UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

domingo, 1 de maio de 2011

O 13 DE MAIO DE CADA UM

Resistêcia negra pré-Abolição


Quilombos em 1549:


Negros rebeldes contra a escravização, nos cerca de quatro séculos em que a mesma perdurou no país (1549?-1888), foi a quilombagem. Na definição de Moura (1989: p. 22)

Embora como assinala Moura, a quilombagem tenha por centro organizacional o quilombo, para onde iam os escravos fugidos (e onde buscavam refúgio toda sorte de excluídos e marginalizados da sociedade da época), ela englobava "outras formas de protesto individuais ou coletivas", como as insurreições (cujo marco é a de 1835, em Salvador) e o bandoleirismo, forma de guerrilha na qual grupos de escravos fugidos se organizavam para atacar povoados e viajantes nas estradas.



Na acepção de Moura, como movimento emancipacionista a quilombagem "antecede em muito, o movimento liberal abolicionista" (romantizado em obras de ficção como "Sinhá Moça", por exemplo) e que, enquanto proposta política, somente começou a difundir-se após 1880, quando o escravismo já entrara em crise. Contudo, pela ausência de mediadores entre os escravos rebeldes e a classe senhorial, a problemática da quilombagem só podia ser solucionada através da violência e não do diálogo. Neste aspecto, e embora tenham existido exceções (a "República de Palmares" durou quase um século), a maioria dos movimentos quilombolas não dispunha de meios para resistir longo tempo ao aparelho repressor do Estado.



Das Inconfidências ao isabelismo







Enquanto,que na Inconfidência Mineira, movimento separatista sem base popular, os negros estiveram praticamente ausentes, foi oposta a situação na assim chamada "Inconfidência Baiana" ou Revolta dos Alfaiates, de 1798. Os objetivos dos rebelados baianos eram, conforme indica Moura, "muito mais radicais, e a proposta de libertação dos escravos estava no primeiro plano das suas cogitações". Entre seus dirigentes e participantes, contavam-se "negros forros, negros escravos, pardos escravos, pardos forros, artesãos, alfaiates, enfim componentes dos estratos mais oprimidos, e/ou discriminados na sociedade colonial da Bahia da época"


Após a Abolição da Escravatura, certa parcela dos grupos negros engajou-se na defesa do isabelismo, espécie de culto à Princesa Isabel que era por eles intitulada "Redentora", como se a abolição houvesse sido um "ato de bondade pessoal" da regente. Um dos mais fervorosos adeptos deste pensamento foi José do Patrocínio, que procurou mobilizar ex-escravos para a defesa da monarquia, ameaçada pelo crescimento dos grupos que pretendiam implantar a república no Brasil. Este movimento culminou na constituição da Guarda Negra, espécie de "tropa de choque" composta por "capoeiras e marginais", cuja principal finalidade era dissolver comícios republicanos pelo uso da força. Porém, com a derrocada do Império e a Proclamação da República, José do Patrocínio bandeou-se para o lado vencedor e a Guarda Negra foi dissolvida


A história do abolicionismo no Brasil remonta à primeira tentativa de abolição da escravidão indígena, em 1611, e a sua abolição definitiva, pelo Marquês de Pombal, durante o reinado de D. José I, e aos movimentos emancipacionistas no período colonial, particularmente a Conjuração Baiana de 1798, em cujos planos encontrava-se o da erradicação da escravidão. Após a Independência do Brasil, as discussões a este respeito estenderam-se por todo o período do Império, tendo adquirido relevância a partir de 1850, e, caráter verdadeiramente popular, a partir de 1870, culminando com a assinatura da Lei Áurea de 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão negra no Brasil.


Hitória do trabalho escravo no mundo


Ao se falar em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios com negros africanos, colocando-os a venda por toda a região da América. Sobre este tema, é difícil não nos lembrar dos capitães-do-mato, que eram os homens que perseguiam os negros que haviam fugido das fazendas, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias defendidas pelos abolicionistas e de muitos outros fatos ligados a este assunto.


Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico dos africanos. Ela vem desde os primórdios da história humana, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Exemplo são os hebreus, que foram vendidos como escravos desde o começo de sua história. Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foram duas delas, detendo um grande número de escravos, contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.


O último país do mundo a abolir a escravidão foi a Mauritânia, somente em 9 de novembro de 1981, pelo decreto de número 81.234.


A Escravidão no Brasil-Colônia


Quando os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Por isso, iniciou-se a exploração da mão-de-obra indígena; Mas os jesuítas, por considerarem os índios puros e sem malícia, os defenderam da escravidão. Assim, os portugueses foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo.


No Brasil, a escravidão começou na primeira metade do século XVI, com a produção de açúcar . Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como mercadorias no Brasil. Os mais saudáveis, chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. Também era mais valorizados os negros vindos de Angola e Moçambique, chamados Bantos, para o trabalho na lavoura, e os negros vindos do porto de Mina, hoje Elmina na atual Gana, eram mais valorizados na mineração de ouro em Minas Gerais. Os negros "Minas", muito comuns na Bahia (por esta ficar mais próxima de Gana do que de Angola), já trabalhavam na mineração de ouro na África Ocidental.


