UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Um dialogo introdutivo sobre: Homossexualidade Negra

Olá gente ainda que parte da sociedade brasileira negue qualquer preconceito ou
intolerância em um país miscigenado como o Brasil. Como ainda não admitimos abertamente a existência do racismo (embora nem todos nós) mas identificamos a discriminação racial em suas inúmeras formas, boa parte delas já arraigadas em nossa cultura. Preconceitos que se manifestam tanto na imposição de um estereótipo midiático de beleza, quanto em piadas que se proliferam “inocentemente” tendo a cor da pele como principal mote.

Se liga; Movimentos civis LGBT no Brasil são uma série de manifestações sócio-político-culturais em favor do reconhecimento dadiversidade sexual e pela promoção dos interesses dos homossexuais diante da sociedade brasileira.

O movimento em si não tem uma data de início específica mas as manifestações contra o preconceito que se exercia contra as pessoas homossexuais pode ser sentida desde a década de 1960, com especial ênfase a partir da década de 1970, depois daabertura política.

A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco, segundo uma pesquisa divulgada em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea). Pelo levantamento, a expectativa de vida de um homem brasileiro negro é menos que a metade a de um branco.

Preconceito mata – e muito – e aqui no Brasil. A discriminação por cor, gênero e orientação sexual ainda é um problema endêmico do país com dados que proporcionam um panorama triste. Ela atingi sem distinção a sociedade dominaram, formaram seu grupo “nós” e relegaram as mulheres aos “os outros”. Segundo Simone de Beavior, em o Segundo Sexo: “A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial.

"O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro”. Obviamente a dominação a
masculina não foi regra em todos os grupamentos humanos. Em algumas exceções, um tanto raras, a dominação feminina foi a regra".

Quais fatores podem ter levado ao surgimento de sociedades patriarcais ou de sociedades matriarcais é um assunto bem interessante e um tanto complexo sobre o qual podemos nos debruçar em outra oportunidade. Com o passar dos anos e com a dominação de um grupamento humano por outro, as organizações sociais foram aos poucos se padronizando e se tornando mais homogêneas devido à imposição da estrutura social do dominador sobre a dos dominados. As sociedades patriarcais, que provavelmente já eram mais numerosas,
dominaram as matriarcais e, com o decorrer da história de dominação mundial, se tornaram a regra.


O corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo; prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negros...


Homossexualidade e outras conversas...
Homens gays foram chamados de sodomitas, bestas, anormais e invertidos durante toda a História em que se fala sobre a homofobia. Mulheres sequer foram nominadas. Negros eram propriedades. Deduz-se que todos esses qualificativos se referiam a homens brancos de padrões ocidentais. Portanto, faltam traços que possam também destacar de que forma
outros sujeitos foram sendo levados da ocultação à invisibilidade. É o caso de homens negros gays.

"Podemos falar de gays negros, como podemos falar de negros portadores de deficiência, como de mulheres homossexuais e temos outros quadros de duplo preconceito. Não sendo menos comum o triplo preconceito e por aí adiante. Uma mulher negra homossexual por exemplo pode ser alvo de tribo preconceito, o facto de ser negra, mulher e homossexual".


Se o pluralismo é próprio da vida em sociedade, é preciso trazer à tona temas centrais que compõem essas várias ideias: a existência de homens e mulheres gays, negros e pobres. Escamotear isso é negar a diversidade (que muitas vezes oculta e invisibiliza) e asseverar a política da homogeneização ou padronização dos corpos e sujeitos.


O corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo; prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negros. Saindo do campo do fetiche, o que cabe é o ocultamento e a constante adjetivação com a justificativa “...não tenho nada contra, mas...”. Combater a homofobia é também combater o racismo e o sexismo, são lutas indissociáveis. Ser negro impõe barreira, ser negro e homo ou transexual é o fim. É uma sentença!

Se liga:
Não podemos comparar o preconceito do cidadão gay com o preconceito do cidadão negro. As causas para o preconceito contra o negro são denunciadas pela cor de sua pele, pelos seus traços faciais avantajados, e pela sua cultura importada para a sociedade branca por navios negreiros. Já o cidadão gay sofre preconceito por conta de uma orientação sexual diferente do que a sociedade fundamentalista estabelece como padrão, mas, ao contrário do negro, o gay não tem a sua orientação sexual estampada em seu rosto, denunciada pela sua
pele. O gay tem a opção de contar sobre a sua orientação sexual ou não, mas é obvio que existem casos de gays que não precisam se pronunciar a respeito, os seus atos, o seu jeito de se vestir, falar e andar dispensa gaydar.Logico que não podemos fechar os olhos para o preconceito duplo vivido pelo negro gay, cidadão que enfrenta preconceitos por parte algumas vezes de seus irmãos negros, pelo fato...

Para o negro gay é comum ouvir dentro e fora de casa: “não bastar ser negro, tem que ser viado!” Imagino que para lésbicas, bissexuais e pessoas trans não seja diferente, com os respectivos ajustes. Essa lógica perversa, que trata duas das tantas condições humanas como soma negativa, precisa ser superada – e, para essa superação, é necessário trazer a crítica e a problematização para dentro do movimento LGBT.

Os históricos da luta negra e de como e sofrido, ser desincriminado seja por qualquer motivo . A luta negra tem que ser solidária com a luta gay. Por outro lado, esse mesmo negro gay chega a sofrer preconceito por parte da comunidade homossexual, esquecendo-se do histórico da nossa luta, que começou em Stonewall.

É urgente que as pautas se unifiquem e que o necessário recorte de classe seja feito de fato feito. Se queremos um movimento LGBT com todas as transversalidades possíveis , devemos começar repensando nossas reproduções do sistema.

Um afro abraço.

fonte:www.brasilpost.com.br/unegro- lgbts

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A justificativa da construção da escravização negra...

A História da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade
Clássica. O homem passou a estar presente na África durante os primeiros anos da era quaternária ou os últimos anos da era terciária. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram, australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon, em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no processo evolutivo da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o paleolítico e o neolítico são iguais às das demais áreas dos continentes europeu e asiático, com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em 10.000 a.C., com uma diversidade de graus acelerados.

Antiguidade -O Império de Kanem-Bornu, próximo ao Lago Chade, dominou a parte norte da --- Nigéria por mais de 600 anos, prosperando como rota de comércio entre os bárbaros norte-africanos e o povo da floresta.

No começo do século XIX, Usman dan Fodio reuniu a maior parte das áreas do norte sob o controle de um império islâmico tendo como centro Sokoto. Ambos os reinos de Oyo, no sudoeste, e Benim, no sudeste, desenvolveram sistemas elaborados de organização política nos séculos XV, XVI e XVII.
Colonização europeia.

Até 1471, navios portugueses haviam descido o litoral africano até o delta do Rio Níger. Em 1481 emissários do rei de Portugal visitaram a corte do oba de Benim, com o qual mantiveram por um tempo laços estreitos, usufruindo de monopólio comercial até o fim do século XVI.

