UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Reis Africanos:Shaka Zulu (O GENERAL AFRICANO)
Shaka Zulu, às vezes escrito como Tshaka, Tchaka ou Chaka -1773 — 22 de setembro de
1828), foi um chefe tribal e estrategista militarque transformou os zulus de uma etnia com pouca expressão territorial em um império que ensombrou os desígnios coloniais britânicos.
"A história Shaka Zulu, líder africano que expandiu a nação zulu, num feito comparável a Alexandre o Grande, mas também terminou sua vida como ditador insano".
Origens e Infância - O potentado Zulu tem início com o reinado de Shaka, filho do chefe Senzanga Khoma, de um dos clãs mais fortes dos Zulus, que engravidara Nandi, uma mulher Lengani, que se tornou por isso sua terceira esposa. Mas ela era desagradável e pouco dócil, acabou sendo rejeitada junto com o filho, e voltou para os Lenganis, onde Shaka cresceu acalentando o sonho de se tornar Rei dos Zulus, e expandir o império.
"Filho orfão e ilegítimo de Senzanganakhona, chefe do clã zulu dos nguni, Shaka e a mãe foram banidos da suaumuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre os mtetwa, na altura do reinado de Dingiswayo".
Ao atingir a puberdade, Shaka seguiu os costumes dos Mtetwa, e juntamente com os outros rapazes da sua idade (intanga), integrou o regimento isiCwe do exército de Dingiswayo. Shaka integrou-se bem na vida militar, e à medida que a sua fama pessoal e autoridade aumentava, introduziu alterações às tácticas anteriormente utilizadas.
Estrategia: Corpo+Braço+Cabeça...
Shaka Instituiu a técnica de combate “corpo-braços-cabeça”, em que o corpo era a grande concentração de tropas central, e a única que os inimigos podiam ver, os braços eram dois grupos de envolvimento rápido que atacavam pelos flancos, e a cabeça, um regimento que, nos dois primeiros estágios de qualquer batalha,uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adoptadas por outros clã dos Nguni. No início da década de 1810, contra os Buthelezi em 1810, e posteriormente contra os Nongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadas izimpondo (cornos), e o centro de isifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.
Em 1816 foi enviado por Dingiswayo, chefe dos mtetwa, e regressa do exílio, e rapidamente se afirma rei dos zulus, eliminando todos que se lhe opunham. Um dos seus primeiros actos é constituir quatro regimentos, que são a origem do impi, nome pelo qual os exércitos zulus ficariam conhecidos. Os impis estavam armados com uma pequena lança, a assegai, um escudo de couro de boi, uma espécie de porrete que podia ser arremessado no inimigo com grande precisão e ainda o "cuspe de veneno", substância tóxica encontrada numa erva que era mastigada pelos guerreiros de Shaka, que a cuspiam no rosto dos inimigos durante os combates, causando grande irritação nos olhos. Apoiado neste impi, parte para nesse mesmo ano para atacar novamente os Buthelezi.
Em 1818 a sua atenção vira-se para os ndwandwe, que vence na batalha de Gqokli, de forma decisiva, apesar de a vantagem à partida não estar do seu lado. A mesma sorte tiveram outros clãs e tribos, contra quem os Zulus apontaram a sua máquina de guerra, numa expansão territorial que iria aumentar o território sob o seu controlo cerca de 12 vezes.
1824 seria um ano marcante na histórios dos Zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaram Port Natal, a actual cidade de Durban.
Se Liga: A decadencia de Shaka...
Shaka não tinha descendente que pudessem suceder-lhe, assim ficou obcecado com a idéia de envelhecer e morrer. Feiticeiros se aproveitaram desse início de loucura para explorá-lo com promessas de óleos milagrosos que proporcionavam a imortalidade.
O aparecimento dos primeiros cabelos brancos detonou um processo de loucura irreversível; a morte da mãe desencadeou uma onda de crueldade e perseguições terríveis, que abalaram toda a estrutura Zulu.
"A mortalidade gratuita espalhou-se pelo reino; qualquer pessoa, por rir, espirrar, tossir, se coçar, sentar, dormir, amamentar ou mesmo comer e beber, podia ser decapitado, acusado de não demonstrar pesar pela morte da mãe de Shaka".
Turbas frenéticas e assassinas corriam por todo o reino, para ver se alguém deixava de honrar Nandi. Os últimos meses de 1827 ficaram conhecidos entre os Zulus, como o tempo
das trevas de Shaka.
Conspiração e Morte - Com o caos instituído no reino, M'Kabay, irmã do pai de Shaka e dois meio irmãos dele, Dingane e M'Halangana, junto com alguns comandantes militares, conspiraram e planejaram o assassinato do grande chefe Zulu.
No dia 22 de Setembro de 1828, vários conspiradores se reuniram, foram ao Kraal de Shaka, e sem que este pudesse esboçar um gesto de defesa, lhe espetaram fundo e por diversas vezes as mortais azagaias pelos seus meio-irmãos Dingane e Mhalangana, sucedendo-lhe Dingane.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:https://pt.wikipedia.org\www.publistorm.com/
1828), foi um chefe tribal e estrategista militarque transformou os zulus de uma etnia com pouca expressão territorial em um império que ensombrou os desígnios coloniais britânicos.
"A história Shaka Zulu, líder africano que expandiu a nação zulu, num feito comparável a Alexandre o Grande, mas também terminou sua vida como ditador insano".
Origens e Infância - O potentado Zulu tem início com o reinado de Shaka, filho do chefe Senzanga Khoma, de um dos clãs mais fortes dos Zulus, que engravidara Nandi, uma mulher Lengani, que se tornou por isso sua terceira esposa. Mas ela era desagradável e pouco dócil, acabou sendo rejeitada junto com o filho, e voltou para os Lenganis, onde Shaka cresceu acalentando o sonho de se tornar Rei dos Zulus, e expandir o império.
"Filho orfão e ilegítimo de Senzanganakhona, chefe do clã zulu dos nguni, Shaka e a mãe foram banidos da suaumuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre os mtetwa, na altura do reinado de Dingiswayo".
Ao atingir a puberdade, Shaka seguiu os costumes dos Mtetwa, e juntamente com os outros rapazes da sua idade (intanga), integrou o regimento isiCwe do exército de Dingiswayo. Shaka integrou-se bem na vida militar, e à medida que a sua fama pessoal e autoridade aumentava, introduziu alterações às tácticas anteriormente utilizadas.
Estrategia: Corpo+Braço+Cabeça...
Shaka Instituiu a técnica de combate “corpo-braços-cabeça”, em que o corpo era a grande concentração de tropas central, e a única que os inimigos podiam ver, os braços eram dois grupos de envolvimento rápido que atacavam pelos flancos, e a cabeça, um regimento que, nos dois primeiros estágios de qualquer batalha,uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adoptadas por outros clã dos Nguni. No início da década de 1810, contra os Buthelezi em 1810, e posteriormente contra os Nongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadas izimpondo (cornos), e o centro de isifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.
Em 1816 foi enviado por Dingiswayo, chefe dos mtetwa, e regressa do exílio, e rapidamente se afirma rei dos zulus, eliminando todos que se lhe opunham. Um dos seus primeiros actos é constituir quatro regimentos, que são a origem do impi, nome pelo qual os exércitos zulus ficariam conhecidos. Os impis estavam armados com uma pequena lança, a assegai, um escudo de couro de boi, uma espécie de porrete que podia ser arremessado no inimigo com grande precisão e ainda o "cuspe de veneno", substância tóxica encontrada numa erva que era mastigada pelos guerreiros de Shaka, que a cuspiam no rosto dos inimigos durante os combates, causando grande irritação nos olhos. Apoiado neste impi, parte para nesse mesmo ano para atacar novamente os Buthelezi.
