISTÓRIA DO MOVIMENTO NEGRO
O movimento negro no Brasil surge, ainda de forma precária e clandestina, durante o período
escravagista. Grandes personagens se insurgiram contra o sistema e impulsionaram o movimento. Dentre eles, um dos mais conhecidos é Zumbi dos Palmares (líder do Quilombo dos Palmares). Os escravos utilizavam-se da quilombagem (fuga para os quilombos e outros tipos de protestos) e do bandoleirismo (guerrilha contra povoados e viajantes) para rebelar-se contra a escravidão.

-"Ainda no mesmo período, o Movimento Liberal Abolicionista passa a ganhar força, desenvolvendo a ideia de fim da escravidão e comércio de escravos. Como resultado, foi promulgada em 13 de Maio de 1888 a Lei Áurea, encerrando o longo período escravagista. A população negra inicia então um novo desafio: a luta contra o preconceito e desigualdade social".

Ao final do século XIX e durante uma grande parte do século XX, circulam jornais e revistas voltados aos negros. Os periódicos são fundados por associações dos mais diversos tipos, desde carnavalescas, até literárias. As publicações começam com o intuito de discutir a vida da população negra em geral e promover assuntos interessantes à época.

Porém, esses periódicos acabaram se tornando meios de denúncia de atos praticados contra os negros, das dificuldades desse grupo no período pós-escravagista, da desigualdade social entre negros e brancos e das restrições sofridas em decorrência do preconceito racial. O agrupamento de todas as publicações passou a ser conhecido como Imprensa Negra Paulista. Dentro deste mesmo período, em 1931, é fundada a Frente Negra Brasileira. Esse movimento viria a se transformar em partido político, extinto com os demais na criação do Estado Novo.

O Brasil começou a dar seu salto para o futuro com a implementação de uma série de políticas públicas em prol da igualdade, todas elas no contexto mundial das lutas populares e democráticas. Em especial com a realização de diversas Conferências mundiais contra o racismo (Durban em 2001), pela emancipação das mulheres (Pequim,1995), pelos direitos da juventude e pela diversidade sexual, consubstanciados na Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969.

Se liga:  Ratificadas pelo Congresso Nacional, o nosso país se comprometeu a eliminar daí em diante a chaga da desigualdade. Essa opção política nos levou a incluir ações, projetos e políticas públicas que estão no caminho certo para colocar o Brasil num salto civilizatório sem precedentes, cuja novidade é que o Estado tem papel fundamental, e não somente os governos.

Desde a Constituição Cidadã de 1988, que liberdade e igualdade não são valores abstratos, mas parte de um projeto de sociedade, onde a democracia se constrói com diálogo e participação social, em um processo de contínua invenção e reinvenção de direitos.


O Poder Executivo, em especial nos últimos doze anos, tem buscado transformar-se para dar conta das demandas dos povos historicamente excluídos dos espaços de status, prestígio e poder. Deste modo, o atual desenho institucional do Governo Federal, revela o compromisso do Mandato Democrático e Popular com a agenda política dos Movimentos Sociais.
No entanto, conforme chegou ao conhecimento público, o Governo Federal, sob pressão da grande mídia e da onda conservadora que tem ocupado o debate político nacional, pretende fazer uma reforma administrativa, que projetada sem diálogo e participação com as forças progressistas vivas de
nosso país, pode se constituir em uma ameaça as conquistas no campo das ações sociais, principalmente, as voltadas para grupos socialmente vulneráveis – como mulheres, promoção da igualdade racial, LGBT e juventude.

No coração da luta democrática em nosso país, as mulheres já pulsavam, rompendo preconceitos e tabus na luta pela Anistia e na demanda por direitos iguais. Na década de 80 do século passado, criou-se as Delegacias de Mulheres e no ano de 1985 conquistamos o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, fincando raízes para impulsionar ações que resultariam em exemplos para todo o mundo, de instrumentos de defesa dos direitos humanos das mulheres.