Chegada dos conquistadores portugueses à África
Quando ocorreram os primeiros contactos entre conquistadores portugueses e africanos, no século XV, não houve atritos de origem racial. Os negros e outros povos da África entraram em acordos comerciais com os europeus, que incluíam o comércio de escravos que, naquela época, era aceito como uma forma de aumentar o número de trabalhadores numa sociedade.Para a gente entender melhor- Na antiguidade, entre diversos povos, as relações eram sempre de vencedor e cativo. Estas existiam independentemente da raça, pois muitas vezes povos de mesma matriz racial guerreavam entre si e o perdedor passava a ser cativo do vencedor, neste caso o racismo se aproximava da xenofobia.
- Por muito tempo o racismo permaneceu de uma forma mais xenofóbica do que racial propriamente dita, permanecendo latente até a época de expansão das nações europeias.

Se liga: Com o avançar das conquistas territoriais e culturais dos povos europeus, ainda na Idade Média não havia necessariamente o racismo da forma como manifestado futuramente, o que havia era o sentimento de superioridade xenofóbico de origem religiosa. Isto ocorria devido ao poder político da igreja cristã que justificava submissão de povos conquistados de

forma incorporá-los à cristandade. Porém, àqueles que não se submetiam era aplicado o genocídio, que gerava sentimentos racistas por parte dos vencedores e dos submetidos.

Entre os séculos XVII e XIX, comerciantes europeus estabeleceram portos costeiros para o aumento do tráfico de escravos (prisioneiros de guerra das tribos africanas mais fortes e dominadoras regionais) para as Américas, concorrendo fortemente com os árabes neste comércio. O comércio de commodities substituiu o de escravos no século XIX.

A Companhia Real do Níger foi criada pelo governo britânico em 1886 e, em 1900, criou os protetorados britânicos do Norte da Nigéria e do Sul da Nigéria. Estes protetorados foram fundidos em 1914, para formar a colônia da Nigéria.

Ameríndios e negros- Foi durante a expansão espanhola e portuguesa na América que surgiu a ideia de se buscar uma sustentação ideológica influenciada pela religião de que os índios não eram seres humanos. Estes eram animais e portanto era justificada por Deus a sua exploração para o trabalho, desta forma eram socialmente aceitos os suplícios a que eram submetidos, estendendo-se logo esta crença para a raça negra.

No Brasil os negros foram trazidos para serem escravos nos engenhos de cana de açúcar, devido às dificuldades da escravização dos ameríndios, os primeiro habitantes brasileiros do qual se tem relato. A Igreja Católica nunca se opôs à escravidão negra, e acreditava-se que os negros não tinham almas[carece de fontes]. Com o passar dos anos, o Vaticano tentou esconder o erro histórico da igreja que nunca foi devidamente explicado. O Papa João Paulo chegou a pedir desculpas pelos erros históricos da igreja católica.Nos últimos anos a igreja afirmou que sempre existiram inúmeros santos negros, mesmo tendo os canonizados só após a Lei Áurea. O convívio com as doenças dos brancos e de seus animais, por terem contatos há séculos com os povos brancos e com os animais por eles domesticados, e juntamente com a motivação financeira, decorrentes do fato do tráfico negreiro ter sido a maior fonte de renda do período colonial, foram usados como justificativas para a escravização negra.

Mais tarde, quando os europeus começaram a colonizar a África no século XIX, eles começaram a apresentar justificativas piores para a implementação da cultura e modo de vida europeus às sociedades negras; uma dessa justificativas foi a ideia errônea de que os negros eram uma raça inferior. Assim, passaram a aplicar a discriminação com base racial nas suas colônias, para assegurar determinados "direitos" aos colonos europeus. O caso mais extremo foi a instituição do apartheid na África do Sul, em que essa discriminação foi suportada por leis decretadas pelo Estado.
O racismo como fenômeno social

O racismo, como fenômeno comportamental e social, procura afirmar que existem raças puras, e que estas são superiores às demais; desta forma, procura justificar a hegemonia política, histórica e econômica.

Do ponto de vista racial, os grupos humanos atuais em sua maioria são produto de mestiçagens. 
A evolução das espécies incluindo a humana e o sexo facilitaram a mistura racial durante as eras. Afirmar que existe raça pura torna ilusória qualquer definição fundada em dados étnicos e genéticos estáveis. Portanto, quando se aplica ao ser humano o conceito de pureza biológica, o que ocorre é uma confusão entre grupo biológico e grupo linguístico ou nacional.

As raças, nós as inventamos e nós as levamos a sério por séculos, mas já sabemos o bastante para largar mão delas. Hoje em dia sabemos que somos todos parentes e todos diferentes, de acordo com o feliz slogan criado pelo geneticista francês André Longaney, e não é preciso ter feito estudos aprofundados para convencer-se disso.

Finalizando- A abolição da escravatura brasileira foi um processo lento que passou por várias etapas antes sua concretização. Criaram-se leis com o intuito de retardar esse processo de abolição como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários entre outras, as quais pouco favoreciam os escravos.

Quando finalmente foi decretada a abolição da escravatura, não se realizaram projetos de assistência ou leis para a facilitação da inclusão dos negros à sociedade, fazendo com que continuassem a ser tratados como inferiores e tendo traços de sua cultura e religião marginalizados, criando danos aos afrodescendentes até os dias atuais.

Durante o século XX, os negros brasileiros ainda enfrentaram muitas dificuldades para superarem as discriminações no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Mesmo com o reconhecimento da igualdade formal perante a lei, na prática os negros não conseguiam facilmente as mesmas posições que os brancos, principalmente no plano econômico.

Diferentemente dos Estados Unidos onde o sentimento de ódio e de discriminação sempre foram mais latentes, no Brasil os negros foram vítimas do ''apartheid social" que sempre sufocou o país, estabelecendo um grande distanciamento entre ricos e pobres.

Para além disso, o racismo no Brasil continuou ocorrendo de maneira velada no meio social nas últimas décadas do século XX. Mesmo após a promulgação da Constituição de 1988, que

considera o racismo como "crime inafiançável e imprescritível", ainda se liam anúncios de empregos em jornais procurando pessoas de "boa aparência" o que, na realidade, significa uma recusa quanto à contratação de negros.
Embora nos ultimo anos o movimento negro organizados conseguirem importantes conquistas do governo brasileiro tomou medidas inéditas a fim de reduzir as desigualdades sociais entre brancos e negros, tendo estabelecido um sistema de cotas para afrodescendentes e estudantes provenientes de escolas públicas nos vestibulares das universidades federais, mais atualmente (2016) o governo federal esta voltando atrás e revendo numa tentativa de revogar as mesmas.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org/wikião\ Companhia das Letras, 2003. Páginas 101-102\www.suapesquisa.com/historiad

sábado, 10 de dezembro de 2016

RITMO, IDENTIDADE E NEGRITUDE: A IMPORTÂNCIA DO BLOCO AFRO NA TRANSMISSÃO DA CULTURA

Desde meados do século XIX as ruas da cidade do Rio de Janeiro eram invadidas, nos dias de carnaval, por grupos de pessoas dispostas a se divertir.
Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro, datam de 1889: Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani,Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete,Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família (Rua Paulino Figueiredo)


Bloco afro
O primeiro bloco afro criado no Brasil foi o Ilê Aiyê, no ano de 1974 por Vovô, inaugurando assim uma mudança do carnaval de Salvador com a inserção da musicalidade africana.São blocos que utilizam em sua indumentária, ritmo e letra aspectos das culturas africanas, utilizando um conjunto percussivo à frente do trio elétrico, somado a vestimentas cuja temática das estampas estabelecem ligação com a África.Na sua primeira apresentação, no carnaval de 1975, o Ilê Aiyê apresentou a música "Que Bloco é Esse", de Paulinho Camafeu...