Em São Paulo, na época chamada Capitania de São Vicente, dada a extrema pobreza dos seus moradores, não era possível a aquisição de escravos africanos por serem estes muito caros, por isso, os bandeirantes recorriam à mão de obra indígena. O transporte dos escravos era feito, da África para o Brasil, nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.


Nos engenhos de cana-de-açúcar ou nas minas de ouro, a partir do século XVIII, os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Em Minas Gerais, no início da mineração, o preço do escravo, assim como de demais mercadorias, era extremamente elevado, devido a enorme carestia de vida que ali havia, sendo muito elevados os preços de todos os gêneros como relata André João Antonil no livro "Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas".


Passavam as noites nas senzalas, que eram galpões escuros, úmidos e com pouca higiene, acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil-Colônia. O pena de açoite só seria abolida, por lei imperial em 1885, e esta abolição da pena de açoite estimulou os escravos a fugirem, pois não tinham que temerem mais esse tipo de punição caso fosse recapturados, o que fez aumentarem em muito a fuga de escravos nos últimos anos da escravidão no Brasil.


Eram proibidos de praticarem suas religiões de origem africana e de realizarem suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, sob a alegação de que cumpriam o mandamento cristão de batizar todas as criaturas, razão pela qual muitos negros se tornaram cristãos, especialmente os "Bantos", sendo que, ao contrário, a maioria dos "Minas", que eram mais numerosos na Bahia, permaneceu na religiosidade africana. Assim, explicou a importância da religião cristã, na visão dos proprietários de escravos, o deputado geral José de Alencar, na seção da Câmara Geral, atual Câmara dos Deputados, em 13 de julho de 1871:


Os escravos tinham que adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, muitos não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.


As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos do Brasil-Colônia. Muitas mulheres escravas tinham que fazer sexo com seus senhores, o que deu origem a uma grande população mulata no Brasil.


No Século do Ouro, século XVIII, alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Muitos senhores alforriavam seus escravos em seus testamentos. Ou então, juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam a sua liberdade. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas. A escravatura foi abolida em Portugal, no Reinado de D. José I, a 12 de Fevereiro de 1761, pelo Marquês de Pombal, no Reino/Metrópole e na Índia, contudo no Brasil (à época colônia portuguesa) ela permaneceu em atividade.


O negro também reagiu à escravidão: foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando, nas florestas, os famosos quilombos, comunidades onde os integrantes viviam em uma organização comunitária onde podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. Em Minas Gerais, o quilombo mais famoso foi o Quilombo do Ambrósio. Diversos destes quilombos, paradoxalmente, se utilizam com frequência de trabalho escravo.


Quanto a violência praticada pelos quilombos e quilombolas, Luiz Gonzaga da Fonseca, no seu livro "História de Oliveira", na página 37, descreve o caos provocado no Caminho de Goiás, a Picada de Goiás, pelo quilombolas do Quilombo do Ambrósio, o principal quilombo de Minas Gerais:


"Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, miçangas, tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada ("Caminho de Goiás" ou "Picada de Goiás"). Essas quadrilhas perigosas, sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boidadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses açoitava-se grande parte dessa nação de “caiambolas organizados” nas matas do Rio Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai surgir a colonização do território (de Oliveira (Minas Gerais e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o quilombo do negro Ambrósio e o negro Canalho]".


Recordando o Brasil após a Independencia...


José Bonifácio de Andrada e Silva, em sua famosa representação à Assembleia Constituinte de 1823, já havia chamado a escravidão de "cancro mortal que ameaçava os fundamentos da nação". No Período Regencial, desde 7 de novembro de 1831, a Câmara dos Deputados havia aprovado e a Regência promulgado um lei que proibia o tráfico de escravos africanos para o país, porém esta lei não foi aplicada.


Em Março de 1845 esgotou-se o prazo do último tratado assinado entre o Brasil e a Grã-Bretanha e o Governo britânico decretou, em agosto, o Bill Aberdeen. Com o nome de Lord Aberdeen, do Foreign Office (o Ministério britânico das Relações Exteriores), o Ato dava ao Almirantado britânico o direito de aprisionar navios negreiros, mesmo em águas territoriais brasileiras, e julgar seus comandantes. Os capitães ingleses receberam poderes de atracar navios brasileiros em alto mar e verificar se transportava escravos — deveriam se desfazer da carga, devolvendo os escravos à África, ou transferi-la para os navios ingleses.


Criticado até na Inglaterra, por pretender se tornar "guardiã moral do mundo", no Brasil o Bill Aberdeen provocou pânico em traficantes e proprietários de escravos e de terras. A consequência imediata do Bill Aberdeen foi o significativo, e paradoxal, aumento no comércio de escravos, pois foram antecipadas as compras antes da proibição em definitivo, e, especialmente na grande elevação do preço dos escravos. Caio Prado Júnior diz que, em 1846, entraram 50.324 escravos e, em 1848, 60 mil. Calcula-se que, até 1850, o país recebeu 3,5 milhões de africanos cativos.


Os navios ingleses perseguiam embarcações suspeitas, a Marinha britânica invadia águas territoriais, ameaçava bloquear portos. Houve incidentes, troca de tiros no Paraná. Alguns capitães, antes de serem abordados, jogavam no oceano a carga humana. Os infratores eram fazendeiros ou proprietários rurais, todos escravagistas. As províncias protestavam, pois na época, no Brasil, a escravidão era coisa natural, integrada à rotina e aos costumes, vista como instituição necessária e legítima. Uma sociedade intensamente desigual dependia do escravo para manter-se.