Na recém-nascida construção do  então governo (GOVERNO LULA E DILMA) comprometido com os setores mais sofridos de nossa população, momento histórico em que o país desperta com intensidade para a necessidade das políticas públicas específicas para as mulheres, manifestamos nossa decisão de defender a manutenção desta política. Mobilizamo-nos pela reforma política democrática, pela garantia da prosperidade econômica com a valorização do trabalho, por autonomia e mais poder para as mulheres, negros e jovens e pela conquista de uma mídia democrática e não discriminatória.

Senhora Ex. presidenta Dilma, “nada pra vocês sem vocês”. Não existe bom governo feito de boas intenções, mas aqueles que se constituem promovendo o diálogo e participação social, e nos quais os interlocutores governamentais possui peso institucional, poder de decisão e capacidade para promover a transversalidade das políticas de promoção de igualdade.

A expansão das políticas de ação afirmativa, a retirada do país do mapa da fome, o enfrentamento eficaz da miséria, o reconhecimento das uniões homoafetivas, o crescimento da presença de mulheres e negros no ensino superior e a frente de micro e pequenas empresas, demonstram que o Brasil está no caminho certo de superação da chaga das desigualdades – étnico-raciais, geracionais, sexuais e de gênero.

Hoje os  movimentos sociais estão na mira do governo- Reformas impopulares

Além da proposta de controle mais rígido dos gastos públicos, há outros temas impopulares na mesa.
O governo Temer quer aprovar uma reforma da Previdência para reduzir o crescimento dos gastos com aposentadoria – que já pesa muito no orçamento e deve crescer com o envelhecimento da população.

A necessidade da reforma é quase consenso entre especialistas em contas públicas, mas a revisão da idade mínima exigida para aposentadoria causa grande resistência grupos sindicais.

Outra reforma polêmica é a trabalhista. Para o governo, é preciso flexibilizar garantias dadas hoje aos empregados para dinamizar o mercado de trabalho, gerando mais empregos. Já os movimentos sociais e sindicatos acusam a atual administração de ter dado "um golpe de classe" para tirar direitos dos trabalhadores

PEC 55 é aprovada com galerias vazias e sob repressão policial
Enquanto senadores debatiam proposta que propõe congelamento de investimentos públicos por 20 anos, protesto contrário à PEC resultou em feridos e detidos.

O Senado aprovou nesta terça-feira (29), em primeiro turno, por 61 votos a favor e 14 contrários, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que prevê o congelamento dos investimentos públicos federais por 20 anos. Na Esplanada dos Ministérios, o protesto realizado por movimentos sociais contra a proposta do governo Michel Temer foi duramente reprimido pela Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal. A sessão plenária que antecedeu a votação não teve espectadores. O Parlamento fechou as portas para a sociedade.
Câmara aprova pacote anticorrupção sem anistia, mas desafia Lava Jato
Embora não inclua perdão a caixa dois, texto traz emenda que estabelece crime de responsabilidade para juízes e integrantes do Ministério Público

A Câmara aprovou uma versão do pacote anticorrupção na madrugada desta quarta-feira 30 sem incluir o artigo que anistiava o caixa dois, proposta negociada nos bastidores por parlamentares e retirada de pauta após pressões de integrantes da Lava Jato. Por outro lado, procurou demonstrar força frente a Sérgio Moro, juiz responsável pela operação, e o procurador Deltan Dallagnol, principal entusiasta por trás das chamadas 10 Medidas contra a Corrupção, que inspiraram o projeto aprovado.

Privatizações : Outra marca do governo Temer devem ser as privatizações. Em entrevistas recentes, o
presidente já indicou, por exemplo, a possibilidade de vender para o capital privado o controle dos Correios e de aeroportos como Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (SP).

A Petrobras, no entanto, não deve ser vendida, por estar ligada "à ideia de nacionalidade, patriotismo", disse o presidente recentemente à revista Veja. Mas subsidiárias da petroleira, como BR e distribuidora e Transpetro, constantemente são citadas como possíveis alvos de privatização.