O surgimento do grupo desvelou a repulsa, antes sob as vestes da democracia racial. Inicialmente, os formadores do bloco pretendiam nomeá-lo "Poder Negro". Entretanto, a Polícia Federal da Bahia impediu o registro do bloco com este nome alegando que possuia conotações negativas e "alienígenas". Além disso, à época, a imprensa baiana apoiou e incentivou a proibição acusando o movimento de formação do bloco de ter "inconcebíveis

intenções subversivas" por pretender vincular a situação do negro brasileiro à do negro americano. (Nêgo - Boletim Informativo do MNU-Ba, n.3, p.2 e n.14, p.7) O Jornal A Tarde, de 12 de fevereiro de 1975, tinha como manchete: "Bloco Racista, Nota Destoante"O Movimento Negro teve várias fases passando por muitos períodos históricos, por muitas vezes sendo calados, mas resurgindo mais forte e unido na luta contra o racismo, preconceito e desigualdade racial.

Na educação, a partir de posturas preconceituosas presentes nos livros didáticos, se consolidou a Lei nº9.394/96, sendo alterada em 2003 pela Lei nº10.639/03, que instituiu as Diretrizes Curriculares para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira Africana no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

Movimentos Sociais
Os movimentos sociais são considerados como uma fonte da formação de política e teve um papel de destaque nas lutas contra o regime militar, onde as ações do estado eram questionadas.Os movimentos contestavam diversas formas de segregação que a ditadura impunha a muitos setores da sociedade, mas foi nos anos 80 que os movimentos foram fortalecidos graças a intensa organização civil em torno dessas questões.

São ações coletivas que agem como resistência a exclusão e lutam pela inclusão social. Segundo Gohn "movimentos sociais são ações sociais coletivas de caráter sócio – político e cultural que viabilizam distintas formas da população de se organizar e expressar suas demandas" (2001; p.13). Essas organizações partem de uma simples denúncia e são expressas a partir de ações como mobilizações coletivas.

Movimento Negro

Com o passar do tempo, os movimentos sociais ganharam novas identidades, dentre elas as questões étnico – raciais, como por exemplo, o movimento afro-brasileiro que deixou de ser
predominantemente movimento de manifestações culturais para ser também de luta de construção de identidade e de luta contra a discriminação racial e todas as formas de preconceito. (GOHN;2001)

Warren (apud Petrônio Dominguês; 2007,p.101) define: (...)Movimento negro é a luta dos negros na perspectiva de resolver seus problemas na sociedade abrangente, em particular os provenientes dos preconceitos e das discriminações raciais, que os marginalizam no mercado de trabalho, no sistema educacional, político, social e cultural. Para o movimento negro, a questão racial, é por conseguinte uma questão de identidade racial, é utilizada não só como elemento de mobilização, mas também de mediação das reivindicações políticas.Em outras palavras para o movimento negro, a "raça" é o fator determinante de organização dos negros em torno de um projeto comum de ação.

Uma cultura que difere dos "padrões da normalidade2" que é imposto pela sociedade legitimada por preconceitos o negro é "inferiorizado" ( em vários aspectos, dentre eles destaca-se a cor da pele que muitas vezes é motivo de risos e piadas. Possuem um patrimônio cultural diversificado, saberes que dizem respeito à religião,culinária, música e dança etc. A enorme dificuldade em ingressar no mercado de trabalho e nas Universidades marcam essa luta.
A participação do povo negro na construção da sociedade brasileira, nos ajuda na superação de mitos, na discussão sobre a áfrica escravizada com uma visão de caráter selvagem, incivilizado ou inferiores pela cor da pele (JARDIM;2012). Precisa-se romper com esses preconceitos arraigados em nosso imaginário social que tendem a tratar a cultura negra e africana como sofrimento, miséria ou pessoas menos favorecidas(GOHN;2001).

Os movimentos negros visam resgatar e garantir a construção de oportunidades iguais que primam pelo conhecimento garantindo os direitos e a valorização da história, da cultura e da identidade dos mesmos, direcionando a população negra quanto às reivindicações, para que os negros fossem integrados de fato à sociedade, usufruindo os mesmos direitos enquanto cidadãos (DOMINGUÊS;2007). Lutam juntos por uma sociedade anti-racista e igualitária, alcançando a equidade entre raças e classes, como forma de eliminar as desigualdades sociais, presentes em nosso país desde a colonização, explorando os que são "desiguais" em classe e cor.

-A luta dos negros vem tentando resolver seus problemas na sociedade que é composta por indivíduos preconceituosos e racistas, que os marginalizam,oprimem e os humilham em diversos segmentos como educação, política, mercado de trabalho entre outros. Lutam para garantir o fortalecimento e manutenção de suas culturas e valores e, sobretudo sua
identidade enfrentando toda e qualquer forma de exclusão racial (ARAÚJO Jr;2005)
.

Nas décadas de 60 e 70 a juventude brasileira ligada aos movimentos sociais negros, reforça sua identidade através da música, por meio do Soul Music e da moda através do estilo Black Power, essas formas de representação social que até hoje está ligada ao negro, se iniciaram nos Estados Unidos juntamente como o movimento pelos direitos civis em que Martin Luther King lutava pela igualdade entre negros e brancos. (MERLO;2011)


Se liga:
Dentre as lutas e representações de resistência do povo negro lembramos os grandes marcos como Zumbi dos Palmares, reconhecido como um dos principais representantes da resistência negra a escravidão no período do Brasil colonial,Revolta dos Malês e Chibata, manifestações decorrentes de um processo histórico de insatisfações individuais e coletivas.
Sabemos que os negros foram trazidos da África para o Brasil, tiveram que lidar com o novo o desconhecido e arbitrário nesse contexto essa população teve que se reinventar, sendo obrigados a deixarem de praticar seus costumes adotando práticas europeias. Viam em embarcações chamadas de navio negreiro, em péssimas condições sem nenhum respeito eram maltratados e humilhados, ao chegarem no Brasil eram vendidos para os donos de terra (MEDEIROS;2008).
Alguns negros resistiam, fugiam e formavam os quilombos, que eram comunidades grandes de negros, escondidos na mata fechada. Diante dessa junção em pequenos grupos foram nascendo os primeiros movimentos organizados.

-Após a abolição da escravidão, os primeiros anos foi marcada por uma longa luta para efetivação de uma verdadeira liberdade á população negra. Apesar do pequeno contingente de escravos libertos em 13 de maio de 1888, a grande parcela da população brasileira definida étnica e racialmente como negra foi tomada pelas autoridades como um problema para o desenvolvimento da nação.
(MORAES,2010).

Finalizando:
Ao longo do artigo buscamos analisar a realidade dos Movimentos Sociais Afrodescendente inserido em uma sociedade economicamente e socialmente desigual. Como e o que

podemos fazer para mudar essas concepções que estão internalizadas desde o tempo colonial, que até hoje reina na sociedade.Dando extrema importância as manifestações e lutas para mudar essa realidade, as e sobretudo as pessoas que foram sacrificadas em busca de igualdade de direitos, respeito, dignidade e liberdade.

Claudia Vitalino.