Em 1818 a sua atenção vira-se para os ndwandwe, que vence na batalha de Gqokli, de forma decisiva, apesar de a vantagem à partida não estar do seu lado. A mesma sorte tiveram outros clãs e tribos, contra quem os Zulus apontaram a sua máquina de guerra, numa expansão territorial que iria aumentar o território sob o seu controlo cerca de 12 vezes.
1824 seria um ano marcante na histórios dos Zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaram Port Natal, a actual cidade de Durban.
Se Liga: A decadencia de Shaka...
Shaka não tinha descendente que pudessem suceder-lhe, assim ficou obcecado com a idéia de envelhecer e morrer. Feiticeiros se aproveitaram desse início de loucura para explorá-lo com promessas de óleos milagrosos que proporcionavam a imortalidade.
O aparecimento dos primeiros cabelos brancos detonou um processo de loucura irreversível; a morte da mãe desencadeou uma onda de crueldade e perseguições terríveis, que abalaram toda a estrutura Zulu.
Começou por ordenar a morte de todas as mulheres a serviço de Nandi, a “mulher elefante”, que com ela compartilharam a tumba, e que, quase todas, eram mulheres de alguns dos seus melhores e mais confiáveis generais.
"A mortalidade gratuita espalhou-se pelo reino; qualquer pessoa, por rir, espirrar, tossir, se coçar, sentar, dormir, amamentar ou mesmo comer e beber, podia ser decapitado, acusado de não demonstrar pesar pela morte da mãe de Shaka".
Turbas frenéticas e assassinas corriam por todo o reino, para ver se alguém deixava de honrar Nandi. Os últimos meses de 1827 ficaram conhecidos entre os Zulus, como o tempo
das trevas de Shaka.
Conspiração e Morte - Com o caos instituído no reino, M'Kabay, irmã do pai de Shaka e dois meio irmãos dele, Dingane e M'Halangana, junto com alguns comandantes militares, conspiraram e planejaram o assassinato do grande chefe Zulu.
No dia 22 de Setembro de 1828, vários conspiradores se reuniram, foram ao Kraal de Shaka, e sem que este pudesse esboçar um gesto de defesa, lhe espetaram fundo e por diversas vezes as mortais azagaias pelos seus meio-irmãos Dingane e Mhalangana, sucedendo-lhe Dingane.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:https://pt.wikipedia.org\www.publistorm.com/
sábado, 26 de novembro de 2016
Rita (Ribeiro) Benneditto - E´d'Oxum.
Oxum - É um orixá feminino das águas doces, dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, cultuada nocandomblé e umbanda.
Através de mamãe Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de“Senhora do Ouro”, que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Oferendas são servidas principalmente nas cachoeiras para Mamãe Oxum
Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais.
Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por chorões.
Sincretismo religioso e a comemoração em 08 de dezembro
Oxum orixá feminina das religiões afro-brasileiras (umbanda e candomblé) é sincretizada com diversas Nossas Senhoras.
Na Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
O dia 8 de dezembro é marcado por duas celebrações cristãs de significados distintos (quase antagónicos), que se confundem devido à semelhança das suas designações.
Sincretismo religioso aproxima várias Nossa Senhoras a figura do orixá Oxum
A evocação popular, tradicional, celebra a Nossa Senhora da Conceição (ou Concepção), isto é, celebra o arquétipo daMaternidade. Conhecem-se desde o século VII, nomeadamente na Península Ibérica, festas com esta evocação; até há poucos anos era nesta data, e não no primeiro domingo de Maio, que se celebrava o Dia da Mãe.
O conceito teológico oficial é o do dogma da Imaculada Conceição de Maria, definido pelo papa Pio IX em 1854, e nada tem a ver com o conceito popular: afirma que Maria, mãe de Jesus, teria também sido gerada sem cópula carnal de seus pais (Ana e Joaquim); celebra, por isso, a castidade. Esta ideia começou a surgir no século XII, tendo causado intensa polémica e sido rejeitada por importantes teólogos, incluindoSão Bernardo e São Tomás de Aquino, e condenada pelo papa Bento XIV em 1677, até ter sido aceite como dogma em 1854.
A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI, que alegadamente sintetizaria um culto que em Portugal existiu muito antes de ser dogma, pelo menos na sua designação remete para o conceito popular, não para o conceito teológico afirmado pelo dogma. De igual forma, as freguesias portuguesas anteriormente listadas adoptaram a designação “Nossa Senhora da Conceição” ou “Conceição”, mas não “Imaculada Conceição”.
Em 8 de dezembro de 1904, em Lisboa solenemente lançou-se a primeira pedra para um monumento comemorativo do cinquentenário da definição do dogma. Ao ato, a que assistiram as pessoas reais, patriarca e autoridades, estiveram também representadas muitas irmandades deNossa Senhora da Conceição, de Lisboa e do país, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos, que foi instituída em 1589.
No Brasil é tradição montar a árvore de Natal e enfeitar a casa no dia 8 de dezembro, dia de N.Sra. da Conceição.
Oxum na África-Rio Oxum na Africa
Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba é um orixá feminino. O seu nome deriva do rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de ijexá e Ijebu.
É representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por meio do assentamento sagrado denominado igba oxum.
É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio.
As mais velhas ou mais antigas Oxum são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex.: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.
Em sua obra Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá.
O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: “Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo.”
O Festival de Oxum é realizado anualmente na cidade de Osogbo, Nigéria. O Bosque Sagrado de Osun-Osogbo, onde se encontra o Templo de Oxum, é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2005.
Ọṣun-Oṣogbo ou Bosque Sagrado de Osun-Osogbo é uma floresta sagrada às margens do rioOxum que se encontra na cidade de Oṣogbo, Nigéria.
Características dos filhos da orixá Oxum - O filhos de Oxum dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo contornar as suas diferenças com habilidade e diplomacia. Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões.
Filhas de Oxum tem intuição forte e podem se tornar líderes espirituais
São extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de sempre estarem namorando. São obstinadas na procura dos seus objetivos.
Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais esquecem as suas finalidades; atrás da sua imagem doce esconde-se uma forte determinação e um grande desejo de ascensão social.
Têm uma certa tendência para engordar, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de festas, vida social e de outros prazeres que a vida lhes possa oferecer. Tendem a
uma vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.
Não se desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.
Graça, vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum, que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso, algumas das maioresYalorixás (mães-de-santo) da história do Candomblé, tenham sido ou sejam de Oxum.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Histórias Animadas - A Cor da Cultura - Bruna e a Galinha d'Angola
Bruna e a Galinha D'angola
Uma História de: Gercilda de Almeida
Bruna era uma menina que se sentia muito sozinha. Sua avó veio da África e sempre lhe contava histórias. Uma que ela gostava muito era a do panô da galinha que sua avó trouxera da África.
“Conta a lenda de uma aldeia africana que Ósún era uma menina que se sentia só e para lhe fazer companhia resolveu criar o que ela chamava de " o seu povo”. Foi assim que surgiu Conquém, a galinha d’Angola.
Bruna então pediu a seu tio que era um bom oleiro, que lhe ensinasse a trabalhar com barro. Bruna então modelou na argila a galinha d’Angola e passou a brincar com ela.
No dia de seu aniversário, sua avó lhe deu uma galinha d’Angola de verdade que andava e gritava:
- Conquém! Conquém!