Os conservadores (chamados de saquaremas, no poder desde 1848) culpavam os liberais (chamados de luzias) de terem se submetido à coação inglesa. Sabiam perfeitamente que o tráfico negreiro deveria ter fim, que a escravidão estava condenada mas alegavam que tal decisão deveria caber ao Governo, para preservar a soberania nacional e garantir a segurança interna – na verdade, sua intenção era estender a escravidão o máximo possível. Mas D. Pedro II, com problemas no Rio da Prata, necessitava da Inglaterra. Em março de 1850, o primeiro-ministro inglês Gladstone ameaçara fazer cumprir os tratados à "ponta da espada, pela guerra até o extermínio."


Cedendo às pressões, D. Pedro II deu passo importante: seu Gabinete elaborou um projeto de lei, apresentado ao Parlamento pelo Ministro da Justiça Eusébio de Queirós, que adotava medidas eficazes para a extinção do tráfico. Convertido em lei nº 581, de 4 de setembro de 1850, determinava seu artigo 3:


—"São autores do crime de importação, ou de tentativa dessa importação, o dono, o capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação, e o sobrecarga. São cúmplices a equipagem, e os que coadjuvarem o desembarque de escravos no território brasileiro de que concorrerem para ocultar ao conhecimento da autoridade, ou para os subtrair à apreensão no mar, ou em ato de desembarque sendo perseguida". Um dos seus artigos determinava o julgamento dos infratores pelo Almirantado, passando assim ao Governo imperial o poder de julgar, poder antes conferido a juízes locais.



Os conservadores continuavam empenhados em manter o sistema escravista e a estrutura colonial de produção. Para racionalizar o uso da mão de obra escrava, agora muito mais cara, incentivaram, então, o tráfico interno, realizado pelos antigos traficantes, tirando o escravo das áreas onde a agricultura decaía, como os engenhos de açúcar do litoral nordestino, para as exaustivas funções da grande lavoura nas novas regiões cafeeiras em expansão no Centro-Sul, deixando para o trabalhador imigrante as demais atividades. Bóris Fausto, que tanto escreveu sobre a imigração no Brasil, estima que o tráfico interprovincial, de 1850 a 1888, deslocou de 100 a 200 mil escravos. Mas o esvaziamento descontentará os senhores de escravos e de terras nordestinas, que viraram abolicionistas. Estes abolicionistas esperavam que, cessando o fornecimento de escravos, a escravidão desaparecesse aos poucos – o que não aconteceu.



Tantos foram os protestos que Eusébio de Queirós teve que comparecer à Câmara dos Deputados, em julho de 1852, apelar para a mudança da opinião pública. Lembrou que muitos fazendeiros do Norte enfrentavam dificuldades financeiras, sem poder pagar suas dívidas com os traficantes. Muitos haviam hipotecado suas propriedades para especuladores e grandes traficantes - entre os quais numerosos portugueses - para obter recursos destinados à compra de mais cativos. Lembrou ainda que se continuasse a entrar no Império tão grande quantidade de escravos africanos, haveria um desequilíbrio entre as categorias da população - livres e escravos - ameaçando os primeiros. A chamada «boa sociedade» ficaria exposta a «perigos gravíssimos», pois o desequilíbrio já provocara numerosas rebeliões (devia lembrar a dos Malês, em Salvador, em 1835).



No ano de 1854 era aprovada a Lei Nabuco de Araújo, Ministro da Justiça de 1853 a 1857, que previa sanções para as autoridades que encobrissem o contrabando de escravos. Os últimos desembarques de que se tem notícia aconteceram em 1856.



A imigração até 1850 vinha sendo um fenômeno espontâneo. Entre 1850 e 1870, passou a ser promovida pelos latifundiários. Vindos primeiramente da Alemanha, sem êxito, e depois da Itália, os imigrantes, muitas vezes enganados e com contratos que os faziam trabalhar em regime quase escravo, ocuparam-se do trabalho rural na economia cafeeira. Tantos retornaram a seus países que houve necessidade de intervenção de consulados e das entidades que os protegiam, como algumas sociedades promotoras de imigração. Foram muitas as regiões em que os escravos foram substituídos pelos imigrantes. Algumas cidades em 1874 tinham 80% dos trabalhadores rurais negros, e, em 1899, 7% de trabalhadores negros e 93% brancos.



A escravidão começou a declinar com o fim do tráfico de escravos, em 1850 (Após a aprovação de lei de autoria de Eusébio de Queirós). Progressivamente, os imigrantes europeus assalariados substituíram os escravos no mercado de trabalho. Mas foi só a partir da Guerra do Paraguai que o movimento abolicionista ganhou impulso. Milhares de ex-escravos que retornaram da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, correram o risco de voltar à condição anterior por pressão dos seus antigos donos. O problema social tornou-se uma questão política para a elite dirigente do Segundo Reinado.