Um afro abraço.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

fonte:https://pt.wikipedia.org/videos.bol.uol.com.br/www.palmares.gov.br/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A Poesia negra no Brasil !

 Poeta Carlos Assumpção ...
“Os gritos aflitos do negro. Os gritos aflitos do pobre. Os gritos aflitos de todos...”

"E foi assim, com essas palavras fortes que. eu o descobri, meio sem querer em um livro de poesias. Linhagem, o nome do seu poema, me fez pesquisar e saber um pouco mais sobre ele. Descobri que ele nasceu aqui perto em Tietê, e por isso, além do sangue negro, dança em suas veias, o sangue caipira. E, o poeta Carlos Assumpção, me revelou sua nobreza ao escrever em verso: “Eu sou descendente de Zumbi. Sou bravo valente sou nobre.” E, com licença poética escrevo: “No meu peito desabrocha todo o universo caipira...!""

Carlos de Assumpção, nascido em 1927 em Tietê - SP, é referência na literatura negra brasileira. Autor dos livros "Protesto" e "Quilombo", co-autor do cd "Quilombo de Palavras" com Cuti, participou de diversas antologias como "Cadernos Negros" – Quilombhoje- e "Negro Escrito" – Org. Oswaldo de Camargo. Foi frequentador assíduo da Associação Cultural do Negro, no centro de São Paulo nos anos 50, onde se encontrava com ativistas da extinta Frente Negra Brasileira e com escritores e intelectuais de grande importância como Solano Trindade, Aristides Barbosa e Oswaldo. Membro da Academia Francana de Letras, formado em Letras e Direito, escolheu a cidade de Franca/SP para estudar e lecionar. Em 1982 Carlos de Assumpção ficou em 1° lugar no II Concurso de Poesia Falada de Araraquara/ SP com o poema Protesto. Em 1958, por ocasião do 70° aniversário da Abolição, recebeu o título de Personalidade Negra, conferido pela Associação Cultural do Negro, em São Paulo/SP.
Carlos de Assumpção deve ser relembrado sempre pela sua obra gigante, em especial o
poema "O Protesto" para muitos o maior e o mais significante poema brasileiro, o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” reflete sobre a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos.

"Eu sou à noite
        Sem destino
Esbofeteada pelo vento.
         Nesta selva branca"


LINHAGEM-  CARLOS DE ASSUMPÇÃO

Eu sou descendente de Zumbi

Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!

fonte:http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/carlosassumpcao/carlosassumpcaocritica01.pdf

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Curiosidade: Onde a população são 'naturalmente loiros'

Nas Ilhas Salomão, um país localizado na no Oceano Pacífico, cerca de 10% da população nativa, de pele negra, tem cabelo naturalmente loiro. Esse fato derruba qualquer noção simplória que temos sobre raça, pois existem muitos meandros e particularidades que a ciência vai descobrindo aos poucos.

Pesquisadores das universidades de Stanford, de Bristol, da UC San Francisco e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária acabam de publicar um relatório na revista Science com uma conclusão, no mínimo, surpreendente: o cabelo loiro de alguns habitantes da Melanésia, na Oceania, é uma variação natural. Antes, os cientistas acreditavam que tal fenômeno se dava por algum fator externo, como exposição ao sol ou uma dieta rica em peixe, comum na região.

Os visitantes do arquipélago costumam supor que os cabelos claros dos nativos melanésios resultaram de mestiçagens antigas com comerciantes europeus, enquanto os locais costumam atribuir seus cachos dourados a uma dieta rica em peixe ou à exposição constante ao sol.

Essas hipóteses, no entanto, foram derrubadas por pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, que descobriram que a variante genética responsável pelo cabelo loiro dos insulares é diferente da que causa a mesma característica nos europeus.

A razão pela qual parte dos insulares são loiros seria puramente genética: um gene denominado TYRP1, que os nativos das Ilhas Salomão possuem, mas os europeus não.

“Sendo assim, a característica humana do cabelo loiro surgiu de forma independente na Oceania Equatorial. Isto é inesperado e fascinante”, afirmou o principal autor do estudo, Eimear Kenny, aluno de pós-doutorado da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Os cientistas ganharam a confiança de um líder local e coletaram dados de mil pessoas, inclusive sobre cor dos cabelos e dos olhos, pressão sanguínea, altura e peso, bem como

amostras de saliva para exames de DNA.

As análises laboratoriais em amostras de 43 nativos de cabelos loiros e 42 de cabelos escuros começaram em setembro de 2010 e “no prazo de uma semana, tivemos nosso resultado inicial”, afirmou Kenny.

“A seta apontou de forma tão contundente para um único gene, que seria possível pendurar o chapéu nela. Isto raramente acontece com a ciência”, acrescentou.

A ideia de estudar a genética da população foi do co-autor do estudo, Sean Myles, um ex-aluno de pós-doutorado de Stanford, que agora é professor assistente da Nova Scotia Agricultural College, após uma viagem às ilhas em 2004.

“Cabelos loiros, portanto, surgiram pelo menos duas vezes durante a evolução humana: uma vez nos ancestrais europeus e outra vez no extremo oposto da terra, nos ancestrais melanésios. Isso representa um fascinante exemplo de evolução convergente: quando o mesmo resultado (cabelo loiro) é realizado por diferentes meios (variantes genéticas independentes)", frisa o professor da Dalhousie University.

“Eles têm a pele muito escura e o cabelo loiro. É intrigante”, disse Myles.

Carlos Bustamante, outro co-autor da pesquisa, professor de genética em Stanford, aponta para a necessidade de se investigar mais os genomas de populações pouco estudadas.

“Uma vez que a maioria dos estudos sobre genética humana inclui apenas participantes de origem europeia, podemos ter uma visão muito tendenciosa de quais genes e mutações influenciam os traços que investigamos”, explicou Bustamante".

Se liga:Nós humanos somos lindamente diferentes e com particularidades únicas, e isso é apenas a ponta do iceberg na genética das raças.

Um afro abraço.

fonte:www.pragmatismopolitico.com.br/www.revistaafro.com.br.

Daniela Mercury - Ilê Pérola Negra (Offical Video) PERFECT HD

Homem trans ???

Sexualidade gênero e combate a homofobia
1. Introdução: sobre a construção dos estigmas sexuais e de gênero.

Os estigmas que envolvem a sexualidade e que alimentam a homofobia se dão por uma
construção histórica ligada aos valores morais de classes dominantes e suas características de relação. Justificando-se como uma estável ordem natural, e principalmente divina, essa construção se deu na limitação da sexualidade em padrão normativo heterossexual e na marginalização de comportamentos que dele fugissem.
A partir das reinvidicações pelo livre manifesto e pela ampla representatividade sexual em meio a sociedade, buscando contestar o padrão e combater o preconceito e a marginalização (opressões) impostas, foi iniciado um processo que tem por essência a ‘desconstrução’ das errôneas conclusões trazidas com as influências fundamentalistas e religiosas. O dialogo sobre a sexualidade está diretamente ligado ao esclarecimento sobre os conceitos de sexo biológico e a sua não delimitação na construção da identidade de gênero e orientação sexual.