As outras crianças da aldeia que não brincavam com Bruna foram se aproximando dela e pedindo para brincar com a Conquém, aí Bruna arranjou muitas amigas e fizeram muitas galinhas de barro iguais a Conquém.
Um dia as crianças acharam no baú da avó de Bruna um panô que contava a lenda africana dos animais que ajudaram a Conquém na criação do mundo e de seu povo. Conquém espalhou as sementes na terra, o lagarto desceu para ver se a terra era firma e o pombo foi avisar aos outros animais que podiam vir povoar aquele lugar.
Bruna e suas amigas ficaram muito conhecidas, porque todos da aldeia se juntavam para ouvirem a história do panô.
Sua avó resolveu ensinar as meninas a pintarem tecidos, como os que ela fazia na África, isso fez com que a aldeia ficasse conhecida.
Foi assim que todas as pessoas da aldeia de Bruna decidiram torná-la mais bonita e pintaram suas casas com as cores dos panôs da galinha d’Angola.Um dia a Conquém sumiu e todas as meninas saíram a sua procura chamando:
- Conquém, onde você está? Com quem nós vamos brincar?
Tanto procuraram que a acharam escondida no mato. As meninas encontraram um ninho com um belo ovo que ela protegia e chocava.
Tempos depois, cada menina da aldeia tinha sua galinha d’Angola e até hoje o povo daquela aldeia conta a história de Bruna e da galinha d’Angola para aqueles que compram os belos tecidos pintados pelas meninas.
Uma História de: Gercilda de Almeida
Bruna era uma menina que se sentia muito sozinha. Sua avó veio da África e sempre lhe contava histórias. Uma que ela gostava muito era a do panô da galinha que sua avó trouxera da África.
“Conta a lenda de uma aldeia africana que Ósún era uma menina que se sentia só e para lhe fazer companhia resolveu criar o que ela chamava de " o seu povo”. Foi assim que surgiu Conquém, a galinha d’Angola.
Bruna então pediu a seu tio que era um bom oleiro, que lhe ensinasse a trabalhar com barro. Bruna então modelou na argila a galinha d’Angola e passou a brincar com ela.
No dia de seu aniversário, sua avó lhe deu uma galinha d’Angola de verdade que andava e gritava:
- Conquém! Conquém!
As outras crianças da aldeia que não brincavam com Bruna foram se aproximando dela e pedindo para brincar com a Conquém, aí Bruna arranjou muitas amigas e fizeram muitas galinhas de barro iguais a Conquém.
Um dia as crianças acharam no baú da avó de Bruna um panô que contava a lenda africana dos animais que ajudaram a Conquém na criação do mundo e de seu povo. Conquém espalhou as sementes na terra, o lagarto desceu para ver se a terra era firma e o pombo foi avisar aos outros animais que podiam vir povoar aquele lugar.
Bruna e suas amigas ficaram muito conhecidas, porque todos da aldeia se juntavam para ouvirem a história do panô.
Sua avó resolveu ensinar as meninas a pintarem tecidos, como os que ela fazia na África, isso fez com que a aldeia ficasse conhecida.
Foi assim que todas as pessoas da aldeia de Bruna decidiram torná-la mais bonita e pintaram suas casas com as cores dos panôs da galinha d’Angola.Um dia a Conquém sumiu e todas as meninas saíram a sua procura chamando:
- Conquém, onde você está? Com quem nós vamos brincar?
Tanto procuraram que a acharam escondida no mato. As meninas encontraram um ninho com um belo ovo que ela protegia e chocava.
Tempos depois, cada menina da aldeia tinha sua galinha d’Angola e até hoje o povo daquela aldeia conta a história de Bruna e da galinha d’Angola para aqueles que compram os belos tecidos pintados pelas meninas.
Se liga:
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:
Rebele -se Contra o Racismo
Numa conversa de ideias e construção de valores, foi realizado a roda de conversa com a Unegro
Numa sala lotada de alunos atentos e engajados no assunto do respeito e contra a discriminação. A conversa foi iniciada pela nossa Coordenadora Municipal , Sra. Sonia Lopes, enfatizando a presença de todos e em especial ao espaço aberto para esse bate papo, agradecemos desde já a pronta atenção e compreensão da Sra. Luciana Saraiva e de toda sua equipe de professores e funcionários que ali estavam e fizeram desse dia um marco para a historia da Unegro.
Presentes ao encontro os alunos do colégio Vetor estiveram atentos a cada palavra dos professores ali
presentes : Tivemos uma aula de historia do negro, com a menção mais que honrosa do Almirante Negro João Cândido (http://www.infoescola.com/biografias/joao-candido/) na falação do Professor Hélio Jorge. Uma aula da historia de nosso brasil. Tivemos a aula de matrizes africanas, soubemos na fala do professor e diretor Unegro Luiz Carlos, deixando todos ainda mais a saber das diferenças entre as religiões presentes no Brasil. Onde existia duvidas, já não existem mais.
Sra. Marisa Justino nos leva a uma reflexão sobre a questão do racismo com recorte na diversidade sexual e social.
Por fim tivemos uma fala da nossa querida diretora do espaço Vetor a Sra. Luciana Saraiva, que gentilmente nos cedeu o espaço para esse evento, sabendo nós que o Colégio estará sempre aberto as agendas direcionadas as lutas de igualdade, diversidade e de respeito. Uma das colocações da própria Sra. Luciana, foi essa forma de cuidar dos alunos, o jeito como eles são doutrinados, a forma como saem dali e ingressão no mundo, sempre pautados no respeito e na tolerância uns com os outros, esse é um legado que vem desde seus fundadores, seus pais, e esta sendo pregado por ela mesmo no dia dia com os alunos. Estes merecem nosso respeito e abraço pela forma carinhosa que nos recebeu. Para fechar o dia em alto e bom astral sonoro, a vez e a voz da Cantora Bombom Baobá - direto de Maricá- que cantou à capela e encantou os quase 150 alunos presentes na sala, ao final da primeira musica, a galera se levanta e pede mais um Bombom, que prontamente atende aos alunos e nos leva ao encantamento na sua Linda voz forte e poderosa.
Em nota a Unegro Nova Iguaçu agradece a todos alunos, funcionários, professores, aos espaço e em especial a sua diretora, que nos recebeu com todo carinho e respeito. Desde já o nosso obrigado pelo dia de hoje
Colaboraram com este dia:
Sra. Sonia Lopes – Coordenadora da Unegro de Nova Iguaçu;
Sra. Marisa Justino – vice Coordenadora e coordenadora de eventos e projetos da Unegro Nova Iguaçu;
Sra. Luciana Saraiva – Diretora executiva do colégio Vetor região Nova Iguaçu;
Sr. Luiz Carlos Coelho - Diretor Estadual da Unegro Rio de Janeiro;
Sr. Hélio Jorge da Silva – Diretor Executivo da Unegro Nova Iguaçu;
Sr. Professor Daurio Douglas - Colégio Vetor;
Sr. Carlos Lázaro - Membro Unegro Nova Iguaçu / Imprensa;
Equipe de funcionários, colaboradores e professores do Colégio Vetor Região Nova Iguaçu.
de Nova Iguaçu com os alunos do colégio Vetor sobre Racismo, intolerância religiosa e LGBT fobia dentro das escolas. Estiveram presentes a essa roda de conversa a diretora do colégio Vetor Sra. Luciana Saraiva, a Sra. Sónia Lopes presidente da Unegro de Nova Iguaçu, Sra.