A bandeira de luta que o Movimento Negro ergue cotidianamente em nosso país é o resultado de séculos de muita resistência. Essa bandeira é símbolo da oposição que fazemos a este Estado que nunca atendeu às demandas de nosso grupo e de tantos outros excluídos.
Devemos comemorar os avanços conquistados, como a criação do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e a implementação da Lei 10.639 de 2003, que incluiu a comemoração da data no calendário escolar. Essa lei foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também vale lembrar que em 1971 ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, chegaram à conclusão de que a execução de Zumbi, símbolo de resistência e da luta contra a escravidão, foi realizada no dia 20 de novembro de 1695. Por isso devemos sempre nos lembrar da condição social do negro na data. Entretanto, a nossa consciência negra é fenômeno efêmero dentre as várias manias adotadas pela sociedade. 

"Hoje é chique ser black. É moderno cultivar os valores da cultura black", enquanto o fosso social entre brancos e negros (incluindo pretos e pardos) mantém o apartheid brasileiro inalterado. O mito da democracia racial, por aqui, foi denunciado como mentira pela realidade socialmente perversa e pelos dramáticos indicadores sociais que comprovavam que negro no Brasil está associado à miséria e à exclusão social. Somente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) calcula que precisaremos de pelo menos 20 anos de políticas voltadas para as ações afirmativas para colocar brancos e negros em níveis mínimos de igualdade.

O Movimento Negro, na atualidade, se consolidou a partir de um forte viés político. Mas nem por isso, suas atividades deixam de estar carregadas de tempero emocional. O Dia da Consciência Negra, a luta contra o racismo, a agenda da promoção da igualdade racial e a inclusão da população negra na sociedade trazem consigo tantas e variadas ações públicas, como as marchas para aumentar a consciência do pertencimento étnico e os protestos mais raivosos (e justos). Além, é claro, das homenagens prestadas aos homens e mulheres negros que, de alguma forma, ajudaram na construção
da riqueza da nação-continente mais negra fora do continente africano, tais como Zumbi e Dandara, líderes da República de Palmares; Machado de Assis, escritor; Chiquinha Gonzaga, compositora, pianista e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, João Cândido, líder da Revolta da Chibata, entre tantos outros.

O QUE DIZ A LEI EM RELAÇÃO À IGUALDADE RACIAL?
Iniciando as batalhas jurídicas contra o racismo no Brasil, foi estabelecida a lei 1390/51 (1951), conhecida como “Lei Afonso Arinos”, proibindo qualquer tipo de discriminação racial no país. Sua aplicabilidade não demonstrava qualquer eficácia, visto que as punições não eram aplicadas, mesmo em casos claros de discriminação.

A “Lei Caó”, de 1989, tipificou o crime de racismo no Brasil. Hoje, esse crime é imprescritível e inafiançável no país. Além da “Lei Caó”, há a injúria racial (Art. 150, CP), utilizado nos casos de ofensa à honra pessoal, valendo-se de elementos ligados à cor, raça, etnia, religião ou origem.

No caso da inclusão dos negros no sistema educacional brasileiro, foi criada a Lei 12.711/12, que determina a criação cota de vagas em universidades públicas para a população negra.
Para maior presença no campo de trabalho, foi determinada, também, uma cota relacionada a concursos públicos, através da Lei 12.990/14. 20% das vagas oferecidas nos concursos são destinadas aos negros.

POLÊMICAS : Desde sua aplicação, o sistema de cotas instaurado no Brasil provocou muitas manifestações contrárias. Uma parte dos vestibulandos e candidatos a concursos alegam inconstitucionalidade, apoiados por alguns juristas e juízes brasileiros. Entretanto, o STF manifestou-se unanimemente a favor da constitucionalidade da medida.