2. Desconstruindo estigmas, conceituação: Sexualidade e gênero como construções socioculturais


Para que possamos atuar de forma consciente e precisa na luta contra a homofobia, uma opressão relacionada à orientação sexual mas que parte de um errôneo conjunto sobre o que se trata de identidade de gênero e funções físico-biologicas, precisamos primeiramente nos esclarecer sobre os pilares que regem a construção sociocultural da sexualidade.
A. Sexo biológico  - Sexo: É o que nascemos. Diferenciando os seres humanos entre machos e fêmeas, é definido pelo aparelho genital e outras características fisiológicas. Pesquisas recentes também apontam o código genético a ser considerado nessa constituição, o quê de forma exemplificada pode ser ligada à intersexualidade, que faz o individuo se identificar com ambos os gêneros.

B. Identidade de gênero - Gênero: é o que nos tornamos. Sendo uma construção social, é influenciada pelas regras, padrões de construção corporal e comportamentos que configurem a identidade social das pessoas a partir de seus caracteres fisico-biologico, ou seja, o seu sexo. Distinguindo-nos entre homens e mulheres, a partir das identificações como masculino e feminino, possui inúmeras variantes que desviam da norma, como, por exemplo, o travestismo...
 
C. Orientação sexual - Orientação Sexual: sexualidade. Movidos pelo sentimento de atração e
desejo, se expressando pelas práticas erótico-sexuais nas quais as pessoas têm seus relacionamentos. Esse dado é comumente definido pela identidade de gênero do parceiro (a/s) de determinado individuo, e também comumente classifica as pessoas em “heterossexuais”, “homossexuais”, “bissexuais” e “transexuais”. 
3. A Luta pelo reconhecimento dos direitos e representação dos LGBTT*.
3.1 Indo além do padrão normativo heterossexual. - No mundo ocidental, na década de 70, decorrente a efervescência de movimentos políticos contestatórios, surgem dois grupos em especial sobre o tema. A Segunda Onda do Movimento Feminista, onde as mulheres aprofundaram ainda mais sua atuação pela equidade entre os gêneros, e a organização Movimento Homossexual, sendo esse de maneira simbólica instaurado a partir de 1969 com a Revolta de Stonewall, marcaram a luta pela livre expressão da sexualidade e desconstrução dos estigmas de gênero produzindo um intenso material intelectual e iniciando um diálogo sobre a condição social dos homossexuais e das mulheres.

Incorporando as categorias de gênero, os estudos feministas forneceram um instrumental capaz de questionar os padrões patriarcais e o que define ou não o 'ser mulher', que por consequência gerou o mesmo sobre a definição do papel masculino, tal como é expresso na seguinte afirmação: "A desconstrução a partir destas categorias mostrou que, tanto homens quanto mulheres, aprendem a ser e viver como tal a partir de um complexo aparato de normas e regras de comportamento que definem os papéis de gênero." Porém, tal feito falhou ao intersecionar a questão do gênero ao dialogo sobre a sexualidade, o que foi feito pelo movimento dos gays e lésbicas. Aprofundando os estudos sobre a questão da sexualidade, foi
visto que as classificações 'homossexuais', 'lésbica' e 'gay' são limitadoras demais para representar a diversidade sexual ou a própria relação que dão nome. E aí se aborda a importância de atenuarmos as diferenças que os Trans* passam a ter dentro do movimento que deveria representá-lo quanto socialmente.

3.2 No Brasil e no mundo, a comunidade LGBT vai às ruas. Tendo sua manifestação como um movimento reinvidicatório iniciada a partir da década de 60, época marcada por inúmeros grandes fatos históricos, aqui dando ênfase as grandes revoltas sociais em busca de direitos, o movimento LGBT começou a se posicionar e exigir seus direitos como cidadãs.
Nos Estados Unidos, com a homossexualidade ainda sendo considerada uma desordem mental e sua prática um crime passível de 20 anos à perpetua, ocorreu a Revolta de Stonewall, um marco histórico que desencadeou a luta pelos direitos LGBT’s.

Tendo formado guetos para poderem expressar quanto a sua sexualidade divergente ao padrão, era muito comum que as pessoas que frequentassem esses lugares fossem surpreendidas por violentas invasões policiais ou agredidas pela população. Até que um dia isso mudou.


No Brasil, nos anos 80, as batidas policiais também eram costumeiras, com gays e lésbicas sendo presos só por serem homossexuais. Também reclusos a guetos, marginalizados socialmente e sendo assassinados à sangue-frio, as organizações contra a homofobia, pela livre expressão e representação começaram a surgir e em 13 de junho de 1980, em São Paulo, um protesto realizado contra o Delegado Richetti, com uma pauta contra a violência cometida às mulheres, homossexuais e a causa negra, foi realizada a primeira passeata homossexual do Brasil.
Posteriormente se propaga em todo o mundo o “dia do orgulho gay”, ou simplesmente Parada Gay. Embora seja um marco na busca por reconhecimento e autoafirmação, a Parada Gay sofre várias críticas, incluindo dentro do próprio movimento LGBT. Os motivos seriam o caráter festivo e pouco combativo, mais se parecendo a uma “micareta” do que há um ato político de resistência. Os meios empregados neste caso terminam contribuindo para a despolitização da causa, e para o não entendimento de como combater a raiz de toda a opressão lhes é imposta. Neste sentido, a Unidade Vermelha, enquanto Organização, não participará das paradas gays ou manifestará apoio a elas, sobretudo pelo caráter diluído e pouco político delas, embora seus militantes sejam livres para participarem enquanto indivíduos. 

3.3 A Opressão sexual e seu caráter classista - Uma análise de uma Organização Revolucionária, da questão da sexualidade enquanto sujeita à opressão, não deve escapar à análise do papel da religião na nossa sociedade, além dos já conhecidos efeitos primários do capitalismo.
F. Engels já abordou o tema de forma aprofundada em “A Origem da Família...” onde mostra, através da dialética e do materialismo, como a religião, além da propriedade privada, desempenha papel fundamental nessa questão.

Pois bem, entendemos que a opressão que começa através da mulher e pelo homem de forma abrangente, por sua vez influencia diretamente na sexualidade feminina (ou na repressão da mesma), é seguida, num ciclo vicioso de opressões, passando pela opressão da homossexualidade, da bissexualidade e pela opressão dos transexuais.

4. Práticas revolucionárias na luta pela representação aos LGBT*’s e no combate à homofobia


Tendo em vista a compreensão e conhecimento adquiridos sobre as necessidades e particularidades referentes à causa LGBTT, aqui vão os seguintes preceitos que devem ser defendidos em nome de sua luta e representação destes:

1 – Por entendermos que a luta contra as opressões deve se dar de forma ampla e concreta, sendo preenchida por nossos princípios revolucionários: Nós nos posicionamos contra qualquer indicação de ódio à diversidade sexual e lutamos pela garantia de direitos e representações aos homossexuais, trans*, bissexuais, etc.!

2- Por termos consciência da situação de risco e calamidade que os crimes alimentados pelo ódio à diversidade sexual causam, sendo reafirmados por um sentimento fascista e reacionário: Nós defendemos a luta pela criminalização da homofobia e suas expressões!

3- Por estarmos cientes da omissão do Estado para com políticas publicas em diversos setores sociais que representem a população LGBTT*: Nós posicionaremos a favor de propostas que englobem os reais anseios e necessidades destes!

4- Estando ciente da conjuntura necessária para avançarmos nessa luta, e sempre buscando levar nossos princípios revolucionários: o apoio crítico aos movimentos LGBTT*, incluindo os pequeno-burgueses, como forma de estabelecer nossos vínculos propagando nosso programa de forma a atrair os envolvidos para a revolução patriótica!