Marisa Justino Vice Presidente da Unegro N.Iguaçu e membro permanente da AGANIM, o
diretor estadual da Unegro Estadual e da Capital Sr. Luiz Carlos Coelho, o Professor do colégio Vetor Sr. Daurio Douglas, o Sr. Hélio Jorge da Silva militar de carreira, professor, historiador e pesquisador da historia da Africa e diretor Executivo da Unegro Nova Iguaçu, a Cantora Bombom Baobá membro da Unegro de Maricá, convidada especial da Unegro Nova Iguaçu ao evento.
Tem Negro no Arco iris.
Marisa Justo
fonte:UNEGRO NOVA IGUAÇU
terça-feira, 22 de novembro de 2016
22 de novembro de 1910- Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata foi um movimento na Marinha do Brasil que culminou com um motim
na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, capital do Brasil na época. Seu líder era o marinheiro João Cândido, uma dos maiores revolucionários da história do Brasil.
"Mais de 2.400 marinheiros se rebelaram contra os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e o uso de castigos físicos (chibatadas). Contra isso, os marinheiros ameaçaram bombardear a cidade."
iderados pelo marinheiro negro João Cândido Felisberto, os marujos tomaram três encouraçados na Baía de Guanabara e ameaçaram disparar os canhões contra a então capital da República. O que eles queriam? O fim dos castigos corporais na Marinha do Brasil e melhores condições de alimentação e de trabalho. Foi um ato de coragem contra as Forças Armadas, que naquele momento contavam com uma das mais modernas frotas navais do planeta.
Planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, na ocasião, rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade.
Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Geraes, João Batista das Neves.
Na manhã do dia 23, o emissário do governo, o deputado federal e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo do encouraçado São Paulo, onde lhe foi determinado que se dirigisse ao Minas Geraes para falar com o líder da revolta, João Cândido, dando-se assim início às negociações entre o governo e os revoltosos.
José Carlos de Carvalho levou para o Congresso a impressão que teve da força dos marinheiros e um Manifesto com exigências, sendo a principal o fim da chibata. O Manifesto, que tinha sido escrito durante as reuniões preparatórias, citava todos os oficiais presos nos navios e relacionava todos os navios sob o controle dos marinheiros. Isso demonstra que os revoltosos acreditavam que poderiam fazer a revolta sem mortes, e que a adesão à revolta seria total, quando a realidade era diferente disso.
Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão
para torpedear os revoltosos. No dia 25 de Novembro, o então Ministro da Marinha,
almirante Joaquim Marques Batista de Leão expediu a ordem: "hostilize com a máxima energia, metendo-os a pique sem medir sacrifícios." No mesmo dia, entretanto, o Congresso Nacional aprovou a anistia para os revoltosos. Há versões de que o encouraçado Deodoro chegou a receber tiros dos contratorpedeiros, que logo cessaram fogo e voltaram para a orla.
Quatro dias depois do motim, a 26, o governo do presidente Marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, foi feito um novo decreto, que permitia que fossem expulsos da Marinha aqueles elementos "inconvenientes à disciplina".
A chamada "segunda revolta"
Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta". Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros, atos amparados pelo estado de sítio que a "segunda revolta" fez o Congresso Brasileiro aprovar.
No Congresso, parlamentares levantaram a possibilidade de esta "segunda revolta" ter sido encomendada, ou no mínimo fomentada pelo Governo Federal (Presidente, Marinha, Exército e simpatizantes no Congresso), pois foi o Governo o maior beneficiado, com o estado de sítio, que não somente lhe permitiu excluir 2.000 marinheiros (eram 2379 os revoltados) e matar um número incerto mas estimado em duas centenas de marinheiros, como também afastar os adversários políticos, que ficaram a favor da Anistia dos marinheiros rebeldes, como o candidato à presidência derrotado, Rui Barbosa, isolando-o em São Paulo.
Apesar de se declarar contra a "segunda revolta", e até mesmo ter atirado (graças a uma culatrinha de canhão que um dos marinheiros havia escondido dos oficiais) contra os fuzileiros, companheiros seus da Marinha, para provar lealdade ao Governo Federal que havia dado a Anistia e garantido o fim da chibata, João Cândido também foi preso e expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os fuzileiros rebeldes. Entre os detidos na Ilha das Cobras, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva.
Ali foi atirada cal virgem, na véspera de Natal, 24 de Dezembro de 1910. Após vinte e quatro horas, estavam mortos asfixados 16 homens; apenas João Cândido e o soldado naval João Avelino, conhecido como "Pau de Lira" sobreviveram na cela 5. Numa outra cela morreram mais dois.
Mais vindita aconteceu: cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sido onze destes fuzilados nesse trânsito . Além disso, testemunhas, entre elas João Cândido e Marcelino Rodrigues(o chicoteado na véspera da revolta), demonstram que vários marinheiros foram mortos nos quartéis e nas ruas. Sem contar o massacre da Ilha das Cobras do dia 10, à qual não foi permitido o acesso da Imprensa a partir do dia 10.
Estima-se que havia na Ilha 300 presos (somando anteriores à Revolta e após 26 de Novembro, fim da revolta e do decreto da anistia) e 300 fuzileiros navais. Quando estalou a "segunda revolta", 350 fugiram entre a noite do dia 9 e a manhã do dia 10. Destes 250 marinheiros e fuzileiros restantes, houve notícia de 60 sobreviventes encontrados após o cessar-fogo. Os números reais das mortes comandadas pelo governo, exército e marinha, nas dependências do Estado nacional, rendidos, nunca foram oficialmente divulgados.
A estimativa de duas centenas é bastante conservadora. Duzentos mortos e dois mil expulsos após a revolta. Barbaridade que não se compara às 6 mortes de marinheiros e 6 mortes de oficiais em situação de combate no dia 22 de Novembro e no dia 09 de Dezembro. Matar homens amarrados, rendidos, por vingança, realmente uma mancha na imagem da Marinha de 1910. Uma época felizmente superada.
O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e nove companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.
- João Cândido, o Almirante Negro, apelido dado pela imprensa da época. Desde a infância numa fazenda na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, passando pela liderança da Revolta da Chibata até internação como louco, ele enfrentou muitas dificuldades, que se seguiram até o fim da sua vida, em 1969. Herói pouco conhecido, morreu na miséria e no esquecimento.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:Agência Senado
"Mais de 2.400 marinheiros se rebelaram contra os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e o uso de castigos físicos (chibatadas). Contra isso, os marinheiros ameaçaram bombardear a cidade."
iderados pelo marinheiro negro João Cândido Felisberto, os marujos tomaram três encouraçados na Baía de Guanabara e ameaçaram disparar os canhões contra a então capital da República. O que eles queriam? O fim dos castigos corporais na Marinha do Brasil e melhores condições de alimentação e de trabalho. Foi um ato de coragem contra as Forças Armadas, que naquele momento contavam com uma das mais modernas frotas navais do planeta.
Planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, na ocasião, rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade.
Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Geraes, João Batista das Neves.
Na manhã do dia 23, o emissário do governo, o deputado federal e capitão-de-mar-e-guerra José Carlos de Carvalho esteve a bordo do encouraçado São Paulo, onde lhe foi determinado que se dirigisse ao Minas Geraes para falar com o líder da revolta, João Cândido, dando-se assim início às negociações entre o governo e os revoltosos.
José Carlos de Carvalho levou para o Congresso a impressão que teve da força dos marinheiros e um Manifesto com exigências, sendo a principal o fim da chibata. O Manifesto, que tinha sido escrito durante as reuniões preparatórias, citava todos os oficiais presos nos navios e relacionava todos os navios sob o controle dos marinheiros. Isso demonstra que os revoltosos acreditavam que poderiam fazer a revolta sem mortes, e que a adesão à revolta seria total, quando a realidade era diferente disso.