A abolição do tráfico de escravos, as várias epidemias de malária, a constante fugas de escravos, seu baixo índice de reprodução, e a alforria de muitos escravos, inclusive daqueles que lutaram na Guerra do Paraguai, contribuíram sensivelmente para a diminuição da quantidade de escravos, no Brasil, quando da época da abolição.



Campanha Abolicionista.


Em 1880, políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo Brasil. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagar cartas de alforria. Embora não se divulgue muito, a Igreja Positivista do Brasil, de Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, teve uma atuação destacada na campanha abolicionista, inclusive ao deslegitimar a escravidão, vista, a partir de então, como uma forma bárbara e atrasada de organizar o trabalho e tratar os seres humanos.


Teve participação destacada na campanha abolicionista, a maçonaria brasileira, sendo que quase todos os principais líderes da abolição foram maçons. José Bonifácio, pioneiro da abolição, Eusébio de Queirós que aboliu o tráfico de escravos, o Visconde do Rio Branco responsável pela Lei do Ventre Livre e os abolicionistas Luís Gama, Antônio Bento, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Silva Jardim e Rui Barbosa eram maçons. Em 1839, os maçons David Canabarro e Bento Gonçalves emancipam escravos durante a Guerra dos Farrapos



No Recife, os alunos da Faculdade de Direito mobilizam-se, sendo fundada uma associação abolicionista por alunos como Plínio de Lima, Castro Alves, Rui Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, dentre outros.



Em São Paulo, destaca-se o trabalho do ex-escravo, um dos maiores heróis da causa abolicionista, o advogado Luís Gama, responsável diretamente pela libertação de mais de 1.000 cativos. Criou-se também na capital paulista a Sociedade Emancipadora de São Paulo com a participação de líderes políticos, fazendeiros, lentes da Faculdade, jornalistas e, principalmente de estudantes.



O país foi tomado pela causa abolicionista, e, em 1884, o Ceará e o Amazonas aboliram a escravidão em seus territórios. Nos últimos anos da escravidão no Brasil, a campanha abolicionista se radicalizou com a tese "Abolição sem indenização" lançada por jornalistas, profissionais liberais e políticos que não possuíam propriedades rurais.



Lei do Ventre Livre.



O Partido Liberal comprometeu-se publicamente com a causa do nascimento de crianças a partir daquela data , mas foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma "instituição injuriosa", menos para os escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa.



Depois de 21 anos sem qualquer medida governamental em relação ao fim da escravidão, foi votada a "Lei Rio Branco", mais conhecida como "Lei do Ventre Livre", que considerava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir da sua data, e pretendia estabelecer um estágio evolutivo entre o trabalho escravo e o regime de trabalho livre, sem, contudo, causar mudanças abruptas na economia ou na sociedade. Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei obteve 65 votos favoráveis e 45 contrários. Destes, 30 eram de deputados das três províncias cafeeiras: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. No Senado do Império, foram 33 votos a favor e 7 contra. Entre os votos contrários, 5 foram de senadores das províncias cafeeiras.



Segundo o disposto na lei, os filhos dos escravos - chamados de ingênuos - tinham duas opções: ou ficavam com os senhores de suas mães até a maioridade (21 anos) ou poderiam ser entregues ao governo. Na prática, os escravocratas mantiveram os ingênuos nas suas propriedades, tratando-os como se fossem escravos. Em 1885, dos 400.000 ingênuos, somente 118 ingênuos foram entregues ao governo - os proprietários optavam por libertar escravos doentes, cegos e deficientes físicos. Por outro lado, a Lei Rio Branco teve o mérito de expor as mazelas da escravidão na imprensa e em atos públicos. Na década de 1890, cerca de meio milhão de crianças foram libertadas quando estariam entrando em idade produtiva



A Lei do Ventre Livre declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da lei. O índice de mortalidade infantil entre os escravos aumentou, pois além das péssimas condições de vida, cresceu o descaso pelos recém-nascidos. A ajuda financeira prevista pela Lei do Ventre Livre, aos fazendeiros, para estes, arcarem com as despesas da criação dos ingênuos jamais foi fornecida aos fazendeiros:



1.º da lei 2040:- Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão a obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá opção, ou de receber do Estado a indenização de 600$000, ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. No primeiro caso, o Governo receberá o menor e lhe dará destino, em conformidade da presente lei.



Joaquim Nabuco escreveu em 1883:



Lei dos Sexagenários



A partir de 1887, os abolicionistas passaram a atuar no campo, muitas vezes ajudando fugas em massa, fazendo com que por vezes os fazendeiros fossem obrigados a contratar seus antigos escravos em regime assalariado. Em 1887, diversas cidades libertam os escravos; a alforria era normalmente condicionada à prestação de serviços (que, em alguns casos, implicava na servidão a outros membros da família). Ceará e Amazônia libertaram seus escravos em 1885. A decisão do Ceará aumentou a pressão da opinião pública sobre as autoridades imperiais. Em 1885, o governo cedeu mais um pouco e promulgou a Lei Saraiva-Cotegipe, que regulava a "extinção gradual do elemento servil".



A Lei Saraiva-Cotegipe ficou conhecida como a Lei dos Sexagenários. Nascida de um projeto do deputado baiano Rui Barbosa, esta lei libertou todos os escravos com mais de 60 anos, mediante compensações financeiras aos seus proprietários mais pobres para que ajudassem esses ex-escravos. Porém, esta parte da lei jamais foi cumprida e os proprietários de escravos jamais foram indenizados. Os escravos que estavam com idade entre 60 e 65 anos deveriam "prestar serviços por 3 anos aos seus senhores e após os 65 anos de idade seriam libertos".