5- Por entendermos que os homossexuais, bissexuais e transexuais, através de si mesmos, unindo-se a si mesmos, levantar-se-ão contra a opressão das minorias sexuais: Protagonismo dos movimentos LGBTTs!

6- Devido ao pouco contingente das minorias sexuais em lutas emancipatórias: Incessante busca pela inserção das minorias na luta revolucionária, bem como exaustiva formação dos mesmos como quadros dirigentes para ocuparem espaços de liderança na luta!

7- Por entendermos o caráter preconceituoso e reacionário do mito em torno do qual são as minorias sexuais que transmitem doenças sexualmente transmissíveis como o HIV, combateremos sem trégua tais preconceitos que só servem para semear a discriminação dentro da sociedade!

8- Por entendermos que o casamento é um direito civil, independente do sexo ou gêneros de
s
eus participantes: Lutamos pela legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo!
9- Combatendo as noções pequeno-burguesas em relação à libertação da diversidade sexual, levaremos para a luta os princípios revolucionários e não deixaremos sucumbir a superficialidade festiva ou à parcialidades dessa luta!
10- Por entendermos que as amarras sexuais à valores reacionários são extremamente nocivas e levam à marginalização da diversidade sexual, lutemos pelo esclarecimento do conceit
o de construção sexual e pela não imposição de um caráter heterossexual opressor!
11- As relações homoafetivas, como composição familiar, é uma realidade social, que assim como a união estável, se realiza e prospera, ainda que à margem da lei. Nesse contexto, nos colocamos a favor pelo ordenamento político brasileiro, do reconhecimento, expresso, da adoção homoparental!

12- Por entendermos que os gays, trans e lésbicas são vitimas em potenciais de bandos nazifascistas: defendemos o inalienável direito de autodefesa, e que os gays possam se proteger com qualquer meio necessário diante das agressões a que estão sujeitos!


Enfim e precisamos mesmo é organizar nosso seguimento politizando o debate e apontando as estratégias de mobilização e controle social exigindo dos poderes públicos executivo, legislativo e judiciários o combate às diversas formas de violência e outras intolerâncias bem como a criminalização da homofobia, lesbofobia e transfobia e um sistema educacional que promova cultura de paz e o respeito às diferenças nos bancos escolares como em toda a sociedade.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte: unidadevermelha.blogspot.com/...


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Nenhum direito a menos, democracia se faz com diálogo e participação...

HISTÓRIA DO MOVIMENTO NEGRO
O movimento negro no Brasil surge, ainda de forma precária e clandestina, durante o período
escravagista. Grandes personagens se insurgiram contra o sistema e impulsionaram o movimento. Dentre eles, um dos mais conhecidos é Zumbi dos Palmares (líder do Quilombo dos Palmares). Os escravos utilizavam-se da quilombagem (fuga para os quilombos e outros tipos de protestos) e do bandoleirismo (guerrilha contra povoados e viajantes) para rebelar-se contra a escravidão.

-"Ainda no mesmo período, o Movimento Liberal Abolicionista passa a ganhar força, desenvolvendo a ideia de fim da escravidão e comércio de escravos. Como resultado, foi promulgada em 13 de Maio de 1888 a Lei Áurea, encerrando o longo período escravagista. A população negra inicia então um novo desafio: a luta contra o preconceito e desigualdade social".

Ao final do século XIX e durante uma grande parte do século XX, circulam jornais e revistas voltados aos negros. Os periódicos são fundados por associações dos mais diversos tipos, desde carnavalescas, até literárias. As publicações começam com o intuito de discutir a vida da população negra em geral e promover assuntos interessantes à época.

Porém, esses periódicos acabaram se tornando meios de denúncia de atos praticados contra os negros, das dificuldades desse grupo no período pós-escravagista, da desigualdade social entre negros e brancos e das restrições sofridas em decorrência do preconceito racial. O agrupamento de todas as publicações passou a ser conhecido como Imprensa Negra Paulista. Dentro deste mesmo período, em 1931, é fundada a Frente Negra Brasileira. Esse movimento viria a se transformar em partido político, extinto com os demais na criação do Estado Novo.

O Brasil começou a dar seu salto para o futuro com a implementação de uma série de políticas públicas em prol da igualdade, todas elas no contexto mundial das lutas populares e democráticas. Em especial com a realização de diversas Conferências mundiais contra o racismo (Durban em 2001), pela emancipação das mulheres (Pequim,1995), pelos direitos da juventude e pela diversidade sexual, consubstanciados na Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969.

Se liga:  Ratificadas pelo Congresso Nacional, o nosso país se comprometeu a eliminar daí em diante a chaga da desigualdade. Essa opção política nos levou a incluir ações, projetos e políticas públicas que estão no caminho certo para colocar o Brasil num salto civilizatório sem precedentes, cuja novidade é que o Estado tem papel fundamental, e não somente os governos.

Desde a Constituição Cidadã de 1988, que liberdade e igualdade não são valores abstratos, mas parte de um projeto de sociedade, onde a democracia se constrói com diálogo e participação social, em um processo de contínua invenção e reinvenção de direitos.


O Poder Executivo, em especial nos últimos doze anos, tem buscado transformar-se para dar conta das demandas dos povos historicamente excluídos dos espaços de status, prestígio e poder. Deste modo, o atual desenho institucional do Governo Federal, revela o compromisso do Mandato Democrático e Popular com a agenda política dos Movimentos Sociais.
No entanto, conforme chegou ao conhecimento público, o Governo Federal, sob pressão da grande mídia e da onda conservadora que tem ocupado o debate político nacional, pretende fazer uma reforma administrativa, que projetada sem diálogo e participação com as forças progressistas vivas de
nosso país, pode se constituir em uma ameaça as conquistas no campo das ações sociais, principalmente, as voltadas para grupos socialmente vulneráveis – como mulheres, promoção da igualdade racial, LGBT e juventude.

No coração da luta democrática em nosso país, as mulheres já pulsavam, rompendo preconceitos e tabus na luta pela Anistia e na demanda por direitos iguais. Na década de 80 do século passado, criou-se as Delegacias de Mulheres e no ano de 1985 conquistamos o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, fincando raízes para impulsionar ações que resultariam em exemplos para todo o mundo, de instrumentos de defesa dos direitos humanos das mulheres.

Na recém-nascida construção do  então governo (GOVERNO LULA E DILMA) comprometido com os setores mais sofridos de nossa população, momento histórico em que o país desperta com intensidade para a necessidade das políticas públicas específicas para as mulheres, manifestamos nossa decisão de defender a manutenção desta política. Mobilizamo-nos pela reforma política democrática, pela garantia da prosperidade econômica com a valorização do trabalho, por autonomia e mais poder para as mulheres, negros e jovens e pela conquista de uma mídia democrática e não discriminatória.

Senhora Ex. presidenta Dilma, “nada pra vocês sem vocês”. Não existe bom governo feito de boas intenções, mas aqueles que se constituem promovendo o diálogo e participação social, e nos quais os interlocutores governamentais possui peso institucional, poder de decisão e capacidade para promover a transversalidade das políticas de promoção de igualdade.