Os navios que não aderiram à revolta, na maioria contratorpedeiros, entraram em prontidão
Quatro dias depois do motim, a 26, o governo do presidente Marechal Hermes da Fonseca declarou aceitar as reivindicações dos amotinados, abolindo os castigos físicos e anistiando os revoltosos que se entregassem. Estes, então, depuseram armas e entregaram as embarcações. Entretanto, dois dias mais tarde, a 28, foi feito um novo decreto, que permitia que fossem expulsos da Marinha aqueles elementos "inconvenientes à disciplina".
A chamada "segunda revolta"
Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta". Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros, atos amparados pelo estado de sítio que a "segunda revolta" fez o Congresso Brasileiro aprovar.
No Congresso, parlamentares levantaram a possibilidade de esta "segunda revolta" ter sido encomendada, ou no mínimo fomentada pelo Governo Federal (Presidente, Marinha, Exército e simpatizantes no Congresso), pois foi o Governo o maior beneficiado, com o estado de sítio, que não somente lhe permitiu excluir 2.000 marinheiros (eram 2379 os revoltados) e matar um número incerto mas estimado em duas centenas de marinheiros, como também afastar os adversários políticos, que ficaram a favor da Anistia dos marinheiros rebeldes, como o candidato à presidência derrotado, Rui Barbosa, isolando-o em São Paulo.
Apesar de se declarar contra a "segunda revolta", e até mesmo ter atirado (graças a uma culatrinha de canhão que um dos marinheiros havia escondido dos oficiais) contra os fuzileiros, companheiros seus da Marinha, para provar lealdade ao Governo Federal que havia dado a Anistia e garantido o fim da chibata, João Cândido também foi preso e expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os fuzileiros rebeldes. Entre os detidos na Ilha das Cobras, dezoito foram recolhidos à cela n° 5, escavada na rocha viva.
Ali foi atirada cal virgem, na véspera de Natal, 24 de Dezembro de 1910. Após vinte e quatro horas, estavam mortos asfixados 16 homens; apenas João Cândido e o soldado naval João Avelino, conhecido como "Pau de Lira" sobreviveram na cela 5. Numa outra cela morreram mais dois.
Mais vindita aconteceu: cento e cinco marinheiros foram desterrados para trabalhos forçados nos seringais da Amazônia, tendo sido onze destes fuzilados nesse trânsito . Além disso, testemunhas, entre elas João Cândido e Marcelino Rodrigues(o chicoteado na véspera da revolta), demonstram que vários marinheiros foram mortos nos quartéis e nas ruas. Sem contar o massacre da Ilha das Cobras do dia 10, à qual não foi permitido o acesso da Imprensa a partir do dia 10.
Estima-se que havia na Ilha 300 presos (somando anteriores à Revolta e após 26 de Novembro, fim da revolta e do decreto da anistia) e 300 fuzileiros navais. Quando estalou a "segunda revolta", 350 fugiram entre a noite do dia 9 e a manhã do dia 10. Destes 250 marinheiros e fuzileiros restantes, houve notícia de 60 sobreviventes encontrados após o cessar-fogo. Os números reais das mortes comandadas pelo governo, exército e marinha, nas dependências do Estado nacional, rendidos, nunca foram oficialmente divulgados.
A estimativa de duas centenas é bastante conservadora. Duzentos mortos e dois mil expulsos após a revolta. Barbaridade que não se compara às 6 mortes de marinheiros e 6 mortes de oficiais em situação de combate no dia 22 de Novembro e no dia 09 de Dezembro. Matar homens amarrados, rendidos, por vingança, realmente uma mancha na imagem da Marinha de 1910. Uma época felizmente superada.
O Almirante Negro, como foi chamado pela imprensa, um dos sobreviventes à detenção na ilha das Cobras, foi internado no Hospital dos Alienados em Abril de 1911, como louco e indigente. Ele e nove companheiros só seriam julgados e absolvidos das acusações dois anos mais tarde, em 1 de dezembro de 1912.
- João Cândido, o Almirante Negro, apelido dado pela imprensa da época. Desde a infância numa fazenda na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, passando pela liderança da Revolta da Chibata até internação como louco, ele enfrentou muitas dificuldades, que se seguiram até o fim da sua vida, em 1969. Herói pouco conhecido, morreu na miséria e no esquecimento.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:Agência Senado
domingo, 20 de novembro de 2016
grupo bom gosto 300 anos zumbi - 20 de Novembro Além de Zumbi,
No dia 20 de novembro, nós brasileiros, comemoramos o Dia da Consciência Negra. Mas já se perguntaram, porque foi escolhido esse dia? Foi nesse mesmo dia, no ano de 1695 que morreu Zumbi, que era líder do Quilombo dos Palmares.
Zumbi representa muito bem a luta do negro contra a escravidão, lá na época do Brasil Colonial. Ele morreu lutando em defesa do seu povo, lutando pela liberdade da comunidade negra.
Alguns líderes que fizeram história...
Além de Zumbi, outros líderes negros deixaram (ou ainda deixam) exemplos importantes para qualquer empreendedor que tem a liderança eficaz como premissa de um bom negócio. Conheça algumas dessas lições:
ZUMBI – Descendente de guerreiros angolanos, Zumbi foi capturado ainda quando criança e entregue ao Padre Antônio Melo para ser criado sob os costumes católicos. Com 15 anos, fugiu para suas origens e retornou ao Quilombo dos Palmares, onde combateu por 14 anos as investidas portuguesas contra a captura de negros para levá-los à escravidão. Destacou-se entre outros por sua inteligência – escrevia português e latim já aos 10 anos. Em 1965, reuniu mais de dois mil palmarinos (nativos do quilombo dos Palmares) e invadiu povoados em busca de alimentos e armas. Morreu depois que um dos líderes da tropa de Palmares foi capturado e entregou seu esconderijo.
Lição: os estudos e aquisição de conhecimentos podem levá-lo além do que você espera. Além disso, para liderar, é importante trabalhar seu poder de influência e capacidade estratégica para atingir os resultados esperados.
LUIZ GAMA – Ainda falando de líderes brasileiros, Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi um poeta, jornalista, advogado, republicano e abolicionista. Filho de um português e da ex-escrava Luiza Mahin. Nascido em Salvador, em 1830, foi vendido por seu próprio pai aos 10 anos e despachado para o Sudeste. Em São Paulo, fez serviços de lavadeira, passadeira e trabalhou como sapateiro. Aprendeu a ler, estudou e passou a trabalhar como advogado, mesmo sem graduação. Sua primeira vitória veio com a produção de provas que o livraram da condição de escravo.
Além da Advocacia, Gama adotou a causa abolicionista em outras áreas de sua vida, como na poesia e na carreira de jornalista. Seus anúncios como advogado defendiam “todas as causas de liberdade”, o que lhe rendeu muitos casos, vários invocando a lei de 1831 que aboliu o tráfico de escravos interoceânico, que ele chamava de “lei para inglês ver”. Esteve rodeado de admiradores, desde a elite letrada e cafeeira, até estudantes e negros em busca de defesa de seus interesses. Morreu em 1882 com direito a um cortejo que seguiu do Brás até o Cemitério da Consolação, onde ainda é possível encontrar seu túmulo. Em seu busto no Largo do Arouche, lê-se “Por iniciativa do progresso / Homenagem dos pretos do Brazil”.