Poucos escravos chegavam a esta idade e já sem condições de garantir seu sustento, ainda mais que agora precisavam competir com os imigrantes europeus. Acresce ainda que, no recenseamento de 1872, que fez a primeira matrícula geral de escravos, muitos fazendeiros tinham aumentado a idade de seus escravos para burlarem a matrícula de 1872, escondendo os ingênuos introduzidos por contrabando após a Lei Eusébio de Queirós. Numerosos negros robustos e ainda jovens eram, legalmente, sexagenários, sendo libertos, neste caso, pela Lei dos Sexagenários, ainda em condições de trabalho. Os proprietários ainda tentariam anular a libertação, alegando terem sido enganados porque não foram indenizados como prometia a lei. As zonas recentemente desbravadas do oeste paulista se revelavam mais dispostas à emancipação total dos escravos: ricas e prósperas, já exerciam grande atração sobre os imigrantes, mais bem preparadas para o regime de trabalho assalariado



As Fugas e os quilombos



Também os negros e mulatos escravizados passaram a participar mais ativamente da luta, fugindo das fazendas e buscando a liberdade nas cidades, especialmente, depois de 1885, quando foram proibidos os castigos corporais aos escravos fugidos quando fossem recapturados. A lei nº 3.310, de 15 de outubro de 1886, revogou o artigo nº 60 do Código Criminal de 1830 e a lei nº 4, de 10 de Junho de 1835, na parte em que impõem a pena de açoites, e determinou que “ao réu escravo serão impostas as mesmas penas decretadas pelo Código Criminal e mais legislação em vigor para outros quaisquer delinquentes”.



No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Bento e seus caifazes, milhares deles escaparam das fazendas e instalaram-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos. A essa altura, a campanha abolicionista misturou-se à campanha republicana e ganhou um reforço importante: O Exército Brasileiro pediu publicamente para não mais ser utilizado na captura dos fugitivos. Nos últimos anos da escravidão no Brasil, a campanha abolicionista adotou o lema "Abolição sem indenização". Do exterior, sobretudo da Europa, chegavam apelos e manifestos favoráveis ao fim da escravidão.



Essas fugas em massa de escravos para a cidade de Santos, geraram violência, que foi denunciada, nos debates sobre a Lei Áurea, em 9 de novembro de 1888, na Câmara Geral, pelo deputado geral Andrade Figueira que acusou a polícia paulista (Força Pública) e políticos de serem coniventes com estas fugas, o que levou os proprietários de escravos paulistas a libertarem seus escravos para evitar mais violência:



No mesmo sentido, escrevia Joaquim Manuel de Macedo em seu livro: As Vítimas-Algozes, denunciando a cumplicidade dos pequenos estabelecimentos comerciais, chamados de Venda, na receptação dos bens furtados, nas fazendas, pelos escravos e quilombolas



Lei Aurea















Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rendeu-se às pressões e a princesa Isabel de Bragança assinou a lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil. A decisão desagradou aos fazendeiros, que exigiam indenizações pela perda de "seus bens". Como não as conseguiram, aderiram ao movimento republicano. Ao abandonar o regime escravista, o Império perdeu uma coluna de sustentação política. O fim da escravatura, porém, não melhorou a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar ou uma profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não mudou sua condição subalterna nem ajudou a promover sua cidadania ou ascensão social. Sobre as consequências negativas da abolição sem amparo aos escravos, no livro "Centenário de Antônio Prado", editado em 1942, Everardo Valim Pereira de Souza fez esta análise:



A lei Áurea foi o coroamento da primeira mobilização nacional da opinião pública, na qual participaram políticos e poetas, escravos, libertos, estudantes, jornalistas, advogados, intelectuais e operários.













Esse 13 de maio, (que já foi feriado nacional durante a República Velha), da princesa Isabel de Bragança (filha do Imperador Dom Pedro II), que estudamos na escola primária é o 13 de maio da doação da liberdade, e ressalta o apoio dado por muitos brancos da época à abolição da escravatura.



Grande arte dos militantes do atual movimento negro no Brasil evocam um outro 13 de maio, que vê a abolição, em 13 de maio de 1888, como sendo um "golpe branco" visando frear o avanço da população negra, na época, um minoria oprimida.



Uma outra parte entende que o 13 de maio é visto como conquista popular. Nesse enfoque se devem centrar os debates modernos, que encarem o problema negro como problema nacional. Todo o processo da abolição no Brasil foi lento e ambíguo, foi lento de doloroso ara milhôes de pessoas, que durante quase 3 seculos foram sequestradas, tiveram liberdade tirada, forma assassinadas, meninas e mulheres estrupadas para a UNEGRO e outros seguimento do movimento negro um crime contra a humanidade que até hoje não foi reconhecido,rincipalmente pelo governo brasileiro, que carrega na sua historia a mais longo periodo escravista de toda a historia do mundo.