Além do problema em relação às cotas, os negros são alvos recorrentes de racismo, seja ele de forma velada ou explícita. Exemplos, infelizmente, muito comuns são:
Jogadores de futebol chamados de “macacos” em estádios,
Mensagens ofensivas destinadas a atores, jornalistas e atletas negros através das redes sociais – como o caso nacionalmente conhecido, relacionado à jornalista Maria Júlia Coutinho (Maju, apresentadora de meteorologia do Jornal Nacional, Rede Globo)
Alunos em idade escolar alvo de preconceito por seus cabelos,


São apenas uma pequena amostra de como o racismo ainda persiste na cultura brasileira, mesmo sendo um país de tanta diversidade cultural e étnica.

Além disso, não queremos justiça social somente para os negros. Nós queremos essa mesma justiça para os povos de tradição indígena e para os demais grupos que durante a construção desta nação-continente tiveram seus direitos humanos violados. Mas lembramos que o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento sustentável, as soluções para superação dos conflitos étnicos e o combate ao preconceito e às desigualdades sociorraciais se dão entrelaçados, necessariamente, pelo culto à capacidade de resistência dos povos e pelo clamor por equidade.

"Finalmente, afirmamos que é inegável a herança africana na cultura do povo brasileiro, mas reiteramos a denúncia que fazemos contra o Estado, que trata com descaso as questões sociais que
envolvem o Movimento Negro. Queremos igualdade e respeito de fato, queremos um Estado que escute as demandas de nosso grupo"!

Claudia Vitalino 
Rebele -se o Contra Racismo! 
fonte: UNEGRO BRASIL   

sábado, 3 de dezembro de 2016

Clipe - Consciência Negra - O Brasil é isso aí

Breve História da Cultura Africana




 Cultura Africana
A África é um continente de grande diversidade cultural que se vê fortemente ligada à cultura brasileira. Os africanos prezam muito a moral e acreditam até que esta é bem semelhante à religião. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas fazem seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

Seus ritos são realizados em locais determinados com orações comunitárias, danças e cantos que podem ser divididos em: momentos importantes da vida, integração dos seres vivos e para a passagem da vida para a morte.

Sua influência na formação do povo brasileiro é vista até os dias atuais. Apesar do primeiro contato africano com os brasileiros não ter sido satisfatório, esses transmitiram vários costumes como:

- A capoeira, que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, já que não tinham acesso a armas de fogo;

- O candomblé, que também marca sua presença no Brasil, principalmente no território baiano onde os escravos antigamente eram desembarcados;

- A culinária recebeu grandes novidades africanas, como o leite de coco, óleo de palmeira, azeite de dendê.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.fraternidadesemfronteiras.org.br/‎

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Reis Africanos:Shaka Zulu (O GENERAL AFRICANO)

Shaka Zulu, às vezes escrito como Tshaka, Tchaka ou Chaka -1773 — 22 de setembro de
1828), foi um chefe tribal e estrategista militarque transformou os zulus de uma etnia com pouca expressão territorial em um império que ensombrou os desígnios coloniais britânicos.
"A história Shaka Zulu, líder africano que expandiu a nação zulu, num feito comparável a Alexandre o Grande, mas também terminou sua vida como ditador insano".

Origens e Infância - O potentado Zulu tem início com o reinado de Shaka, filho do chefe Senzanga Khoma, de um dos clãs mais fortes dos Zulus, que engravidara Nandi, uma mulher Lengani, que se tornou por isso sua terceira esposa. Mas ela era desagradável e pouco dócil, acabou sendo rejeitada junto com o filho, e voltou para os Lenganis, onde Shaka cresceu acalentando o sonho de se tornar Rei dos Zulus, e expandir o império.

"Filho orfão e ilegítimo de Senzanganakhona, chefe do clã zulu dos nguni, Shaka e a mãe foram banidos da suaumuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre os mtetwa, na altura do reinado de Dingiswayo".