Lição: não se chega a lugar nenhum sem força de vontade, sem dedicação e sem “colocar a mão na massa”, no melhor exemplo da expressão “o futuro está em suas mãos”. Além de perseverança, é importante ser assertivo e manter uma boa rede de contatos para fazer valer suas ideias e propósitos. Por fim, quem tem uma causa (leia-se também missão e valores), terá mais chances de se destacar no meio de outros.
MARTIN LUTHER KING – Uma das maiores personalidades da história da humanidade, Martin Luther King Jr. lutou contra a desigualdade racial por meio do ativismo político. Nascido em Atlanta em 1929, decidiu seguir pelo seminário tornando-se pastor batista. Logo quando adolescente, já questionava conceitos enraizados, como quando, com 13 anos, inicialmente negou a ressurreição corporal de Jesus.
Em 1955, após a prisão de uma mulher negra que se recusou a ceder seu lugar no ônibus a uma mulher branca, King co-liderou um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial, campanha que durou mais de um ano e resultou na decisão da Suprema Corte Americana de tornar ilegal a discriminação racial dentro do transporte público. O pastor também organizou e liderou marchas pelo direito ao voto, fim da segregação, fim das discriminações no trabalho, melhorias na educação e na moradia dos negros, dentre outros direitos civis básico que agregaram à Lei de Direitos Civis dos Estados Unidos (1964) e Lei dos Direitos Eleitorais (1965). Seus esforços levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ficou conhecido pelo discurso “I Have a Dream” (“Eu tenho um sonho”), e à marcha de 1965 em que o futuro líder dos Panteras Negra, Stokely Carmichael, criou a expressão “Black Power”.
Tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz por sua liderança na resistência não-violenta (King era seguidor das ideias de desobediência civil não-violenta pregadas por Mahatma Gandhi) e por sua luta pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos. O pastor foi assassinado em 4 de abril de 1968. Postumamente, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade (1977), a Medalha de Ouro do Congresso (2004) e um feriado nacional, que ocorre sempre da terceira segunda-feira de janeiro.
Lição: é preciso ter coragem e olhar crítico para liderar, começar coisas novas e quebrar paradigmas. A dedicação é fundamental se você deseja influenciar pessoas e deixar um legado. Além disso, agir e tomar a frente das coisas é algo imprescindível para qualquer líder e empreendedor. Por fim, ter um posicionamento claro diante das situações é o que o distinguirá diante de outros (incluindo empresas e marcas concorrentes).
MANDELA – Nascido em 1918, Rolihlahla Mandela (nome original) foi o líder que lutou contra o Apartheid na África do Sul, defendendo a democracia e o fim da segregação racial. Ainda criança, foi enviado à vila real de Mqhekezweni, onde passou a frequentar a escola e onde recebeu seu nome “cristão”, Nelson. Iniciou o bacharelado em Artes na universidade de Fort Hare, a primeira da África do Sul a ministrar cursos para negros, mas foi expulso no segundo ano após participar de um protesto estudantil. O fato enfureceu o rei de sua vila, fazendo com que Mandela fugisse para Johanesburgo.
Trabalhou como vigia de uma mina e conheceu o corretor de imóveis Walter Sisulu, que lhe arranjou um emprego na firma de advogados Witkin, Eidelman e Sidelsky, algo impensável para um negro. Foi só na cidade, onde não era tratado como da nobreza e sim como um negro pobre do interior, que Mandela tomou conhecimento da diferença racial que acometia o país, fato que o levou à vida política. Em 1944, ingressou no Congresso Nacional Africano (CNA) e, em 1949, fundou a Liga Juvenil do CNA (ANCYL, na sigla em inglês; 1949), que tinha um posicionamento mais radical perante o partido dos brancos. Enquanto sua popularidade crescia, a vitória da extrema-direita branca no governo do país resultou no regime segregacionista do Apartheid.
Em 1952, Mandela chefiou a Campanha de Desafio, que promoveu o Dia do Protesto, incentivando negros a usarem os espaços reservados aos brancos em locais públicos. Em sua atividade política, Mandela foi preso em várias ocasiões, condenado a trabalhos forçados por tempo determinado, atuou na clandestinidade até que foi capturado, julgado e condenado à prisão perpétua – onde ficou encarcerado na famosa cela 466/64.
Quando preso, aprendeu a pensar a longo prazo, procurou passar o raciocínio e conhecimento aos mais jovens, aprendeu a cultura e língua africâner e ainda exerceu influência sob lideranças do país. Em 1990, foi solto e viu a minoria branca apoiar o fim do Apartheid. Em 1994, tornou-se presidente e colocou em prática sua proposta de transição para a democracia multirracional, com a criação da Comissão da Verdade e Reconciliação, e assegurou à minoria branca um futuro no país. Mesmo depois do término do mandato, atuou fortemente na política internacional, antes de se aposentar.
Lição: ter a capacidade de articular, influenciar, pensar a longo prazo e esperar os momentos certos para agir são características de liderança imprescindíveis para pequenos e médios empresários que precisam erguer um negócio e aproveitar as oportunidades e tendências do mercado. Além disso, mais do que tudo, assim como prega o “Mandela Day”, um líder deve ser capaz de inspirar as pessoas a ter ações para mudar o rumo das coisas, melhorando a organização e (porque não?) com o pensamento de tornar o mundo um lugar melhor.
A lei 10.639 foi expedida em 09 de janeiro de 2003 e também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no calendário escolar, permitindo o resgate sobre a influência de povos negros na história econômica, política e social do país.
- Este dia e todo mês, é dedicado para pensarmos sobre a importância da cultura e do povo africano em nosso país. Eles sempre foram muito importantes em nossa história, construindo junto com a gente um país tão rico como é o Brasil. Já parou para pensar quanta coisa linda eles trouxeram? Músicas, dança, artes, esportes e também grande participação na área política e social.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:www.ebc.com.br/unegro
Comércio atlântico de escravizados alguns registros...
Mercadoria humana atravessa o Atlântico.
A expansão marítima e comercial europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente a história da
humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a América (poderíamos considerar a Ásia também, mas essa é uma outra história).
Em busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram pioneiros), organizaram todo um aparato político, econômico e militar que lhes garantiu o controle sobre africanos e americanos. Dessa forma surgiu o que chamamos de sistema colonial.
O comércio de escravos no Atlântico ou comércio transatlântico de escravos, também chamado de tráfico negreiro, ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravizados que eram transportados para o Novo Mundo, a maior parte pela rota de Comércio Triangular, eram membros de povos da África Ocidental, nas partes central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados diretamente pelos europeus.
O número de pessoas trazidas foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos imigrantes do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte. O sistema econômico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos. O comércio de escravos é às vezes chamado de Maafa por estudiosos afro-americanos, o que significa "grande desastre" em suaíli. Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos Holocausto Africano ou Holocausto da Escravidão para se referir ao período.
A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas é baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus. O tráfico de escravos africanos se dividiu em quatro fases:
Ciclo da Guiné (século 16)
Ciclo de Angola (século 17): traficou congos, ambundos, bacongos, benguelas e ovambos.
Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século 18 - 1815): traficouiorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus.
Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851)
Distribuição dos escravos africanos (1519–1867)
Destino - Porcentagem
América Portuguesa - 38,5%
América Britânica (exceto a América do Norte) - 18,4%
América Espanhola - 17,5%
América Francesa - 13,6%
América do Norte Britânica - 6,45%
América Inglesa - 3,25%
Antilhas Neerlandesas - 2,0%
Índias Ocidentais Dinamarquesas - 0,3%
O número de africanos que desembarcou em cada área pode ser calcula:
O Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o Novo Mundo no século XVI e outros logo o seguiram. Os donos dos navios negreiros consideravam os escravos como uma carga que deveria transportada para a América da maneira mais rápida e barata possível,para então serem vendidos para o trabalho escravo em lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar e algodão, nas minas de ouro e prata, campos de arroz, de indústria de construção, corte de madeira e como empregados domésticos. Os primeiros africanos importados para as colônias inglesas eram classificados como "servos contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma casta racial; os escravos negros e seus descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as crianças nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas. Enquanto uma propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou unidades de trabalho e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros produtos e serviços.