José Murilo de Carvalho: "A sociedade estava marcada por valores de hierarquia, de desigualdade; marcada pela ausência dos valores de liberdade e de participação; marcada pela ausência da cidadania", e mostra ainda José Murilo que não eram apenas grandes fazendeiros que possuíam escravos. Diz ainda o mesmo historiador.



O dia seguinte ao 13 de maio




Para onde foram os negros após a libertação da escravatura? Qual foi a política habitacional para que eles pudessem morar em casas decentes? Qual foi a política para absorvê-los no mercado de trabalho? Estas questões, muito freqüentes, são resultados da atual situação vivida hoje em grande parte pelos negros no Brasil.



Havia um estigma na sociedade brasileira porque mesmo após a abolição, o negro estava associado ao trabalho escravo e não conseguia ocupar um melhor espaço no mercado de trabalho, por falta de oportunidade, decorrente de sua cor. "Os negros disputavam vagas com os espanhóis e italianos, também analfabetos, para trabalharem como forneiros em padarias e fazer serviço pesado como rachar lenha, mas não conseguiam a vaga porque o trabalho livre era reservado para os brancos, apesar da abolição da escravatura. Nem mesmo o trabalho pesado sobrou para os negros, que foram entregues à própria sorte", ressalta o economista e professor da USP, Hélio Santos.



As mulheres negras continuaram fazendo trabalhos serviçais, como lavadeiras, copeiras, empregadas, que na época nunca faltou, com salários diminutos. Mas foi este trabalho que permitiu à mulher negra manter sua prole e contribuiu para que não houvesse a absoluta desintegração das famílias negras, porque o homem negro estava na periferia da cidade.

População Negra Pós Libertação.



Mas nada disso se concretizou. Os negros libertos - quase 800 mil - foram jogados na mais temível miséria. O Brasil imperial - e, logo a seguir, o jovem Brasil republicano - negou-lhes a posse de qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de hospitais. Deu-lhes, só e sobejamente, discriminação e repressão.




Grande parte dos libertos, depois de perambular por estradas e baldios, dirigiu-se às grandes cidades: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Lá, ergueram os chamados bairros africanos, origem das favelas modernas. Trocaram a senzala pelos casebres. Apesar da impossibilidade de plantar, acharam ali um meio social menos hostil, mesmo que ainda miserável.







O governo brasileiro não pagou indenização alguma aos senhores de escravos (“Indenização monstruosa, já que uma grande parte deles eram africanos ilegalmente escravizados, pois haviam aportado ao Brasil depois da Lei Feijó, de 7 de novembro de 1831”, como disse, em discurso na Câmara, Joaquim Nabuco).



O preço para que tal indenização absurda não fosse paga foi, porém, enorme. Teria sido justamente para evitar qualquer petição que pudesse vir a ser feita pelos escravocratas que Rui Barbosa, ministro das Finanças do primeiro governo republicano, assinou o despacho de 14 de dezembro de 1890, determinando que todos os livros e documentos referentes à escravidão existentes no Ministério das Finanças fossem recolhidos e queimados na sala das caldeiras da Alfândega do Rio de Janeiro.



Seis dias mais tarde, em 20 de dezembro, a decisão foi aprovada com a seguinte moção: “O Congresso Nacional felicita o Governo Provisório por ter ordenado a eliminação nos arquivos nacionais dos vestígios da escravatura no Brasil”. Em 20 de janeiro de 1891, Rui Barbosa deixou de ser ministro das Finanças, mas a destruição dos documentos prosseguiu.



De acordo com o historiador Américo Lacombe, "uma placa de bronze, existente nas oficinas do Lloyde Brasileiro, contém, de fato, esta inscrição assaz lacônica: “13 de maio de 1891. Aqui foram incendiados os últimos documentos da escravidão no Brasil”. Foi, portanto, com essa espécie de auto-de-fé abolicionista que o Brasil comemorou os três anos da mais tardia emancipação de escravos no hemisfério ocidental.



Embora pragmática - e muito mais verossímil do que a versão oficialesca de que os documentos foram queimados para “apagar qualquer lembrança do triste período escravocrata”-, a medida foi torpe. E ajudou a fazer com que, passados mais de cem anos da libertação dos escravos, o Brasil ainda não tenha acertado as contas com seu passado VERGONHOSO.



fonte:IBGE/Wikipédia, a enciclopédia livre./História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora Atual
História do Brasil - Bóris Fausto - EDUSP/
O documento original da Lei Áurea, assinado pela Princesa Isabel, encontra-se atualmente no acervo do
Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nosso Jesus de Cada Dia








Mito do Jesus Europeu

O mito de que Jesus tinha cabelos loiros e olhos azuis, pode ser derrubado por um computador, que recriou a imagem de Cristo baseada em descrições de especialistas. A imagem gerada mostra um homem com cabelo escuro, quase negro, e olhos castanhos. A peça foi desenvolvida por cientistas para um documentário sobre a vida de Jesus, produzido pela rede inglesa BBC.


O produtor do programa de US$ 2 milhões, Jeremy Bowen, afirma que o resultado obtido pelo computador é fantástico. "Finalmente conseguiremos provar que Cristo tinha pele clara, mas se parecia mais com os judeus do leste do que com os ocidentais, como sempre é desenhado", disse.