A expansão das políticas de ação afirmativa, a retirada do país do mapa da fome, o enfrentamento eficaz da miséria, o reconhecimento das uniões homoafetivas, o crescimento da presença de mulheres e negros no ensino superior e a frente de micro e pequenas empresas, demonstram que o Brasil está no caminho certo de superação da chaga das desigualdades – étnico-raciais, geracionais, sexuais e de gênero.

Hoje os  movimentos sociais estão na mira do governo- Reformas impopulares

Além da proposta de controle mais rígido dos gastos públicos, há outros temas impopulares na mesa.
O governo Temer quer aprovar uma reforma da Previdência para reduzir o crescimento dos gastos com aposentadoria – que já pesa muito no orçamento e deve crescer com o envelhecimento da população.

A necessidade da reforma é quase consenso entre especialistas em contas públicas, mas a revisão da idade mínima exigida para aposentadoria causa grande resistência grupos sindicais.

Outra reforma polêmica é a trabalhista. Para o governo, é preciso flexibilizar garantias dadas hoje aos empregados para dinamizar o mercado de trabalho, gerando mais empregos. Já os movimentos sociais e sindicatos acusam a atual administração de ter dado "um golpe de classe" para tirar direitos dos trabalhadores

PEC 55 é aprovada com galerias vazias e sob repressão policial
Enquanto senadores debatiam proposta que propõe congelamento de investimentos públicos por 20 anos, protesto contrário à PEC resultou em feridos e detidos.

O Senado aprovou nesta terça-feira (29), em primeiro turno, por 61 votos a favor e 14 contrários, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que prevê o congelamento dos investimentos públicos federais por 20 anos. Na Esplanada dos Ministérios, o protesto realizado por movimentos sociais contra a proposta do governo Michel Temer foi duramente reprimido pela Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal. A sessão plenária que antecedeu a votação não teve espectadores. O Parlamento fechou as portas para a sociedade.
Câmara aprova pacote anticorrupção sem anistia, mas desafia Lava Jato
Embora não inclua perdão a caixa dois, texto traz emenda que estabelece crime de responsabilidade para juízes e integrantes do Ministério Público

A Câmara aprovou uma versão do pacote anticorrupção na madrugada desta quarta-feira 30 sem incluir o artigo que anistiava o caixa dois, proposta negociada nos bastidores por parlamentares e retirada de pauta após pressões de integrantes da Lava Jato. Por outro lado, procurou demonstrar força frente a Sérgio Moro, juiz responsável pela operação, e o procurador Deltan Dallagnol, principal entusiasta por trás das chamadas 10 Medidas contra a Corrupção, que inspiraram o projeto aprovado.

Privatizações : Outra marca do governo Temer devem ser as privatizações. Em entrevistas recentes, o
presidente já indicou, por exemplo, a possibilidade de vender para o capital privado o controle dos Correios e de aeroportos como Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Congonhas (SP).

A Petrobras, no entanto, não deve ser vendida, por estar ligada "à ideia de nacionalidade, patriotismo", disse o presidente recentemente à revista Veja. Mas subsidiárias da petroleira, como BR e distribuidora e Transpetro, constantemente são citadas como possíveis alvos de privatização.

A bandeira de luta que o Movimento Negro ergue cotidianamente em nosso país é o resultado de séculos de muita resistência. Essa bandeira é símbolo da oposição que fazemos a este Estado que nunca atendeu às demandas de nosso grupo e de tantos outros excluídos.
Devemos comemorar os avanços conquistados, como a criação do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e a implementação da Lei 10.639 de 2003, que incluiu a comemoração da data no calendário escolar. Essa lei foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também vale lembrar que em 1971 ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, chegaram à conclusão de que a execução de Zumbi, símbolo de resistência e da luta contra a escravidão, foi realizada no dia 20 de novembro de 1695. Por isso devemos sempre nos lembrar da condição social do negro na data. Entretanto, a nossa consciência negra é fenômeno efêmero dentre as várias manias adotadas pela sociedade. 

"Hoje é chique ser black. É moderno cultivar os valores da cultura black", enquanto o fosso social entre brancos e negros (incluindo pretos e pardos) mantém o apartheid brasileiro inalterado. O mito da democracia racial, por aqui, foi denunciado como mentira pela realidade socialmente perversa e pelos dramáticos indicadores sociais que comprovavam que negro no Brasil está associado à miséria e à exclusão social. Somente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) calcula que precisaremos de pelo menos 20 anos de políticas voltadas para as ações afirmativas para colocar brancos e negros em níveis mínimos de igualdade.

O Movimento Negro, na atualidade, se consolidou a partir de um forte viés político. Mas nem por isso, suas atividades deixam de estar carregadas de tempero emocional. O Dia da Consciência Negra, a luta contra o racismo, a agenda da promoção da igualdade racial e a inclusão da população negra na sociedade trazem consigo tantas e variadas ações públicas, como as marchas para aumentar a consciência do pertencimento étnico e os protestos mais raivosos (e justos). Além, é claro, das homenagens prestadas aos homens e mulheres negros que, de alguma forma, ajudaram na construção
da riqueza da nação-continente mais negra fora do continente africano, tais como Zumbi e Dandara, líderes da República de Palmares; Machado de Assis, escritor; Chiquinha Gonzaga, compositora, pianista e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, João Cândido, líder da Revolta da Chibata, entre tantos outros.

O QUE DIZ A LEI EM RELAÇÃO À IGUALDADE RACIAL?
Iniciando as batalhas jurídicas contra o racismo no Brasil, foi estabelecida a lei 1390/51 (1951), conhecida como “Lei Afonso Arinos”, proibindo qualquer tipo de discriminação racial no país. Sua aplicabilidade não demonstrava qualquer eficácia, visto que as punições não eram aplicadas, mesmo em casos claros de discriminação.

A “Lei Caó”, de 1989, tipificou o crime de racismo no Brasil. Hoje, esse crime é imprescritível e inafiançável no país. Além da “Lei Caó”, há a injúria racial (Art. 150, CP), utilizado nos casos de ofensa à honra pessoal, valendo-se de elementos ligados à cor, raça, etnia, religião ou origem.

No caso da inclusão dos negros no sistema educacional brasileiro, foi criada a Lei 12.711/12, que determina a criação cota de vagas em universidades públicas para a população negra.
Para maior presença no campo de trabalho, foi determinada, também, uma cota relacionada a concursos públicos, através da Lei 12.990/14. 20% das vagas oferecidas nos concursos são destinadas aos negros.

POLÊMICAS : Desde sua aplicação, o sistema de cotas instaurado no Brasil provocou muitas manifestações contrárias. Uma parte dos vestibulandos e candidatos a concursos alegam inconstitucionalidade, apoiados por alguns juristas e juízes brasileiros. Entretanto, o STF manifestou-se unanimemente a favor da constitucionalidade da medida.

Além do problema em relação às cotas, os negros são alvos recorrentes de racismo, seja ele de forma velada ou explícita. Exemplos, infelizmente, muito comuns são:
Jogadores de futebol chamados de “macacos” em estádios,
Mensagens ofensivas destinadas a atores, jornalistas e atletas negros através das redes sociais – como o caso nacionalmente conhecido, relacionado à jornalista Maria Júlia Coutinho (Maju, apresentadora de meteorologia do Jornal Nacional, Rede Globo)
Alunos em idade escolar alvo de preconceito por seus cabelos,


São apenas uma pequena amostra de como o racismo ainda persiste na cultura brasileira, mesmo sendo um país de tanta diversidade cultural e étnica.