Os principais comerciantes de escravizados do Atlântico, ordenados por volume de comércio, foram: os impérios Português, Britânico, Francês, Espanhol e Neerlandês, além dos Estados Unidos
(especialmente a região sul). Eles estabeleceram postos avançados na costa africana onde adquiriram escravizados de líderes africanos locais. As estimativas atuais são de que aproximadamente 12 milhões de africanos foram enviados através do Atlântico, embora o número de pessoas compradas pelos comerciantes de escravos seja consideravelmente maior..
A travessia:
Os navios que negociavam e transportavam escravizados eram chamados de navios negreiros ou navios tumbeiros, nome que é derivado de "tumba", devido à quantidade de escravos que morriam em seus porões. Calcula-se que 20% dos escravos africanos embarcados nos tumbeiros morriam durante a travessia pelo oceano Atlântico.
O tumbeiro poderia ser uma nau, um bergantim, uma corveta, dependendo do desenvolvimento tecnológico da época (o tráfico atlântico de escravos durou quatro séculos e durante esse tempo as técnicas de navegação mudaram muito).
Em geral essas embarcações transportavam entre 400 e 500 escravos, todos confinados num porão. Os negreiros (comerciantes de escravos) compravam escravos a mais do que sua embarcação comportava, pois sabiam que perderiam muitas das suas "mercadorias" durante a viagem, e assim superlotavam suas embarcações.
Uma viagem entre Angola e Brasil durava 35 dias. E entre Moçambique e Brasil demorava em torno
de três meses. Os alimentos e a água potável transportada por esses navios eram insuficientes até mesmo para a tripulação (trabalhadores do navio), pois não existia nenhuma forma de refrigeração
Os escravizados, confinados na parte mais insalubre do navio, passavam por situações das mais terríveis. Não sabiam onde estavam, ficavam apertados num espaço no qual não podiam ficar em pé ou se deitar, recebiam pouca alimentação com baixo grau de nutrientes (basicamente: feijão, farinha de mandioca e carne seca). Mal recebiam água para beber. E, enquanto isso, pelas frestas da embarcação feita de madeira, a água do mar ia aos poucos invadindo o chão do porão.
Famintos, fracos e doentes, os escravos não tinham mais nada em que acreditar. O desespero era tanto, que alguns dos cativos aceitavam vigiar e punir seus companheiros de sofrimento em troca de um pouco mais de água. Os rebeldes eram, normalmente, envenenados. Os mortos eram atirados ao mar.
Nessa situação de tamanha infelicidade, pessoas que nunca tinham se visto antes, que nem sequer falavam a mesma língua, se ajudavam. Repartiam a pouca comida. Consolavam-se. Essa amizade,
essa solidariedade que surgia nos tumbeiros era chamada de malungo, ou seja, amizade de travessia, que algumas vezes se perpetuava para a vida toda.
-São comuns os relatos sobre a enorme felicidade dos escravizados ao aportarem no Brasil, o que era interpretado na época como se os africanos estivessem alegres por se libertarem da vida pagã africana ao chegar ao mundo cristão americano. Esse foi um dos argumentos mais eficientes para legitimar a comercialização de gente na época.
A expansão marítima e comercial europeia, a partir do século XV, mudou drasticamente a história da
humanidade ao unir três continentes: a Europa, a África e a América (poderíamos considerar a Ásia também, mas essa é uma outra história).
Em busca de enriquecimento, os europeus (os portugueses foram pioneiros), organizaram todo um aparato político, econômico e militar que lhes garantiu o controle sobre africanos e americanos. Dessa forma surgiu o que chamamos de sistema colonial.
O comércio de escravos no Atlântico ou comércio transatlântico de escravos, também chamado de tráfico negreiro, ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravizados que eram transportados para o Novo Mundo, a maior parte pela rota de Comércio Triangular, eram membros de povos da África Ocidental, nas partes central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados diretamente pelos europeus.
O número de pessoas trazidas foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos imigrantes do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte. O sistema econômico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos. O comércio de escravos é às vezes chamado de Maafa por estudiosos afro-americanos, o que significa "grande desastre" em suaíli. Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos Holocausto Africano ou Holocausto da Escravidão para se referir ao período.
A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas é baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus. O tráfico de escravos africanos se dividiu em quatro fases:
Ciclo da Guiné (século 16)
Ciclo de Angola (século 17): traficou congos, ambundos, bacongos, benguelas e ovambos.
Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século 18 - 1815): traficouiorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus.
Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851)
Distribuição dos escravos africanos (1519–1867)
Destino - Porcentagem
América Portuguesa - 38,5%
América Britânica (exceto a América do Norte) - 18,4%
América Espanhola - 17,5%
América Francesa - 13,6%
América do Norte Britânica - 6,45%
América Inglesa - 3,25%
Antilhas Neerlandesas - 2,0%
Índias Ocidentais Dinamarquesas - 0,3%
O número de africanos que desembarcou em cada área pode ser calcula:
O Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o Novo Mundo no século XVI e outros logo o seguiram. Os donos dos navios negreiros consideravam os escravos como uma carga que deveria transportada para a América da maneira mais rápida e barata possível,para então serem vendidos para o trabalho escravo em lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar e algodão, nas minas de ouro e prata, campos de arroz, de indústria de construção, corte de madeira e como empregados domésticos. Os primeiros africanos importados para as colônias inglesas eram classificados como "servos contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma casta racial; os escravos negros e seus descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as crianças nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas. Enquanto uma propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou unidades de trabalho e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros produtos e serviços.
Os principais comerciantes de escravizados do Atlântico, ordenados por volume de comércio, foram: os impérios Português, Britânico, Francês, Espanhol e Neerlandês, além dos Estados Unidos
(especialmente a região sul). Eles estabeleceram postos avançados na costa africana onde adquiriram escravizados de líderes africanos locais. As estimativas atuais são de que aproximadamente 12 milhões de africanos foram enviados através do Atlântico, embora o número de pessoas compradas pelos comerciantes de escravos seja consideravelmente maior..
A travessia:
Os navios que negociavam e transportavam escravizados eram chamados de navios negreiros ou navios tumbeiros, nome que é derivado de "tumba", devido à quantidade de escravos que morriam em seus porões. Calcula-se que 20% dos escravos africanos embarcados nos tumbeiros morriam durante a travessia pelo oceano Atlântico.
O tumbeiro poderia ser uma nau, um bergantim, uma corveta, dependendo do desenvolvimento tecnológico da época (o tráfico atlântico de escravos durou quatro séculos e durante esse tempo as técnicas de navegação mudaram muito).
Em geral essas embarcações transportavam entre 400 e 500 escravos, todos confinados num porão. Os negreiros (comerciantes de escravos) compravam escravos a mais do que sua embarcação comportava, pois sabiam que perderiam muitas das suas "mercadorias" durante a viagem, e assim superlotavam suas embarcações.