Os cientistas criaram a imagem a partir do osso da testa de um homem morto na mesma época que Cristo em Jerusalém. Gradualmente, pedaço por pedaço, eles recriaram os músculos e expressões da face.

A Igreja Católica mais uma vez é ridicularizada pela comprovação dos fatos e pela ciência moderna, assim foi com Galileu quando o Papa ordenou sob pena de morte pela fogueira que este cientista negasse que a terra era redonda e ainda girava, e muitos outros erros, pois o mito de que Jesus tinha olhos azuis, cabelos loiros e rosto meigamente feminino saiu da fabrica de invenções chamada Vaticano, o Cristo Loiro, foi uma invenção desta igreja para 'agradar ' os nobres europeus que são os que trazem em seus rostos estas feições e também para distanciar Jesus Cristo dos negros e da miscigenação (cruzamento entre raças) que eram escravos e discriminados pela Igreja Católica que consentia calada com o tráfico de negros, assim como Ellen G White, a profeta dos Adventistas deixou em seus escritos sua aversão pela miscigenação e pelos negros. Parece que esta profetisa que tanto atacou a Igreja Católica estava de mãos dadas a ela neste aspecto. Esperamos que no mínimo a Igreja Católica, assim como se retratou ao mundo pelos erros cometidos contra a humanidade, este pecado não fique impune, e se retrate também, e que os Adventistas sigam este exemplo.

Sempre ensinei que Jesus Cristo tinha em sua pele a união do branco com o negro , ou seja, Jesus veio para os Brancos e para os Negros," o qual de ambos fez um, quebrando toda a barreira da separação...e reconciliasse ambos em um só corpo " Efésios 2:14 ao 18

" Como pasmavam muitos à vista d'Ele...Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz duma terra seca, não tinha aparência nem formosura, olhamo-lo , mas nenhuma beleza havia que nos agradasse " Isaías 52:14, 53:2


Por que Jesus Cristo não era negro?


Para responder à pergunta acima não precisa ir muito longe, basta olharmos um pouco a história dos deuses em algumas diferentes culturas e veremos que todos deles foram criados à partir das próprias características físicas da população predominante, além, de serem moldados de acordo com as vicissitudes e idiossincrasias da época. Freud dá uma boa explicação para essa gênese .


Se começarmos nas geleiras dos países nórdicos, veremos que Thor, Odin e seus comparsas, cada com suas peculiaridades, sustentavam grandes barbas brancas, cabelos louros ou vermelhos. Eram todos dotados com boas proporções de massa corporal, típicas dos povos nórdicos para suportarem o frio.




Se irmos até a África, veremos que os deuses são negros; Oxalá, Nanâ, Oxum, Ogum, Exu, etc. Suas vestes se caracterizam em cores exuberantes e fartura de tecidos, além de adornamentos pelo corpo, como grandes correntes e brincos, típicamente dos povos africanos.


Se irmos até a Índia e batermos continência a Vishnu, Kali, Shiva, Ganesha, etc; veremos que a cor de pele varia do branco a intensidades mais escuras, mostrando a grande miscigenação do país; além, de todos eles serem adornados com brincos e correntes típicas dos indianos. A face muitas vezes é retratada na figura de um animal, como por exemplo, Ganesha que tem o rosto de um elefante, animal comum na região indiana.


No mundo Ocidental o Universo gira em torno de Deus, o Pai, na qual as pessoas não sabem como seria sua face ou corpo, imaginam, talvez, um velho de barba grande e de rosto sincero. Encontramos ainda, o Espírito Santo, que menos ainda as pessoas sabem como representá-lo, a não ser na imagem de um espírito que também não tem definição, pois é invisível e só podemos sentí-lo através do “coração”, como se este órgão tivesse a função de sentir além de bombear o sangue para o corpo. E claro, finalmente, o nosso grande amigo Jesus Cristo, grafado com seu semblante de piedade e sofrimento eternizado na cruz.


Os cristãos dizem que não podemos saber como é Jesus pois ninguém jamais o viu em corporificação – admiro os cristãos nesse ponto. Já os católicos conhecem o Jesus Cristo imortalizado na imagem da cruz.


Como Jesus Cristo por algum acaso – suponhando que ele existiu – nasceu em berço ocidental, no seio de uma população predominantemente branca, numa época em que os negros (e não só os negros) nada mais eram para os romanos do que escravos, nada mais justo do que ser também, um representante de cor branca, assim como a Bíblia parece desconhecer os negros


Finalizo dizendo que esta imagem não é de Jesus Cristo, pois nem computador nem a mente humana conseguiriam descrever como Ele seria realmente. Esta imagem gerada por computador a partir de um osso da testa de um homem morto na mesma época de Jesus, que nos dá uma a proximidade quase que exata de como eram os Judeus naquela época, nos serve de base para desmistificar o Cristo racista e preconceituoso que existia. Deverá ser dura para os racistas aceitar a idéia de ter um salvador quase negro.


Matriz Africana em muitos rostos...