Além disso, não queremos justiça social somente para os negros. Nós queremos essa mesma justiça para os povos de tradição indígena e para os demais grupos que durante a construção desta nação-continente tiveram seus direitos humanos violados. Mas lembramos que o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento sustentável, as soluções para superação dos conflitos étnicos e o combate ao preconceito e às desigualdades sociorraciais se dão entrelaçados, necessariamente, pelo culto à capacidade de resistência dos povos e pelo clamor por equidade.

"Finalmente, afirmamos que é inegável a herança africana na cultura do povo brasileiro, mas reiteramos a denúncia que fazemos contra o Estado, que trata com descaso as questões sociais que
envolvem o Movimento Negro. Queremos igualdade e respeito de fato, queremos um Estado que escute as demandas de nosso grupo"!

Claudia Vitalino 
Rebele -se o Contra Racismo! 
fonte: UNEGRO BRASIL   

sábado, 3 de dezembro de 2016

Clipe - Consciência Negra - O Brasil é isso aí

Breve História da Cultura Africana




 Cultura Africana
A África é um continente de grande diversidade cultural que se vê fortemente ligada à cultura brasileira. Os africanos prezam muito a moral e acreditam até que esta é bem semelhante à religião. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas fazem seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

Seus ritos são realizados em locais determinados com orações comunitárias, danças e cantos que podem ser divididos em: momentos importantes da vida, integração dos seres vivos e para a passagem da vida para a morte.

Sua influência na formação do povo brasileiro é vista até os dias atuais. Apesar do primeiro contato africano com os brasileiros não ter sido satisfatório, esses transmitiram vários costumes como:

- A capoeira, que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, já que não tinham acesso a armas de fogo;

- O candomblé, que também marca sua presença no Brasil, principalmente no território baiano onde os escravos antigamente eram desembarcados;

- A culinária recebeu grandes novidades africanas, como o leite de coco, óleo de palmeira, azeite de dendê.


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:www.fraternidadesemfronteiras.org.br/‎

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Reis Africanos:Shaka Zulu (O GENERAL AFRICANO)

Shaka Zulu, às vezes escrito como Tshaka, Tchaka ou Chaka -1773 — 22 de setembro de
1828), foi um chefe tribal e estrategista militarque transformou os zulus de uma etnia com pouca expressão territorial em um império que ensombrou os desígnios coloniais britânicos.
"A história Shaka Zulu, líder africano que expandiu a nação zulu, num feito comparável a Alexandre o Grande, mas também terminou sua vida como ditador insano".

Origens e Infância - O potentado Zulu tem início com o reinado de Shaka, filho do chefe Senzanga Khoma, de um dos clãs mais fortes dos Zulus, que engravidara Nandi, uma mulher Lengani, que se tornou por isso sua terceira esposa. Mas ela era desagradável e pouco dócil, acabou sendo rejeitada junto com o filho, e voltou para os Lenganis, onde Shaka cresceu acalentando o sonho de se tornar Rei dos Zulus, e expandir o império.

"Filho orfão e ilegítimo de Senzanganakhona, chefe do clã zulu dos nguni, Shaka e a mãe foram banidos da suaumuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre os mtetwa, na altura do reinado de Dingiswayo".

Ao atingir a puberdade, Shaka seguiu os costumes dos Mtetwa, e juntamente com os outros rapazes da sua idade (intanga), integrou o regimento isiCwe do exército de Dingiswayo. Shaka integrou-se bem na vida militar, e à medida que a sua fama pessoal e autoridade aumentava, introduziu alterações às tácticas anteriormente utilizadas.

Estrategia: Corpo+Braço+Cabeça...

Shaka Instituiu a técnica de combate “corpo-braços-cabeça”, em que o corpo era a grande concentração de tropas central, e a única que os inimigos podiam ver, os braços eram dois grupos de envolvimento rápido que atacavam pelos flancos, e a cabeça, um regimento que, nos dois primeiros estágios de qualquer batalha,uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adoptadas por outros clã dos Nguni. No início da década de 1810, contra os Buthelezi em 1810, e posteriormente contra os Nongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadas izimpondo (cornos), e o centro de isifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.

Em 1816 foi enviado por Dingiswayo, chefe dos mtetwa, e regressa do exílio, e
rapidamente se afirma rei dos zulus, eliminando todos que se lhe opunham. Um dos seus primeiros actos é constituir quatro regimentos, que são a origem do impi, nome pelo qual os exércitos zulus ficariam conhecidos. Os impis estavam armados com uma pequena lança, a assegai, um escudo de couro de boi, uma espécie de porrete que podia ser arremessado no inimigo com grande precisão e ainda o "cuspe de veneno", substância tóxica encontrada numa erva que era mastigada pelos guerreiros de Shaka, que a cuspiam no rosto dos inimigos durante os combates, causando grande irritação nos olhos. Apoiado neste impi, parte para nesse mesmo ano para atacar novamente os Buthelezi.

Em 1818 a sua atenção vira-se para os ndwandwe, que vence na batalha de Gqokli, de forma decisiva, apesar de a vantagem à partida não estar do seu lado. A mesma sorte tiveram outros clãs e tribos, contra quem os Zulus apontaram a sua máquina de guerra, numa expansão territorial que iria aumentar o território sob o seu controlo cerca de 12 vezes.

1824 seria um ano marcante na histórios dos Zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaram Port Natal, a actual cidade de Durban.

Se Liga: A decadencia de Shaka...
Shaka não tinha descendente que pudessem suceder-lhe, assim ficou obcecado com a idéia de envelhecer e morrer. Feiticeiros se aproveitaram desse início de loucura para explorá-lo com promessas de óleos milagrosos que proporcionavam a imortalidade.
O aparecimento dos primeiros cabelos brancos detonou um processo de loucura irreversível; a morte da mãe desencadeou uma onda de crueldade e perseguições terríveis, que abalaram toda a estrutura Zulu.

Começou por ordenar a morte de todas as mulheres a serviço de Nandi, a “mulher elefante”, que com ela compartilharam a tumba, e que, quase todas, eram mulheres de alguns dos seus melhores e mais confiáveis generais.

"A mortalidade gratuita espalhou-se pelo reino; qualquer pessoa, por rir, espirrar, tossir, se coçar, sentar, dormir, amamentar ou mesmo comer e beber, podia ser decapitado, acusado de não demonstrar pesar pela morte da mãe de Shaka".

Turbas frenéticas e assassinas corriam por todo o reino, para ver se alguém deixava de honrar Nandi. Os últimos meses de 1827 ficaram conhecidos entre os Zulus, como o tempo

das trevas de Shaka.

Conspiração e Morte - Com o caos instituído no reino, M'Kabay, irmã do pai de Shaka e dois meio irmãos dele, Dingane e M'Halangana, junto com alguns comandantes militares, conspiraram e planejaram o assassinato do grande chefe Zulu.
No dia 22 de Setembro de 1828, vários conspiradores se reuniram, foram ao Kraal de Shaka, e sem que este pudesse esboçar um gesto de defesa, lhe espetaram fundo e por diversas vezes as mortais azagaias pelos seus meio-irmãos Dingane e Mhalangana, sucedendo-lhe Dingane. 


Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org\www.publistorm.com/

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...