Uma viagem entre Angola e Brasil durava 35 dias. E entre Moçambique e Brasil demorava em torno
Os escravizados, confinados na parte mais insalubre do navio, passavam por situações das mais terríveis. Não sabiam onde estavam, ficavam apertados num espaço no qual não podiam ficar em pé ou se deitar, recebiam pouca alimentação com baixo grau de nutrientes (basicamente: feijão, farinha de mandioca e carne seca). Mal recebiam água para beber. E, enquanto isso, pelas frestas da embarcação feita de madeira, a água do mar ia aos poucos invadindo o chão do porão.
Famintos, fracos e doentes, os escravos não tinham mais nada em que acreditar. O desespero era tanto, que alguns dos cativos aceitavam vigiar e punir seus companheiros de sofrimento em troca de um pouco mais de água. Os rebeldes eram, normalmente, envenenados. Os mortos eram atirados ao mar.
Nessa situação de tamanha infelicidade, pessoas que nunca tinham se visto antes, que nem sequer falavam a mesma língua, se ajudavam. Repartiam a pouca comida. Consolavam-se. Essa amizade,
-São comuns os relatos sobre a enorme felicidade dos escravizados ao aportarem no Brasil, o que era interpretado na época como se os africanos estivessem alegres por se libertarem da vida pagã africana ao chegar ao mundo cristão americano. Esse foi um dos argumentos mais eficientes para legitimar a comercialização de gente na época.
O Navio Negreiro, Tragédia no Mar (VI) (Castro Alves trecho)
Existe um povo que a bandeira empresta
Pr'a cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira ?esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
Pr'a cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira ?esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
Um afro abraço.
Claudia Vitalino
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
A questão da miscigenação racial no Brasil - Mariene De Castro - Canto Das Três Raças
A questão da miscigenação racial no Brasil costuma ser muito simplificada e romantizada. Não é raro ouvirmos que o Brasil é um país mestiço e plural e que, consequentemente, todos os seus habitantes tiveram sua etnia inevitavelmente misturada em algum ponto de sua ancestralidade. Mas sob o axioma de um país miscigenado se esconde uma realidade violenta e racista: a generalização da branquitude em um país predominantemente negro.
-Desde o início da colonização do Brasil a miscigenação foi intensa. A maioria dos "colonizadores" portugueses que vieram ao Brasil eram homens, que mantinham relações com índias ou escravas negras. As mulheres brancas só vieram mais tarde, principalmente a partir da segunda metade do século 19, com a imigração européia e japonesa.
Os negros foram trazidos da África a partir de 1538, para trabalhar como escravos inicialmente na cultura da cana-de-açúcar e, mais tarde, nas minas e nos cafezais. Não existem dados oficiais do número de escravos entrados no Brasil, mas as estimativas apontam para mais de 4 milhões de indivíduos.
A miscigenação deu origem a outros numerosos grupos, como:
mulato (branco com negra, ou vice-versa);
caboclo ou mameluco (branco com índia, ou vice-versa);
o cafuzo (negro com índia, ou vice-versa).
Se liga: O fato de a base da população brasileira ter sido formada com a intensa miscigenação do branco português com mulheres negras e indígenas ajudou a construir a idéia de ausência de racismo no Brasil, de harmonia entre as diversas etnias ("raças") e de ausência de conflitos.
Se todos os brasileiros são miscigenados e possuem sangue negro e indígena em suas veias, por que tantas pessoas resistem em reconhecer a própria ascendência? Acontece que a identificação social da pessoa negra no Brasil acontece diretamente devido ao tom da pele. O entendimento das pessoas a respeito da negritude é muitas vezes distorcido: mesmo que a família direta ou os pais de um indivíduo sejam negros, o que pesa para que essa pessoa seja reconhecida como negra é a cor da sua pele. Mesmo o tom escuro não é garantia de que alguém será visto como negro; basta lembrar de quantas vezes são adotados eufemismos como “moreno” para se referir a pessoas com a cor da pele escura, como se a palavra pudesse de algum modo reduzir a carga negativa que o termo “negro” parece ter.
Embora a sociedade nem sempre valide a negritude alheia, as pessoas costumam reconhecer essa mesma negritude em traços e características físicas, que são constantemente transformados em justificativas para o racismo e a violência. O nariz largo, os lábios grossos ou o cabelo crespo, popularmente conhecido como “cabelo ruim”, são alvos de degradação e repúdio. É interessante lembrar que a África é um vasto continente com uma grande variedade de etnias, das quais não são todas que se encaixam no molde conhecido de “traços negros”. Ainda assim, são essas as características interpretadas como negras e que acabam por fermentar o racismo em suas mais diversas formas.
Mesmo com tantas histórias de violência racista, muitas pessoas ainda se sentem inseguras quando questionadas sobre sua negritude. Na última semana, foi aberto um formulário de pesquisa voltado para pessoas miscigenadas e as respostas obtidas foram bastante similares entre si. Algumas pessoas dizem que não se sentem no direito de se afirmar como negras devido ao tom não tão escuro da sua pele. Muitas delas são descendentes diretas de negros, ou contam com parentes próximos negros, mas a afirmação racial simplesmente não acontece. Por um lado, essa é uma demonstração de respeito às pessoas negras de pele inquestionavelmente escura, que sofrem o racismo diário impassível de debates ou especulações – o racismo contra a pele escura e contra a aparência. Por outro lado, uma discussão séria e sensível se faz necessária: por que tanta gente afrodescendente não reconhece a própria negritude e não consegue afirmá-la de forma política e subjetiva?
Para os brasileiros, é melhor ser branco sempre que for possível. Se a pele não é escura o suficiente, ou se um dos pais é loiro de olhos azuis, então a pessoa é considerada branca, em uma tentativa incansável de clarear os descendentes, a família e a nação. Da mistura de raças, nasce o branco por consideração e, com isso, morrem a cultura, a religião e a identidade afrodescendente. A negritude e a cultura africana, com seus símbolos e tradições, se tornam cada vez mais algo do passado, de uma ancestralidade que é, na maioria esmagadora das vezes, totalmente desconhecida.
Mas os tópicos para debate não param por aí, pois não é o reconhecimento da identidade negra que fará uma pessoa ser negra. Mesmo que os seus pais ou os seus avós sejam negros, uma pessoa de pele branca e cabelo claro dificilmente sofre o racismo destinado às
pessoas negras. É uma questão de bom senso: não há empatia em tomar uma afirmação política contra uma discriminação da qual você não é vítima. Resgatar suas raízes familiares, conhecê-las, celebrá-las e promovê-las é algo desejável e inspirador, mas é importante tomar cuidado para não banalizar a afirmação política negra e a sua luta. Há pessoas brancas, essas sem nenhum vínculo familiar negro, que são repletas de má fé e dizem que também são negras por causa da miscigenação brasileira. Mas esse argumento é uma farsa: em nosso país, negro é quem é reconhecido pelos outros como negro e, consequentemente, sofre racismo e discriminação social.
O racismo é um problema enraizado desde a formação do Brasil. Há séculos nosso país vem lutando para destruir as heranças culturais africanas e impedir a afirmação política negra de autorreconhecimento racial. Fazemos parte de um país que não tanto tempo atrás tinha abertamente uma política de branqueamento racial, incentivando a entrada de imigrantes brancos para clarear a cor do Brasil. A cultura brasileira deseja apagar o negro da sua história, sob a máscara pretensiosa da miscigenação. Mas a miscigenação também pode ser uma arma de luta e empoderamento: basta nos compreendermos como afrodescendentes, sem perdermos de vista o racismo que sofremos. Quando a face racista da sociedade se revela, não há quase-brancos, quase-negros ou morenos, mas sim pessoas nas quais a negritude foi reconhecida.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
Um afro abraço.
Claudia Vitalino
fonte:www.coladaweb.com/
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