O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é historicamente de matriz africana. No mundo do Velho Testamento as raízes bíblicas da fé judaica tem uma relação em separável dos etíopes. Que no contexto da época não significava um morador da Etiópia. O termo “etíope”não somente se referia aos habitantes daquela terra antiga, mas também aos povos de pele escura ao redor de todo o globo. Essa relação continuou por muito tempo resultando os judeus falasha etíopes. A maior parte dos etíopes traçam as suas raízes à rainha de Sabá e ao rei Salomão. José se casou com uma mulher etíope (Gênesis 41:50-52), e os seus dois filhos (Manassés e Efraim) se tornaram líderes de tribos judaicas. Jetro, um etíope, foi o principal conselheiro de Moisés (Êxodo 18:1-12). Moisés se casou com uma mulher etíope (Números 12:1). Os israelitas não foram proibidos de se casarem com mulheres cusitas/etíopes (Êxodo 34:11,16). Jeudi (Jeudi significa judeu), um secretário na corte do rei durante o tempo de Jeremias, era um descendente de Cusi/Etiópia (Jeremias 36:14, 21, 23). O nome do avô de Jeudi (Cusi) literalmente significa “preto”. “Cusi” se refere a uma pessoa de descendência africana. Sofonias, o profeta, era também um descendente de Cusi (Sofonias 1:1). Há diversas passagens no Velho Testamento que traça um relacionamento único entre Deus e o povo etíope o povo negro.


O Novo Testamento, há ampla informação que nos ajuda a pensar na matriz africana do cristianismo. Desde os magos que vieram adorar o menino Jesus que são apresentados como etíopes (Mateus 2:1-12), a Simão o Zelote como um apóstolo negro, os cananitas eram descendentes de Cam ( Mateus 10:4). Simão de Cirene ajudou Jesus a carregar a sua cruz (Mateus 15:21). Cirene era um país da África do Norte. Os cirênios repartiram o evangelho com os gregos, filhos de Jafé (Atos 11:20). O eunuco etíope estava lendo uma Bíblia judaica em uma província romana quando o Espírito do Senhor guiou um homem grego a pregar Jesus para ele (Atos 8:26-39). Apolo (Atos 18:24), um nativo da terra de Cam, foi um eloqüente pregador e líder na igreja de Éfeso e em Corinto. Os países dos descendentes de Cam foram representados no Pentecostes (Atos 2:10,11). Simeão o Negro e Lúcio de Cirene foram líderes na igreja de Antioquia (Atos 13:1). Onde os crentes foram, pela primeira vez, chamados cristãos. (Atos 11:26). Os Sírios eram negros. Foi na Antioquia da Síria que Lúcio e Simeão ordenaram e comissionaram o apóstolo Paulo para o ministério do evangelho (Atos 13:2,3). A tarefa de Paulo era levar o evangelho para a Europa.

Ministério CACP/-cristianismo-e-africano/pastor-africano/Hernani Francisco da Silva

terça-feira, 19 de abril de 2011

São Jorge X Orixá Ogum


Sincretismo:

No Brasil, o sincretismo é um fenômeno bastante comum, mas é especialmente relevante na Bahia, onde buscou-se adaptar nas crenças de religiões tradicionais africanas com os rituais
religião predominante no Brasil. Segundo José Beniste, "valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições. Sem isso, provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços religiosos que ainda hoje se conservam".Reginaldo Prandi, 2002, escreve: “Para se viver no Brasil, mesmo sendo escravo, e principalmente depois, sendo negro livre, era indispensável, antes de mais nada, ser católico. Por isso, os negros no Brasil que cultuavam as religiões africanas dos orixás, oduns e inquices se diziam católicos e se comportavam como tais. Além dos rituais de seus ancestrais, freqüentavam também os ritos católicos. Continuaram sendo e se dizendo católicos, mesmo com o a vento da República, quando o catolicismo perdeu a condição de religião oficial.”

Há antropólogos que insistem que a assimilação Santo/Orixá era aparente e, inicialmente,
serviu para encobrir a verdadeira devoção aos Orixás, pois no caso dos cânticos, eram efetuados em língua natural dos escravos e que ninguém entendia.
Um fato histórico que pode opor-se a este pensamento é a criação das confrarias de negros (p.ex., a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na Bahia) totalmente composta por negros. Os negros haviam realmente se convertido ao Cristianismo e não eram apenas uma fachada.
No Sermão XIV, pregado aos negros de uma Irmandade do Rosário, em 1633, o padre Antônio Vieira faz um lamento em favor da escravidão: “Oh, se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus, e a sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é senão milagre, e grande milagre!” (Vieira, 1954: 26-27).

Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido à sua dedicação e à sua habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.
Todos ficaram atônitos ao ouvirem essas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Como São Jorge se mantinha fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador! Eu sou servo de um Deus vivo! Somente a Ele eu temerei e adorarei". Finalmente, Diocleciano,
não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.
No sincretismo religioso:

São Jorge corresponde ao Orixá Ogum

Divindade masculina iorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo iorubá. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão; aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da
guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Influências:

O sincretismo também é comum na literatura, música, artes de representação e outras expressões culturais. (Compare com o conceito de ecleticismo). Letristas como Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes e Jorge Ben Jor retrataram o tema em diversas canções, enquanto Dias Gomes levou-o para o teatro com a peça O Pagador de Promessas que, mais tarde, foi levada para o cinema, conquistando uma Palma de Ouro no Festival de Cannes e uma indicação ao prêmio Oscar de melhor filme estrangeiro.

fonte: Umbanda no Brasil/Encicloedia livre

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