Ao atingir a puberdade, Shaka seguiu os costumes dos Mtetwa, e juntamente com os outros rapazes da sua idade (intanga), integrou o regimento isiCwe do exército de Dingiswayo. Shaka integrou-se bem na vida militar, e à medida que a sua fama pessoal e autoridade aumentava, introduziu alterações às tácticas anteriormente utilizadas.

Estrategia: Corpo+Braço+Cabeça...

Shaka Instituiu a técnica de combate “corpo-braços-cabeça”, em que o corpo era a grande concentração de tropas central, e a única que os inimigos podiam ver, os braços eram dois grupos de envolvimento rápido que atacavam pelos flancos, e a cabeça, um regimento que, nos dois primeiros estágios de qualquer batalha,uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adoptadas por outros clã dos Nguni. No início da década de 1810, contra os Buthelezi em 1810, e posteriormente contra os Nongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadas izimpondo (cornos), e o centro de isifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.

Em 1816 foi enviado por Dingiswayo, chefe dos mtetwa, e regressa do exílio, e
rapidamente se afirma rei dos zulus, eliminando todos que se lhe opunham. Um dos seus primeiros actos é constituir quatro regimentos, que são a origem do impi, nome pelo qual os exércitos zulus ficariam conhecidos. Os impis estavam armados com uma pequena lança, a assegai, um escudo de couro de boi, uma espécie de porrete que podia ser arremessado no inimigo com grande precisão e ainda o "cuspe de veneno", substância tóxica encontrada numa erva que era mastigada pelos guerreiros de Shaka, que a cuspiam no rosto dos inimigos durante os combates, causando grande irritação nos olhos. Apoiado neste impi, parte para nesse mesmo ano para atacar novamente os Buthelezi.

Em 1818 a sua atenção vira-se para os ndwandwe, que vence na batalha de Gqokli, de forma decisiva, apesar de a vantagem à partida não estar do seu lado. A mesma sorte tiveram outros clãs e tribos, contra quem os Zulus apontaram a sua máquina de guerra, numa expansão territorial que iria aumentar o território sob o seu controlo cerca de 12 vezes.

1824 seria um ano marcante na histórios dos Zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaram Port Natal, a actual cidade de Durban.

Se Liga: A decadencia de Shaka...
Shaka não tinha descendente que pudessem suceder-lhe, assim ficou obcecado com a idéia de envelhecer e morrer. Feiticeiros se aproveitaram desse início de loucura para explorá-lo com promessas de óleos milagrosos que proporcionavam a imortalidade.
O aparecimento dos primeiros cabelos brancos detonou um processo de loucura irreversível; a morte da mãe desencadeou uma onda de crueldade e perseguições terríveis, que abalaram toda a estrutura Zulu.

Começou por ordenar a morte de todas as mulheres a serviço de Nandi, a “mulher elefante”, que com ela compartilharam a tumba, e que, quase todas, eram mulheres de alguns dos seus melhores e mais confiáveis generais.

"A mortalidade gratuita espalhou-se pelo reino; qualquer pessoa, por rir, espirrar, tossir, se coçar, sentar, dormir, amamentar ou mesmo comer e beber, podia ser decapitado, acusado de não demonstrar pesar pela morte da mãe de Shaka".

Turbas frenéticas e assassinas corriam por todo o reino, para ver se alguém deixava de honrar Nandi. Os últimos meses de 1827 ficaram conhecidos entre os Zulus, como o tempo

das trevas de Shaka.

Conspiração e Morte - Com o caos instituído no reino, M'Kabay, irmã do pai de Shaka e dois meio irmãos dele, Dingane e M'Halangana, junto com alguns comandantes militares, conspiraram e planejaram o assassinato do grande chefe Zulu.
No dia 22 de Setembro de 1828, vários conspiradores se reuniram, foram ao Kraal de Shaka, e sem que este pudesse esboçar um gesto de defesa, lhe espetaram fundo e por diversas vezes as mortais azagaias pelos seus meio-irmãos Dingane e Mhalangana, sucedendo-lhe Dingane. 


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org\www.publistorm.com/

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...